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Crise Hipertensiva
Ambulatório de Doença Cardiovascular
Hipertensiva Grave – UDAC / HUPES / UFBa
Dr. Cristiano Macedo
Sessão de Emergências
Médicas do HGRS
Mortalidade CV
(45-69 anos)
Hospitalizações por DCV
VII Diretrizes Brasileiras de HAS
Homens
Mulheres
Dados Epidemiológicos
< 1% dos pacientes hipertensos
> 1 episódio de emergência hipertensiva
0,65% dos atendimentos UE
> de 25% dos indivíduos grande centro urbano de
emergência
+ frequente HAS primária que não adotam tratamento
adequado
Dados Epidemiológicos
Crise Hipertensiva
Aspectos Multifatoriais da Patogênese
da Hipertensão Arterial
Genético
Ambiental
Anatômico
Adaptativo
Neural
Humoral
Endócrino
Hemodinâmico
Ciclo Vicioso da Hipertensão
Adaptado de Opie LH. Angiotensin-Converting Enzyme Inhibitors. Scientifica Basis for Clinical Use.
2nd ed. New York, NY: Wiley-Liss, Authors' Publishing House. 1994: Fig. 10-5:246
HAS – Lesão de Órgãos Alvo
PA X Fluxo cerebral
PA X Fluxo cerebral
HA
GRAVE
Dano Endotelial
Deposição Plaquetária
e de Fibrina
Vasoconstrição
Proliferação
Miointimal
Isquemia de
OA
Necrose Fibrinóide
Arteriolar
Perda da
Autoregulação
Liberação de
Substâncias
Vasoativas
Crises Hipertensivas
Crise Hipertensiva
Elevação rápida, inapropriada, intensa e
sintomática da pressão arterial, com ou sem
risco de deterioração dos órgãos-alvo, que
pode conduzir a um risco imediato ou
potencial de vida. Os níveis tensionais estão
elevados, levando-se em consideração a
pressão arterial diastólica, geralmente
>120 mmHg
Martin, José Fernando Vilela, Higashiama, Érika, Garcia, Evandro et al. Perfil de crise
hipertensiva: prevalência e apresentação clínica. Arq. Bras. Cardiol., Ago 2004, vol.83,
no.2, p.125-130.
Emergência X Urgência
X Pseudocrise
Urgência = elevação sintomática da PA sem
lesão em orgãos-alvo
Emergência = deterioração rápida de
órgãos-alvo e risco imediato de vida
Pseudocrise = pressão arterial muito
elevada em indivíduos oligossintomáticos ou
assintomáticos
Crise Hipertensiva
Emergência Hipertensiva
Aumento da PA que requer imediata redução das
cifras tensionais devido ao risco iminente de morte,
lesão aguda ou progressão de lesão em algum órgão
alvo.
Urgência Hipertensiva
Aumento da PA sem sinais de risco iminente de
morte, lesão aguda ou de comprometimento de
órgão alvo. Requer redução da PA de forma gradual.
Crise Hipertensiva
Pseudocrise Hipertensiva
Elevação da PA, em indivíduos previamente
hipertensos ou não, assintomática ou associado a
sintomas inespecíficos, estresse emocional ou outras
patologias não cardiovasculares, sem sinais de risco
iminente de morte, lesão aguda ou de
comprometimento de órgão alvo. Requer tratamento
da condição desencadeante / sintomáticos e
tratamento ambulatorial da HAS quando indicado
Avaliação do Paciente com HAS
na Sala de Emergência
• Como está a pressão arterial?
Como foi medida?
• Porquê está elevada?
• Qual o risco?
Avaliação: Anamnese e
Exame Clínico
 Medida da PA (ambos MMSS e MMII)
 Pulsos periféricos
 Sistema Cardiovascular
 Abdomen: massas, sopros, pulsações aórticas
 Fundo de olho
http://www.ncoptometry.com/Retina/Hypertension.asp
 Hemorragia intra-retinal, “cotton-wool spots”(pontos em
lã de algodão), exudato lipídico, e edema macular.
