2. A agricultura na União Europeia
caracteriza-se pelo pequeno
tamanho médio das propriedades,
menor do que na maior parte dos
outros continentes. Essa questão
está muito relacionada com o
processo histórico que constituiu a
agricultura da Europa, atualmente
marcada pelo predomínio das posses
familiares e pela alta valorização das
terras, o que ocorre em virtude das
elevadas densidades demográficas.
3. Há também uma especialização
das produções, que se alteram
conforme os tipos climáticos. Tal
fator, somado aos constantes
subsídios fornecidos pelos
governos aos agricultores,
contribui para a menor
concorrência entre os produtores.
A diversidade espacial produtiva,
no entanto, varia conforme as
condições geomorfológicas e
atmosféricas de cada localidade.
4. Um dos elementos mais marcantes da agricultura da Europa é a PAC (Política Agrícola
Comum), um conjunto de medidas criado em 1962 com o intuito de manter o
abastecimento de produtos alimentícios, conter ou controlar o êxodo rural e o
consequente crescimento das cidades, além de difundir medidas de controle dos recursos
naturais e a preservação do meio ambiente.
5. Além desses objetivos, a PAC também
buscou garantir à Europa a
autossuficiência na produção de
alimentos, diminuindo a dependência
do continente em relação às
importações a fim de garantir uma
maior estabilidade no mercado
interno. No entanto, em razão dos
excedentes e acúmulos de estoques,
com a consequente queda dos preços
e diminuição do lucro dos agricultores,
o programa passou por sucessivas
revisões em seus tratados.
6. Outro mérito da PAC, além de ampliar a produção de alimentos, foi o de garantir
o seu livre escoamento por todos os membros da União Europeia sem
promover a concorrência feroz entre os produtores dos diferentes países. Isso
foi conseguido através da política de fixação de preços, colocados sempre em
um patamar menor àqueles advindos de países não membros desse bloco
econômico.
7. O principal problema das ações
promovidas pela Política Agrícola
Europeia diz respeito às suas
contestações no comércio internacional.
Vários países que são muito dependentes
das exportações de produtos primários –
incluindo o Brasil – acionaram a OMC
(Organização Mundial do Comércio),
acusando a Europa de praticar políticas
protecionistas. Com isso, os
favorecimentos aos agricultores nacionais
promoveram uma desvantagem para
aqueles que exportavam os produtos para
a União Europeia.
8. Outra questão que colocou o
funcionamento da PAC em xeque
foi a adesão de novos membros
no início dos anos 2000, alguns
deles de economias menos
desenvolvidas, a exemplo dos
países do Leste Europeu. Com
isso, houve uma impossibilidade
estrutural e econômica de manter
os benefícios dessa política aos
agricultores dos novos
associados ao bloco.
9. Diante desse panorama, em 2003, a PAC passou por uma nova e profunda revisão. Na
esteira dessa questão, os subsídios aos agricultores não foram cortados, mas as metas
foram modificadas: em vez de focar na quantidade da produção, passou-se a observar a
qualidade dos gêneros agrícolas produzidos internamente, além dos vários benefícios
destinados àqueles produtores que garantiam a preservação do meio ambiente e dos
recursos naturais.