Discussão de como é a vida do Espírito, segundo o Livro dos Espíritos, cap. VI da 2ª parte: relações no além-túmulo, simpatia e antipatia, metades eternas, recordação da existência corpórea e funerais.
1. CEIC – Angelo – 27/07/10 disponível em www.slideshare.net/angelojmb
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Notas do Editor
No último encontro tratou-se da aula Vida Espírita I Espíritos errantes Percepção, sensação e sofrimento dos Espíritos Escolha das provas Aula de hoje é para tirar diversas dúvidas do dia-a-dia do mundo espiritual e percebermos a grande analogia existente com o mundo material.
Os Espíritos progridem através da escala espírita ( Espíritos imperfeitos, bons e puros ); o objetivo da encarnação é o aperfeiçoamento do Espírito ( LE 132 ). A alma após a morte mantém sua individualidade, suas conquistas ( LE 150 ). O perispírito permitirá o reconhecimento entre as diversas individualidades.
Estamos tratando da 2ª parte do LE, onde Kardec explicita as observações colhidas sobre o mundo espírita e as organiza didaticamente: Cap. II – objetivo da encarnação, da alma Cap. III – Da volta do Espírito, extinta a vida corpórea, à vida espiritual Cap. IV e V – Pluralidade das existências, fatos e argumentos, justiça da reencarnação Cap. VI – Da vida espírita: percepções, sensações e sofrimentos dos Espíritos
Subordinação e autoridade decorrem do grau de superioridade alcançado, levado à ascendência moral irresistível. Os Espíritos inferiores não podem se furtar a esta autoridade. O poder na Terra não lhe dá poder na erraticidade ( LE 274-275 ). Estão misturados e se vêem, unidos por grupos ou famílias de afinidade e simpatia: os bons pelo desejo de fazer o bem, os maus pelo desejo de fazer o mal, por vergonha ou necessidade. Há regiões interditadas aos maus ( LE 278-279 ). Os bons se ocupam em combater as más inclinações dos outros, a fim de ajudá-los a subir. Os Espíritos inferiores se comprazem em nos induzir ao mal pelo despeito que lhes causa o não terem merecido estar entre os bons, impedindo quanto possam que os Espíritos ainda inexperientes alcancem o supremo bem. ( LE 280-281 ) Eles se vêem e se compreendem, pois o fluido universal estabelece entre eles constante comunicação; é o veículo da transmissão de seus pensamentos, como, para nós, o ar o é do som. Não podem dissimular os pensamentos, pois tudo é patente, sobretudo para os Espíritos perfeitos. Podem afastar-se uns dos outros, mas sempre se vêem, embora certos Espíritos possam muito bem tornar-se invisíveis a outros Espíritos, se julgarem útil fazê-lo ( LE 282-283 ). Espírito não os vê imediatamente, pois é necessário algum tempo até reconhecer-se como Espírito e desembaraçar-se do véu material ( LE 286 ). Mas vão ao encontro da alma a quem são afeiçoados para felicitá-lo e ajudarem a desprendê-lo dos liames corporais, se foi um bom Espírito. Caso contrário sofre a punição de permanecer em isolamento ou na companhia de semelhantes desconhecidos ( LE 289 ). Se houver diferença de grau evolutivo, haverá visitas eventuais até poderem caminhar lado a lado ( LE 290 ).
