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HISTÓRIA DO PARANÁ -
REGIÕES
Maio de 2016.
Prof. Amilton B. Peletti
Perguntas de um Operário Letrado Quem...
Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilônia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias
Quantas perguntas
Bertolt Brecht
• Observe o mapa do Paraná atual. Será que ele
sempre foi assim, com esse “contorno”?
A “OCUPAÇÃO” DO ESPAÇO PARANAENSE
Para responder a essa pergunta precisamos voltar no tempo e
observar como os homens foram “tecendo” a história do Paraná.
3
6
7
1896
1919
1
9
4
8
•1854, referendam a existência de áreas
incipientemente ocupadas pela nação. O referido censo
destacava a presença de 62.358, habitantes em
território provincial.
15
•A designação de Paraná Tradicional remete-se ao
período de conquista e ocupação do território
indígena pelos luso-brasileiros, desde o século XVII
até o XIX, compreendendo a porção do litoral,
primeiro planalto, Campos Gerais, Campos de
Guarapuava e Palmas. Inicialmente, através da
preação de índios e da mineração, possibilitou-se a
criação das primeiras vilas portuguesas, no litoral e
no primeiro planalto, como a de Paranaguá, Antonina
e Curitiba.
PARANÁ TRADICIONAL
•Por mais efêmera que se apresentou esta
dinâmica ocupacional, uma segunda fase se
consolidou, a partir do século XVIII, a
economia pecuária e ervateira. Por meio do
tropeirismo efetivou-se o surgimento de vilas,
como Castro, Ponta Grossa, Lapa, Jaguariaíva
com uma sociedade “latifundiária, campeira e
escravocrata”. Por fim, a partir do século XIX o
contingente de imigrantes, principalmente
europeus, também contribuíram para a
formação desta “área histórico-cultural”.
•O processo migratório envolvendo a descoberta
de minas de ouro concorreu para o surgimento de
diversos caminhos, primeiras formas de ligação
entre esparsos núcleos populacionais do litoral e
primeiro planalto paranaense. A ocupação da área
litorânea teve, por sua vez, grande impulso a
partir da instituição de São José dos Pinhas,
localidade fundada no ano de 1690, seguido pelo
evento de oficialização da já existente Vila de
Curitiba em 1693.
•Martins (1994) destaca que, em conformidade ao
processo de ocupação determinado pela política
mercantilista ultramarina do Estado Português, o
litoral norte do Estado do Paraná pertencia à
chamada Capitania de São Vicente. O litoral sul, por
sua vez, compreenderia as chamadas Terras de
Sant'Ana. Por sua vez, a ocupação do território
litorâneo em decorrência da descoberta de minerais
preciosos nos ribeirões que desaguavam na bacia do
Paraná, já demarcava as primeiras áreas que
posteriormente seriam definidas como território
paranaense. Ainda no século XVII, ter-se-iam,
indícios de mineradores explorando ouro nessa
região.
MINERAÇÃO
• Primeiro ciclo econômico;
• Séculos XVI e XVII;
• Litoral, Serra do Mar e 1º Planalto;
• Escravidão;
• Impostos: Quinto e captação;
• Caminhos: Graciosa, Itupava e Arraial;
• Consequências: povoamento do litoral,
surgimento de Paranaguá, colonização do
primeiro planalto, fundação de Curitiba,
caminhos.
Os Pioneiros Rafael Falco (Oran, 1885- São Paulo 1967).Óleo. Coleção Dulce Moura de Albuquerque.
Fonte:http://peregrinacultural.wordpress.com/2011/05/30/raphael-gaspar- falco-pintor-brasileiro. Acesso em 06 de set.
de 2012.
•O espaço geográfico ocupado pela população
existente na Província não preenchia senão um
terço aproximadamente do disponível existente no
Paraná. A esta área denomina-se o Paraná
Tradicional, que foi esboçado no século XVII, com a
mineração do ouro, estruturou-se no século XVIII,
sobre o latifúndio dos Campos Gerais, com base na
criação e no comércio do gado e, mais tarde, nas
atividades extrativas da erva-mate e da madeira.
Estes dois produtos extrativos vão formar
sensivelmente, uma nova economia, resultando
transformações na vida paranaense de um modo
geral.
•A referida Carta, destaque nas páginas da obra de Macedo (1995, p. 100)
revela o triplo caráter da política da Coroa: Tendo o presente o quase total
abandono em que se acham os campos gerais de Curitiba e os de
Guarapuava, assim como todos os terrenos que deságuam no Paraná [...]
infestados pelos índios denominados bugres, que matam cruelmente todos
os fazendeiros e proprietários que nos mesmos países têm procurado
tomar sesmarias e cultiva-las em benefício do Estado; de tal maneira que
[...] maior parte das fazendas [...] se vão despovoando. Sou servido por
estes e outros justos motivos que fazem suspender os efeitos de
humanidade que com eles tinha mandado praticar, ordenar-vos. Em
primeiro lugar, desde o primeiro momento em que recebais esta minha
Carta Régia, deixe de considerar principada a guerra contra esses bárbaros
índios, [...] Em segundo lugar [...] a porção que fordes libertando não só as
estadas de Curitiba, mas dos Campos de Guarapuava, possais ali dar
sesmarias, [...] Em terceiro lugar ordeno-vos que assistais com o
competente ordenado a João Floriano da Silva a quem encarrego o exame
dos mesmos terrenos, e assim a ele, como a seu irmão, [...] darei as
sesmarias que puderem cultivar, [...].
•Os aspectos acima referendados sintetizam a determinação com que o
governo central tratou a ocupação da região criando condições necessárias
para a propalada conquista dos referidos sertões meridionais do Brasil, e
revelam o olhar do Estado diante das populações indígenas. Nesse
discurso, expressões, tais como bugres ou bárbaros sintetizam a imagem
que a sociedade possui em relação às populações indígenas, ou seja, uma
organização social, cujas práticas de resistência em relação à presença do
Homem branco foram interpretadas como desumanas. Atitudes que
concorreram para que o Imperador, no uso de suas atribuições legais,
destituísse o grupo de humanidade. Fica claro que o critério utilizado pelo
monarca para destituir o estatuto de humanidade, delegado aos índios
desde a controvérsia, pública entre Las Casas e Sepúlveda em meados do
século XVI, foram as consecutivas mortes ocorridas em função das guerras
que o grupo indígena travou com os colonizadores pela histórica posse de
suas terras. Assim no decorrer dos séculos XVIII e XIX conforme a
linguagem da época, o território paranaense padecia em função da escassa
presença de populações brancas e civilizadas.
•A escravidão negra no Paraná se fez presente desde o século XVII nos
tempos dos arraiais das primeiras vilas paranaenses como Paranaguá e
Curitiba.
•Contudo, na medida em que esta economia se desmantelava, os negros
eram introduzidos nas atividades agropastoris do primeiro e segundo
planalto.
•Assim, o que se deve ressaltar é que no Paraná a escravidão negra não
ocorreu de forma intensiva como em outros pontos do Brasil.
•Ao mesmo tempo não se deve minimizar a participação paranaense no
comércio negreiro, especialmente a do porto de Paranaguá, que serviu
como um dos principais embarcadouros do país no contrabando de
escravos no período em que ocorreu a proibição do seu tráfico (1850).
•BUGRES E BUGREIROS.
ESCRAVIDÃO
•O espaço geográfico ocupado pela população
existente na Província não preenchia senão um
terço aproximadamente do disponível existente no
Paraná. A esta área denomina-se o Paraná
Tradicional, que foi esboçado no século XVII, com a
mineração do ouro, estruturou-se no século XVIII,
sobre o latifúndio dos Campos Gerais, com base na
criação e no comércio do gado e, mais tarde, nas
atividades extrativas da erva-mate e da madeira.
Estes dois produtos extrativos vão formar
sensivelmente, uma nova economia, resultando
transformações na vida paranaense de um modo
geral.
•Czesz (1997, p. 23): Várias povoações surgiram
em função da economia do gado nas expansões
através dos rios Iguaçu e Tibagi. Resultante dos
caminhos do Peabiru, de Cubatão, do Itapuava e
principalmente do Viamão. Ligando os centros
criadores - localizados no Rio Grande do Sul - ao
principal mercado pecuário da época - Sorocaba –
esse [último] caminho atravessou o Paraná,
criando condições para o aparecimento de várias
povoações como [...] Ponta Grossa, Lapa,
Palmeira, Campo Largo, Lages.
• Roubos de gado, de carga e o assalto a viajantes
– e foram se atualizando: ônibus, jipes,
caminhões, carros...
• Bandido social e o bandido inimigo (pistoleiro,
jagunço);
• Métodos de violência – impedir pedidos de
justiça, desincentivar a chegada de novos
posseiros, dificultar a coleta de provas;
• Limpeza das terras;
• Cafeicultores: fertilidade do solo, mão-de-obra e
baixa exig6encia de capitais;
•“O Norte do Paraná é só fama: quando não é
poeira é lama”;
•Madeira;
•Região habitada principalmente por Caingang e os
Guarani;
•Colônia Militar do Jataí: proteger as terras e cobrar
impostos;
•1930 – a partir desta data compradores são
atraídos pela intensa propaganda promovida pela
CTNP;
•1944 – a CTNP passa para os brasileiros. Em 1951
torna-se a Companhia Melhoramentos Norte do
Paraná;
Historiografia dos conflitos
•Memória Épica – é como se a companhia tivesse feito
a reforma agrária;
•Memória determinista – cultivo de café;
•Historiografia dos conflitos – contradições existentes
nos processos históricos:
-Papel dos indígenas, posseiros e caboclos?
-Construção da ideia do vazio demográfico?
- Mito do vazio demográfico e Mito das Companhias
colonizadoras: obra pioneira da Companhia, missão de
transformar o terceiro planalto em espaço útil, papel
de destaque aos pioneiros, ideal de reforma agrária.
• Através desta suposta homogeneidade a condição de
pioneiro tenta esconder a exploração acontecida
através do trabalho e ainda “disseminar a noção de
que todos podem enriquecer desde que se esforcem,
que façam sacrifícios e trabalhem muito, pois todos
os que aqui enriqueceram e ‘venceram’ é porque
assim o fizeram.
• # entre reforma agrária (redistribuição de terras) e
colonização (ocupação de terras devolutas).
• Atuava assim de acordo com os interesses do Estado
Novo – afastar a subversão dos que não possuíam
terras...
• Relações sociais...
SUDOESTE
37
•Cabe ressaltar que as fronteiras entre as
possessões portuguesa e espanhola na América
Platina foram demarcadas pelos Tratados de Madri
em 1750 e, respectivamente, Santo Idelfonso no
ano de 1777. O Tratado de 1777 estabelecia que a
fronteira internacional corresse pelos rios
denominados Peperi-Guaçu e Santo Antônio.
Entretanto, as comissões demarcadoras criadas
por Portugal e Espanha não definiram com
exatidão, quais os rios que recebiam tais
denominações, muito embora, contassem de
mapeamentos já estabelecidos.
•Após a resolução da problemática territorial com
a Argentina, outro evento coloca em relevo a
demarcação do território paranaense. Referimo-
nos a disputa interna entre os Estados do Paraná e
de Santa Catarina pela definição entre suas
fronteiras, embate esse que se estendeu ao longo
de dezesseis anos. Conhecida como região do
Contestado, a área em litígio inclui atualmente
localidades tais como Palmas, Campo Erê, União da
Vitória e Porto União.
SUDOESTE
• Afora os índios, o maior problema inicial dos
pioneiros de Palmas, foi a obtenção de sal,
produto básico para a sobrevivência do gado, que
vinha de Guarapuava e era muito caro.
• Papel importante dos indígenas na abertura de
estradas na região.
• Com o término da Guerra do Paraguai,
reapareceu a questão de fronteiras entre Brasil e
Argentina.
• Tratado de Montevideo (1890) o qual foi
rejeitado pelo Congresso
• Argumentos utilizados por Rio Branco que mais
influenciaram: uti possidetis (1890 – 5.793
habitantes, dos quais 5.763 eram brasileiros e
30 estrangeiros; localização dos rios, fixação dos
brasileiros em caráter permanente enquanto
dos argentinos era circunstancial.
• Seria um blefe diplomático da Argentina?
• Grilagens de terras...
• Tropeirismo
• “Mas, apesar das dificuldades, a população de
Palmas em 1868, atingia 2.050 habitantes,
incluindo-se os índios mansos.
• Início do século XX – a população do Sudoeste
atingia 3.000 habitantes, ou seja, um imenso
vazio demográfico.
