O documento discute o feudalismo na Europa medieval, comparando os movimentos sociais da época com os modernos. Enquanto os movimentos atuais têm organização e objetivos políticos claros, os medievais raramente tinham liderança ou comunicação entre si. O documento também analisa como o feudalismo variou no tempo e espaço, não existindo em toda Europa.
3. Na sociedade feudal, que foi característica da
Europa Medieval, uma nobreza guerreira ou
eclesiástica, detinha o direito de mando sobre um
território, conhecido como feudo, e o direito de
explorar o trabalho dos camponeses que vivam
nessas terras. Para ser um senhor feudal, o nobre
tinha que receber um feudo do rei ou de outro
nobre. O suserano era aquele que doava o feudo;
vassalo era aquele que recebia o feudo. As
relações entre o suserano e o vassalo eram de
obrigações mútuas, estabelecidas por meio de
um juramento de fidelidade.
4. Então as obrigações do vassalo em
relação ao suserano eram:
O vassalo comprometia-se a prestar
fidelidade e serviços militares para o
seu respectivo suserano. Jurava
também contribuir com dinheiro para o
resgate do suserano, caso este fosse
aprisionado, para o casamento de sua
filha e para armar o filho do suserano,
quando ele se tornasse cavaleiro.
5. Dizemos que A sociedade feudal era estamental.
(...) Procurando definir a sociedade feudal de
acordo com a função específica de cada uma das
camadas, alguns autores classificam-na como
formada por aqueles que rezam (clero), aqueles
que lutam (nobres) e aqueles que trabalham
(servos).
6. Portanto sociedade estamental é
uma sociedade em que não existe mobilidade
social. É o nascimento que determina a posição
do indivíduo na sociedade: um filho de servo será
servo para o resto da vida, independentemente
de suas virtudes ou capacidades.
7.
8. Com relação a atividade econômica do
feudalismo Pudemos ver na imagem anterior que
A economia baseava-se na agricultura e no
pastoreio. Plantavam-se trigo, centeio, cevada,
feijão, ervilha e criavam-se bois, cavalos, porcos,
cabras e carneiros.
9. As terras do feudo estavam divididas em três
grandes áreas: o manso senhorial, terras onde
tudo o que se produzia era do senhor; o manso
servil, terras de onde os camponeses retiravam
os meios para sobreviver e cumprir as obrigações
para com o senhor; e, as terras comunais,
compreendiam a floresta e as pastagens e eram
usadas por todos os habitantes do feudo.
10. Vejamos o seguinte texto:
Movimentos sociais: ontem e hoje
Os movimentos sociais atuais possuem organização,
planejamento e objetivos políticos bem definidos. Os
operários encontram-se organizados em sindicatos de
categoria profissional e confederações, isto é,
agrupamentos mais vastos, de representação nacional
e internacional. O mesmo ocorre com os empresários
e patrões, integrados em amplas associações
representativas. Os partidos políticos, as organizações
dos estudantes, das mulheres, dos negros, dos índios e
outras tantas apresentam em geral as características
do grupo que representam. (...)
11. Os movimentos populares medievais, ao
contrário, raramente possuíam objetivos políticos
claros. Salvo exceções, os revoltosos não
apresentaram uma organização durante o
desencadeamento das manifestações. Os chefes
emergiam no desenrolar dos acontecimentos e
quase nunca exerciam liderança sobre todos os
insurretos. Isso facilitava mais a repressão e a
dispersão das revoltas. (...)
12. (...) Entre 1350 e 1385, uma verdadeira torrente de
revoltas atingiu vários reinos, porém nenhuma delas
influenciou ou foi influenciada por outra. Foram
manifestações isoladas, limitadas no espaço, sem
comunicação. (...)
Os camponeses e os artesãos sublevaram-se contra os
senhores ou contra a realeza, sem perceber a estrutura
de poder que os envolvia: o sistema feudal. Não
pretendiam, por causa disso, modificar ou suprimir o
feudalismo. As lutas ocorreram no momento de crise
do sistema, e elas colaboraram, sem dúvida, para
enfraquecê-lo, embora a população não tivesse
consciência disso.
