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As Cruzadas

              “Não há, entre as guerras travadas pelos homens, nenhuma que seja mais
     zelosamente empreendida do que aquelas que se combate pela fé. E entre as “guerras
     santas” nenhuma foi mais sangrenta e dilatada do que as Cruzadas cristãs, durante a
                              Idade Média”. In. Anne Fremantale




                                                           saram para a história como o primeiro grande con-


       E
                   m 1095, na cidade de Clermont na
                   França, o Papa Urbano II reuniu um      fronto entre o Ocidente e Oriente e apelidada por al-
                   grande número de nobres, religiosos,    guns historiadores como a primeira "efetiva" guerra
                   fanáticos e gente de toda natureza.     mundial da história.
Depois de muito "choro" encorajou os cristãos a orga-
nizar uma expedição, com o objetivo de atacar Jerusa-
lém resgatando-a dos infiéis árabes, que ocupavam a
cidade desde a Alta Idade Média. Ao final do
comovente discurso o papa foi delirantemente aplau-
dido pelos presentes, que prontamente saíram empe-
nhados em organizar a empreitada de retomada de Je-
rusalém.
        Por trás dos aplausos existiam, porém, muitos
problemas e motivos que iam além da simples retoma-                                                                 Cavaleiros
                                                                                                                    cristãos que
da da Terra Santa. Para começar, poucas pessoas sabi-                                                               participaram das
am efetivamente onde ficava e qual a importância de                                                                 Cruzadas em
Jerusalém. Aplaudiram movidos pela fé e pelo desejo                                                                 quadro do século
de agradar a Igreja, e por extensão agradar a Deus.                                                                 XVII
Poucas pessoas sabiam o que representava a emprei-
tada religiosa e o que estava por trás do choro do papa.
O fato é que a expedição convocada pelo papa partiria
em 1096, quase um ano depois do Concílio de
Clermont. No todo, seriam oito expedições, que pas-


    O Tempo da História



      1054                1095                                                                                     1189 - 1192

                          Convocação                 1096 - 1099                                                   Cruzada
      Cisma                   da                                                                                   dos Reis
      do                  Primeira                    Cruzada
      Oriente             Cruzada                       dos                                                        1270
                                                      Nobres
      Divisão                          1096
        da                                                                                                         Oitava e
                                    Cruzada                                                                        última
      Igreja
                                      dos                                                                          Cruzada
                                    Mendigos
A Pregação da Cruzada

                              "No mês de novembro (1095), o papa reuniu todos os bispo da Gália e da Espanha e
                       realizou um grande concílio em Clermont...

                              "Dos confins de Jerusalém e da cidade de Constantinopla graves notícias, repetidas ve-
                       zes tem chegado aos nossos ouvidos. Uma raça oriunda do Reino dos Persas, uma raça maldita
                       e totalmente alheia a Deus...invadiu com violência a terra dos cristãos e as despovoou pela
                       pilhagem e pelo fogo. Levaram para sua própria terra parte dos cativos e a outra parte deles
                       mataram em torturas cruéis. Das Igrejas de Deus destruíram umas e ocuparam outras para a
      As Cruzadas




                       prática da sua religião.
                              Que os ódios desapareçam entre vós, que terminem vossas brigas, que cessem as guer-
                       ras e adormeçam as desavenças e controvérsias. Entrai no caminho do Santo Sepulcro; arrancai
                       aquela terra da raça malvada para que fique em vosso poder. É a terra na qual, disse a escritura,
                       escorre leite e mel... Jerusalém é o centro do mundo; sua terra é mais fértil do que todas as
                       outras.
                              Quando um ataque for lançado sobre o inimigo, que um grito seja dado pelos soldados de
                       Deus: Deus o quer! Deus o quer!
                              Em seguida... fez uma comovente descrição da desolação da Cristandade no Oriente e
                       expôs os sofrimentos e a opressão atrozes que os sarracenos infligiam aos cristãos. Na sua
                       piedosa alocução, o orador, comovido até às lágrimas, falou igualmente, com insistência, sobre
                       a maneira como eram espezinhados Jerusalém e os Lugares Santos...
                              ... Foi, nos ricos e nos pobres, nas mulheres, nos monges e nos clérigos, nos citadinos e
                       nos camponeses, uma prodigiosa vontade de ir a Jerusalém ou de ajudar os que aí fossem...
                       Ladrões, piratas e outros celerados surgiam das profundezas da iniquidade e, tocados pelo
                       Espírito de Deus, confessavam seus crimes e, arrependendo-se deles, partiam para a Cruzada
                       a fim de satisfazer Deus por causa dos seus pecados".




                    POR QUE ACONTECERAM AS
                                CRUZADAS?                                                 “ESTAMOS RESOLVIDOS E
                                                                                  COMETIDOS À LUTA ... PARA EXPUL-
                                                   Lendo o discurso do             SAR OS PAGÃOS DA TERRA SANTA.
                                           papa pode-se inferir alguns mo-           AQUELE CHÃO PISADO PELOS
                                           tivos da expedição. Com efeito,        SAGRADOS PÉS...QUE HÁ QUATORZE
                                                                                 SÉCULOS ATRÁS FORAM CRAVADOS -
                                           desde que haviam dominado Je-
                                                                                  POR AMOR DE NÓS, À DURA CRUZ”.
                                           rusalém, os árabes conseguiram
                                                                                               HENRIQUE IV
                                           manter uma relação amistosa
                                           com os cristãos, que tinham o
                                           hábito de visitar a cidade em
                                           grupos de peregrinos integrados
                                           por dezenas de pessoas. Entre-
                                           tanto a partir do século XI os            A promessa de conquista das "terras que jorra-
                                           árabes fecharam a porta de Je-     vam leite e mel" despertaram a cobiça e ambição de
                                           rusalém aos cristãos fornecen-     centenas de nobres que possuíam títulos de nobreza,
                                           do o grande artifício das Cruza-   mas não tinham acesso às melhores terras.
                                           das. Do ponto de vista religioso          O problema acontecia na herança deixada por
                                           não era muito difícil convencer    nobres feudais, que normalmente beneficiava os filhos
                                           cristãos ávidos por uma vaga no    mais velhos e prejudicava os mais novos. Em caso de
Quadro do           céu, que a participação na expedição contra os infiéis,   morte do senhor feudal as terras eram entregues ao
século XV                                                                     herdeiro mais velho.
representando       assegurava de antemão um lugar garantido ao lado de
a partida dos       Deus.                                                            Insatisfeitos com o prejuízo, muitos nobres re-
cruzados para                                                                 jeitados recorreram à guerra enfrentando os próprios
a Terra Santa                                                                 irmãos.
Daí o papa ter se referido "aos ódios que desa-   feudal. Concretamente, não havia trabalho para to-
pareçam entre vós, que terminem vossas brigas, que         dos e perigosamente centenas de camponeses vaga-
cessem as guerras e adormeçam as desavenças e con-         vam pelos campos e estradas.
trovérsias As Cruzadas colocaram os nobres"sem-ter-                Essa situação perturbadora explica outro mo-
ra" do lado da Igreja Ca-                                                              tivo das Cruzadas. No
tólica facilitando a for-                                                                 que partiam milhares
mação dos batalhões cru-                                                                  de homens para o ou-
zados.                                                                                    tro lado do mundo di-
         No aspecto mate-                                                                 minuía também o pro-
rial, o contexto era extre-                                                               blema de alimentar
mamente favorável à                                                                       mais bocas e encontrar
convocação das Cruza-                                                                     trabalho para a popu-
das. Desde o início do                                                                    lação que não parava
                                                                                          de crescer. Como pro-