• Preconceito com a agricultura, torna a vida mais
cara. Aguardava-se até três anos por madeira
para construir a casa (falta de serrarias)
• 1920 – Palmas conta com 10.270 pessoas
• Crescimento populacional da região: peões e
agregados a procura de espaços e terras para
sobreviver, fugitivos da justiça do Paraná, Santa
Catarina, Rio Grande do Sul e Corrientes,
posseiros refugiados da região do Contestado,
argentinos e paraguaios a procura de erva mate,
crescimento vegetativo.
• Colônia Bom Retiro – 1918 , desestabilizada em
1925 pela presença de revolucionários – confisco
de animais e mercadorias, homens e moças se
escondiam
• Brasil Railway Co. – titulação de territórios
devolutos – 1918-1920, entre eles a Gleba
Missões com 425.731 hectares
• De 1822 até 1850 a única maneira de se
apropriar da terra era a posse. Ocupação pura e
simples de um pedaço de terra com moradia e
cultura, sem atender a preceitos jurídicos legais.
• Qual o papel dos posseiros? Frente da frente
• Pequenas propriedades...
• Valor da terra?
• Palavra como documento?
• Safras, safristas, baguás, vara
• Os caboclos e os de origem
• Colonizadoras: CITLA, COMERCIAL e APUCARANA
• ESTADO DAS MISSÕES
• TERRITÓRIO FEDERAL DO IGUAÇU
• BRAVIACO – Companhia Brasileira de Viação e
Comércio; CANGO – Colônia Nacional General
Osório; PINHO E TERRAS – GLEBA MISSÕES
• FAIXA DE FRONTEIRA
• O “GRILO” MISSÕES:
• LEVANTE DOS POSSEIROS
OESTE
ETAPAS DE COLONIZAÇÃO
A primeira, e mais antiga, decorre da ocupação pelos índios
que se espalhavam também por todo o território do continente
sul-americano. A presença desses grupos indígenas, como
Xetá, Kaigang e Guarani, foi notada no processo mais recente
da colonização, fazendo com que essa população fosse mais
uma vez reprimida. 8.000 anos no Oeste
• A segunda corresponde à atuação e presença dos padres
jesuítas espanhóis que desenvolveram várias reduções
(missões) pelo território. Esses aldeamentos indígenas, apesar
de destruídos na primeira metade do século XVII pelos
bandeirantes paulistas, conservaram forte a presença
espanhola na região.
• A terceira etapa data do período entre 1881 e
1930, que corresponde à introdução do
sistema das Obrages, entre Foz do Iguaçu e
Guaíra, cujo objetivo principal era a exploração
extrativista da erva-mate e da madeira.
• A quarta fase ou a etapa recente aconteceu
principalmente pela atuação das empresas
colonizadoras que efetivaram a colonização
moderna do Oeste paranaense.
O fim das reduções
Por volta de 1600 a produção
agrícola da colônia que pertencia a
Portugal no Brasil, necessitava de
mão de obra. Nesse sentido,
buscou-se o trabalho escravo
indígena através dos bandeirantes,
que se deslocavam de São Paulo
até as Reduções.
Em torno de quarenta mil
indígenas viviam distribuídos em
quatorze reduções no Paraná.
Por volta de 1629 as reduções
foram destruídas, cerca de vinte e
oito mil indígenas foram
escravizados ou mortos, os demais
fugiram para o interior da mata.
Essa região era ocupada por
espanhóis. O Tratado de Madrid,
em 1750, pôs um fim à pretensão
espanhola de dominar o Oeste do
atual Paraná.
51
•Nesse sentido, amplas discussões em torno da
demarcação de áreas situadas a extremo-oeste e
sudoeste da Província paranaense também estiveram em
pauta no período. Reconhecida como “Vale do Iguaçu”,
essa região, tradicionalmente território Guarani foi
reconhecida como Território do Guayrá. Tal
denominação segundo apontado por Mota (1987),
decorre da edificação de reduções Jesuíticas durante os
séculos XVI e XVII. A posse desse espaço era reivindicada
contra Argentina e Santa Catarina representando,
aspirações de segmentos políticos constituídos no
Paraná, grupos esses que refletiam aspirações de
camadas dirigentes e econômicas.
• Em 1895 a Matte
Laranjeira chegou a
explorar uma área
de 5 milhões de
hectares, o que
equivale a 50 mil
km2
– igual a um
quarto da área do
Paraná. Confira por
onde se estendiam
seus
empreendimentos.
Oeste–Sudoeste Paranaense
•A região oeste e sudoeste somente se constituiu em área
de colonização aproximadamente na década de 1920, ao
receber o fluxo migratório de gaúchos e catarinenses que
proporcionaram o estabelecimento da pequena
propriedade, da suinocultura e da produção de cereais e
oleaginosas.
•Contudo, ao se retroceder a séculos anteriores, verifica-se
que este território fez parte da Província do Guairá, no
período de posse espanhola entre os séculos XVI e XVII e
onde fundaram-se as Missões Jesuíticas das quais
abrigaram milhares de indígenas, sobretudo os Guarani.
•Posteriormente, as vastas florestas existentes na região do
vale do rio Iguaçu e do rio Paraná tornaram-se área de
exploração predatória de ervais e madeiras,
principalmente de interesses estrangeiros que através das
obrages implantaram um sistema de trabalho subumano,
onde imperava a brutalidade e o estado de miséria de
brasileiros e paraguaios.
62
63
O trabalho em meio a mata nas regiões
Sudoeste/Oeste do Paraná
O trabalho era muito pesado,
as crianças trabalhavam com seus
pais, havia poucas escolas e eram
distantes, impossibilitando os
estudos. Homens, mulheres e
crianças viviam em perigo, pois havia
muitos animais ferozes, além das
cobras cascavéis, mosquitos, onças,
entre outros...
Se as pessoas ficassem
doentes, não havia médicos, eram
feitos chás com ervas conhecidas por
eles, que nem sempre resolvia.
O trabalho de derrubar a mata,
preparar o terreno semear os grãos e
esperar que a terra produzisse era
bastante árduo.
(FOTO 1905).
64
• Em 1930 a região de Catanduvas não parecia
Brasil:
• Domínio econômico era Argentino – levavam o mate
e a madeira e traziam os produtos consumidos na
região; (matéria-prima/território brasileiro, empresas
argentinas, mão-de-obra paraguaia.
• Os fiscais, quando haviam, dependiam dos
obrageros para morar e comprar;
• O mate brasileiro era beneficiado em Posadas e
vendido como se fosse argentino;
• Isso foi revelado pelos militares que combateram a
Coluna Prestes em 1924. O grupo que assumiu o
poder em 1930 cunhou o slogan “Marcha para o
Oeste”.
MARCHA PARA O OESTE
65
PERÍODO VARGAS - NACIONALISMO
 Marcha para o oeste – Ocupar fronteiras, como por
exemplo oeste e sudoeste;
 10.000 habitantes, somente 500 eram brasileiros;
 O Paraná é acusado de descaso para com a região –
propõe-se a criação do território Federal do Iguaçu
para garantir a nacionalização;
 Em 1943 é criado o Território Federal do Iguaçu;
 Havia também outras intenções: abrir espaço para o
excedente populacional do RS;
 Com a queda de Getúlio em 1945 as elites
paranaenses trataram de recuperar o território e sua
dissolução foi aprovada numa disposição transitória
da Constituição de 1946.
66
67
68
• 1 - Explique por que a atividade tropeira e ervateira enriqueceu os
fazendeiros e os donos dos engenhos de mate.
• 2 - Copie o quadro abaixo no seu caderno e complete com as
informações dos textos estudados.
ATIVIDADES
Atividade
econômica
Ouro no
Paraná
Tropeirismo no
Paraná
Erva-mate Madeira
Época
Região do
Paraná
Sujeitos
históricos
(Proprietários/
mão-de-obra)
Destino da
produção
Espaços e
objetos de
trabalho
69
Inúmeras famílias de posseiros viram-se
desalojadas da noite para o dia das
propriedades onde durante anos haviam
investido todos os seus esforços: grileiros
vinculados ao PSD passavam a condição de
titulares de vastas áreas, removendo seus
ocupantes à força ou obrigando-os a pagarem
mais uma vez pela terra. Jagunços a soldo de
grandes companhias ou de latifundiários
percorriam os sertões com metralhadoras
pesadas à caça de posseiros (REVISTA
OESTE, no. 21, Ano III, setembro/1987, p. 36-
37).
POSSEIROS
70
Oeste do Paraná - Pioneiros
71
•Em 1902, instalou-se, na região Oeste, a Companhia de Madeiras Del Alto
Paraná, empresa inglesa com sede em Buenos Aires - Argentina, adquirindo do
governo do Estado a área de terras denominada Fazenda Britânia, com
aproximadamente 275 mil hectares. Atualmente esta área corresponde aos
municípios de Marechal Cândido Rondon, Quatro Pontes, Entre Rios do Oeste,
Toledo, Nova Santa Rosa e parte do município de Palotina.
•Com os mesmos objetivos das outras obrages já instaladas na região, a
Companhia de Madeiras Del Alto Paraná utilizou-se de mão-de-obra paraguaia
para a exploração de madeira e erva-mate na região Oeste do Paraná. Essa
situação de exploração depredatória persistiu até a década de 1920, quando
eventos como a passagem da "Coluna Prestes [em 1924] e também das Tropas
Federalistas (...) expuseram a situação do Oeste do Paraná à opinião pública"39,
constatando-se a dominação da região por parte de estrangeiros, e que até
então não havia sido tomada nenhuma ação efetiva buscando fomentar a
ocupação através de brasileiros. Após esta constatação, tornou-se imperativo
tomar medidas que coibissem a invasão de estrangeiros e concomitantemente
"nacionalizar" a região.
•nóis não tinha terra lá, daí nóis viemo prá cá, nóis,
os treis irmãos e as nossas treis mulheres, tudo
num caminhão com 10 crianças (...) Nóis era
agregado em terras de gente estranha, gente boa,
oito anos nóis trabalhamo lá na granja de arroz (...)
Nóis era em 10 irmãos e meu pai só tinha uma
colônia de terras e com moro, daí nóis tinha que sai
pelo mundo, somos filhos de Deus, e virar-se
sozinho (...) Então nóis saimo de lá porque nóis não
tinha terra, nóis era pobre (...) tinha que arrumá
prá nóis e prá colocá estas crianças. (F.H.)
•Os que residiam nas proximidades da cidade
usavam recursos considerados fáceis, baratos e
rápidos: a carroça de boi, o cavalo e, na maioria
das vezes, a bicicleta, pois estes eram os meios de
transporte acessíveis e mais apropriados devido às
péssimas condições em que as estradas se
encontravam. Para os que se fixavam no meio
rural, o único recurso disponível na maioria dos
casos era fazer longas caminhadas a pé, pelo
interior da mata.
•É o que pode ser verificado nas afirmações de
Moisés Lupion, então governador do Estado do
Paraná: Bons e maus elementos, atraídos os
primeiros pela fama da fertilidade das terras roxas
paranaenses e, os segundos pela facilidade dos
negócios, deixaram os rincões de origem em São
Paulo e Minas Gerais e vieram juntamente com
muitos aventureiros, apossar-se abruptamente das
melhores terras devolutas do Estado, assentando
benfeitorias provisórias; desordenadamente, a
mais das vezes, em terras já tituladas ou
comprometidas (ROCHA NETO).
Tal ocupação regional fundada em bases econômicas
em cima da exploração da mão-de-obra indígena teria
feito do Guairá um espaço de fricção Inter étnica
permeado por conflitos socioeconômicos. Conforme
destacado por Challenberger (1997, p. 20). Os colonos
foram progressivamente se abandonando, através do
regime da encomienda, das terras dos índios e dos
próprios índios, explorando-os no serviço pessoal. Por
outro lado os paulistas projetaram sobre o Guairá os
seus interesses econômicos em função da abundância
da mão-de-obra disponível, que começaram a recrutar
e vender para a agroindústria do litoral brasileiro. [...]
Por causa da resistência dos índios, os colonos e
paulistas foram obrigados a enfrentá-los para
salvaguardar os seus interesses econômicos.
Conforme a leitura acima, essa etapa caracterizava-
se pelo extrativismo. Processo esse que se teria
iniciado com a instalação da Companhia de
Madeiras Del Alto Paraná. Tratava-se de uma
empresa inglesa sediada na cidade de Buenos
Aires, a qual adquiriu a área de terras denominada
Fazenda Britânia que atualmente compreende
municípios tais como Marechal Cândido Rondon,
Toledo, Quatro Pontes, Nova Santa Rosa, bem
como área significativa do Município de Palotina.
