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Ula Braga
Psicóloga Clínica e Nutricionista
Pós-grad em Comportamento Alimentar
Pós-grad. Transtornos Alimentares e Obesidade- UNIFOR
ALIMENTAÇÃO E
TRANSTORNOS
ALIMENTARES
PROCESSO HISTÓRICO - ALIMENTAÇÃO
 Os seres humanos são animais. Porém, possuem características que o
diferenciam de outras espécies. Uma delas é a capacidade de produzir e
acumular cultura;
 Ainda que as necessidades nutricionais da espécie humana e dos outros animais
sejam semelhantes, o mesmo não se aplica em relação ao comportamento e aos
hábitos alimentares.
(ALMEIDA et al., 2013)
ALIMENTAÇÃO - PASSADO, PRESENTE E
FUTURO
(ALMEIDA et al., 2013)
 Homem primitivo : Caçador, coletor, nômade
 Grande ingesta e queima calórica
Segunda evolução nos hábitos
alimentares aconteceu com o advento
da agricultura
Estabelecimento de forma
definitiva em determinados
locais
Introdução de grãos
na alimentação
humana
ALIMENTAÇÃO - PASSADO, PRESENTE E FUTURO
(ALMEIDA et al., 2013)
ALIMENTAÇÃO - PASSADO, PRESENTE E FUTURO
(ABREU, 2001)
Até o século XX, muitas descobertas tecnico-científicas importantes
levaram ao progresso e também à modificação dos costumes
alimentares
O
aparecimento
de novos
produtos
As descobertas
sobre
fermentação
A produção do
vinho, da cerveja
e do queijo em
escala industrial e
o beneficiamento
do leite
A renovação
de técnicas
agrícolas e
industriais
Os avanços na
genética
permitiram sua
aplicação no
cultivo de
plantas e criação
de animais
A mecanização
agrícola
E ainda o
desenvolvimento
dos processos
técnicos para
conservação de
alimentos
ALIMENTAÇÃO - PASSADO, PRESENTE E FUTURO
“A alimentação sempre
existiu na história, se
modificou, evoluiu, mas
permaneceu.”
“Modificou-se através das
novas descobertas e
estudos, dos hábitos e das
ingestas que se constituem
pelas referências na
dinâmica social.”
“A alimentação tornar-
se progressivamente
elemento essencial da
estruturação dos
grupos de expressão
de uma identidade e
origem de um
pensamento simbólico”
(Perlès in Flandrin e Montanari, 1996)
ALIMENTAÇÃO NA IDADE CONTEMPORÂNEA
(ABREU, 2001)
“O crescimento demográfico, industrialização, urbanização, muda o consumo e o estilo de
vida, favorecendo o sedentarismo, a restrição da necessidade de gasto de energia para as
atividades diárias e para o trabalho, além de facilitar o consumo de alimentos prontos e de
alta densidade energética aumentando os problemas de saúde como a obesidade, a
hipertensão e alguns tipos de câncer. A urbanização traz consigo as infecções advindas de
água e alimentos contaminados”.
“Pela boca, começamos. É por ali que começamos a explorar o
mundo novo”
(BARCELLOS, 2017)
“O primeiro componente nesta conduta é a amamentação, a qual reflete um
processo de socialização e vínculo da mãe com a criança, instalando o início
do aprendizado. A boca será nesse momento seu veículo de experienciação
de mundo, enquanto aprende.”
(MORAES, 2014)
A alimentação faz parte do processo vital, onde não se configura para a
criança o alimento em si, mas uma experiência de prazer, de satisfação, uma
experiência simbólica de um mundo bom. A boca, portanto, seria nessa
primeira fase, o órgão de acesso a esse mundo, “uma primeira maneira de
interpretar o mundo e de interligar-se a ele”
(NEUMANN, 1998)
AMAMENTAÇÃO – O INÍCIO DE TUDO
BOCA – ÓRGÃO DE ACESSO AO MUNDO
“A boca funciona como porta de entrada para o corpo e serve para estipular
quem irá fazer parte do seu todo ou não.”
(Rocha, 2017)
“Ao engolir, iniciamos um processo difícil de reverter. Ao engolir, começamos
a aceitar as coisas, aceitando integrá-las ao que somos” (Barcellos, 2017)
“Apesar de onívoros, não é tudo que
ASPECTOS PSICOSSOCIAIS
“O ato de alimentar-se advém
de uma necessidade biológica
para sobrevivência. No entanto,
com o tempo, o mesmo
adquiriu valores e necessidades,
sofreu mudanças e, atualmente
apresenta novas tendências
enquanto práticas alimentares,
no tanger aos campos social,
econômico, cultural, psicológico
e nutricional.”
(MORAIS, 2014)
AFINAL, O QUE É COMER?
É algo inato?
Para quê
come?
Quando
come?
O quê come?
É algo
aprendido?
AFINAL,
VOCÊ SABE O QUE É COMER?
Nutrição
Alimentaçã
o
 Fisiológico
 Nutrientes
 ICS
 Involuntário
 Relações
 Cultural
 CS
 Voluntário
(Carvalho et al., 2011; Zuin & Zuin, 2009)
“Nós esquecemos que, historicamente,
pessoas comem por outras razões que
não são necessidades biológicas.
Comida é também prazer,
comunidade, família, espiritualidade,
relacionamento com o mundo natural
e também é expressão de nossa
identidade.”
(POLLAN,2008)
GUIA ALIMENTAR DA POPULAÇÃO
BRASILEIRA
GUIA ALIMENTAR DA POPULAÇÃO
BRASILEIRA
GUIA ALIMENTAR DA POPULAÇÃO
BRASILEIRA
CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS
CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS
O QUE SÃO OS TRANSTORNOS
ALIMENTARES?
São caracterizados por uma perturbação persistente
na alimentação ou no comportamento relacionado à
alimentação que resulta no consumo ou na absorção
alterada de alimentos e que compromete
significativamente a saúde física ou o
funcionamento psicossocial.
