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147A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012
DAS POLÍTICAS PÚBLICAS E DO CONTROLE SOCIAL:
AVALIANDO TRÊS AÇÕES PARA CIDADANIA EM
SEGURANÇAS PÚBLICA
Cleide Magáli dos Santos*
Ivone Freire Costa**
Resumo: OartigoponderasobretrêsexperiênciasinseridasnaPolíticaPúblicaNacional de
Educaçãoem/paraDireitosHumanosparaaPrevençãodaViolência, dasquaisasautorassão
pesquisadoras, docentesegestoras, portanto, otrabalhoéfrutodeobservaçãodireta, de
análisedocumental edaanalisededepoimentos. Aprimeira, capitaneadapeloMinistério
Público-BA,denominadaPROGEDH(ProgramadeEducaçãoemDireitosHumanos),envolveu
instituiçõesparceiras, objetivandoformarecapacitar emDireitosHumanosestudantesdo
ensinofundamental daredepúblicamunicipal deSalvador.Asegunda, denominadaPROERD
(Programa Educacional da Polícia Militar de Resistência às Drogas e a Violência), de
responsabilidadedaSecretariadeSegurançaPublicadaBahia, representaaexpressãode
mudançadeparadigma- daexclusivarepressão, paraaaliançaàidéiadeprevenção- do
mesmomodoqueaterceira, denominadaPROGESP(ProgramadeEstudos, Pesquisase
FormaçãoemPolíticaseGestãodeSegurançaPública) vinculadaaRedeNacional deAltos
EstudosemSegurançaPúblicaquetrabalhadiretamentecomaformaçãodeagentesoperadores
doSistemadeSegurançaPública,atravésdeinúmerasaçõescapitaneadaspelaUniversidade
Federal daBahia. Assim, oartigotemcomoescopotraçaralgumasobservaçõessobrecomo
taisexperiências- umaencerradaeduasemcurso- colocamemexposiçãoalgunsavançose
fragilidades, taiscomo:aresponsabilidadecompartilhadanaformulação,gestãoeexecução
deaçõesdeprevençãoàviolência;aespecificidadedaprevençãonocontextosocial/universo
esobreostiposdesociabilidadesdesenvolvidasnoscursosdasações. Recorremosaautores
taiscomoFrey;DiasSobrinho; Chianca; Marino;Armani;Dallari; Pinheiro; Adorno;Serrato;
CostaeCastanhar, dentreoutros.
Palavras-chave:Educaçãoem/paraDireitosHumanos;SegurançaPúblicaeCidadania,Políticas
eAvaliação.
148 A R TI G O Tempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012
Abstract: ThearticlepondersonthreeexperimentsincludedinNational PublicPolicyof
Education for/in Human Rightsfor thePrevention of Violence, in which theauthorsare
researchers, teachersandmanagers, sotheworkistheresult of adirect observation, docu-
mental analysis and analysisof testimonials. Thefirst, led byprosecutors- BA, called
PROGEDH(EducationPrograminHumanRights), involvedpartnerinstitutions, aimingto
formandtrainonHumanRightselementaryschool studentsfrompublicschoolsinSalvador.
Thesecond, calledPROERD(MilitaryPoliceEducational Programof DrugResistanceand
Violence), theresponsibilityof thePublicSecuritySecretariat of Bahia, istheexpressionof
ashift paradigm– fromtheexclusiverepressiontotheideaof prevention- likewisethe
third, calledPROGESP(Programof Studies, ResearchandTraininginPoliciesandManage-
ment of PublicSecurity) linkedtotheNational Networkof StudiesonPublicSecuritythat
worksdirectlywiththetrainingof operatorsfromthePublicSecuritySystem, ledbynumer-
ousactionsbytheFederal Universityof Bahia. Thus, thearticleisscopedtodescribesome
observationsabout howtheseexperiences- onefinishedandtwounderway- exposesome
weaknessesandadvances, suchas: asharedresponsibilityintheformulation, management
andimplementationof violenceprevention, thespecificityof preventioninthesocial uni-
verseandabout thekindsof sociabilitydevelopedduringtheactions. Weuseauthorssuch
asFrey; DiasSobrinho;Chianca;Marino; Armani;Dallari;Pinheiro;Adorno; Serrato;Castanhar
andCosta, amongothers.
Keywords:Educationfor/inHumanRights, PublicSafetyandCitizenship, PolicyandEvalua-
tion.
INTRODUÇÃO
Inúmeros estudos que tratam da segurança pública, da justiça criminal,
dasinstituiçõescorporativasedotrabalhodaForçaPúblicamostramqueasquestões
de segurançaremetem, do ponto de vista teórico, aumatramade conhecimentos
diversificados que refletem a complexidade e a diversidade de muitos campos do
conhecimento, bem como de atuação dos organismos de justiça e segurança no
país e no mundo. Somando-se a isso, podemos acrescentar ainda os principais
constrangimentosinstitucionaisqueseinterpõemaumprocessodemonitoramento
e avaliação de programas integrados, tais como: complexidade intersetorial dos
programas; coordenaçãofragmentadaesemcontroleinternodoprocessodegestão;
ausênciadeobjetivosefocosdefinidos: preponderammúltiplosobjetivos, àsvezes
contraditórios e desconexos; descontinuidade político-administrativa gerando
constantes reformulações nos programas, mudanças de gestores e de prioridades
e perdade memóriatécnica; ausênciade uma culturade avaliação sistemática no
âmbito das instituições: pouca vivência dos gestores com os instrumentos de
monitoramento e avaliação disponíveis, a dificuldade em definir e estruturar uma
149A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012
estratégia de avaliação e por fim, a ausência de clareza quanto ao o quê avaliar.
Tudo isso, dificulta um controle social mais efetivo as políticas e programas.
Assim, Soares (2007), argumenta que a complexidade da avaliação da
política pública de segurança se expressa pela dificuldade de conhecimento dela,
diante dos resultados paradoxais da política, de difícil avaliação de qual, de fato,
foi ofator/variável, indicador responsável pelamelhoriadaquelascondiçõesfocadas
pela política.
Ao focalizar tais contradições e paradoxos da política pública de
segurança, o autor emquestão, observaaspectos positivos enegativos dapolítica
que marcaramo cenário nacional, e a performance daForçaPública, apontando a
descontinuidade das ações como fator negativo para o alcance de resultados da
política. O articulista argumenta ainda que para se obter avanços no campo da
segurança pública é preciso acompanhamento e diagnostico numa abordagem
sistêmica, haja vista a interdependência das múltiplas variáveis que envolvem a
matéria.
Umaconcepçãosistêmicaeinterdisciplinar éumpressupostoindispensável
para o estudo de indicadores da política de segurança pública, que se acentuam,
emnossacontemporaneidade.
Dessemodo, esse artigo visarefletir sobretrês experiênciasinseridas na
PolíticaPúblicaNacional deEducaçãoem/paraDireitosHumanosparaaPrevenção
da Violência.
Numa rápida contextualização vale lembrar que em outubro de 1997, a
ONU definiu as Diretrizes que deveriam subsidiar Estados no cumprimento das
recomendaçõesparaaformulaçãodeplanosnacionaisdeeducaçãoem/paradireitos
humanos, tambémcomorecortedaprevençãodaviolência. Foi nessaconsonância,
queoBrasil instituiuoPlanoNacional deEducaçãoemDireitosHumanos(Pnedh),
gerado num processo que durou de 2003 até o inicio de 2007. Dividido em 5
eixos: educação básica, ensino superior, educação não-formal, educação emídiae
educação dos profissionais do sistema de justiça e segurança, o PNEDH, tem
dentre seus objetivos: enfatizar o papel dos direitos humanos na construção de
umasociedadejustaedemocrática; estimular acooperaçãonacional einternacional
na implementação de ações em educação em direitos humanos e consolidar o
aperfeiçoamento da legislação aplicável ao tema. Assim, estamos diante de uma
política pública, que segundo a Secretaria Especial de Direitos Humanos da
Presidência da República, deverá subsidiar programas em todos os Estados da
Federação.
Segundo Santos (1997), nos últimos anos, os Direitos Humanos se
transformaram na linguagem da política progressiva devido à crise aparentemente
irreversível dos projetos de emancipação que até então, preferiama linguagemda
revolução e do socialismo para formular uma política emancipatória. Hoje, essas
150 A R TI G O Tempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012
mesmas forças progressivas, recorrem aos Direitos Humanos para reinventar a
linguagemda emancipação.
Mas, o que são os Direitos Humanos?
Para Dallari (2004, p.12), “... é uma forma abreviada de mencionar os
direitos fundamentais da pessoa humana [e]... são considerados fundamentais
porque sem eles a pessoa humana não consegue existir ou não é capaz de se
desenvolver e de participar plenamente da vida”.
Por trás dessa definição direta e objetiva, existem questões de profunda
complexidade, como aquestão daigualdadediantedosdireitos, poiscomo afirma
Bobbio (1992 p.10):
Umacoisaé proclamar esse direito outraé desfrutá-lo efetivamente. A
linguagemdosdireitostemindubitavelmenteumagrandefunçãoprática,
queéemprestarumaforçaparticular àsreivindicaçõesdosmovimentosque
demandamparasi e paraos outros asatisfação de novos carecimentos
materiaisemorais; maselasetornaenganadoraseobscurecerouocultara
diferençaentreodireitoreivindicadoeodireitoreconhecidoeprotegido.
Assim, para além das questões da ordem própria das ciências políticas,
os Direitos Humanos provocam discussões em diferentes campos, tais como na
Antropologia, na Sociologia e por fim, na Educação.
RessaltamosquesobreodiscursodeDireitosHumanos, pesaacapacidade
de constituir força educadora significativa na consciência das pessoas, isto é,
voltadaparaa formação de pessoas, no que se refere à suaemancipação política,
intelectual e cultural. Por isso, esse processo educacional, deve ser muito mais
amplo do que a chamada educação formal, que se dá no âmbito dos espaços
escolares. Afinal a própria “Educação é um conjunto de práticas que envolvem
educadores e educandos, do qual resulta - ou deveria resultar - a formação do
indivíduo ‘educado’, isto é, portador de um repertório de saberes, de habilidades
e de valores, e (suposto) conscientemente mobilizado para um certo rol de
práticas”(SANTOS, 2000, p.268). De tal modo, a Educação deve ser o caminho
mais eficaz para a adoção de uma perspectiva intercultural crítica, voltada para o
reconhecimento eparaavalorização dapluralidadecultural dassociedades, como
parte da reconstrução histórico-social da cidadania e, como nos diz Benevides,
A educação paraacidadaniademocráticaconsiste naformação de uma
consciênciaéticaque inclui tanto sentimento como a razão; passapela
conquistadecoraçõesementes,nosentidodemudarmentalidades,combater
preconceitos,discriminaçõeseenraizarhábitoseatitudesdereconhecimento
da dignidade de todos, sejam diferentes ou divergentes; passa pelo
151A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012
aprendizadodacooperaçãoativaedasubordinaçãodointeressepessoal ou
deumgrupoaointeressegeral, aobemcomum(1998, p.37).
