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GUIA DA
GESTANTE
PARA O
VISITADOR
7
8
7ª edição, 2018
© 2003, Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul
Copyright©2012 by Governo do Estado do Rio Grande do Sul
É permitida a reprodução parcial desta publicação desde que citada
a fonte.
Tiragem: 8.200 exemplares
Revisão Técnica:
Cleci de Souza Lima Martins, Janine Garcia Serafim, Joana
Finkelstein Veras, Lacy Maria da Silva Pires, Letícia Ratkiewicz
Boeira, Raquel Peter Maldaner, Rosana Nobre Santos, Sandra
Silveira Nique da Silva, Vera Suzana Athayde Paz
Diagramação:
Alex Boschetti - Erechim Artes Graficas
Capa e Ilustrações:
Márcio da Silva Morais, Rachel Silvestri Morais e
Márlio Esmeraldo Ribeiro
Revisão Ortográfica:
Alex Boschetti | Erechim Artes Gráficas
Dados Técnicos:
Alex Boschetti | Erechim Artes Gráficas
R585g Rio Grande do Sul. Secretaria da Saúde. Programa Primeira
Infância Melhor.
Guia da Gestante para o Visitador. – Porto Alegre : Erechim
Artes Gráficas ltda, 2018.
92 p. – ISBN:0978-85-907465-1-5
1. Saúde da mulher. 2. Saúde infantil. 3. Políticas públicas de saúde - Rio
Grande do Sul. I. Programa Primeira Infância Melhor. II. t.
CDU 613.9-055
CDU 614
Catalogação elaborada pela Biblioteca da Secretaria da Administração e dos
Recursos Humanos/SARH. Bibliotecária responsável: Adriana Arruda Flores,
CRB10-1285.
2 | Primeira Infância Melhor
4 | Primeira Infância Melhor
Revisão Técnica Atualizada Programa Primeira Infância Melhor
Cleci de Souza Lima Martins, Janine Garcia Serafim, Joana Finkelstein Veras
Lacy Maria da Silva Pires, Leonel Tozzi, Letícia Ratkiewicz Boeira,
Rosana Nobre Santos, Sandra Silveira Nique da Silva,
Vera Suzana Athayde Paz.
Seção de Saúde da Criança e Adolescente
Andrea Leusin de Carvalho, Marília Ache Carlotto Brum Santos
Seção de Saúde da Mulher
Gabriela Machado, Gisleine Lima da Silva
Maura Belomé da Silva
Nadiane de Albuquerque Lemos
Seção de Controle de DST/AIDS
Aline Coletto Sortica, Bianca Bicca Franco
Marina Gabriela Prado Silvestre
Seção de Saúde Bucal
Andressa Schrank, Marina Noronha
Política de Alimentação e Nutrição
Deise Valerio Vetromilla
Maísa Beltrame Pedroso
Maria Alice Vieira Lantmann
Seção de Saúde do Homem
Carlos Antônio da Silva
Helen Barbosa dos Santos
Seção de Saúde da População Negra
Carlos Roberto Góes
Programa Estadual para a Prevenção e o Controle das
Hepatites Virais DVE/CEVS/SES
Danielle Pinheiro Müller
Guia da Gestante para o Visitador | 5
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................8
1 GESTAÇÃO...................................................................................11
1.1 O PAPEL DA FAMÍLIA ..............................................................11
1.2 O PAPEL DO VISITADOR .........................................................13
2 ALTERAÇÕES CORPORAIS MAIS COMUNS NA MULHER
GRÁVIDA.........................................................................................14
3 PERÍODOS GESTACIONAIS........................................................18
4 A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL.............................................23
5 ALIMENTAÇÃO ...........................................................................24
Dez Passos para a Alimentação Saudável das Gestantes ..............26
6 SAÚDE BUCAL.............................................................................32
7 FORMAS DE ATENDIMENTO À GESTANTE NO PROGRAMA
PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR....................................................34
7.1 Modalidades de Atenção........................................................34
7.2 Modalidade de Atenção Individual à Gestante ......................34
7.3 Modalidade de Atenção Grupal à Gestante ...........................35
7.4 Visitas de Acompanhamento.................................................35
7.5 Reunião Comunitária ............................................................36
7.6 Atividade Comunitária ..........................................................36
8 GESTANTES QUE NECESSITAM DE MAIORES CUIDADOS
E OS FATORES DE RISCO..............................................................36
8.1 Gestantes Adolescentes.........................................................39
8.2 Gestantes com mais de 35 anos ............................................40
8.3 Gestantes Negras...................................................................41
8.4 Gestantes com Doença Falciforme e Outras
Hemoglobinopatias .....................................................................41
8.4.1 Gestante e Doença Falciforme.......................................43
8.4.2 Criança e Doença Falciforme.........................................43
8.5 Gestantes Indígenas ..............................................................43
8.6 Gestantes com Depressão .....................................................44
6 | Primeira Infância Melhor
8.7 Gestantes com Doenças Sexualmente Transmissíveis
DSTs/Infecções Sexualmente Transmissíveis ISTs.......................45
8.7.1 Gestantes e HIV/AIDS ..................................................46
8.7.2 Gestantes e Sífilis ..........................................................49
9 GESTANTES COM DEFICIÊNCIA ...............................................50
10 SITUAÇÕES QUE REQUEREM ATENÇÃO ESPECIAL ............55
11 CUIDADOS DURANTE A GESTAÇÃO .....................................56
11.1 Atividades Físicas ................................................................56
11.2 Atividades Sexuais...............................................................58
11.3 Bebidas Alcoólicas...............................................................59
11.4 Fumo e Outras Drogas ........................................................59
11.5 Tintura de Cabelo................................................................59
11.6 Medicamentos .....................................................................59
11.7 Café/Bebidas com Cafeína...................................................60
11.8 Plantas Medicinais/Chás .....................................................60
12 PARTO.........................................................................................60
12.1 PARTO NORMAL ...............................................................60
12.2 CESÁREA............................................................................61
13 PÓS-PARTO ................................................................................62
13.1 PUERPÉRIO........................................................................62
13.2 Orientações que o Visitador deve repassar à gestante |
Informações sobre os Primeiros Cuidados com o Bebê |
Puericultura.................................................................................64
13.2.1 Aspectos e necessidades comuns ao recém-nascido:.....64
13.2.2 Cuidados com o Coto Umbilical:.................................65
13.2.3 Alimentação do Bebê:..................................................66
13.2.4 Higiene do Bebê...........................................................66
13.3 Depressão Pós-parto ou Sofrimento Psíquico
Materno Pós-parto.......................................................................67
14 AMAMENTAÇÃO.......................................................................69
14.1 Importância da “posição” e “pega”......................................72
14.2 Problemas da mama durante a amamentação ....................73
14.2.1 Fissura .........................................................................73
14.2.2 Ingurgitamento............................................................73
Guia da Gestante para o Visitador | 7
14.2.3 Mastite.........................................................................75
14.3 Situações que podem levar o bebê a recusar o peito ...........76
14.4 Como esgotar as mamas manualmente?.............................76
14.5 Orientações para armazenamento do leite retirado ............77
14.6 Alimentação com copinho .................................................. 77
14.7 Problemas que podem surgir com o uso do bico
artificial e/ou chupeta ............................................................... 78
15 TRIAGEM NEONATAL ..............................................................78
16 DIREITOS ...................................................................................80
16.1 Direitos Trabalhistas............................................................80
16.2 Direitos Sociais....................................................................80
16.3 Gestantes adolescentes também têm seus direitos
Decreto-Lei nº 1044 de 1969 e Lei nº 6.202 de 1975 .................82
16.4 Direitos nos Serviços de Saúde ...........................................82
16.5 Lei da vinculação para o parto.............................................82
16.6 Gestante e bebê sempre têm direito à vaga.........................83
16.7 Lei do direito a acompanhante............................................83
16.8 Promoção da Acessibilidade ................................................83
16.9 Privação de Liberdade..........................................................83
16.10 Garantia de acesso às políticas de saúde ...........................84
16.11 Registro Civil.....................................................................84
17 AO VISITADOR ..........................................................................86
18 REFERÊNCIAS ...........................................................................87
8 | Primeira Infância Melhor
INTRODUÇÃO
O Primeira Infância Melhor – PIM, política pública do governo
do Estado do Rio Grande do Sul, implantada em 2003, é uma ação
transversal de promoção do desenvolvimento na primeira infância e
fortalecimento da Atenção Básica em Saúde. Integra o Departamento
de Ações em Saúde – DAS, que coordena as políticas de saúde do Rio
Grande do Sul por meio dos eixos da Gestão, Atenção Básica, Ciclos
Vitais e Transversalidades.
O PIM tem como objetivo orientar as famílias, a partir de sua cul-
tura e experiências, para que promovam o desenvolvimento integral de
suas crianças, desde a gestação até os cinco anos, onze meses e vinte e
nove meses de idade.
A promoção do desenvolvimento infantil adequado, é uma neces-
sidade e um direito de toda criança, constituindo-se em um desafio
para a sociedade. Nesse sentido, torna-se necessária a divulgação e a
orientação às famílias sobre o modo como podem ser auxiliadas no
seu dia a dia. O que se pretende é que esta se torne uma prática real e
efetiva no cuidado, proteção e educação das crianças, para garantia de
seu desenvolvimento.
Fundamentado pelas principais leis que regulamentam a proteção
à infância no País, esta política enfoca as principais referências para a
educação e o desenvolvimento integral da criança. Tem um papel fun-
damental, expresso na própria Constituição Brasileira de 1988, no seu
artigo 227, que afirma: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegu-
rar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde,
à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-
-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão”. Contudo, os pais e responsáveis pela criança, mui-
tas vezes, necessitam de um suporte, de modo a se sentirem fortaleci-
dos em suas competências e no desempenho de seus papéis.
O Marco Legal da Primeira Infância, Lei 13.257/03/2016, por sua
vez, estabelece princípios e diretrizes para a formulação e a implemen-
tação de políticas públicas para a primeira infância em atenção à espe-
cificidade e à relevância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento
Guia da Gestante para o Visitador | 9
infantil e no desenvolvimento do ser humano.
Para o UNICEF “as competências familiares são entendidas como o con-
junto de conhecimentos, práticas e habilidades necessárias para promover a so-
brevivência, o desenvolvimento, a proteção e a participação das crianças. En-
volvem, desde a preparação adequada antes do nascimento, até a estimulação
psicossocial da criança, o seu desenvolvimento cognitivo e a capacidade de iden-
tificar sinais de doença e tomar providências necessárias, assim como a promoção
da paz e a prevenção da violência”.
Estas referências legais vêm ao encontro da meta que norteia o
Primeira Infância Melhor, que elege a Família como um de seus pila-
res fundamentais. Neste contexto, cabe à sociedade e à família, com o
apoio de políticas públicas afins, promoverem um ambiente favorável
ao pleno desenvolvimento da criança, desde a gestação, contribuindo,
inclusive, para seu processo de socialização.
No entanto, a realidade mostra que muitas crianças ainda são ges-
tadas com cuidados precários de pré-natal ou sem estes. O aumento
precoce dos casos de negligência e as diversas formas de abuso, fazem
parte das ocorrências do cotidiano. As consequências da exposição do
bebê aos riscos é o aumento de vulnerabilidades. Estas, sejam de ordem
física ou psíquica, podem resultar em dificuldades socioemocionais e/
ou outras limitações. A falta de conhecimento e compreensão sobre o
que acontece no período da gestação, por parte da maioria das famílias
que vive em condições adversas, aumenta a morbimortalidade infantil.
A cada ano surge um número maior de crianças em condições de risco
para o seu desenvolvimento, ferindo-lhes os direitos garantidos pelo
Marco Legal da Primeira Infância.
Por outro lado, inúmeras pesquisas nas áreas da medicina, psicolo-
gia e neurociências, além da própria experiência da gestação, nos mos-
tram que o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê pode ser formado mes-
mo antes do nascimento. Muitas vezes, até antes da própria concepção
da criança, através da decisão e vontade de seus pais.
A partir disso torna-se fundamental:
1. Garantir o cuidado às gestantes através da qualificação do pré-natal.
2. Providenciar o cuidado e a proteção integral da criança através da
atenção às famílias, reconhecendo nestas o grande potencial que
têm na prevenção e, sobretudo, na promoção de vida saudável para
todos.
3. Incentivar a prática do estímulo para o crescimento e desenvolvi-
mento integral da criança. Atenção, carinho e proteção devem fazer
10 | Primeira Infância Melhor
parte da responsabilidade de todos para com a infância, contribuin-
do para uma vida saudável e feliz.
A gravidez é um acontecimento especial e ao mesmo tempo natural
na vida da mulher, mas ainda hoje é vivenciado com dúvidas e tabus.
Neste período ela passa por importantes transformações, tanto físicas,
quanto emocionais. Apoio e orientações são fundamentais e podem
contribuir para a promoção do vínculo da mãe com o seu bebê.
Mesmo quando a gestação é programada e desejada, inseguran-
ças podem surgir, além de medos e ansiedades. Durante nove meses,
o corpo feminino desenvolve um complexo sistema biológico, gerando
modificações físicas, acompanhadas de descobertas emocionais, o que
exige adaptações da família e no ambiente de trabalho. Tais questões de-
vem chegar ao conhecimento das famílias para que seja promovida uma
maior conscientização quanto ao seu papel, levando em conta as atribui-
ções paternas. O pai pode e deve participar ativamente, contribuindo de
modo significativo para o bem-estar da mãe e do bebê, além de ampliar
seu nível de envolvimento e responsabilidades para com as crianças.
O Guia da Gestante para o Visitador contém informações essen-
ciais sobre os períodos gestacionais, parto, amamentação, direitos da
gestante e da criança, saúde bucal e alimentação, entre outros. Tal cons-
trução foi possível a partir das experiências e conhecimentos de profis-
sionais de várias áreas relacionadas à atenção e cuidado nesta fase da
vida.
O acolhimento humanizado, o apoio e as informações qualificadas,
além do compromisso e a participação de todos, certamente favorece-
rão esse importante período que se chama Gestação. E, neste contexto,
ratifica-se uma vez mais a importância da presença atenciosa e habili-
tada do Visitador no acompanhamento de cada fase deste tempo. Seu
desempenho tem parte ativa nos processos de reconhecimento e desen-
volvimento das competências de cada família que atende.
Guia da Gestante para o Visitador | 11
1. GESTAÇÃO
A gestação é um período de intensas transformações físicas e emo-
cionais para a mulher. Essas mudanças podem gerar medos, dúvidas,
angústias, fantasias, ou simplesmente curiosidade em saber o que se
passa no interior de seu corpo.
O importante neste momento, é que a futura mãe possa sentir o
apoio e acolhimento pelo futuro pai e/ou por aqueles que convivem
com ela.
Os sentimentos e emoções se misturam para constituir o papel de
ser mãe no cuidar, proteger, ensinar, nutrir e acompanhar. A participa-
ção dos familiares, do companheiro e dos filhos é muito importante.
No caso das crianças, a vinda de um novo irmão pode gerar questiona-
mentos.
É essencial que o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê se inicie já
nos primeiros meses da gestação. Isso proporcionará ao bebê e à mãe,
bem-estar emocional, estreitando a relação e fortalecendo os laços pa-
rentais.
1.1 O PAPEL DA FAMÍLIA
A notícia da gravidez e o processo de gestação constituem situa-
ções muito importantes para a mulher, o homem e seus familiares mais
próximos.
Hoje, é muito comum encontrarmos uma nova estrutura familiar,
não mais composta somente pelo pai, mãe e filho. Como por exemplo,
crianças adotadas, criadas por avós, mães ou pais solteiros, homosse-
xuais, padrastos, madrastas e outros. Enfim, família é o conjunto de
pessoas que moram sob o mesmo teto.
Nos dias atuais, o preconceito em relação às novas estruturas fami-
liares diminuiu consideravelmente. A sociedade e a família, em geral,
aceitam com mais facilidade os novos modelos, independentemente de
quem seja cuidador.
Deve-se salientar um aspecto que não mudou, mas apenas des-
cobriu-se que é cada vez mais essencial: o papel da família, o afeto e a
saúde da mãe e do bebê durante e após o período gestacional.
Logo no primeiro trimestre, o bebê dá seus primeiros sinais de
interação com a família que já participa do seu desenvolvimento. À
medida que o bebê se desenvolve, ele vai distinguindo melhor o que
escuta e sente.
1
12 | Primeira Infância Melhor
Uma forma de antecipar o envolvimento emocional e a troca de
afeto entre pais e filho é a formação do vínculo afetivo, já durante a
gestação. O ideal é a estimulação sistemática, seja por meio de carinhos
na barriga, conversas ou cantigas.
Essa comunicação possui uma dimensão afetiva, e o bebê, com
suas possibilidades auditivas e de memória, positivas desde a vida fetal,
vai registrando tudo o que ocorre no meio externo.
Os movimentos que ele faz dentro do útero, ou deixa de fazer, re-
presentam um sinal do que ele quer manifestar. Decifrar as reações do
feto revela intimidade e começa a produzir confiança entre mãe e filho.
Assim, palavras ternas o tranquilizam, mas tristeza, angústia,
medo ou irritação, podem interferir no bem-estar do bebê. A comuni-
cação pode trazer conforto e alegria para a mãe, e serenidade ao bebê,
se o ambiente externo e familiar transmitir tranquilidade e confiança.
Muito antes de o bebê nascer, ele já é mencionado, referido em
conversas e idealizado pela mãe, por quem desempenha figura paterna
e demais familiares que aguardam a sua chegada.
A família tem o papel mais importante na estruturação do indiví-
duo. É o primeiro grupo a que
o bebê pertence. Dela depen-
dem as experiências negativas
ou positivas que irá vivenciar,
desde a gestação.
Como experiências positi-
vas fundamentais para a cons-
trução da identidade, e per-
sonalidade psicossocialmente
sadias, são apontados, entre
outros, o afeto, a valorização,
o incentivo e os limites que a
família promove e oferece para
suas crianças. Já as experiências negativas, como falta de afeto, desvalo-
rização, não reconhecimento, levam à frustração, à tristeza, à decepção.
Esses sentimentos desempenharão papel determinante na formação da
identidade e personalidade, pois com sentimentos de menos valia e
baixa autoestima, o indivíduo poderá ter dificuldades em suas relações
sociais, em sua capacidade de aprender, em seu potencial para enfrentar
desafios e assumir responsabilidades.
Portanto, a família é a via mais eficaz para o adequado desenvolvi-
mento das crianças. Crianças amadas e estimuladas terão suas capaci-
dades potencializadas e, consequentemente, serão adultos mais saudá-
veis, física e emocionalmente.
Guia da Gestante para o Visitador | 13
1.2 O PAPEL DO VISITADOR
Para a realização de um trabalho significativo e com resultados
positivos, o Visitador deve acompanhar a gestante de
maneira compreensiva e amigável mantendo o foco
de seu papel profissional. Respostas diretas e seguras
são importantes para o bem-estar da mãe e do bebê.
Para tanto, o Visitador deve conhecer as alterações
mais comuns e frequentes deste período, buscando
constantemente junto ao GTM e Monitor, o respal-
do e aprimoramento acerca da metodologia do PIM,
bem como de conhecimentos afins.
As observações destas alterações dar-se-ão no
momento da Modalidade Grupal, Individual e Vi-
sitas de Acompanhamento.
Todos os esclarecimentos feitos no decorrer
deste guia quanto aos aspectos da gestação, de-
vem ser alvo do trabalho dos Visitadores, atra-
vés das Modalidades de Atenção.
“Quando os pais participam do
desenvolvimento dos seus filhos, as crianças
não só se tornam fisicamente mais saudáveis, como
também mentalmente mais perspicazes e emocionalmente
seguras”. (Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNI-
CEF. Situação da Infância Brasileira 2001, p22. Brasília:
Editora Cross Content Comunicação Integrada,
2001. p.22).
14 | Primeira Infância Melhor
I . ALTERAÇÕES CORPORAIS MAIS
COMUNS NA MULHER GRÁVIDA
@ Cansaço nos primeiros meses da gravidez é um sintoma normal,
porém, se o cansaço for excessivo, ou se for acompanhado de desmaios,
palidez ou palpitações, é importante que a gestante seja orientada a
procurar o seu pré-natalista;
@ Calor excessivo e transpiração é uma sensação que a gestante
pode sentir, principalmente, nos últimos meses da gravidez. É provoca-
da pelo aumento do nível hormonal e faz com que a gestante tenha uma
maior transpiração, principalmente à noite;
@ Dores nas costas surgem à medida que o útero e o bebê crescem e
ocorrem mudanças de postura para acomodar o peso;
@ Mudanças nos seios, ocasionadas pelas altas taxas de hormônios,
que aumentam a sensibilidade e que, geralmente, diminuem no segun-
do trimestre. Algumas mulheres observam os mamilos ficarem mais
escuros e as veias mais visíveis;
@ Prisão de ventre, pois o intestino torna-se “preguiçoso”, primeiro
pela alteração dos níveis hormonais e depois devido à pressão sobre o
reto;
@ Hemorroidas, que são veias varicosas dentro e em volta do reto,
que podem provocar coceira, dor e, em alguns casos, sangramento;
@ Câimbras são comuns, especialmente no segundo e terceiro se-
mestres da gestação. Geralmente se manifestam à noite, principalmen-
te nos pés, na “panturrilha” (barriga da perna) e nas coxas. São espas-
mos musculares que causam dor e são provocados por uma carência de
cálcio, potássio e outros sais minerais. Alterações nos dentes e gengiva,
ligadas ao aumento dos hormônios, bem como ao volume aumentado
de sangue, podem causar inchaço na boca e sangrar com mais facilida-
de;
@ Mudanças na pele devido a alteração dos níveis hormonais, que
surgem em regiões como aréola, parte interna das coxas, linha Alba
(risco escuro que vai do abdômen ao púbis) cloasma ou “máscara da
gravidez”(pigmentação da face). Também podem surgir estrias, princi-
palmente em gestantes muito jovens ou com grande aumento de peso;
2
Guia da Gestante para o Visitador | 15
@ Varizes podem ocorrer durante a gestação, devido ao alto volume
sanguíneo nas veias das pernas;
@ O fato de urinar com frequência pode estar relacionado à pressão
do útero sobre a bexiga;
@ No primeiro trimestre é comum que ocorram enjoos, principal-
mente pela manhã e estão relacionados a alterações hormonais ou fa-
tores emocionais;
@ A “revolução hormonal” é responsável pela diminuição do ritmo
digestivo e pelo relaxamento da válvula que separa o esôfago do estô-
mago, provocando azia, mal-estar, refluxo, dor no estômago e indiges-
tão;
@ No segundo trimestre, a gestante já se sente mais disposta e cheia
de energia. Nesta fase, o bebê está totalmente formado, a barriga co-
meça a aparecer e os enjoos tendem a desaparecer. Nesses três meses o
ganho de peso pode ser maior, podendo exigir maior controle do apetite
por parte da gestante;
@ Durante os primeiros meses da gravidez é normal ter problemas
de sonolência, ocasionadas pelas alterações hormonais, principalmente
durante o dia e após as refeições, que tendem a desaparecer no início
do segundo trimestre. A gestante poderá adormecer com facilidade nas
horas mais impróprias e durante a noite passar horas em claro;
@ Durante o primeiro e também no último trimestre de gravidez,
a gestante poderá sofrer náuseas, acidez e azia, entre outros sintomas
que podem prejudicar a alimentação.
Orientações que o Visitador deve repassar à gestante
@ O cansaço costuma aparecer nas primeiras e últimas semanas da
gravidez. Quando este for excessivo ou acompanhado de desmaios,
palidez ou palpitações, a gestante deve ser orientada a consultar com
o médico e procurar manter a calma, o que tranquilizará, também, o
bebê;
@ Para reduzir o incômodo causado pelo calor e suores excessivos a
gestante poderá tomar banhos durante o dia, vestir roupas leves e be-
ber água, para repor o líquido que o organismo elimina na transpiração;
16 | Primeira Infância Melhor
@ Para aliviar e combater as dores nas costas, a gestante deverá con-
trolar o excesso de peso, evitar o uso de sapatos com salto alto, pro-
curar manter uma postura mais ereta e evitar permanecer em pé por
muito tempo;
@ Um dos problemas relacionados com o sistema circulatório da
gestante, diz respeito à formação de varizes. Para que o aparecimento
destas seja evitado, o melhor é a prevenção, principalmente se a mulher
tiver outras gestações, porque as varizes tendem a piorar. Portanto, o
que pode ser feito, é controlar o aumento excessivo de peso, evitar per-
manecer muito tempo de pé e, ao sentar-se, elevar as pernas e deixá-las
apoiadas em alguma almofada;
@ A sensação de desconforto e/ou sensibilidade provocadas pelo
crescimento dos seios durante a gestação, poderá ser amenizada com o
uso de um sutiã mais adequado, que dê maior sustentação;
@ A prisão de ventre, tão comum no período gestacional, pode ser
amenizada se a gestante incluir em seu cardápio, uma alimentação rica
em fibras, com frutas, verduras e cereais integrais; tomar muita água e,
se possível, praticar caminhadas de forma moderada, conforme orien-
tação da equipe de saúde;
@ Para prevenir as hemorroidas, repetem-se as orientações que são
dadas para a prisão de ventre, ou seja, uma dieta saudável, com inges-
tão de fibras, beber bastante líquido, principalmente água. Evitar ficar
em pé ou sentada por tempo prolongado;
@ As câimbras, na maioria das vezes, podem ser aliviadas flexionan-
do o pé ou tornozelo e esticando a perna, no caso de câimbra nas coxas.