13. Os camponeses medievais não tinham
consciência de seu poder de transformação
social. “Os camponeses e os artesãos
sublevaram-se contra os senhores ou contra a
realeza, sem perceber a estrutura de poder que
os envolvia: o sistema feudal. Não pretendiam,
por causa disso, modificar ou suprimir o
feudalismo. As lutas ocorreram no momento de
crise do sistema, e elas colaboraram, sem dúvida,
para enfraquecê-lo, embora a população não
tivesse consciência disso”.
14. Os movimentos sociais atuais possuem
organização, planejamento e objetivos políticos
bem definidos. Os operários encontram-se
organizados em sindicatos de categoria
profissional e confederações, isto é,
agrupamentos mais vastos, de representação
nacional e internacional. O mesmo ocorre com
os empresários e patrões, integrados em amplas
associações representativas.
15. Os movimentos populares medievais, ao
contrário, raramente possuíam objetivos
políticos claros. Salvo exceções, os revoltosos
não apresentam uma organização durante o
desencadeamento das manifestações. Os
chefes emergiam no desenrolar dos
acontecimentos e quase nunca exerciam
liderança sobre todos os insurretos. Isso
facilitava mais a repressão e a dispersão das
revoltas. (...)
16. Poderosa instituição na Europa medieval, a igreja
católica contribuía na manutenção da
desigualdade social afirmando que cada indivíduo
estava predestinado a ocupar uma posição na
sociedade. Para ela, uns nasceram para orar,
outros para lutar e outros para trabalhar. A
desigualdade social existente durante o
feudalismo foi justificado de acordo com essa
visão da igreja,
17. essa visão baseada no“ Teocentrismo que é a
concepção segundo a qual Deus é o centro do
universo, tudo foi criado por ele, por ele é
dirigido e não há outra razão além do desejo
divino sobre a vontade humana”.
A Igreja Católica medieval utilizou-se desse
instrumento para poder “manipular” as
explicações sobre as relações sociais da época.
18. O feudalismo variou no tempo e no espaço
O feudalismo não existiu em toda a Europa e
nem foi igual em todos os lugares. Na verdade,
quando falamos em feudalismo, estamos nos
referindo a um conceito criado pelos
historiadores para facilitar nossa compreensão a
respeito da sociedade medieval. Esse conceito é
apenas um modelo, uma ideia aproximada de
como pode ter sido a sociedade feudal.
O feudalismo variou no tempo e no espaço.
19. De acordo com o medievalista Jacques Heers, o
termo feudalismo aplica-se apenas às regiões
onde o controle político e social baseou-se tanto
na exploração da terra quanto no poder guerreiro
da nobreza. O feudalismo que estudamos existiu
em algumas partes da Europa, como, por
exemplo, no norte da França e em algumas partes
da Alemanha. Mas em outras partes da Europa,
como Espanha, França e Itália, não existiu. É que
a nobreza desses lugares não era nem guerreira
nem rural, mas urbana, e nas zonas rurais dessas
regiões inexistiam laços de suserania e
vassalagem.
20. Pudemos perceber pelo texto que O
Feudalismo não foi um processo
histórico vivenciado por todos os
países europeus de maneira igual.
Sendo que em algumas regiões esse
sistema nunca existiu e noutras
existiu de uma forma mais simples,
mas cada região de forma
diferenciada
21.
22.
23. As Cruzadas
A Primeira Cruzada foi convocada
pelo Papa Urbano II em 1095 para
atender aos apelos urgentes do
Imperador bizantino de
Constantinopla, Aleixo I Comneno
(1081-1118).
24. Urbano convocou os cavaleiros
cristãos para irem em socorro dos
seus irmãos do Leste.
Foi uma obra de misericórdia: livrar
os cristãos do Oriente de seus
conquistadores muçulmanos.