Aumento significativo da incidência de casos de
Transtornos Alimentares na contemporaneidade
“Tal fato está diretamente associado à busca pela perfeição do
corpo, que é marcada pelo aumento das preocupações
exageradas que incidem sobre a sua forma, peso e
desempenho”
(SCHERER ET AL., 2012)
BUSCA PELA PERFEIÇÃO E TRANSTORNOS
ALIMENTARES
Predisponentes
Biológicos
Psicológicos
Familiares
Sócio culturais
Precipitantes
Separação
Perdas
Menarca
Bullying
Dietas
Mantenedores
Cultura do culto à magreza
Distorções cognitivas
Distorção IC
Ganhos secundários
(CORDÁS et al., 2004)
ETIOLOGIA
(APA, 2014)
DSM 5
CID 11
( ENTRARÁ EM VIGOR EM 1 DE
JANEIRO DE 2022)
- Anorexia nervosa
- Bulimia nervosa
- TCA
- TARE
- PICA
- T . Ruminação
- OTAE ( SAN; T. Purgativo; A.N
atípica;
BN de baixa frequência/duração
limitada; BED de baixa
frequência/duração limitada
- TANE
- 6B80 Anorexia nervosa
- 6B81 Bulimia nervosa
- 6B82 TCA
- 6B83 TARE
- 6B84 PICA
- 6B85 T . Ruminação
- 6 B8Y OTAE ( SAN; T. Purgativo;
A.N atípica; BN de baixa
frequência/duração limitada; BED
baixa frequência/duração limitada
- 6 B8Z TANE
TIPOS DE TRANSTORNOS ALIMENTARES
(APA, 2014)
NÃO OFICIAIS
- Comer transtornado
- Ortorexia nervosa
- T. ligados à prática de
exercícios
- “Diabulimia “
- “Pregorexia”
DSM- 5
- Dismorfia muscular
“ Vigorexia”
Subtipo de transtorno
dismórfico corporal (TDC),
capitulo do DSM-5
transtornos obsessivos-
compulsivos e transtornos
relacionados
TIPOS DE TRANSTORNOS ALIMENTARES
(DSM- 5)
A. Restrição da ingesta calórica em relação às necessidades, levando a um peso corporal significativamente
baixo no contexto idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física. Um peso inferior ao peso mínimo
normal ou, no caso de crianças e adolescentes, menor do que o mínimo esperado.
B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou comportamento persistente que interfere no ganho de
peso, mesmo estando com peso significativamente baixo.
C. Perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciados, influência indevida do peso
peso ou forma corporal na autoavaliação ou ausência persistente de reconhecimento da gravidade do baixo
corporal atual.
APRESENTAÇÃO CLÍNICA EM DOIS SUBTIPOS
1) ANOREXIA NERVOSA TIPO RESTRITIVA (AN-R)
Nos últimos 3 meses, o individuo não apresentou episódios recorrentes de compulsão alimentar ou
comportamento purgativo (como vômitos autoinduzidos ou uso indevido de laxantes ou diuréticos). A perda
de peso é alcançada essencialmente por meio de dieta, jejum e /ou exercício excessivo.
2) ANOREXIA NERVOSA TIPO COMPULSÃO ALIMENTAR PURGATIVA (AN-CP)
Nos últimos 3 meses houveram episódios de compulsão alimentar e /ou episódios de purgação.
Apresentam maior comorbidades com transtornos ligados à impulsividade e podem apresentar complicações
clinicas mais graves em decorrência dos comportamentos purgativos.
MIGRAÇÃO DIAGNÓTICA– É COMUM QUE ACONTEÇA ENTRE OS SUBTIPOS, MAIS COMUM DE AN-R PARA
AN-CP ( POR ISSO CLASSIFICAÇÃO PARA DESCREVER OS SINTOMAS ATUAIS)
(APA, 2014)
ANOREXIA NERVOSA
(APA, 2014)
(DSM- 5)
CLASSIFICAÇÃO DA ANOREXIA NERVOSA- QUANTO A GRAVIDADE ATUAL DO QUADRO :
ADULTOS
Leve: IMC >= 17 Kg/m²
Moderada: IMC entre 16 e 16,99 kg/m²
Grave: IMC entre 15 e 15,99 kg/m²
Extrema: IMC <= 15 kg/m²
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
OS PERCENTIS DO IMC CORRESPONDENTE DEVEM SER USADOS
ALÉM DO IMC, A CLASSIFICAÇÃO QUANTO À GRAVIDADE DEVE SER BASEADA TAMBÉM NA APRESENTAÇÃO DO
QUADRO, DE FORMA QUE O NIVEL DE GRAVIDADE PODE SER AUMENTADO, DE MANEIRA A REFLETIR SINTOMAS
CLÍNICOS, INCAPACIDADE FUNCIONAL E A NECESSIDADE DE SUPERVISÃO OU INTERNAÇÃO
DE ACORDO COM A REMISSÃO DOS SINTOMAS:
Em remissão parcial:
Depois de terem sido preenchidos previamente todos os critérios para AN, o critério A (baixo peso corporal) não
foi mais satisfeito por um período sustentado, porém ou o critério B (medo intenso de ganhar peso ou de
engordar ou comportamento que interfere no ganho de peso), ou o Critério C (perturbações na autopercepção do
peso e da forma) ainda está presente.
Em remissão completa:
Depois de terem sido satisfeitos previamente todos os critérios para AN, nenhum dos critérios foi mais satisfeito
por um período sustentado.
ANOREXIA NERVOSA
(APA, 2014)
(DSM- 5) (CID – 11) Diferenças
A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar :
Caracterizado pelos seguintes aspectos:
– Ingestão de quantidade excessiva de alimento (maior do que a maioria
dos indivíduos consumiria no mesmo período sob circunstâncias
semelhantes) dentro de um período limitado de tempo
– Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio
As compulsões alimentares e métodos
compensatórios – mínimo 1 vez por
semana por pelo menos 1 mês.
Diferente do CID 10 2 episódios semanais
por 3 meses e DSM-5 – 1 episódios nos
últimos 3 meses
B. Comportamentos compensatórios inapropriados e recorrentes para prevenir o
ganho de peso, como vômitos, abuso de laxantes, diuréticos ou outras medicações,
jejuns ou exercícios excessivos
A compulsão alimentar deve
se mais pela sensação de perda de
controle do que por valor calórico
especifico.
O CID-11 aumenta a sensibilidade
diagnóstica.
C. Compulsão alimentar e comportamentos compensatórios inadequados ocorrem,
em média, pelo menos 1 vez/semana por três meses
D. A Auto avaliação é indevidamente influenciada por forma e peso corporal
E. Não ocorre exclusivamente durante episódio de AN
BULIMIA NERVOSA
(APA, 2014)
(DSM- 5)
Especificar:
Remissão parcial:
Após ter preenchido todos os critérios, BE ocorrem em média <
1/sem por
período continuado
Remissão completa:
Após ter preenchido todos os critérios, não apresenta nenhum
critério por
um período continuado
Especificar gravidade atual:
Leve: média de 1-3 episódios de métodos compensatórios por
semana
Moderada: média 4-7 episódios de métodos compensatórios por
semana
Grave: média 8-13 episódios de métodos compensatórios por
semana
Extrema: maior que 14 episódios de métodos compensatórios por
semana
BULIMIA NERVOSA
(APA, 2014)
(DSM- 5) (CID – 11) Diferenças
A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão
alimentar é caracterizado por:
1. Ingestão, em um período determinado (p.ex., período de duas horas), porção de
alimento maior do que a maioria das pessoas comeria em um período similar de tempo
e sob circunstâncias similares.
2. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (p.ex.: sensação de
que não pode parar de comer ou de controlar o que e o quanto se está ingerindo).
Consistente com DSM-5, com ênfase na
perda de controle como característica
fundamental da compulsão alimentar
(como na BN)
B. Os episódios de compulsão alimentar estão associados a três (ou mais) dos
seguintes fatores:
1. Comer muito mais rápido do que o normal;
2. Comer até se sentir desconfortavelmente cheio;
3. Comer grandes porções de alimento quando não se está faminto;
4. Comer sozinho por se sentir constrangido pelo quanto está comendo;
5. Sentir-se insatisfeito consigo, deprimido ou muito culpado depois de uma
Episódios subjetivos
Frequência de compulsão mínima de 1 /
semana durante pelo menos um mês
Poderá aumentar o número de
que podem receber esse diagnóstico
C. Sofrimento marcante em relação à compulsão alimentar.
D. Os episódios de compulsão alimentar ocorrem, em média, pelo menos, uma vez
por semana durante três meses.
E. A compulsão alimentar não está associada ao uso regular de comportamentos
compensatórios inadequados, como na bulimia(p.ex.:purgação, jejum, exercícios
excesso) e não ocorre com exclusividade durante o curso da anorexia nervosa ou
bulimia nervosa.
TRANSTORNO DA COMPULSÃO
ALIMENTAR (TCA
(APA, 2014)
(DSM- 5)
Especificar:
Remissão parcial:
Após ter preenchido todos os critérios, compulsões ocorrem
em média menos de uma vez por semana por um período
continuado
Remissão completa:
Após ter preenchido todos os critérios, não apresenta mais
nenhum dos critérios por um período continuado de tempo
Especificar gravidade atual:
Leve: 1-3 BE/sem
Moderada: 4-7 BE/sem
Grave: 8-13 BE/sem
Extrema: maior que 14 BE/sem
TRANSTORNO DA COMPULSÃO
ALIMENTAR (TCA
Psicologia
Psiquiatri
a
Nutrição
TRATAMENTO TA’S
O OLHAR DA
PSICOLOGIA
Cada caso é um
caso, com suas
singularidades.
Ainda que a
anatomia,
fisiologia e
fisiopatologia
tenham muitas
verdades em
comum.
Segundo Hipócrates:
“Mais vale saber do
doente que tem a
doença do que a
doença que o
doente tem.”
(CALDEIRA, 2013)
TRANSTORNOS ALIMENTARES
UM OLHAR PARA ALÉM DO DIAGNÓSTICO
•Os transtornos alimentares
revelam-se no contexto
social, como uma
expressão patológica
diante do culto ao corpo e
a busca de um padrão
corporal muitas vezes
inatingível
•Essa busca exacerbada ao
dito “corpo perfeito”
impulsiona o surgimento
de conflitos psíquicos, que
podem repercutir em
efeitos sobre o corpo, e
vice-versa.
•O ato de comer implica
num valor simbólico,
cercado de emoção,
lembranças e sentido, e
assim, a comida pode
assumir diferentes
significados.
(SOTERO, 2018)
O OLHAR DA
NUTRIÇÃO
(ALVARENGA et al., 2018)
ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA EM TA
Exige, pelas particularidades dos quadros,
conhecimento em psicologia, psiquiatria,
habilidades de comunicação e em
de mudança do comportamento, pois o
tratamento envolve a mudança de atitudes
e comportamento alimentares e corporais.
Por incluir essas áreas em sua conduta, o
nutricionista é chamado de
Terapeuta Nutricional (TN)
“A prática ética é aquela que proporciona, com interesse e
esforço consciencioso, um serviço de ajuda para o qual se foi
preparado adequadamente” (Patterson & Eisenberg, 2013
QUESTÕES ÉTICA:
O nutricionista é o profissional habilitado para trabalhar as questões
relativas à alimentação e peso
Melhorar a estrutura, consumo e atitudes
alimentares
Normalizar a percepção de fome e saciedade
Cessar as práticas de restrição, compulsão,
compensação
Corrigir complicações clínicas
Diminuir ou eliminar os distúrbios de imagem
corporal
Adequar o peso corporal, com cautela
(ADA, 2001; APA, 2006)
OBJETIVOS GERAIS DO TRATAMENTO
NUTRICIONAL
PERFIL E PAPEL DO NUTRICIONISTA
Os pacientes esperam que o Nutricionista:
Entenda seus medos sobre alimentação e peso
Saiba o que é um T.A. e tenha experiência
Trabalhe em um passo que eles possam alcançar
Faça comentários sensíveis
Não exija perfeição ou submissão
Trabalhe de forma colaborativa e não controladora
•
Fonte: (adaptado de Reiff e Reiff (1992)
MODELO TRADICIONAL
Foco nos alimentos e nutrientes, ou
seja, no que o paciente come
Intervenções de curto prazo
Ênfase na educação alimentar
Relacionamento mínimo entre o
nutricionista e o paciente
Plano de ação (geralmente na forma
de uma dieta) é determinado
rapidamente, nas primeiras consultas
MODELO DE TERAPIA
NUTRICIONAL
Foco em como o paciente come
Intervenções de longo prazo
A educação alimentar está
presente, mas não é o
componente principal
Relacionamento intenso entre o
terapeuta nutricional e o paciente
Plano de ação ( geralmente na
forma de metas )é muito
individualizado, desenvolve-se
ao longo de várias consultas e
evolui com o tempo
FASES DO TRATAMENTO NUTRICIONAL
Todos os
nutricionistas
estão,
teoricamente,
aptos para atuar
nessa fase
Necessário
treinamento e
experiência no
tratamento de
T.A
EDUCACIONAL
EXPERIMENTAL
FASE EDUCACIONAL
( ADA, 1994)
Relacionada com a
coleta e transmissão de
informações
Avaliação nutricional e da
história alimentar do
paciente;
Estabelecimento de uma
relação de colaboração, a
fim de possibilitar que o
paciente fale sobre seus
problemas e possa, assim,
superá-los;
Definição de princípios e
conceitos relevantes sobre
alimentos
Orientações básicas para
a família sobre as
melhores formas de
colaborar com o
tratamento.