O uso de meias elásticas durante o dia, poderá auxiliar no combate às
câimbras;
@ Visitas regulares ao dentista são importantes;
@ Para amenizar os problemas de pele que surgem na gestação, a
melhor atitude é a ingestão de muita água. A água é um excelente hi-
dratante da pele;
@ Para as náuseas e enjoos, existem algumas orientações para tentar
aliviá-las, como evitar frituras, gorduras e alimentos com cheiros fortes
ou desagradáveis; evitar consumir líquidos durante as refeições, dando
preferência à ingestão nos intervalos e em pequenas quantidades; inge-
rir alimentos sólidos como bolacha água e sal, antes de levantar-se pela
Guia da Gestante para o Visitador | 17
manhã; ingerir suco de limão, pois pode ajudar a controlar a náusea;
utilizar líquidos ou alimentos gelados para evitar o vômito; comer len-
tamente, mastigar bem os alimentos;
@ A gestante não deve permanecer grandes períodos de tempo sem
se alimentar, devendo fazer várias pequenas refeições ao dia. Entre as
refeições principais é indicado o consumo de frutas;
@ Nos casos de enjoo, dor de estômago e indigestão, é aconselhável
que a gestante evite usar roupas muito justas, que apertem a barriga.
Deve comer lentamente e mastigar bem os alimentos, controlar o au-
mento de peso, evitar fumo e álcool;
@ Dormir bem é importante e ao levantar, fazê-lo de modo lento;
@ Elevar a cabeceira da cama de 10 a 15 centímetros, pode auxiliar
na redução do refluxo;
@ Para amenizar a falta de ar e dificuldade para respirar, a gestante
deve evitar lugares com pouca ventilação e esforços físicos excessivos;
fazer repouso durante o dia e, ao deitar-se, erguer a cabeça com traves-
seiros ou almofadas, para facilitar a respiração;
@ O uso de medicamentos orais (comprimidos), de uso externo (po-
madas) ou até mesmo complexos vitamínicos, só poderá ser realizado
com orientação médica, evitando os riscos e problemas que podem re-
sultar do uso indevido de medicamentos, tanto para a gestante, quanto
para o bebê.
18 | Primeira Infância Melhor
I. PERÍODOS GESTACIONAIS
3
1º
TRIMESTRE
-
ATÉ
15
SEMANAS
DE
GESTAÇÃO
ALTERAÇÕES
FISIOLÓGICAS
E
EMOCIONAIS
DA
GESTANTE
ORIENTAÇÕES
À
GESTANTE
DESENVOLVIMENTO
DO
BEBÊ
Importante:
A
gestante
pode
apresentar
os
sinais
e
sintomas
descritos
a
seguir:
1.
Ausência
da
menstruação.
2.
Cansaço
e
sonolência.
3.
Modifi
cações
no
seio
(inchaço,
sensação
de
adormecimento,
formigamento,
escurecimento
das
auréolas,
aparecimento
de
pequenas
veias
de
cor
azul
sob
a
pele,
devido
ao
aumento
de
irrigação
sanguínea
no
seio).
4.
Náusea,
vômitos
e
salivação
excessiva.
5.
Azia
e
difi
culdade
de
digestão.
6.
Repulsa
ou
desejo
por
certos
alimentos.
7.
Vontade
de
urinar
com
frequência.
É
comum
a
gestante
demonstrar
instabilidade
emocional
como:
irritabilidade,
mudanças
repentinas
de
humor,
vontade
de
chorar,
apreensão,
medo,
alegria
e
excitação.
1.
Um
dos
primeiros
sinais
da
gestação
é
a
ausência
da
menstruação.
Se
houver
eventual
sangramento,
a
gestante
deverá
entrar
em
contato
com
o
seu
médico.
2.
O
cansaço
e
a
sonolência
podem
surgir
em
qualquer
período
da
gestação.
Quando
este
for
excessivo
ou
acompanhado
de
desmaios,
palidez
ou
palpitações,
é
importante
que
a
gestante
seja
orientada
a
procurar
o
médico.
Orientá-la
para
manter-se
calma,
tranquilizará
também
o
bebê.
3.
Os
seios
continuarão
a
crescer
durante
toda
a
gestação.
Para
evitar
ou
amenizar
a
sensação
de
desconforto
e/ou
sensibilidade,
faz-se
necessário
o
uso
de
um
sutiã
que
dê
maior
sustentação
a
estes.
4.
Para
situações
de
náuseas
ou
enjoos,
existem
algumas
orientações
para
tentar
aliviá-las,
como:
evitar
frituras,
gorduras
e
alimentos
com
cheiros
fortes
ou
desagradáveis;
ingerir
alimentos
sólidos
como
bolacha
água
e
sal,
antes
de
levantar-se
pela
manhã;
ingerir
suco
de
limão,
pois
pode
ajudar
a
controlar
a
náusea;
utilizar
líquidos
ou
alimentos
gelados
para
evitar
o
vômito;
comer
lentamente
e
mastigar
bem
os
alimentos
e
evitar
consumir
líquidos
durante
as
refeições,
dando
preferência
à
ingestão
nos
intervalos
e
em
pequenas
quantidades.
5.
Nos
casos
de
enjoos,
dor
de
estômago
e
indigestão
é
aconselhável
que
a
gestante
evite
usar
roupas
muito
justas
que
apertem
a
barriga.
Deve
comer
lentamente
e
mastigar
bem
os
alimentos;
controlar
o
aumento
de
peso;
evitar
fumo
e
álcool
e,
ao
deitar-se,
levantar
o
travesseiro
de
10
a
15
centímetros
para
manter
a
cabeça
mais
elevada.
6.
O
sistema
digestivo
das
mulheres
grávidas
sofre
com
a
azia,
além
das
difi
culdade
de
digestão,
pois
à
medida
que
o
bebê
vai
crescendo
e
aumentando
de
peso,
o
útero
aumenta
de
tamanho
e
comprime
o
sistema
digestivo.
7.
No
primeiro
e
último
trimestres
da
gravidez,
a
maior
parte
das
gestantes
urina
com
mais
frequência
devido
a:
=
alterações
hormonais;
=
maior
volume
de
líquidos
corpóreos
a
serem
fi
ltrados
pelos
rins;
=
compressão
feita
pelo
útero,
que
começa
a
aumentar
de
tamanho,
pressionando
a
bexiga;
=
aumento
da
atividade
renal.
Próximo
ao
fi
m
da
4ª
semana,
o
bebê
é
uma
minúscula
sementinha,
menor
que
um
grão
de
arroz,
com
aproximadamente
5
milímetros.
Nas
duas
próximas
semanas,
iniciará
a
formação
do
tubo
neural
(do
qual
derivam
o
cérebro
e
a
medula),
do
coração,
do
aparelho
digestivo,
dos
olhos,
das
orelhas,
dos
braços
e
pernas.
A
partir
da
5ª
semana
de
gestação,
o
embrião
apresenta
um
formato
oval,
parecendo-se
mais
com
um
corpo.
Consegue-se
perceber
em
uma
extremidade,
a
formação
do
cérebro
e
no
resto,
a
formação
da
estrutura
corporal
e
dos
membros.
É
neste
período
que
o
coração
do
bebê
começará
a
bater,
e
surgem
os
delineamentos
dos
olhos,
das
orelhas,
da
boca
e
da
cavidade
nasal.
Está
se
formando
o
saco
amniótico
(juntamente
com
o
líquido
amniótico)
que
tem
a
função
de
envolver
o
feto
e
protegê-lo
por
toda
a
gravidez.
Neste
período
também
ocorre
a
formação
dos
dedos
e
a
defi
nição
da
estrutura
esquelética,
inicialmente,
com
a
cartilagem
e,
mais
tarde,
com
os
ossos.
Também
há
a
formação
dos
órgãos
genitais
e
do
aparelho
digestivo.
Entre
a
9ª
e
a
10ª
semanas,
a
cabeça
do
feto
já
está
bem
delineada,
parecendo
desproporcional
em
relação
ao
resto
do
corpo.
Neste
período,
formam-se
as
pálpebras
que
irão
proteger
os
globos
oculares.
O
sistema
circulatório
e
urinário,
além
de
outros
órgãos,
já
estão
funcionando.
Os
órgãos
genitais
já
se
desenvolveram
e
os
contornos
do
rosto
já
estão
modelados.
No
fi
nal
da
10ª
e
11ª
semanas,
aparecem
sob
a
derme
as
terminações
nervosas,
e
o
feto
já
consegue
reconhecer
os
sons
maternos
da
circulação
sanguínea,
respiração
e
dos
batimentos
cardíacos.
Os
músculos
e
as
articulações
permitem
ao
feto
realizar
seus
primeiros
movimentos.
Na
ponta
dos
dedos
se
visualizam
as
unhas,
e
ele
começa
a
se
movimentar
bastante.
Suas
mãozinhas
e
pezinhos
estão
em
contínuos
movimentos
de
abrir
e
fechar.
Também
já
pratica
a
sucção,
engolindo
líquidos
a
sua
volta.
Próximo
ao
fi
nal
da
12ª
semana,
o
feto
já
aumentou
de
tamanho,
chegando
a
medir
cerca
de
6,2
a
7,5
centímetros
e
pesa,
aproximadamente,
de
14
à
18
gramas
Na
13ª
semana,
a
barriga
da
gestante
começa
a
aparecer,
pois
o
útero
já
ocupa
a
parte
superior
da
pelve.
A
partir
da
14ª
semana,
todos
os
órgãos
internos
do
feto
estão
com
suas
estruturas
principais
já
formadas.
O
fígado
começa
a
produzir
o
primeiro
suco
gástrico,
e
os
rins
iniciam
a
produção
de
urina,
que
é
diluída
e
formada,
basicamente,
de
líquido
amniótico.
Guia da Gestante para o Visitador | 19
2º
TRIMESTRE
–
15
À
28
SEMANAS
DE
GESTAÇÃO
ALTERAÇÕES
FISIOLÓGICAS
E
EMOCIONAIS
DA
GESTANTE
ORIENTAÇÕES
À
GESTANTE
DESENVOLVIMENTO
DO
BEBÊ
Importante:
A
gestante
pode
apresentar
todos
ou
somente
alguns
dos
sinais
e
sintomas
descritos
a
seguir,
além
de
alguns
que
iniciaram
no
trimestre
anterior.
1.
Modifica
a
pigmentação
da
pele,
abdômen
e
rosto.
2.
Prisão
de
ventre.
3.
Dores
nas
costas.
4.
Câimbras
nas
pernas,
coxas
e
pés.
5.
Possível
inchaço
dos
tornozelos
e
dos
pés
e,
às
vezes
também
das
mãos.
6.
Surgimento
de
algumas
veias
varicosas
e/ou
hemorroidas.
7.
Aumento
da
umidade
vaginal
(leucorreia).
8.
Sensação
de
coceira
no
abdômen.
9.
Congestão
nasal
e
sensação
de
entupimento
do
ouvido.
10.
Aumento
da
pulsação
(frequência
cardíaca).
11.
Azia
e
dificuldade
de
digestão.
12.
Possíveis
dores
de
cabeça,
eventualmente,
desmaios
e
tontura.
13.
Grande
aumento
do
apetite.
14.
Algumas
gestantes,
principalmente
as
mais
magras,
poderão
sentir
no
final
do
4°
mês
de
gestação,
leves
movimentos
do
bebê.
15.
Movimentos
fetais
cada
vez
mais
intensos
no
final
deste
trimestre.
16.
Sensação
de
dormência
na
parte
baixa
do
ventre.
17.
Na
20ª
semana,
a
gestante
poderá
apresentar
maior
instabilidade
emocional,
podendo,
de
vez
em
quando,
sentir
irritação
e
algumas
mudanças
de
humor,
tendo
um
sentido
mais
amplo
de
aceitação
da
realidade
de
“estar
grávida”
e
períodos
de
distração.
1.
Para
amenizar
os
problemas
de
pele
que
surgem
na
gestação,
o
ideal
é
a
ingestão
de
muita
água.
A
água
é
um
excelente
hidratante
da
pele.
Também
é
indicado
para
que
a
gestante,
ao
se
expor
ao
sol,
utilize
protetor
solar.
2.
A
prisão
de
ventre,
tão
comum
no
período
gestacional,
pode
ser
amenizada
se
a
gestante
incluir,
em
seu
cardápio,
uma
alimentação
rica
em
fibras,
frutas
e
verduras;
tomar
muita
água
e,
se
possível,
praticar
caminhadas
de
forma
moderada,
conforme
orientação
médica.
3.
Para
aliviar
e
combater
as
dores
nas
costas,
a
orientação
é
que
haja
um
controle
do
aumento
do
peso;
evitar
o
uso
de
sapatos
com
salto
alto;
manter
uma
postura
mais
ereta,
evitar
fi
em
pé
por
muito
tempo
e
não
levantar
peso.
4.
As
câimbras,
na
maioria
das
vezes,
podem
ser
aliviadas
flexionando
os
pés
ou
tornozelos.
Esticar
a
perna
no
caso
de
câimbra
nas
coxas.
Usar
meias
elásticas
durante
o
dia,
pode
ser
um
hábito
que
irá
auxiliar
no
combate
às
câimbras
.
5.
Para
evitar
os
inchaços
nos
tornozelos
e
pés,
as
peças
de
vestuário
devem
ser
largas,
tanto
na
volta
da
cintura,
quanto
nas
pernas.
Do
mesmo
modo,
usar
meias
elásticas
ou
repousar
com
frequência
com
as
pernas
ao
alto,
de
preferência
inclinada
para
o
lado
esquerdo,
costuma
reduzir
o
edema.
6.
Para
prevenir
as
hemorroidas,
repetem-se
as
orientações
que
são
dadas
para
a
prisão
de
ventre,
ou
seja:
dieta
balanceada,
com
ingestão
de
fibras,
evitar
alimentos
picantes,
beber
bastante
líquido,
principalmente
água;
evitar
ficar
em
pé
por
tempo
prolongado
ou
permanecer
tempo
demais
sentada.
7.
Observa-se
um
aumento
no
fluxo
vaginal
durante
a
gravidez,
também
devido
ao
aumento
dos
hormônios.
O
colo
uterino
produz
uma
secreção
aumentada
de
muco,
que
é
responsável
pela
sensação
de
umidade
vaginal.
Mudanças
na
coloração
desse
muco,
ou
alterações
como
coceira
vaginal
ou
odor
fétido
devem
ser
comunicadas
à
equipe
de
saúde,
para
que
esta
oriente
o
tratamento
correto.
8.
A
maioria
das
gestantes,
com
o
passar
dos
meses,
começa
a
sentir
coceiras
em
várias
partes
do
corpo,
mas
principalmente
no
abdômen.
Oriente
a
gestante
para
passar
um
creme
hidratante
em
sua
pele
todos
os
dias,
para
combater
o
ressecamento
natural
causado
pelo
estiramento
da
pele.
Entre
a
15ª
e
a
16ª
semanas,
os
contornos
do
rosto
do
bebê
estão
melhor
definidos
com
a
formação
da
boca.
A
pele
que
vai
se
formando
é
lisa
e
transparente,
e
os
primeiros
cabelos
começam
a
aparecer.
Como
o
bebê
engole
muito
líquido
amniótico,
às
vezes
ele
pode
ter
soluços
e
também
poderá
ser
visto
chupando
o
polegar.
Neste
período,
a
produção
de
células
nervosas
acelera-
se,
e
as
estruturas
musculares
e
ósseas
prosseguem
em
seu
desenvolvimento,
fazendo
com
que
ele
comece
a
se
movimentar
mais
dentro
do
útero
materno.
Para
a
maioria
das
mulheres
esse
é
o
período
em
que
sentirão
o
bebê
mexer
pela
primeira
vez.
Ao
final
do
4°
mês,
o
bebê
mede,
em
média,
de
10
a
12
centímetros
e
seu
peso
pode
chegar
a
aproximadamente
200
a
220
gramas.
Ao
redor
da
20ª
semana,
poderá
ser
realizada
uma
ecografia
ou
ultrassom
para
verificar
a
saúde
do
bebê.
Neste
exame
já
é
possível
identificar
o
seu
sexo.
Nessa
etapa,
os
movimentos
do
bebê
serão
cada
vez
mais
intensos.
O
bebê
começa
a
ter
um
maior
período
ativo
em
certos
períodos
do
dia,
intercalando
com
tempo
de
repouso.
A
pele
do
bebê,
forma
então,
a
chamada
vernix
caseosa
que
é
uma
película
de
gordura
sobre
ela
e
que
tem
a
finalidade
de
protegê-la.
Começam
a
surgir
os
pelos
que
irão
formar
os
cílios
e
as
sobrancelhas,
assim
como
os
cabelos.
O
bebê
começa
a
desenvolver
quatro
dos
cinco
sentidos:
audição,
olfato,
tato
e
paladar.
A
visão
será
o
último
dos
sentidos
a
se
desenvolver.
O
bebê
já
reage
a
estímulos
externos,
como
a
luz
e
a
música
e
também
percebe
os
ruídos
físicos
da
mamãe,
como
o
bater
do
seu
coração,
corrente
sanguínea
ou
os
gorgulhos
intestinais.
Agora
a
gestante
vai
começar
a
sentir:
chutes
e
cotoveladas.
Se
antes
sentia
uma
leve
vibração,
a
cada
semana
que
passa,
irá
sentir
os
movimentos
do
bebê
mais
intensamente.
Isso,
porque,
os
músculos
e
articulações
do
bebê
já
estão
mais
firmes
e
seu
tamanho
maior.
Já
é
possível
que
outras
pessoas
sintam
o
bebê
mexer
ao
colocar
a
mão
na
barriga
da
gestante.
Nesta
fase,
ele
começa
a
acumular
os
primeiros
depósitos
de
gorduras
sob
a
superfície
da
pele.
No
decorrer,
dos
próximos
meses,
o
bebê
crescerá
bastante,
podendo
aumentar
até
aproximadamente
25
centímetros
e
pesar
de
340
a
500
gramas.
Seu
corpo,
neste
período,
já
é
todo
bem
proporcional,
cabeça,
tronco
e
membros.
20 | Primeira Infância Melhor
2º
TRIMESTRE
–
15
À
28
SEMANAS
DE
GESTAÇÃO
ALTERAÇÕES
FISIOLÓGICAS
E
EMOCIONAIS
DA
GESTANTE
ORIENTAÇÕES
À
GESTANTE
DESENVOLVIMENTO
DO
BEBÊ
18.
Em
média,
durante
o
segundo
trimestre
de
gravidez,
a
gestante
deve
aumentar
aproximadamente
450
gramas
de
seu
peso
por
semana.
Ou
seja:
a
cada
mês
um
aumento
de
mais
ou
menos
2
quilos.
A
barriga,
agora,
já
deve
estar
bem
redondinha;
os
seios
poderão
já
estar
produzindo
um
pouco
de
colostro
(líquido
amarelado
e
opaco
segregado
para
glândula
mamária
durante
o
período
fi
nal
da
gravidez
e
os
primeiros
dias
depois
do
parto).
19.
No
fi
nal
deste
período,
poderá
haver
uma
certa
ansiedade
com
relação
ao
futuro.
20.
Se
estiver
controlando
o
ganho
de
peso,
deverá
ter
aumentado
entre
5
e
6
quilos,
aproximadamente.
Como
grande
parte
deste
ganho
de
peso
se
concentra
na
região
do
abdômen,
é
provável
que
sinta
mais
cansaço
e
algumas
dores
pelo
corpo.
9.
Orientar
a
gestante
que
a
congestão
nasal
resulta
das
elevadas
concentrações
do
hormônio
estrógeno.
10.
O
funcionamento
do
coração
também
se
altera
durante
a
gravidez
para
que
haja
um
volume
sufi
ciente
de
sangue
para
a
mãe
e
seu
bebê.
O
coração
precisa
realizar
um
esforço
maior,
o
que
torna
seus
batimentos
cardíacos
mais
frequentes.
11.
As
mulheres
grávidas
podem
apresentar
náuseas,
vômitos
e
azia,
além
de
difi
culdades
de
digestão,
pois
à
medida
que
o
bebê
vai
crescendo
e
aumentando
de
peso,
o
útero
aumenta
de
tamanho,
comprimindo
o
sistema
digestivo.
12.
As
tonturas
podem
acontecer
após
mudanças
bruscas
de
posição
e
também
quando
a
gestante
fi
car
por
períodos
prolongados
sem
alimentar-se.
Dores
de
cabeça
mais
frequentemente
estão
associadas
às
tensões,
confl
itos
e
temores,
entretanto
podem
estar
associadas
a
doenças
mais
graves.
Orientar
a
gestante
para
que
procure
uma
unidade
de
saúde,
ou
o
seu
médico,
caso
a
pressão
arterial
esteja
alterada
ou
esteja
passando
por
difi
culdades
psicoemocionais.
13.
O
aumento
de
apetite
é
natural,
isso
acontece
porque
a
mulher
precisa
de
uma
quantidade
maior
de
alimento
para
suprir
suas
necessidades
diárias
e
também
para
nutrir
o
bebê
em
formação.
14.
O
bebê
está
crescendo
e
se
posiciona
mais
para
baixo
na
pelve
da
mãe,
o
que
dá
uma
maior
sensação
de
compressão
no
baixo
ventre,
às
vezes,
acompanhada
de
possíveis
adormecimentos
no
local.
Ao
completar
seis
meses,
o
bebê
terá,
aproximadamente,
33
centímetros
e
700
gramas.
Provavelmente,
já
estará
assumindo
a
chamada
posição
fetal,
com
os
joelhos
próximos
ao
abdômen
e
os
braços
dobrados
no
peito.
Guia da Gestante para o Visitador | 21
3º
TRIMESTRE
–
MAIS
DE
28
SEMANAS
DE
GESTAÇÃO
ALTERAÇÕES
FISIOLÓGICAS
E
EMOCIONAIS
DA
GESTANTE
ORIENTAÇÕES
À
GESTANTE
DESENVOLVIMENTO
DO
BEBÊ
Importante:
A
gestante
pode
apresentar
todos,
ou
somente,
alguns
dos
sinais
e
sintomas
descritos
a
seguir,
além
de
alguns
que
iniciaram
nos
trimestres
anteriores.
1.
Falta
de
ar
e
dificuldade
para
respirar.
A
respiração
se
torna
mais
fácil
quando
o
bebê
se
posiciona
mais
para
baixo
no
ventre
materno.
2.
Calor
excessivo
e
transpiração
principalmente
à
noite.
3.
Insônia.
4.
Aumento
da
frequência
urinária,
depois
que
o
bebê
se
posicionar
mais
para
baixo
no
ventre
materno.
5.
Aumento
das
dores
nas
costas
e
da
sensação
de
peso
nas
pernas.
6.
Contrações
de
“Braxton
Hicks”
(homenagem
ao
cientista
que
primeiro
as
descreveu
em
1872),
que
são
contrações
fracas
e
indolores,
que
fazem
com
que
o
corpo
prepare-se
para
o
parto.
7.
Colostro
(líquido
amarelado
e
opaco
segregado
pela
glândula
mamária
durante
o
período
final
da
gravidez
e
os
primeiros
dias
depois
do
parto),
que
pode
gotejar
dos
seios.
8.
Sensação
de
incômodo
ou
adormecimento
das
nádegas
e
da
pélvis.
9.
Aumento
ou
perda
do
apetite.
10.
Períodos
alternados
de
maior
energia
e
maior
cansaço.
11.
Possível
ansiedade
em
relação
ao
bebê
e
ao
parto.
No
decorrer
do
trimestre,
a
gestante
demonstra
o
desejo,
cada
vez
maior,
de
que
a
gravidez
termine
logo.
A
esta
altura
da
gravidez,
já
estará
sentindo
as
contrações
de
“Braxton
Hicks”.
Cada
gestante
apresenta
uma
barriga
diferente:
mais
alta,
mais
baixa,
1.