Hoje, finalmente, “obemcomum, temumnome: sãoosDireitosHumanos,
cujo fundamento é, justamente, aigualdadeabsolutade todosos homens, emsua
comum condição de pessoas”(COMPARATO 1989, p.45).
Conseqüentemente, aEducação em/paraDireitosHumanosdevepartir de
três pontos: (i) deve ser umaeducação permanente, continuadae global; (ii) deve
estar voltada para a mudança cultural e (iii) deve ser uma educação em valores e
não apenasinstrução, ou seja, não setratademeratransmissão deconhecimentos
- umavez que, o valor é sempre umelemento mobilizador, se mostraematitudes
eseconcretizamemações. Portanto, deveobjetivar aformação deumaculturade
respeitoàdignidadehumanapor meiodapromoçãoedavivênciadevalorescomo:
liberdade, justiça, igualdade, solidariedade, cooperação, tolerância e da paz. Isso
significa criar, influenciar, compartilhar e consolidar mentalidades, costumes,
atitudes, hábitos ecomportamentos quedecorramdessesvalores, osquais devem
se transformar empráticas. Ser afavor de umaeducação que significaaformação
de uma cultura de respeito à dignidade da pessoa humana, significa querer uma
mudançacultural. Por isso, ressaltaBenevides(2008) queo educador emDireitos
Humanos sabe que não deve contar com resultados imediatos e, para esse fim,
Sime (1994) nos faz uma proposta metodologia que articula três pedagogias: da
Indignação, da Admiração e das Convicções Firmes.
Enfim, o trabalho em curso que ora é apresentado nesse artigo, objetiva
responder lacunasquanto apadrõesdeprocessos, o quesignificadizer quesefaz
necessário, testar a viabilidade de seus projetos certificar-se de que as ações
desenvolvidas levaram e levarão ao alcance dos resultados previstos, o que pode
ser feito, aprimorando-se indicadores que possaminstrumentalizar aavaliação de
qualidade de políticas publicas no campo da Segurança Publica.
Destarte, assumiu-se uma ação efetiva que tenta potencializar o
compromissocomabuscadeconhecimento, aarticulaçãocomosavançoscientíficos
e o saber acumulado sobre os fenômenos da insegurança social e sua difusão,
voltados para a cidadania e a educação para a paz e de uma forma mais geral, o
tratamento das questões das políticas e seu controle social.
1TEORIA SOCIAL EPOLÍTICASPÚBLICASNO BRASIL, BREVESÍNTESE
1.1SOBREAVALIAÇÃO DEPROGRAMASEPOLÍTICASPÚBLICAS
Énotório quenaadministração publicabrasileira, não háumatradição de
avaliaçãodosprogramas/políticas públicas, emgeral eprogramas/politicassociais,
152 A R TI G O Tempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012
em particular. No entanto, já se faz possível, identificar algumas ações com essa
finalidade, dirigidas por Ongs que muitas vezes contam com apoio de agências
financiadoras.
Utilizando-sedaavaliaçãocomoferramentaparamelhorarsuaatuaçãodireta
sobre o público-alvo esobre o processo de gestão interna, alémde ser
utilizadacomo estratégiaparacaptação derecursosedivulgação deseu
trabalho(CHIANCA, 2001, p.19).
Tais iniciativastêmcontribuído como acúmulo de conhecimento naárea.
De qualquer forma, aindasão ações relativamente novas.
Conforme afirma Reis (1999) citado por Manfredini (2005), o sentido da
avaliaçãoésuautilizaçãocomomeiodeaperfeiçoarprojetosexistentes, suaexecução
eseuplanejamentofuturo, tendocomocontra-partidasuacontribuiçãoaosobjetivos
institucionais. Neste sentido, deve ser umexercício permanente e, acimade tudo,
comprometido com as repercussões ao longo de sua realização.
Para alguns autores tais como Chianca (2001), Marino (1998), Armani
(2001), a avaliação de políticas e programas consiste, basicamente, em formular
perguntas precisas sobre um ou vários aspectos que podem estar associadas ao
planejamento, suaexecuçãoouseusresultados. Empregandoprocessosdeavaliação,
poderemos obter informações importantes para conhecer melhor as necessidades
e a percepção dos usuários/beneficiários, testar a viabilidade de seus projetos
certificar-se de que as ações desenvolvidas levarão ao alcance dos resultados
previstos, ou ainda, conhecer e mensurar o impacto de suas ações. Ao mesmo
tempo, Jannuzzi (2003, p.32) nosdiz que“cadaaspecto deumapolíticapública–
recursos empregados, métodos de alocação de recursos, resultados – deve ser
avaliado atravésdeindicadoresadequados”. Ou ainda, segundo CostaeCastanhar
(2003), para a avaliação ou, mensuração do desempenho de programas se faz
necessário definir medidas(critérios deavaliação) quedespertamumemaranhado
conceitual que obstacularizam seu uso freqüente como ferramentas gerencia no
setor públicos. Tais critérios seriam: eficiência; eficácia; impacto (ou efetividade);
sustentabilidade; analisecusto-efetividade; satisfaçãodosbeneficiárioseequidade.
Assim, existem pesquisadores que defendemo mínimo de estruturação e
outros, um maior grau de estruturação.
Sejacomo for, avaliar é sempre umdesafio. O primeiro desafio se refere
a encontrar a justa medida entre aspectos qualitativos e aspectos quantitativos
para avaliação.
Outro desafio é a escolha dos instrumentos de avaliação que como nos
lembra Ferrari (1982), além de servirem como registro das conclusões a que a
avaliação chegou, podem ser utilizados para que estas informações sejam
153A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012
socializadas junto a outras áreas, parceiros e públicos direta ou indiretamente
envolvidos. E, por fim, aindaháquedefendacomo Fernandéz-Ballesteros(1995) e
Sen (2000) de que a maior dificuldade na avaliação, está na necessidade nem
sempre atendida, do Estado manter uma relação mais transparente e participativa
com a sociedade embora tenha uma participação fundamental na proteção das
capacidades democráticas.
Tambémdevemosconsiderar queagênciasinternacionaistaiscomooBanco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) propõe – e às vezes impõem, como
preferem afirmar alguns – que a avaliação das políticas públicas deva levar
consideração, características tais como estabilidade; adaptabilidade; coerência e
coordenação; qualidade da implementação e da aplicação efetiva; a consideração
dos interesses públicos e a eficiência (BID, 2007, p.17).
1.2 AVALIAÇÃO EM POLÍTICASEPROGRAMASEM SEGURANÇA PÚBLICA
Foi em meados dos anos 1970 que a violência tornou-se uma questão
intelectual noBrasil, masatépoucotempoasegurançapúblicaeraumtematratado
quase exclusivamente sob as óticas jurídicas – os criminalistas – militar, em uma
perspectiva normativa e fragmentada. Como objeto privilegiado de estudos das
ciências sociais a segurança pública assume contornos, obtendo até pouco, um
relativo consenso entre os pesquisadores dessa área sobre a legitimidade do
monopólio, pois seria provavelmente a única esfera de atuação do Estado acerca
do qual há algum consenso entre os pesquisadores das ciências sociais já que
seriaumaatividade revestidade dinâmicas próprias e orientada naperspectivada
ordem. (KANT LIMA, MISSE, MIRANDA, 2000; ADORNO, 2002), entretanto,
mesmo essa tese já vem sendo questionada por estudos de uma nova geração de
intelectuaisdedicadaaotema, atravésinclusivedatrajetóriadosseusdesbravadores.
Valeressaltar, queno Brasil, cercade10 mil dissertações etesessobresegurança
foramdefendidos desde 1983.
Paraalguns, asreflexõessobreaproduçãodospesquisadoresdesegurança
públicanoBrasil enomundoseriamrecentes, nãonospermitindofalar, por exemplo,
num conhecimento histórico ou historiografia da segurança pública (ARRUDA e
TENGARRINHA, 1999). De qualquer modo, ainda pode ser definido como um
campodeconhecimentoemconstruçãoemultifacetadoasemelhançadeum“amplo
mosaico commuitos espaços vazios”(COSTA e BRISOLLA, 2010, p. 13).
Desse modo, aindapodemos afirmar que muito se faz necessário no que
tange as avaliações de políticas e programas no campo da segurança pública.
Na atualidade, uma das vias mais comum em se tratando de políticas de
prevenção à violência, bem como de defesa e garantia de direitos, se vincula a
questão daeducação.
154 A R TI G O Tempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012
Assim sendo, consideraremos os programas aqui referidos, dentro das
políticaspúblicasdeEducaçãoem/paraDireitosHumanoscomobjetivoaprevenção
à violência e, portanto no campo de segurança, como processos em fluxo numa
AvaliaçãodeProcessoquevisaacompanhar eavaliar aexecuçãodosprocedimentos
de implantação e execução. Essa modalidade de acompanhamento e avaliação
investigasistematicamenteo desenvolvimento de políticaspúblicas visando medir
acoberturado programa, estabelecer o grau emque estáalcançando apopulação
beneficiária e, principalmente, acompanhar seus processos internos, constatando
possíveis defeitos na elaboração dos procedimentos, identificando barreiras e
obstáculos à sua implementação.
Aguillar e Ander-Egg (1994) ressaltam que na avaliação sistemática faz-
se necessário que os procedimentos utilizados cumpram certos requisitos de
confiabilidadeevalidade, afimdequeosresultadosdaavaliaçãosejamjustificáveis
e o mais objetivos possíveis, trata-se de julgar, aplicando conhecimentos e regras
do método científico. Neste caso, se pretende julgar as conquistas e seu nível de
obtenção como conseqüência de um determinado projeto político-pedagógico,
verificandoejulgandoaracionalidadedaação, medindoaconsecuçãodosobjetivos
emetaspreviamenteestabelecidoseacapacidadedealcançá-los. Dessemodo, “...
a avaliação que se propõe é concebida como problematização, questionamento e
reflexãosobreaação, indoalémdeumacoletadeinformações, envolvendoaspectos
humanos, políticos, sociais, culturais e contextuais”(ROCHA 1995, p.12).
2A REALIDADEEM 3D
2.1UMCONTEXTO CONTEMPORÂNEOPARA A PREVENÇÃO EO CONTROLE
SOCIALDASAÇÕES
O Estado brasileiro constantemente é acusado por organizações civis
nacionais e internacionais de aviltar e ferir os preceitos dos direitos, ao mesmo
tempo, nas últimas duas décadas vem se colocando como promotor de políticas
quevisemrestabeleceremdireitos, taiscomo o direito aSegurançaPública, coma
prevençãodaviolência. NasduasultimasdécadasaçõesnasformasdeProgramas,
paraprevençãoàviolência, foramincrementadascomopautasdasPolíticasPúblicas
no Brasil e, simultaneamente na Bahia.