FASE EXPERIMENTAL
( ADA, 1994)
Tem objetivos mais
terapêuticos
Separar
comportamentos
relacionados aos
alimentos e ao peso de
sentimentos e questões
psicológicas;
Incrementar as
mudanças de atitudes
alimentares;
Orientar quanto a
manutenção de um peso
adequado e aumentar ou
diminuir o peso
gradativamente quando
necessário;
Orientar quanto ao
comportamento com o
alimento em ocasiões
sociais
Trabalhar questões relativas
a imagem corporal.
CONDUZINDO OS
ATENDIMENTOS
NUTRICIONAIS
Aconselhamento
nutricional
Técnicas cognitivo-
comportamentais
Entrevista Motivacional
Mindful eating
Comer Intuitivo
CONDUZINDO OS ATENDIMENTOS
• Aprox. 60 min.
TEMPO
• Semanais, podendo ser espaçados
para quinzenal e mensal
ENCONTROS
• Educação nutricional
• Dinâmicas
• DA
TRABALHADO
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
● Cuidado para não exagerar na
importância que os valores terão no
atendimento
● A consulta não pode se tornar um “ritual
de medição”
►Medidas: Peso, Altura e
Circunferências
PESO
● Semanal/ Quinzenal/ Mensal
● Alguns pacientes devem pesar de costas
►Pedir ao paciente que só se pese no
atendimento
TRATAMENTO NUTRICIONAL
MATERIAL UTILIZADO
DIÁRIO ALIMENTAR SUGERIDO PARA A.N e B.N
DATA/
HORA
ALIMENTO
QUANTIDADE
SITUAÇÃO
(ONDE?
COM
QUEM?)
SENTIMENTOS
E PENSAMENTOS
COMPULSÃO
SIM/
NÃO
PURGAÇÃO
SIM/ NÃO
QUAL?
FOME
0-10
SACIEDADE
0-10
DATA/
(ALVARENGA et al., 2011)
DIÁRIO ALIMENTAR SUGERIDO PARA TCA
DATA/
HORA
ALIMENTOQU
ANTIDADE
SITUAÇÃO
(ONDE?
COM
QUEM?)
SENTIMENTOS
E PENSAMENTOS
COMPULSÃO
SIM/
NÃO
REFEIÇÃO
PLANEJADA
SIM/ NÃO
FOME
0-10
SACIEDADE
0-10
DATA/
(ALVARENGA et al., 2011)
MATERIAL UTILIZADO
Técnica de
aconselhamento em
saúde
Principal
objetivo:
Trazer a tona as motivações intrínsecas
do paciente por meio de um estilo de
comunicação colaborativa, de aceitação e
compaixão do entrevistador, que
sensibiliza e guia o individuo nas escolhas
de comportamentos que deseja modificar
ou incluir.
(Alvarenga,2019)
O QUE É A ENTREVISTA MOTIVACIONAL?
MODELO TRANSTEÓRICO
(Prochaska & DiClemente, 1982
50
ESTAGIO
DE MC
TAREFAS MOTIVACIONAIS DO
Pré-
contemplação
. Estabelecer vínculo, envolver e acolher. Evitar confrontos.
Avaliar e estimular a motivação (intrínseca ou extrínseca).
Incentivar maior consciência sobre a decisão de mudar. Ampliar
o foco. Aumentar a percepção do paciente sobre os riscos e
problemas do comportamento atual.
Contemplação
Identificar os problemas, começar a pensar em pequenas metas.
Reduzir os “contras” da mudança. Aconselhamento baseado nas
vantagens e desvantagens de mudar e no encorajamento.
Conectar os paciente com seus pontos positivos, explorar as
melhores experiências com mudanças no passado. Encorajar a
pensar na pessoa que quer ser.
Planejamento/
decisão
Construir e reforçar a autoeficácia do paciente. Estruturar um
plano para mudança, considerar adequação, viabilidade e
dificuldades do planejamento, explorar dificuldades em assumir
novos comportamentos. Oferecer ajuda para que a pessoa
encontre uma estratégia de mudança ou um objetivo que seja
aceitável, apropriado e realizável – proporcionar treino e
assistência, administrar expectativas. Identificar passos e
habilidades necessárias para mudança gradual; discutir situações
que podem ser problemáticas.
(Alvarenga,2019)
51
ESTAGIO
DE MC
TAREFAS MOTIVACIONAIS DO
Ação
Assistir, reforçar, encorajar, trabalhar na solução de problemas.
Consolidar ganhos e aumentar a autoeficácia. Ter plano de
enfrentamento para os momentos difíceis. Plano de continuidade,
criar novos desafios
Manutenção Evitar a recaída e consolidar ganhos obtidos durante a fase de
ação. Reforçar o novo comportamento. Reforçar os benefícios e
conquistas. Propor um plano de seguimento, suporte e
fortalecimento. Explorar estratégias de superação.
Recaída Esclarecer que lapsos e recaídas são normais. Não julgar.
Identificar o que fez retomar os comportamentos de risco.
Reforçar os benefícios e conquistas. Propor um plano de suporte e
fortalecimento. Explorar estratégias de superação.
(Alvarenga,2019)
(autor desconhecido)
ENTREVISTA MOTIVACIONAL
NA PRÁTICA
4- ESTRATÉGIAS INICIAIS
1- Fazer perguntas abertas
• O que você gostaria de discutir?
• O que te trouxe aqui?
• Fale-me sobre suas preocupações?
• Por que não me contar desde o início?
(ANDREATA,2016)
4- ESTRATÉGIAS INICIAIS
2- Escutar reflexivamente
• O que NÃO fazer: ordenar, dirigir, advertir,
aconselhar, fornecer soluções, moralizar, julgar,
culpar, rotular, interrogar.
(ANDREATA,2016)
4- ESTRATÉGIAS INICIAIS
- Encorajar
• Entendo como deve ter sido difícil vir aqui!
• Você deu um grande passo!
• Deve ser difícil viver uma vida com tanto estresse
• Essa é uma boa sugestão
(ANDREATA,2016)
4-ESTRATÉGIAS INICIAIS
- Resumir
• Trazer o aqui agora.
• Utilizar frases introdutórias para o que vem
depois
• “ Este resumo está correto? O que deixei de
fora?
• Você pode fazer um resumo do que foi
trabalhado?
(ANDREATA,2016)
58
META MOTIV
O
O QUE DIFICULTA O QUE FAZER PARA
ALCANÇAR
PRAZO NOTA DE 0-10
(ALVARENGA et al., 2019)
A partir do momento que o paciente está pronto para mudar o TN pode utilizar
instrumentos como plano de ação e o planejamento de metas
PLANEJAR:
“Comer é mais do que jogar lenha na fogueira
ou abastecer um carro. Comer é mais do que
escolher um alimento e dar para uma criança.