Para
amenizar
a
falta
de
ar
e
dificuldade
para
respirar,
a
gestante
deve
evitar
lugares
com
pouca
ventilação
e
esforços
físicos;
fazer
repouso
durante
o
dia
e,
ao
deitar,
erguer
a
cabeça
com
travesseiros
ou
almofadas
para
facilitar
a
respiração.
2.
Para
reduzir
o
incômodo
causado
pelo
calor
e
suor
excessivos,
a
gestante
poderá
tomar
banhos
durante
o
dia,
vestir-se
em
camadas,
ou
seja,
de
forma
que
ela
possa
ir
retirando
peças
de
roupas
conforme
o
aumento
do
calor
e
do
suor
e
beber
água
para
repor
os
líquidos
que
o
organismo
elimina
na
transpiração.
Cabe
ressaltar
que
qualquer
iniciativa
da
gestante
quanto
a
fazer
uso
de
medicamentos
orais
(comprimidos)
ou
de
uso
externo
(pomadas)
ou
até
mesmo
complexos
vitamínicos,
o
Visitador
deverá
orientar
sempre
que
a
mesma
deve
consultar
o
médico,
apontando
os
riscos
e
problemas
que
podem
advir
do
uso
indevido
de
medicamentos,
tanto
para
ela
quanto
para
o
bebê;
3.
Neste
período,
é
comum
a
gestante
passar
a
sentir
a
chamada
ansiedade
“antecipatória”
que
está
relacionada
aos
anseios
com
o
parto,
podendo
causar
períodos
de
insônia.
A
gestante
deverá
ser
orientada
para
que
busque
conforto
e
tranquilidade.
4.
No
final
da
gravidez,
o
aumento
da
atividade
renal
é
maior.
Ocorre
um
maior
volume
de
líquidos
corpóreos
a
serem
filtrados
pelos
rins
e
a
compressão
feita
pelo
útero
aumenta,
pressionando
a
bexiga.
5.
Normalmente
localizada
na
região
lombar,
são
consequências
de
uma
maior
mobilidade
nas
articulações
da
bacia
e
da
coluna,
devido
ao
seu
corpo
estar
se
ajustando
às
alterações
hormonais
deste
período.
Além
disso,
seu
abdômen
em
crescimento
provoca
uma
inclinação
de
seus
ombros
para
trás,
tentando
compensar
o
desequilíbrio.
Para
tentar
amenizar
este
desconforto,
a
gestante
deve
controlar
o
aumento
de
peso,
além
de
evitar
o
uso
de
saltos
muito
altos;
ficar
em
pé
por
períodos
muito
prolongados
e
não
levantar
peso.
Orienta-se
manter
uma
postura
mais
ereta,
tentar
alternar
um
pouco
de
repouso
sentada
com
os
pés
apoiados
O
bebê
está
formado,
o
sistema
nervoso
e
o
cérebro
desenvolvem-
se
de
forma
acelerada.
Ao
final
da
28ª
semana,
seus
pulmões
começam
também
a
se
desenvolver
e,
caso
o
parto
ocorra
nesse
período,
mesmo
sendo
prematuro,
o
bebê
terá
uma
grande
possibilidade
de
sobreviver.
O
bebê
já
consegue
ter
várias
reações,
como:
abrir
e
fechar
os
olhos
e
ter
maior
percepção
da
luz,
distinguir
entre
o
gosto
doce
e
o
amargo.
O
ritmo
do
crescimento
do
bebê,
agora,
é
bem
veloz
e
a
maioria
dos
órgãos
vitais
estão
funcionando.
Toda
a
estrutura
que
compõe
os
olhos
está
desenvolvida
(a
íris
apresenta
uma
coloração
azulada).
A
audição
também
se
desenvolveu
e
ele
consegue
reconhecer
a
voz
da
mãe,
do
pai
e
familiares.
O
espaço
que
o
bebê
ocupa,
neste
período,
não
é
mais
tão
folgado.
Ele
começa
a
se
posicionar,
na
maioria
das
vezes,
de
cabeça
para
baixo,
assumindo
uma
posição
mais
confortável.
Com
isso,
volta
a
pressionar
um
pouco
a
bexiga
da
mamãe.
Os
movimentos
do
bebê
nesta
fase
são
bem
mais
ativos
e
a
gestante
já
consegue
inclusive,
distinguir
com
que
parte
do
corpo
ele
está
tocando.
Mesmo
com
o
espaço
reduzido,
ele
movimenta-
se.
É
possível
monitorar
o
bem-estar
do
bebê
através
dos
seus
movimentos.
Ao
final
da
28ª
semana,
o
bebê
cresce
bastante,
com
peso
aproximado,
entre
1
kg
à
1
kg
e
300
gramas,
medindo
entre
37
e
40
centímetros.
À
medida
em
que
ele
cresce,
ocupa
cada
vez
mais
espaço
no
útero.
Na
32ª
semana,
o
bebê
já
está
bem
desenvolvido,
tendo
aproximadamente,
45
à
47
centímetros
de
altura
e
pesará
mais
ou
menos
2
quilos
e
250
gramas
a
2
quilos
e
400
gramas.
A
partir
da
36ª
semana
o
bebê
estará
pronto
para
nascer.
Em
média,
o
peso
de
um
bebê
no
final
da
gestação
é
de
aproximadamente,
3
quilos
e
300
gramas,
e
sua
altura
pode
variar
de
48
à
52
centímetros.
Seu
estômago
e
rins
funcionam
adequadamente.
Os
pulmões
estão
desenvolvidos
e
prontos
para
respirar.
O
intestino
já
produziu
mecônio
(substância
que
será
eliminada
juntamente
com
as
primeiras
fezes)
e
seu
corpo
adquiriu
uma
boa
camada
de
gordura.
A
sua
pele
já
não
é
mais
rugosa
e
fina
como
antes,
e
sim
macia
e
delicada.
Os
seus
cabelos
podem
ter
crescido.
Os
progressos
mais
significativos
são
no
desenvolvimento
sensorial,
e
ele
passa,
então,
22 | Primeira Infância Melhor
3º
TRIMESTRE
–
MAIS
DE
28
SEMANAS
DE
GESTAÇÃO
ALTERAÇÕES
FISIOLÓGICAS
E
EMOCIONAIS
DA
GESTANTE
ORIENTAÇÕES
À
GESTANTE
DESENVOLVIMENTO
DO
BEBÊ
mais
volumosa,
menos
volumosa,
mais
larga
ou
mais
compacta.
Isso
varia
de
acordo
com
o
seu
tipo
físico,
com
o
aumento
de
peso
durante
a
gravidez,
e
também
com
a
dimensão
do
bebê.
A
ansiedade,
excitação
e
preocupação
com
relação
ao
bebê
e
ao
parto,
aumentam.
Há
uma
sensação
de
alívio
maior
ao
pensar
que
a
gravidez
está
chegando
ao
fi
m
e,
possivelmente,
também
impaciência
e
inquietação,
com
sonhos
e
fantasias
sobre
como
será
o
bebê.
Ao
aproximar-se
do
fi
nal
da
gestação
e
com
o
rebaixamento
do
útero,
a
gestante
estará
sentindo-se
melhor,
com
mais
facilidade
para
respirar
e
com
menor
pressão
no
estômago.
num
banquinho;
fazer
caminhadas
lembrando
de
manter
a
postura
correta,
pois
isso
fortalecerá
sua
musculatura
lombar;
procurar
dormir
em
colchões
mais
fi
rmes.
Se,
por
acaso,
a
dor
nas
costas
for
muito
intensa,
a
gestante
deve
procurar
a
equipe
de
saúde
e
conversar
a
respeito.
6.
As
contrações
de
“Braxton
Hicks”
são
normais,
de
intensidade
leve
e
indolor,
pois
o
útero
está
se
exercitando
para
iniciar
o
trabalho
de
parto.
Próximo
ao
fi
nal
da
gestação,
as
contrações
aumentam
sua
frequência
e
intensidade.
7.
Em
detrimento
as
modifi
cações
hormonais,
o
colostro
começa
a
ser
produzido
no
terceiro
trimestre
de
gestação.
Ele
fi
ca
devidamente
armazenado
e,
em
geral,
não
vaza,
a
menos
que
a
mulher
estimule
muito
o
bico
dos
seios.
8.
Alguns
sintomas
de
um
pré-trabalho
de
parto
podem
se
manifestar.
O
corpo
da
gestante,
então,
passa
por
algumas
transformações,
no
qual
o
bebê
se
posiciona
mais
para
baixo
na
pelve
da
mãe,
o
que
dá
uma
maior
sensação
de
compressão
no
baixo
ventre,
às
vezes,
acompanhada
de
adormecimento
das
nádegas,
pelve
e
região
lombar.
9.
A
ansiedade
pode
causar
o
aumento
ou
perda
do
apetite.
É
importante
para
a
gestante,
manter-se
tranquila,
pois
a
redução
ou
aumento
do
seu
peso
pode
prejudicar
o
desenvolvimento
do
bebê.
10.
Devido
a
gestante
encontrar-se
no
período
em
que
o
bebê
está
formado
e
ganhando
peso,
as
sensações
de
peso
e
cansaço
são
mais
frequentes.
Por
esta
razão,
na
medida
do
possível,
é
importante
que
a
gestante
procure
repousar,
optar
por
refeições
leves,
em
pequenas
quantidades
e
periódicas
para
manter
a
energia.
Se
mesmo
assim
houver
queixa
de
cansaço,
procurar
a
equipe
de
saúde.
a
maior
parte
do
tempo
dormindo
e
descansando,
como
que
se
preparando
para
a
hora
do
seu
nascimento.
Guia da Gestante para o Visitador | 23
I. A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL
Ao pensarmos no sentido das palavras pré-natal, podemos refletir
o quanto podem nos dizer do seu conteúdo. Pré é o que vem antes, o
que se antecipa, enquanto “natal” está relacionado ao nascimento, iní-
cio da vida.
Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, assistência ao
pré-natal é um conjunto de cuidados médicos, nutricionais, psicológicos e sociais
destinados a proteger o feto e à mãe durante a gravidez, parto e puerpério.” Tem
como principal finalidade a diminuição da morbimortalidade materna e
infantil (do nascimento até 12 meses).
O ideal é que quando o desejo de ser mãe se manifestar, o casal se
vincule a algum serviço de saúde para realizar uma avaliação médica.
Esta atitude aumentará as chances de uma gravidez saudável. Porém,
na grande maioria das vezes, esta avaliação não acontece. O pré-natal
deve ser iniciado, portanto, tão logo a gravidez seja confirmada e, pre-
ferencialmente, antes das 12 semanas de gestação.
A primeira consulta inclui o exame completo, inclusive com avalia-
ção ginecológica. Todas as informações sobre o histórico de doenças da
família, devem ser fornecidas à equipe de saúde. É importante incen-
tivar a gestante para aproveitar este momento, para esclarecer as suas
dúvidas sobre futuras transformações do seu corpo, bem como sobre
sua saúde em geral e a de seu parceiro. Ele, igualmente, deve ser incen-
tivado a participar de todo o pré-natal.
Serão solicitados exames laboratoriais, com o objetivo de detectar
possíveis problemas maternos, que possam afetar a saúde do bebê e
garantir o bom desenvolvimento da gestação, como: hemograma, soro-
logia para sífilis e rubéola, HIV, glicemia (diabetes), grupo sanguíneo e
fator Rh, urina e outros, considerados necessários. Esses exames serão,
possivelmente, repetidos no decorrer da gestação. A situação vacinal da
gestante também deverá ser avaliada e atualizada.
A ultrassonografia obstétrica é um exame útil na assistência ao pré-
natal. Entre 10 e 13 semanas pode ser realizada a avaliação de Translu-
cência Nucal-TN, realizada na região da nuca
do feto. Esta avaliação ajuda a identificar ris-
cos do feto vir a ter algumas doenças, entre
estas, a Síndrome de Down e as cardiopatias
congênitas. Um segundo exame, poderá ser
entre 20 e 24 semanas.
Todas as informações relativas a gestação
serão registradas na Caderneta da Gestante,
4
24 | Primeira Infância Melhor
que é o documento onde constam todos os dados, relevantes para qual-
quer profissional de saúde que precise atendê-la durante a gravidez.
Essa caderneta deverá ser levada em todas as consultas e no dia do
parto.
Orientações que o Visitador deve repassar à gestante
@ Manter organizados todos os exames realizados, em ordem cro-
nológica;
@ Ter sempre a sua Caderneta da Gestante preenchida e atualizada,
com todos os dados importantes;
@ Seguir as orientações da equipe de saúde quanto à alimentação,
medicação e exercícios físicos e outras;
@ Reforçar a informação sobre a unidade de saúde e hospital de refe-
rência onde deve buscar atendimento.
V. ALIMENTAÇÃO
A alimentação deve atender as necessidades nutricionais de cada
pessoa. A variedade, a combinação e o preparo dos alimentos estão re-
lacionados também aos aspectos sociais, econômicos e culturais.
Para uma gestação saudável, é necessária uma alimentação adequa-
da. A alimentação interfere no desenvolvimento do feto, no trabalho de
parto, no pós-parto e na amamentação.
Não existe alimento completo que sozinho tenha tudo aquilo que
nosso organismo necessita. É aconselhável variar a alimentação, obser-
vando as cores, sabores e textura dos alimentos.
Portanto, é importante que a gestante possa variar a alimentação
e combinar os alimentos. Um prato servido, quanto mais colorido me-
lhor.
A alimentação na gravidez deve ser adequada para atender as ne-
cessidades da gestante e do feto. A alimentação deve ser rica em pro-
É fundamental que a gestante realize seis ou mais consultas médicas, em
que sempre será avaliado seu estado geral, pressão arterial, crescimento
uterino, batimentos cardíacos, movimentos fetais etc. Ao se aproximar a
data provável do parto, as consultas deverão ter maior frequência,
principalmente se houver alguma alteração.
5
Guia da Gestante para o Visitador | 25
teínas, vitaminas e sais minerais, fornecendo os nutrientes necessários
para o crescimento e desenvolvimento saudável do bebê.
Importante! Lembre a gestante de:
@ Aumentar a ingestão de líquidos, dando preferência ao consumo
de água, nos intervalos das refeições;
@ Fazer pequenas refeições ao longo do dia, além das refeições prin-
cipais, como café da manhã, almoço e jantar;
@ Dar preferência para o consumo de frutas e verduras frescas ou
cultivadas na sua localidade e adquiridas no período de safra;
@ Consumir somente carnes bem passadas e ovos cozidos, evitando
os crus, pelo risco de contaminação por micro-organismos prejudiciais
à saúde;
@ Higienizar adequadamente as frutas e verduras. Devem ser colo-
cadas de molho em uma solução clorada. Isso pode ser realizado utili-
zando uma colher de sopa de hipoclorito de sódio (água sanitária) para
um litro de água, deixando os alimentos nesse molho por 15 minutos
para eliminar larvas e bactérias. Depois,
é só lavar os alimentos em água corrente.
Para quem ainda fica com receio do cheiro
do produto de limpeza, é só colocar os ve-
getais em uma solução de água e vinagre;
@ Evitar o consumo exagerado de pro-
dutos ultraprocessados, como guloseimas
ricas em açúcares, alimentos prontos e re-
frigerantes;
@ Evitar o uso de adoçantes artificiais
como sacarina, aspartame etc.;
@ Evitar o excesso de alimentos fontes de cafeína como café, chimar-
rão, refrigerantes “tipo cola”, chocolate e chá preto; Evitar o consumo
de bebidas alcoólicas e do cigarro.
Essas orientações são importantes para a promoção da saúde da
mãe e do bebê e estão contidas nos Dez Passos para Alimentação Sau-
dável das Gestantes.
26 | Primeira Infância Melhor
DEZ PASSOS PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DAS
GESTANTES
1. Fazer pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e jantar)
e dois lanches saudáveis por dia, evitando ficar mais de três horas
sem comer. Entre as refeições beba água, pelo menos 2 litros (6 a 8
copos) por dia.
Evitar pular as refeições. Uma alimentação saudável é essencial
para uma adequada gestação, tanto para a gestante, quanto para o feto.
Evitar “beliscar” entre as refeições. Isso ajudará a controlar o peso du-
rante a gravidez.
Fazendo todas as refeições, evitará que o estômago fique vazio por
muito tempo, diminuindo o risco de sentir náuseas, vômitos, fraquezas
ou desmaios. Além disso, contribui para que não sinta muita fome e
exagere na próxima refeição. Os excessos podem causar desconforto
abdominal, principalmente nos últimos meses de gestação, quando o
útero está maior e comprime o estômago.
Apreciar a refeição. Comer devagar, mastigando bem e evitar o es-
tresse na hora da alimentação. Também evitar consumir líquidos du-
rante as refeições. Isso reduz o sintoma de azia ou “queimação”. Após
as refeições, preferir frutas com alto teor de líquidos, como por exem-
plo: laranja, tangerina, abacaxi, melancia, entre outros.
Saborear alimentos variados e típicos da região. Além de serem
mais baratos, os alimentos da época normalmente têm mais nutrientes
e menos agrotóxicos.
Também evitar deitar logo após as refeições. Dessa forma, pode-se
evitar mal-estar e sensação de azia ou queimação.
Entre as refeições, beber água. Ela é importante para o organismo,
pois melhora o funcionamento do intestino e hidrata o corpo.
Bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos industrializados,
e bebidas com cafeína (café, chá preto e chá-mate) não substituem a
água. Além disso, essas bebidas dificultam o aproveitamento de alguns
nutrientes e precisam ser evitadas durante a gestação, para favorecer o
controle de peso.
Para evitar doenças, lembrar da importância da higiene na hora da
compra, do preparo, da conservação e do consumo de alimentos. Usar
água tratada, filtrada ou fervida para beber e preparar refeições e sucos.
2. Incluir diariamente nas refeições seis porções do grupo de cereais
(arroz, milho, pães e alimentos feitos com farinha de trigo e milho),
tubérculos como as batatas, e raízes como a mandioca/macaxeira/
Guia da Gestante para o Visitador | 27
aipim. Dar preferência aos alimentos na sua forma mais natural,
pois além de serem fontes de carboidratos, são boas fontes de fi-
bras, vitaminas e minerais.
Esses alimentos são a fonte de energia mais importante da nossa
alimentação e devem estar em maior quantidade nas refeições. Os ce-
reais em sua forma mais natural (integral), oferecem maior quantidade
de fibras que regularizam o funcionamento intestinal. São exemplos de
alimentos integrais: farinha integral, pão integral, aveia e linhaça.
Distribuir em seis porções esses alimentos, em todas as refeições e
lanches diários. Nas refeições principais, preencher metade do seu pra-
to com esses alimentos. É importante destacar que nem sempre uma
porção de cereal equivale a um pão, ou uma batata, as quantidades das
porções variam de acordo com o alimento.
Se a gestante for adolescente, a quantidade de porções a ser con-
sumida poderá ser diferente. Gestantes adolescentes precisam de mais
energia e nutrientes, para garantir o próprio crescimento físico e desen-
volvimento, além de preparar seu organismo para a amamentação. Dessa
forma, as adolescentes devem procurar orientação de um profissional de
saúde para receber as informações às suas necessidades.
3. Procurar consumir diariamente, pelo menos três porções de legumes
e verduras como parte das refeições, e três porções ou mais de fru-
tas nas sobremesas e lanches.
Frutas, legumes e verduras são boas fontes de vitaminas, minerais
e fibras. Esses alimentos devem estar presentes em todas as refeições e
lanches do dia, porque são essenciais para a formação saudável do feto,
além de proteger a saúde materna.
Montar um prato colorido. Variar o tipo de frutas, legumes e verdu-
ras consumidos durante a semana. Consumir hortaliças verde-escuras
(couve, brócolis, agrião, taioba, rúcula), e outros coloridos, como: ma-
mão, abóbora, cenoura, laranja, acerola, tomate, caju, pitanga, pêssego,
manga, jabuticaba e ameixa. Estar atenta para a qualidade e o estado de
conservação desses alimentos.
Dar preferência a frutas, legumes e verduras crus, assim obterá
mais fibras na sua alimentação. É importante que as frutas, legumes
e verduras, sejam lavados em água corrente e colocados de molho por
dez minutos, em água clorada, utilizando produto adequado para esse
fim (ler rótulo da embalagem), na diluição de uma colher de sopa do
produto para cada litro de água. Depois, enxaguar em água corrente.
Sucos naturais de fruta feitos na hora, são melhores fontes de nu-
28 | Primeira Infância Melhor
trientes. A polpa congelada perde alguns nutrientes, mas ainda é uma
opção melhor que sucos artificiais em pó, ou em caixinha, e aqueles
industrializados ricos em açúcar, como os néctares de fruta.
4. Comer feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, cinco vezes
por semana. Esse prato brasileiro é uma combinação completa de
proteínas e excelente para a saúde.
Consumir uma parte de feijão para duas partes de arroz cozido.
Variar os tipos de feijão usados (preto, da colônia, carioquinha,
verde, de corda, mulatinho, fradinho, andu, branco e outros) e as for-
mas de preparo, desde que não sejam preparados com carnes gordas e
salgadas, ou embutidos, pois isso eleva muito a quantidade de gorduras
e sal.
Usar também outros tipos de leguminosas, como por exemplo,
soja, o grão-de-bico, a ervilha seca, a lentilha que podem também ser
usados em saladas frias.
As sementes (de girassol, gergelim, abóbora e outras) e as casta-
nhas (do Brasil, de caju, nozes, amendoim, amêndoas e outras) são
fontes de proteínas e de gorduras de boa qualidade. É melhor comer
sementes sem sal e, se for preciso, assadas.
5. Consumir diariamente, três porções de leite e derivados e uma por-
ção de carnes, aves, peixes ou ovos. Retirar a gordura aparente das
carnes, e a pele das aves antes da preparação, tornando esses ali-
mentos mais saudáveis!
Leite e derivados são as principais fontes de cálcio na alimenta-
ção. Esse nutriente é necessário para o crescimento e desenvolvimen-
to dos ossos e dentes. Carnes, aves, peixes e ovos fazem parte de uma
alimentação nutritiva e são ricos em proteínas de boa qualidade.
Procurar consumir as fontes de cálcio em horários diferentes das
refeições com alimentos ricos em ferro (carnes e vísceras), com pelo me-
nos duas horas de intervalo, pois consumir estes alimentos juntos pode
atrapalhar o adequado aproveitamento deles pelo organismo.
Evitar acrescentar café ou achocolatado ao leite, pois esses alimen-
tos também reduzem o aproveitamento do cálcio do leite.
Dar preferência a leite e derivados nas formas integrais, se não
houver orientação contrária do seu nutricionista ou outro profissional
de saúde.
Consumir mais peixe, frango, e sempre prefira as carnes magras,
retirando a pele e a gordura visível. Procurar comer peixe fresco, pelo
Guia da Gestante para o Visitador | 29
menos duas vezes por semana, tanto os de água doce como salgada são
saudáveis.
Evitar carnes cruas ou mal passadas, porque podem transmitir
doenças, como verminose e outras.
Caso a alimentação não inclua alimentos de origem animal, (sem
carnes, ovos, leite e derivados), buscar um nutricionista ou outro pro-
fissional de saúde para receber as orientações necessárias para uma
gestação saudável.
6. Diminuir o consumo de gorduras. Consumir, no máximo, uma por-
ção diária de óleos vegetais, azeite, manteiga ou margarina. Ficar
atenta aos rótulos dos alimentos e prefira aqueles livres de gorduras
trans.
Reduzir o consumo de alimentos gordurosos como: carnes com
gordura visível, embutidos (salsicha, linguiça, salame, presunto, mor-
tadela), queijos amarelos, salgadinhos, chocolates e sorvetes para, no
máximo, uma vez por semana. O consumo excessivo desses alimentos
está associado ao surgimento de obesidade, pressão alta e outras doen-
ças do coração.
É importante saber também que alimentos com pequena quanti-
dade de gordura, contribuem para reduzir o desconforto das náuseas e
vômitos.
Para cozinhar, usar óleos vegetais (soja, canola, girassol, milho, ou
algodão) ao invés de margarina, gordura vegetal, manteiga ou banha. E
atenção à quantidade: uma lata de óleo por mês é suficiente para uma
família de quatro pessoas. Além disso, no lugar das frituras, preferir
preparações assadas, cozidas, ensopadas e grelhadas.
Dar preferência ao azeite de oliva para temperar saladas, sem exa-
gerar na quantidade. Evitar usá-lo para cozinhar, pois este perde sua
qualidade nutricional quando aquecido.
Caso a gestante tenha o hábito de usar alimentos como margarina,
biscoitos, bolos e produtos congelados, escolher marcas com menores
quantidades de gordura trans (tipo de gordura obtido principalmente
do processo de industrialização de alimentos) e gordura saturada. Bus-
car no rótulo essa informação.
7. Evitar refrigerantes e sucos industrializados, biscoitos recheados e
outras guloseimas no seu dia a dia.