FUNDO DE OLHO
Sintomas e Sinais de Alerta
Neurológicos Cardiológicos Renais
Rebaixamento da
consciência
Dor torácica
isquêmica
Presença de edema
recente
Sinais focais
(localizatórios)
Dor torácica intensa
Diminuição de volume
urinário
Cefaléia súbita
intensa
Dispnéia Hematúria
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Congestão pulmonar Proteinúria
Alterações agudas no
fundo de olho
Presença de 3a. bulha
Elevação dos níveis de
creatinina
Avaliação: Anamnese e
Exame Clínico
Hospital Admissions for Hypertensive Crisis in
the Emergency Departments: A Large
Multicenter Italian Study
Pinna G, Pascale C, Fornengo P, Arras S, Piras C, et al.
PLoS ONE 9(4): e93542. Apr 4 2014
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Perfil de crise hipertensiva: prevalência e
apresentação clínica
Martin, José Fernando Vilela, Higashiama, Érika, Garcia, Evandro et al. Arq. Bras.
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Deteriorização de Órgãos Alvo
Cerebrovascular
Encefalopatia Hipertensiva
Enxaqueca
Nauseas e Vômitos
Distúrbios Visuais
Confusão
Fraqueza
Desorientação
Sinais Focais
Ansiedade
Retinopatia
Papiledema
Ocorre falência da autoregulação do fluxo cerebral
EDEMA CEREBRAL
Diferencial com HSA, Tumores, Vasculites e Encefalopatias
Deteriorização de Órgãos Alvo
Cardiovascular
Insuficiência Coronariana Aguda
Angina Instável
Infarto Agudo do Miocárdio
Insuficiência Cardíaca
Disfunção Diastólica
Disfunção Sistólica
Edema Agudo de Pulmão
A PA elevada é o
evento que
desencadeia
A hiperatividade
simpática contribui
Objetivo  redução
da PA
Aneurisma Dissecante de Aorta
Aneurisma Dissecante de Aorta
Hipertensão Maligna
Caracterizada por HA severa com
retinopatia grau IV
Lesões em órgãos alvo
Rins: proteinúria, hematúria, uremia
progressiva
As vezes associado a encefalopatia
hipertensiva, hemorragia cerebral e/ou
Falência de VE.
Arterite proliferativa e necrose fibrinóide
Rápida piora dos órgãos alvo
Rápida redução da PA com drogas IV
Deteriorização de Órgãos Alvo
Renal
O objetivo primordial do
tratamento da hipertensão arterial é a
redução da morbidade e da
mortalidade cardiovascular
do paciente hipertenso
VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
Tratamento
Crise Hipertensiva – Tratamento
Reduzir a PAM 25% na 1a hora
Não reduzir a PAD abaixo de 100 mmHg
Cuidado com as reduções rápidas e
exageradas
Se houver alterações neurológicas durante
o tratamento elevar a PA
Medicações por via Sublingual:
Absorção?
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Complicações
Crise Hipertensiva – Tratamento
Referências:
Karachalios GN. Hypertensive emergencies treated with oral clonidine. Eur J Clin
Pharmacol 1986; 31:227-9.
Biollaz J, Waeber B, Brunner HR. Hypertensive crisis treated with orally administered
captopril. Eur J Clin Pharmacol 1983; 25:145-9.
Karachalios GN, Donas G, Tsimiklis S, Stathakakis V. Treatment of hypertensive
emergencies with nifedipine. Int J Clin Pharmacol Ther Toxicol 1988; 26:351-5.
Bauer JH, Reams GP. The role of calcium entry blockers in hypertensive
emergencies. Circulation 1987; 75:V174-80.
Gales MA. Oral antihypertensives for hypertensive urgencies. Ann Pharmacother
1994; 28:352-8.
O'Mailia JJ, Sander GE, Giles TD. Nifedipine-associated myocardial ischemia or
infarction in the treatment of hypertensive urgencies. Ann Intern Med 1987;
107:185-6.
Ferguson RK, Vlasses PH. How urgent is "urgent" hypertension? Arch Intern Med
1989; 149:257-8
Furberg CD, Psaty BM, Meyer JV. Nifedipine. Dose-related increase in mortality in
patients with coronary heart disease. Circulation 1995; 92:1326-31.
Grossman E, Messerli FH, Grodzicki T, Kowey P. Should a moratorium be placed on
sublingual nifedipine capsules given for hypertensive emergencies and
pseudoemergencies? JAMA 1996; 276:1328-31.
