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CIENTÍFICO ANÁLISE
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“Na rua passa um operário. Como vai
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na blusa azul, de pano grosso, nas mãos
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(Operário do mar – Drummond)
Construção
Chico Buarque
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um
príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
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Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
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um suspiro de saudade perdido em terra alheia.
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coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um farto acre
de sabão ordinário. As pedras do chão,
esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns
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grisalha e triste, feita de acumulações de espumas
secas.
Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum
crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e
fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara,
incomodamente, debaixo do fio de água que escorria
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coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada
nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam,
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pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da
água e esfregavam com força as ventas e as barbas,
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portas das latrinas não descansavam, era um abrir e
fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas.
Não se demoravam lá dentro e vinham ainda
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Raimundo não pôde conter uma risada, e, como o
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como elemento regulador da sociedade. Afiançou que
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estudá-la e conhecê-la nas suas leis e nos seus
fenômenos, acompanhando os homens de ciência nas
suas investigações, fazendo, enfim, o possível para ser útil
aos seus semelhantes, tendo sempre por base a
honestidade dos próprios atos”.
(O mulato – Aluísio Azevedo. Cap. 10)
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  • 3. “Na rua passa um operário. Como vai firme! Não tem blusa. No conto, no drama, no discurso político, a dor do operário está na blusa azul, de pano grosso, nas mãos grossas, nos pés enormes, nos desconfortos enormes.” (Operário do mar – Drummond)
  • 5. Amou daquela vez como se fosse a última Beijou sua mulher como se fosse a última E cada filho seu como se fosse o único E atravessou a rua com seu passo tímido Subiu a construção como se fosse máquina Ergueu no patamar quatro paredes sólidas Tijolo com tijolo num desenho mágico Seus olhos embotados de cimento e lágrima Sentou pra descansar como se fosse sábado Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago Dançou e gargalhou como se ouvisse música E tropeçou no céu como se fosse um bêbado E flutuou no ar como se fosse um pássaro E se acabou no chão feito um pacote flácido Agonizou no meio do passeio público Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
  • 6. Amou daquela vez como se fosse o último Beijou sua mulher como se fosse a única E cada filho seu como se fosse o pródigo E atravessou a rua com seu passo bêbado Subiu a construção como se fosse sólido Ergueu no patamar quatro paredes mágicas Tijolo com tijolo num desenho lógico Seus olhos embotados de cimento e tráfego Sentou pra descansar como se fosse um príncipe Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo Bebeu e soluçou como se fosse máquina Dançou e gargalhou como se fosse o próximo E tropeçou no céu como se ouvisse música E flutuou no ar como se fosse sábado E se acabou no chão feito um pacote tímido Agonizou no meio do passeio náufrago Morreu na contramão atrapalhando o público
  • 7. Amou daquela vez como se fosse máquina Beijou sua mulher como se fosse lógico Ergueu nopatamar quatro paredes flácidas Sentoupra descansar como se fosse umpássaro E flutuouno ar como se fosse umpríncipe E se acabou no chão feitoum pacote bêbado Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado
  • 11. “Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da ultima guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia. A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um farto acre de sabão ordinário. As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns pontos azuladas pelo anil, mostravam uma palidez grisalha e triste, feita de acumulações de espumas secas.
  • 12. Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou as saias; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas.
  • 14. — Mas, nesse caso, o senhor não tem religião! — Tenho, tenho... — Pois não parece!... Pelo menos não devia fazer tão pouco caso das rezas, que nos foram ensinadas pelos apóstolos de Nosso Senhor Jesus Cristo!... Raimundo não pôde conter uma risada, e, como o outro se formalizara, acrescentou em tom sério “que não desdenhava da religião, que a julgava até indispensável como elemento regulador da sociedade. Afiançou que admirava a natureza e rendia-lhe o seu culto, procurando estudá-la e conhecê-la nas suas leis e nos seus fenômenos, acompanhando os homens de ciência nas suas investigações, fazendo, enfim, o possível para ser útil aos seus semelhantes, tendo sempre por base a honestidade dos próprios atos”. (O mulato – Aluísio Azevedo. Cap. 10)
  • 15. Tenho um presente pra você... Leitura e Produção de Textos
  • 16. • Já pensou em um manual de Interpretação de Textos, pra você fechar qualquer questão? E de graça? Leitura e Produção de Textos
  • 17. Clique no link abaixo para receber, dentro de poucos dias, o e-book Inteiramente grátis! Leitura e Produção de Textos