O consumo frequente e em grande quantidade de sobremesas, au-
menta o risco de complicações na gestação, como excesso de peso, obe-
sidade, diabetes gestacional e pressão alta, que prejudicam o adequado
30 | Primeira Infância Melhor
crescimento do feto. Além disso, o excesso de açúcar está relacionado
ao surgimento das cáries dentárias. Por isso, deve preferir consumir
frutas como sobremesa.
Se desejar consumir açúcares e doces, consumir no máximo uma
porção por dia. Valorizar o sabor natural dos alimentos e das bebidas,
evitando ou reduzindo o açúcar adicionado a eles.
Refrigerantes e sucos industrializados contêm corantes artificiais,
aromatizantes e açúcar. Aconselha-se que estes alimentos sejam evita-
dos na gravidez.
O uso de adoçantes durante a gestação deve ser reservado para as
mulheres que precisam controlar o ganho de peso e para as diabéticas.
Buscar um profissional de saúde para receber informações necessárias
sobre o uso de adoçantes.
8. Diminuir a quantidade de sal na comida, e retirar o saleiro da mesa.
Evitar consumir alimentos industrializados com muito sal (sódio)
como hambúrguer, charque, salsicha, linguiça, presunto, salga-
dinhos, conservas de vegetais, sopas prontas, molhos e temperos
prontos.
A quantidade de sal por dia deve ser no máximo, uma colher de chá
rasa (5g), por pessoa, distribuída em todas as refeições.
O consumo excessivo de sódio (presente no sal de cozinha) aumen-
ta o risco de pressão alta, doenças do coração e rins, além de causar ou
agravar o inchaço comum na gravidez. A maioria das mortes maternas
no Brasil ocorre por complicações da pressão alta durante a gravidez.
Utilizar temperos naturais como cheiro-verde, alho, cebola, ervas
frescas ou secas e suco de frutas, como limão, para temperar e valorizar
o sabor natural dos alimentos e, com isso, reduzir a quantidade de sal.
Ao comprar produtos industrializados, ler o rótulo e escolher aque-
les com menor quantidade de sódio. O sal também pode apresentar-se
na lista de ingredientes com o nome de cloreto de sódio.
O iodo é um importante mineral para o corpo humano e, por isso,
recomenda-se utilizar somente sal iodado. Evitar o uso de sal desti-
nado ao consumo animal, porque esse sal não tem iodo. A falta desse
mineral durante a gestação está associada a uma série de riscos como
aborto, baixo peso da criança ao nascer, retardamento mental e físico,
ou apresentar dificuldades de aprendizado.
Em casa, guardar o sal sempre em local fresco e ventilado, longe do
calor do sol, do forno ou fogão.
9. Para evitar a anemia, consumir diariamente alimentos que são fon-
tes de ferro, como: carnes, vísceras, feijão, lentilha, grão-de-bico,
Guia da Gestante para o Visitador | 31
soja, folhas verde-escuras, grãos integrais, castanhas e outros. Con-
sumir junto desses alimentos, aqueles, fontes de vitamina C, como:
acerola, laranja, caju, limão e outros. Procurar orientação de um
profissional de saúde para complementar a ingestão de ferro.
A anemia é uma doença causada, principalmente, pela falta de fer-
ro no organismo. Na gestação, está associada ao maior risco de morte,
tanto para a mãe quanto para a criança, além de parto prematuro, baixo
peso ao nascer, e o surgimento de infecções.
Para evitar a anemia, consumir diariamente alimentos de origem
animal, ricos em ferro como: carnes em geral, vísceras (fígado, coração,
moela) dentre outros. Consumir também os alimentos de origem ve-
getal: feijão, lentilha, grão-de-bico, soja, folhas verde-escuras (brócolis,
couve, espinafre, rúcula e taioba), grãos integrais, nozes e castanhas,
goiaba, carambola, mangaba, açaí e outros.
O ferro nos alimentos de origem animal é melhor absorvido pelo
organismo, do que o ferro dos alimentos vegetais. Para aproveitar me-
lhor o ferro dos alimentos de origem vegetal, consumir, logo após as
refeições, meio copo de suco de fruta natural ou a própria fruta que seja
fonte de vitamina C, como acerola, laranja, caju, limão e outras.
Toda mulher, a partir da 20ª semana de gestação e até o 3º mês pós-
-parto, precisa procurar o serviço de saúde do seu município para rece-
ber a suplementação de ferro. A gestante também deve receber ácido
fólico, uma vitamina que previne anemia e a má formação do sistema
nervoso do feto. Além disso, as farinhas de trigo e milho comercializa-
das no Brasil, são enriquecidas com ferro e ácido fólico, para ajudar na
prevenção e controle.
10. Manter o ganho de peso gestacional dentro de limites saudáveis.
Pratique, seguindo orientação de um profissional de saúde, alguma
atividade física e evitar as bebidas alcoólicas e o fumo.
Acompanhar a evolução do peso, durante o pré-natal, com nutri-
cionista ou outros profissionais de saúde, por meio do cartão da ges-
tante. De forma geral, recomenda-se que as gestantes que iniciaram a
gravidez com baixo peso, ganhem entre 12,5 e 18 kg, as que iniciam a
gravidez com peso normal, entre 11,5 e 16 kg, as que iniciam a gravi-
dez com sobrepeso, entre 7 e 11,5 kg e as que iniciam a gravidez com
obesidade, entre 5 e 9 kg, durante todo o período gestacional. Essa
adequação do ganho de peso saudável durante a gravidez deve ser feita
por um profissional de saúde durante as consultas do pré-natal.
O excesso de peso materno é fator de risco para diabetes gesta-
cional, aumento da pressão arterial e outros problemas circulatórios.
32 | Primeira Infância Melhor
Além disso, está relacionado ao nascimento prematuro, alterações no
sistema nervoso da criança, e ao aumento de partos cesáreos.
A alimentação saudável, a atividade física, e a prática corporal re-
gular, são aliadas fundamentais no controle do peso, redução do risco
de doenças, e melhoria da qualidade de vida. As práticas corporais agre-
gam diversas formas do ser humano se manifestar por meio do corpo, e
contemplam, além das modalidades esportivas e caminhadas, o tai-chi,
o ian ong, o yoga, entre outras. Tornar o dia a dia mais ativo,
sempre com a orientação do profissional da saúde.
Evitar o fumo e o consumo de álcool, pois prejudicam a saúde, o
crescimento do feto e aumentam riscos.
V. SAÚDE BUCAL
A gravidez é uma fase de mudanças no organismo da mulher, inclu-
sive em sua saúde bucal. A futura mãe deverá tomar cuidados redobra-
dos para evitar cáries e inflamação das gengivas. O não acompanhamen-
to e a falta de cuidados especiais, podem ocasionar o enfraquecimento
da estrutura dos dentes, que leva ao aparecimento da cárie.
Este risco não ocorre em virtude da gravidez, mas pelo acúmulo
de restos de alimentos nos dentes. Se houver higiene adequada, não
haverá a cárie.
A gestante tem uma pré-disposição para desenvolver gengivite (in-
flamação na gengiva) devido às alterações hormonais, comuns durante
a gestação. Por isso, deve-se aumentar os cuidados com a saúde da
boca neste período, pois a causa direta da gengivite e da cárie é a placa
bacteriana.
Orientações que o Visitador deve repassar à gestante
@ Realizar adequadamente a higiene bucal todos os dias, através de
escovação correta dos dentes e uso do fio dental;
@ Ingerir alimentos saudáveis que não favoreçam a formação de pla-
ca bacteriana;
@ Controlar o consumo de alimentos com açúcar;
@ As consultas ao dentista durante o pré-natal são importantes para
a saúde da gestante e do bebê;
@ Realizar pelo menos uma consulta ao dentista durante a gravidez.
6
Guia da Gestante para o Visitador | 33
E quando o bebê já tiver nascido, você deve lembrar
a mãe de
@ Oferecer o peito ao bebê, pois o leite materno faz o bebê crescer
forte e saudável. Além disso, o ato de mamar desenvolve a musculatura
e ossos da face, e evita problemas nas arcadas dentárias;
@ No bebê, com exclusivo aleitamento materno e sem a presença de
dentes, não é necessário fazer a limpeza porque o leite materno prote-
ge toda a cavidade oral;
@ Higienizar a boca e os dentes da criança após todas as refeições,
pois isso evita as cáries dentárias. Deve ser iniciada nos primeiros dias
de vida, com a finalidade de remover o leite estagnado no seu interior
e nas comissuras labiais; massagear a gengiva e acostumá-lo à mani-
pulação da boca. A limpeza pode ser realizada com uma gaze ou fralda
limpa, envolvendo o dedo indicador, embebida em água potável;
@ Fazer a higiene dos dentes da criança após o uso de medicamentos
(alguns contêm açúcar), independentemente do horário;
@ Evitar oferecer chupetas ou bicos. Seu uso é contraindicado por-
que pode deixar os dentes “tortos” e prejudicar a mastigação, a degluti-
ção (ato de engolir), a fala, a respiração e o crescimento da face;
@ Se for necessário o uso de mamadeira, orientar a mãe a usar um
bico curto, com orifício pequeno;
@ Evitar acrescentar açúcar nos alimentos oferecidos ao bebê, como
no leite de vaca ou em pó, nos achocolatados, sucos, chás ou farinhas.
Isso aumenta o risco de cárie. Esses alimentos, assim como as frutas,
já contêm açúcar;
@ A cárie dentária é causada por bactérias que se desenvolvem na
boca e podem passar de uma pessoa para outra. Por isso, não é reco-
mendado: assoprar ou experimentar o alimento na colher a ser utilizada
para alimentar o bebê, e também não cortar o alimento com os dentes.
34 | Primeira Infância Melhor
V. FORMAS DE ATENDIMENTO À GESTANTE
NO PROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA
MELHOR
7.1 Modalidades de Atenção
A atenção dedicada às gestantes participantes do PIM, é realizada
por meio de “Modalidades de Atenção Individual e Grupal”, comple-
mentadas pelas reuniões comunitárias. As orientações são ofertadas se-
manalmente, por Visitadores, e contribuem no fortalecimento das com-
petências familiares para a gestão do autocuidado, além de promover
e fortificar os vínculos afetivos fundamentais para a construção de um
ambiente favorável e acolhedor ao bebê que vai nascer.
O Visitador, embasado pela metodologia do PIM, Guias de Orien-
tação e Formações Continuadas, apoia, informa e orienta as futuras
mães, contribuindo assim, para a promoção de uma gestação saudável
e segura.
O trabalho de orientação é planejado e realizado considerando
suas necessidades, período gestacional em que elas se encontram, bem
como o seu contexto sociocultural.
Neste contexto, seguem abaixo descritas as formas de atendimen-
to:
7.2 Modalidade de Atenção Individual à Gestante
A Modalidade Individual consiste em visitas de apoio e orientações
à gestante em sua residência. É o momento em que o Visitador terá um
olhar global sobre sua condição de vida e contexto familiar. Tais encon-
tros possibilitam conhecer sua história, identificar demandas e articu-
lar junto à rede de serviços, a atenção e o cuidado necessários, além de
promover o fortalecimento do vínculo Visitador-Gestante-Família.
A periodicidade da visita é semanal. Busca, dessa forma, assegurar a
continuidade da atenção, permitindo assim a retomada das orientações
de encontros anteriores, de modo a observar se foram compreendidas e
incorporadas ao cotidiano da gestante e sua família.
7
Guia da Gestante para o Visitador | 35
7.3 Modalidade de Atenção Grupal à Gestante
A proposta da Modalidade Grupal é oferecer um espaço de acolhi-
mento e socialização, no qual as gestantes possam compartilhar suas
experiências, dúvidas, receios e expectativas. Além disso, propicia escla-
recimentos e orientações, sobre o processo da gestação; importância do
vínculo afetivo mãe/bebê; preparação para o parto, nascimento e ama-
mentação, bem como de cuidados essenciais neste período.
Os encontros poderão ser realizados em locais da própria comuni-
dade, desde que observada a facilidade de acesso das gestantes, como
salões paroquiais, associações de moradores, dentre outros. O Visita-
dor deverá organizar os encontros de Modalidade Grupal com apoio e
orientação do Monitor/GTM.
De acordo com a temática a ser abordada na Modalidade, poderão
ser convidados profissionais de diversas áreas, por exemplo, da fonoau-
diologia, ginecologia/obstetrícia, odontologia, pediatria, enfermagem,
nutrição, pedagogia, psicologia e assistência social. Profissionais liga-
dos às artes poderão, também, contribuir na realização de atividades
lúdicas e trabalhos manuais (móbiles, tricô, crochê, etc).
Quanto à periodicidade, os encontros poderão ser realizados, even-
tualmente, com o agendamento prévio, a ser definido pelos Visitadores
com apoio da equipe técnica municipal, de modo a atender às necessi-
dades do grupo.
Os temas trabalhados nestes encontros poderão ser retomados nas
visitas individuais, de modo a fortalecer as informações e experiências
vivenciadas.
7.4 Visitas de Acompanhamento
Além das Modalidades de Atenção Individual e Grupal, devem
ocorrer, eventualmente, visitas para acompanhar de modo mais fre-
quente, gestantes e famílias, na medida em que se fizerem necessárias.
As visitas de acompanhamento servem para observar as gestantes e
seus familiares, fortalecer orientações, aprofundar e esclarecer dúvidas.
Poderão, também, ser utilizadas para analisar com a gestante a evo-
lução da gestação, possíveis intercorrências, frequência ao pré-natal,
realização de exames e vacinas.
36 | Primeira Infância Melhor
7.5 Reunião Comunitária
É o trabalho realizado e coordenado pela rede municipal em par-
ceria com o Primeira Infância Melhor, onde são realizadas palestras e/
ou oficinas com o grupo de Gestantes, sobre temas relativos à gestação,
amamentação, puerpério, dentre outros, sob um enfoque fisiológico e
interdisciplinar. A formalização desta parceria deverá ser realizada pelo
próprio Grupo Técnico Municipal-GTM, responsável pela articulação e
integração das ações.
O PIM participa dessas atividades mantendo a organização pré-es-
tabelecida pela equipe técnica da rede municipal, que coordena este
trabalho mensal com as Gestantes. É imprescindível a presença de um
técnico do GTM e/ou Monitor e dos Visitadores responsáveis pelas
Gestantes, os quais devem atuar como incentivadoras das mesmas,
além de se apropriarem dos conteúdos e informações, para posteriores
esclarecimentos, se necessário.
7.6 Atividade Comunitária
É realizada pela comunidade com o apoio da rede de serviços, PIM,
Estratégia de Saúde da Família-ESF, Agentes Comunitários, Monitores,
Multiplicadores, membros do Comitê do PIM, dentre outros. Esta ação
acontece por meio de palestras e/ou oficinas sobre temas voltados às
famílias com gestantes e crianças, vinculadas ao Primeira Infância Me-
lhor e a toda população local.
V. GESTANTES QUE NECESSITAM DE
MAIORES CUIDADOS E OS FATORES DE
RISCO
A gravidez de risco pode ocorrer quando existe histórico de doença
materna anterior (diabetes, problemas nos rins ou no coração), doen-
ças da gestação atual, problemas em outras gestações (recém-nascido
de baixo peso, feto morto, parto prematuro, abortamento habitual, he-
morragia ou hipertensão arterial), infecção urinária, entre outros.
Fatores individuais e socioeconômicos também podem contribuir
para a gravidez de risco, como, por exemplo, consumo de drogas, vio-
lência doméstica, idade ou estado nutricional da gestante.
8
Guia da Gestante para o Visitador | 37
Sabe-se que a gestação não é sinônimo de doença, mas que requer
alguns cuidados específicos durante este período da vida da mulher.
Alguns casos, necessitam com mais frequência de acompanhamento
da equipe interdisciplinar, assim como, de apoio dos familiares e/ou
pessoas próximas.
Nesses casos, existe risco maior para a saúde da mãe e do bebê,
como:
@ Exposição a riscos ocupacionais: esforço físico, carga horária, rota-
tividade de horário, exposição a agentes físicos e químicos e biológicos
nocivos, estresse;
@ Violência e situação de vulnerabilidade social;
@ Baixa escolaridade (menos 5 anos).
História reprodutiva anterior:
@ Morte perinatal explicada e inexplicada, abortamento habitual, re-
cém-nascido de baixo peso, pré-termo ou malformado;
@ Esterilidade (refere-se ao homem ou à mulher e não ao casal, e é a
incapacidade de concepção por métodos naturais);
@ Infertilidade (incapacidade do casal engravidar após um ano de
relacionamento sexual sem uso de contracepção);
@ Intervalo entre os partos, menor que dois anos ou maior que cinco
anos;
@ Multiparidade (muitos filhos) e nuliparidade (não tiveram filhos);
@ Síndrome hemorrágica ou hipertensiva.
Condições clínicas preexistentes:
@ Hipertensão arterial, diabetes, anemias, miomas, entre outras;
@ Uso de medicamentos de forma contínua como hormônios, anti-
depressivos e anticonvulsivantes;
@ Doenças sexualmente transmissíveis (hepatite, sífilis, gonorreia e
HIV-AIDS) e infectocontagiosas (rubéola, tuberculose, meningite) po-
dem trazer complicações para o bebê.
38 | Primeira Infância Melhor
Outros fatores de risco:
@ Secreção vaginal transparente ou leitosa, em pequena quantidade,
pode significar perda de líquido amniótico (líquido que envolve o bebê
no útero), o que representa uma complicação, se for prematura;
@ A toxoplasmose na gravidez é um risco para o bebê. É conhecida
como doença do gato e extremamente grave para o feto, podendo cau-
sar malformações. É causada por um parasita, o Toxoplasma gondii, que
tem como hospedeiro principal o gato e outros animais. Esse parasita
se fixa na mucosa da parede intestinal e libera cistos com inúmeros
toxoplasmas, que são eliminados junto com as fezes do animal. Como
os ovos sobrevivem por longos períodos na terra e o gato cava buraco
num mesmo local em que depositou suas fezes, contamina suas unhas
que, ao arranhar o ser humano, transmite a toxoplasmose. A orientação
para a mãe sobre a higiene pessoal e ambiental é muito importante para
a prevenção da doença;
@ Doenças obstétricas na gravidez e intercorrências clínicas;
@ Dependência de drogas lícitas e ilícitas, como: tabagismo, álcool
e drogas;
@ Doenças genéticas e hereditárias comuns à população negra.
Orientações ao Visitador
O Visitador deve acompanhar o histórico da gestante, para auxiliá-
-la nas orientações sobre a prevenção de possíveis fatores de risco que
poderão surgir neste período. Casos de síndromes genéticas e malfor-
mação de criança na família, gravidez anterior de risco, idade inferior a
15 anos e superior a 35 anos, são alguns dos fatores de riscos que pre-
cisam ser acompanhados pela equipe de saúde. Além das causas gené-
ticas, a malformação pode ser provocada por traumatismos, tentativas
de aborto, exposição aos raios X, radioterapia e uso de medicamentos.
Nestes casos, o Visitador deve orientar o casal a procurar, antes e du-
rante a gestação, o aconselhamento e orientação da equipe de saúde.
O Visitador deverá apresentar ao casal os malefícios do uso do ál-
cool, tabaco e demais substâncias químicas prejudiciais ao desenvolvi-
mento da gestação e do bebê.
A atuação ética do Visitador com o casal será fator determinante na
formação do vínculo, que otimizará esta fase importante, tanto para a
gestante, quanto ao seu parceiro.
Guia da Gestante para o Visitador | 39
8.1 Gestantes Adolescentes
No Brasil, o maior índice de fecundidade incide no estrato social
menos favorecido, o que pode estar associado a vários fatores entre
eles: culturais, contexto social e econômico, falta de apoio, informação
e comunicação intrafamiliar. Identifica-se uma tendência da adolescen-
te em buscar na maternidade precoce, a reafirmação do seu papel de
mulher, desconsiderando, para tanto, as consequências indesejáveis na
vida da mãe e do bebê.
A elevação do número de gestantes na adolescência, também está
vinculada ao advento da primeira menstruação (menarca) e ao início da
vida sexual precoce. Contudo, observa-se que a sociedade tem passa-
do por várias mudanças, permitindo a desmistificação de estigmas que
permeiam a atividade sexual e a gravidez na adolescência. Em muitas
situações, a possibilidade de engravidar é negada pela adolescente, de-
terminando como conduta da mesma, o não uso dos métodos contra-
ceptivos.
Nessa fase, a menina ainda está em pleno desenvolvimento e, por-
tanto, enfrenta riscos físicos, psíquicos e sociais. Em virtude disso,
podem ocorrer uma série de complicações obstétricas, como: anemia,
ganho de peso, hipertensão arterial, infecção urinária, DSTs (doenças
sexualmente transmissíveis), desproporção céfalo-pélvica (cabeça do
bebê maior que a estrutura óssea da mãe), além de labilidade emocio-
nal (mudanças de humor), depressão e ansiedade. Neste contexto, o
acúmulo de riscos físicos, emocionais, econômicos e biológicos da ges-
tante acabam, muitas vezes, tornando este período, importante na vida
da mulher, em um momento delicado, tanto para a gestante, quanto
para a família.
No que se refere aos riscos psíquicos, a gestação, na adolescência,
pode despertar sentimentos, como: medo, vergonha, desespero, dimi-
nuição da autoestima, incerteza, insegurança e depressão.
Em muitas situações, os estudos da gestante são interrompidos
temporária ou definitivamente como consequência da gravidez.
Quanto aos riscos que incidem sobre o desenvolvimento do feto,
estão: a prematuridade e baixo peso ao nascer, menor apgar (avaliação
realizada pelo pediatra em que o bebê recebe uma pontuação de acordo
com as condições ao nascer), uma maior tendência do bebê a desenvol-
ver doenças respiratórias e perinatais, traumas obstétricos e até mesmo
o óbito. Estes fatores estão relacionados ao acompanhamento nutri-
cional da mãe, ao número de intervalos interpartais menores que dois
40 | Primeira Infância Melhor
anos, ao pré-natal inadequado, bem como, à baixa condição econômica
e educacional da mãe.
Nas situações em que a gestante não aceita a gravidez, pode ocor-
rer atraso no início do pré-natal.
A paternidade precoce, assim como a maternidade, dispõe para a
evasão escolar com maior frequência, fazendo com que o pai da criança
tenha que se inserir no mercado de trabalho ainda muito jovem. Tal
situação, pode ocasionar o surgimento de possíveis desentendimentos
e separações, motivadas pela imaturidade de ambos, do aprendizado de
como conviver a dois e, pela ausência de intimidade e proximidade, que
poderá interferir de forma negativa, no relacionamento do casal.
Outro comportamento comumente adotado pelos pais adolescen-
tes, é a transferência da responsabilidade do cuidado do seu filho a
parentes próximos, como os avós.
Orientações ao Visitador
@ Neste contexto, o Visitador poderá orientar à gestante quanto à
compreensão do processo de mudanças corporais, emocionais e fami-
liares que a gravidez desencadeia;
@ A socialização da gestante adolescente, seja no ambiente fami-
liar ou na sociedade, deve ser considerada e o Visitador auxiliará
neste processo, utilizando as redes de apoio, sob supervisão do GTM;
@ A importância do vínculo afetivo entre o jovem casal, também
deve ser abordado pelo Visitador, valorizando o papel da família.
8.2 Gestantes com mais de 35 anos
Gestantes maiores de 35 anos, apresentam maior predisposição à
ocorrência de doenças hipertensivas (pressão alta) específicas da gra-
videz, denominadas pré-eclâmpsia e eclâmpsia. A pré-eclâmpsia é uma
doença específica da gravidez, que provoca aumento da pressão arterial,
aumento anormal de peso, inchaço nos pés, mãos, rosto e alterações
no exame de urina. Comumente ocorre durante o último trimestre da
gestação, ocasionando alto índice de morte.
A eclâmpsia caracteriza-se pela presença de convulsões tônico-
-clônicas generalizadas, ou estado de coma em mulheres com quadro
hipertensivo, não causadas por epilepsia ou outra doença convulsiva.
Pode ocorrer na gravidez, no parto e no puerpério imediato, além de
Guia da Gestante para o Visitador | 41
hemorragias e abortos.
As doenças hipertensivas são responsáveis por um terço de mortes
maternas. Embora crônicas e sem cura, são perfeitamente controláveis,
com a adoção de um estilo de vida saudável. O acompanhamento no
pré-natal e o tratamento adequado, costumam reduzir seus efeitos.
Outra ocorrência que possui maior frequência nesta faixa etária
são as síndromes hemorrágicas (deslocamento de placenta e placenta
prévia).
A idade da mulher é um dos fatores que pode elevar os riscos na
gravidez e exigir mais atenção e cuidado com a saúde.