Same effect of sublingual and oral Captopril in
hypertensive crisis
E. KARAKILIÇ, F. BÜYÜKCAM, G. KOCALAR, S. GEDIK, E. ATALAR
Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2012; 16: 1642-1645
Drogas nas Urgências Hipertensivas
Utilizar drogas por via Oral, reduzir PA 24h – dias.
Utilizar drogas por via Parenteral, reduzir PA em
minutos-horas, monitorização e internação em unidade
fechada.
Drogas nas Emergências Hipertensivas
Drogas nas Pseudocrises Hipertensivas
Hospitalizados
“Administrar Captopril / Nifedipino / Atensina
Sublingual (ou oral) se PAS> XX mmHg ou
PAD > YY mmHg”
“Frequência de prescrição de anti-hipertensivos
por via oral precedendo a elevação da pressão
arterial sistêmica em pacientes hospitalizados”
– Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2001 vol.
77(4), pags. 324-7.
Distribuição dos Pacientes nas Enfermarias
Clínicas e Cirúrgicas
Enfermaria
Clínica Cirúrgica
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de P
% Prescrição de MPEH* 14,3(117/818) 27,5(405/1468) <0,001
% Tipo de Droga como MPEH
<0,002
Nifedipina 89,7(105/117) 95,8(392/405)
Captopril 10,3(12/117) 3,2(13/405)
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% Uso AHM 66,7(78/117) 44,2(179/405) <0,001
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AHM com Nifedipina 63,8(67/105) 42,9(168/392) <0,003
AHM com Captopril 91,7(11/12) 84,6(11/13) 0,05
* MPEH=medicação pre-evento hipertensivo
 AHM=antihipertensivo para manutenção
Conclusões
Diferenciar Urgência, Emergência e
Psudocrise;
Estabelecer dx, riscos e benefícios;
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há uso desnecessário de medicações 
aumenta risco de efeitos adversos;
Sublingual: NÃO;
Emergências verdadeiras têm alta morbi-
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Crise Hipertensiva
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  • 1. Crise Hipertensiva Ambulatório de Doença Cardiovascular Hipertensiva Grave – UDAC / HUPES / UFBa Dr. Cristiano Macedo Sessão de Emergências Médicas do HGRS
  • 3. Hospitalizações por DCV VII Diretrizes Brasileiras de HAS Homens Mulheres Dados Epidemiológicos
  • 4. < 1% dos pacientes hipertensos > 1 episódio de emergência hipertensiva 0,65% dos atendimentos UE > de 25% dos indivíduos grande centro urbano de emergência + frequente HAS primária que não adotam tratamento adequado Dados Epidemiológicos Crise Hipertensiva
  • 5. Aspectos Multifatoriais da Patogênese da Hipertensão Arterial Genético Ambiental Anatômico Adaptativo Neural Humoral Endócrino Hemodinâmico
  • 6. Ciclo Vicioso da Hipertensão Adaptado de Opie LH. Angiotensin-Converting Enzyme Inhibitors. Scientifica Basis for Clinical Use. 2nd ed. New York, NY: Wiley-Liss, Authors' Publishing House. 1994: Fig. 10-5:246
  • 7. HAS – Lesão de Órgãos Alvo
  • 8. PA X Fluxo cerebral
  • 9. PA X Fluxo cerebral
  • 10. HA GRAVE Dano Endotelial Deposição Plaquetária e de Fibrina Vasoconstrição Proliferação Miointimal Isquemia de OA Necrose Fibrinóide Arteriolar Perda da Autoregulação Liberação de Substâncias Vasoativas Crises Hipertensivas
  • 11. Crise Hipertensiva Elevação rápida, inapropriada, intensa e sintomática da pressão arterial, com ou sem risco de deterioração dos órgãos-alvo, que pode conduzir a um risco imediato ou potencial de vida. Os níveis tensionais estão elevados, levando-se em consideração a pressão arterial diastólica, geralmente >120 mmHg Martin, José Fernando Vilela, Higashiama, Érika, Garcia, Evandro et al. Perfil de crise hipertensiva: prevalência e apresentação clínica. Arq. Bras. Cardiol., Ago 2004, vol.83, no.2, p.125-130.