Silva (1988, p. 52-53) expressou com propriedade
sensações de descoberta. Vamos a Santa Catarina,
vamos ao Paraná, vamos ao Oeste. Lá existe terra
sobrando. Lá existem matas ainda virgens à nossa
disposição. Lá existe tudo para recomeçar a vida.
Nós passamos lá. Nós a vimos! Parecia este o
recado da Coluna Prestes.
Segundo palavras da autora:
A história de Marechal Cândido Rondon está ligada
ao Projeto de colonização da Firma MARIPÁ. [...]
Willy Barth recebia os novos colonos, mostrava-
lhes as terras, acompanhava-os durante dia e noite,
cantava com eles para expulsar o cansaço, a tristeza
e a saudade. Foi administrador muito seguro e
como colonizador deu exemplo de colonização e
modelo de Reforma Agrária.
FOTOGRAFIA 7 - Acampamento no meio da floresta - Marechal
Cândido Rondon
Fonte: Saatkamp (1985)
• FOTOGRAFIA 15 - Hospedagem temporária na mata - Palotina
• Fonte: Reginato (1979)
Jornal Oeste, periódico de circulação local durante as
primeiras décadas do processo de (re)ocupação do
território. [...] região nova onde população laboriosa,
dinâmica, devotada ao trabalho heroico ao
desbravamento da mata virgem, transformando-a em
uma das mais promissoras regiões agrícolas do Estado,
faz com que esta mesma região que até pouco figurava
nos nossos mapas ilustrados como zona selvagem,
assinalada por um índio empenachado e uma onça
pintada, cubra-se de cidades vilas, povoados e núcleos
agrícolas. Faz com que, em plena floresta surjam
indústrias que transformam as incalculáveis reservas de
essências florestais em fabulosas fontes de riqueza.
Reportagem comemorativa ao primeiro ano da instalação oficial do
Município de Toledo na data de 14 de dezembro de 1953.
Conforme consta no documento:
[...] as colonizadoras em geral, depois de adquiridas
suas terras, tratam de dividi-las em glebas ou lotes
grandes para em seguida vendê-las o mais
depressa possível, [...] Aplicando este sistema teria
a firma colonizadora, em pouco tempo, cumprida a
finalidade. Porém, sendo este um sistema é
contrário a um desenvolvimento social e aos
interesses econômicos de uma Nação; a PINHO E
TERRAS LTDA; achou por bem dividir as glebas que
posteriormente iriam colonizar, em lotes rurais de
mais ou menos 10 alqueires, também chamado
‘colônia.’
•Companhia Colonizadora Pinho e Terras - fim de
54, pouca chuva, e estão aparecendo mineiros e
paulistas [...] assim esta colonização que deveria
constar de moradores do Sul e católicos já está se
transformando em uma miscelânea de gente e
religiões. Aqui [...]. tudo nos começos. A igreja e
casa paroquial quase prontas [...] Começou a
invasão de Paulistas. Ainda bem que não são
mamelucos [...].
Brecht (1960, p. 3):
Sendo que a PINHO e TERRAS, LTDA; não se dedica
exclusivamente à compra e venda de terras, ela
tinha que assumir a obrigação, perante os
agricultores, de os mesmos não perderem tempo
em fazerem experiências, ao que diz respeito a
agricultura. [...] Outro fator importante era criar
nas sédes um ambiente que atraia os compradores,
como as instalações de hospitais, com médicos,
sempre que era possível; construção de escolas,
mesmo si a firma tivesse que sustentar o
professorado.
Percebe-se que o modelo de colonização centrado,
sobretudo, num ethos cultural determinado se articulava, a
valores identitários comuns, eliminando possíveis conflitos
internos a partir da preservação de seus códigos culturais.
Desses, educação, religiosidade e o sentido de comunidade,
tiveram grande atenção. Nos núcleos coloniais, construção
de escolas, igrejas e salões comunitários pelas empresas ou a
sua colaboração foram atitudes significativas para a
manutenção da homogeneidade do grupo. Acrescenta-se a
isso, a manutenção de vínculos com modelos fundiários já
conhecidos pelos migrantes. Assim, atributos tais como,
"Celeiro do Paraná” passam a definir o regional. Para as
empresas envolvidas, estabelecer a (re)ocupação significava
incorporar à nação um território reconhecido como vazio e
ali, estabelecer novas vivências. Para o governo do Paraná,
significava, sobretudo, receber um solo ocupado, produtivo,
mercantilizado, livre dos perigos representados pela
presença maciça de estrangeiros na região.
Garantir tal conquista pressupunha, porém
estabelecer os migrantes tão logo adquirissem as suas
terras. A derrubada da mata estimulada pelas
empresas realizava-se a partir de derrubadas da
vegetação A mão-de-obra de baixo custo de tal
trabalho, compunha-se de trabalhadores do norte do
país e paraguaios, antigos mensus trabalhadores das
unidades obrageras, referendadas no capítulo
anterior. O trabalho das serrarias era outro recurso
utilizado para a extração das matas nativas da região.
A madeira, por sua vez era comercializada a preços
irrisórios entre o proprietário das terras desmatadas e
donos de serrarias. Esses fatores proporcionavam não
só lucros ao segundos como também garantiam ao
projeto colonizador o sucesso almejado.
Chegamos [...] debaixo de tempestade. Uma surprêsa nos
esperava: o hotel ainda de madeira, [...] tinha cama de
verdade, chuveiro com água quente, [...] Estávamos pois em
plena civilização. Depois do jantar fomos todos ao clube, já
rodeados de gente. [...] são todos jovens, de vinte e poucos
anos, sadios, fortes, bem dispostos. Ë uma comunidade de
trabalho invejável. Projetos, sonhos, aventura, coragem,
desprendimento, esperança - eis o que revelou aqui o melhor
colono do Brasil - filho de alemães ou italianos para fazer
nascer vertiginosamente uma cidade moderna. Muito
embora o autor fizesse referências ao Município de Toledo,
localidade sede da Colonizadora Maripá, tal passagem pode
ser estendida, à área colonizada pela empresa Pinho e Terras
LTDA. Expressões "melhor colono", "nova raça" "civilização,"
compõem um discurso mais amplo, extensão de valores
como trabalho, coragem e progresso, fazem emergir
elementos distintivos do regional com conotações emotivas
Contudo, desqualificar os territórios de origem dos
migrantes de Santa Catarina e Rio Grande do Sul foi
outro expediente utilizado nas publicidades das
empresas, tal como o anunciado a seguir:
AGRICULTOR,!! [...] ponha fim aos teus sofrimentos de
trabalho no meio das pedras e montanhas, a onde tens
que carregar os gêneros de tua colheita uma Boa parte
nos ombros. [No oeste] não será assim. Porque, a
planície te permitirá de ir com a carroça em qualquer
ponto de tua colônia. É por isso que [...] está
progredindo a passos de gigante. Bem demonstra que,
a 4 anos era uma região inhospita aonde passeavam as
feras.
Cf. panfleto de propaganda de terras elaborado em 1952 pela Colonizadora Maripá,
amplamente distribuído nas localidades de Concórdia no estado de Santa Catarina e
Santa Maria, situada no estado do Rio Grande do sul, dentre outras localidades.
Em 25 de Julho de 1969, o periódico A voz do
Oeste (1969, p. 13) destaca: [Pioneiro] ao
preparares a terra [...] fixando civilizações,
derrubando a mata tantas vêzes hostil, invocas a
nossa presença. Estás colaborando com a terra
que te recebe. Estás contribuindo para o seu
engrandecimento, como irás contribuir sempre
com o seu trabalho certo para safras incertas.
No final da primeira década do século XX, o Legislativo
paranaense, permanece palco de denúncias, conforme
apontado no informe do Congresso Legislativo do
Paraná:
A vasta zona oeste e noroeste paranaense cuja flora
encerra preciosos elementos de riqueza ainda não
explorada, deve merecer nossa atenção no sentido de
valorizar nosso Estado [...] em direção ao Piqueri, há
grande massa de trabalhadores na extração da erva-
mate e madeira, alguns desses trabalhos são feitos
legalmente, mas outros não; está provado que alguns
indivíduos invadem legalmente os terrenos nacionais
[...] e estabelecem grandes empresas extrativas de erva
[...] com prejuízo manifesto para os cofres do Estado.
•Segundo constata Nogueira (1920, p. 115), na
ocasião da chegada ao seu destino: "[...] o
pharmaceutico é paraguayo; o médico é espanhol;
o chefe de contabilidade e o do deposito são
allemães. [...] a peonada é paraguaya ou
argentina".
Segundo constata Muricy (1896, p. 4):
[...] de Catanduvas em diante o caminho é
horroroso; o solo muito accidentado e o matto
apresenta-se em toda sua pujança, [...] Além disso,
tem-se de atravessar manchas de léguas de
extensão, só de taquerussús, por um verdadeiro
túnel cortado nas enormes touceiras. Caminha-se
horas inteiras; sem se ver uma nesga siquer de céo.
Segundo
Nogueira (1920, p. 6): [...] entre Guarapuava a Foz
do Iguaçu o percurso era feito em 72 horas de
automóvel. Esse meio de transporte, entretanto, é
no momento caríssimo, por causa do desgaste
material ocasionado pelas condições ainda
imperfeitas daquella via.
Até hoje a viagem, tem sido feita [...] por estrada
de ferro, via Uruguayana, de onde, transposto o
riu Uruguay, continúa, em paso de Los Libres, pela
estrada de ferro argentina até Posadas e dahi, pelo
alto Paraná, até a Foz do Iguassú.
destaca Nogueira (1920, p. 114 ): Em Guaíra: tudo
pertence à Matte Laranjeira. [...] As terras foram
adquiridas por compra de uma antiga concessão
feita pelo Estado do Paraná. [...] A pequena
estrada de ferro que transporta hervas [é] o único
meio de transporte para os famosos saltos das
sete quedas.
Wachowics (1987, p. 44) em uma propriedade:
[...] típica de regiões cobertas de matas
subtropicais em território argentino ou paraguaio.
O interesse fundamental de um obragero não era
a colonização em pequena ou média propriedade,
nem o povoamento de suas vastas terras.
Seu objetivo precípuo era a extração de erva-mate
nativa da região, bem como da madeira em toros,
abundante na mata subtropical.
Os sertões do Iguassú constituem uma zona
inteiramente diversa, uma espécie de Amazônia, ainda
não acabada para a habitação do Homem. O brasileiro
desconhece-a como si não fora um pedaço do Brasil. E,
na verdade é mais paraguaya e argentina, pois que
nem o nosso idioma, nem o nosso dinheiro, ahi
conseguiram chegar. Os poucos nacionaes que ai
aportam, embora de passagem, no desempenho de
um mandato oficia, submetem-se ao meio que lhes
deita o braço de ferro e os converte, pelo menos
aparentemente. Nessa longa faixa de sertões
intermináveis, sob um sól ardente e creado, habita em
certos pontos, uma onda humana, transitória, que
chega e parte, todos os dias, para de novo voltar e de
novo partir. (MARTINEZ, 1925, p. 8 )
FOTOGRAFIA 2 - Salto Iguassú
Fonte: Silveira Netto (1939)
Chegamos finalmente. [...] a ampla e tumultuosa
epopéia das águas. Minha expectativa é
ultrapassada impetuosamente. [...] ao colimarmos
os primeiros borbotões das águas. A campina e a
floresta sugerem-nos a visão pictual dos nossos
grandes paisagistas. Nem as sugestões da
poderosa imaginativa de Da vinci [...] seriam
capazes de dar a impressão nítida e suprema
daquele assombroso espetáculo de águas revoltas
rolando em perturbadora atoarda de cataclismos.
Nem a narração, nem a téla, nem a fotografia [...]
dão idéia siquer, da superestesia que nos empolga
ante aqquela febre de movimento e beleza.
Contudo no percurso de tal narrativa há destaque
a ásperas jornadas, distâncias, e abandono. Esses,
dentre outros atributos negativos delegados
aquele espaço, associados a adjetivos positivos,
conforme visto, tiveram importância na
construção do regional, tal como destacado por
Siveira Netto (1939, p 31): “deserto de habitações;
a mata e a solidão em meio de uma flóra
requintada em exuberância e coloridos; e uma
fauna variada e rica [...].”