Durante o pré-natal, é possível investigar o risco do feto apresentar
algumas síndromes ou doenças, como a Síndrome de Down, cardiopatias
congênitas, entre outras.
No Brasil, a interrupção da gravidez (aborto) tem apoio em Lei,
em casos: feto anencéfalo (ausência de cérebro), violência sexual (estu-
pro) e em caso de risco de vida para a mulher.
8.3 Gestantes Negras
O IBGE identifica através do Censo, a população negra do Estado e
municípios, conforme autodeclaração de pretos e pardos.
Estas informações se tornam importantes para estruturação das
ações em saúde voltadas à população negra do município, considerando
a Política Nacional e Estadual de Atenção à População Negra PEAPN.
Estas informações são importantes para identificação desta popu-
lação no município, levando em consideração o acesso desta aos Servi-
ços de Saúde e recursos destinados da Gestão Federal e Estadual para
atenção à população.
Estatísticas indicam que na população negra há maior risco de de-
senvolver hipertensão arterial, diabete mellitus (tipo II). Neste caso, ca-
racteriza-se gestação de risco.
8.4 Gestantes com Doença Falciforme e
Outras Hemoglobinopatias
A doença Falciforme atinge parte da população brasileira. É pre-
dominante em afrodescendentes (pretos e pardos), devido aos fatores
genéticos, decorrentes da diversidade racial existente no Brasil.
É uma doença hereditária, o que significa que é transmitida de ge-
ração em geração, isto é, de pais/mães para filhos.
42 | Primeira Infância Melhor
A gravidez necessita de atenção especial em mulheres com doença
falciforme, assim como para o feto e o recém-nascido. Na gestante pode-
rá ocasionar maior incidência de abortamento, retardo de crescimento
intrauterino, parto prematuro e mortalidade perinatal.
Em adultos, o diagnóstico é feito através do exame de sangue, “ele-
troforese de hemoglobina”.
Para a gestante, esse exame é ofertado durante o acompanhamento
do pré-natal. Nos recém-nascidos, o diagnóstico é realizado através do
teste do pezinho. Se o exame der alterado, a família será encaminhada
para exames confirmatórios. Através deste exame, tanto em adultos
como no bebê, poderão ser identificados “traços falciformes ou “doença
falciforme”. Nas duas situações deve se buscar atendimento na Unida-
de Básica de Saúde – UBS de referência ou Centros de Especialidade,
para iniciar cuidados de Atenção Integral.
Durante a gestação as crises dolorosas podem se tornar mais fre-
quentes e as infecções ocorrem em aproximadamente 50% das grávidas
com Doença Falciforme-DF, acometendo o trato urinário e o sistema
respiratório.
Ao longo da gestação, ocorrem alterações fisiológicas no volume
sanguíneo e na hemostasia. O conhecimento destas alterações é fun-
damental, pois é capaz de potencializar a ocorrência de problemas he-
matológicos na gestação, como anemias, hemorragias e tromboembo-
lismo.
A DF pode influenciar desfavoravelmente a evolução da gestação,
tendo como resultado o abortamento. As crises dolorosas podem se
tornar mais frequentes e as infecções ocorrem em aproximadamente
50% das grávidas, acometendo o trato urinário e o sistema respiratório.
Alguns sinais ou sintomas de doença falciforme são: anemia, pa-
lidez, branco dos olhos amarelados, dores ósseas, dores nos pés e per-
nas, feridas de difícil cicatrização. Podem ocorrer internações mais fre-
quentes no inverno, pois o frio é um fator que dificulta a circulação
sanguínea.
Algumas complicações da doença podem afetar o bebê. Os sinto-
mas relativos à doença costumam surgir após os seis meses de idade.
Os sinais de alerta mais comuns da doença são: irritação, choro contí-
nuo, falta de apetite, cansaço, desânimo, diarreia, vermelhidão de pés e
mãos, sono excessivo, olhos amarelados, urina escura, barriga inchada,
febre acima de 38º, tosse e inchaço.
Guia da Gestante para o Visitador | 43
8.4.1 Gestante e Doença Falciforme
A Doença Falciforme não é impeditiva para a gravidez, contudo,
pelo seu potencial de gravidade, a gestante com DF é considerada de
alto risco, o que significa que ela e o feto necessitam de atenção espe-
cial.
Torna-se importante considerar que nessa fase a mulher pode ter:
@ Medo e desconhecimento sobre a fisiopatologia da gravidez;
@ Intolerância à atividade física e
@ Risco para a infecção urinária e respiratória.
8.4.2 Criança e Doença Falciforme
O diagnóstico precoce por meio de triagem neonatal, possibilita
que a assistência multiprofissional seja iniciada já nos primeiros meses
de vida. A sua família deve ser orientada a medida que a criança cresce
preparando-a para cuidado e autocuidado, direito a assistência huma-
nizada, segundo critérios de riscos específicos.
Ao Visitador caberá trabalhar a filosofia do autocuidado orientando
a família sobre as reações de adultos e crianças, a fim de aliviar o sofri-
mento e obter melhores resultados nos cuidados e tratamentos.
8.5 Gestantes Indígenas
A população indígena enfrenta problemas na gestação, por conta
das condições de alta vulnerabilidade social e econômica. Vivem em
condições precárias, geralmente sem esgotamento sanitário, sem coleta
regular de lixo e com baixa ou nenhuma infraestrutura. Esses fatores
contribuem com riscos a gravidez.
Além disso, os maiores desafios são as dificuldades de acesso às
comunidades indígenas e a grande diversidade cultural.
É fundamental que os gestores e os profissionais envolvidos re-
cebam capacitação específica, para oferecer assistência de qualidade a
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  • 3. 7ª edição, 2018 © 2003, Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul Copyright©2012 by Governo do Estado do Rio Grande do Sul É permitida a reprodução parcial desta publicação desde que citada a fonte. Tiragem: 8.200 exemplares Revisão Técnica: Cleci de Souza Lima Martins, Janine Garcia Serafim, Joana Finkelstein Veras, Lacy Maria da Silva Pires, Letícia Ratkiewicz Boeira, Raquel Peter Maldaner, Rosana Nobre Santos, Sandra Silveira Nique da Silva, Vera Suzana Athayde Paz Diagramação: Alex Boschetti - Erechim Artes Graficas Capa e Ilustrações: Márcio da Silva Morais, Rachel Silvestri Morais e Márlio Esmeraldo Ribeiro Revisão Ortográfica: Alex Boschetti | Erechim Artes Gráficas Dados Técnicos: Alex Boschetti | Erechim Artes Gráficas R585g Rio Grande do Sul. Secretaria da Saúde. Programa Primeira Infância Melhor. Guia da Gestante para o Visitador. – Porto Alegre : Erechim Artes Gráficas ltda, 2018. 92 p. – ISBN:0978-85-907465-1-5 1. Saúde da mulher. 2. Saúde infantil. 3. Políticas públicas de saúde - Rio Grande do Sul. I. Programa Primeira Infância Melhor. II. t. CDU 613.9-055 CDU 614 Catalogação elaborada pela Biblioteca da Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos/SARH. Bibliotecária responsável: Adriana Arruda Flores, CRB10-1285. 2 | Primeira Infância Melhor
  • 4.
  • 5. 4 | Primeira Infância Melhor Revisão Técnica Atualizada Programa Primeira Infância Melhor Cleci de Souza Lima Martins, Janine Garcia Serafim, Joana Finkelstein Veras Lacy Maria da Silva Pires, Leonel Tozzi, Letícia Ratkiewicz Boeira, Rosana Nobre Santos, Sandra Silveira Nique da Silva, Vera Suzana Athayde Paz. Seção de Saúde da Criança e Adolescente Andrea Leusin de Carvalho, Marília Ache Carlotto Brum Santos Seção de Saúde da Mulher Gabriela Machado, Gisleine Lima da Silva Maura Belomé da Silva Nadiane de Albuquerque Lemos Seção de Controle de DST/AIDS Aline Coletto Sortica, Bianca Bicca Franco Marina Gabriela Prado Silvestre Seção de Saúde Bucal Andressa Schrank, Marina Noronha Política de Alimentação e Nutrição Deise Valerio Vetromilla Maísa Beltrame Pedroso Maria Alice Vieira Lantmann Seção de Saúde do Homem Carlos Antônio da Silva Helen Barbosa dos Santos Seção de Saúde da População Negra Carlos Roberto Góes Programa Estadual para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais DVE/CEVS/SES Danielle Pinheiro Müller
  • 6. Guia da Gestante para o Visitador | 5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO..................................................................................8 1 GESTAÇÃO...................................................................................11 1.1 O PAPEL DA FAMÍLIA ..............................................................11 1.2 O PAPEL DO VISITADOR .........................................................13 2 ALTERAÇÕES CORPORAIS MAIS COMUNS NA MULHER GRÁVIDA.........................................................................................14 3 PERÍODOS GESTACIONAIS........................................................18 4 A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL.............................................23 5 ALIMENTAÇÃO ...........................................................................24 Dez Passos para a Alimentação Saudável das Gestantes ..............26 6 SAÚDE BUCAL.............................................................................32 7 FORMAS DE ATENDIMENTO À GESTANTE NO PROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR....................................................34 7.1 Modalidades de Atenção........................................................34 7.2 Modalidade de Atenção Individual à Gestante ......................34 7.3 Modalidade de Atenção Grupal à Gestante ...........................35 7.4 Visitas de Acompanhamento.................................................35 7.5 Reunião Comunitária ............................................................36 7.6 Atividade Comunitária ..........................................................36 8 GESTANTES QUE NECESSITAM DE MAIORES CUIDADOS E OS FATORES DE RISCO..............................................................36 8.1 Gestantes Adolescentes.........................................................39 8.2 Gestantes com mais de 35 anos ............................................40 8.3 Gestantes Negras...................................................................41 8.4 Gestantes com Doença Falciforme e Outras Hemoglobinopatias .....................................................................41 8.4.1 Gestante e Doença Falciforme.......................................43 8.4.2 Criança e Doença Falciforme.........................................43 8.5 Gestantes Indígenas ..............................................................43 8.6 Gestantes com Depressão .....................................................44
  • 7. 6 | Primeira Infância Melhor 8.7 Gestantes com Doenças Sexualmente Transmissíveis DSTs/Infecções Sexualmente Transmissíveis ISTs.......................45 8.7.1 Gestantes e HIV/AIDS ..................................................46 8.7.2 Gestantes e Sífilis ..........................................................49 9 GESTANTES COM DEFICIÊNCIA ...............................................50 10 SITUAÇÕES QUE REQUEREM ATENÇÃO ESPECIAL ............55 11 CUIDADOS DURANTE A GESTAÇÃO .....................................56 11.1 Atividades Físicas ................................................................56 11.2 Atividades Sexuais...............................................................58 11.3 Bebidas Alcoólicas...............................................................59 11.4 Fumo e Outras Drogas ........................................................59 11.5 Tintura de Cabelo................................................................59 11.6 Medicamentos .....................................................................59 11.7 Café/Bebidas com Cafeína...................................................60 11.8 Plantas Medicinais/Chás .....................................................60 12 PARTO.........................................................................................60 12.1 PARTO NORMAL ...............................................................60 12.2 CESÁREA............................................................................61 13 PÓS-PARTO ................................................................................62 13.1 PUERPÉRIO........................................................................62 13.2 Orientações que o Visitador deve repassar à gestante | Informações sobre os Primeiros Cuidados com o Bebê | Puericultura.................................................................................64 13.2.1 Aspectos e necessidades comuns ao recém-nascido:.....64 13.2.2 Cuidados com o Coto Umbilical:.................................65 13.2.3 Alimentação do Bebê:..................................................66 13.2.4 Higiene do Bebê...........................................................66 13.3 Depressão Pós-parto ou Sofrimento Psíquico Materno Pós-parto.......................................................................67 14 AMAMENTAÇÃO.......................................................................69 14.1 Importância da “posição” e “pega”......................................72 14.2 Problemas da mama durante a amamentação ....................73 14.2.1 Fissura .........................................................................73 14.2.2 Ingurgitamento............................................................73
  • 8. Guia da Gestante para o Visitador | 7 14.2.3 Mastite.........................................................................75 14.3 Situações que podem levar o bebê a recusar o peito ...........76 14.4 Como esgotar as mamas manualmente?.............................76 14.5 Orientações para armazenamento do leite retirado ............77 14.6 Alimentação com copinho .................................................. 77 14.7 Problemas que podem surgir com o uso do bico artificial e/ou chupeta ............................................................... 78 15 TRIAGEM NEONATAL ..............................................................78 16 DIREITOS ...................................................................................80 16.1 Direitos Trabalhistas............................................................80 16.2 Direitos Sociais....................................................................80 16.3 Gestantes adolescentes também têm seus direitos Decreto-Lei nº 1044 de 1969 e Lei nº 6.202 de 1975 .................82 16.4 Direitos nos Serviços de Saúde ...........................................82 16.5 Lei da vinculação para o parto.............................................82 16.6 Gestante e bebê sempre têm direito à vaga.........................83 16.7 Lei do direito a acompanhante............................................83 16.8 Promoção da Acessibilidade ................................................83 16.9 Privação de Liberdade..........................................................83 16.10 Garantia de acesso às políticas de saúde ...........................84 16.11 Registro Civil.....................................................................84 17 AO VISITADOR ..........................................................................86 18 REFERÊNCIAS ...........................................................................87
  • 9. 8 | Primeira Infância Melhor INTRODUÇÃO O Primeira Infância Melhor – PIM, política pública do governo do Estado do Rio Grande do Sul, implantada em 2003, é uma ação transversal de promoção do desenvolvimento na primeira infância e fortalecimento da Atenção Básica em Saúde. Integra o Departamento de Ações em Saúde – DAS, que coordena as políticas de saúde do Rio Grande do Sul por meio dos eixos da Gestão, Atenção Básica, Ciclos Vitais e Transversalidades. O PIM tem como objetivo orientar as famílias, a partir de sua cul- tura e experiências, para que promovam o desenvolvimento integral de suas crianças, desde a gestação até os cinco anos, onze meses e vinte e nove meses de idade. A promoção do desenvolvimento infantil adequado, é uma neces- sidade e um direito de toda criança, constituindo-se em um desafio para a sociedade. Nesse sentido, torna-se necessária a divulgação e a orientação às famílias sobre o modo como podem ser auxiliadas no seu dia a dia. O que se pretende é que esta se torne uma prática real e efetiva no cuidado, proteção e educação das crianças, para garantia de seu desenvolvimento. Fundamentado pelas principais leis que regulamentam a proteção à infância no País, esta política enfoca as principais referências para a educação e o desenvolvimento integral da criança. Tem um papel fun- damental, expresso na própria Constituição Brasileira de 1988, no seu artigo 227, que afirma: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegu- rar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá- -los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. Contudo, os pais e responsáveis pela criança, mui- tas vezes, necessitam de um suporte, de modo a se sentirem fortaleci- dos em suas competências e no desempenho de seus papéis. O Marco Legal da Primeira Infância, Lei 13.257/03/2016, por sua vez, estabelece princípios e diretrizes para a formulação e a implemen- tação de políticas públicas para a primeira infância em atenção à espe- cificidade e à relevância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento
  • 10. Guia da Gestante para o Visitador | 9 infantil e no desenvolvimento do ser humano. Para o UNICEF “as competências familiares são entendidas como o con- junto de conhecimentos, práticas e habilidades necessárias para promover a so- brevivência, o desenvolvimento, a proteção e a participação das crianças. En- volvem, desde a preparação adequada antes do nascimento, até a estimulação psicossocial da criança, o seu desenvolvimento cognitivo e a capacidade de iden- tificar sinais de doença e tomar providências necessárias, assim como a promoção da paz e a prevenção da violência”. Estas referências legais vêm ao encontro da meta que norteia o Primeira Infância Melhor, que elege a Família como um de seus pila- res fundamentais. Neste contexto, cabe à sociedade e à família, com o apoio de políticas públicas afins, promoverem um ambiente favorável ao pleno desenvolvimento da criança, desde a gestação, contribuindo, inclusive, para seu processo de socialização. No entanto, a realidade mostra que muitas crianças ainda são ges- tadas com cuidados precários de pré-natal ou sem estes. O aumento precoce dos casos de negligência e as diversas formas de abuso, fazem parte das ocorrências do cotidiano. As consequências da exposição do bebê aos riscos é o aumento de vulnerabilidades. Estas, sejam de ordem física ou psíquica, podem resultar em dificuldades socioemocionais e/ ou outras limitações. A falta de conhecimento e compreensão sobre o que acontece no período da gestação, por parte da maioria das famílias que vive em condições adversas, aumenta a morbimortalidade infantil. A cada ano surge um número maior de crianças em condições de risco para o seu desenvolvimento, ferindo-lhes os direitos garantidos pelo Marco Legal da Primeira Infância. Por outro lado, inúmeras pesquisas nas áreas da medicina, psicolo- gia e neurociências, além da própria experiência da gestação, nos mos- tram que o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê pode ser formado mes- mo antes do nascimento. Muitas vezes, até antes da própria concepção da criança, através da decisão e vontade de seus pais. A partir disso torna-se fundamental: 1. Garantir o cuidado às gestantes através da qualificação do pré-natal. 2. Providenciar o cuidado e a proteção integral da criança através da atenção às famílias, reconhecendo nestas o grande potencial que têm na prevenção e, sobretudo, na promoção de vida saudável para todos. 3. Incentivar a prática do estímulo para o crescimento e desenvolvi- mento integral da criança. Atenção, carinho e proteção devem fazer
  • 11. 10 | Primeira Infância Melhor parte da responsabilidade de todos para com a infância, contribuin- do para uma vida saudável e feliz. A gravidez é um acontecimento especial e ao mesmo tempo natural na vida da mulher, mas ainda hoje é vivenciado com dúvidas e tabus. Neste período ela passa por importantes transformações, tanto físicas, quanto emocionais. Apoio e orientações são fundamentais e podem contribuir para a promoção do vínculo da mãe com o seu bebê. Mesmo quando a gestação é programada e desejada, inseguran- ças podem surgir, além de medos e ansiedades. Durante nove meses, o corpo feminino desenvolve um complexo sistema biológico, gerando modificações físicas, acompanhadas de descobertas emocionais, o que exige adaptações da família e no ambiente de trabalho. Tais questões de- vem chegar ao conhecimento das famílias para que seja promovida uma maior conscientização quanto ao seu papel, levando em conta as atribui- ções paternas. O pai pode e deve participar ativamente, contribuindo de modo significativo para o bem-estar da mãe e do bebê, além de ampliar seu nível de envolvimento e responsabilidades para com as crianças. O Guia da Gestante para o Visitador contém informações essen- ciais sobre os períodos gestacionais, parto, amamentação, direitos da gestante e da criança, saúde bucal e alimentação, entre outros. Tal cons- trução foi possível a partir das experiências e conhecimentos de profis- sionais de várias áreas relacionadas à atenção e cuidado nesta fase da vida. O acolhimento humanizado, o apoio e as informações qualificadas, além do compromisso e a participação de todos, certamente favorece- rão esse importante período que se chama Gestação. E, neste contexto, ratifica-se uma vez mais a importância da presença atenciosa e habili- tada do Visitador no acompanhamento de cada fase deste tempo. Seu desempenho tem parte ativa nos processos de reconhecimento e desen- volvimento das competências de cada família que atende.
  • 12. Guia da Gestante para o Visitador | 11 1. GESTAÇÃO A gestação é um período de intensas transformações físicas e emo- cionais para a mulher. Essas mudanças podem gerar medos, dúvidas, angústias, fantasias, ou simplesmente curiosidade em saber o que se passa no interior de seu corpo. O importante neste momento, é que a futura mãe possa sentir o apoio e acolhimento pelo futuro pai e/ou por aqueles que convivem com ela. Os sentimentos e emoções se misturam para constituir o papel de ser mãe no cuidar, proteger, ensinar, nutrir e acompanhar. A participa- ção dos familiares, do companheiro e dos filhos é muito importante. No caso das crianças, a vinda de um novo irmão pode gerar questiona- mentos. É essencial que o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê se inicie já nos primeiros meses da gestação. Isso proporcionará ao bebê e à mãe, bem-estar emocional, estreitando a relação e fortalecendo os laços pa- rentais. 1.1 O PAPEL DA FAMÍLIA A notícia da gravidez e o processo de gestação constituem situa- ções muito importantes para a mulher, o homem e seus familiares mais próximos. Hoje, é muito comum encontrarmos uma nova estrutura familiar, não mais composta somente pelo pai, mãe e filho. Como por exemplo, crianças adotadas, criadas por avós, mães ou pais solteiros, homosse- xuais, padrastos, madrastas e outros. Enfim, família é o conjunto de pessoas que moram sob o mesmo teto. Nos dias atuais, o preconceito em relação às novas estruturas fami- liares diminuiu consideravelmente. A sociedade e a família, em geral, aceitam com mais facilidade os novos modelos, independentemente de quem seja cuidador. Deve-se salientar um aspecto que não mudou, mas apenas des- cobriu-se que é cada vez mais essencial: o papel da família, o afeto e a saúde da mãe e do bebê durante e após o período gestacional. Logo no primeiro trimestre, o bebê dá seus primeiros sinais de interação com a família que já participa do seu desenvolvimento. À medida que o bebê se desenvolve, ele vai distinguindo melhor o que escuta e sente. 1
  • 13. 12 | Primeira Infância Melhor Uma forma de antecipar o envolvimento emocional e a troca de afeto entre pais e filho é a formação do vínculo afetivo, já durante a gestação. O ideal é a estimulação sistemática, seja por meio de carinhos na barriga, conversas ou cantigas. Essa comunicação possui uma dimensão afetiva, e o bebê, com suas possibilidades auditivas e de memória, positivas desde a vida fetal, vai registrando tudo o que ocorre no meio externo. Os movimentos que ele faz dentro do útero, ou deixa de fazer, re- presentam um sinal do que ele quer manifestar. Decifrar as reações do feto revela intimidade e começa a produzir confiança entre mãe e filho. Assim, palavras ternas o tranquilizam, mas tristeza, angústia, medo ou irritação, podem interferir no bem-estar do bebê. A comuni- cação pode trazer conforto e alegria para a mãe, e serenidade ao bebê, se o ambiente externo e familiar transmitir tranquilidade e confiança. Muito antes de o bebê nascer, ele já é mencionado, referido em conversas e idealizado pela mãe, por quem desempenha figura paterna e demais familiares que aguardam a sua chegada. A família tem o papel mais importante na estruturação do indiví- duo. É o primeiro grupo a que o bebê pertence. Dela depen- dem as experiências negativas ou positivas que irá vivenciar, desde a gestação. Como experiências positi- vas fundamentais para a cons- trução da identidade, e per- sonalidade psicossocialmente sadias, são apontados, entre outros, o afeto, a valorização, o incentivo e os limites que a família promove e oferece para suas crianças. Já as experiências negativas, como falta de afeto, desvalo- rização, não reconhecimento, levam à frustração, à tristeza, à decepção. Esses sentimentos desempenharão papel determinante na formação da identidade e personalidade, pois com sentimentos de menos valia e baixa autoestima, o indivíduo poderá ter dificuldades em suas relações sociais, em sua capacidade de aprender, em seu potencial para enfrentar desafios e assumir responsabilidades. Portanto, a família é a via mais eficaz para o adequado desenvolvi- mento das crianças. Crianças amadas e estimuladas terão suas capaci- dades potencializadas e, consequentemente, serão adultos mais saudá- veis, física e emocionalmente.
  • 14. Guia da Gestante para o Visitador | 13 1.2 O PAPEL DO VISITADOR Para a realização de um trabalho significativo e com resultados positivos, o Visitador deve acompanhar a gestante de maneira compreensiva e amigável mantendo o foco de seu papel profissional. Respostas diretas e seguras são importantes para o bem-estar da mãe e do bebê. Para tanto, o Visitador deve conhecer as alterações mais comuns e frequentes deste período, buscando constantemente junto ao GTM e Monitor, o respal- do e aprimoramento acerca da metodologia do PIM, bem como de conhecimentos afins. As observações destas alterações dar-se-ão no momento da Modalidade Grupal, Individual e Vi- sitas de Acompanhamento. Todos os esclarecimentos feitos no decorrer deste guia quanto aos aspectos da gestação, de- vem ser alvo do trabalho dos Visitadores, atra- vés das Modalidades de Atenção. “Quando os pais participam do desenvolvimento dos seus filhos, as crianças não só se tornam fisicamente mais saudáveis, como também mentalmente mais perspicazes e emocionalmente seguras”. (Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNI- CEF. Situação da Infância Brasileira 2001, p22. Brasília: Editora Cross Content Comunicação Integrada, 2001. p.22).