  • 12. Emergência X Urgência X Pseudocrise Urgência = elevação sintomática da PA sem lesão em orgãos-alvo Emergência = deterioração rápida de órgãos-alvo e risco imediato de vida Pseudocrise = pressão arterial muito elevada em indivíduos oligossintomáticos ou assintomáticos
  • 13. Crise Hipertensiva Emergência Hipertensiva Aumento da PA que requer imediata redução das cifras tensionais devido ao risco iminente de morte, lesão aguda ou progressão de lesão em algum órgão alvo. Urgência Hipertensiva Aumento da PA sem sinais de risco iminente de morte, lesão aguda ou de comprometimento de órgão alvo. Requer redução da PA de forma gradual.
  • 14. Crise Hipertensiva Pseudocrise Hipertensiva Elevação da PA, em indivíduos previamente hipertensos ou não, assintomática ou associado a sintomas inespecíficos, estresse emocional ou outras patologias não cardiovasculares, sem sinais de risco iminente de morte, lesão aguda ou de comprometimento de órgão alvo. Requer tratamento da condição desencadeante / sintomáticos e tratamento ambulatorial da HAS quando indicado
  • 15. Avaliação do Paciente com HAS na Sala de Emergência • Como está a pressão arterial? Como foi medida? • Porquê está elevada? • Qual o risco?
  • 16. Avaliação: Anamnese e Exame Clínico  Medida da PA (ambos MMSS e MMII)  Pulsos periféricos  Sistema Cardiovascular  Abdomen: massas, sopros, pulsações aórticas  Fundo de olho
  • 17. http://www.ncoptometry.com/Retina/Hypertension.asp  Hemorragia intra-retinal, “cotton-wool spots”(pontos em lã de algodão), exudato lipídico, e edema macular. FUNDO DE OLHO
  • 18. Sintomas e Sinais de Alerta Neurológicos Cardiológicos Renais Rebaixamento da consciência Dor torácica isquêmica Presença de edema recente Sinais focais (localizatórios) Dor torácica intensa Diminuição de volume urinário Cefaléia súbita intensa Dispnéia Hematúria Presença de sinais meníngeos Congestão pulmonar Proteinúria Alterações agudas no fundo de olho Presença de 3a. bulha Elevação dos níveis de creatinina Avaliação: Anamnese e Exame Clínico
  • 19. Hospital Admissions for Hypertensive Crisis in the Emergency Departments: A Large Multicenter Italian Study Pinna G, Pascale C, Fornengo P, Arras S, Piras C, et al. PLoS ONE 9(4): e93542. Apr 4 2014
  • 20. Hospital Admissions for Hypertensive Crisis in the Emergency Departments: A Large Multicenter Italian Study Pinna G, Pascale C, Fornengo P, Arras S, Piras C, et al. PLoS ONE 9(4): e93542. Apr 4 2014
  • 21. Perfil de crise hipertensiva: prevalência e apresentação clínica Martin, José Fernando Vilela, Higashiama, Érika, Garcia, Evandro et al. Arq. Bras. Cardiol., Ago 2004, vol.83, no.2, p.125-130.
  • 22. Perfil de crise hipertensiva: prevalência e apresentação clínica Martin, José Fernando Vilela, Higashiama, Érika, Garcia, Evandro et al. Arq. Bras. Cardiol., Ago 2004, vol.83, no.2, p.125-130.
  • 23. Perfil de crise hipertensiva: prevalência e apresentação clínica Martin, José Fernando Vilela, Higashiama, Érika, Garcia, Evandro et al. Arq. Bras. Cardiol., Ago 2004, vol.83, no.2, p.125-130.
  • 24. Deteriorização de Órgãos Alvo Cerebrovascular
  • 25. Encefalopatia Hipertensiva Enxaqueca Nauseas e Vômitos Distúrbios Visuais Confusão Fraqueza Desorientação Sinais Focais Ansiedade Retinopatia Papiledema Ocorre falência da autoregulação do fluxo cerebral EDEMA CEREBRAL Diferencial com HSA, Tumores, Vasculites e Encefalopatias
  • 26. Deteriorização de Órgãos Alvo Cardiovascular Insuficiência Coronariana Aguda Angina Instável Infarto Agudo do Miocárdio Insuficiência Cardíaca Disfunção Diastólica Disfunção Sistólica
  • 27. Edema Agudo de Pulmão A PA elevada é o evento que desencadeia A hiperatividade simpática contribui Objetivo  redução da PA
  • 30.