Pelo caminho encontramos turmas de paraguaios. Receamos
errar o caminho e por isso pedimos informações por toda
parte, informações que os são fornecidas, sempre em
hespanhole. Dentre os informantes, encontramos uma
mulher a cavallo, com um pequeno de oito annos. [...] ë um
tipo perfeito de cabocla brasileira, que nos responde em
hespanhol. Duvidamos de sua origem e inquirimo-lo: sorri
mostrando uma fileira de dentes alvos e nos diz com visível
satisfação. - Soy brasileña, senhor gracias a Diós; pero como
me crié entre paraguayos ( MARTINEZ 1925, p. 76 )
Influenciados pelos costumes e linguagem paraguaios, os
habitantes daquele cantinho do Brasil usam um dialeto
eivado de termos absolutamente desconhecidos da nossa
língua. Lá ninguém diz porco, porque êste adiposo
paquiderme é conhecido por ‘chancho’. [E complementa]
Dizem ‘provista’ referindo-se a gêneros alimentícios;
designam barraca por ‘carpa’; menino por ‘muchacho’, facão
por ‘machête’ e outros termos que não registrei.
(FIGUEIREDO, 1937, p. 80).
•Os desenhos territoriais paranaenses, assim
referendados, não foram, portanto, um
procedimento fortuito, ao contrário tiveram um
papel central na conceituação e na afirmação de
uma unidade para o território, ingrediente
necessário para a firmação de sua identidade
regional. No ano de 1945, essas terras já haviam se
transformado em estreitas faixas habitadas pelos
brasileiros. Nesse mesmo ano, a extremo-oeste do
território paranaense, eram enraizados esteios da
demarcação de negócios agro-imobiliários que se
propunham conquistar tal sertão do Guairá e
apagar suas cicatrizes.
O supracitado Relatório da Secretaria de Obras Públicas e
Colonização do ano de 1895 coloca em relevo preocupações
decorrentes de tal realidade embasado nos argumentos de
Carvalho (1895, p. 47): Na parte norte do Estado [...] já se
iniciou em grande escala o plantio de café que é o produto
agrícola dos mais ricos e remunerados [...] é sabido
igualmente que por falta de estrada entre o lugar de produção
e os nossos centros de consumo o café é transportado ou pelo
Estado do Mato Grosso, pelo rio Paranapanema ou pelo
vizinho Estado de São Paulo [...] resultando disto, prejuízo
considerável aos cofres do Estado não pode receber direitos
nas exportações sobe seus produtos. [...] Dá-se o mesmo na
extensa e riquíssima zona do oeste [...] entre os rios Iguaçu e
Sahy até rio o Paraná facílima via de navegação podem os
produtos naturais e agrícolas escoar-se em procura de
mercados platinos.
Cabe destacar que muito embora tais Governos
possuam em comum, projetos modernizadores
para o espaço regional paranaense, durante os
Governos de Moisés Lupion o Paraná foi palco de
inúmeros conflitos querem sejam entre posseiros
e grileiros ou entre brancos e populações
indígenas que foram expulsos de suas terras
tradicionais. O senso comum atribui a esse
governo o atributo de “grileiro”. Veja-se a esse
respeito o romance histórico Os dias do demônio
em que o personagem da trama é uma região
paranaense, palco de poucos conflitos no campo
em que os pobres vencem.
Menções de autoria do sertanista Coelho Junior
(1946, p. 169), enfatizam tal constatação. Já ali, o
vale baixo do Iguaçu, se confunde com o do Paraná,
e, desde o povoado de ótima situação topográfica -
Cascavel - notamos fronteira próxima, invadida e
desnacionalizada, pois até os brasileiros, raros na
região, linguajam o Castelhano, pela influência e
absorção dos argentinos e paraguaios. Começou
logo a aparecer dinheiro dos países vizinhos, cuja
influência, nos usos e costumes é preponderante. a
escala da moeda argentina ou paraguaia, a língua
guarani e espanhol.
COMPANHIAS COLONIZADORAS NO PARANÁTEXTOSA REVOLTA
DOS POSSEIROS NO SUDOESTE DO PARANÁ EM 1957.pdf
•Brasil Railway Company. (séc. XIX, Sudoeste 1918-20) – recebeu extensas
glebas em pagamento pela construção da ferrovia Sã oPaulo – Rio Grande
(Gleba Chopim) e do ramal Ponta Grossa – guarapuava (Gleba Missões).
•CANGO (Colônia Agrícola Nacional General Ozório): (1943) criada dentro da
Gleba Missões, a sua sede veio a se tornar o município de Fco Beltrão.
•CITLA (Clevelândia Industrial e Territorial Limitada) e Pinho e Terra. Em
1950, o governo da União vendeu à CITLA toda a gleba Missões e parte da
gleba Chopim. Poucos dias após vendia à Pinho e Terras (Céu Azul) 11.500
alqueires da própria gleba Missões. Vendia também 300.000 pinheiros
`Companhia de Madeiras do Alto Paraná.
108
• GETSOP (Grupo Executivo de Terras para o Sudoeste do
Paraná).
• OBRAGES.
• Companhia de Terras Norte do Paraná – adquiriu
inúmeras glebas.
• Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (norte).
• Colonizadora Madeireira Rio Paraná S.A (MARIPÁ).
• Companhia Mate Laranjeiras (explora erva-mate e
madeira no Mato Grosso e depois no Paraná).
• Industrial Agrícola Bento Gonçalves Ltda (Medianeira)
• Colonizadora Gaúcha Ltda
• Colonizadora Matelândia Ltda
• Colonizadora criciúma Ltda
• A Companhia Brasileira de Imigração e Colonização
(COBRIMCO) - Anahy
(Explorar madeira e terras) 109
110
111
113
114
•Tanto militares como religiosos, indiferentemente,
exerciam atitudes de exploração. Os primeiros faziam-
na de modo mais brutal, sendo que os religiosos
auferiam posicionamentos mais sutis, mas nem por
isso diferentes. A cruz e a espada, nesse sentimento,
caminhavam passo a passo. (COLODEL, 1988, p. 30).
•Reduções –
Dessa maneira os indígenas diversificavam seus ramos
de atividade, sendo carpinteiros, tecelões, ferreiros,
pintores, estatutários, fundidores; tudo enfim era
provido na própria Redução. (COLODEL, 1988, p. 31).
• De acordo com os relatos de Brito, esta segunda
expedição era composta, além dos dois militares acima
citados, de mais 34 soldados, 12 operarios civis, 3
mulheres casadas com soldados, 4 tropeiros
encarregados da tropa com 34 cargueiros, carregados
com víveres, material , bagagem etc. (COLODEL, 1988,
p. 44).
•1905 – 58 famílias
•Agindo sob as ordens dos capatazes, em praticamente
todas as obrages do Oeste paranaense, existiam
polícias particulares que faziam da violência
desenfreada sobre os peões o seu cartão de visitas.
(COLODEL, 1988, pp. 60-61).
•O maior deles era chamado de depósito Central Barthe e
era o que comercializava toda a atividade exploratória da
imensa obrage.
“pelos gramados desse logar habitado, caminham peões.
Grandes carroças, de rodas altas, chegam do interior da
mata. (...) Deposito Central é um ponto destinado para o
recebimento dos diversos ‘carijós’ dessa região. Além disso,
mantem a empresa larga criação de carneiros, gado vacum
e plantações de cereais para a manutenção dos
empregados. (...) diversos armazens existem para deposito
de herva cancheada; outros para beneficiamento do
produto, prompto para exportação. Ha, além disso, moradas
para os peões, armazens de comestíveis, grandes estabulos,
rancho para carroças”. (COLODEL, 1988, p. 67).
•Um outro elemento que pode ser destacado refere-se à impossibilidade
que os mensus encontravam para fugir das obrages. A vigilância exercida
sobre eles era severa e constante. Pouquíssimas eram as alternativas que
eles podiam contar para se esconder da fúria dos seus patrões. Podiam
embrenhar-se na selva, mas ali teriam que enfrentar enormes dificuldade:
falta de comida, os animais selvagens, as doenças crônicas da região, etc. a
outra rota de fuga possível era oferecida pelo rio Paraná. Acontece que
todas as embarcações que nele navegavam eram de propriedade dos
obrageros que tinham um cuidado todo especial em vigiá-las
minuciosamente. (COLODEL, 1988, p. 70).
•(...) quando chegava assim pra acertá a conta ... acertavam a conta e então
mostravam na parede ... tinha uma big duma soiteira e uma espada, então
aí ele dizia, o chefe que era o patrão: - gusta la rubia o la morena! [chicote
ou a espada]. E eles respondiam: - la vida, no más. E então mandavam ele
embora, e então não matavam, não surravam mas também era explorado e
mandavam embora. (COLODEL, 1988, p. 70).
•TRANSPORTE DE MADEIRA: JANGADAS (MAROMBA),
CARROÇÕES ESLAVOS, LANCHAS A VAPOR, BARCOS –
TAMBÉM CHAMADOS DE MATA-FOME.
•Conchavo e antecipo (peão e comissionista), barracón,
papel das mulheres e crianças. A obrage voltava-se para a
exploração total do trabalho. Resistência. Alimentação
(reviro – farinha branca, água e ovos quando tinha).
CONDIÇÕES DE VIDA E TRABALHO, DECADÊNCIA DAS
OBRAGES, COLUNA PRESTES, MARCHA PARA O OESTE.
•Quase não circulava dinheiro, pois os mensus não
possuíam nenhum. Então, tudo girava em torno das ordens
de pagamento que eram distribuídas pela companhia.
(COLODEL, 1988, pp. 72-79).
Conforme o levantamento de Figueiredo (1937, p. 104):
O Senhor CAFERATA (argentino) trabalha com 120 homens,
sendo 82 paraguaios, e 32 argentinos. O único brasileiro
existente neste recanto do nosso Brasil é um soldado de
polícia ali destacado, que aliás é casado com uma paraguaia e
seus filhos falam [...] o guarani [...] No mesmo texto, o militar
acrescenta:
Conversando com um funcionário federal que se achava em
Guaíra, soube de muitas informações. Disse-me êle que
aquele recanto seria um seio de Abraão, sai a população não
fosse heterogênea. Havia os paraguaios que possuíam
costumes quase antagônicos aos nossos; os argentinos que
usavam modos de viver diferentes dos brasileiros e dos
paraguaios e finalmente os sisudos ingleses que se isolavam
completamente dos restantes, quiçá julgando-os uma massa
rasa. A melodiosa língua portuguêsa ha muitos dias não era
ouvida. Ao passo que o guaraní e o castelhano feriam [...]
durante todos os instantes, como si em estranha terra
estivesse. (FIGUEIREDO, 1937, p. 148)
Uma dessas obrages em questão denominava-se Fazenda Britânia. Estruturada
em 1905 sob propriedade de empresários ingleses, essa área de terras fora no
ano de 1945 adquirida pela empresa Industrial Madeireira Colonizadora Rio
Paraná, - Maripá. Essa colonizadora foi constituída em 13 de abril de 1946 e,
conforme consta na Escritura Pública do Registro de Imóveis Títulos e
Documentos. Comarca de Toledo, PR, sua área estendia-se por 43 quilômetros ao
longo do rio Paraná, formando quase que um retângulo com aproximadamente
274. 846 hectares. Do interior de seus quadros administrativos, nascera a
empresa colonizadora Pinho e Terras Ltda.
Alguns
Documentos
Nova Santa Rosa
Lamber
Referências
• COLODEL, José Augusto. Obrages & Companhias Colonizadoras: Santa Helena na
história do oeste parananense até 1960. Santa Helena, Prefeitura Municipal, 1988.
• MEZZOMO, Frank Antonio. Religião, nomos e eu-topia: práxis do catolicismo no
oeste do Paraná. Cascavel, EDUNIOESTE, 2002.
• PIAIA, Vander. Terra, sangue e ambição – a gênese de Cascavel. Cascavel:
EDUNIOESTE, 2013.
• ROMPATO, Maurílio; GUILHERME, Cássio Augusto Samogin Almeida (Orgs.).
Histórias e memórias da ocupação das Regiões Paranaenses no século XX. 1 ed.
Maringá: Massoni, 2015.
•WACHOWICZ, Ruy Christovam. Paraná, Sudoeste: ocupação e colonização. 2 ed.,
Curitiba: Ed. Vicentina, 1987.
• ______. História do Paraná. Ponta Grossa: editora UEPG, 2010.
• ______. Norte Velho, Norte Pioneiro. Curitiba: ed. Vicentina, 1987.