No caso dos Programas específicos aqui abordados, são: o Progredh
(Programa de Educação em Direitos Humanos), o Proerd (Programa Educacional
deResistênciaàsDrogaseàViolência) eoProgesp(ProgramadeEstudos, Pesquisas
e Formação em Políticas e Gestão de Segurança Pública).
Nossocontatocomarealidadedosprogramasdepolíticaspúblicasvoltados
paraprevençãoàviolênciaatravésdaeducaçãoemeparaDireitosHumanos, adveio
155A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012
de nossa inserção nesses programas na condição de pesquisadoras, docentes e
gestoras, portanto, o trabalho éfruto deobservação direta, deanálise documental
e daanalise de depoimentos.
As ações supracitadas são iniciativas do Estado junto à sociedade baiana
queapresentasituaçõesdesafiadorascomo aperversadesigualdadesocial inserida
numa complexa diversidade cultural e ainda arraigadas num contexto de tradição
daculturapolíticapaternalistapredominantenaregiãoNordesteeespecificamente
na Bahia. Ao mesmo tempo, são ações advindas de um discurso conclamador de
um modelo político-administrativo que evoca a democracia representativa e
participativacomaredistribuiçãodasresponsabilidadessociais, ondeacomunidade
deveser incorporadanagestãodaspolíticaspúblicas, alémdoreal empoderamento
dos atores envolvidos.
Eles nos permitem a reflexão sobre avanços e fragilidades, tais como,
dentre outros: sobre a responsabilidade compartilhada na formulação e execução
deaçõesdeprevençãoàviolência; sobreaespecificidadedaprevençãonocontexto
social/universo da infância e adolescência e, sobre os tipos de sociabilidades
desenvolvidas nos cursos dessas ações.
Dessemodo, nosparecequeavaliar Programasparaprevençãodaviolência
através daEducação em/para Direitos Humanos, que como recomendação devem
trazer por principio, uma proposta de ação educativa e prática pedagógica inter-
cultural, interdiscursiva, interdisciplinar e articuladora de igualdade e diferença
como uma exigência do momento, deve nos permitir a constatação de suas
limitações, bemcomo, podeapontarsuaspotencialidades, aindanãosuficientemente
exploradas. Afinal, esses Programas devem apresentar, um projeto pedagógico e
segundo Moreto (1999), “todo projeto pedagógico tem de ter três pilares: os
fundamentos éticos-políticos, os fundamentos epistemológicos e os fundamentos
didático-pedagógicos”, quecremospassiveisdeidentificaçãojáqueosfundamentos
éticos-políticos equivalem aos valores; os fundamentos epistemológicos referem-
seaoconhecimentoeosfundamentosdidático-pedagógicosreferem-seàsrelações
eos métodos.
Nesse sentido, acompanhar, conhecer e avaliar Programas de Educação
em/para Direitos Humanos que visem à prevenção da violência, é buscar
compreendercomodefatovemserealizandoaalquimianecessáriadosfundamentos
para sua eficácia (medida do grau em que o programa atinge seus objetivos e
metas), investigandosistematicamente, comvistasamedir acoberturadoPrograma,
estabelecendo o grau em que está alcançando a população beneficiária e,
principalmente, acompanhando seus processos internos.
156 A R TI G O Tempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012
2.2 TRÊSEXPERIÊNCIASBAIANASDEPROGRAMAS
OProgredh(ProgramadeEducaçãoemDireitosHumanos)foi umprograma
cujo projeto interinstitucional objetivou aredução daviolênciaeevasão escolar e,
o fomento de uma cultura de paz através do respeito aos Direitos Humanos nas
escolas. Para tanto, o Programa atuou na capacitação dos alunos em temas
relacionados aos Direitos Humanos, trabalhando com uma metodologia voltada
para a formação de multiplicadores.
O Programa esteve sob a coordenação do NUDH (Núcleo dos Direitos
Humanos e Articulações com os Movimentos Sociais) do Ministério Público do
Estado da Bahia.
Na ocasião o referido Núcleo, contava com a coordenação da promotora
de Justiça titular da 9ª Promotoria de Justiça da Cidadania, Dra. Márcia Virgens e
foi o responsável pela elaboração e coordenação do Progredh e contava com as
professoras Nadia Cardoso, Cristina Ribas e Terpsychore Quirino, como
coordenadoras pedagógicas.
Nagestão do Programaaindaesteve, aFesmip (Fundação EscolaSuperior
do Ministério Público) e a parceria com a Prefeitura Municipal de Salvador, por
meio da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC/PMS), através do
técnico Manoel Vicente da Silva Calazans, coordenador de Ensino e Apoio
Pedagógico da SMEC, e dos técnicos do órgão, Marilda Ferri, Luciene Costa,
Helena Teonilla e Jorge Luiz Cardoso.
Por essadescrição, aprimeiracaracterísticaaser destacadaéonecessário
esforço na parceira intra e interinstitucional para a execução de uma ação dessa
natureza.
O Programa contou ainda com o apoio de instituições importantes da
sociedade baiana, como o Mosteiro e a Faculdade São Bento (cujas instalações
serviram para a realização da maioria das ações) e do Instituto Cultural Steve
Biko, “fundado em Salvador/Bahia, em 31 de julho de 1992, por iniciativa de
professoreseestudantesnegrosenegrasquedeformapioneiracriaramo primeiro
curso pré-vestibular voltados para negros no Brasil “ (site institucional, 2012).
AparceriacomoInstitutoSteveBikodeu-seemfunçãodesuajáacumulada
experiênciacomouniversoinfanto-juvenil, tendooreconhecimentodoseutrabalho
já contemplado inclusive com o Premio Nacional de Direitos Humanos (1999),
concedido pelo Ministério da Justiça, através da Secretariade Direitos Humanos.
O Progredh foi constituído como um projeto piloto, realizado entre os
meses de abril de 2006 e agosto de 2008.
Foi pensado inicialmente para atender a 300 estudantes da 5ª a 8ª série
do ensino fundamental da Rede Pública Municipal de Salvador, mas conseguiu
157A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012
capacitar cercade215alunos, comidadeentre14 e17anos, oriundosde25escolas
públicas municipais de diversos pontos da cidade.
Os alunos do Progredh participaram das atividades no turno oposto ao
que estavam matriculados nas escolas e receberam uma bolsa-auxílio mensal no
valor R$ 100,00 além de auxílio-transporte para o deslocamento até o local das
aulas.
Foram desenvolvidas atividades de formação sócio-educativa, através de
cursos, palestras, trabalhos em equipes, seminários, visitas às unidades do
Ministério Público, da Defensoria Pública e da Magistratura, além de encontros
com promotores de Justiça.
O Programa teve como uma das suas metas implantar na rede pública
municipal deensino, 26CentrosdeEducaçãoemDireitosHumanos, em26escolas
públicas municipais de 5ª a8ª séries do ensino fundamental para acapacitação, o
queconcretamentenão seefetivou.
Por suavez, o Proerd ( ProgramaEducacional deResistênciaàs Drogase
àViolência) temcomo baseo D.A.R.E. (Drug AbuseResistanceEducation), efoi
criadopelaProfessoraDra.RuthRich, emconjuntocomoDepartamentodePolícia
dacidade de LosAngeles (EUA) e 1983.
Instituídoemoutrospaises, chegouno Brasil em1992, inicialmenteatravés
daPoliciaMilitar doEstadodoRiodeJaneiro, hojeseencontraemtodosos
estados brasileiros. A ação é considerada pela Organização das Nações Unidas
(ONU) como uma das mais eficientes no envolvimento dos jovens ao combate e
prevenção às drogas.
Previsto para se desenvolver nas Escolas Públicas e Particulares no 5º
ano e 7º ano do Ensino Fundamental, na educação infantil (Proerd Kids) e para
adultos com o Proerd para pais. Sua metodologia consiste na presença de um
policial fardado na escola uma vez por semana, acompanhado do professor da
turma. O policial deve ser voluntário e os policiais que se interessampassam por
umcurso de capacitação
Cadaencontrocomosestudantestemumahoradeduração. Todoo mate-
rial apresentado foi copilado numa cartilha em 17 lições (e 17 semanas) de 60
minutos para distribuição entre os alunos.
Além dasua presença física emsala de aula como educador social, deve
propiciar um elo de ligação na comunidade escolar em que atua, fortalecendo o
trinômio: Policia Militar, Escola e Família.
O objetivo é transmitir uma mensagem de valorização à vida, e da
importância de manter-se longe das drogas e da violência. No Proerd Pais, é
reforçadaaimportânciadaafetividade edasupervisão dosfilhospelos pais. Após
quatro meses de curso as crianças recebem o certificado Proerd, ocasião que
158 A R TI G O Tempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012
prestamocompromissodemanterem-seafastadoselongedasdrogasedaviolência.
O Proerd Pais é composto de cinco encontros de aproximadamente duas horas.
Hoje, o Proerd é considerado um braço do Território da Paz, que é um
programa federal. Não abrange apenas ações de segurança pública as também
açõesgovernamentaisnasáreasdesaúde, infra-estrutura, educação e, apartir daí,
também trabalha com segurança pública.
NaBahia, o Proerd foi implantado desde 2003sob aresponsabilidade da
Secretaria da Segurança Pública e realização pela Policia Militar, com turmas de
duração de 17 semanas, trabalha a questão da prevenção às drogas e que vem ao
longo do seu desenvolvimento, incorporando umdiscurso sobredireitoshumanos.
Antes de se reunirem com os jovens, os militares voluntários se reúnem
comosrepresentantesdaDirec (DiretoriaRegional deEducação) e comospaise
apresentam a proposta do Programa.
EmtodaaBahia, são 216 policiais militares envolvidos voluntariamente e
umaúnicapedagogaacompanhaostrabalhos. Desde2003, aproximadamente180
mil alunosforamformadospeloProgramanoestado. Somentenoprimeirosemestre,
em Salvador, o Programa envolveu estudantes dos bairros Pernambués, Uruguai e
Ribeira. Atualmente, a iniciativa está sendo executada em 16 bairros da capital
baiana, alémdemunicípios daregião metropolitanacomo SimõesFilho, Candeias
e Camaçari e hoje se estende ao município de Feira de Santana, onde
estabelecimentos de 17 bairros foram beneficiados.
Segundo o coordenador estadual do Proerd, capitão PM Elsiman Leão, os
resultados práticos estão sendo alcançados:
Emdadosjácopilados, tivemose2010, 26mil alunosnoprimeirosemestre
e cercade 30 mil no segundo semestre. Já temos resultados concretos
baseadosempesquisasemespecializaçãoemsegurançapúblicaindicando
quemaisde70%decriançasqueparticiparamdoprogramanãofizeramuso
deentorpecentesoudeixaramdeusardroga. Ascriançasqueseformamse
tornammultiplicadorasdoconhecimento.
Finalmente, o Progesp (Programa de Estudos, Pesquisas e Formação em
PolíticaseGestãodeSegurançaPública),constitui-senaconstruçãoenaarticulação
dos saberes, na área de política e gestão de segurança pública, produzidos por
instituições universitárias e órgãos do sistema de segurança pública e justiça
criminal.