                                                                                                                               As Cruzadas
século XI, ocorreram
mudanças na agricultura                                                                   metia o papa Urbano
que multiplicaram a pro-                                                                  II, "no Oriente en-
dução. O uso do arado                                                                     contrariam terras
com ponta de ferro pos-                                                                   que jorravam leite e
sibilitou a utilização mais                                                               mel". As Cruzadas ti-
coerente do solo. A                                                                       veram o suporte da
construção de pontes di-                                                                  população excedente,
namizou as comunicações                                                                   que atendeu de imedi-
e permitiu melhor circulação da produção. Com a uti-       ato o apelo do papa acreditando que além das rique-
lização de ferraduras os cavalos suportaram viagens        zas teria o lote assegurado no céu.
mais longas, apesar das estradas não prestarem.                    No que se refere ao aspecto econômico, deve      Na gravura,
         O manso senhorial foi dividido racionalmente      se destacar o empenho das cidades de Veneza e Gê-        cavaleiros
em três partes, e se fez o rodízio das áreas cultivadas.   nova que participaram ativamente da empreitada,          cristãos
                                                                                                                    atacam
O plantio de leguminosas intercaladas nas culturas re-     principalmente após a Segunda Cruzada, quando
                                                                                                                    fortaleza na
cuperou os nutrientes dos solos desgastados e o hábi-      então financiaram expedições com o objetivo de au-       Ásia Menor
to de colocar o gado pastando na área em pousio, fa-       mentar os negócios com o mundo oriental. Na Alta
cilitou a adubação do solo.                                Idade Média, Veneza e Gênova mantiveram um ra-
         Com o aumento da produção agrícola e a mai-       zoável padrão comercial, apesar do marasmo eco-
or oferta de alimentos, diminuiu a fome que era o          nômico do ocidente. Com a venda do sal consegui-
flagelo da sociedade feudal. A população melhor ali-       ram acumular grande fortuna que foi então empre-
mentada ficou menos susceptível às terríveis epidemi-      gada nas expedições das Cruzadas. O interesse pu-
as que matavam milhares de pessoas. Em resumo após         ramente econômico das cidades italianas foi enco-
o século X a população europeia não parou de cres-         berto pela motivação religiosa. Antes do fim das
cer. Em contrapartida, era impossível absorver toda a      Cruzadas já eram as cidades mais ricas do mundo
mão-de-obra excedente na precária estrutura agrária        ocidental.


       Jerusalém - A cidade sagrada

   Jerusalém é ponto de referência
   fundamental às três grandes
   religiões monoteístas. Dentro
   das muralhas da cidade velha
   estão locais sagrados para
   cristãos, judeus e muçulmanos.


                                                                                                       Muçulmanos

                                                                                                       Jerusalém é a
                                                                                                       terceira cidade
                                                                                                       mais importante
                                                                                                       para a fé Islâmica,
                                                                                                       depois de Meca e
                                                                                                       Medina (ambas na
                                                                                                       Arábia Saudita)
"Fora dos combates os cruzados não se poderiam apre-
                                                          sentar como modelos de compostura. Os cidadãos de Cons-
                                                       tantinopla lhes detestavam as maneiras rústicas. Até mesmo aos
                                                      mais civilizados ocidentais aquela cidade deixava boquiabertos de
                                                     espanto. Nessa época Paris, Londres e Roma eram pouco mais que
                                                         vilas, com a sua feira. Constantinopla tinha ruas pavimentadas,
                                                      iluminadas à noite, lojas abrigadas em colunatas, parques, teatros,
                                                         um hipódromo, mansões para os ricos, blocos de resi-dências
                                                          operárias, a incomparável igreja de Santa Sophia, e o palácio
                                                            imperial, repleto de mármores, mosaicos, pedras raras e
                                                         suntuosas tapeçarias. A riqueza da cidade era tentadora, e os
                                                      cruzados não reprimiram o ímpeto de saquear. Ana Comnena, filha
                             do imperador, talvez a mulher mais azeda que já lançou palavras em papel - invectivou os
                          cruzados como epíteto de "bestas louras" sempre "ávidos por dinheiro". (In.Anne Fremantale. A
        As Cruzadas