• ______. Obrageros, mensus e colonos: história do oeste paranaense. 2 ed.
Curitiba: Ed. Vicentina, 1987.

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HISTÓRIA DO PARANÁ - REGIÕES E OCUPAÇÃO DO ESPAÇO PARANAENSE

  • 1. HISTÓRIA DO PARANÁ - REGIÕES Maio de 2016. Prof. Amilton B. Peletti
  • 2. Perguntas de um Operário Letrado Quem... Quem construiu Tebas, a das sete portas? Nos livros vem o nome dos reis, Mas foram os reis que transportaram as pedras? Babilônia, tantas vezes destruída, Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas Da Lima Dourada moravam seus obreiros? No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde Foram os seus pedreiros? A grande Roma Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio Só tinha palácios Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida Na noite em que o mar a engoliu Viu afogados gritar por seus escravos. O jovem Alexandre conquistou as Índias Sozinho? César venceu os gauleses. Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço? Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha Chorou. E ninguém mais? Frederico II ganhou a guerra dos sete anos Quem mais a ganhou? Em cada página uma vitória. Quem cozinhava os festins? Em cada década um grande homem. Quem pagava as despesas? Tantas histórias Quantas perguntas Bertolt Brecht
  • 3. • Observe o mapa do Paraná atual. Será que ele sempre foi assim, com esse “contorno”? A “OCUPAÇÃO” DO ESPAÇO PARANAENSE Para responder a essa pergunta precisamos voltar no tempo e observar como os homens foram “tecendo” a história do Paraná. 3
  • 4.
  • 5.
  • 6. 6
  • 7. 7
  • 8.
  • 10.
  • 11. 1919
  • 12.
  • 14. •1854, referendam a existência de áreas incipientemente ocupadas pela nação. O referido censo destacava a presença de 62.358, habitantes em território provincial.
  • 15. 15
  • 16.
  • 17. •A designação de Paraná Tradicional remete-se ao período de conquista e ocupação do território indígena pelos luso-brasileiros, desde o século XVII até o XIX, compreendendo a porção do litoral, primeiro planalto, Campos Gerais, Campos de Guarapuava e Palmas. Inicialmente, através da preação de índios e da mineração, possibilitou-se a criação das primeiras vilas portuguesas, no litoral e no primeiro planalto, como a de Paranaguá, Antonina e Curitiba. PARANÁ TRADICIONAL
  • 18. •Por mais efêmera que se apresentou esta dinâmica ocupacional, uma segunda fase se consolidou, a partir do século XVIII, a economia pecuária e ervateira. Por meio do tropeirismo efetivou-se o surgimento de vilas, como Castro, Ponta Grossa, Lapa, Jaguariaíva com uma sociedade “latifundiária, campeira e escravocrata”. Por fim, a partir do século XIX o contingente de imigrantes, principalmente europeus, também contribuíram para a formação desta “área histórico-cultural”.
  • 19. •O processo migratório envolvendo a descoberta de minas de ouro concorreu para o surgimento de diversos caminhos, primeiras formas de ligação entre esparsos núcleos populacionais do litoral e primeiro planalto paranaense. A ocupação da área litorânea teve, por sua vez, grande impulso a partir da instituição de São José dos Pinhas, localidade fundada no ano de 1690, seguido pelo evento de oficialização da já existente Vila de Curitiba em 1693.
  • 20. •Martins (1994) destaca que, em conformidade ao processo de ocupação determinado pela política mercantilista ultramarina do Estado Português, o litoral norte do Estado do Paraná pertencia à chamada Capitania de São Vicente. O litoral sul, por sua vez, compreenderia as chamadas Terras de Sant'Ana. Por sua vez, a ocupação do território litorâneo em decorrência da descoberta de minerais preciosos nos ribeirões que desaguavam na bacia do Paraná, já demarcava as primeiras áreas que posteriormente seriam definidas como território paranaense. Ainda no século XVII, ter-se-iam, indícios de mineradores explorando ouro nessa região.
  • 21. MINERAÇÃO • Primeiro ciclo econômico; • Séculos XVI e XVII; • Litoral, Serra do Mar e 1º Planalto; • Escravidão; • Impostos: Quinto e captação; • Caminhos: Graciosa, Itupava e Arraial; • Consequências: povoamento do litoral, surgimento de Paranaguá, colonização do primeiro planalto, fundação de Curitiba, caminhos.
  • 22. Os Pioneiros Rafael Falco (Oran, 1885- São Paulo 1967).Óleo. Coleção Dulce Moura de Albuquerque. Fonte:http://peregrinacultural.wordpress.com/2011/05/30/raphael-gaspar- falco-pintor-brasileiro. Acesso em 06 de set. de 2012.
  • 23. •O espaço geográfico ocupado pela população existente na Província não preenchia senão um terço aproximadamente do disponível existente no Paraná. A esta área denomina-se o Paraná Tradicional, que foi esboçado no século XVII, com a mineração do ouro, estruturou-se no século XVIII, sobre o latifúndio dos Campos Gerais, com base na criação e no comércio do gado e, mais tarde, nas atividades extrativas da erva-mate e da madeira. Estes dois produtos extrativos vão formar sensivelmente, uma nova economia, resultando transformações na vida paranaense de um modo geral.
  • 24.
  • 25. •A referida Carta, destaque nas páginas da obra de Macedo (1995, p. 100) revela o triplo caráter da política da Coroa: Tendo o presente o quase total abandono em que se acham os campos gerais de Curitiba e os de Guarapuava, assim como todos os terrenos que deságuam no Paraná [...] infestados pelos índios denominados bugres, que matam cruelmente todos os fazendeiros e proprietários que nos mesmos países têm procurado tomar sesmarias e cultiva-las em benefício do Estado; de tal maneira que [...] maior parte das fazendas [...] se vão despovoando. Sou servido por estes e outros justos motivos que fazem suspender os efeitos de humanidade que com eles tinha mandado praticar, ordenar-vos. Em primeiro lugar, desde o primeiro momento em que recebais esta minha Carta Régia, deixe de considerar principada a guerra contra esses bárbaros índios, [...] Em segundo lugar [...] a porção que fordes libertando não só as estadas de Curitiba, mas dos Campos de Guarapuava, possais ali dar sesmarias, [...] Em terceiro lugar ordeno-vos que assistais com o competente ordenado a João Floriano da Silva a quem encarrego o exame dos mesmos terrenos, e assim a ele, como a seu irmão, [...] darei as sesmarias que puderem cultivar, [...].
  • 26. •Os aspectos acima referendados sintetizam a determinação com que o governo central tratou a ocupação da região criando condições necessárias para a propalada conquista dos referidos sertões meridionais do Brasil, e revelam o olhar do Estado diante das populações indígenas. Nesse discurso, expressões, tais como bugres ou bárbaros sintetizam a imagem que a sociedade possui em relação às populações indígenas, ou seja, uma organização social, cujas práticas de resistência em relação à presença do Homem branco foram interpretadas como desumanas. Atitudes que concorreram para que o Imperador, no uso de suas atribuições legais, destituísse o grupo de humanidade. Fica claro que o critério utilizado pelo monarca para destituir o estatuto de humanidade, delegado aos índios desde a controvérsia, pública entre Las Casas e Sepúlveda em meados do século XVI, foram as consecutivas mortes ocorridas em função das guerras que o grupo indígena travou com os colonizadores pela histórica posse de suas terras. Assim no decorrer dos séculos XVIII e XIX conforme a linguagem da época, o território paranaense padecia em função da escassa presença de populações brancas e civilizadas.
  • 27. •A escravidão negra no Paraná se fez presente desde o século XVII nos tempos dos arraiais das primeiras vilas paranaenses como Paranaguá e Curitiba. •Contudo, na medida em que esta economia se desmantelava, os negros eram introduzidos nas atividades agropastoris do primeiro e segundo planalto. •Assim, o que se deve ressaltar é que no Paraná a escravidão negra não ocorreu de forma intensiva como em outros pontos do Brasil. •Ao mesmo tempo não se deve minimizar a participação paranaense no comércio negreiro, especialmente a do porto de Paranaguá, que serviu como um dos principais embarcadouros do país no contrabando de escravos no período em que ocorreu a proibição do seu tráfico (1850). •BUGRES E BUGREIROS. ESCRAVIDÃO
  • 28. •O espaço geográfico ocupado pela população existente na Província não preenchia senão um terço aproximadamente do disponível existente no Paraná. A esta área denomina-se o Paraná Tradicional, que foi esboçado no século XVII, com a mineração do ouro, estruturou-se no século XVIII, sobre o latifúndio dos Campos Gerais, com base na criação e no comércio do gado e, mais tarde, nas atividades extrativas da erva-mate e da madeira. Estes dois produtos extrativos vão formar sensivelmente, uma nova economia, resultando transformações na vida paranaense de um modo geral.
  • 29. •Czesz (1997, p. 23): Várias povoações surgiram em função da economia do gado nas expansões através dos rios Iguaçu e Tibagi. Resultante dos caminhos do Peabiru, de Cubatão, do Itapuava e principalmente do Viamão. Ligando os centros criadores - localizados no Rio Grande do Sul - ao principal mercado pecuário da época - Sorocaba – esse [último] caminho atravessou o Paraná, criando condições para o aparecimento de várias povoações como [...] Ponta Grossa, Lapa, Palmeira, Campo Largo, Lages.
  • 30.
  • 31.
  • 32. • Roubos de gado, de carga e o assalto a viajantes – e foram se atualizando: ônibus, jipes, caminhões, carros... • Bandido social e o bandido inimigo (pistoleiro, jagunço); • Métodos de violência – impedir pedidos de justiça, desincentivar a chegada de novos posseiros, dificultar a coleta de provas; • Limpeza das terras; • Cafeicultores: fertilidade do solo, mão-de-obra e baixa exig6encia de capitais;
  • 33. •“O Norte do Paraná é só fama: quando não é poeira é lama”; •Madeira; •Região habitada principalmente por Caingang e os Guarani; •Colônia Militar do Jataí: proteger as terras e cobrar impostos; •1930 – a partir desta data compradores são atraídos pela intensa propaganda promovida pela CTNP; •1944 – a CTNP passa para os brasileiros. Em 1951 torna-se a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná;
  • 34. Historiografia dos conflitos •Memória Épica – é como se a companhia tivesse feito a reforma agrária; •Memória determinista – cultivo de café; •Historiografia dos conflitos – contradições existentes nos processos históricos: -Papel dos indígenas, posseiros e caboclos? -Construção da ideia do vazio demográfico? - Mito do vazio demográfico e Mito das Companhias colonizadoras: obra pioneira da Companhia, missão de transformar o terceiro planalto em espaço útil, papel de destaque aos pioneiros, ideal de reforma agrária.
  • 35. • Através desta suposta homogeneidade a condição de pioneiro tenta esconder a exploração acontecida através do trabalho e ainda “disseminar a noção de que todos podem enriquecer desde que se esforcem, que façam sacrifícios e trabalhem muito, pois todos os que aqui enriqueceram e ‘venceram’ é porque assim o fizeram. • # entre reforma agrária (redistribuição de terras) e colonização (ocupação de terras devolutas). • Atuava assim de acordo com os interesses do Estado Novo – afastar a subversão dos que não possuíam terras... • Relações sociais...
  • 37. 37
  • 38.
  • 39. •Cabe ressaltar que as fronteiras entre as possessões portuguesa e espanhola na América Platina foram demarcadas pelos Tratados de Madri em 1750 e, respectivamente, Santo Idelfonso no ano de 1777. O Tratado de 1777 estabelecia que a fronteira internacional corresse pelos rios denominados Peperi-Guaçu e Santo Antônio. Entretanto, as comissões demarcadoras criadas por Portugal e Espanha não definiram com exatidão, quais os rios que recebiam tais denominações, muito embora, contassem de mapeamentos já estabelecidos.
  • 40. •Após a resolução da problemática territorial com a Argentina, outro evento coloca em relevo a demarcação do território paranaense. Referimo- nos a disputa interna entre os Estados do Paraná e de Santa Catarina pela definição entre suas fronteiras, embate esse que se estendeu ao longo de dezesseis anos. Conhecida como região do Contestado, a área em litígio inclui atualmente localidades tais como Palmas, Campo Erê, União da Vitória e Porto União.
  • 41. SUDOESTE • Afora os índios, o maior problema inicial dos pioneiros de Palmas, foi a obtenção de sal, produto básico para a sobrevivência do gado, que vinha de Guarapuava e era muito caro. • Papel importante dos indígenas na abertura de estradas na região.