De tal modo, a perspectiva desse programa é consolidar, através da
produção de estudos e pesquisas, e pela formação qualificada dos profissionais
queatuamnaáreadesegurançapúblicaejustiçacriminal, umaparticipaçãoefetiva
nas problemáticas locais de segurança da sociedade.
159A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012
Define-se como um programa meta-sistema da Escola de Administração
da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que integra atividades de ensino,
pesquisa e extensão, em nível de graduação e pós-graduação, apoiado
financeiramente pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da
Justiça - SENASP/MJ/ - Departamento de Pesquisa, Análise de Informação e
Desenvolvimento de Recursos Humanos em Segurança Pública / Coordenação -
Geral deEnsinoepelaFundaçãodeApoioàPesquisadoEstadodaBahia- FAPESB.
Constitui a primeira iniciativa de programa nucleador na Bahia,
referenciando o Polo I - Nordeste - em Políticas e Gestão emSegurança Pública,
previsto nas diretrizes do governo federal, representando umesforço concreto de
interação entreaUniversidadeFederal daBahiaeasdiversasinstânciasdo sistema
de segurança pública e justiça criminal, de acordo com orientações contidas no
documento da“Matriz Curricular Nacional paraaformação emSegurançaPública”
da Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP/MJ.
Três eixos compõem a ação do Progesp: (i) pesquisa, inclusive com
manutenção de uma grupo de pesquisa junto ao cnpq, denominado Políticas e
GestãodeSegurançaPública; (ii) extensão, quebuscaestabelecerumacomunicação
horizontalizada com a sociedade, a partir da criação de espaços coletivos de de-
batesediscussõessobretemáticasrelevantesàárea, como exemplo aorganização
dosseminários taiscomo: o Seminário Internacional sobreoUso daForçaPolicial
e o Seminário Internacional sobre Crime Organizado e Estado de Direito e (iii)
formação, cujaações jácontribuíramcomcercade 250 profissionais vinculados a
segurança pública e que mantêm em curso duas especializações, a saber:
Especializa ªo emPol ticaseGestªo emSeguran aPœblica- I CEGESPe
EspecializaçãoemPrevençãodaViolência, PromoçãodaSegurançaedaCidadania
e umaturmade Mestrado Profissional emSegurançaPublica, Justiçae Cidadania.
2.3 ALGUMASINFERÊNCIASSOBREPROGREDH, PROERD EPROGESP
Consideraremos nessas breves inferências, os Programas inseridos nas
políticas públicas de prevenção a violência dentro do contexto da Educação em/
para Direitos Humanos, como um processo em fluxo, pretendendo desse modo,
uma Avaliação de Processo que visa acompanhar e avaliar a execução dos
procedimentosdeimplantaçãoeexecução. Essamodalidadedeacompanhamentoe
avaliação investiga sistematicamente o desenvolvimento de políticas públicas
visandomedir acoberturadoprograma, estabelecer ograuemqueestáalcançando
a população beneficiária e, principalmente, acompanhar seus processos internos,
constatando possíveis defeitos na elaboração dos procedimentos, identificando
barreiras e obstáculos à sua implementação.
160 A R TI G O Tempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012
Os casos aqui abordados apresentaram alguns avanços, com também
inúmeras fragilidades.
Sobrearesponsabilidadecompartilhadanaformulaçãoeexecuçãodeações
- no caso Progredh, aarticulação de instituiçõeslocaisseguecomalgunsentraves
tais como os fluxos e ritmos da administração pública, muitas vezes não pari
passu, com o mesmo para as Ongs e/ou instituições particulares parceiras. No
caso do Proerd o fluxo das ações corre com mais facilidades. O Progesp por sua
vez conta com entraves institucionais, nesse caso as instituições devem estar
propensasao estabelecimento deparceriasedependedelasfacultar aparticipação
dos agentes de segurança, dos operadores do sistema etc e isso nemsempre tem
acontecido.
A propósito da especificidade da prevenção no contexto social/universo
da infância e adolescência e sobre os tipos de sociabilidades desenvolvidas nos
cursos dessas ações – antes de ais nadaé preciso ressaltar, que o jovem possui o
“espírito”de querer respostas rápidas, objetivas e temo “critério da verdade pela
argumentação”. Parao policial, habituado como “critério daautoridade”, quando,
por exemplo, abordaumjovemougruposdejovenseessesqueremsaber“porquê?”,
isso pode ser compreendido pelo agente policial como uma ofensa. Assim, aqui
temos um caso emblemático, que se trata do Proerd, nele, a figura do policial
fardado já impõe certo distanciamento entre os policias e a população ais jovem.
Fato interessante no Proerd baiano é sua quase que totalidade de voluntários
seremdepoliciaismulheres, muitasinclusivecomformação emeducação ealgum
nível, ficaumaquestão: o sucesso do Proerd estarialigado tambémaessavariável
que foi sua feminilização no que tange aos instrutores?O que ajudaria a quebrar
as barreiras de aproximação entre civis e militares. Por outro lado, o Progredh
durante seu desenvolvimento contou com colaboradores muito diversificados, de
professores universitários, a militantes de direitos humanos, policiais civis e
militares, promotoresdentreoutros, issosignificadizer quecomasmaisdiferentes
e diversificadas formas de abordagens etc.
Finalmente, quantoagestãoeexecução deaçõesdeprevençãoàviolência:
no programadenominado Progesp, o maior embate temsedado naconstrução de
umaterceiravisão sobreaproblemáticadaviolênciaeagestão dasegurança, uma
vez que academia e agentes de seguranças, nem sempre comungam das mesmas
idéias sobre causas e efeitos da violência, entretanto, não se pode descartar os
avançosjásentidoseosimpactosdo programasobrearealidadeecomo exemplos
citamos a procura das associações de categorias de profissionais da segurança
pública para o oferecimento de novas vagas nas novas turmas.
161A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012
CONSIDERAÇÕES PARCIAIS
Como consideraçõesfinais, gostaríamosde destacar quecertamente num
breve artigo como esse nadapôde ser devidamente aprofundado.
De tal modo, como propósito mais geral, este artigo postulou apresentar
asprimeirasreflexõesdentrodeumaagendadeestudosquevemsendodesenvolvida
no intuito de avaliar os programas em foco aqui.
Não obstante, aqui se comunga, sem aportar no seu positivismo, com
aquilo queapontaBobbio (2004) sobreofato dequeno avanço dademocracia, as
regrasdojogodevemser amadurecidascomprovasecontraprovasparasetornarem
mais elaboradas do que as regras de outros sistemas. O significa também dizer,
refletir teoricamente todas as dimensões das ações coletivas em manifestações e
protestos nos espaços públicos.
NOTAS
*CientistaSocial. EspecialistaemDireitosHumanoseCidadania, comênfaseemSegurança
Pública. MestraemSociologia. Doutorandado ProgramadePós-GraduaçãoemCiências
SociaisdaUniversidadeFederal daBahia. DocentedaUniversidadedo Estado daBahia.
Pesquisadorado ProgramadeEstudos, Pesquisas eFormação emPolíticaseGestão de
SegurançaPública- PROGESP. DocentedoscursosdePolíticasedePrevençãodaSegurança
PúblicadaRedeNacionaldeAltosEstudosemSegurançaPública-RENAESP,naUFBA.Professora
ColaboradoradoMestradoProfissional emSegurançaPública, JustiçaeCidadaniadaUFBA
(DepartamentodeSociologia- PROGESP- LASSOS- LAVISSeFaculdadedeDireito). Líder
dogrupodepesquisajuntoaoCNPq. TeoriaSocial eProjetoPolítico-Pedagógico. Contacto:
cleide.magali@ufba.br./cmsantos@uneb.br./ cleidemagalisantos@gmail.com
**ProfessoradaUniversidadeFederal daBahia-UFBA. CoordenadoraePesquisadorado
ProgramadeEstudos, PesquisaseFormaçãoemPolíticaseGestãoemSegurançaPública–
PROGESP. DoutoraemSociologiaEconômicaedasOrganizações/UTL/InstitutoSuperiorde
EconomiaeGestãoISEG/Portugal. CoordenadoradoMestradoemSegurançaPública, Justiça
eCidadania- UFBA/FaculdadedeDireito. CoordenadoradosCursosdaRedeNacional de
AltosEstudosemSegurançaPública- RENAESP, SecretariaNacional deSegurançaPública-
SENASP, MinistériodaJustiça,MJ, naUFBA. MembrodaComissãoOrganizadoradaPrimeira
ConferênciaNacional deSegurançaPública- 1ª. CONSEG. Líder doGrupodePesquisano
CNPq Políticas e Gestão e Segurança Pública. Contato: ivoneco@ufba.br/
ivonefcosta@yahoo.com.br.
162 A R TI G O Tempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012
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2012 - Das Politicas Publicas e do controle social: avaliando três ações para cidadania em segurança pública

  • 1. 147A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 DAS POLÍTICAS PÚBLICAS E DO CONTROLE SOCIAL: AVALIANDO TRÊS AÇÕES PARA CIDADANIA EM SEGURANÇAS PÚBLICA Cleide Magáli dos Santos* Ivone Freire Costa** Resumo: OartigoponderasobretrêsexperiênciasinseridasnaPolíticaPúblicaNacional de Educaçãoem/paraDireitosHumanosparaaPrevençãodaViolência, dasquaisasautorassão pesquisadoras, docentesegestoras, portanto, otrabalhoéfrutodeobservaçãodireta, de análisedocumental edaanalisededepoimentos. Aprimeira, capitaneadapeloMinistério Público-BA,denominadaPROGEDH(ProgramadeEducaçãoemDireitosHumanos),envolveu instituiçõesparceiras, objetivandoformarecapacitar emDireitosHumanosestudantesdo ensinofundamental daredepúblicamunicipal deSalvador.Asegunda, denominadaPROERD (Programa Educacional da Polícia Militar de Resistência às Drogas e a Violência), de responsabilidadedaSecretariadeSegurançaPublicadaBahia, representaaexpressãode mudançadeparadigma- daexclusivarepressão, paraaaliançaàidéiadeprevenção- do mesmomodoqueaterceira, denominadaPROGESP(ProgramadeEstudos, Pesquisase FormaçãoemPolíticaseGestãodeSegurançaPública) vinculadaaRedeNacional deAltos EstudosemSegurançaPúblicaquetrabalhadiretamentecomaformaçãodeagentesoperadores doSistemadeSegurançaPública,atravésdeinúmerasaçõescapitaneadaspelaUniversidade Federal daBahia. Assim, oartigotemcomoescopotraçaralgumasobservaçõessobrecomo taisexperiências- umaencerradaeduasemcurso- colocamemexposiçãoalgunsavançose fragilidades, taiscomo:aresponsabilidadecompartilhadanaformulação,gestãoeexecução deaçõesdeprevençãoàviolência;aespecificidadedaprevençãonocontextosocial/universo esobreostiposdesociabilidadesdesenvolvidasnoscursosdasações. Recorremosaautores taiscomoFrey;DiasSobrinho; Chianca; Marino;Armani;Dallari; Pinheiro; Adorno;Serrato; CostaeCastanhar, dentreoutros. Palavras-chave:Educaçãoem/paraDireitosHumanos;SegurançaPúblicaeCidadania,Políticas eAvaliação.