                                  Conquista pelas Cruzadas. Coleção Time-Life. Livraria José Olympio . Pág 56/57




                             Na empreitada de reconquista de Jerusalém os guida, o deserto, que serviu de sepultura para os últi-
                      cristãos esperavam receber ajuda de Constantinopla. mos sobreviventes.
                                            Na prática os árabes se mostra-          Em 1097, nobres, cavaleiros e centenas de pes-
                                            ram um grande ameaça aos soas humildes partiram em direção à Jerusalém inte-
                                            bizantinos e uma união com os grando a Primeira Cruzada. A expedição reuniu gente
                                            cristãos, em tese, seria bem vin- de todos os cantos e de todas as classes sociais. Com
                                            da. Lembre que em 1054, católi- diferentes motivos, homens foram em busca da salva-
                                            cos e bizantinos chegaram ao ção eterna, da conquista, pilhagem e da fama pessoal.
                                            ápice das divergências religiosas Já em fins de 1097, conseguiram um triunfo parcial
                                            quando então, houve o Cisma do retomando uma parte da Ásia Menor, anteriormente
                                            Oriente. Daí em                   dominada pelos muçulmanos. Em 1099, derrotaram
                                            diante, a cristan-                           os árabes reconquistando Jerusalém.
                                            dade desmem-                                         A conquista da cidade santa foi ce-
                                            brada passou a                               lebrada em todo o Ocidente, dando a im-
                                            ter duas igrejas:             DEUS O pressão que era uma vitória definitiva dos
                                            Católica Apostó-                             cristãos. Entretanto a derrota árabe se deu
                                                                      QUER!!!!           num momento de extrema divisão e des-
                                            lica no mundo
                                            ocidental e Cris-                            gaste interno do mundo islâmico como um
                                            tã Ortodoxa, no                              todo.
                                            mundo oriental.                                      Atacados por uma coalizão cristã
                                            Resumindo; as                                extremamente numerosa e animada pelo
                                            Cruzadas poderiam favorecer a fervor         religioso, os árabes não conseguiram en-
                                            união das duas igre-                                       carar a briga de igual para
                                            jas.                                                       igual. Com a derrota dos mu-
Pedro, o Eremita,                                                                                      çulmanos estruturou-se um
entrega a Urbano                                                                                       reino cristão que se manteve
II uma súplica do     AS EXPEDIÇÕES PARA A
                                                                                                       por meio século, quando en-
Patriarca de          TERRA SANTA                                                                      tão, os árabes foram aos pou-
Jerusalém
                                                                                                       cos recuperando o que havi-
                             O interessante é que antes do em-
                                                                                                      am perdido. Após a vitória os
                      barque da expedição oficial, saiu uma ex-
                                                                                                      cristãos foram se espalhando
                      pedição que a Igreja não reconheceu como
                                                                                                      por várias regiões entre Jeru-
                      primeira Cruzada. O grupo de 5.000 pes-
                                                                                                      salém e Constantinopla. Com
                      soas foi comandado por um líder religioso
                                                                                                      isso não criaram raízes num
                      chamado Pedro, o Eremita que organizou
                                                                                                      meio, por natureza, hostil ao
                      um exército de indigentes. Como era de se
                                                                                                     dominador.
                      esperar, o grupo comandado pelo Eremita
                                                                                                              No que se refere ao co-
                      enfrentou inúmeros problemas ao longo do
                                                                                                     mércio, as regiões dominadas
                      percurso, sendo que poucos chegaram no
                                                                                                     eram litorâneas, facilitando a
                      Oriente. A "Cruzada dos Mendigos" como
                                                                                                     construção de fortificações que
                      foi então chamada, já chegou esfacelada
                                                                                            asseguravam o desembarque de navios
                      em Constantinopla para enfrentar em se-
                                                                               que chegavam com interesse comercial.
Essa importante mudança encerrou séculos de               A quarta Cruzada que foi patrocinada pelos
hostilidade comercial entre árabes e cristãos, e no caso   mercadores de Veneza, concentrou-se basicamente no
os dois tiveram a ganhar. Foi aí que cidades como          aspecto comercial. Quando a expedição chegou a
Veneza, Gênova e Pisa despertaram para as Cruza-           Constantinopla atacou a capital do Império Bizantino,
das. A porta aberta pelas cruzadas intensificou o co-      destruindo e saqueando 1/3 da cidade. Ficou então pa-
mércio de especiarias estimulando o interesse pelo Ori-    tente o interesse mercantil. Com o domínio de
ente. Com o tempo o interesse comercial extrapolou a       Constantinopla, os mercadores de Veneza asseguravam
motivação religiosa inicial.                               o controle da melhor rota de comércio do mundo.
        No Oriente, os cristãos ficaram fascinados com            Os sucessivos fracassos mexeram com o Oci-
as riquezas e os padrões culturais diferentes. Até en-     dente. Foi nesse contexto que se organizou a inusitada
tão a sociedade feudal vivera enclausurada nos feudos      Cruzada de jovens e crianças. Seus integrantes marcha-
e castelos, condicionada a seguir os valores               ram para o Oriente acreditando que Deus abriria o ca-
teocentricos. Entorpecidos pelo preconceito e desco-       minho nas águas do Mediterrâneo para a passagem dos




                                                                                                                               As Cruzadas
nhecimento, os cristãos não poderiam imaginar que          guerreiros infantis. Sem muita opção os garotos foram
encontrariam um mundo mais dinâmico e desenvolvi-          capturados por mercadores de escravos. Conivente com
do que o mundo ocidental. Independente do desfecho         o absurdo, a Igreja incentivava a ida dos garotos pro-
militar, o contato com o mundo oriental se mostrava        metendo indulgências e o lugar garantido no céu.
extremamente enriquecedor para os cristãos.                       As últimas Cruzadas ratificaram os interesses
                                                           anteriores. A sexta Cruzada, em 1228, foi liderada por
REFLUXO CRISTÃO NAS                                        um nobre excomungado pela própria Igreja! No Orien-
CRUZADAS.                                                  te o excomungado Frederico II da Alemanha casou-se
                                                           com a filha do rei de Jerusalém. O casamento garantiu-
       Depois de meio século os árabes se recupera-        lhe uma patética e efêmera presença na cidade santa,
ram e começaram a fustigar os reinos cristãos. A que-      até quando saiu escorraçado pelos árabes.
da do reino de Odessa em 1144 motivou a segunda
Cruzada liderada pelos reis Luís VII da França e
Conrado III da Alemanha. Logo após os árabes recu-
perarem Jerusalém, em 1187, organizou-se da terceira
Cruzada liderada pelos reis Frederico Barba-Ruiva da
Alemanha, Felipe II da França e Ricardo Coração de
Leão da Inglaterra. Fortalecidos, os árabes derrota-
ram os cristãos nas duas cruzadas.
       A presença de monarcas liderando as duas cru-
zadas se deu num contexto de interesse pelo reforço
da autoridade pessoal. Na Europa, as monarquias
engatinhavam o processo de centralização política des-
pertando a cobiça dos monarcas e suseranos. Entre-
tanto a participação dos monarcas teve efeito
desagregador, pois raramente conseguiram se enten-
der.
                                                                   Na última cruzada o rei francês Luís IX
                                                           condicionara o regresso à conquista de Jerusalém. Con-
                                                                                                                     Mapa das
                                                           seguiu no máximo combater os árabes em circunstânci-      Cruzadas. Fonte:
                                                           as completamente desfavoráveis. Depois da última ten-     Brasil 500 Anos.
                                                           tativa, em 1270, morreu vítima de uma peste no norte      Editora Abril
                                                           da África. Reconhecendo o desprendimento e zelo cris-     Cultural. pág 7
                                                           tão, a Igreja resolveu canonizar o rei que havia lutado
                                                           em vão. Daí em diante não houve mais quem se aventu-
                                                           rasse, por melhor que fossem as promessas. Embora
                                                           tenha amargado uma derrota militar, restava ao mundo
                                                           ocidental a perspectiva de acentuar as trocas comerci-
                                                           ais que muito contribuíram para o renascimento econô-
                                                           mico do continente europeu.