  • 42. • Com o término da Guerra do Paraguai, reapareceu a questão de fronteiras entre Brasil e Argentina. • Tratado de Montevideo (1890) o qual foi rejeitado pelo Congresso • Argumentos utilizados por Rio Branco que mais influenciaram: uti possidetis (1890 – 5.793 habitantes, dos quais 5.763 eram brasileiros e 30 estrangeiros; localização dos rios, fixação dos brasileiros em caráter permanente enquanto dos argentinos era circunstancial. • Seria um blefe diplomático da Argentina?
  • 43. • Grilagens de terras... • Tropeirismo • “Mas, apesar das dificuldades, a população de Palmas em 1868, atingia 2.050 habitantes, incluindo-se os índios mansos. • Início do século XX – a população do Sudoeste atingia 3.000 habitantes, ou seja, um imenso vazio demográfico. • Preconceito com a agricultura, torna a vida mais cara. Aguardava-se até três anos por madeira para construir a casa (falta de serrarias)
  • 44. • 1920 – Palmas conta com 10.270 pessoas • Crescimento populacional da região: peões e agregados a procura de espaços e terras para sobreviver, fugitivos da justiça do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Corrientes, posseiros refugiados da região do Contestado, argentinos e paraguaios a procura de erva mate, crescimento vegetativo. • Colônia Bom Retiro – 1918 , desestabilizada em 1925 pela presença de revolucionários – confisco de animais e mercadorias, homens e moças se escondiam
  • 45. • Brasil Railway Co. – titulação de territórios devolutos – 1918-1920, entre eles a Gleba Missões com 425.731 hectares • De 1822 até 1850 a única maneira de se apropriar da terra era a posse. Ocupação pura e simples de um pedaço de terra com moradia e cultura, sem atender a preceitos jurídicos legais. • Qual o papel dos posseiros? Frente da frente • Pequenas propriedades... • Valor da terra? • Palavra como documento?
  • 46. • Safras, safristas, baguás, vara • Os caboclos e os de origem • Colonizadoras: CITLA, COMERCIAL e APUCARANA • ESTADO DAS MISSÕES • TERRITÓRIO FEDERAL DO IGUAÇU • BRAVIACO – Companhia Brasileira de Viação e Comércio; CANGO – Colônia Nacional General Osório; PINHO E TERRAS – GLEBA MISSÕES • FAIXA DE FRONTEIRA • O “GRILO” MISSÕES: • LEVANTE DOS POSSEIROS
  • 47. OESTE
  • 48. ETAPAS DE COLONIZAÇÃO A primeira, e mais antiga, decorre da ocupação pelos índios que se espalhavam também por todo o território do continente sul-americano. A presença desses grupos indígenas, como Xetá, Kaigang e Guarani, foi notada no processo mais recente da colonização, fazendo com que essa população fosse mais uma vez reprimida. 8.000 anos no Oeste • A segunda corresponde à atuação e presença dos padres jesuítas espanhóis que desenvolveram várias reduções (missões) pelo território. Esses aldeamentos indígenas, apesar de destruídos na primeira metade do século XVII pelos bandeirantes paulistas, conservaram forte a presença espanhola na região.
  • 49. • A terceira etapa data do período entre 1881 e 1930, que corresponde à introdução do sistema das Obrages, entre Foz do Iguaçu e Guaíra, cujo objetivo principal era a exploração extrativista da erva-mate e da madeira. • A quarta fase ou a etapa recente aconteceu principalmente pela atuação das empresas colonizadoras que efetivaram a colonização moderna do Oeste paranaense.
  • 50.
  • 51. O fim das reduções Por volta de 1600 a produção agrícola da colônia que pertencia a Portugal no Brasil, necessitava de mão de obra. Nesse sentido, buscou-se o trabalho escravo indígena através dos bandeirantes, que se deslocavam de São Paulo até as Reduções. Em torno de quarenta mil indígenas viviam distribuídos em quatorze reduções no Paraná. Por volta de 1629 as reduções foram destruídas, cerca de vinte e oito mil indígenas foram escravizados ou mortos, os demais fugiram para o interior da mata. Essa região era ocupada por espanhóis. O Tratado de Madrid, em 1750, pôs um fim à pretensão espanhola de dominar o Oeste do atual Paraná. 51
  • 52. •Nesse sentido, amplas discussões em torno da demarcação de áreas situadas a extremo-oeste e sudoeste da Província paranaense também estiveram em pauta no período. Reconhecida como “Vale do Iguaçu”, essa região, tradicionalmente território Guarani foi reconhecida como Território do Guayrá. Tal denominação segundo apontado por Mota (1987), decorre da edificação de reduções Jesuíticas durante os séculos XVI e XVII. A posse desse espaço era reivindicada contra Argentina e Santa Catarina representando, aspirações de segmentos políticos constituídos no Paraná, grupos esses que refletiam aspirações de camadas dirigentes e econômicas.
  • 53.
  • 54. • Em 1895 a Matte Laranjeira chegou a explorar uma área de 5 milhões de hectares, o que equivale a 50 mil km2 – igual a um quarto da área do Paraná. Confira por onde se estendiam seus empreendimentos.
  • 55.
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  • 60. •A região oeste e sudoeste somente se constituiu em área de colonização aproximadamente na década de 1920, ao receber o fluxo migratório de gaúchos e catarinenses que proporcionaram o estabelecimento da pequena propriedade, da suinocultura e da produção de cereais e oleaginosas. •Contudo, ao se retroceder a séculos anteriores, verifica-se que este território fez parte da Província do Guairá, no período de posse espanhola entre os séculos XVI e XVII e onde fundaram-se as Missões Jesuíticas das quais abrigaram milhares de indígenas, sobretudo os Guarani. •Posteriormente, as vastas florestas existentes na região do vale do rio Iguaçu e do rio Paraná tornaram-se área de exploração predatória de ervais e madeiras, principalmente de interesses estrangeiros que através das obrages implantaram um sistema de trabalho subumano, onde imperava a brutalidade e o estado de miséria de brasileiros e paraguaios.
  • 61.
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  • 64. O trabalho em meio a mata nas regiões Sudoeste/Oeste do Paraná O trabalho era muito pesado, as crianças trabalhavam com seus pais, havia poucas escolas e eram distantes, impossibilitando os estudos. Homens, mulheres e crianças viviam em perigo, pois havia muitos animais ferozes, além das cobras cascavéis, mosquitos, onças, entre outros... Se as pessoas ficassem doentes, não havia médicos, eram feitos chás com ervas conhecidas por eles, que nem sempre resolvia. O trabalho de derrubar a mata, preparar o terreno semear os grãos e esperar que a terra produzisse era bastante árduo. (FOTO 1905). 64
  • 65. • Em 1930 a região de Catanduvas não parecia Brasil: • Domínio econômico era Argentino – levavam o mate e a madeira e traziam os produtos consumidos na região; (matéria-prima/território brasileiro, empresas argentinas, mão-de-obra paraguaia. • Os fiscais, quando haviam, dependiam dos obrageros para morar e comprar; • O mate brasileiro era beneficiado em Posadas e vendido como se fosse argentino; • Isso foi revelado pelos militares que combateram a Coluna Prestes em 1924. O grupo que assumiu o poder em 1930 cunhou o slogan “Marcha para o Oeste”. MARCHA PARA O OESTE 65
  • 66. PERÍODO VARGAS - NACIONALISMO  Marcha para o oeste – Ocupar fronteiras, como por exemplo oeste e sudoeste;  10.000 habitantes, somente 500 eram brasileiros;  O Paraná é acusado de descaso para com a região – propõe-se a criação do território Federal do Iguaçu para garantir a nacionalização;  Em 1943 é criado o Território Federal do Iguaçu;  Havia também outras intenções: abrir espaço para o excedente populacional do RS;  Com a queda de Getúlio em 1945 as elites paranaenses trataram de recuperar o território e sua dissolução foi aprovada numa disposição transitória da Constituição de 1946. 66
  • 67. 67
  • 68. 68
  • 69. • 1 - Explique por que a atividade tropeira e ervateira enriqueceu os fazendeiros e os donos dos engenhos de mate. • 2 - Copie o quadro abaixo no seu caderno e complete com as informações dos textos estudados. ATIVIDADES Atividade econômica Ouro no Paraná Tropeirismo no Paraná Erva-mate Madeira Época Região do Paraná Sujeitos históricos (Proprietários/ mão-de-obra) Destino da produção Espaços e objetos de trabalho 69
  • 70. Inúmeras famílias de posseiros viram-se desalojadas da noite para o dia das propriedades onde durante anos haviam investido todos os seus esforços: grileiros vinculados ao PSD passavam a condição de titulares de vastas áreas, removendo seus ocupantes à força ou obrigando-os a pagarem mais uma vez pela terra. Jagunços a soldo de grandes companhias ou de latifundiários percorriam os sertões com metralhadoras pesadas à caça de posseiros (REVISTA OESTE, no. 21, Ano III, setembro/1987, p. 36- 37). POSSEIROS 70
  • 71. Oeste do Paraná - Pioneiros 71
  • 72.
  • 73.
  • 74.
  • 75. •Em 1902, instalou-se, na região Oeste, a Companhia de Madeiras Del Alto Paraná, empresa inglesa com sede em Buenos Aires - Argentina, adquirindo do governo do Estado a área de terras denominada Fazenda Britânia, com aproximadamente 275 mil hectares. Atualmente esta área corresponde aos municípios de Marechal Cândido Rondon, Quatro Pontes, Entre Rios do Oeste, Toledo, Nova Santa Rosa e parte do município de Palotina. •Com os mesmos objetivos das outras obrages já instaladas na região, a Companhia de Madeiras Del Alto Paraná utilizou-se de mão-de-obra paraguaia para a exploração de madeira e erva-mate na região Oeste do Paraná. Essa situação de exploração depredatória persistiu até a década de 1920, quando eventos como a passagem da "Coluna Prestes [em 1924] e também das Tropas Federalistas (...) expuseram a situação do Oeste do Paraná à opinião pública"39, constatando-se a dominação da região por parte de estrangeiros, e que até então não havia sido tomada nenhuma ação efetiva buscando fomentar a ocupação através de brasileiros. Após esta constatação, tornou-se imperativo tomar medidas que coibissem a invasão de estrangeiros e concomitantemente "nacionalizar" a região.
  • 76. •nóis não tinha terra lá, daí nóis viemo prá cá, nóis, os treis irmãos e as nossas treis mulheres, tudo num caminhão com 10 crianças (...) Nóis era agregado em terras de gente estranha, gente boa, oito anos nóis trabalhamo lá na granja de arroz (...) Nóis era em 10 irmãos e meu pai só tinha uma colônia de terras e com moro, daí nóis tinha que sai pelo mundo, somos filhos de Deus, e virar-se sozinho (...) Então nóis saimo de lá porque nóis não tinha terra, nóis era pobre (...) tinha que arrumá prá nóis e prá colocá estas crianças. (F.H.)
  • 77. •Os que residiam nas proximidades da cidade usavam recursos considerados fáceis, baratos e rápidos: a carroça de boi, o cavalo e, na maioria das vezes, a bicicleta, pois estes eram os meios de transporte acessíveis e mais apropriados devido às péssimas condições em que as estradas se encontravam. Para os que se fixavam no meio rural, o único recurso disponível na maioria dos casos era fazer longas caminhadas a pé, pelo interior da mata.
  • 78. •É o que pode ser verificado nas afirmações de Moisés Lupion, então governador do Estado do Paraná: Bons e maus elementos, atraídos os primeiros pela fama da fertilidade das terras roxas paranaenses e, os segundos pela facilidade dos negócios, deixaram os rincões de origem em São Paulo e Minas Gerais e vieram juntamente com muitos aventureiros, apossar-se abruptamente das melhores terras devolutas do Estado, assentando benfeitorias provisórias; desordenadamente, a mais das vezes, em terras já tituladas ou comprometidas (ROCHA NETO).
  • 79. Tal ocupação regional fundada em bases econômicas em cima da exploração da mão-de-obra indígena teria feito do Guairá um espaço de fricção Inter étnica permeado por conflitos socioeconômicos. Conforme destacado por Challenberger (1997, p. 20). Os colonos foram progressivamente se abandonando, através do regime da encomienda, das terras dos índios e dos próprios índios, explorando-os no serviço pessoal. Por outro lado os paulistas projetaram sobre o Guairá os seus interesses econômicos em função da abundância da mão-de-obra disponível, que começaram a recrutar e vender para a agroindústria do litoral brasileiro. [...] Por causa da resistência dos índios, os colonos e paulistas foram obrigados a enfrentá-los para salvaguardar os seus interesses econômicos.