  • 2. 148 A R TI G O Tempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 Abstract: ThearticlepondersonthreeexperimentsincludedinNational PublicPolicyof Education for/in Human Rightsfor thePrevention of Violence, in which theauthorsare researchers, teachersandmanagers, sotheworkistheresult of adirect observation, docu- mental analysis and analysisof testimonials. Thefirst, led byprosecutors- BA, called PROGEDH(EducationPrograminHumanRights), involvedpartnerinstitutions, aimingto formandtrainonHumanRightselementaryschool studentsfrompublicschoolsinSalvador. Thesecond, calledPROERD(MilitaryPoliceEducational Programof DrugResistanceand Violence), theresponsibilityof thePublicSecuritySecretariat of Bahia, istheexpressionof ashift paradigm– fromtheexclusiverepressiontotheideaof prevention- likewisethe third, calledPROGESP(Programof Studies, ResearchandTraininginPoliciesandManage- ment of PublicSecurity) linkedtotheNational Networkof StudiesonPublicSecuritythat worksdirectlywiththetrainingof operatorsfromthePublicSecuritySystem, ledbynumer- ousactionsbytheFederal Universityof Bahia. Thus, thearticleisscopedtodescribesome observationsabout howtheseexperiences- onefinishedandtwounderway- exposesome weaknessesandadvances, suchas: asharedresponsibilityintheformulation, management andimplementationof violenceprevention, thespecificityof preventioninthesocial uni- verseandabout thekindsof sociabilitydevelopedduringtheactions. Weuseauthorssuch asFrey; DiasSobrinho;Chianca;Marino; Armani;Dallari;Pinheiro;Adorno; Serrato;Castanhar andCosta, amongothers. Keywords:Educationfor/inHumanRights, PublicSafetyandCitizenship, PolicyandEvalua- tion. INTRODUÇÃO Inúmeros estudos que tratam da segurança pública, da justiça criminal, dasinstituiçõescorporativasedotrabalhodaForçaPúblicamostramqueasquestões de segurançaremetem, do ponto de vista teórico, aumatramade conhecimentos diversificados que refletem a complexidade e a diversidade de muitos campos do conhecimento, bem como de atuação dos organismos de justiça e segurança no país e no mundo. Somando-se a isso, podemos acrescentar ainda os principais constrangimentosinstitucionaisqueseinterpõemaumprocessodemonitoramento e avaliação de programas integrados, tais como: complexidade intersetorial dos programas; coordenaçãofragmentadaesemcontroleinternodoprocessodegestão; ausênciadeobjetivosefocosdefinidos: preponderammúltiplosobjetivos, àsvezes contraditórios e desconexos; descontinuidade político-administrativa gerando constantes reformulações nos programas, mudanças de gestores e de prioridades e perdade memóriatécnica; ausênciade uma culturade avaliação sistemática no âmbito das instituições: pouca vivência dos gestores com os instrumentos de monitoramento e avaliação disponíveis, a dificuldade em definir e estruturar uma
  • 3. 149A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 estratégia de avaliação e por fim, a ausência de clareza quanto ao o quê avaliar. Tudo isso, dificulta um controle social mais efetivo as políticas e programas. Assim, Soares (2007), argumenta que a complexidade da avaliação da política pública de segurança se expressa pela dificuldade de conhecimento dela, diante dos resultados paradoxais da política, de difícil avaliação de qual, de fato, foi ofator/variável, indicador responsável pelamelhoriadaquelascondiçõesfocadas pela política. Ao focalizar tais contradições e paradoxos da política pública de segurança, o autor emquestão, observaaspectos positivos enegativos dapolítica que marcaramo cenário nacional, e a performance daForçaPública, apontando a descontinuidade das ações como fator negativo para o alcance de resultados da política. O articulista argumenta ainda que para se obter avanços no campo da segurança pública é preciso acompanhamento e diagnostico numa abordagem sistêmica, haja vista a interdependência das múltiplas variáveis que envolvem a matéria. Umaconcepçãosistêmicaeinterdisciplinar éumpressupostoindispensável para o estudo de indicadores da política de segurança pública, que se acentuam, emnossacontemporaneidade. Dessemodo, esse artigo visarefletir sobretrês experiênciasinseridas na PolíticaPúblicaNacional deEducaçãoem/paraDireitosHumanosparaaPrevenção da Violência. Numa rápida contextualização vale lembrar que em outubro de 1997, a ONU definiu as Diretrizes que deveriam subsidiar Estados no cumprimento das recomendaçõesparaaformulaçãodeplanosnacionaisdeeducaçãoem/paradireitos humanos, tambémcomorecortedaprevençãodaviolência. Foi nessaconsonância, queoBrasil instituiuoPlanoNacional deEducaçãoemDireitosHumanos(Pnedh), gerado num processo que durou de 2003 até o inicio de 2007. Dividido em 5 eixos: educação básica, ensino superior, educação não-formal, educação emídiae educação dos profissionais do sistema de justiça e segurança, o PNEDH, tem dentre seus objetivos: enfatizar o papel dos direitos humanos na construção de umasociedadejustaedemocrática; estimular acooperaçãonacional einternacional na implementação de ações em educação em direitos humanos e consolidar o aperfeiçoamento da legislação aplicável ao tema. Assim, estamos diante de uma política pública, que segundo a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, deverá subsidiar programas em todos os Estados da Federação. Segundo Santos (1997), nos últimos anos, os Direitos Humanos se transformaram na linguagem da política progressiva devido à crise aparentemente irreversível dos projetos de emancipação que até então, preferiama linguagemda revolução e do socialismo para formular uma política emancipatória. Hoje, essas
  • 4. 150 A R TI G O Tempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 mesmas forças progressivas, recorrem aos Direitos Humanos para reinventar a linguagemda emancipação. Mas, o que são os Direitos Humanos? Para Dallari (2004, p.12), “... é uma forma abreviada de mencionar os direitos fundamentais da pessoa humana [e]... são considerados fundamentais porque sem eles a pessoa humana não consegue existir ou não é capaz de se desenvolver e de participar plenamente da vida”. Por trás dessa definição direta e objetiva, existem questões de profunda complexidade, como aquestão daigualdadediantedosdireitos, poiscomo afirma Bobbio (1992 p.10): Umacoisaé proclamar esse direito outraé desfrutá-lo efetivamente. A linguagemdosdireitostemindubitavelmenteumagrandefunçãoprática, queéemprestarumaforçaparticular àsreivindicaçõesdosmovimentosque demandamparasi e paraos outros asatisfação de novos carecimentos materiaisemorais; maselasetornaenganadoraseobscurecerouocultara diferençaentreodireitoreivindicadoeodireitoreconhecidoeprotegido. Assim, para além das questões da ordem própria das ciências políticas, os Direitos Humanos provocam discussões em diferentes campos, tais como na Antropologia, na Sociologia e por fim, na Educação. RessaltamosquesobreodiscursodeDireitosHumanos, pesaacapacidade de constituir força educadora significativa na consciência das pessoas, isto é, voltadaparaa formação de pessoas, no que se refere à suaemancipação política, intelectual e cultural. Por isso, esse processo educacional, deve ser muito mais amplo do que a chamada educação formal, que se dá no âmbito dos espaços escolares. Afinal a própria “Educação é um conjunto de práticas que envolvem educadores e educandos, do qual resulta - ou deveria resultar - a formação do indivíduo ‘educado’, isto é, portador de um repertório de saberes, de habilidades e de valores, e (suposto) conscientemente mobilizado para um certo rol de práticas”(SANTOS, 2000, p.268). De tal modo, a Educação deve ser o caminho mais eficaz para a adoção de uma perspectiva intercultural crítica, voltada para o reconhecimento eparaavalorização dapluralidadecultural dassociedades, como parte da reconstrução histórico-social da cidadania e, como nos diz Benevides, A educação paraacidadaniademocráticaconsiste naformação de uma consciênciaéticaque inclui tanto sentimento como a razão; passapela conquistadecoraçõesementes,nosentidodemudarmentalidades,combater preconceitos,discriminaçõeseenraizarhábitoseatitudesdereconhecimento da dignidade de todos, sejam diferentes ou divergentes; passa pelo
  • 5. 151A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 aprendizadodacooperaçãoativaedasubordinaçãodointeressepessoal ou deumgrupoaointeressegeral, aobemcomum(1998, p.37). Hoje, finalmente, “obemcomum, temumnome: sãoosDireitosHumanos, cujo fundamento é, justamente, aigualdadeabsolutade todosos homens, emsua comum condição de pessoas”(COMPARATO 1989, p.45). Conseqüentemente, aEducação em/paraDireitosHumanosdevepartir de três pontos: (i) deve ser umaeducação permanente, continuadae global; (ii) deve estar voltada para a mudança cultural e (iii) deve ser uma educação em valores e não apenasinstrução, ou seja, não setratademeratransmissão deconhecimentos - umavez que, o valor é sempre umelemento mobilizador, se mostraematitudes eseconcretizamemações. Portanto, deveobjetivar aformação deumaculturade respeitoàdignidadehumanapor meiodapromoçãoedavivênciadevalorescomo: liberdade, justiça, igualdade, solidariedade, cooperação, tolerância e da paz. Isso significa criar, influenciar, compartilhar e consolidar mentalidades, costumes, atitudes, hábitos ecomportamentos quedecorramdessesvalores, osquais devem se transformar empráticas. Ser afavor de umaeducação que significaaformação de uma cultura de respeito à dignidade da pessoa humana, significa querer uma mudançacultural. Por isso, ressaltaBenevides(2008) queo educador emDireitos Humanos sabe que não deve contar com resultados imediatos e, para esse fim, Sime (1994) nos faz uma proposta metodologia que articula três pedagogias: da Indignação, da Admiração e das Convicções Firmes. Enfim, o trabalho em curso que ora é apresentado nesse artigo, objetiva responder lacunasquanto apadrõesdeprocessos, o quesignificadizer quesefaz necessário, testar a viabilidade de seus projetos certificar-se de que as ações desenvolvidas levaram e levarão ao alcance dos resultados previstos, o que pode ser feito, aprimorando-se indicadores que possaminstrumentalizar aavaliação de qualidade de políticas publicas no campo da Segurança Publica. Destarte, assumiu-se uma ação efetiva que tenta potencializar o compromissocomabuscadeconhecimento, aarticulaçãocomosavançoscientíficos e o saber acumulado sobre os fenômenos da insegurança social e sua difusão, voltados para a cidadania e a educação para a paz e de uma forma mais geral, o tratamento das questões das políticas e seu controle social. 1TEORIA SOCIAL EPOLÍTICASPÚBLICASNO BRASIL, BREVESÍNTESE 1.1SOBREAVALIAÇÃO DEPROGRAMASEPOLÍTICASPÚBLICAS Énotório quenaadministração publicabrasileira, não háumatradição de avaliaçãodosprogramas/políticas públicas, emgeral eprogramas/politicassociais,