                                                                       Na gravura da esquerda, cavaleiros devotos
                                                               chefiados pelo rei Luís IX (de coroa na cabeça), velejam
                                                               para a África, tencionando invadir a Terra Santa através do
                                                               Egito.
PARA VOCÊ
                   SABER
                   MAIS.
     As Cruzadas
As Cruzadas




                           O Castelo de Belvoir
                            De alta competência nas artes da guerra, mas relativamente poucos em
                   número, os cruzados do século XII contruíram castelos na Terra Santa para
                   guardar suas posses e a fim de servir como centros para o início de novas
                   conquistas. A maioria estava situada em locais estratégicos; o castelo de Belvoir,
                   aqui ilustrado, ficava na borda de uma escarpa elevada no sul da Galiléia, domi-
                   nando a vista para o rio Jordão e seus lados vitais. Os muçulmanos que captura-
                   ram Belvoir intato em 1189, conheciam-no como a “Estrela dos Ventos”, e o
                   historiador árabe Abu Shama disse que ele “estava colocado entre as estrelas
                                                                   como um ninho de falcão”.
                                                                            Construído para os
                                                                   Hospitalários, uma ordem fechada
                                                                   de monges guerreiros, Belvoir
                                                                   ficou pronto em 1168. Foi um dos
                                                                   primeiros castelos concêntricos
                                                                   da história da arquitetura ociden-
                                                                   tal, consistindo em uma fortaleza
                                                                   quadrada interna, cercada por
                                                                   outra faixa de fortificações
                                                                   externas. É provável que os
                                                                   Hospitalários ocupassem a
                                                                   fortaleza interna, enquanto seus
                                                                   auxiliares mercenários ficavam
                                                                   nas estruturas de fora.
                                                                            Como sistema defensivo,
                                                                   um castelo como esse tinha um
                                                                   ponto fraco: se o inimigo rompes-
                                                                   se o círculo externo de defesa,
                                                                   poderia usá-lo para repelir uma
                                                                   força de auxílio, ao mesmo tempo
                                                                   em que assediava a guarnição
                                                                   interna. De qualquer forma,
                                                                   Belvoir suportou um sítio de
                                                                   dezoito meses entre 1187 e 1189,
                                                                   antes de se render. In Geoffrey
                                                                   Parker.op cit. pág 77.

                                 Fundada para proteger os peregrinos da Terra Santa, a Ordem dos
                       Templários usava o motivo de dois cavaleiros sobre um único cavalo como
                       símbolo do voto de pobreza que os prendia. Ele aparece em sinetes do século
                       XII e na ilustração ao lado, da Chronica Majora, do historiador inglês Mateus
                       Paris, de cerca de 1245. Os escudos trazem o desenho preto-e-branco,
                       emblema distintivo dos templários. Com certeza, os guerreiros monges não
                       dividiam um cavalo para viajar ou lutar, embora a tática de fazer um cavaleiro
                       levar outro soldado na garupa para aumentar a velocidade de um exército
                       fosse comum entre os muçulmanos. In. Geoffrey Parker.A Luta pela
                       TerraSanta. Coleção Time-Life. pág 91
As Cruzadas vistas
                                 As Cruzadas vistas
                                   pelos Árabes.
                                   pelos Árabes.
                                         população da Cidade Santa foi morta pela espada, e os franj
                             (cristãos) massacraram os muçulmanos durante uma semana. Na mesquita
                             al-Aqsa, eles mataram mais de 70 mil pessoas. E Ibn al-Qalanissi, que evita




                                                                                                                    As Cruzadas
                              manipular números que não se podem verificar, pre-cisa: “Muitas pessoas
                             foram mortas. Os judeus foram reunidos na sinagoga e os franj os queima-
                             ram vivos. Eles destruíram também os munumentos dos santos e o túmulo
                                               de Abraão − que a paz esteja com ele!”
          Entre os monumentos saqueados pelos invasores está a mesquita de Omar, erigida em memó-
 ria do segundo sucessor do Profeta, o califa Ibn al-Khattab, que tomara Jerusalém em 638. Os árabes
 não deixaram de evocar com freqüência este acontecimento, com a intenção de ressaltar a diferença
    entre seu comportamento e o dos franj. Neste dia, Omar fizera sua entrada no seu famoso camelo
   branco, enquanto o patriarca grego da Cidade Santa avançava ao seu encontro. Antes de pedir-lhe
   para visitar os locais sagrados do Cristianismo, o califa começou assegurando-lhe que a vida e os
bens de todos os habitantes seriam respeitados. Enquanto eles estavam na igreja de Qyama, diante do
 Santo Sepulcro, tendo chegado a hora da reza, Omar perguntou ao seu hóspede onde poderia esten-
  der seu tapete para se prosternar. O patriarca o convidou a fazê-lo onde estava, mas o califa respon-
  deu: “Se eu fizer isso, amanhã os muçulmanos vão querer apropriar-se desse local, dizendo: “Omar
    orou aqui.” E, levando o seu tapete, foi ajoelhar-se no exterior. Ele pensara corretamente, pois foi
   nesse preciso lugar que se construiria a mesquita que traz seu nome. Os
  chefes francos, infelizmente, não tiveram essa magnitude. Festejaram seu
  triunfo com uma matança indescritível, depois saquearam selvagemente a
                         cidade que pretendiam venerar.
             Seus próprios correligionários não foram poupados: uma das
      primeiras medidas tomadas pelos franj é expulsar da Igreja do Santo
    Sepulcro todos os sacerdotes dos ritos orientais − gregos, georgianos,
   armênios, coptas e sírios − que oficiavam juntos, segundo uma antiga
tradição que todos os conquistadores haviam respeitado até então. Pasmos
com tanto fanatismo, os dignatários das comunidades cristãs orientais deci-
   dem resistir. Eles se recusam a revelar aos invasores o local onde está
 escondida a cruz verdadeira a qual o Cristo morreu. Para esses homens a
devoção religiosa para com a relíquia é acrescida de orgulho patriótico. Não
  são eles, com efeito os concidãos do Nazareno? Mas os invasores não se
deixam de forma alguma impressionar. Prendendo os sacerdotes que têm a
 guarda da cruz e submetendo-os à tortura para arrancar-lhes em segredo,
    eles conseguem tirar dos cristãos da Cidade Santa, pela força, a mais
                          preciosa de suas relíquias.