  • 31. Hipertensão Maligna Caracterizada por HA severa com retinopatia grau IV Lesões em órgãos alvo Rins: proteinúria, hematúria, uremia progressiva As vezes associado a encefalopatia hipertensiva, hemorragia cerebral e/ou Falência de VE. Arterite proliferativa e necrose fibrinóide Rápida piora dos órgãos alvo Rápida redução da PA com drogas IV Deteriorização de Órgãos Alvo Renal
  • 32. O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovascular do paciente hipertenso VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Tratamento
  • 33. Crise Hipertensiva – Tratamento Reduzir a PAM 25% na 1a hora Não reduzir a PAD abaixo de 100 mmHg Cuidado com as reduções rápidas e exageradas Se houver alterações neurológicas durante o tratamento elevar a PA
  • 34. Medicações por via Sublingual: Absorção? Necessário? Complicações Crise Hipertensiva – Tratamento
  • 35. Referências: Karachalios GN. Hypertensive emergencies treated with oral clonidine. Eur J Clin Pharmacol 1986; 31:227-9. Biollaz J, Waeber B, Brunner HR. Hypertensive crisis treated with orally administered captopril. Eur J Clin Pharmacol 1983; 25:145-9. Karachalios GN, Donas G, Tsimiklis S, Stathakakis V. Treatment of hypertensive emergencies with nifedipine. Int J Clin Pharmacol Ther Toxicol 1988; 26:351-5. Bauer JH, Reams GP. The role of calcium entry blockers in hypertensive emergencies. Circulation 1987; 75:V174-80. Gales MA. Oral antihypertensives for hypertensive urgencies. Ann Pharmacother 1994; 28:352-8. O'Mailia JJ, Sander GE, Giles TD. Nifedipine-associated myocardial ischemia or infarction in the treatment of hypertensive urgencies. Ann Intern Med 1987; 107:185-6. Ferguson RK, Vlasses PH. How urgent is "urgent" hypertension? Arch Intern Med 1989; 149:257-8 Furberg CD, Psaty BM, Meyer JV. Nifedipine. Dose-related increase in mortality in patients with coronary heart disease. Circulation 1995; 92:1326-31. Grossman E, Messerli FH, Grodzicki T, Kowey P. Should a moratorium be placed on sublingual nifedipine capsules given for hypertensive emergencies and pseudoemergencies? JAMA 1996; 276:1328-31.
  • 36. Same effect of sublingual and oral Captopril in hypertensive crisis E. KARAKILIÇ, F. BÜYÜKCAM, G. KOCALAR, S. GEDIK, E. ATALAR Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2012; 16: 1642-1645
  • 37. Drogas nas Urgências Hipertensivas Utilizar drogas por via Oral, reduzir PA 24h – dias.
  • 38. Utilizar drogas por via Parenteral, reduzir PA em minutos-horas, monitorização e internação em unidade fechada. Drogas nas Emergências Hipertensivas
  • 39.
  • 40. Drogas nas Pseudocrises Hipertensivas
  • 41. Hospitalizados “Administrar Captopril / Nifedipino / Atensina Sublingual (ou oral) se PAS> XX mmHg ou PAD > YY mmHg” “Frequência de prescrição de anti-hipertensivos por via oral precedendo a elevação da pressão arterial sistêmica em pacientes hospitalizados” – Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2001 vol. 77(4), pags. 324-7.
  • 42. Distribuição dos Pacientes nas Enfermarias Clínicas e Cirúrgicas Enfermaria Clínica Cirúrgica Valor de P % Prescrição de MPEH* 14,3(117/818) 27,5(405/1468) <0,001 % Tipo de Droga como MPEH <0,002 Nifedipina 89,7(105/117) 95,8(392/405) Captopril 10,3(12/117) 3,2(13/405) Clonidina 0 0 % Uso AHM 66,7(78/117) 44,2(179/405) <0,001 % AHM por Tipo de MPEH AHM com Nifedipina 63,8(67/105) 42,9(168/392) <0,003 AHM com Captopril 91,7(11/12) 84,6(11/13) 0,05 * MPEH=medicação pre-evento hipertensivo  AHM=antihipertensivo para manutenção
  • 43. Conclusões Diferenciar Urgência, Emergência e Psudocrise; Estabelecer dx, riscos e benefícios; Em Urgências e Pseudocrises muitas vezes há uso desnecessário de medicações  aumenta risco de efeitos adversos; Sublingual: NÃO; Emergências verdadeiras têm alta morbi- mortalidade  ação imediata.