3. No crepúsculo da civilização em que rumamos
para a alvorada de novos milênios, o homem
que amadureceu o raciocínio supera as
fronteiras da inteligência comum e acorda,
dentro de si mesmo, com interrogativas que lhe
incendeiam o coração.
Quem somos?
Donde viemos?
Onde a estação de nossos destinos? 3
O HOMEN ANTE A VIDA
ROTEIRO-EMMANUEL
4.
E, meditando no amanhã da coletividade
terrestre, André Luiz organizou estas
ligeiras páginas, em torno da
mediunidade, compreendendo a
importância, cada vez maior, do
intercâmbio espiritual entre as criaturas.
Quanto mais avança na ascensão
evolutiva, mais seguramente percebe o
homem a inexistência da morte como
cessação da vida.. 4
O futuro pertence ao Espírito!
EMMANUEL
5.
E agora, mais que nunca, reconhece-se na posição
de uma consciência retida entre forças e fluidos,
provisoriamente aglutinados para fins
educativos.
Compreende, pouco a pouco, que o túmulo é
porta à renovação, como o berço é acesso à
experiência, e observa que o seu estágio no
Planeta é uma viagem com destino às estações do
Progresso Maior.
5
O futuro pertence ao Espírito!
EMMANUEL
7.
Meditando na morte, honra, servindo,
a estância carnal em que te hospedas
por algum tempo.
Nela, descobrirás com frequência os
que fazem ironia em torno da fé; os que
se referem à virtude como sendo uma
farsa; os que falam de corrida ao poder,
calcando aos pés o coração dos
semelhantes; os que zombam da
lealdade e os que improvisam redutos
de fantasioso prazer, argamassando-os
com o pranto das viúvas e dos órfãos.
7
9.
Não te padronizes pelo figurino
moral que apresentam, portanto,
qual acontece contigo, ainda que
não queiram, permanecem de
viagem na Terra, e cada um
prestará contas de si próprio no
momento oportuno.
VIVERÁS PARA SEMPRE
9
11.
Se a semente conseguisse ouvir-nos acerca da
valiosa tarefa de que se incumbirá na
alimentação do povo, quando estiver
convertida em árvore, talvez nos recusasse os
vaticínios( previsões ), e se a lagarta pudesse
escutar-nos sobre a futura condição que a
espera, dentro da qual volitará no espaço com
asas de borboleta, provavelmente nos
interpretaria por loucos.
VIVERÁS PARA SEMPRE
11
12.
Não te molestem, assim, as
considerações pueris dos irmãos
que procuram transformar a vida
terrena em floresta de impulsos
selvagens, gastando a existência
em caça e pesca de emoções
inferiores.
VIVERÁS PARA SEMPRE
12
13. Dos Planos Superiores, os amigos que te
antecederam na Pátria Espiritual acompanham-
te os triunfos ignorados pelos homens e
abençoam-te o suor da paciência nas lutas
necessárias; encorajam-te na causa do amor
puro e sustentam-te as energias para que as
tuas esperanças não desfaleçam; comungam-te
as alegrias e as dores, ensinando-te a semear a
felicidade nos outros, para que recolhas a
felicidade maior;
Persiste na reta consciência e faze o teu
melhor.
13
15.
........se tropeças estendem-te os braços
e, se choras, enxugam-te as lágrimas;
sobretudo, esperam-te, confiantes,
quando termines a tarefa, para te
abraçarem, afetuosos, com a alegria de
quem recebe um companheiro querido,
de volta ao lar.
Persiste na reta consciência e faze o teu
melhor.
15
16.
Persevera no bem, sabendo que viverás
pra sempre.
E, se te sentires sozinho na fé, lembra-te
de Jesus.
VIVERÁS PARA SEMPRE
16
17. Um dia, ele esteve abandonado e
crucificado no alto de uma colina,
contemplando amigos desertores e
algozes gratuitos, beneficiários ingratos
e adversários inconscientes… Na
conceituação humana, estava
plenamente sozinho; contudo, ele com
Deus e Deus com ele formavam maioria,
ante a multidão desvairada
VIVERÁS PARA SEMPRE
17
19.
E, respondendo ele, disse: Amarás
ao Senhor, teu Deus, de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de
todas as tuas forças, e de todo o teu
entendimento e ao teu próximo
como a ti mesmo. (Lc 10.27).