                    Maalouf, Amin. As Cruzadas vistas pelos Árabes. Editora
                                                       Brasiliense. Pág. 57.

                                                                                                           A gravura mostra
                                                                                                           os cristãos na

                        Os Cristãos                                                                        porta de
                                                                                                           Jerusalém.




                                   Terra Santa querida de todos os corações cristãos foi profanada.
                         Os reis cristãos devem empunhar suas armas contra os inimigos de Deus. A
                         guerra à qual são chamados é uma guerra e Deus o quer! deve ser seu grito.
                         Quem perder a vida nessa empresa ganhará o paraíso e a remissão de seus
                         pecados”. Com tais palavras o papa Urbano II pregou a Primeira Cruzada.

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Cruzadas

  • 1. As Cruzadas “Não há, entre as guerras travadas pelos homens, nenhuma que seja mais zelosamente empreendida do que aquelas que se combate pela fé. E entre as “guerras santas” nenhuma foi mais sangrenta e dilatada do que as Cruzadas cristãs, durante a Idade Média”. In. Anne Fremantale saram para a história como o primeiro grande con- E m 1095, na cidade de Clermont na França, o Papa Urbano II reuniu um fronto entre o Ocidente e Oriente e apelidada por al- grande número de nobres, religiosos, guns historiadores como a primeira "efetiva" guerra fanáticos e gente de toda natureza. mundial da história. Depois de muito "choro" encorajou os cristãos a orga- nizar uma expedição, com o objetivo de atacar Jerusa- lém resgatando-a dos infiéis árabes, que ocupavam a cidade desde a Alta Idade Média. Ao final do comovente discurso o papa foi delirantemente aplau- dido pelos presentes, que prontamente saíram empe- nhados em organizar a empreitada de retomada de Je- rusalém. Por trás dos aplausos existiam, porém, muitos problemas e motivos que iam além da simples retoma- Cavaleiros cristãos que da da Terra Santa. Para começar, poucas pessoas sabi- participaram das am efetivamente onde ficava e qual a importância de Cruzadas em Jerusalém. Aplaudiram movidos pela fé e pelo desejo quadro do século de agradar a Igreja, e por extensão agradar a Deus. XVII Poucas pessoas sabiam o que representava a emprei- tada religiosa e o que estava por trás do choro do papa. O fato é que a expedição convocada pelo papa partiria em 1096, quase um ano depois do Concílio de Clermont. No todo, seriam oito expedições, que pas- O Tempo da História 1054 1095 1189 - 1192 Convocação 1096 - 1099 Cruzada Cisma da dos Reis do Primeira Cruzada Oriente Cruzada dos 1270 Nobres Divisão 1096 da Oitava e Cruzada última Igreja dos Cruzada Mendigos
  • 2. A Pregação da Cruzada "No mês de novembro (1095), o papa reuniu todos os bispo da Gália e da Espanha e realizou um grande concílio em Clermont... "Dos confins de Jerusalém e da cidade de Constantinopla graves notícias, repetidas ve- zes tem chegado aos nossos ouvidos. Uma raça oriunda do Reino dos Persas, uma raça maldita e totalmente alheia a Deus...invadiu com violência a terra dos cristãos e as despovoou pela pilhagem e pelo fogo. Levaram para sua própria terra parte dos cativos e a outra parte deles mataram em torturas cruéis. Das Igrejas de Deus destruíram umas e ocuparam outras para a As Cruzadas prática da sua religião. Que os ódios desapareçam entre vós, que terminem vossas brigas, que cessem as guer- ras e adormeçam as desavenças e controvérsias. Entrai no caminho do Santo Sepulcro; arrancai aquela terra da raça malvada para que fique em vosso poder. É a terra na qual, disse a escritura, escorre leite e mel... Jerusalém é o centro do mundo; sua terra é mais fértil do que todas as outras. Quando um ataque for lançado sobre o inimigo, que um grito seja dado pelos soldados de Deus: Deus o quer! Deus o quer! Em seguida... fez uma comovente descrição da desolação da Cristandade no Oriente e expôs os sofrimentos e a opressão atrozes que os sarracenos infligiam aos cristãos. Na sua piedosa alocução, o orador, comovido até às lágrimas, falou igualmente, com insistência, sobre a maneira como eram espezinhados Jerusalém e os Lugares Santos... ... Foi, nos ricos e nos pobres, nas mulheres, nos monges e nos clérigos, nos citadinos e nos camponeses, uma prodigiosa vontade de ir a Jerusalém ou de ajudar os que aí fossem... Ladrões, piratas e outros celerados surgiam das profundezas da iniquidade e, tocados pelo Espírito de Deus, confessavam seus crimes e, arrependendo-se deles, partiam para a Cruzada a fim de satisfazer Deus por causa dos seus pecados". POR QUE ACONTECERAM AS CRUZADAS? “ESTAMOS RESOLVIDOS E COMETIDOS À LUTA ... PARA EXPUL- Lendo o discurso do SAR OS PAGÃOS DA TERRA SANTA. papa pode-se inferir alguns mo- AQUELE CHÃO PISADO PELOS tivos da expedição. Com efeito, SAGRADOS PÉS...QUE HÁ QUATORZE SÉCULOS ATRÁS FORAM CRAVADOS - desde que haviam dominado Je- POR AMOR DE NÓS, À DURA CRUZ”. rusalém, os árabes conseguiram HENRIQUE IV manter uma relação amistosa com os cristãos, que tinham o hábito de visitar a cidade em grupos de peregrinos integrados por dezenas de pessoas. Entre- tanto a partir do século XI os A promessa de conquista das "terras que jorra- árabes fecharam a porta de Je- vam leite e mel" despertaram a cobiça e ambição de rusalém aos cristãos fornecen- centenas de nobres que possuíam títulos de nobreza, do o grande artifício das Cruza- mas não tinham acesso às melhores terras. das. Do ponto de vista religioso O problema acontecia na herança deixada por não era muito difícil convencer nobres feudais, que normalmente beneficiava os filhos cristãos ávidos por uma vaga no mais velhos e prejudicava os mais novos. Em caso de Quadro do céu, que a participação na expedição contra os infiéis, morte do senhor feudal as terras eram entregues ao século XV herdeiro mais velho. representando assegurava de antemão um lugar garantido ao lado de a partida dos Deus. Insatisfeitos com o prejuízo, muitos nobres re- cruzados para jeitados recorreram à guerra enfrentando os próprios a Terra Santa irmãos.