  • 15. 14 | Primeira Infância Melhor I . ALTERAÇÕES CORPORAIS MAIS COMUNS NA MULHER GRÁVIDA @ Cansaço nos primeiros meses da gravidez é um sintoma normal, porém, se o cansaço for excessivo, ou se for acompanhado de desmaios, palidez ou palpitações, é importante que a gestante seja orientada a procurar o seu pré-natalista; @ Calor excessivo e transpiração é uma sensação que a gestante pode sentir, principalmente, nos últimos meses da gravidez. É provoca- da pelo aumento do nível hormonal e faz com que a gestante tenha uma maior transpiração, principalmente à noite; @ Dores nas costas surgem à medida que o útero e o bebê crescem e ocorrem mudanças de postura para acomodar o peso; @ Mudanças nos seios, ocasionadas pelas altas taxas de hormônios, que aumentam a sensibilidade e que, geralmente, diminuem no segun- do trimestre. Algumas mulheres observam os mamilos ficarem mais escuros e as veias mais visíveis; @ Prisão de ventre, pois o intestino torna-se “preguiçoso”, primeiro pela alteração dos níveis hormonais e depois devido à pressão sobre o reto; @ Hemorroidas, que são veias varicosas dentro e em volta do reto, que podem provocar coceira, dor e, em alguns casos, sangramento; @ Câimbras são comuns, especialmente no segundo e terceiro se- mestres da gestação. Geralmente se manifestam à noite, principalmen- te nos pés, na “panturrilha” (barriga da perna) e nas coxas. São espas- mos musculares que causam dor e são provocados por uma carência de cálcio, potássio e outros sais minerais. Alterações nos dentes e gengiva, ligadas ao aumento dos hormônios, bem como ao volume aumentado de sangue, podem causar inchaço na boca e sangrar com mais facilida- de; @ Mudanças na pele devido a alteração dos níveis hormonais, que surgem em regiões como aréola, parte interna das coxas, linha Alba (risco escuro que vai do abdômen ao púbis) cloasma ou “máscara da gravidez”(pigmentação da face). Também podem surgir estrias, princi- palmente em gestantes muito jovens ou com grande aumento de peso; 2
  • 16. Guia da Gestante para o Visitador | 15 @ Varizes podem ocorrer durante a gestação, devido ao alto volume sanguíneo nas veias das pernas; @ O fato de urinar com frequência pode estar relacionado à pressão do útero sobre a bexiga; @ No primeiro trimestre é comum que ocorram enjoos, principal- mente pela manhã e estão relacionados a alterações hormonais ou fa- tores emocionais; @ A “revolução hormonal” é responsável pela diminuição do ritmo digestivo e pelo relaxamento da válvula que separa o esôfago do estô- mago, provocando azia, mal-estar, refluxo, dor no estômago e indiges- tão; @ No segundo trimestre, a gestante já se sente mais disposta e cheia de energia. Nesta fase, o bebê está totalmente formado, a barriga co- meça a aparecer e os enjoos tendem a desaparecer. Nesses três meses o ganho de peso pode ser maior, podendo exigir maior controle do apetite por parte da gestante; @ Durante os primeiros meses da gravidez é normal ter problemas de sonolência, ocasionadas pelas alterações hormonais, principalmente durante o dia e após as refeições, que tendem a desaparecer no início do segundo trimestre. A gestante poderá adormecer com facilidade nas horas mais impróprias e durante a noite passar horas em claro; @ Durante o primeiro e também no último trimestre de gravidez, a gestante poderá sofrer náuseas, acidez e azia, entre outros sintomas que podem prejudicar a alimentação. Orientações que o Visitador deve repassar à gestante @ O cansaço costuma aparecer nas primeiras e últimas semanas da gravidez. Quando este for excessivo ou acompanhado de desmaios, palidez ou palpitações, a gestante deve ser orientada a consultar com o médico e procurar manter a calma, o que tranquilizará, também, o bebê; @ Para reduzir o incômodo causado pelo calor e suores excessivos a gestante poderá tomar banhos durante o dia, vestir roupas leves e be- ber água, para repor o líquido que o organismo elimina na transpiração;
  • 17. 16 | Primeira Infância Melhor @ Para aliviar e combater as dores nas costas, a gestante deverá con- trolar o excesso de peso, evitar o uso de sapatos com salto alto, pro- curar manter uma postura mais ereta e evitar permanecer em pé por muito tempo; @ Um dos problemas relacionados com o sistema circulatório da gestante, diz respeito à formação de varizes. Para que o aparecimento destas seja evitado, o melhor é a prevenção, principalmente se a mulher tiver outras gestações, porque as varizes tendem a piorar. Portanto, o que pode ser feito, é controlar o aumento excessivo de peso, evitar per- manecer muito tempo de pé e, ao sentar-se, elevar as pernas e deixá-las apoiadas em alguma almofada; @ A sensação de desconforto e/ou sensibilidade provocadas pelo crescimento dos seios durante a gestação, poderá ser amenizada com o uso de um sutiã mais adequado, que dê maior sustentação; @ A prisão de ventre, tão comum no período gestacional, pode ser amenizada se a gestante incluir em seu cardápio, uma alimentação rica em fibras, com frutas, verduras e cereais integrais; tomar muita água e, se possível, praticar caminhadas de forma moderada, conforme orien- tação da equipe de saúde; @ Para prevenir as hemorroidas, repetem-se as orientações que são dadas para a prisão de ventre, ou seja, uma dieta saudável, com inges- tão de fibras, beber bastante líquido, principalmente água. Evitar ficar em pé ou sentada por tempo prolongado; @ As câimbras, na maioria das vezes, podem ser aliviadas flexionan- do o pé ou tornozelo e esticando a perna, no caso de câimbra nas coxas. O uso de meias elásticas durante o dia, poderá auxiliar no combate às câimbras; @ Visitas regulares ao dentista são importantes; @ Para amenizar os problemas de pele que surgem na gestação, a melhor atitude é a ingestão de muita água. A água é um excelente hi- dratante da pele; @ Para as náuseas e enjoos, existem algumas orientações para tentar aliviá-las, como evitar frituras, gorduras e alimentos com cheiros fortes ou desagradáveis; evitar consumir líquidos durante as refeições, dando preferência à ingestão nos intervalos e em pequenas quantidades; inge- rir alimentos sólidos como bolacha água e sal, antes de levantar-se pela
  • 18. Guia da Gestante para o Visitador | 17 manhã; ingerir suco de limão, pois pode ajudar a controlar a náusea; utilizar líquidos ou alimentos gelados para evitar o vômito; comer len- tamente, mastigar bem os alimentos; @ A gestante não deve permanecer grandes períodos de tempo sem se alimentar, devendo fazer várias pequenas refeições ao dia. Entre as refeições principais é indicado o consumo de frutas; @ Nos casos de enjoo, dor de estômago e indigestão, é aconselhável que a gestante evite usar roupas muito justas, que apertem a barriga. Deve comer lentamente e mastigar bem os alimentos, controlar o au- mento de peso, evitar fumo e álcool; @ Dormir bem é importante e ao levantar, fazê-lo de modo lento; @ Elevar a cabeceira da cama de 10 a 15 centímetros, pode auxiliar na redução do refluxo; @ Para amenizar a falta de ar e dificuldade para respirar, a gestante deve evitar lugares com pouca ventilação e esforços físicos excessivos; fazer repouso durante o dia e, ao deitar-se, erguer a cabeça com traves- seiros ou almofadas, para facilitar a respiração; @ O uso de medicamentos orais (comprimidos), de uso externo (po- madas) ou até mesmo complexos vitamínicos, só poderá ser realizado com orientação médica, evitando os riscos e problemas que podem re- sultar do uso indevido de medicamentos, tanto para a gestante, quanto para o bebê.
  • 19. 18 | Primeira Infância Melhor I. PERÍODOS GESTACIONAIS 3 1º TRIMESTRE - ATÉ 15 SEMANAS DE GESTAÇÃO ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E EMOCIONAIS DA GESTANTE ORIENTAÇÕES À GESTANTE DESENVOLVIMENTO DO BEBÊ Importante: A gestante pode apresentar os sinais e sintomas descritos a seguir: 1. Ausência da menstruação. 2. Cansaço e sonolência. 3. Modifi cações no seio (inchaço, sensação de adormecimento, formigamento, escurecimento das auréolas, aparecimento de pequenas veias de cor azul sob a pele, devido ao aumento de irrigação sanguínea no seio). 4. Náusea, vômitos e salivação excessiva. 5. Azia e difi culdade de digestão. 6. Repulsa ou desejo por certos alimentos. 7. Vontade de urinar com frequência. É comum a gestante demonstrar instabilidade emocional como: irritabilidade, mudanças repentinas de humor, vontade de chorar, apreensão, medo, alegria e excitação. 1. Um dos primeiros sinais da gestação é a ausência da menstruação. Se houver eventual sangramento, a gestante deverá entrar em contato com o seu médico. 2. O cansaço e a sonolência podem surgir em qualquer período da gestação. Quando este for excessivo ou acompanhado de desmaios, palidez ou palpitações, é importante que a gestante seja orientada a procurar o médico. Orientá-la para manter-se calma, tranquilizará também o bebê. 3. Os seios continuarão a crescer durante toda a gestação. Para evitar ou amenizar a sensação de desconforto e/ou sensibilidade, faz-se necessário o uso de um sutiã que dê maior sustentação a estes. 4. Para situações de náuseas ou enjoos, existem algumas orientações para tentar aliviá-las, como: evitar frituras, gorduras e alimentos com cheiros fortes ou desagradáveis; ingerir alimentos sólidos como bolacha água e sal, antes de levantar-se pela manhã; ingerir suco de limão, pois pode ajudar a controlar a náusea; utilizar líquidos ou alimentos gelados para evitar o vômito; comer lentamente e mastigar bem os alimentos e evitar consumir líquidos durante as refeições, dando preferência à ingestão nos intervalos e em pequenas quantidades. 5. Nos casos de enjoos, dor de estômago e indigestão é aconselhável que a gestante evite usar roupas muito justas que apertem a barriga. Deve comer lentamente e mastigar bem os alimentos; controlar o aumento de peso; evitar fumo e álcool e, ao deitar-se, levantar o travesseiro de 10 a 15 centímetros para manter a cabeça mais elevada. 6. O sistema digestivo das mulheres grávidas sofre com a azia, além das difi culdade de digestão, pois à medida que o bebê vai crescendo e aumentando de peso, o útero aumenta de tamanho e comprime o sistema digestivo. 7. No primeiro e último trimestres da gravidez, a maior parte das gestantes urina com mais frequência devido a: = alterações hormonais; = maior volume de líquidos corpóreos a serem fi ltrados pelos rins; = compressão feita pelo útero, que começa a aumentar de tamanho, pressionando a bexiga; = aumento da atividade renal. Próximo ao fi m da 4ª semana, o bebê é uma minúscula sementinha, menor que um grão de arroz, com aproximadamente 5 milímetros. Nas duas próximas semanas, iniciará a formação do tubo neural (do qual derivam o cérebro e a medula), do coração, do aparelho digestivo, dos olhos, das orelhas, dos braços e pernas. A partir da 5ª semana de gestação, o embrião apresenta um formato oval, parecendo-se mais com um corpo. Consegue-se perceber em uma extremidade, a formação do cérebro e no resto, a formação da estrutura corporal e dos membros. É neste período que o coração do bebê começará a bater, e surgem os delineamentos dos olhos, das orelhas, da boca e da cavidade nasal. Está se formando o saco amniótico (juntamente com o líquido amniótico) que tem a função de envolver o feto e protegê-lo por toda a gravidez. Neste período também ocorre a formação dos dedos e a defi nição da estrutura esquelética, inicialmente, com a cartilagem e, mais tarde, com os ossos. Também há a formação dos órgãos genitais e do aparelho digestivo. Entre a 9ª e a 10ª semanas, a cabeça do feto já está bem delineada, parecendo desproporcional em relação ao resto do corpo. Neste período, formam-se as pálpebras que irão proteger os globos oculares. O sistema circulatório e urinário, além de outros órgãos, já estão funcionando. Os órgãos genitais já se desenvolveram e os contornos do rosto já estão modelados. No fi nal da 10ª e 11ª semanas, aparecem sob a derme as terminações nervosas, e o feto já consegue reconhecer os sons maternos da circulação sanguínea, respiração e dos batimentos cardíacos. Os músculos e as articulações permitem ao feto realizar seus primeiros movimentos. Na ponta dos dedos se visualizam as unhas, e ele começa a se movimentar bastante. Suas mãozinhas e pezinhos estão em contínuos movimentos de abrir e fechar. Também já pratica a sucção, engolindo líquidos a sua volta. Próximo ao fi nal da 12ª semana, o feto já aumentou de tamanho, chegando a medir cerca de 6,2 a 7,5 centímetros e pesa, aproximadamente, de 14 à 18 gramas Na 13ª semana, a barriga da gestante começa a aparecer, pois o útero já ocupa a parte superior da pelve. A partir da 14ª semana, todos os órgãos internos do feto estão com suas estruturas principais já formadas. O fígado começa a produzir o primeiro suco gástrico, e os rins iniciam a produção de urina, que é diluída e formada, basicamente, de líquido amniótico.
  • 20. Guia da Gestante para o Visitador | 19 2º TRIMESTRE – 15 À 28 SEMANAS DE GESTAÇÃO ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E EMOCIONAIS DA GESTANTE ORIENTAÇÕES À GESTANTE DESENVOLVIMENTO DO BEBÊ Importante: A gestante pode apresentar todos ou somente alguns dos sinais e sintomas descritos a seguir, além de alguns que iniciaram no trimestre anterior. 1. Modifica a pigmentação da pele, abdômen e rosto. 2. Prisão de ventre. 3. Dores nas costas. 4. Câimbras nas pernas, coxas e pés. 5. Possível inchaço dos tornozelos e dos pés e, às vezes também das mãos. 6. Surgimento de algumas veias varicosas e/ou hemorroidas. 7. Aumento da umidade vaginal (leucorreia). 8. Sensação de coceira no abdômen. 9. Congestão nasal e sensação de entupimento do ouvido. 10. Aumento da pulsação (frequência cardíaca). 11. Azia e dificuldade de digestão. 12. Possíveis dores de cabeça, eventualmente, desmaios e tontura. 13. Grande aumento do apetite. 14. Algumas gestantes, principalmente as mais magras, poderão sentir no final do 4° mês de gestação, leves movimentos do bebê. 15. Movimentos fetais cada vez mais intensos no final deste trimestre. 16. Sensação de dormência na parte baixa do ventre. 17. Na 20ª semana, a gestante poderá apresentar maior instabilidade emocional, podendo, de vez em quando, sentir irritação e algumas mudanças de humor, tendo um sentido mais amplo de aceitação da realidade de “estar grávida” e períodos de distração. 1. Para amenizar os problemas de pele que surgem na gestação, o ideal é a ingestão de muita água. A água é um excelente hidratante da pele. Também é indicado para que a gestante, ao se expor ao sol, utilize protetor solar. 2. A prisão de ventre, tão comum no período gestacional, pode ser amenizada se a gestante incluir, em seu cardápio, uma alimentação rica em fibras, frutas e verduras; tomar muita água e, se possível, praticar caminhadas de forma moderada, conforme orientação médica. 3. Para aliviar e combater as dores nas costas, a orientação é que haja um controle do aumento do peso; evitar o uso de sapatos com salto alto; manter uma postura mais ereta, evitar fi em pé por muito tempo e não levantar peso. 4. As câimbras, na maioria das vezes, podem ser aliviadas flexionando os pés ou tornozelos. Esticar a perna no caso de câimbra nas coxas. Usar meias elásticas durante o dia, pode ser um hábito que irá auxiliar no combate às câimbras . 5. Para evitar os inchaços nos tornozelos e pés, as peças de vestuário devem ser largas, tanto na volta da cintura, quanto nas pernas. Do mesmo modo, usar meias elásticas ou repousar com frequência com as pernas ao alto, de preferência inclinada para o lado esquerdo, costuma reduzir o edema. 6. Para prevenir as hemorroidas, repetem-se as orientações que são dadas para a prisão de ventre, ou seja: dieta balanceada, com ingestão de fibras, evitar alimentos picantes, beber bastante líquido, principalmente água; evitar ficar em pé por tempo prolongado ou permanecer tempo demais sentada. 7. Observa-se um aumento no fluxo vaginal durante a gravidez, também devido ao aumento dos hormônios. O colo uterino produz uma secreção aumentada de muco, que é responsável pela sensação de umidade vaginal. Mudanças na coloração desse muco, ou alterações como coceira vaginal ou odor fétido devem ser comunicadas à equipe de saúde, para que esta oriente o tratamento correto. 8. A maioria das gestantes, com o passar dos meses, começa a sentir coceiras em várias partes do corpo, mas principalmente no abdômen. Oriente a gestante para passar um creme hidratante em sua pele todos os dias, para combater o ressecamento natural causado pelo estiramento da pele. Entre a 15ª e a 16ª semanas, os contornos do rosto do bebê estão melhor definidos com a formação da boca. A pele que vai se formando é lisa e transparente, e os primeiros cabelos começam a aparecer. Como o bebê engole muito líquido amniótico, às vezes ele pode ter soluços e também poderá ser visto chupando o polegar. Neste período, a produção de células nervosas acelera- se, e as estruturas musculares e ósseas prosseguem em seu desenvolvimento, fazendo com que ele comece a se movimentar mais dentro do útero materno. Para a maioria das mulheres esse é o período em que sentirão o bebê mexer pela primeira vez. Ao final do 4° mês, o bebê mede, em média, de 10 a 12 centímetros e seu peso pode chegar a aproximadamente 200 a 220 gramas. Ao redor da 20ª semana, poderá ser realizada uma ecografia ou ultrassom para verificar a saúde do bebê. Neste exame já é possível identificar o seu sexo. Nessa etapa, os movimentos do bebê serão cada vez mais intensos. O bebê começa a ter um maior período ativo em certos períodos do dia, intercalando com tempo de repouso. A pele do bebê, forma então, a chamada vernix caseosa que é uma película de gordura sobre ela e que tem a finalidade de protegê-la. Começam a surgir os pelos que irão formar os cílios e as sobrancelhas, assim como os cabelos. O bebê começa a desenvolver quatro dos cinco sentidos: audição, olfato, tato e paladar. A visão será o último dos sentidos a se desenvolver. O bebê já reage a estímulos externos, como a luz e a música e também percebe os ruídos físicos da mamãe, como o bater do seu coração, corrente sanguínea ou os gorgulhos intestinais. Agora a gestante vai começar a sentir: chutes e cotoveladas. Se antes sentia uma leve vibração, a cada semana que passa, irá sentir os movimentos do bebê mais intensamente. Isso, porque, os músculos e articulações do bebê já estão mais firmes e seu tamanho maior. Já é possível que outras pessoas sintam o bebê mexer ao colocar a mão na barriga da gestante. Nesta fase, ele começa a acumular os primeiros depósitos de gorduras sob a superfície da pele. No decorrer, dos próximos meses, o bebê crescerá bastante, podendo aumentar até aproximadamente 25 centímetros e pesar de 340 a 500 gramas. Seu corpo, neste período, já é todo bem proporcional, cabeça, tronco e membros.
  • 21. 20 | Primeira Infância Melhor 2º TRIMESTRE – 15 À 28 SEMANAS DE GESTAÇÃO ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E EMOCIONAIS DA GESTANTE ORIENTAÇÕES À GESTANTE DESENVOLVIMENTO DO BEBÊ 18. Em média, durante o segundo trimestre de gravidez, a gestante deve aumentar aproximadamente 450 gramas de seu peso por semana. Ou seja: a cada mês um aumento de mais ou menos 2 quilos. A barriga, agora, já deve estar bem redondinha; os seios poderão já estar produzindo um pouco de colostro (líquido amarelado e opaco segregado para glândula mamária durante o período fi nal da gravidez e os primeiros dias depois do parto). 19. No fi nal deste período, poderá haver uma certa ansiedade com relação ao futuro. 20. Se estiver controlando o ganho de peso, deverá ter aumentado entre 5 e 6 quilos, aproximadamente. Como grande parte deste ganho de peso se concentra na região do abdômen, é provável que sinta mais cansaço e algumas dores pelo corpo. 9. Orientar a gestante que a congestão nasal resulta das elevadas concentrações do hormônio estrógeno. 10. O funcionamento do coração também se altera durante a gravidez para que haja um volume sufi ciente de sangue para a mãe e seu bebê. O coração precisa realizar um esforço maior, o que torna seus batimentos cardíacos mais frequentes. 11. As mulheres grávidas podem apresentar náuseas, vômitos e azia, além de difi culdades de digestão, pois à medida que o bebê vai crescendo e aumentando de peso, o útero aumenta de tamanho, comprimindo o sistema digestivo. 12. As tonturas podem acontecer após mudanças bruscas de posição e também quando a gestante fi car por períodos prolongados sem alimentar-se. Dores de cabeça mais frequentemente estão associadas às tensões, confl itos e temores, entretanto podem estar associadas a doenças mais graves. Orientar a gestante para que procure uma unidade de saúde, ou o seu médico, caso a pressão arterial esteja alterada ou esteja passando por difi culdades psicoemocionais. 13. O aumento de apetite é natural, isso acontece porque a mulher precisa de uma quantidade maior de alimento para suprir suas necessidades diárias e também para nutrir o bebê em formação. 14. O bebê está crescendo e se posiciona mais para baixo na pelve da mãe, o que dá uma maior sensação de compressão no baixo ventre, às vezes, acompanhada de possíveis adormecimentos no local. Ao completar seis meses, o bebê terá, aproximadamente, 33 centímetros e 700 gramas. Provavelmente, já estará assumindo a chamada posição fetal, com os joelhos próximos ao abdômen e os braços dobrados no peito.