  • 6. 152 A R TI G O Tempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 em particular. No entanto, já se faz possível, identificar algumas ações com essa finalidade, dirigidas por Ongs que muitas vezes contam com apoio de agências financiadoras. Utilizando-sedaavaliaçãocomoferramentaparamelhorarsuaatuaçãodireta sobre o público-alvo esobre o processo de gestão interna, alémde ser utilizadacomo estratégiaparacaptação derecursosedivulgação deseu trabalho(CHIANCA, 2001, p.19). Tais iniciativastêmcontribuído como acúmulo de conhecimento naárea. De qualquer forma, aindasão ações relativamente novas. Conforme afirma Reis (1999) citado por Manfredini (2005), o sentido da avaliaçãoésuautilizaçãocomomeiodeaperfeiçoarprojetosexistentes, suaexecução eseuplanejamentofuturo, tendocomocontra-partidasuacontribuiçãoaosobjetivos institucionais. Neste sentido, deve ser umexercício permanente e, acimade tudo, comprometido com as repercussões ao longo de sua realização. Para alguns autores tais como Chianca (2001), Marino (1998), Armani (2001), a avaliação de políticas e programas consiste, basicamente, em formular perguntas precisas sobre um ou vários aspectos que podem estar associadas ao planejamento, suaexecuçãoouseusresultados. Empregandoprocessosdeavaliação, poderemos obter informações importantes para conhecer melhor as necessidades e a percepção dos usuários/beneficiários, testar a viabilidade de seus projetos certificar-se de que as ações desenvolvidas levarão ao alcance dos resultados previstos, ou ainda, conhecer e mensurar o impacto de suas ações. Ao mesmo tempo, Jannuzzi (2003, p.32) nosdiz que“cadaaspecto deumapolíticapública– recursos empregados, métodos de alocação de recursos, resultados – deve ser avaliado atravésdeindicadoresadequados”. Ou ainda, segundo CostaeCastanhar (2003), para a avaliação ou, mensuração do desempenho de programas se faz necessário definir medidas(critérios deavaliação) quedespertamumemaranhado conceitual que obstacularizam seu uso freqüente como ferramentas gerencia no setor públicos. Tais critérios seriam: eficiência; eficácia; impacto (ou efetividade); sustentabilidade; analisecusto-efetividade; satisfaçãodosbeneficiárioseequidade. Assim, existem pesquisadores que defendemo mínimo de estruturação e outros, um maior grau de estruturação. Sejacomo for, avaliar é sempre umdesafio. O primeiro desafio se refere a encontrar a justa medida entre aspectos qualitativos e aspectos quantitativos para avaliação. Outro desafio é a escolha dos instrumentos de avaliação que como nos lembra Ferrari (1982), além de servirem como registro das conclusões a que a avaliação chegou, podem ser utilizados para que estas informações sejam
  • 7. 153A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 socializadas junto a outras áreas, parceiros e públicos direta ou indiretamente envolvidos. E, por fim, aindaháquedefendacomo Fernandéz-Ballesteros(1995) e Sen (2000) de que a maior dificuldade na avaliação, está na necessidade nem sempre atendida, do Estado manter uma relação mais transparente e participativa com a sociedade embora tenha uma participação fundamental na proteção das capacidades democráticas. Tambémdevemosconsiderar queagênciasinternacionaistaiscomooBanco Interamericano de Desenvolvimento (BID) propõe – e às vezes impõem, como preferem afirmar alguns – que a avaliação das políticas públicas deva levar consideração, características tais como estabilidade; adaptabilidade; coerência e coordenação; qualidade da implementação e da aplicação efetiva; a consideração dos interesses públicos e a eficiência (BID, 2007, p.17). 1.2 AVALIAÇÃO EM POLÍTICASEPROGRAMASEM SEGURANÇA PÚBLICA Foi em meados dos anos 1970 que a violência tornou-se uma questão intelectual noBrasil, masatépoucotempoasegurançapúblicaeraumtematratado quase exclusivamente sob as óticas jurídicas – os criminalistas – militar, em uma perspectiva normativa e fragmentada. Como objeto privilegiado de estudos das ciências sociais a segurança pública assume contornos, obtendo até pouco, um relativo consenso entre os pesquisadores dessa área sobre a legitimidade do monopólio, pois seria provavelmente a única esfera de atuação do Estado acerca do qual há algum consenso entre os pesquisadores das ciências sociais já que seriaumaatividade revestidade dinâmicas próprias e orientada naperspectivada ordem. (KANT LIMA, MISSE, MIRANDA, 2000; ADORNO, 2002), entretanto, mesmo essa tese já vem sendo questionada por estudos de uma nova geração de intelectuaisdedicadaaotema, atravésinclusivedatrajetóriadosseusdesbravadores. Valeressaltar, queno Brasil, cercade10 mil dissertações etesessobresegurança foramdefendidos desde 1983. Paraalguns, asreflexõessobreaproduçãodospesquisadoresdesegurança públicanoBrasil enomundoseriamrecentes, nãonospermitindofalar, por exemplo, num conhecimento histórico ou historiografia da segurança pública (ARRUDA e TENGARRINHA, 1999). De qualquer modo, ainda pode ser definido como um campodeconhecimentoemconstruçãoemultifacetadoasemelhançadeum“amplo mosaico commuitos espaços vazios”(COSTA e BRISOLLA, 2010, p. 13). Desse modo, aindapodemos afirmar que muito se faz necessário no que tange as avaliações de políticas e programas no campo da segurança pública. Na atualidade, uma das vias mais comum em se tratando de políticas de prevenção à violência, bem como de defesa e garantia de direitos, se vincula a questão daeducação.
  • 8. 154 A R TI G O Tempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 Assim sendo, consideraremos os programas aqui referidos, dentro das políticaspúblicasdeEducaçãoem/paraDireitosHumanoscomobjetivoaprevenção à violência e, portanto no campo de segurança, como processos em fluxo numa AvaliaçãodeProcessoquevisaacompanhar eavaliar aexecuçãodosprocedimentos de implantação e execução. Essa modalidade de acompanhamento e avaliação investigasistematicamenteo desenvolvimento de políticaspúblicas visando medir acoberturado programa, estabelecer o grau emque estáalcançando apopulação beneficiária e, principalmente, acompanhar seus processos internos, constatando possíveis defeitos na elaboração dos procedimentos, identificando barreiras e obstáculos à sua implementação. Aguillar e Ander-Egg (1994) ressaltam que na avaliação sistemática faz- se necessário que os procedimentos utilizados cumpram certos requisitos de confiabilidadeevalidade, afimdequeosresultadosdaavaliaçãosejamjustificáveis e o mais objetivos possíveis, trata-se de julgar, aplicando conhecimentos e regras do método científico. Neste caso, se pretende julgar as conquistas e seu nível de obtenção como conseqüência de um determinado projeto político-pedagógico, verificandoejulgandoaracionalidadedaação, medindoaconsecuçãodosobjetivos emetaspreviamenteestabelecidoseacapacidadedealcançá-los. Dessemodo, “... a avaliação que se propõe é concebida como problematização, questionamento e reflexãosobreaação, indoalémdeumacoletadeinformações, envolvendoaspectos humanos, políticos, sociais, culturais e contextuais”(ROCHA 1995, p.12). 2A REALIDADEEM 3D 2.1UMCONTEXTO CONTEMPORÂNEOPARA A PREVENÇÃO EO CONTROLE SOCIALDASAÇÕES O Estado brasileiro constantemente é acusado por organizações civis nacionais e internacionais de aviltar e ferir os preceitos dos direitos, ao mesmo tempo, nas últimas duas décadas vem se colocando como promotor de políticas quevisemrestabeleceremdireitos, taiscomo o direito aSegurançaPública, coma prevençãodaviolência. NasduasultimasdécadasaçõesnasformasdeProgramas, paraprevençãoàviolência, foramincrementadascomopautasdasPolíticasPúblicas no Brasil e, simultaneamente na Bahia. No caso dos Programas específicos aqui abordados, são: o Progredh (Programa de Educação em Direitos Humanos), o Proerd (Programa Educacional deResistênciaàsDrogaseàViolência) eoProgesp(ProgramadeEstudos, Pesquisas e Formação em Políticas e Gestão de Segurança Pública). Nossocontatocomarealidadedosprogramasdepolíticaspúblicasvoltados paraprevençãoàviolênciaatravésdaeducaçãoemeparaDireitosHumanos, adveio
  • 9. 155A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 de nossa inserção nesses programas na condição de pesquisadoras, docentes e gestoras, portanto, o trabalho éfruto deobservação direta, deanálise documental e daanalise de depoimentos. As ações supracitadas são iniciativas do Estado junto à sociedade baiana queapresentasituaçõesdesafiadorascomo aperversadesigualdadesocial inserida numa complexa diversidade cultural e ainda arraigadas num contexto de tradição daculturapolíticapaternalistapredominantenaregiãoNordesteeespecificamente na Bahia. Ao mesmo tempo, são ações advindas de um discurso conclamador de um modelo político-administrativo que evoca a democracia representativa e participativacomaredistribuiçãodasresponsabilidadessociais, ondeacomunidade deveser incorporadanagestãodaspolíticaspúblicas, alémdoreal empoderamento dos atores envolvidos. Eles nos permitem a reflexão sobre avanços e fragilidades, tais como, dentre outros: sobre a responsabilidade compartilhada na formulação e execução deaçõesdeprevençãoàviolência; sobreaespecificidadedaprevençãonocontexto social/universo da infância e adolescência e, sobre os tipos de sociabilidades desenvolvidas nos cursos dessas ações. Dessemodo, nosparecequeavaliar Programasparaprevençãodaviolência através daEducação em/para Direitos Humanos, que como recomendação devem trazer por principio, uma proposta de ação educativa e prática pedagógica inter- cultural, interdiscursiva, interdisciplinar e articuladora de igualdade e diferença como uma exigência do momento, deve nos permitir a constatação de suas limitações, bemcomo, podeapontarsuaspotencialidades, aindanãosuficientemente exploradas. Afinal, esses Programas devem apresentar, um projeto pedagógico e segundo Moreto (1999), “todo projeto pedagógico tem de ter três pilares: os fundamentos éticos-políticos, os fundamentos epistemológicos e os fundamentos didático-pedagógicos”, quecremospassiveisdeidentificaçãojáqueosfundamentos éticos-políticos equivalem aos valores; os fundamentos epistemológicos referem- seaoconhecimentoeosfundamentosdidático-pedagógicosreferem-seàsrelações eos métodos. Nesse sentido, acompanhar, conhecer e avaliar Programas de Educação em/para Direitos Humanos que visem à prevenção da violência, é buscar compreendercomodefatovemserealizandoaalquimianecessáriadosfundamentos para sua eficácia (medida do grau em que o programa atinge seus objetivos e metas), investigandosistematicamente, comvistasamedir acoberturadoPrograma, estabelecendo o grau em que está alcançando a população beneficiária e, principalmente, acompanhando seus processos internos.