Comer e dar de comer reflete nossa atitude e
relacionamento com nós mesmos, com os
outros e com nossas histórias. Comer tem
relação com auto respeito, nossa conexão com
nossos corpos e compromisso com a vida.”
(SATTER,2007)
ulabraga@uol.com.br @ula_braga
OBRIGADA!
(85) 999825979

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Transtorno alimentar

  • 1. Ula Braga Psicóloga Clínica e Nutricionista Pós-grad em Comportamento Alimentar Pós-grad. Transtornos Alimentares e Obesidade- UNIFOR ALIMENTAÇÃO E TRANSTORNOS ALIMENTARES
  • 2. PROCESSO HISTÓRICO - ALIMENTAÇÃO  Os seres humanos são animais. Porém, possuem características que o diferenciam de outras espécies. Uma delas é a capacidade de produzir e acumular cultura;  Ainda que as necessidades nutricionais da espécie humana e dos outros animais sejam semelhantes, o mesmo não se aplica em relação ao comportamento e aos hábitos alimentares. (ALMEIDA et al., 2013)
  • 3. ALIMENTAÇÃO - PASSADO, PRESENTE E FUTURO (ALMEIDA et al., 2013)  Homem primitivo : Caçador, coletor, nômade  Grande ingesta e queima calórica
  • 4. Segunda evolução nos hábitos alimentares aconteceu com o advento da agricultura Estabelecimento de forma definitiva em determinados locais Introdução de grãos na alimentação humana ALIMENTAÇÃO - PASSADO, PRESENTE E FUTURO (ALMEIDA et al., 2013)
  • 5. ALIMENTAÇÃO - PASSADO, PRESENTE E FUTURO (ABREU, 2001) Até o século XX, muitas descobertas tecnico-científicas importantes levaram ao progresso e também à modificação dos costumes alimentares O aparecimento de novos produtos As descobertas sobre fermentação A produção do vinho, da cerveja e do queijo em escala industrial e o beneficiamento do leite A renovação de técnicas agrícolas e industriais Os avanços na genética permitiram sua aplicação no cultivo de plantas e criação de animais A mecanização agrícola E ainda o desenvolvimento dos processos técnicos para conservação de alimentos
  • 6. ALIMENTAÇÃO - PASSADO, PRESENTE E FUTURO “A alimentação sempre existiu na história, se modificou, evoluiu, mas permaneceu.” “Modificou-se através das novas descobertas e estudos, dos hábitos e das ingestas que se constituem pelas referências na dinâmica social.” “A alimentação tornar- se progressivamente elemento essencial da estruturação dos grupos de expressão de uma identidade e origem de um pensamento simbólico” (Perlès in Flandrin e Montanari, 1996)
  • 7. ALIMENTAÇÃO NA IDADE CONTEMPORÂNEA (ABREU, 2001) “O crescimento demográfico, industrialização, urbanização, muda o consumo e o estilo de vida, favorecendo o sedentarismo, a restrição da necessidade de gasto de energia para as atividades diárias e para o trabalho, além de facilitar o consumo de alimentos prontos e de alta densidade energética aumentando os problemas de saúde como a obesidade, a hipertensão e alguns tipos de câncer. A urbanização traz consigo as infecções advindas de água e alimentos contaminados”.
  • 8. “Pela boca, começamos. É por ali que começamos a explorar o mundo novo” (BARCELLOS, 2017) “O primeiro componente nesta conduta é a amamentação, a qual reflete um processo de socialização e vínculo da mãe com a criança, instalando o início do aprendizado. A boca será nesse momento seu veículo de experienciação de mundo, enquanto aprende.” (MORAES, 2014) A alimentação faz parte do processo vital, onde não se configura para a criança o alimento em si, mas uma experiência de prazer, de satisfação, uma experiência simbólica de um mundo bom. A boca, portanto, seria nessa primeira fase, o órgão de acesso a esse mundo, “uma primeira maneira de interpretar o mundo e de interligar-se a ele” (NEUMANN, 1998) AMAMENTAÇÃO – O INÍCIO DE TUDO
  • 9. BOCA – ÓRGÃO DE ACESSO AO MUNDO “A boca funciona como porta de entrada para o corpo e serve para estipular quem irá fazer parte do seu todo ou não.” (Rocha, 2017) “Ao engolir, iniciamos um processo difícil de reverter. Ao engolir, começamos a aceitar as coisas, aceitando integrá-las ao que somos” (Barcellos, 2017) “Apesar de onívoros, não é tudo que
  • 10. ASPECTOS PSICOSSOCIAIS “O ato de alimentar-se advém de uma necessidade biológica para sobrevivência. No entanto, com o tempo, o mesmo adquiriu valores e necessidades, sofreu mudanças e, atualmente apresenta novas tendências enquanto práticas alimentares, no tanger aos campos social, econômico, cultural, psicológico e nutricional.” (MORAIS, 2014)
  • 11. AFINAL, O QUE É COMER? É algo inato? Para quê come? Quando come? O quê come? É algo aprendido?
  • 12. AFINAL, VOCÊ SABE O QUE É COMER? Nutrição Alimentaçã o  Fisiológico  Nutrientes  ICS  Involuntário  Relações  Cultural  CS  Voluntário (Carvalho et al., 2011; Zuin & Zuin, 2009)
  • 13. “Nós esquecemos que, historicamente, pessoas comem por outras razões que não são necessidades biológicas. Comida é também prazer, comunidade, família, espiritualidade, relacionamento com o mundo natural e também é expressão de nossa identidade.” (POLLAN,2008)
  • 14. GUIA ALIMENTAR DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
  • 15. GUIA ALIMENTAR DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
  • 16. GUIA ALIMENTAR DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
  • 17. CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS
  • 18. CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS
  • 19. O QUE SÃO OS TRANSTORNOS ALIMENTARES? São caracterizados por uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial.