19
O Mandamento Maior
20.
O Mandamento Maior ensinado por Jesus é
constituído de dois preceitos: Amar a Deus e amar
ao próximo. Significa dizer “[…] que não se pode
verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo,
nem amar o próximo sem amar a Deus. Logo, tudo
o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-
lo contra Deus.”
O entendimento espírita de Deus — “[…] a
inteligência suprema, causa primária [primeira] de
todas as coisas” — , dos seus atributos e da
providência divina segue a orientação de Jesus que,
ao apresentá-lo como Pai, justo e misericordioso,
ensina que não se deve temê-lo, tal como acontecia
na orientação moisaica. 20
22.
Cala, porém, as tuas indagações e recorda
que, se os pais e as mães do mundo vibram
na experiência dos filhos, se o artista está
invisível em suas obras, também Deus
permanece em suas criaturas. Lembra que, se
deves esperar por Deus onde te encontras,
Deus igualmente espera por ti em todos os
ângulos do caminho. Ele é o Todo em que
nos movemos e existimos. 22
Entretanto, perguntarás, como amarei a
Deus que se encontra longe de mim?
23.
Por este motivo é que a assertiva “Amarás ao
Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de
toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de
todo o teu entendimento” tem caráter direto e
incisivo. Reflete, porém, o sentido verdadeiro
da lei de adoração, realizada em espírito e
verdade, não mais por simples manifestações
de culto externo, idólatra e ritualista. Implica,
igualmente, profundo entendimento da
solicitude do Pai para com todas as criaturas
criadas.
Esse entendimento abrange o conhecimento de
si mesmo. 23
25.
Conhecer implica a pesquisa das causas. A
Causa Primária de tudo o que existe é Deus,
o Criador Conhecer-nos significa a busca de
todos os potenciais de nosso ser,
compreendendo o uso da razão e a conquista
das virtudes, realizando o destino na luta
permanente pelo autoaperfeiçoamento. Para
bem dirigir esse esforço incessante de cada
criatura, o Pai Celestial enviou à
Humanidade seu Filho, o Mestre por
excelência de cada um, o Cristo de Deus, que
nos mostra como encontrar “o caminho, a
verdade e a vida” 25
26.
Amar a Deus revela, pois, compreensão
de que o “[…] amor puro é o reflexo do
Criador em todas as criaturas. Brilha
em tudo e em tudo palpita na mesma
vibração de sabedoria e beleza. É
fundamento da vida e justiça de toda a
Lei.”
O segundo preceito, “amar ao próximo
como a si mesmo” resume a Lei de
Amor, fundamentada na prática da
caridade. É a regra áurea da vida.
26
28. “Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos
outros o que quereríamos que os outros fizessem
por nós”, é a expressão mais completa da
caridade, porque resume todos os deveres do
homem para com o próximo. […] A prática
dessas máximas tende à destruição do egoísmo.
Quando as adotarem para regra de conduta e
para base de suas instituições, os homens
compreenderão a verdadeira fraternidade e
farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não
mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão
somente, união, concórdia e benevolência
mútua. 28
Mas, o que significa amar ao próximo como a si
mesmo?
30.
Jesus elogia o doutor da lei, o conhecimento que
ele tinha da Torah, mas exorta-o a vivenciá-lo
quando afirma: “faze isso, e viverás.” O Mestre
demonstra de maneira fraterna que ter
conhecimento dos preceitos divinos não é
suficiente para ganhar a vida eterna. É preciso
vivenciá-los. Este deve ser também o nosso esforço
cotidiano. “O discípulo de Jesus, porém — aquele
homem que já se entediou das substâncias
deterioradas da experiência transitória — , pede a
luz da sabedoria, a fim de aprender a semear o
amor em companhia do Mestre…” 30
E disse-lhe: Respondeste bem;
faze isso, e viverás (Lc 10.28).
31.
Esta é, em geral, a posição mental do religioso
que desperta do sono das práticas
ritualísticas, por julgá-las estéreis e sem
sentido, e que se abre para as verdades
espirituais. Assim, se nos depararmos com
tais companheiros em nosso caminho,
devemos exercitar a tolerância, uma vez que o
despertamento espiritual nem sempre se
realiza abrupto, mas aos poucos 31
Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo,
disse a Jesus: E quem é o meu próximo? (Lc
10.29).