  • 10. 156 A R TI G O Tempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 2.2 TRÊSEXPERIÊNCIASBAIANASDEPROGRAMAS OProgredh(ProgramadeEducaçãoemDireitosHumanos)foi umprograma cujo projeto interinstitucional objetivou aredução daviolênciaeevasão escolar e, o fomento de uma cultura de paz através do respeito aos Direitos Humanos nas escolas. Para tanto, o Programa atuou na capacitação dos alunos em temas relacionados aos Direitos Humanos, trabalhando com uma metodologia voltada para a formação de multiplicadores. O Programa esteve sob a coordenação do NUDH (Núcleo dos Direitos Humanos e Articulações com os Movimentos Sociais) do Ministério Público do Estado da Bahia. Na ocasião o referido Núcleo, contava com a coordenação da promotora de Justiça titular da 9ª Promotoria de Justiça da Cidadania, Dra. Márcia Virgens e foi o responsável pela elaboração e coordenação do Progredh e contava com as professoras Nadia Cardoso, Cristina Ribas e Terpsychore Quirino, como coordenadoras pedagógicas. Nagestão do Programaaindaesteve, aFesmip (Fundação EscolaSuperior do Ministério Público) e a parceria com a Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC/PMS), através do técnico Manoel Vicente da Silva Calazans, coordenador de Ensino e Apoio Pedagógico da SMEC, e dos técnicos do órgão, Marilda Ferri, Luciene Costa, Helena Teonilla e Jorge Luiz Cardoso. Por essadescrição, aprimeiracaracterísticaaser destacadaéonecessário esforço na parceira intra e interinstitucional para a execução de uma ação dessa natureza. O Programa contou ainda com o apoio de instituições importantes da sociedade baiana, como o Mosteiro e a Faculdade São Bento (cujas instalações serviram para a realização da maioria das ações) e do Instituto Cultural Steve Biko, “fundado em Salvador/Bahia, em 31 de julho de 1992, por iniciativa de professoreseestudantesnegrosenegrasquedeformapioneiracriaramo primeiro curso pré-vestibular voltados para negros no Brasil “ (site institucional, 2012). AparceriacomoInstitutoSteveBikodeu-seemfunçãodesuajáacumulada experiênciacomouniversoinfanto-juvenil, tendooreconhecimentodoseutrabalho já contemplado inclusive com o Premio Nacional de Direitos Humanos (1999), concedido pelo Ministério da Justiça, através da Secretariade Direitos Humanos. O Progredh foi constituído como um projeto piloto, realizado entre os meses de abril de 2006 e agosto de 2008. Foi pensado inicialmente para atender a 300 estudantes da 5ª a 8ª série do ensino fundamental da Rede Pública Municipal de Salvador, mas conseguiu
  • 11. 157A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 capacitar cercade215alunos, comidadeentre14 e17anos, oriundosde25escolas públicas municipais de diversos pontos da cidade. Os alunos do Progredh participaram das atividades no turno oposto ao que estavam matriculados nas escolas e receberam uma bolsa-auxílio mensal no valor R$ 100,00 além de auxílio-transporte para o deslocamento até o local das aulas. Foram desenvolvidas atividades de formação sócio-educativa, através de cursos, palestras, trabalhos em equipes, seminários, visitas às unidades do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Magistratura, além de encontros com promotores de Justiça. O Programa teve como uma das suas metas implantar na rede pública municipal deensino, 26CentrosdeEducaçãoemDireitosHumanos, em26escolas públicas municipais de 5ª a8ª séries do ensino fundamental para acapacitação, o queconcretamentenão seefetivou. Por suavez, o Proerd ( ProgramaEducacional deResistênciaàs Drogase àViolência) temcomo baseo D.A.R.E. (Drug AbuseResistanceEducation), efoi criadopelaProfessoraDra.RuthRich, emconjuntocomoDepartamentodePolícia dacidade de LosAngeles (EUA) e 1983. Instituídoemoutrospaises, chegouno Brasil em1992, inicialmenteatravés daPoliciaMilitar doEstadodoRiodeJaneiro, hojeseencontraemtodosos estados brasileiros. A ação é considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das mais eficientes no envolvimento dos jovens ao combate e prevenção às drogas. Previsto para se desenvolver nas Escolas Públicas e Particulares no 5º ano e 7º ano do Ensino Fundamental, na educação infantil (Proerd Kids) e para adultos com o Proerd para pais. Sua metodologia consiste na presença de um policial fardado na escola uma vez por semana, acompanhado do professor da turma. O policial deve ser voluntário e os policiais que se interessampassam por umcurso de capacitação Cadaencontrocomosestudantestemumahoradeduração. Todoo mate- rial apresentado foi copilado numa cartilha em 17 lições (e 17 semanas) de 60 minutos para distribuição entre os alunos. Além dasua presença física emsala de aula como educador social, deve propiciar um elo de ligação na comunidade escolar em que atua, fortalecendo o trinômio: Policia Militar, Escola e Família. O objetivo é transmitir uma mensagem de valorização à vida, e da importância de manter-se longe das drogas e da violência. No Proerd Pais, é reforçadaaimportânciadaafetividade edasupervisão dosfilhospelos pais. Após quatro meses de curso as crianças recebem o certificado Proerd, ocasião que
  • 12. 158 A R TI G O Tempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 prestamocompromissodemanterem-seafastadoselongedasdrogasedaviolência. O Proerd Pais é composto de cinco encontros de aproximadamente duas horas. Hoje, o Proerd é considerado um braço do Território da Paz, que é um programa federal. Não abrange apenas ações de segurança pública as também açõesgovernamentaisnasáreasdesaúde, infra-estrutura, educação e, apartir daí, também trabalha com segurança pública. NaBahia, o Proerd foi implantado desde 2003sob aresponsabilidade da Secretaria da Segurança Pública e realização pela Policia Militar, com turmas de duração de 17 semanas, trabalha a questão da prevenção às drogas e que vem ao longo do seu desenvolvimento, incorporando umdiscurso sobredireitoshumanos. Antes de se reunirem com os jovens, os militares voluntários se reúnem comosrepresentantesdaDirec (DiretoriaRegional deEducação) e comospaise apresentam a proposta do Programa. EmtodaaBahia, são 216 policiais militares envolvidos voluntariamente e umaúnicapedagogaacompanhaostrabalhos. Desde2003, aproximadamente180 mil alunosforamformadospeloProgramanoestado. Somentenoprimeirosemestre, em Salvador, o Programa envolveu estudantes dos bairros Pernambués, Uruguai e Ribeira. Atualmente, a iniciativa está sendo executada em 16 bairros da capital baiana, alémdemunicípios daregião metropolitanacomo SimõesFilho, Candeias e Camaçari e hoje se estende ao município de Feira de Santana, onde estabelecimentos de 17 bairros foram beneficiados. Segundo o coordenador estadual do Proerd, capitão PM Elsiman Leão, os resultados práticos estão sendo alcançados: Emdadosjácopilados, tivemose2010, 26mil alunosnoprimeirosemestre e cercade 30 mil no segundo semestre. Já temos resultados concretos baseadosempesquisasemespecializaçãoemsegurançapúblicaindicando quemaisde70%decriançasqueparticiparamdoprogramanãofizeramuso deentorpecentesoudeixaramdeusardroga. Ascriançasqueseformamse tornammultiplicadorasdoconhecimento. Finalmente, o Progesp (Programa de Estudos, Pesquisas e Formação em PolíticaseGestãodeSegurançaPública),constitui-senaconstruçãoenaarticulação dos saberes, na área de política e gestão de segurança pública, produzidos por instituições universitárias e órgãos do sistema de segurança pública e justiça criminal. De tal modo, a perspectiva desse programa é consolidar, através da produção de estudos e pesquisas, e pela formação qualificada dos profissionais queatuamnaáreadesegurançapúblicaejustiçacriminal, umaparticipaçãoefetiva nas problemáticas locais de segurança da sociedade.
  • 13. 159A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 Define-se como um programa meta-sistema da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que integra atividades de ensino, pesquisa e extensão, em nível de graduação e pós-graduação, apoiado financeiramente pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça - SENASP/MJ/ - Departamento de Pesquisa, Análise de Informação e Desenvolvimento de Recursos Humanos em Segurança Pública / Coordenação - Geral deEnsinoepelaFundaçãodeApoioàPesquisadoEstadodaBahia- FAPESB. Constitui a primeira iniciativa de programa nucleador na Bahia, referenciando o Polo I - Nordeste - em Políticas e Gestão emSegurança Pública, previsto nas diretrizes do governo federal, representando umesforço concreto de interação entreaUniversidadeFederal daBahiaeasdiversasinstânciasdo sistema de segurança pública e justiça criminal, de acordo com orientações contidas no documento da“Matriz Curricular Nacional paraaformação emSegurançaPública” da Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP/MJ. Três eixos compõem a ação do Progesp: (i) pesquisa, inclusive com manutenção de uma grupo de pesquisa junto ao cnpq, denominado Políticas e GestãodeSegurançaPública; (ii) extensão, quebuscaestabelecerumacomunicação horizontalizada com a sociedade, a partir da criação de espaços coletivos de de- batesediscussõessobretemáticasrelevantesàárea, como exemplo aorganização dosseminários taiscomo: o Seminário Internacional sobreoUso daForçaPolicial e o Seminário Internacional sobre Crime Organizado e Estado de Direito e (iii) formação, cujaações jácontribuíramcomcercade 250 profissionais vinculados a segurança pública e que mantêm em curso duas especializações, a saber: Especializa ªo emPol ticaseGestªo emSeguran aPœblica- I CEGESPe EspecializaçãoemPrevençãodaViolência, PromoçãodaSegurançaedaCidadania e umaturmade Mestrado Profissional emSegurançaPublica, Justiçae Cidadania. 2.3 ALGUMASINFERÊNCIASSOBREPROGREDH, PROERD EPROGESP Consideraremos nessas breves inferências, os Programas inseridos nas políticas públicas de prevenção a violência dentro do contexto da Educação em/ para Direitos Humanos, como um processo em fluxo, pretendendo desse modo, uma Avaliação de Processo que visa acompanhar e avaliar a execução dos procedimentosdeimplantaçãoeexecução. Essamodalidadedeacompanhamentoe avaliação investiga sistematicamente o desenvolvimento de políticas públicas visandomedir acoberturadoprograma, estabelecer ograuemqueestáalcançando a população beneficiária e, principalmente, acompanhar seus processos internos, constatando possíveis defeitos na elaboração dos procedimentos, identificando barreiras e obstáculos à sua implementação.