Além da simpatia geral, oriunda da semelhança que entre eles exista, existem as ... mais forte é o laço que prende os Espíritos uns aos outros porque então esse laço não se acha exposto às vicissitudes das paixões. ( LE 291 ) Ódio entre Espíritos impuros se mantém ( LE 292 ). Ressentimento entre inimigos não se conserva, se o motivo era pueril ( na concepção espiritual ) ou material ( mesmo que estejam pouco desmaterializados ). Espíritos imperfeitos conservam animosidade enquanto não se purificam. Não havendo mais antipatia ou a causa das desavenças, eles se aproximam. Comparação de desavenças entre colegiais ( LE 293 ). A lembrança de atos maus recíprocos induz os Espíritos a se afastarem ( LE 294 ). 295. Que sentimento anima, depois da morte, aqueles a quem fizemos mal neste mundo? “Se são bons, eles vos perdoam, segundo o vosso arrependimento. Se maus, é possível que guardem ressentimento do mal que lhes fizestes e vos persigam até, não raro, em outra existência. Deus pode permitir que assim seja, por castigo.” Isto é a brecha para a obsessão. Afeição mútua continua a existir desde que originada na verdadeira simpatia. Se nasceu de causa física, desaparece com a causa. As afeições entre os Espíritos são mais sólidas e duráveis do que na Terra. ( LE 297 ) A simpatia que atrai um Espírito para outro resulta da perfeita concordância de seus pendores e instintos ( LE 301 ), da igualdade dos graus de elevação ( LE 302 ). As relações de simpatia são dinâmicas, especialmente nos graus inferiores de evolução ( LE 303 ). Os Espíritos puros estão reciprocamente unidos ( LE 300 ).
A união que há é a de todos os Espíritos, mas em graus diversos, segundo a categoria que ocupam, isto é, segundo a perfeição que tenham adquirido. Quanto mais perfeitos, tanto mais unidos. ( LE 298 ) “ A expressão é inexata. Se um Espírito fosse a metade do outro, separados os dois, estariam ambos incompletos.” ( LE 299 ) A teoria das metades eternas encerra uma simples figura, representativa da união de dois Espíritos simpáticos. ( LE 303, Nota )
O Espírito lembra-se das coisas pouco a pouco após a morte. Há que se considerar tb o período de perturbação após a morte. Lembra do que foi ou é importante para o seu estado atual ou para sua evolução. Quanto mais desmaterializado estiver, tanto menos importância dará às coisas materiais. A infância espiritual se perde no esquecimento. (LE 304-308, 319) Vê e compreende muito melhor o objetivo da vida terrestre em relação à vida futura do que em vida do seu corpo. Compreende a necessidade da sua purificação para chegar ao infinito e percebe que em cada existência deixa algumas impurezas. ( LE 306b ) A lembrança dos sofrimentos enquanto encarnado faz compreender melhor o valor da felicidade que podem gozar como Espírito. Só os Espíritos inferiores, com sua natureza impura, sentem saudades dos gozos inferiores que lhe satisfaziam e que lhes causaram expiações pelo sofrimento. A felicidade eterna é bem mais preferível aos prazeres efêmeros. ( LE 312-313, 317-318 ) As condições dos Espíritos e as maneiras por que vêem as coisas variam ao infinito, de conformidade com os graus de desenvolvimento moral e intelectual em que se achem. ( LE 317-318 )
Aumenta a felicidade do Espírito ou alivia seu sofrimento. ( LE 320 ) Finados é indiferente para os Espíritos, pois atendem a quem lhe dirigem os pensamentos. Comparecem aos cemitérios por seus amigos, não pela multidão que lá comparece. A visita é a representação exterior de um fato íntimo, a prece é que santifica o ato da rememoração. Nada importa o lugar, desde que é feita com o coração. ( LE 321, 323 ) Escolha do local do enterro é irrelevante para um Espírito elevado. A reunião dos despojos mortais num jazigo familiar é útil aos homens e louvável, mas sem importância para os Espíritos. O Espírito geralmente assiste ao enterro, embora perturbado, e sofre a influenciação dos sentimentos dos encarnados presentes. ( LE 325 e 327 ) Assiste à reunião de seus herdeiros quase sempre. Para seu ensinamento e castigo dos culpados, Deus permite que assim aconteça. ( LE 328 )
Próxima aula – Volta do Espírito à vida corporal I Prelúdio da volta União de alma e corpo Aborto Faculdades morais e intelectuais Influência do organismo