  • 3. Daí o papa ter se referido "aos ódios que desa- feudal. Concretamente, não havia trabalho para to- pareçam entre vós, que terminem vossas brigas, que dos e perigosamente centenas de camponeses vaga- cessem as guerras e adormeçam as desavenças e con- vam pelos campos e estradas. trovérsias As Cruzadas colocaram os nobres"sem-ter- Essa situação perturbadora explica outro mo- ra" do lado da Igreja Ca- tivo das Cruzadas. No tólica facilitando a for- que partiam milhares mação dos batalhões cru- de homens para o ou- zados. tro lado do mundo di- No aspecto mate- minuía também o pro- rial, o contexto era extre- blema de alimentar mamente favorável à mais bocas e encontrar convocação das Cruza- trabalho para a popu- das. Desde o início do lação que não parava de crescer. Como pro- As Cruzadas século XI, ocorreram mudanças na agricultura metia o papa Urbano que multiplicaram a pro- II, "no Oriente en- dução. O uso do arado contrariam terras com ponta de ferro pos- que jorravam leite e sibilitou a utilização mais mel". As Cruzadas ti- coerente do solo. A veram o suporte da construção de pontes di- população excedente, namizou as comunicações que atendeu de imedi- e permitiu melhor circulação da produção. Com a uti- ato o apelo do papa acreditando que além das rique- lização de ferraduras os cavalos suportaram viagens zas teria o lote assegurado no céu. mais longas, apesar das estradas não prestarem. No que se refere ao aspecto econômico, deve Na gravura, O manso senhorial foi dividido racionalmente se destacar o empenho das cidades de Veneza e Gê- cavaleiros em três partes, e se fez o rodízio das áreas cultivadas. nova que participaram ativamente da empreitada, cristãos atacam O plantio de leguminosas intercaladas nas culturas re- principalmente após a Segunda Cruzada, quando fortaleza na cuperou os nutrientes dos solos desgastados e o hábi- então financiaram expedições com o objetivo de au- Ásia Menor to de colocar o gado pastando na área em pousio, fa- mentar os negócios com o mundo oriental. Na Alta cilitou a adubação do solo. Idade Média, Veneza e Gênova mantiveram um ra- Com o aumento da produção agrícola e a mai- zoável padrão comercial, apesar do marasmo eco- or oferta de alimentos, diminuiu a fome que era o nômico do ocidente. Com a venda do sal consegui- flagelo da sociedade feudal. A população melhor ali- ram acumular grande fortuna que foi então empre- mentada ficou menos susceptível às terríveis epidemi- gada nas expedições das Cruzadas. O interesse pu- as que matavam milhares de pessoas. Em resumo após ramente econômico das cidades italianas foi enco- o século X a população europeia não parou de cres- berto pela motivação religiosa. Antes do fim das cer. Em contrapartida, era impossível absorver toda a Cruzadas já eram as cidades mais ricas do mundo mão-de-obra excedente na precária estrutura agrária ocidental. Jerusalém - A cidade sagrada Jerusalém é ponto de referência fundamental às três grandes religiões monoteístas. Dentro das muralhas da cidade velha estão locais sagrados para cristãos, judeus e muçulmanos. Muçulmanos Jerusalém é a terceira cidade mais importante para a fé Islâmica, depois de Meca e Medina (ambas na Arábia Saudita)
  • 4. "Fora dos combates os cruzados não se poderiam apre- sentar como modelos de compostura. Os cidadãos de Cons- tantinopla lhes detestavam as maneiras rústicas. Até mesmo aos mais civilizados ocidentais aquela cidade deixava boquiabertos de espanto. Nessa época Paris, Londres e Roma eram pouco mais que vilas, com a sua feira. Constantinopla tinha ruas pavimentadas, iluminadas à noite, lojas abrigadas em colunatas, parques, teatros, um hipódromo, mansões para os ricos, blocos de resi-dências operárias, a incomparável igreja de Santa Sophia, e o palácio imperial, repleto de mármores, mosaicos, pedras raras e suntuosas tapeçarias. A riqueza da cidade era tentadora, e os cruzados não reprimiram o ímpeto de saquear. Ana Comnena, filha do imperador, talvez a mulher mais azeda que já lançou palavras em papel - invectivou os cruzados como epíteto de "bestas louras" sempre "ávidos por dinheiro". (In.Anne Fremantale. A As Cruzadas Conquista pelas Cruzadas. Coleção Time-Life. Livraria José Olympio . Pág 56/57 Na empreitada de reconquista de Jerusalém os guida, o deserto, que serviu de sepultura para os últi- cristãos esperavam receber ajuda de Constantinopla. mos sobreviventes. Na prática os árabes se mostra- Em 1097, nobres, cavaleiros e centenas de pes- ram um grande ameaça aos soas humildes partiram em direção à Jerusalém inte- bizantinos e uma união com os grando a Primeira Cruzada. A expedição reuniu gente cristãos, em tese, seria bem vin- de todos os cantos e de todas as classes sociais. Com da. Lembre que em 1054, católi- diferentes motivos, homens foram em busca da salva- cos e bizantinos chegaram ao ção eterna, da conquista, pilhagem e da fama pessoal. ápice das divergências religiosas Já em fins de 1097, conseguiram um triunfo parcial