  • 80. Conforme a leitura acima, essa etapa caracterizava- se pelo extrativismo. Processo esse que se teria iniciado com a instalação da Companhia de Madeiras Del Alto Paraná. Tratava-se de uma empresa inglesa sediada na cidade de Buenos Aires, a qual adquiriu a área de terras denominada Fazenda Britânia que atualmente compreende municípios tais como Marechal Cândido Rondon, Toledo, Quatro Pontes, Nova Santa Rosa, bem como área significativa do Município de Palotina.
  • 81. Silva (1988, p. 52-53) expressou com propriedade sensações de descoberta. Vamos a Santa Catarina, vamos ao Paraná, vamos ao Oeste. Lá existe terra sobrando. Lá existem matas ainda virgens à nossa disposição. Lá existe tudo para recomeçar a vida. Nós passamos lá. Nós a vimos! Parecia este o recado da Coluna Prestes.
  • 82. Segundo palavras da autora: A história de Marechal Cândido Rondon está ligada ao Projeto de colonização da Firma MARIPÁ. [...] Willy Barth recebia os novos colonos, mostrava- lhes as terras, acompanhava-os durante dia e noite, cantava com eles para expulsar o cansaço, a tristeza e a saudade. Foi administrador muito seguro e como colonizador deu exemplo de colonização e modelo de Reforma Agrária.
  • 83. FOTOGRAFIA 7 - Acampamento no meio da floresta - Marechal Cândido Rondon Fonte: Saatkamp (1985)
  • 84.
  • 85. • FOTOGRAFIA 15 - Hospedagem temporária na mata - Palotina • Fonte: Reginato (1979)
  • 86. Jornal Oeste, periódico de circulação local durante as primeiras décadas do processo de (re)ocupação do território. [...] região nova onde população laboriosa, dinâmica, devotada ao trabalho heroico ao desbravamento da mata virgem, transformando-a em uma das mais promissoras regiões agrícolas do Estado, faz com que esta mesma região que até pouco figurava nos nossos mapas ilustrados como zona selvagem, assinalada por um índio empenachado e uma onça pintada, cubra-se de cidades vilas, povoados e núcleos agrícolas. Faz com que, em plena floresta surjam indústrias que transformam as incalculáveis reservas de essências florestais em fabulosas fontes de riqueza. Reportagem comemorativa ao primeiro ano da instalação oficial do Município de Toledo na data de 14 de dezembro de 1953.
  • 87. Conforme consta no documento: [...] as colonizadoras em geral, depois de adquiridas suas terras, tratam de dividi-las em glebas ou lotes grandes para em seguida vendê-las o mais depressa possível, [...] Aplicando este sistema teria a firma colonizadora, em pouco tempo, cumprida a finalidade. Porém, sendo este um sistema é contrário a um desenvolvimento social e aos interesses econômicos de uma Nação; a PINHO E TERRAS LTDA; achou por bem dividir as glebas que posteriormente iriam colonizar, em lotes rurais de mais ou menos 10 alqueires, também chamado ‘colônia.’
  • 88. •Companhia Colonizadora Pinho e Terras - fim de 54, pouca chuva, e estão aparecendo mineiros e paulistas [...] assim esta colonização que deveria constar de moradores do Sul e católicos já está se transformando em uma miscelânea de gente e religiões. Aqui [...]. tudo nos começos. A igreja e casa paroquial quase prontas [...] Começou a invasão de Paulistas. Ainda bem que não são mamelucos [...].
  • 89. Brecht (1960, p. 3): Sendo que a PINHO e TERRAS, LTDA; não se dedica exclusivamente à compra e venda de terras, ela tinha que assumir a obrigação, perante os agricultores, de os mesmos não perderem tempo em fazerem experiências, ao que diz respeito a agricultura. [...] Outro fator importante era criar nas sédes um ambiente que atraia os compradores, como as instalações de hospitais, com médicos, sempre que era possível; construção de escolas, mesmo si a firma tivesse que sustentar o professorado.
  • 90. Percebe-se que o modelo de colonização centrado, sobretudo, num ethos cultural determinado se articulava, a valores identitários comuns, eliminando possíveis conflitos internos a partir da preservação de seus códigos culturais. Desses, educação, religiosidade e o sentido de comunidade, tiveram grande atenção. Nos núcleos coloniais, construção de escolas, igrejas e salões comunitários pelas empresas ou a sua colaboração foram atitudes significativas para a manutenção da homogeneidade do grupo. Acrescenta-se a isso, a manutenção de vínculos com modelos fundiários já conhecidos pelos migrantes. Assim, atributos tais como, "Celeiro do Paraná” passam a definir o regional. Para as empresas envolvidas, estabelecer a (re)ocupação significava incorporar à nação um território reconhecido como vazio e ali, estabelecer novas vivências. Para o governo do Paraná, significava, sobretudo, receber um solo ocupado, produtivo, mercantilizado, livre dos perigos representados pela presença maciça de estrangeiros na região.
  • 91. Garantir tal conquista pressupunha, porém estabelecer os migrantes tão logo adquirissem as suas terras. A derrubada da mata estimulada pelas empresas realizava-se a partir de derrubadas da vegetação A mão-de-obra de baixo custo de tal trabalho, compunha-se de trabalhadores do norte do país e paraguaios, antigos mensus trabalhadores das unidades obrageras, referendadas no capítulo anterior. O trabalho das serrarias era outro recurso utilizado para a extração das matas nativas da região. A madeira, por sua vez era comercializada a preços irrisórios entre o proprietário das terras desmatadas e donos de serrarias. Esses fatores proporcionavam não só lucros ao segundos como também garantiam ao projeto colonizador o sucesso almejado.
  • 92. Chegamos [...] debaixo de tempestade. Uma surprêsa nos esperava: o hotel ainda de madeira, [...] tinha cama de verdade, chuveiro com água quente, [...] Estávamos pois em plena civilização. Depois do jantar fomos todos ao clube, já rodeados de gente. [...] são todos jovens, de vinte e poucos anos, sadios, fortes, bem dispostos. Ë uma comunidade de trabalho invejável. Projetos, sonhos, aventura, coragem, desprendimento, esperança - eis o que revelou aqui o melhor colono do Brasil - filho de alemães ou italianos para fazer nascer vertiginosamente uma cidade moderna. Muito embora o autor fizesse referências ao Município de Toledo, localidade sede da Colonizadora Maripá, tal passagem pode ser estendida, à área colonizada pela empresa Pinho e Terras LTDA. Expressões "melhor colono", "nova raça" "civilização," compõem um discurso mais amplo, extensão de valores como trabalho, coragem e progresso, fazem emergir elementos distintivos do regional com conotações emotivas
  • 93. Contudo, desqualificar os territórios de origem dos migrantes de Santa Catarina e Rio Grande do Sul foi outro expediente utilizado nas publicidades das empresas, tal como o anunciado a seguir: AGRICULTOR,!! [...] ponha fim aos teus sofrimentos de trabalho no meio das pedras e montanhas, a onde tens que carregar os gêneros de tua colheita uma Boa parte nos ombros. [No oeste] não será assim. Porque, a planície te permitirá de ir com a carroça em qualquer ponto de tua colônia. É por isso que [...] está progredindo a passos de gigante. Bem demonstra que, a 4 anos era uma região inhospita aonde passeavam as feras. Cf. panfleto de propaganda de terras elaborado em 1952 pela Colonizadora Maripá, amplamente distribuído nas localidades de Concórdia no estado de Santa Catarina e Santa Maria, situada no estado do Rio Grande do sul, dentre outras localidades.
  • 94. Em 25 de Julho de 1969, o periódico A voz do Oeste (1969, p. 13) destaca: [Pioneiro] ao preparares a terra [...] fixando civilizações, derrubando a mata tantas vêzes hostil, invocas a nossa presença. Estás colaborando com a terra que te recebe. Estás contribuindo para o seu engrandecimento, como irás contribuir sempre com o seu trabalho certo para safras incertas.
  • 95. No final da primeira década do século XX, o Legislativo paranaense, permanece palco de denúncias, conforme apontado no informe do Congresso Legislativo do Paraná: A vasta zona oeste e noroeste paranaense cuja flora encerra preciosos elementos de riqueza ainda não explorada, deve merecer nossa atenção no sentido de valorizar nosso Estado [...] em direção ao Piqueri, há grande massa de trabalhadores na extração da erva- mate e madeira, alguns desses trabalhos são feitos legalmente, mas outros não; está provado que alguns indivíduos invadem legalmente os terrenos nacionais [...] e estabelecem grandes empresas extrativas de erva [...] com prejuízo manifesto para os cofres do Estado.
  • 96. •Segundo constata Nogueira (1920, p. 115), na ocasião da chegada ao seu destino: "[...] o pharmaceutico é paraguayo; o médico é espanhol; o chefe de contabilidade e o do deposito são allemães. [...] a peonada é paraguaya ou argentina".
  • 97. Segundo constata Muricy (1896, p. 4): [...] de Catanduvas em diante o caminho é horroroso; o solo muito accidentado e o matto apresenta-se em toda sua pujança, [...] Além disso, tem-se de atravessar manchas de léguas de extensão, só de taquerussús, por um verdadeiro túnel cortado nas enormes touceiras. Caminha-se horas inteiras; sem se ver uma nesga siquer de céo.
  • 98. Segundo Nogueira (1920, p. 6): [...] entre Guarapuava a Foz do Iguaçu o percurso era feito em 72 horas de automóvel. Esse meio de transporte, entretanto, é no momento caríssimo, por causa do desgaste material ocasionado pelas condições ainda imperfeitas daquella via. Até hoje a viagem, tem sido feita [...] por estrada de ferro, via Uruguayana, de onde, transposto o riu Uruguay, continúa, em paso de Los Libres, pela estrada de ferro argentina até Posadas e dahi, pelo alto Paraná, até a Foz do Iguassú.
  • 99. destaca Nogueira (1920, p. 114 ): Em Guaíra: tudo pertence à Matte Laranjeira. [...] As terras foram adquiridas por compra de uma antiga concessão feita pelo Estado do Paraná. [...] A pequena estrada de ferro que transporta hervas [é] o único meio de transporte para os famosos saltos das sete quedas.
  • 100. Wachowics (1987, p. 44) em uma propriedade: [...] típica de regiões cobertas de matas subtropicais em território argentino ou paraguaio. O interesse fundamental de um obragero não era a colonização em pequena ou média propriedade, nem o povoamento de suas vastas terras. Seu objetivo precípuo era a extração de erva-mate nativa da região, bem como da madeira em toros, abundante na mata subtropical.
  • 101. Os sertões do Iguassú constituem uma zona inteiramente diversa, uma espécie de Amazônia, ainda não acabada para a habitação do Homem. O brasileiro desconhece-a como si não fora um pedaço do Brasil. E, na verdade é mais paraguaya e argentina, pois que nem o nosso idioma, nem o nosso dinheiro, ahi conseguiram chegar. Os poucos nacionaes que ai aportam, embora de passagem, no desempenho de um mandato oficia, submetem-se ao meio que lhes deita o braço de ferro e os converte, pelo menos aparentemente. Nessa longa faixa de sertões intermináveis, sob um sól ardente e creado, habita em certos pontos, uma onda humana, transitória, que chega e parte, todos os dias, para de novo voltar e de novo partir. (MARTINEZ, 1925, p. 8 )
  • 102. FOTOGRAFIA 2 - Salto Iguassú Fonte: Silveira Netto (1939) Chegamos finalmente. [...] a ampla e tumultuosa epopéia das águas. Minha expectativa é ultrapassada impetuosamente. [...] ao colimarmos os primeiros borbotões das águas. A campina e a floresta sugerem-nos a visão pictual dos nossos grandes paisagistas. Nem as sugestões da poderosa imaginativa de Da vinci [...] seriam capazes de dar a impressão nítida e suprema daquele assombroso espetáculo de águas revoltas rolando em perturbadora atoarda de cataclismos. Nem a narração, nem a téla, nem a fotografia [...] dão idéia siquer, da superestesia que nos empolga ante aqquela febre de movimento e beleza. Contudo no percurso de tal narrativa há destaque a ásperas jornadas, distâncias, e abandono. Esses, dentre outros atributos negativos delegados aquele espaço, associados a adjetivos positivos, conforme visto, tiveram importância na construção do regional, tal como destacado por Siveira Netto (1939, p 31): “deserto de habitações; a mata e a solidão em meio de uma flóra requintada em exuberância e coloridos; e uma fauna variada e rica [...].”