  • 20. Aumento significativo da incidência de casos de Transtornos Alimentares na contemporaneidade “Tal fato está diretamente associado à busca pela perfeição do corpo, que é marcada pelo aumento das preocupações exageradas que incidem sobre a sua forma, peso e desempenho” (SCHERER ET AL., 2012) BUSCA PELA PERFEIÇÃO E TRANSTORNOS ALIMENTARES
  • 21. Predisponentes Biológicos Psicológicos Familiares Sócio culturais Precipitantes Separação Perdas Menarca Bullying Dietas Mantenedores Cultura do culto à magreza Distorções cognitivas Distorção IC Ganhos secundários (CORDÁS et al., 2004) ETIOLOGIA
  • 22. (APA, 2014) DSM 5 CID 11 ( ENTRARÁ EM VIGOR EM 1 DE JANEIRO DE 2022) - Anorexia nervosa - Bulimia nervosa - TCA - TARE - PICA - T . Ruminação - OTAE ( SAN; T. Purgativo; A.N atípica; BN de baixa frequência/duração limitada; BED de baixa frequência/duração limitada - TANE - 6B80 Anorexia nervosa - 6B81 Bulimia nervosa - 6B82 TCA - 6B83 TARE - 6B84 PICA - 6B85 T . Ruminação - 6 B8Y OTAE ( SAN; T. Purgativo; A.N atípica; BN de baixa frequência/duração limitada; BED baixa frequência/duração limitada - 6 B8Z TANE TIPOS DE TRANSTORNOS ALIMENTARES
  • 23. (APA, 2014) NÃO OFICIAIS - Comer transtornado - Ortorexia nervosa - T. ligados à prática de exercícios - “Diabulimia “ - “Pregorexia” DSM- 5 - Dismorfia muscular “ Vigorexia” Subtipo de transtorno dismórfico corporal (TDC), capitulo do DSM-5 transtornos obsessivos- compulsivos e transtornos relacionados TIPOS DE TRANSTORNOS ALIMENTARES
  • 24. (DSM- 5) A. Restrição da ingesta calórica em relação às necessidades, levando a um peso corporal significativamente baixo no contexto idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física. Um peso inferior ao peso mínimo normal ou, no caso de crianças e adolescentes, menor do que o mínimo esperado. B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso, mesmo estando com peso significativamente baixo. C. Perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciados, influência indevida do peso peso ou forma corporal na autoavaliação ou ausência persistente de reconhecimento da gravidade do baixo corporal atual. APRESENTAÇÃO CLÍNICA EM DOIS SUBTIPOS 1) ANOREXIA NERVOSA TIPO RESTRITIVA (AN-R) Nos últimos 3 meses, o individuo não apresentou episódios recorrentes de compulsão alimentar ou comportamento purgativo (como vômitos autoinduzidos ou uso indevido de laxantes ou diuréticos). A perda de peso é alcançada essencialmente por meio de dieta, jejum e /ou exercício excessivo. 2) ANOREXIA NERVOSA TIPO COMPULSÃO ALIMENTAR PURGATIVA (AN-CP) Nos últimos 3 meses houveram episódios de compulsão alimentar e /ou episódios de purgação. Apresentam maior comorbidades com transtornos ligados à impulsividade e podem apresentar complicações clinicas mais graves em decorrência dos comportamentos purgativos. MIGRAÇÃO DIAGNÓTICA– É COMUM QUE ACONTEÇA ENTRE OS SUBTIPOS, MAIS COMUM DE AN-R PARA AN-CP ( POR ISSO CLASSIFICAÇÃO PARA DESCREVER OS SINTOMAS ATUAIS) (APA, 2014) ANOREXIA NERVOSA
  • 25. (APA, 2014) (DSM- 5) CLASSIFICAÇÃO DA ANOREXIA NERVOSA- QUANTO A GRAVIDADE ATUAL DO QUADRO : ADULTOS Leve: IMC >= 17 Kg/m² Moderada: IMC entre 16 e 16,99 kg/m² Grave: IMC entre 15 e 15,99 kg/m² Extrema: IMC <= 15 kg/m² CRIANÇAS E ADOLESCENTES OS PERCENTIS DO IMC CORRESPONDENTE DEVEM SER USADOS ALÉM DO IMC, A CLASSIFICAÇÃO QUANTO À GRAVIDADE DEVE SER BASEADA TAMBÉM NA APRESENTAÇÃO DO QUADRO, DE FORMA QUE O NIVEL DE GRAVIDADE PODE SER AUMENTADO, DE MANEIRA A REFLETIR SINTOMAS CLÍNICOS, INCAPACIDADE FUNCIONAL E A NECESSIDADE DE SUPERVISÃO OU INTERNAÇÃO DE ACORDO COM A REMISSÃO DOS SINTOMAS: Em remissão parcial: Depois de terem sido preenchidos previamente todos os critérios para AN, o critério A (baixo peso corporal) não foi mais satisfeito por um período sustentado, porém ou o critério B (medo intenso de ganhar peso ou de engordar ou comportamento que interfere no ganho de peso), ou o Critério C (perturbações na autopercepção do peso e da forma) ainda está presente. Em remissão completa: Depois de terem sido satisfeitos previamente todos os critérios para AN, nenhum dos critérios foi mais satisfeito por um período sustentado. ANOREXIA NERVOSA
  • 26. (APA, 2014) (DSM- 5) (CID – 11) Diferenças A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar : Caracterizado pelos seguintes aspectos: – Ingestão de quantidade excessiva de alimento (maior do que a maioria dos indivíduos consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes) dentro de um período limitado de tempo – Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio As compulsões alimentares e métodos compensatórios – mínimo 1 vez por semana por pelo menos 1 mês. Diferente do CID 10 2 episódios semanais por 3 meses e DSM-5 – 1 episódios nos últimos 3 meses B. Comportamentos compensatórios inapropriados e recorrentes para prevenir o ganho de peso, como vômitos, abuso de laxantes, diuréticos ou outras medicações, jejuns ou exercícios excessivos A compulsão alimentar deve se mais pela sensação de perda de controle do que por valor calórico especifico. O CID-11 aumenta a sensibilidade diagnóstica. C. Compulsão alimentar e comportamentos compensatórios inadequados ocorrem, em média, pelo menos 1 vez/semana por três meses D. A Auto avaliação é indevidamente influenciada por forma e peso corporal E. Não ocorre exclusivamente durante episódio de AN BULIMIA NERVOSA
  • 27. (APA, 2014) (DSM- 5) Especificar: Remissão parcial: Após ter preenchido todos os critérios, BE ocorrem em média < 1/sem por período continuado Remissão completa: Após ter preenchido todos os critérios, não apresenta nenhum critério por um período continuado Especificar gravidade atual: Leve: média de 1-3 episódios de métodos compensatórios por semana Moderada: média 4-7 episódios de métodos compensatórios por semana Grave: média 8-13 episódios de métodos compensatórios por semana Extrema: maior que 14 episódios de métodos compensatórios por semana BULIMIA NERVOSA