quando então, houve o Cisma do retomando uma parte da Ásia Menor, anteriormente Oriente. Daí em dominada pelos muçulmanos. Em 1099, derrotaram diante, a cristan- os árabes reconquistando Jerusalém. dade desmem- A conquista da cidade santa foi ce- brada passou a lebrada em todo o Ocidente, dando a im- ter duas igrejas: DEUS O pressão que era uma vitória definitiva dos Católica Apostó- cristãos. Entretanto a derrota árabe se deu QUER!!!! num momento de extrema divisão e des- lica no mundo ocidental e Cris- gaste interno do mundo islâmico como um tã Ortodoxa, no todo. mundo oriental. Atacados por uma coalizão cristã Resumindo; as extremamente numerosa e animada pelo Cruzadas poderiam favorecer a fervor religioso, os árabes não conseguiram en- união das duas igre- carar a briga de igual para jas. igual. Com a derrota dos mu- Pedro, o Eremita, çulmanos estruturou-se um entrega a Urbano reino cristão que se manteve II uma súplica do AS EXPEDIÇÕES PARA A por meio século, quando en- Patriarca de TERRA SANTA tão, os árabes foram aos pou- Jerusalém cos recuperando o que havi- O interessante é que antes do em- am perdido. Após a vitória os barque da expedição oficial, saiu uma ex- cristãos foram se espalhando pedição que a Igreja não reconheceu como por várias regiões entre Jeru- primeira Cruzada. O grupo de 5.000 pes- salém e Constantinopla. Com soas foi comandado por um líder religioso isso não criaram raízes num chamado Pedro, o Eremita que organizou meio, por natureza, hostil ao um exército de indigentes. Como era de se dominador. esperar, o grupo comandado pelo Eremita No que se refere ao co- enfrentou inúmeros problemas ao longo do mércio, as regiões dominadas percurso, sendo que poucos chegaram no eram litorâneas, facilitando a Oriente. A "Cruzada dos Mendigos" como construção de fortificações que foi então chamada, já chegou esfacelada asseguravam o desembarque de navios em Constantinopla para enfrentar em se- que chegavam com interesse comercial.
  • 5. Essa importante mudança encerrou séculos de A quarta Cruzada que foi patrocinada pelos hostilidade comercial entre árabes e cristãos, e no caso mercadores de Veneza, concentrou-se basicamente no os dois tiveram a ganhar. Foi aí que cidades como aspecto comercial. Quando a expedição chegou a Veneza, Gênova e Pisa despertaram para as Cruza- Constantinopla atacou a capital do Império Bizantino, das. A porta aberta pelas cruzadas intensificou o co- destruindo e saqueando 1/3 da cidade. Ficou então pa- mércio de especiarias estimulando o interesse pelo Ori- tente o interesse mercantil. Com o domínio de ente. Com o tempo o interesse comercial extrapolou a Constantinopla, os mercadores de Veneza asseguravam motivação religiosa inicial. o controle da melhor rota de comércio do mundo. No Oriente, os cristãos ficaram fascinados com Os sucessivos fracassos mexeram com o Oci- as riquezas e os padrões culturais diferentes. Até en- dente. Foi nesse contexto que se organizou a inusitada tão a sociedade feudal vivera enclausurada nos feudos Cruzada de jovens e crianças. Seus integrantes marcha- e castelos, condicionada a seguir os valores ram para o Oriente acreditando que Deus abriria o ca- teocentricos. Entorpecidos pelo preconceito e desco- minho nas águas do Mediterrâneo para a passagem dos As Cruzadas nhecimento, os cristãos não poderiam imaginar que guerreiros infantis. Sem muita opção os garotos foram encontrariam um mundo mais dinâmico e desenvolvi- capturados por mercadores de escravos. Conivente com do que o mundo ocidental. Independente do desfecho o absurdo, a Igreja incentivava a ida dos garotos pro- militar, o contato com o mundo oriental se mostrava metendo indulgências e o lugar garantido no céu. extremamente enriquecedor para os cristãos. As últimas Cruzadas ratificaram os interesses anteriores. A sexta Cruzada, em 1228, foi liderada por REFLUXO CRISTÃO NAS um nobre excomungado pela própria Igreja! No Orien- CRUZADAS. te o excomungado Frederico II da Alemanha casou-se com a filha do rei de Jerusalém. O casamento garantiu- Depois de meio século os árabes se recupera- lhe uma patética e efêmera presença na cidade santa, ram e começaram a fustigar os reinos cristãos. A que- até quando saiu escorraçado pelos árabes. da do reino de Odessa em 1144 motivou a segunda Cruzada liderada pelos reis Luís VII da França e Conrado III da Alemanha. Logo após os árabes recu- perarem Jerusalém, em 1187, organizou-se da terceira Cruzada liderada pelos reis Frederico Barba-Ruiva da Alemanha, Felipe II da França e Ricardo Coração de Leão da Inglaterra. Fortalecidos, os árabes derrota- ram os cristãos nas duas cruzadas. A presença de monarcas liderando as duas cru- zadas se deu num contexto de interesse pelo reforço da autoridade pessoal. Na Europa, as monarquias engatinhavam o processo de centralização política des- pertando a cobiça dos monarcas e suseranos. Entre- tanto a participação dos monarcas teve efeito desagregador, pois raramente conseguiram se enten- der. Na última cruzada o rei francês Luís IX condicionara o regresso à conquista de Jerusalém. Con- Mapa das seguiu no máximo combater os árabes em circunstânci- Cruzadas. Fonte: as completamente desfavoráveis. Depois da última ten- Brasil 500 Anos. tativa, em 1270, morreu vítima de uma peste no norte Editora Abril da África. Reconhecendo o desprendimento e zelo cris- Cultural. pág 7 tão, a Igreja resolveu canonizar o rei que havia lutado em vão. Daí em diante não houve mais quem se aventu- rasse, por melhor que fossem as promessas. Embora tenha amargado uma derrota militar, restava ao mundo ocidental a perspectiva de acentuar as trocas comerci- ais que muito contribuíram para o renascimento econô- mico do continente europeu. Na gravura da esquerda, cavaleiros devotos chefiados pelo rei Luís IX (de coroa na cabeça), velejam para a África, tencionando invadir a Terra Santa através do Egito.