  • 14. 160 A R TI G O Tempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 Os casos aqui abordados apresentaram alguns avanços, com também inúmeras fragilidades. Sobrearesponsabilidadecompartilhadanaformulaçãoeexecuçãodeações - no caso Progredh, aarticulação de instituiçõeslocaisseguecomalgunsentraves tais como os fluxos e ritmos da administração pública, muitas vezes não pari passu, com o mesmo para as Ongs e/ou instituições particulares parceiras. No caso do Proerd o fluxo das ações corre com mais facilidades. O Progesp por sua vez conta com entraves institucionais, nesse caso as instituições devem estar propensasao estabelecimento deparceriasedependedelasfacultar aparticipação dos agentes de segurança, dos operadores do sistema etc e isso nemsempre tem acontecido. A propósito da especificidade da prevenção no contexto social/universo da infância e adolescência e sobre os tipos de sociabilidades desenvolvidas nos cursos dessas ações – antes de ais nadaé preciso ressaltar, que o jovem possui o “espírito”de querer respostas rápidas, objetivas e temo “critério da verdade pela argumentação”. Parao policial, habituado como “critério daautoridade”, quando, por exemplo, abordaumjovemougruposdejovenseessesqueremsaber“porquê?”, isso pode ser compreendido pelo agente policial como uma ofensa. Assim, aqui temos um caso emblemático, que se trata do Proerd, nele, a figura do policial fardado já impõe certo distanciamento entre os policias e a população ais jovem. Fato interessante no Proerd baiano é sua quase que totalidade de voluntários seremdepoliciaismulheres, muitasinclusivecomformação emeducação ealgum nível, ficaumaquestão: o sucesso do Proerd estarialigado tambémaessavariável que foi sua feminilização no que tange aos instrutores?O que ajudaria a quebrar as barreiras de aproximação entre civis e militares. Por outro lado, o Progredh durante seu desenvolvimento contou com colaboradores muito diversificados, de professores universitários, a militantes de direitos humanos, policiais civis e militares, promotoresdentreoutros, issosignificadizer quecomasmaisdiferentes e diversificadas formas de abordagens etc. Finalmente, quantoagestãoeexecução deaçõesdeprevençãoàviolência: no programadenominado Progesp, o maior embate temsedado naconstrução de umaterceiravisão sobreaproblemáticadaviolênciaeagestão dasegurança, uma vez que academia e agentes de seguranças, nem sempre comungam das mesmas idéias sobre causas e efeitos da violência, entretanto, não se pode descartar os avançosjásentidoseosimpactosdo programasobrearealidadeecomo exemplos citamos a procura das associações de categorias de profissionais da segurança pública para o oferecimento de novas vagas nas novas turmas.
  • 15. 161A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS Como consideraçõesfinais, gostaríamosde destacar quecertamente num breve artigo como esse nadapôde ser devidamente aprofundado. De tal modo, como propósito mais geral, este artigo postulou apresentar asprimeirasreflexõesdentrodeumaagendadeestudosquevemsendodesenvolvida no intuito de avaliar os programas em foco aqui. Não obstante, aqui se comunga, sem aportar no seu positivismo, com aquilo queapontaBobbio (2004) sobreofato dequeno avanço dademocracia, as regrasdojogodevemser amadurecidascomprovasecontraprovasparasetornarem mais elaboradas do que as regras de outros sistemas. O significa também dizer, refletir teoricamente todas as dimensões das ações coletivas em manifestações e protestos nos espaços públicos. NOTAS *CientistaSocial. EspecialistaemDireitosHumanoseCidadania, comênfaseemSegurança Pública. MestraemSociologia. Doutorandado ProgramadePós-GraduaçãoemCiências SociaisdaUniversidadeFederal daBahia. DocentedaUniversidadedo Estado daBahia. Pesquisadorado ProgramadeEstudos, Pesquisas eFormação emPolíticaseGestão de SegurançaPública- PROGESP. DocentedoscursosdePolíticasedePrevençãodaSegurança PúblicadaRedeNacionaldeAltosEstudosemSegurançaPública-RENAESP,naUFBA.Professora ColaboradoradoMestradoProfissional emSegurançaPública, JustiçaeCidadaniadaUFBA (DepartamentodeSociologia- PROGESP- LASSOS- LAVISSeFaculdadedeDireito). Líder dogrupodepesquisajuntoaoCNPq. TeoriaSocial eProjetoPolítico-Pedagógico. Contacto: cleide.magali@ufba.br./cmsantos@uneb.br./ cleidemagalisantos@gmail.com **ProfessoradaUniversidadeFederal daBahia-UFBA. CoordenadoraePesquisadorado ProgramadeEstudos, PesquisaseFormaçãoemPolíticaseGestãoemSegurançaPública– PROGESP. DoutoraemSociologiaEconômicaedasOrganizações/UTL/InstitutoSuperiorde EconomiaeGestãoISEG/Portugal. CoordenadoradoMestradoemSegurançaPública, Justiça eCidadania- UFBA/FaculdadedeDireito. CoordenadoradosCursosdaRedeNacional de AltosEstudosemSegurançaPública- RENAESP, SecretariaNacional deSegurançaPública- SENASP, MinistériodaJustiça,MJ, naUFBA. MembrodaComissãoOrganizadoradaPrimeira ConferênciaNacional deSegurançaPública- 1ª. CONSEG. Líder doGrupodePesquisano CNPq Políticas e Gestão e Segurança Pública. Contato: ivoneco@ufba.br/ ivonefcosta@yahoo.com.br.
  • 16. 162 A R TI G O Tempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADORNO, Sérgio. Omonopólioestatal daviolêncianasociedadebrasileiracontemporânea’In. Oqueler naciênciasocial brasileira1970-2002. VolumeIV. OrganizadoporSérgioMiceli. 2002. Dispon vel http://www.nevusp.org/portugues/ index.php?option=com_content&task=view&id=950&Itemid=96 AGUILAR, Maria José e ANDER-EGG, E. Avaliações de Serviços e Programas Sociais. Petrópolis: Vozes, 1994. ARMANI, Domingos. Como elaborar projetos?GuiaPrático paraElaboração eGestão de ProjetosSociais. PortoAlegre: TomosEditorial eAmencar, 2001. ARRUDA, José Jobson; TENGARRINHA, José Manuel. Historiografia luso-brasileira contemporânea. Bauru: EDUSC, 1999. BENEVIDES, MariaVictória. Democraciadeiguais, masdiferentesInBORBA, Ângelaet al. (orgs.). Mulher ePolítica. SP: PerseuAbramo, 1998. BANCO INTERAMERICANO DEDESENVOLVIMENTOeDAVID ROCKEFELLERCEN- TERFOULATIN AMERICASTUDIES. Apolíticadaspolíticaspúblicas:progressoeconômico esocial naAméricaLatina: relatório2006.WashingtonD.C. /RiodeJaneiro: Elsevier, 2007 BOBBIO, Noberto. AEradosDireitos. RiodeJaneiro: Campos, 1992 BRASIL.PlanoNacional deEducaçãoemDireitosHumanos.Brasília:SEDH/PR, MEC,Ministério daJustiça, UNESCO,2006. CHIANCA, Thomaz. Avaliando Programas Sociais: Conceitos, Princípios e Práticas. In DesenvolvendoaCulturadeAvaliaçãoemOrganizaçõesdaSociedadeCivil. SãoPaulo: Globa/: FondodeCulturaEconómicadeArgentina. S.A: Buenos Aires, 2001. COMPARATO, FabioKonder. Paraviverademocracia. SãoPaulo: Brasiliense, 1989. COSTA, Frederico LustosaeCASTANHAR, JoséCezar. Avaliação deprogramaspúblicos: desafiosconceituaisemetodológicosInRevistaRAP. RiodeJaneiro37(5), p969-992, set/out, 2003. COSTA, IvoneFreire; BRISOLLA, RicardoBalestreri.(orgs)SegurançaPúblicanoBrasil: um campodedesafios. Salvador:EDUFBA, 2010. DALLARI, Dalmo. DireitosHumanoseCidadania. SãoPaulo: Moderna, 2004. FERRARI, A. T.MetodologiadaPesquisaCientífica. SãoPaulo: Mac-Hill doBrasil, 1982. FERNANDÉZ-BALLESTEROS,Rocio.EvaluacióndeProgramas.UnaGuiaPrácticaenÁmbitos Sociales, EducativosedeSalud.Editorial SíntesisS.A: Madrid, Espanha, 1995. LIMA,RobertoKant;MISSE,Michel;MIRANDA, AnaPaula. Violência, Criminalidade,Segurança Pública e Justiça Criminal no Brasil: Uma Bibliografia. Revista Brasileira de Informação BibliográficaemCiênciassSociais-BIB. RiodeJaneiro,n. 50.2semestresde2000. p.p5-167
  • 17. 163A R TI G OTempo daCiência volume 19 número 37 1º semestre 2012 MANFREDINI, Cíntia. AParticipaçãoComunitárianoProcessodeDesenvolvimentoLo- cal: umestudonobairrodosMarins. Dissertação(MestradoemGestãoeDesenvolvimento Regional doDepartamentodeEconomia,ContabilidadeeAdministração)Taubaté:Universidade deTaubaté, 2005.147f. MARINO, Eduardo. Manual deAvaliaçãodeProjetosSociais. SãoPaulo, IAS- Pedagogia Social, 1998. ONU. DeclaraçãoUniversal dosDireitosHumanos, 1948. PNUD.AgendadeDesenvolvimentoHumanoesustentável paraoBrasil doséculoXXI.Programa Regional deEstratégiasdeDesenvolvimentoLocal. ProjetoPNUD – BRA/98/071. Relatório Final: Athalaia,PE, 2000. REIS, LilianedaCosta. AvaliaçãodeprojetoscomoinstrumentodegestãoIn: REIS, Lilianeda Costa, Apoioàgestão. RiodeJaneiro: Rits, 1999. ROCHA,NíveaMariaF.AvaliaçãodeCurso:umapropostaemconstrução. Salvador.(Dissertação MestradoemEducaçãodaFACEB/UFBA), 1995. SANTOS, Boaventura S. Umaconcepçãomulticultural dosdireitoshumanosInRevista Lua Novano. 39, 1997. SANTOS, Edvalter S. EducaçãoeSustentabilidadeInRevistadaFAEEBA, Salvador:UNEB,v.11, n.18,, pp. 259-279,jul/dez. 2002. SEN, Amartya. DesenvolvimentocomoLiberdade. SãoPaulo: CompanhiadasLetras, 2000. SIME, L. Educación, personayproyectohistóricoInMAGENDZOA.EducaciónenDerechos Humanos. Chile: CorporaciónNac.ReparaciónyReconciliación/ PIIE,1994. UNESCO.Educação: umtesouroadescobrir. RelatóriodaComissãoInternacional sobreEducação paraoséculoXXI, presididapor JacquesDelors. Brasília:UNESCO/ SP: Cortez, 2000 Artigorecebidoparapublicaçãoem30 dejulhode2012