  • 22. Guia da Gestante para o Visitador | 21 3º TRIMESTRE – MAIS DE 28 SEMANAS DE GESTAÇÃO ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E EMOCIONAIS DA GESTANTE ORIENTAÇÕES À GESTANTE DESENVOLVIMENTO DO BEBÊ Importante: A gestante pode apresentar todos, ou somente, alguns dos sinais e sintomas descritos a seguir, além de alguns que iniciaram nos trimestres anteriores. 1. Falta de ar e dificuldade para respirar. A respiração se torna mais fácil quando o bebê se posiciona mais para baixo no ventre materno. 2. Calor excessivo e transpiração principalmente à noite. 3. Insônia. 4. Aumento da frequência urinária, depois que o bebê se posicionar mais para baixo no ventre materno. 5. Aumento das dores nas costas e da sensação de peso nas pernas. 6. Contrações de “Braxton Hicks” (homenagem ao cientista que primeiro as descreveu em 1872), que são contrações fracas e indolores, que fazem com que o corpo prepare-se para o parto. 7. Colostro (líquido amarelado e opaco segregado pela glândula mamária durante o período final da gravidez e os primeiros dias depois do parto), que pode gotejar dos seios. 8. Sensação de incômodo ou adormecimento das nádegas e da pélvis. 9. Aumento ou perda do apetite. 10. Períodos alternados de maior energia e maior cansaço. 11. Possível ansiedade em relação ao bebê e ao parto. No decorrer do trimestre, a gestante demonstra o desejo, cada vez maior, de que a gravidez termine logo. A esta altura da gravidez, já estará sentindo as contrações de “Braxton Hicks”. Cada gestante apresenta uma barriga diferente: mais alta, mais baixa, 1. Para amenizar a falta de ar e dificuldade para respirar, a gestante deve evitar lugares com pouca ventilação e esforços físicos; fazer repouso durante o dia e, ao deitar, erguer a cabeça com travesseiros ou almofadas para facilitar a respiração. 2. Para reduzir o incômodo causado pelo calor e suor excessivos, a gestante poderá tomar banhos durante o dia, vestir-se em camadas, ou seja, de forma que ela possa ir retirando peças de roupas conforme o aumento do calor e do suor e beber água para repor os líquidos que o organismo elimina na transpiração. Cabe ressaltar que qualquer iniciativa da gestante quanto a fazer uso de medicamentos orais (comprimidos) ou de uso externo (pomadas) ou até mesmo complexos vitamínicos, o Visitador deverá orientar sempre que a mesma deve consultar o médico, apontando os riscos e problemas que podem advir do uso indevido de medicamentos, tanto para ela quanto para o bebê; 3. Neste período, é comum a gestante passar a sentir a chamada ansiedade “antecipatória” que está relacionada aos anseios com o parto, podendo causar períodos de insônia. A gestante deverá ser orientada para que busque conforto e tranquilidade. 4. No final da gravidez, o aumento da atividade renal é maior. Ocorre um maior volume de líquidos corpóreos a serem filtrados pelos rins e a compressão feita pelo útero aumenta, pressionando a bexiga. 5. Normalmente localizada na região lombar, são consequências de uma maior mobilidade nas articulações da bacia e da coluna, devido ao seu corpo estar se ajustando às alterações hormonais deste período. Além disso, seu abdômen em crescimento provoca uma inclinação de seus ombros para trás, tentando compensar o desequilíbrio. Para tentar amenizar este desconforto, a gestante deve controlar o aumento de peso, além de evitar o uso de saltos muito altos; ficar em pé por períodos muito prolongados e não levantar peso. Orienta-se manter uma postura mais ereta, tentar alternar um pouco de repouso sentada com os pés apoiados O bebê está formado, o sistema nervoso e o cérebro desenvolvem- se de forma acelerada. Ao final da 28ª semana, seus pulmões começam também a se desenvolver e, caso o parto ocorra nesse período, mesmo sendo prematuro, o bebê terá uma grande possibilidade de sobreviver. O bebê já consegue ter várias reações, como: abrir e fechar os olhos e ter maior percepção da luz, distinguir entre o gosto doce e o amargo. O ritmo do crescimento do bebê, agora, é bem veloz e a maioria dos órgãos vitais estão funcionando. Toda a estrutura que compõe os olhos está desenvolvida (a íris apresenta uma coloração azulada). A audição também se desenvolveu e ele consegue reconhecer a voz da mãe, do pai e familiares. O espaço que o bebê ocupa, neste período, não é mais tão folgado. Ele começa a se posicionar, na maioria das vezes, de cabeça para baixo, assumindo uma posição mais confortável. Com isso, volta a pressionar um pouco a bexiga da mamãe. Os movimentos do bebê nesta fase são bem mais ativos e a gestante já consegue inclusive, distinguir com que parte do corpo ele está tocando. Mesmo com o espaço reduzido, ele movimenta- se. É possível monitorar o bem-estar do bebê através dos seus movimentos. Ao final da 28ª semana, o bebê cresce bastante, com peso aproximado, entre 1 kg à 1 kg e 300 gramas, medindo entre 37 e 40 centímetros. À medida em que ele cresce, ocupa cada vez mais espaço no útero. Na 32ª semana, o bebê já está bem desenvolvido, tendo aproximadamente, 45 à 47 centímetros de altura e pesará mais ou menos 2 quilos e 250 gramas a 2 quilos e 400 gramas. A partir da 36ª semana o bebê estará pronto para nascer. Em média, o peso de um bebê no final da gestação é de aproximadamente, 3 quilos e 300 gramas, e sua altura pode variar de 48 à 52 centímetros. Seu estômago e rins funcionam adequadamente. Os pulmões estão desenvolvidos e prontos para respirar. O intestino já produziu mecônio (substância que será eliminada juntamente com as primeiras fezes) e seu corpo adquiriu uma boa camada de gordura. A sua pele já não é mais rugosa e fina como antes, e sim macia e delicada. Os seus cabelos podem ter crescido. Os progressos mais significativos são no desenvolvimento sensorial, e ele passa, então,
  • 23. 22 | Primeira Infância Melhor 3º TRIMESTRE – MAIS DE 28 SEMANAS DE GESTAÇÃO ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E EMOCIONAIS DA GESTANTE ORIENTAÇÕES À GESTANTE DESENVOLVIMENTO DO BEBÊ mais volumosa, menos volumosa, mais larga ou mais compacta. Isso varia de acordo com o seu tipo físico, com o aumento de peso durante a gravidez, e também com a dimensão do bebê. A ansiedade, excitação e preocupação com relação ao bebê e ao parto, aumentam. Há uma sensação de alívio maior ao pensar que a gravidez está chegando ao fi m e, possivelmente, também impaciência e inquietação, com sonhos e fantasias sobre como será o bebê. Ao aproximar-se do fi nal da gestação e com o rebaixamento do útero, a gestante estará sentindo-se melhor, com mais facilidade para respirar e com menor pressão no estômago. num banquinho; fazer caminhadas lembrando de manter a postura correta, pois isso fortalecerá sua musculatura lombar; procurar dormir em colchões mais fi rmes. Se, por acaso, a dor nas costas for muito intensa, a gestante deve procurar a equipe de saúde e conversar a respeito. 6. As contrações de “Braxton Hicks” são normais, de intensidade leve e indolor, pois o útero está se exercitando para iniciar o trabalho de parto. Próximo ao fi nal da gestação, as contrações aumentam sua frequência e intensidade. 7. Em detrimento as modifi cações hormonais, o colostro começa a ser produzido no terceiro trimestre de gestação. Ele fi ca devidamente armazenado e, em geral, não vaza, a menos que a mulher estimule muito o bico dos seios. 8. Alguns sintomas de um pré-trabalho de parto podem se manifestar. O corpo da gestante, então, passa por algumas transformações, no qual o bebê se posiciona mais para baixo na pelve da mãe, o que dá uma maior sensação de compressão no baixo ventre, às vezes, acompanhada de adormecimento das nádegas, pelve e região lombar. 9. A ansiedade pode causar o aumento ou perda do apetite. É importante para a gestante, manter-se tranquila, pois a redução ou aumento do seu peso pode prejudicar o desenvolvimento do bebê. 10. Devido a gestante encontrar-se no período em que o bebê está formado e ganhando peso, as sensações de peso e cansaço são mais frequentes. Por esta razão, na medida do possível, é importante que a gestante procure repousar, optar por refeições leves, em pequenas quantidades e periódicas para manter a energia. Se mesmo assim houver queixa de cansaço, procurar a equipe de saúde. a maior parte do tempo dormindo e descansando, como que se preparando para a hora do seu nascimento.
  • 24. Guia da Gestante para o Visitador | 23 I. A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL Ao pensarmos no sentido das palavras pré-natal, podemos refletir o quanto podem nos dizer do seu conteúdo. Pré é o que vem antes, o que se antecipa, enquanto “natal” está relacionado ao nascimento, iní- cio da vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, assistência ao pré-natal é um conjunto de cuidados médicos, nutricionais, psicológicos e sociais destinados a proteger o feto e à mãe durante a gravidez, parto e puerpério.” Tem como principal finalidade a diminuição da morbimortalidade materna e infantil (do nascimento até 12 meses). O ideal é que quando o desejo de ser mãe se manifestar, o casal se vincule a algum serviço de saúde para realizar uma avaliação médica. Esta atitude aumentará as chances de uma gravidez saudável. Porém, na grande maioria das vezes, esta avaliação não acontece. O pré-natal deve ser iniciado, portanto, tão logo a gravidez seja confirmada e, pre- ferencialmente, antes das 12 semanas de gestação. A primeira consulta inclui o exame completo, inclusive com avalia- ção ginecológica. Todas as informações sobre o histórico de doenças da família, devem ser fornecidas à equipe de saúde. É importante incen- tivar a gestante para aproveitar este momento, para esclarecer as suas dúvidas sobre futuras transformações do seu corpo, bem como sobre sua saúde em geral e a de seu parceiro. Ele, igualmente, deve ser incen- tivado a participar de todo o pré-natal. Serão solicitados exames laboratoriais, com o objetivo de detectar possíveis problemas maternos, que possam afetar a saúde do bebê e garantir o bom desenvolvimento da gestação, como: hemograma, soro- logia para sífilis e rubéola, HIV, glicemia (diabetes), grupo sanguíneo e fator Rh, urina e outros, considerados necessários. Esses exames serão, possivelmente, repetidos no decorrer da gestação. A situação vacinal da gestante também deverá ser avaliada e atualizada. A ultrassonografia obstétrica é um exame útil na assistência ao pré- natal. Entre 10 e 13 semanas pode ser realizada a avaliação de Translu- cência Nucal-TN, realizada na região da nuca do feto. Esta avaliação ajuda a identificar ris- cos do feto vir a ter algumas doenças, entre estas, a Síndrome de Down e as cardiopatias congênitas. Um segundo exame, poderá ser entre 20 e 24 semanas. Todas as informações relativas a gestação serão registradas na Caderneta da Gestante, 4
  • 25. 24 | Primeira Infância Melhor que é o documento onde constam todos os dados, relevantes para qual- quer profissional de saúde que precise atendê-la durante a gravidez. Essa caderneta deverá ser levada em todas as consultas e no dia do parto. Orientações que o Visitador deve repassar à gestante @ Manter organizados todos os exames realizados, em ordem cro- nológica; @ Ter sempre a sua Caderneta da Gestante preenchida e atualizada, com todos os dados importantes; @ Seguir as orientações da equipe de saúde quanto à alimentação, medicação e exercícios físicos e outras; @ Reforçar a informação sobre a unidade de saúde e hospital de refe- rência onde deve buscar atendimento. V. ALIMENTAÇÃO A alimentação deve atender as necessidades nutricionais de cada pessoa. A variedade, a combinação e o preparo dos alimentos estão re- lacionados também aos aspectos sociais, econômicos e culturais. Para uma gestação saudável, é necessária uma alimentação adequa- da. A alimentação interfere no desenvolvimento do feto, no trabalho de parto, no pós-parto e na amamentação. Não existe alimento completo que sozinho tenha tudo aquilo que nosso organismo necessita. É aconselhável variar a alimentação, obser- vando as cores, sabores e textura dos alimentos. Portanto, é importante que a gestante possa variar a alimentação e combinar os alimentos. Um prato servido, quanto mais colorido me- lhor. A alimentação na gravidez deve ser adequada para atender as ne- cessidades da gestante e do feto. A alimentação deve ser rica em pro- É fundamental que a gestante realize seis ou mais consultas médicas, em que sempre será avaliado seu estado geral, pressão arterial, crescimento uterino, batimentos cardíacos, movimentos fetais etc. Ao se aproximar a data provável do parto, as consultas deverão ter maior frequência, principalmente se houver alguma alteração. 5
  • 26. Guia da Gestante para o Visitador | 25 teínas, vitaminas e sais minerais, fornecendo os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento saudável do bebê. Importante! Lembre a gestante de: @ Aumentar a ingestão de líquidos, dando preferência ao consumo de água, nos intervalos das refeições; @ Fazer pequenas refeições ao longo do dia, além das refeições prin- cipais, como café da manhã, almoço e jantar; @ Dar preferência para o consumo de frutas e verduras frescas ou cultivadas na sua localidade e adquiridas no período de safra; @ Consumir somente carnes bem passadas e ovos cozidos, evitando os crus, pelo risco de contaminação por micro-organismos prejudiciais à saúde; @ Higienizar adequadamente as frutas e verduras. Devem ser colo- cadas de molho em uma solução clorada. Isso pode ser realizado utili- zando uma colher de sopa de hipoclorito de sódio (água sanitária) para um litro de água, deixando os alimentos nesse molho por 15 minutos para eliminar larvas e bactérias. Depois, é só lavar os alimentos em água corrente. Para quem ainda fica com receio do cheiro do produto de limpeza, é só colocar os ve- getais em uma solução de água e vinagre; @ Evitar o consumo exagerado de pro- dutos ultraprocessados, como guloseimas ricas em açúcares, alimentos prontos e re- frigerantes; @ Evitar o uso de adoçantes artificiais como sacarina, aspartame etc.; @ Evitar o excesso de alimentos fontes de cafeína como café, chimar- rão, refrigerantes “tipo cola”, chocolate e chá preto; Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e do cigarro. Essas orientações são importantes para a promoção da saúde da mãe e do bebê e estão contidas nos Dez Passos para Alimentação Sau- dável das Gestantes.
  • 27. 26 | Primeira Infância Melhor DEZ PASSOS PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DAS GESTANTES 1. Fazer pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches saudáveis por dia, evitando ficar mais de três horas sem comer. Entre as refeições beba água, pelo menos 2 litros (6 a 8 copos) por dia. Evitar pular as refeições. Uma alimentação saudável é essencial para uma adequada gestação, tanto para a gestante, quanto para o feto. Evitar “beliscar” entre as refeições. Isso ajudará a controlar o peso du- rante a gravidez. Fazendo todas as refeições, evitará que o estômago fique vazio por muito tempo, diminuindo o risco de sentir náuseas, vômitos, fraquezas ou desmaios. Além disso, contribui para que não sinta muita fome e exagere na próxima refeição. Os excessos podem causar desconforto abdominal, principalmente nos últimos meses de gestação, quando o útero está maior e comprime o estômago. Apreciar a refeição. Comer devagar, mastigando bem e evitar o es- tresse na hora da alimentação. Também evitar consumir líquidos du- rante as refeições. Isso reduz o sintoma de azia ou “queimação”. Após as refeições, preferir frutas com alto teor de líquidos, como por exem- plo: laranja, tangerina, abacaxi, melancia, entre outros. Saborear alimentos variados e típicos da região. Além de serem mais baratos, os alimentos da época normalmente têm mais nutrientes e menos agrotóxicos. Também evitar deitar logo após as refeições. Dessa forma, pode-se evitar mal-estar e sensação de azia ou queimação. Entre as refeições, beber água. Ela é importante para o organismo, pois melhora o funcionamento do intestino e hidrata o corpo. Bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos industrializados, e bebidas com cafeína (café, chá preto e chá-mate) não substituem a água. Além disso, essas bebidas dificultam o aproveitamento de alguns nutrientes e precisam ser evitadas durante a gestação, para favorecer o controle de peso. Para evitar doenças, lembrar da importância da higiene na hora da compra, do preparo, da conservação e do consumo de alimentos. Usar água tratada, filtrada ou fervida para beber e preparar refeições e sucos. 2. Incluir diariamente nas refeições seis porções do grupo de cereais (arroz, milho, pães e alimentos feitos com farinha de trigo e milho), tubérculos como as batatas, e raízes como a mandioca/macaxeira/
  • 28. Guia da Gestante para o Visitador | 27 aipim. Dar preferência aos alimentos na sua forma mais natural, pois além de serem fontes de carboidratos, são boas fontes de fi- bras, vitaminas e minerais. Esses alimentos são a fonte de energia mais importante da nossa alimentação e devem estar em maior quantidade nas refeições. Os ce- reais em sua forma mais natural (integral), oferecem maior quantidade de fibras que regularizam o funcionamento intestinal. São exemplos de alimentos integrais: farinha integral, pão integral, aveia e linhaça. Distribuir em seis porções esses alimentos, em todas as refeições e lanches diários. Nas refeições principais, preencher metade do seu pra- to com esses alimentos. É importante destacar que nem sempre uma porção de cereal equivale a um pão, ou uma batata, as quantidades das porções variam de acordo com o alimento. Se a gestante for adolescente, a quantidade de porções a ser con- sumida poderá ser diferente. Gestantes adolescentes precisam de mais energia e nutrientes, para garantir o próprio crescimento físico e desen- volvimento, além de preparar seu organismo para a amamentação. Dessa forma, as adolescentes devem procurar orientação de um profissional de saúde para receber as informações às suas necessidades. 3. Procurar consumir diariamente, pelo menos três porções de legumes e verduras como parte das refeições, e três porções ou mais de fru- tas nas sobremesas e lanches. Frutas, legumes e verduras são boas fontes de vitaminas, minerais e fibras. Esses alimentos devem estar presentes em todas as refeições e lanches do dia, porque são essenciais para a formação saudável do feto, além de proteger a saúde materna. Montar um prato colorido. Variar o tipo de frutas, legumes e verdu- ras consumidos durante a semana. Consumir hortaliças verde-escuras (couve, brócolis, agrião, taioba, rúcula), e outros coloridos, como: ma- mão, abóbora, cenoura, laranja, acerola, tomate, caju, pitanga, pêssego, manga, jabuticaba e ameixa. Estar atenta para a qualidade e o estado de conservação desses alimentos. Dar preferência a frutas, legumes e verduras crus, assim obterá mais fibras na sua alimentação. É importante que as frutas, legumes e verduras, sejam lavados em água corrente e colocados de molho por dez minutos, em água clorada, utilizando produto adequado para esse fim (ler rótulo da embalagem), na diluição de uma colher de sopa do produto para cada litro de água. Depois, enxaguar em água corrente. Sucos naturais de fruta feitos na hora, são melhores fontes de nu-
  • 29. 28 | Primeira Infância Melhor trientes. A polpa congelada perde alguns nutrientes, mas ainda é uma opção melhor que sucos artificiais em pó, ou em caixinha, e aqueles industrializados ricos em açúcar, como os néctares de fruta. 4. Comer feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, cinco vezes por semana. Esse prato brasileiro é uma combinação completa de proteínas e excelente para a saúde. Consumir uma parte de feijão para duas partes de arroz cozido. Variar os tipos de feijão usados (preto, da colônia, carioquinha, verde, de corda, mulatinho, fradinho, andu, branco e outros) e as for- mas de preparo, desde que não sejam preparados com carnes gordas e salgadas, ou embutidos, pois isso eleva muito a quantidade de gorduras e sal. Usar também outros tipos de leguminosas, como por exemplo, soja, o grão-de-bico, a ervilha seca, a lentilha que podem também ser usados em saladas frias. As sementes (de girassol, gergelim, abóbora e outras) e as casta- nhas (do Brasil, de caju, nozes, amendoim, amêndoas e outras) são fontes de proteínas e de gorduras de boa qualidade. É melhor comer sementes sem sal e, se for preciso, assadas. 5. Consumir diariamente, três porções de leite e derivados e uma por- ção de carnes, aves, peixes ou ovos. Retirar a gordura aparente das carnes, e a pele das aves antes da preparação, tornando esses ali- mentos mais saudáveis! Leite e derivados são as principais fontes de cálcio na alimenta- ção. Esse nutriente é necessário para o crescimento e desenvolvimen- to dos ossos e dentes. Carnes, aves, peixes e ovos fazem parte de uma alimentação nutritiva e são ricos em proteínas de boa qualidade. Procurar consumir as fontes de cálcio em horários diferentes das refeições com alimentos ricos em ferro (carnes e vísceras), com pelo me- nos duas horas de intervalo, pois consumir estes alimentos juntos pode atrapalhar o adequado aproveitamento deles pelo organismo. Evitar acrescentar café ou achocolatado ao leite, pois esses alimen- tos também reduzem o aproveitamento do cálcio do leite. Dar preferência a leite e derivados nas formas integrais, se não houver orientação contrária do seu nutricionista ou outro profissional de saúde. Consumir mais peixe, frango, e sempre prefira as carnes magras, retirando a pele e a gordura visível. Procurar comer peixe fresco, pelo
  • 30. Guia da Gestante para o Visitador | 29 menos duas vezes por semana, tanto os de água doce como salgada são saudáveis. Evitar carnes cruas ou mal passadas, porque podem transmitir doenças, como verminose e outras. Caso a alimentação não inclua alimentos de origem animal, (sem carnes, ovos, leite e derivados), buscar um nutricionista ou outro pro- fissional de saúde para receber as orientações necessárias para uma gestação saudável. 6. Diminuir o consumo de gorduras. Consumir, no máximo, uma por- ção diária de óleos vegetais, azeite, manteiga ou margarina. Ficar atenta aos rótulos dos alimentos e prefira aqueles livres de gorduras trans. Reduzir o consumo de alimentos gordurosos como: carnes com gordura visível, embutidos (salsicha, linguiça, salame, presunto, mor- tadela), queijos amarelos, salgadinhos, chocolates e sorvetes para, no máximo, uma vez por semana. O consumo excessivo desses alimentos está associado ao surgimento de obesidade, pressão alta e outras doen- ças do coração. É importante saber também que alimentos com pequena quanti- dade de gordura, contribuem para reduzir o desconforto das náuseas e vômitos. Para cozinhar, usar óleos vegetais (soja, canola, girassol, milho, ou algodão) ao invés de margarina, gordura vegetal, manteiga ou banha. E atenção à quantidade: uma lata de óleo por mês é suficiente para uma família de quatro pessoas. Além disso, no lugar das frituras, preferir preparações assadas, cozidas, ensopadas e grelhadas. Dar preferência ao azeite de oliva para temperar saladas, sem exa- gerar na quantidade. Evitar usá-lo para cozinhar, pois este perde sua qualidade nutricional quando aquecido. Caso a gestante tenha o hábito de usar alimentos como margarina, biscoitos, bolos e produtos congelados, escolher marcas com menores quantidades de gordura trans (tipo de gordura obtido principalmente do processo de industrialização de alimentos) e gordura saturada. Bus- car no rótulo essa informação. 7. Evitar refrigerantes e sucos industrializados, biscoitos recheados e outras guloseimas no seu dia a dia. O consumo frequente e em grande quantidade de sobremesas, au- menta o risco de complicações na gestação, como excesso de peso, obe- sidade, diabetes gestacional e pressão alta, que prejudicam o adequado
  • 31. 30 | Primeira Infância Melhor crescimento do feto. Além disso, o excesso de açúcar está relacionado ao surgimento das cáries dentárias. Por isso, deve preferir consumir frutas como sobremesa. Se desejar consumir açúcares e doces, consumir no máximo uma porção por dia. Valorizar o sabor natural dos alimentos e das bebidas, evitando ou reduzindo o açúcar adicionado a eles. Refrigerantes e sucos industrializados contêm corantes artificiais, aromatizantes e açúcar. Aconselha-se que estes alimentos sejam evita- dos na gravidez. O uso de adoçantes durante a gestação deve ser reservado para as mulheres que precisam controlar o ganho de peso e para as diabéticas. Buscar um profissional de saúde para receber informações necessárias sobre o uso de adoçantes. 8. Diminuir a quantidade de sal na comida, e retirar o saleiro da mesa. Evitar consumir alimentos industrializados com muito sal (sódio) como hambúrguer, charque, salsicha, linguiça, presunto, salga- dinhos, conservas de vegetais, sopas prontas, molhos e temperos prontos. A quantidade de sal por dia deve ser no máximo, uma colher de chá rasa (5g), por pessoa, distribuída em todas as refeições. O consumo excessivo de sódio (presente no sal de cozinha) aumen- ta o risco de pressão alta, doenças do coração e rins, além de causar ou agravar o inchaço comum na gravidez. A maioria das mortes maternas no Brasil ocorre por complicações da pressão alta durante a gravidez. Utilizar temperos naturais como cheiro-verde, alho, cebola, ervas frescas ou secas e suco de frutas, como limão, para temperar e valorizar o sabor natural dos alimentos e, com isso, reduzir a quantidade de sal. Ao comprar produtos industrializados, ler o rótulo e escolher aque- les com menor quantidade de sódio. O sal também pode apresentar-se na lista de ingredientes com o nome de cloreto de sódio. O iodo é um importante mineral para o corpo humano e, por isso, recomenda-se utilizar somente sal iodado. Evitar o uso de sal desti- nado ao consumo animal, porque esse sal não tem iodo. A falta desse mineral durante a gestação está associada a uma série de riscos como aborto, baixo peso da criança ao nascer, retardamento mental e físico, ou apresentar dificuldades de aprendizado. Em casa, guardar o sal sempre em local fresco e ventilado, longe do calor do sol, do forno ou fogão. 9. Para evitar a anemia, consumir diariamente alimentos que são fon- tes de ferro, como: carnes, vísceras, feijão, lentilha, grão-de-bico,
  • 32. Guia da Gestante para o Visitador | 31 soja, folhas verde-escuras, grãos integrais, castanhas e outros. Con- sumir junto desses alimentos, aqueles, fontes de vitamina C, como: acerola, laranja, caju, limão e outros. Procurar orientação de um profissional de saúde para complementar a ingestão de ferro. A anemia é uma doença causada, principalmente, pela falta de fer- ro no organismo. Na gestação, está associada ao maior risco de morte, tanto para a mãe quanto para a criança, além de parto prematuro, baixo peso ao nascer, e o surgimento de infecções. Para evitar a anemia, consumir diariamente alimentos de origem animal, ricos em ferro como: carnes em geral, vísceras (fígado, coração, moela) dentre outros. Consumir também os alimentos de origem ve- getal: feijão, lentilha, grão-de-bico, soja, folhas verde-escuras (brócolis, couve, espinafre, rúcula e taioba), grãos integrais, nozes e castanhas, goiaba, carambola, mangaba, açaí e outros. O ferro nos alimentos de origem animal é melhor absorvido pelo organismo, do que o ferro dos alimentos vegetais. Para aproveitar me- lhor o ferro dos alimentos de origem vegetal, consumir, logo após as refeições, meio copo de suco de fruta natural ou a própria fruta que seja fonte de vitamina C, como acerola, laranja, caju, limão e outras. Toda mulher, a partir da 20ª semana de gestação e até o 3º mês pós- -parto, precisa procurar o serviço de saúde do seu município para rece- ber a suplementação de ferro. A gestante também deve receber ácido fólico, uma vitamina que previne anemia e a má formação do sistema nervoso do feto. Além disso, as farinhas de trigo e milho comercializa- das no Brasil, são enriquecidas com ferro e ácido fólico, para ajudar na prevenção e controle. 10. Manter o ganho de peso gestacional dentro de limites saudáveis. Pratique, seguindo orientação de um profissional de saúde, alguma atividade física e evitar as bebidas alcoólicas e o fumo. Acompanhar a evolução do peso, durante o pré-natal, com nutri- cionista ou outros profissionais de saúde, por meio do cartão da ges- tante. De forma geral, recomenda-se que as gestantes que iniciaram a gravidez com baixo peso, ganhem entre 12,5 e 18 kg, as que iniciam a gravidez com peso normal, entre 11,5 e 16 kg, as que iniciam a gravi- dez com sobrepeso, entre 7 e 11,5 kg e as que iniciam a gravidez com obesidade, entre 5 e 9 kg, durante todo o período gestacional. Essa adequação do ganho de peso saudável durante a gravidez deve ser feita por um profissional de saúde durante as consultas do pré-natal. O excesso de peso materno é fator de risco para diabetes gesta- cional, aumento da pressão arterial e outros problemas circulatórios.