  • 28. (APA, 2014) (DSM- 5) (CID – 11) Diferenças A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado por: 1. Ingestão, em um período determinado (p.ex., período de duas horas), porção de alimento maior do que a maioria das pessoas comeria em um período similar de tempo e sob circunstâncias similares. 2. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (p.ex.: sensação de que não pode parar de comer ou de controlar o que e o quanto se está ingerindo). Consistente com DSM-5, com ênfase na perda de controle como característica fundamental da compulsão alimentar (como na BN) B. Os episódios de compulsão alimentar estão associados a três (ou mais) dos seguintes fatores: 1. Comer muito mais rápido do que o normal; 2. Comer até se sentir desconfortavelmente cheio; 3. Comer grandes porções de alimento quando não se está faminto; 4. Comer sozinho por se sentir constrangido pelo quanto está comendo; 5. Sentir-se insatisfeito consigo, deprimido ou muito culpado depois de uma Episódios subjetivos Frequência de compulsão mínima de 1 / semana durante pelo menos um mês Poderá aumentar o número de que podem receber esse diagnóstico C. Sofrimento marcante em relação à compulsão alimentar. D. Os episódios de compulsão alimentar ocorrem, em média, pelo menos, uma vez por semana durante três meses. E. A compulsão alimentar não está associada ao uso regular de comportamentos compensatórios inadequados, como na bulimia(p.ex.:purgação, jejum, exercícios excesso) e não ocorre com exclusividade durante o curso da anorexia nervosa ou bulimia nervosa. TRANSTORNO DA COMPULSÃO ALIMENTAR (TCA
  • 29. (APA, 2014) (DSM- 5) Especificar: Remissão parcial: Após ter preenchido todos os critérios, compulsões ocorrem em média menos de uma vez por semana por um período continuado Remissão completa: Após ter preenchido todos os critérios, não apresenta mais nenhum dos critérios por um período continuado de tempo Especificar gravidade atual: Leve: 1-3 BE/sem Moderada: 4-7 BE/sem Grave: 8-13 BE/sem Extrema: maior que 14 BE/sem TRANSTORNO DA COMPULSÃO ALIMENTAR (TCA
  • 31. O OLHAR DA PSICOLOGIA Cada caso é um caso, com suas singularidades. Ainda que a anatomia, fisiologia e fisiopatologia tenham muitas verdades em comum. Segundo Hipócrates: “Mais vale saber do doente que tem a doença do que a doença que o doente tem.” (CALDEIRA, 2013)
  • 32. TRANSTORNOS ALIMENTARES UM OLHAR PARA ALÉM DO DIAGNÓSTICO •Os transtornos alimentares revelam-se no contexto social, como uma expressão patológica diante do culto ao corpo e a busca de um padrão corporal muitas vezes inatingível •Essa busca exacerbada ao dito “corpo perfeito” impulsiona o surgimento de conflitos psíquicos, que podem repercutir em efeitos sobre o corpo, e vice-versa. •O ato de comer implica num valor simbólico, cercado de emoção, lembranças e sentido, e assim, a comida pode assumir diferentes significados. (SOTERO, 2018)
  • 34. (ALVARENGA et al., 2018) ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA EM TA Exige, pelas particularidades dos quadros, conhecimento em psicologia, psiquiatria, habilidades de comunicação e em de mudança do comportamento, pois o tratamento envolve a mudança de atitudes e comportamento alimentares e corporais. Por incluir essas áreas em sua conduta, o nutricionista é chamado de Terapeuta Nutricional (TN)
  • 35. “A prática ética é aquela que proporciona, com interesse e esforço consciencioso, um serviço de ajuda para o qual se foi preparado adequadamente” (Patterson & Eisenberg, 2013 QUESTÕES ÉTICA: O nutricionista é o profissional habilitado para trabalhar as questões relativas à alimentação e peso
  • 36. Melhorar a estrutura, consumo e atitudes alimentares Normalizar a percepção de fome e saciedade Cessar as práticas de restrição, compulsão, compensação Corrigir complicações clínicas Diminuir ou eliminar os distúrbios de imagem corporal Adequar o peso corporal, com cautela (ADA, 2001; APA, 2006) OBJETIVOS GERAIS DO TRATAMENTO NUTRICIONAL
  • 37. PERFIL E PAPEL DO NUTRICIONISTA Os pacientes esperam que o Nutricionista: Entenda seus medos sobre alimentação e peso Saiba o que é um T.A. e tenha experiência Trabalhe em um passo que eles possam alcançar Faça comentários sensíveis Não exija perfeição ou submissão Trabalhe de forma colaborativa e não controladora
  • 38. • Fonte: (adaptado de Reiff e Reiff (1992) MODELO TRADICIONAL Foco nos alimentos e nutrientes, ou seja, no que o paciente come Intervenções de curto prazo Ênfase na educação alimentar Relacionamento mínimo entre o nutricionista e o paciente Plano de ação (geralmente na forma de uma dieta) é determinado rapidamente, nas primeiras consultas MODELO DE TERAPIA NUTRICIONAL Foco em como o paciente come Intervenções de longo prazo A educação alimentar está presente, mas não é o componente principal Relacionamento intenso entre o terapeuta nutricional e o paciente Plano de ação ( geralmente na forma de metas )é muito individualizado, desenvolve-se ao longo de várias consultas e evolui com o tempo
  • 39. FASES DO TRATAMENTO NUTRICIONAL Todos os nutricionistas estão, teoricamente, aptos para atuar nessa fase Necessário treinamento e experiência no tratamento de T.A EDUCACIONAL EXPERIMENTAL
  • 40. FASE EDUCACIONAL ( ADA, 1994) Relacionada com a coleta e transmissão de informações Avaliação nutricional e da história alimentar do paciente; Estabelecimento de uma relação de colaboração, a fim de possibilitar que o paciente fale sobre seus problemas e possa, assim, superá-los; Definição de princípios e conceitos relevantes sobre alimentos Orientações básicas para a família sobre as melhores formas de colaborar com o tratamento.
  • 41. FASE EXPERIMENTAL ( ADA, 1994) Tem objetivos mais terapêuticos Separar comportamentos relacionados aos alimentos e ao peso de sentimentos e questões psicológicas; Incrementar as mudanças de atitudes alimentares; Orientar quanto a manutenção de um peso adequado e aumentar ou diminuir o peso gradativamente quando necessário; Orientar quanto ao comportamento com o alimento em ocasiões sociais Trabalhar questões relativas a imagem corporal.