25. Apesar de não terem alcançado seu
objetivo - reconquistar a Terra
Santa -, as Cruzadas provocaram
amplas repercussões, porque
estimularam as relações comerciais
do Oriente com o Ocidente, graças
à abertura do Mediterrâneo a
navios europeus.
26. O período histórico comumente
designado como Transição do
Feudalismo para o Capitalismo
caracterizou-se por acumulação
primitiva do capital, liberação da
mão-de-obra do campo para a
cidade e crescente progresso da
técnica aplicada à produção.
27.
28. Esses cavaleiros e soldados tinham como
símbolo a cruz, bordada no manto que
usavam - daí o nome com que ficaram
conhecidos. Seus motivos não eram,
porém, exclusivamente religiosos.
Mercadores emergentes viram nas
Cruzadas uma oportunidade de ampliar
seus negócios, abrindo novos mercados e
obtendo lucro ao abastecer os exércitos que
atravessavam a Europa a caminho do
Oriente.
29. Nesse período de quase dois séculos, oito
Cruzadas foram lançadas, embora duas
delas jamais tenham chegado a Jerusalém.
A Quarta desviou-se do seu objetivo
original para atacar os cristãos ortodoxos
de Constantinopla - que não reconheciam
a autoridade do papa -, saqueando a
cidade no ano de 1203. Já a Quinta
conseguiu conquistar partes do Egito, mas
bateu em retirada sob a pressão do inimigo
antes de atingir a Palestina.
32. O Renascimento Comercial e Urbano foi
uma das Consequências das Cruzadas, pois
com o contato do Ocidente com o Oriente
(basicamente árabes muçulmanos) muitos
conhecimentos e técnicas foram
transmitidos aos Europeus, como por
exemplo os algarismos arábicos, as técnicas
de Navegação e construção Naval,
aperfeiçoamento da Metalurgia e outros.
33. Além disso o Mediterrâneo foi reaberto ao
comércio cristão, dinamizando a economia
da Europa e colocando a moeda
novamente em circulação. Com isso as
Cidades se expandiram, a partir de então a
estrutura agrária e feudal que já estava em
crise entrou num processo de
desintegração. E a tais transformações
chamamos de Renascimento Comercial e
Urbano.
34. Surgimento da Burguesia – uma vez que a
produção do feudo se tornou insuficiente
para sustentar todos os seus habitantes,
muitos deles começara a sair – vilões (que
saiam livremente) e servos (que fugiam ou
eram expulsos pelos senhores). Dentre
esses alguns iam para as Cruzadas, outros
roubavam, iam em caravanas, e houve
aqueles que se dedicaram ao comércio
ambulante, em feiras e nos Burgos.
35.
36. Portanto o Renascimento foi um
movimento artístico, literário e
científico defensor do
humanismo, baseado no
antropocentrismo e no espírito
crítico em oposição ao
teocentrismo;
37. Sendo que: A peste, a fome e a guerra
constituíram os elementos mais
visíveis e terríveis do que se conhece
como a crise do século XIV. Como
consequência dessa crise, ocorrida na
Baixa Idade Média, sendo que o
processo de centralização e
concentração do poder político
intensificou-se até se tornar absoluto,
no início da modernidade;
38. Quando retornavam das cruzadas, muito
cavaleiros saqueavam cidades no oriente. O
material proveniente destes saques (jóias, tecidos,
temperos, etc) eram comercializados no caminho.
Foi neste contexto que surgiram as rotas
comerciais e as feiras medievais. A saída dos
muçulmanos do mar Mediterrâneo também
favoreceu o renascimento comercial.
39. Foi neste contexto que começou a surgir
uma nova camada social: a burguesia.
Dedicados ao comércio, os burgueses
enriqueceram e dinamizaram a economia no
final da Idade Média. Esta nova camada
social necessitava de segurança e buscou
construir habitações protegidas por muros.
Surgia assim os burgos que, com o passar do
tempo, deram origem a várias cidades
(renascimento urbano).