  • 33. 32 | Primeira Infância Melhor Além disso, está relacionado ao nascimento prematuro, alterações no sistema nervoso da criança, e ao aumento de partos cesáreos. A alimentação saudável, a atividade física, e a prática corporal re- gular, são aliadas fundamentais no controle do peso, redução do risco de doenças, e melhoria da qualidade de vida. As práticas corporais agre- gam diversas formas do ser humano se manifestar por meio do corpo, e contemplam, além das modalidades esportivas e caminhadas, o tai-chi, o ian ong, o yoga, entre outras. Tornar o dia a dia mais ativo, sempre com a orientação do profissional da saúde. Evitar o fumo e o consumo de álcool, pois prejudicam a saúde, o crescimento do feto e aumentam riscos. V. SAÚDE BUCAL A gravidez é uma fase de mudanças no organismo da mulher, inclu- sive em sua saúde bucal. A futura mãe deverá tomar cuidados redobra- dos para evitar cáries e inflamação das gengivas. O não acompanhamen- to e a falta de cuidados especiais, podem ocasionar o enfraquecimento da estrutura dos dentes, que leva ao aparecimento da cárie. Este risco não ocorre em virtude da gravidez, mas pelo acúmulo de restos de alimentos nos dentes. Se houver higiene adequada, não haverá a cárie. A gestante tem uma pré-disposição para desenvolver gengivite (in- flamação na gengiva) devido às alterações hormonais, comuns durante a gestação. Por isso, deve-se aumentar os cuidados com a saúde da boca neste período, pois a causa direta da gengivite e da cárie é a placa bacteriana. Orientações que o Visitador deve repassar à gestante @ Realizar adequadamente a higiene bucal todos os dias, através de escovação correta dos dentes e uso do fio dental; @ Ingerir alimentos saudáveis que não favoreçam a formação de pla- ca bacteriana; @ Controlar o consumo de alimentos com açúcar; @ As consultas ao dentista durante o pré-natal são importantes para a saúde da gestante e do bebê; @ Realizar pelo menos uma consulta ao dentista durante a gravidez. 6
  • 34. Guia da Gestante para o Visitador | 33 E quando o bebê já tiver nascido, você deve lembrar a mãe de @ Oferecer o peito ao bebê, pois o leite materno faz o bebê crescer forte e saudável. Além disso, o ato de mamar desenvolve a musculatura e ossos da face, e evita problemas nas arcadas dentárias; @ No bebê, com exclusivo aleitamento materno e sem a presença de dentes, não é necessário fazer a limpeza porque o leite materno prote- ge toda a cavidade oral; @ Higienizar a boca e os dentes da criança após todas as refeições, pois isso evita as cáries dentárias. Deve ser iniciada nos primeiros dias de vida, com a finalidade de remover o leite estagnado no seu interior e nas comissuras labiais; massagear a gengiva e acostumá-lo à mani- pulação da boca. A limpeza pode ser realizada com uma gaze ou fralda limpa, envolvendo o dedo indicador, embebida em água potável; @ Fazer a higiene dos dentes da criança após o uso de medicamentos (alguns contêm açúcar), independentemente do horário; @ Evitar oferecer chupetas ou bicos. Seu uso é contraindicado por- que pode deixar os dentes “tortos” e prejudicar a mastigação, a degluti- ção (ato de engolir), a fala, a respiração e o crescimento da face; @ Se for necessário o uso de mamadeira, orientar a mãe a usar um bico curto, com orifício pequeno; @ Evitar acrescentar açúcar nos alimentos oferecidos ao bebê, como no leite de vaca ou em pó, nos achocolatados, sucos, chás ou farinhas. Isso aumenta o risco de cárie. Esses alimentos, assim como as frutas, já contêm açúcar; @ A cárie dentária é causada por bactérias que se desenvolvem na boca e podem passar de uma pessoa para outra. Por isso, não é reco- mendado: assoprar ou experimentar o alimento na colher a ser utilizada para alimentar o bebê, e também não cortar o alimento com os dentes.
  • 35. 34 | Primeira Infância Melhor V. FORMAS DE ATENDIMENTO À GESTANTE NO PROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR 7.1 Modalidades de Atenção A atenção dedicada às gestantes participantes do PIM, é realizada por meio de “Modalidades de Atenção Individual e Grupal”, comple- mentadas pelas reuniões comunitárias. As orientações são ofertadas se- manalmente, por Visitadores, e contribuem no fortalecimento das com- petências familiares para a gestão do autocuidado, além de promover e fortificar os vínculos afetivos fundamentais para a construção de um ambiente favorável e acolhedor ao bebê que vai nascer. O Visitador, embasado pela metodologia do PIM, Guias de Orien- tação e Formações Continuadas, apoia, informa e orienta as futuras mães, contribuindo assim, para a promoção de uma gestação saudável e segura. O trabalho de orientação é planejado e realizado considerando suas necessidades, período gestacional em que elas se encontram, bem como o seu contexto sociocultural. Neste contexto, seguem abaixo descritas as formas de atendimen- to: 7.2 Modalidade de Atenção Individual à Gestante A Modalidade Individual consiste em visitas de apoio e orientações à gestante em sua residência. É o momento em que o Visitador terá um olhar global sobre sua condição de vida e contexto familiar. Tais encon- tros possibilitam conhecer sua história, identificar demandas e articu- lar junto à rede de serviços, a atenção e o cuidado necessários, além de promover o fortalecimento do vínculo Visitador-Gestante-Família. A periodicidade da visita é semanal. Busca, dessa forma, assegurar a continuidade da atenção, permitindo assim a retomada das orientações de encontros anteriores, de modo a observar se foram compreendidas e incorporadas ao cotidiano da gestante e sua família. 7
  • 36. Guia da Gestante para o Visitador | 35 7.3 Modalidade de Atenção Grupal à Gestante A proposta da Modalidade Grupal é oferecer um espaço de acolhi- mento e socialização, no qual as gestantes possam compartilhar suas experiências, dúvidas, receios e expectativas. Além disso, propicia escla- recimentos e orientações, sobre o processo da gestação; importância do vínculo afetivo mãe/bebê; preparação para o parto, nascimento e ama- mentação, bem como de cuidados essenciais neste período. Os encontros poderão ser realizados em locais da própria comuni- dade, desde que observada a facilidade de acesso das gestantes, como salões paroquiais, associações de moradores, dentre outros. O Visita- dor deverá organizar os encontros de Modalidade Grupal com apoio e orientação do Monitor/GTM. De acordo com a temática a ser abordada na Modalidade, poderão ser convidados profissionais de diversas áreas, por exemplo, da fonoau- diologia, ginecologia/obstetrícia, odontologia, pediatria, enfermagem, nutrição, pedagogia, psicologia e assistência social. Profissionais liga- dos às artes poderão, também, contribuir na realização de atividades lúdicas e trabalhos manuais (móbiles, tricô, crochê, etc). Quanto à periodicidade, os encontros poderão ser realizados, even- tualmente, com o agendamento prévio, a ser definido pelos Visitadores com apoio da equipe técnica municipal, de modo a atender às necessi- dades do grupo. Os temas trabalhados nestes encontros poderão ser retomados nas visitas individuais, de modo a fortalecer as informações e experiências vivenciadas. 7.4 Visitas de Acompanhamento Além das Modalidades de Atenção Individual e Grupal, devem ocorrer, eventualmente, visitas para acompanhar de modo mais fre- quente, gestantes e famílias, na medida em que se fizerem necessárias. As visitas de acompanhamento servem para observar as gestantes e seus familiares, fortalecer orientações, aprofundar e esclarecer dúvidas. Poderão, também, ser utilizadas para analisar com a gestante a evo- lução da gestação, possíveis intercorrências, frequência ao pré-natal, realização de exames e vacinas.
  • 37. 36 | Primeira Infância Melhor 7.5 Reunião Comunitária É o trabalho realizado e coordenado pela rede municipal em par- ceria com o Primeira Infância Melhor, onde são realizadas palestras e/ ou oficinas com o grupo de Gestantes, sobre temas relativos à gestação, amamentação, puerpério, dentre outros, sob um enfoque fisiológico e interdisciplinar. A formalização desta parceria deverá ser realizada pelo próprio Grupo Técnico Municipal-GTM, responsável pela articulação e integração das ações. O PIM participa dessas atividades mantendo a organização pré-es- tabelecida pela equipe técnica da rede municipal, que coordena este trabalho mensal com as Gestantes. É imprescindível a presença de um técnico do GTM e/ou Monitor e dos Visitadores responsáveis pelas Gestantes, os quais devem atuar como incentivadoras das mesmas, além de se apropriarem dos conteúdos e informações, para posteriores esclarecimentos, se necessário. 7.6 Atividade Comunitária É realizada pela comunidade com o apoio da rede de serviços, PIM, Estratégia de Saúde da Família-ESF, Agentes Comunitários, Monitores, Multiplicadores, membros do Comitê do PIM, dentre outros. Esta ação acontece por meio de palestras e/ou oficinas sobre temas voltados às famílias com gestantes e crianças, vinculadas ao Primeira Infância Me- lhor e a toda população local. V. GESTANTES QUE NECESSITAM DE MAIORES CUIDADOS E OS FATORES DE RISCO A gravidez de risco pode ocorrer quando existe histórico de doença materna anterior (diabetes, problemas nos rins ou no coração), doen- ças da gestação atual, problemas em outras gestações (recém-nascido de baixo peso, feto morto, parto prematuro, abortamento habitual, he- morragia ou hipertensão arterial), infecção urinária, entre outros. Fatores individuais e socioeconômicos também podem contribuir para a gravidez de risco, como, por exemplo, consumo de drogas, vio- lência doméstica, idade ou estado nutricional da gestante. 8
  • 38. Guia da Gestante para o Visitador | 37 Sabe-se que a gestação não é sinônimo de doença, mas que requer alguns cuidados específicos durante este período da vida da mulher. Alguns casos, necessitam com mais frequência de acompanhamento da equipe interdisciplinar, assim como, de apoio dos familiares e/ou pessoas próximas. Nesses casos, existe risco maior para a saúde da mãe e do bebê, como: @ Exposição a riscos ocupacionais: esforço físico, carga horária, rota- tividade de horário, exposição a agentes físicos e químicos e biológicos nocivos, estresse; @ Violência e situação de vulnerabilidade social; @ Baixa escolaridade (menos 5 anos). História reprodutiva anterior: @ Morte perinatal explicada e inexplicada, abortamento habitual, re- cém-nascido de baixo peso, pré-termo ou malformado; @ Esterilidade (refere-se ao homem ou à mulher e não ao casal, e é a incapacidade de concepção por métodos naturais); @ Infertilidade (incapacidade do casal engravidar após um ano de relacionamento sexual sem uso de contracepção); @ Intervalo entre os partos, menor que dois anos ou maior que cinco anos; @ Multiparidade (muitos filhos) e nuliparidade (não tiveram filhos); @ Síndrome hemorrágica ou hipertensiva. Condições clínicas preexistentes: @ Hipertensão arterial, diabetes, anemias, miomas, entre outras; @ Uso de medicamentos de forma contínua como hormônios, anti- depressivos e anticonvulsivantes; @ Doenças sexualmente transmissíveis (hepatite, sífilis, gonorreia e HIV-AIDS) e infectocontagiosas (rubéola, tuberculose, meningite) po- dem trazer complicações para o bebê.
  • 39. 38 | Primeira Infância Melhor Outros fatores de risco: @ Secreção vaginal transparente ou leitosa, em pequena quantidade, pode significar perda de líquido amniótico (líquido que envolve o bebê no útero), o que representa uma complicação, se for prematura; @ A toxoplasmose na gravidez é um risco para o bebê. É conhecida como doença do gato e extremamente grave para o feto, podendo cau- sar malformações. É causada por um parasita, o Toxoplasma gondii, que tem como hospedeiro principal o gato e outros animais. Esse parasita se fixa na mucosa da parede intestinal e libera cistos com inúmeros toxoplasmas, que são eliminados junto com as fezes do animal. Como os ovos sobrevivem por longos períodos na terra e o gato cava buraco num mesmo local em que depositou suas fezes, contamina suas unhas que, ao arranhar o ser humano, transmite a toxoplasmose. A orientação para a mãe sobre a higiene pessoal e ambiental é muito importante para a prevenção da doença; @ Doenças obstétricas na gravidez e intercorrências clínicas; @ Dependência de drogas lícitas e ilícitas, como: tabagismo, álcool e drogas; @ Doenças genéticas e hereditárias comuns à população negra. Orientações ao Visitador O Visitador deve acompanhar o histórico da gestante, para auxiliá- -la nas orientações sobre a prevenção de possíveis fatores de risco que poderão surgir neste período. Casos de síndromes genéticas e malfor- mação de criança na família, gravidez anterior de risco, idade inferior a 15 anos e superior a 35 anos, são alguns dos fatores de riscos que pre- cisam ser acompanhados pela equipe de saúde. Além das causas gené- ticas, a malformação pode ser provocada por traumatismos, tentativas de aborto, exposição aos raios X, radioterapia e uso de medicamentos. Nestes casos, o Visitador deve orientar o casal a procurar, antes e du- rante a gestação, o aconselhamento e orientação da equipe de saúde. O Visitador deverá apresentar ao casal os malefícios do uso do ál- cool, tabaco e demais substâncias químicas prejudiciais ao desenvolvi- mento da gestação e do bebê. A atuação ética do Visitador com o casal será fator determinante na formação do vínculo, que otimizará esta fase importante, tanto para a gestante, quanto ao seu parceiro.
  • 40. Guia da Gestante para o Visitador | 39 8.1 Gestantes Adolescentes No Brasil, o maior índice de fecundidade incide no estrato social menos favorecido, o que pode estar associado a vários fatores entre eles: culturais, contexto social e econômico, falta de apoio, informação e comunicação intrafamiliar. Identifica-se uma tendência da adolescen- te em buscar na maternidade precoce, a reafirmação do seu papel de mulher, desconsiderando, para tanto, as consequências indesejáveis na vida da mãe e do bebê. A elevação do número de gestantes na adolescência, também está vinculada ao advento da primeira menstruação (menarca) e ao início da vida sexual precoce. Contudo, observa-se que a sociedade tem passa- do por várias mudanças, permitindo a desmistificação de estigmas que permeiam a atividade sexual e a gravidez na adolescência. Em muitas situações, a possibilidade de engravidar é negada pela adolescente, de- terminando como conduta da mesma, o não uso dos métodos contra- ceptivos. Nessa fase, a menina ainda está em pleno desenvolvimento e, por- tanto, enfrenta riscos físicos, psíquicos e sociais. Em virtude disso, podem ocorrer uma série de complicações obstétricas, como: anemia, ganho de peso, hipertensão arterial, infecção urinária, DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), desproporção céfalo-pélvica (cabeça do bebê maior que a estrutura óssea da mãe), além de labilidade emocio- nal (mudanças de humor), depressão e ansiedade. Neste contexto, o acúmulo de riscos físicos, emocionais, econômicos e biológicos da ges- tante acabam, muitas vezes, tornando este período, importante na vida da mulher, em um momento delicado, tanto para a gestante, quanto para a família. No que se refere aos riscos psíquicos, a gestação, na adolescência, pode despertar sentimentos, como: medo, vergonha, desespero, dimi- nuição da autoestima, incerteza, insegurança e depressão. Em muitas situações, os estudos da gestante são interrompidos temporária ou definitivamente como consequência da gravidez. Quanto aos riscos que incidem sobre o desenvolvimento do feto, estão: a prematuridade e baixo peso ao nascer, menor apgar (avaliação realizada pelo pediatra em que o bebê recebe uma pontuação de acordo com as condições ao nascer), uma maior tendência do bebê a desenvol- ver doenças respiratórias e perinatais, traumas obstétricos e até mesmo o óbito. Estes fatores estão relacionados ao acompanhamento nutri- cional da mãe, ao número de intervalos interpartais menores que dois
  • 41. 40 | Primeira Infância Melhor anos, ao pré-natal inadequado, bem como, à baixa condição econômica e educacional da mãe. Nas situações em que a gestante não aceita a gravidez, pode ocor- rer atraso no início do pré-natal. A paternidade precoce, assim como a maternidade, dispõe para a evasão escolar com maior frequência, fazendo com que o pai da criança tenha que se inserir no mercado de trabalho ainda muito jovem. Tal situação, pode ocasionar o surgimento de possíveis desentendimentos e separações, motivadas pela imaturidade de ambos, do aprendizado de como conviver a dois e, pela ausência de intimidade e proximidade, que poderá interferir de forma negativa, no relacionamento do casal. Outro comportamento comumente adotado pelos pais adolescen- tes, é a transferência da responsabilidade do cuidado do seu filho a parentes próximos, como os avós. Orientações ao Visitador @ Neste contexto, o Visitador poderá orientar à gestante quanto à compreensão do processo de mudanças corporais, emocionais e fami- liares que a gravidez desencadeia; @ A socialização da gestante adolescente, seja no ambiente fami- liar ou na sociedade, deve ser considerada e o Visitador auxiliará neste processo, utilizando as redes de apoio, sob supervisão do GTM; @ A importância do vínculo afetivo entre o jovem casal, também deve ser abordado pelo Visitador, valorizando o papel da família. 8.2 Gestantes com mais de 35 anos Gestantes maiores de 35 anos, apresentam maior predisposição à ocorrência de doenças hipertensivas (pressão alta) específicas da gra- videz, denominadas pré-eclâmpsia e eclâmpsia. A pré-eclâmpsia é uma doença específica da gravidez, que provoca aumento da pressão arterial, aumento anormal de peso, inchaço nos pés, mãos, rosto e alterações no exame de urina. Comumente ocorre durante o último trimestre da gestação, ocasionando alto índice de morte. A eclâmpsia caracteriza-se pela presença de convulsões tônico- -clônicas generalizadas, ou estado de coma em mulheres com quadro hipertensivo, não causadas por epilepsia ou outra doença convulsiva. Pode ocorrer na gravidez, no parto e no puerpério imediato, além de
  • 42. Guia da Gestante para o Visitador | 41 hemorragias e abortos. As doenças hipertensivas são responsáveis por um terço de mortes maternas. Embora crônicas e sem cura, são perfeitamente controláveis, com a adoção de um estilo de vida saudável. O acompanhamento no pré-natal e o tratamento adequado, costumam reduzir seus efeitos. Outra ocorrência que possui maior frequência nesta faixa etária são as síndromes hemorrágicas (deslocamento de placenta e placenta prévia). A idade da mulher é um dos fatores que pode elevar os riscos na gravidez e exigir mais atenção e cuidado com a saúde. Durante o pré-natal, é possível investigar o risco do feto apresentar algumas síndromes ou doenças, como a Síndrome de Down, cardiopatias congênitas, entre outras. No Brasil, a interrupção da gravidez (aborto) tem apoio em Lei, em casos: feto anencéfalo (ausência de cérebro), violência sexual (estu- pro) e em caso de risco de vida para a mulher. 8.3 Gestantes Negras O IBGE identifica através do Censo, a população negra do Estado e municípios, conforme autodeclaração de pretos e pardos. Estas informações se tornam importantes para estruturação das ações em saúde voltadas à população negra do município, considerando a Política Nacional e Estadual de Atenção à População Negra PEAPN. Estas informações são importantes para identificação desta popu- lação no município, levando em consideração o acesso desta aos Servi- ços de Saúde e recursos destinados da Gestão Federal e Estadual para atenção à população. Estatísticas indicam que na população negra há maior risco de de- senvolver hipertensão arterial, diabete mellitus (tipo II). Neste caso, ca- racteriza-se gestação de risco. 8.4 Gestantes com Doença Falciforme e Outras Hemoglobinopatias A doença Falciforme atinge parte da população brasileira. É pre- dominante em afrodescendentes (pretos e pardos), devido aos fatores genéticos, decorrentes da diversidade racial existente no Brasil. É uma doença hereditária, o que significa que é transmitida de ge- ração em geração, isto é, de pais/mães para filhos.
  • 43. 42 | Primeira Infância Melhor A gravidez necessita de atenção especial em mulheres com doença falciforme, assim como para o feto e o recém-nascido. Na gestante pode- rá ocasionar maior incidência de abortamento, retardo de crescimento intrauterino, parto prematuro e mortalidade perinatal. Em adultos, o diagnóstico é feito através do exame de sangue, “ele- troforese de hemoglobina”. Para a gestante, esse exame é ofertado durante o acompanhamento do pré-natal. Nos recém-nascidos, o diagnóstico é realizado através do teste do pezinho. Se o exame der alterado, a família será encaminhada para exames confirmatórios. Através deste exame, tanto em adultos como no bebê, poderão ser identificados “traços falciformes ou “doença falciforme”. Nas duas situações deve se buscar atendimento na Unida- de Básica de Saúde – UBS de referência ou Centros de Especialidade, para iniciar cuidados de Atenção Integral. Durante a gestação as crises dolorosas podem se tornar mais fre- quentes e as infecções ocorrem em aproximadamente 50% das grávidas com Doença Falciforme-DF, acometendo o trato urinário e o sistema respiratório. Ao longo da gestação, ocorrem alterações fisiológicas no volume sanguíneo e na hemostasia. O conhecimento destas alterações é fun- damental, pois é capaz de potencializar a ocorrência de problemas he- matológicos na gestação, como anemias, hemorragias e tromboembo- lismo. A DF pode influenciar desfavoravelmente a evolução da gestação, tendo como resultado o abortamento. As crises dolorosas podem se tornar mais frequentes e as infecções ocorrem em aproximadamente 50% das grávidas, acometendo o trato urinário e o sistema respiratório. Alguns sinais ou sintomas de doença falciforme são: anemia, pa- lidez, branco dos olhos amarelados, dores ósseas, dores nos pés e per- nas, feridas de difícil cicatrização. Podem ocorrer internações mais fre- quentes no inverno, pois o frio é um fator que dificulta a circulação sanguínea. Algumas complicações da doença podem afetar o bebê. Os sinto- mas relativos à doença costumam surgir após os seis meses de idade. Os sinais de alerta mais comuns da doença são: irritação, choro contí- nuo, falta de apetite, cansaço, desânimo, diarreia, vermelhidão de pés e mãos, sono excessivo, olhos amarelados, urina escura, barriga inchada, febre acima de 38º, tosse e inchaço.
  • 44. Guia da Gestante para o Visitador | 43 8.4.1 Gestante e Doença Falciforme A Doença Falciforme não é impeditiva para a gravidez, contudo, pelo seu potencial de gravidade, a gestante com DF é considerada de alto risco, o que significa que ela e o feto necessitam de atenção espe- cial. Torna-se importante considerar que nessa fase a mulher pode ter: @ Medo e desconhecimento sobre a fisiopatologia da gravidez; @ Intolerância à atividade física e @ Risco para a infecção urinária e respiratória. 8.4.2 Criança e Doença Falciforme O diagnóstico precoce por meio de triagem neonatal, possibilita que a assistência multiprofissional seja iniciada já nos primeiros meses de vida. A sua família deve ser orientada a medida que a criança cresce preparando-a para cuidado e autocuidado, direito a assistência huma- nizada, segundo critérios de riscos específicos. Ao Visitador caberá trabalhar a filosofia do autocuidado orientando a família sobre as reações de adultos e crianças, a fim de aliviar o sofri- mento e obter melhores resultados nos cuidados e tratamentos. 8.5 Gestantes Indígenas A população indígena enfrenta problemas na gestação, por conta das condições de alta vulnerabilidade social e econômica. Vivem em condições precárias, geralmente sem esgotamento sanitário, sem coleta regular de lixo e com baixa ou nenhuma infraestrutura. Esses fatores contribuem com riscos a gravidez. Além disso, os maiores desafios são as dificuldades de acesso às comunidades indígenas e a grande diversidade cultural. É fundamental que os gestores e os profissionais envolvidos re- cebam capacitação específica, para oferecer assistência de qualidade a essa população. Lembrar sempre a necessidade de respeitar as crenças, costumes e tradições dos povos indígenas nas suas mais diversas expressões man- tendo sempre ações de proteção à vida das gestantes e bebês.