  • 44. CONDUZINDO OS ATENDIMENTOS • Aprox. 60 min. TEMPO • Semanais, podendo ser espaçados para quinzenal e mensal ENCONTROS • Educação nutricional • Dinâmicas • DA TRABALHADO
  • 45. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA ● Cuidado para não exagerar na importância que os valores terão no atendimento ● A consulta não pode se tornar um “ritual de medição” ►Medidas: Peso, Altura e Circunferências PESO ● Semanal/ Quinzenal/ Mensal ● Alguns pacientes devem pesar de costas ►Pedir ao paciente que só se pese no atendimento TRATAMENTO NUTRICIONAL
  • 46. MATERIAL UTILIZADO DIÁRIO ALIMENTAR SUGERIDO PARA A.N e B.N DATA/ HORA ALIMENTO QUANTIDADE SITUAÇÃO (ONDE? COM QUEM?) SENTIMENTOS E PENSAMENTOS COMPULSÃO SIM/ NÃO PURGAÇÃO SIM/ NÃO QUAL? FOME 0-10 SACIEDADE 0-10 DATA/ (ALVARENGA et al., 2011)
  • 47. DIÁRIO ALIMENTAR SUGERIDO PARA TCA DATA/ HORA ALIMENTOQU ANTIDADE SITUAÇÃO (ONDE? COM QUEM?) SENTIMENTOS E PENSAMENTOS COMPULSÃO SIM/ NÃO REFEIÇÃO PLANEJADA SIM/ NÃO FOME 0-10 SACIEDADE 0-10 DATA/ (ALVARENGA et al., 2011) MATERIAL UTILIZADO
  • 48. Técnica de aconselhamento em saúde Principal objetivo: Trazer a tona as motivações intrínsecas do paciente por meio de um estilo de comunicação colaborativa, de aceitação e compaixão do entrevistador, que sensibiliza e guia o individuo nas escolhas de comportamentos que deseja modificar ou incluir. (Alvarenga,2019) O QUE É A ENTREVISTA MOTIVACIONAL?
  • 50. 50 ESTAGIO DE MC TAREFAS MOTIVACIONAIS DO Pré- contemplação . Estabelecer vínculo, envolver e acolher. Evitar confrontos. Avaliar e estimular a motivação (intrínseca ou extrínseca). Incentivar maior consciência sobre a decisão de mudar. Ampliar o foco. Aumentar a percepção do paciente sobre os riscos e problemas do comportamento atual. Contemplação Identificar os problemas, começar a pensar em pequenas metas. Reduzir os “contras” da mudança. Aconselhamento baseado nas vantagens e desvantagens de mudar e no encorajamento. Conectar os paciente com seus pontos positivos, explorar as melhores experiências com mudanças no passado. Encorajar a pensar na pessoa que quer ser. Planejamento/ decisão Construir e reforçar a autoeficácia do paciente. Estruturar um plano para mudança, considerar adequação, viabilidade e dificuldades do planejamento, explorar dificuldades em assumir novos comportamentos. Oferecer ajuda para que a pessoa encontre uma estratégia de mudança ou um objetivo que seja aceitável, apropriado e realizável – proporcionar treino e assistência, administrar expectativas. Identificar passos e habilidades necessárias para mudança gradual; discutir situações que podem ser problemáticas. (Alvarenga,2019)
  • 51. 51 ESTAGIO DE MC TAREFAS MOTIVACIONAIS DO Ação Assistir, reforçar, encorajar, trabalhar na solução de problemas. Consolidar ganhos e aumentar a autoeficácia. Ter plano de enfrentamento para os momentos difíceis. Plano de continuidade, criar novos desafios Manutenção Evitar a recaída e consolidar ganhos obtidos durante a fase de ação. Reforçar o novo comportamento. Reforçar os benefícios e conquistas. Propor um plano de seguimento, suporte e fortalecimento. Explorar estratégias de superação. Recaída Esclarecer que lapsos e recaídas são normais. Não julgar. Identificar o que fez retomar os comportamentos de risco. Reforçar os benefícios e conquistas. Propor um plano de suporte e fortalecimento. Explorar estratégias de superação. (Alvarenga,2019)
  • 54. 4- ESTRATÉGIAS INICIAIS 1- Fazer perguntas abertas • O que você gostaria de discutir? • O que te trouxe aqui? • Fale-me sobre suas preocupações? • Por que não me contar desde o início? (ANDREATA,2016)
  • 55. 4- ESTRATÉGIAS INICIAIS 2- Escutar reflexivamente • O que NÃO fazer: ordenar, dirigir, advertir, aconselhar, fornecer soluções, moralizar, julgar, culpar, rotular, interrogar. (ANDREATA,2016)
  • 56. 4- ESTRATÉGIAS INICIAIS - Encorajar • Entendo como deve ter sido difícil vir aqui! • Você deu um grande passo! • Deve ser difícil viver uma vida com tanto estresse • Essa é uma boa sugestão (ANDREATA,2016)
  • 57. 4-ESTRATÉGIAS INICIAIS - Resumir • Trazer o aqui agora. • Utilizar frases introdutórias para o que vem depois • “ Este resumo está correto? O que deixei de fora? • Você pode fazer um resumo do que foi trabalhado? (ANDREATA,2016)
  • 58. 58 META MOTIV O O QUE DIFICULTA O QUE FAZER PARA ALCANÇAR PRAZO NOTA DE 0-10 (ALVARENGA et al., 2019) A partir do momento que o paciente está pronto para mudar o TN pode utilizar instrumentos como plano de ação e o planejamento de metas PLANEJAR:
  • 59. “Comer é mais do que jogar lenha na fogueira ou abastecer um carro. Comer é mais do que escolher um alimento e dar para uma criança. Comer e dar de comer reflete nossa atitude e relacionamento com nós mesmos, com os outros e com nossas histórias. Comer tem relação com auto respeito, nossa conexão com nossos corpos e compromisso com a vida.” (SATTER,2007)

Notas do Editor

  1. A EM É MUITO UTIL NOS ta UMA VEZ QUE PODE AJUDAR OS APCIENTES NA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO É PRECISO EXPLO
  2. A EM É MUITO UTIL NOS ta UMA VEZ QUE PODE AJUDAR OS APCIENTES NA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO É PRECISO EXPLO
  3. A EM É MUITO UTIL NOS ta UMA VEZ QUE PODE AJUDAR OS APCIENTES NA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO É PRECISO EXPLO
  4. A EM É MUITO UTIL NOS ta UMA VEZ QUE PODE AJUDAR OS APCIENTES NA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO É PRECISO EXPLO
  5. A EM É MUITO UTIL NOS ta UMA VEZ QUE PODE AJUDAR OS APCIENTES NA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO É PRECISO EXPLO