  • 103. Pelo caminho encontramos turmas de paraguaios. Receamos errar o caminho e por isso pedimos informações por toda parte, informações que os são fornecidas, sempre em hespanhole. Dentre os informantes, encontramos uma mulher a cavallo, com um pequeno de oito annos. [...] ë um tipo perfeito de cabocla brasileira, que nos responde em hespanhol. Duvidamos de sua origem e inquirimo-lo: sorri mostrando uma fileira de dentes alvos e nos diz com visível satisfação. - Soy brasileña, senhor gracias a Diós; pero como me crié entre paraguayos ( MARTINEZ 1925, p. 76 ) Influenciados pelos costumes e linguagem paraguaios, os habitantes daquele cantinho do Brasil usam um dialeto eivado de termos absolutamente desconhecidos da nossa língua. Lá ninguém diz porco, porque êste adiposo paquiderme é conhecido por ‘chancho’. [E complementa] Dizem ‘provista’ referindo-se a gêneros alimentícios; designam barraca por ‘carpa’; menino por ‘muchacho’, facão por ‘machête’ e outros termos que não registrei. (FIGUEIREDO, 1937, p. 80).
  • 104. •Os desenhos territoriais paranaenses, assim referendados, não foram, portanto, um procedimento fortuito, ao contrário tiveram um papel central na conceituação e na afirmação de uma unidade para o território, ingrediente necessário para a firmação de sua identidade regional. No ano de 1945, essas terras já haviam se transformado em estreitas faixas habitadas pelos brasileiros. Nesse mesmo ano, a extremo-oeste do território paranaense, eram enraizados esteios da demarcação de negócios agro-imobiliários que se propunham conquistar tal sertão do Guairá e apagar suas cicatrizes.
  • 105. O supracitado Relatório da Secretaria de Obras Públicas e Colonização do ano de 1895 coloca em relevo preocupações decorrentes de tal realidade embasado nos argumentos de Carvalho (1895, p. 47): Na parte norte do Estado [...] já se iniciou em grande escala o plantio de café que é o produto agrícola dos mais ricos e remunerados [...] é sabido igualmente que por falta de estrada entre o lugar de produção e os nossos centros de consumo o café é transportado ou pelo Estado do Mato Grosso, pelo rio Paranapanema ou pelo vizinho Estado de São Paulo [...] resultando disto, prejuízo considerável aos cofres do Estado não pode receber direitos nas exportações sobe seus produtos. [...] Dá-se o mesmo na extensa e riquíssima zona do oeste [...] entre os rios Iguaçu e Sahy até rio o Paraná facílima via de navegação podem os produtos naturais e agrícolas escoar-se em procura de mercados platinos.
  • 106. Cabe destacar que muito embora tais Governos possuam em comum, projetos modernizadores para o espaço regional paranaense, durante os Governos de Moisés Lupion o Paraná foi palco de inúmeros conflitos querem sejam entre posseiros e grileiros ou entre brancos e populações indígenas que foram expulsos de suas terras tradicionais. O senso comum atribui a esse governo o atributo de “grileiro”. Veja-se a esse respeito o romance histórico Os dias do demônio em que o personagem da trama é uma região paranaense, palco de poucos conflitos no campo em que os pobres vencem.
  • 107. Menções de autoria do sertanista Coelho Junior (1946, p. 169), enfatizam tal constatação. Já ali, o vale baixo do Iguaçu, se confunde com o do Paraná, e, desde o povoado de ótima situação topográfica - Cascavel - notamos fronteira próxima, invadida e desnacionalizada, pois até os brasileiros, raros na região, linguajam o Castelhano, pela influência e absorção dos argentinos e paraguaios. Começou logo a aparecer dinheiro dos países vizinhos, cuja influência, nos usos e costumes é preponderante. a escala da moeda argentina ou paraguaia, a língua guarani e espanhol.
  • 108. COMPANHIAS COLONIZADORAS NO PARANÁTEXTOSA REVOLTA DOS POSSEIROS NO SUDOESTE DO PARANÁ EM 1957.pdf •Brasil Railway Company. (séc. XIX, Sudoeste 1918-20) – recebeu extensas glebas em pagamento pela construção da ferrovia Sã oPaulo – Rio Grande (Gleba Chopim) e do ramal Ponta Grossa – guarapuava (Gleba Missões). •CANGO (Colônia Agrícola Nacional General Ozório): (1943) criada dentro da Gleba Missões, a sua sede veio a se tornar o município de Fco Beltrão. •CITLA (Clevelândia Industrial e Territorial Limitada) e Pinho e Terra. Em 1950, o governo da União vendeu à CITLA toda a gleba Missões e parte da gleba Chopim. Poucos dias após vendia à Pinho e Terras (Céu Azul) 11.500 alqueires da própria gleba Missões. Vendia também 300.000 pinheiros `Companhia de Madeiras do Alto Paraná. 108
  • 109. • GETSOP (Grupo Executivo de Terras para o Sudoeste do Paraná). • OBRAGES. • Companhia de Terras Norte do Paraná – adquiriu inúmeras glebas. • Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (norte). • Colonizadora Madeireira Rio Paraná S.A (MARIPÁ). • Companhia Mate Laranjeiras (explora erva-mate e madeira no Mato Grosso e depois no Paraná). • Industrial Agrícola Bento Gonçalves Ltda (Medianeira) • Colonizadora Gaúcha Ltda • Colonizadora Matelândia Ltda • Colonizadora criciúma Ltda • A Companhia Brasileira de Imigração e Colonização (COBRIMCO) - Anahy (Explorar madeira e terras) 109
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  • 118. •Tanto militares como religiosos, indiferentemente, exerciam atitudes de exploração. Os primeiros faziam- na de modo mais brutal, sendo que os religiosos auferiam posicionamentos mais sutis, mas nem por isso diferentes. A cruz e a espada, nesse sentimento, caminhavam passo a passo. (COLODEL, 1988, p. 30). •Reduções – Dessa maneira os indígenas diversificavam seus ramos de atividade, sendo carpinteiros, tecelões, ferreiros, pintores, estatutários, fundidores; tudo enfim era provido na própria Redução. (COLODEL, 1988, p. 31).
  • 119. • De acordo com os relatos de Brito, esta segunda expedição era composta, além dos dois militares acima citados, de mais 34 soldados, 12 operarios civis, 3 mulheres casadas com soldados, 4 tropeiros encarregados da tropa com 34 cargueiros, carregados com víveres, material , bagagem etc. (COLODEL, 1988, p. 44). •1905 – 58 famílias •Agindo sob as ordens dos capatazes, em praticamente todas as obrages do Oeste paranaense, existiam polícias particulares que faziam da violência desenfreada sobre os peões o seu cartão de visitas. (COLODEL, 1988, pp. 60-61).
  • 120. •O maior deles era chamado de depósito Central Barthe e era o que comercializava toda a atividade exploratória da imensa obrage. “pelos gramados desse logar habitado, caminham peões. Grandes carroças, de rodas altas, chegam do interior da mata. (...) Deposito Central é um ponto destinado para o recebimento dos diversos ‘carijós’ dessa região. Além disso, mantem a empresa larga criação de carneiros, gado vacum e plantações de cereais para a manutenção dos empregados. (...) diversos armazens existem para deposito de herva cancheada; outros para beneficiamento do produto, prompto para exportação. Ha, além disso, moradas para os peões, armazens de comestíveis, grandes estabulos, rancho para carroças”. (COLODEL, 1988, p. 67).
  • 121. •Um outro elemento que pode ser destacado refere-se à impossibilidade que os mensus encontravam para fugir das obrages. A vigilância exercida sobre eles era severa e constante. Pouquíssimas eram as alternativas que eles podiam contar para se esconder da fúria dos seus patrões. Podiam embrenhar-se na selva, mas ali teriam que enfrentar enormes dificuldade: falta de comida, os animais selvagens, as doenças crônicas da região, etc. a outra rota de fuga possível era oferecida pelo rio Paraná. Acontece que todas as embarcações que nele navegavam eram de propriedade dos obrageros que tinham um cuidado todo especial em vigiá-las minuciosamente. (COLODEL, 1988, p. 70). •(...) quando chegava assim pra acertá a conta ... acertavam a conta e então mostravam na parede ... tinha uma big duma soiteira e uma espada, então aí ele dizia, o chefe que era o patrão: - gusta la rubia o la morena! [chicote ou a espada]. E eles respondiam: - la vida, no más. E então mandavam ele embora, e então não matavam, não surravam mas também era explorado e mandavam embora. (COLODEL, 1988, p. 70).
  • 122. •TRANSPORTE DE MADEIRA: JANGADAS (MAROMBA), CARROÇÕES ESLAVOS, LANCHAS A VAPOR, BARCOS – TAMBÉM CHAMADOS DE MATA-FOME. •Conchavo e antecipo (peão e comissionista), barracón, papel das mulheres e crianças. A obrage voltava-se para a exploração total do trabalho. Resistência. Alimentação (reviro – farinha branca, água e ovos quando tinha). CONDIÇÕES DE VIDA E TRABALHO, DECADÊNCIA DAS OBRAGES, COLUNA PRESTES, MARCHA PARA O OESTE. •Quase não circulava dinheiro, pois os mensus não possuíam nenhum. Então, tudo girava em torno das ordens de pagamento que eram distribuídas pela companhia. (COLODEL, 1988, pp. 72-79).
  • 123. Conforme o levantamento de Figueiredo (1937, p. 104): O Senhor CAFERATA (argentino) trabalha com 120 homens, sendo 82 paraguaios, e 32 argentinos. O único brasileiro existente neste recanto do nosso Brasil é um soldado de polícia ali destacado, que aliás é casado com uma paraguaia e seus filhos falam [...] o guarani [...] No mesmo texto, o militar acrescenta: Conversando com um funcionário federal que se achava em Guaíra, soube de muitas informações. Disse-me êle que aquele recanto seria um seio de Abraão, sai a população não fosse heterogênea. Havia os paraguaios que possuíam costumes quase antagônicos aos nossos; os argentinos que usavam modos de viver diferentes dos brasileiros e dos paraguaios e finalmente os sisudos ingleses que se isolavam completamente dos restantes, quiçá julgando-os uma massa rasa. A melodiosa língua portuguêsa ha muitos dias não era ouvida. Ao passo que o guaraní e o castelhano feriam [...] durante todos os instantes, como si em estranha terra estivesse. (FIGUEIREDO, 1937, p. 148)
  • 124. Uma dessas obrages em questão denominava-se Fazenda Britânia. Estruturada em 1905 sob propriedade de empresários ingleses, essa área de terras fora no ano de 1945 adquirida pela empresa Industrial Madeireira Colonizadora Rio Paraná, - Maripá. Essa colonizadora foi constituída em 13 de abril de 1946 e, conforme consta na Escritura Pública do Registro de Imóveis Títulos e Documentos. Comarca de Toledo, PR, sua área estendia-se por 43 quilômetros ao longo do rio Paraná, formando quase que um retângulo com aproximadamente 274. 846 hectares. Do interior de seus quadros administrativos, nascera a empresa colonizadora Pinho e Terras Ltda.
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  • 145. Referências • COLODEL, José Augusto. Obrages & Companhias Colonizadoras: Santa Helena na história do oeste parananense até 1960. Santa Helena, Prefeitura Municipal, 1988. • MEZZOMO, Frank Antonio. Religião, nomos e eu-topia: práxis do catolicismo no oeste do Paraná. Cascavel, EDUNIOESTE, 2002. • PIAIA, Vander. Terra, sangue e ambição – a gênese de Cascavel. Cascavel: EDUNIOESTE, 2013. • ROMPATO, Maurílio; GUILHERME, Cássio Augusto Samogin Almeida (Orgs.). Histórias e memórias da ocupação das Regiões Paranaenses no século XX. 1 ed. Maringá: Massoni, 2015. •WACHOWICZ, Ruy Christovam. Paraná, Sudoeste: ocupação e colonização. 2 ed., Curitiba: Ed. Vicentina, 1987. • ______. História do Paraná. Ponta Grossa: editora UEPG, 2010. • ______. Norte Velho, Norte Pioneiro. Curitiba: ed. Vicentina, 1987. • ______. Obrageros, mensus e colonos: história do oeste paranaense. 2 ed. Curitiba: Ed. Vicentina, 1987.