  • 6. PARA VOCÊ SABER MAIS. As Cruzadas As Cruzadas O Castelo de Belvoir De alta competência nas artes da guerra, mas relativamente poucos em número, os cruzados do século XII contruíram castelos na Terra Santa para guardar suas posses e a fim de servir como centros para o início de novas conquistas. A maioria estava situada em locais estratégicos; o castelo de Belvoir, aqui ilustrado, ficava na borda de uma escarpa elevada no sul da Galiléia, domi- nando a vista para o rio Jordão e seus lados vitais. Os muçulmanos que captura- ram Belvoir intato em 1189, conheciam-no como a “Estrela dos Ventos”, e o historiador árabe Abu Shama disse que ele “estava colocado entre as estrelas como um ninho de falcão”. Construído para os Hospitalários, uma ordem fechada de monges guerreiros, Belvoir ficou pronto em 1168. Foi um dos primeiros castelos concêntricos da história da arquitetura ociden- tal, consistindo em uma fortaleza quadrada interna, cercada por outra faixa de fortificações externas. É provável que os Hospitalários ocupassem a fortaleza interna, enquanto seus auxiliares mercenários ficavam nas estruturas de fora. Como sistema defensivo, um castelo como esse tinha um ponto fraco: se o inimigo rompes- se o círculo externo de defesa, poderia usá-lo para repelir uma força de auxílio, ao mesmo tempo em que assediava a guarnição interna. De qualquer forma, Belvoir suportou um sítio de dezoito meses entre 1187 e 1189, antes de se render. In Geoffrey Parker.op cit. pág 77. Fundada para proteger os peregrinos da Terra Santa, a Ordem dos Templários usava o motivo de dois cavaleiros sobre um único cavalo como símbolo do voto de pobreza que os prendia. Ele aparece em sinetes do século XII e na ilustração ao lado, da Chronica Majora, do historiador inglês Mateus Paris, de cerca de 1245. Os escudos trazem o desenho preto-e-branco, emblema distintivo dos templários. Com certeza, os guerreiros monges não dividiam um cavalo para viajar ou lutar, embora a tática de fazer um cavaleiro levar outro soldado na garupa para aumentar a velocidade de um exército fosse comum entre os muçulmanos. In. Geoffrey Parker.A Luta pela TerraSanta. Coleção Time-Life. pág 91
  • 7. As Cruzadas vistas As Cruzadas vistas pelos Árabes. pelos Árabes. população da Cidade Santa foi morta pela espada, e os franj (cristãos) massacraram os muçulmanos durante uma semana. Na mesquita al-Aqsa, eles mataram mais de 70 mil pessoas. E Ibn al-Qalanissi, que evita As Cruzadas manipular números que não se podem verificar, pre-cisa: “Muitas pessoas foram mortas. Os judeus foram reunidos na sinagoga e os franj os queima- ram vivos. Eles destruíram também os munumentos dos santos e o túmulo de Abraão − que a paz esteja com ele!” Entre os monumentos saqueados pelos invasores está a mesquita de Omar, erigida em memó- ria do segundo sucessor do Profeta, o califa Ibn al-Khattab, que tomara Jerusalém em 638. Os árabes não deixaram de evocar com freqüência este acontecimento, com a intenção de ressaltar a diferença entre seu comportamento e o dos franj. Neste dia, Omar fizera sua entrada no seu famoso camelo branco, enquanto o patriarca grego da Cidade Santa avançava ao seu encontro. Antes de pedir-lhe para visitar os locais sagrados do Cristianismo, o califa começou assegurando-lhe que a vida e os bens de todos os habitantes seriam respeitados. Enquanto eles estavam na igreja de Qyama, diante do Santo Sepulcro, tendo chegado a hora da reza, Omar perguntou ao seu hóspede onde poderia esten- der seu tapete para se prosternar. O patriarca o convidou a fazê-lo onde estava, mas o califa respon- deu: “Se eu fizer isso, amanhã os muçulmanos vão querer apropriar-se desse local, dizendo: “Omar orou aqui.” E, levando o seu tapete, foi ajoelhar-se no exterior. Ele pensara corretamente, pois foi nesse preciso lugar que se construiria a mesquita que traz seu nome. Os chefes francos, infelizmente, não tiveram essa magnitude. Festejaram seu triunfo com uma matança indescritível, depois saquearam selvagemente a cidade que pretendiam venerar. Seus próprios correligionários não foram poupados: uma das primeiras medidas tomadas pelos franj é expulsar da Igreja do Santo Sepulcro todos os sacerdotes dos ritos orientais − gregos, georgianos, armênios, coptas e sírios − que oficiavam juntos, segundo uma antiga tradição que todos os conquistadores haviam respeitado até então. Pasmos com tanto fanatismo, os dignatários das comunidades cristãs orientais deci- dem resistir. Eles se recusam a revelar aos invasores o local onde está escondida a cruz verdadeira a qual o Cristo morreu. Para esses homens a devoção religiosa para com a relíquia é acrescida de orgulho patriótico. Não são eles, com efeito os concidãos do Nazareno? Mas os invasores não se deixam de forma alguma impressionar. Prendendo os sacerdotes que têm a guarda da cruz e submetendo-os à tortura para arrancar-lhes em segredo, eles conseguem tirar dos cristãos da Cidade Santa, pela força, a mais preciosa de suas relíquias. Maalouf, Amin. As Cruzadas vistas pelos Árabes. Editora Brasiliense. Pág. 57. A gravura mostra os cristãos na Os Cristãos porta de Jerusalém. Terra Santa querida de todos os corações cristãos foi profanada. Os reis cristãos devem empunhar suas armas contra os inimigos de Deus. A guerra à qual são chamados é uma guerra e Deus o quer! deve ser seu grito. Quem perder a vida nessa empresa ganhará o paraíso e a remissão de seus pecados”. Com tais palavras o papa Urbano II pregou a Primeira Cruzada.