5. Estudar Jesus e Sua
personalidade para defini-los em
breves linhas parece-me uma
ousadia sem limite a que não
me atrevo. Podemos, no
entanto, apresentar algumas
considerações, dentro do
espírito de liberdade de pensar
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6. Acredito que todos os Espíritos foram
criados em igualdade de condições,
convidados a crescer de forma
equivalente. Se Jesus evoluiu em
linha reta é porque, certamente, as
Suas foram sempre opções corretas,
não necessitando de re-aprender,
reparar ou reencarnar, pelo menos,
na Terra.
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7. Acredito que Ele é o Guia
Espiritual do Planeta como bem
acentua Leon Denis e confesso
que, para mim, a Sua foi uma
evolução em outra Esfera que me
escapa, porquanto, Ele o disse, e
aceito-o sem discussão: "E antes
que vós fosseis, Eu já era."
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8. O certo é que, ao vir ter conosco, no
mundo, Ele já sintetizava a perfeição
relativa que nos é dado contemplar,
sendo, por isso mesmo, o Espírito mais
perfeito que Deus ofereceu aos
homens para servir-lhes de modelo e
guia, conforme questão 625, de O
Livro dos Espíritos.
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9. Se considerarmos as propostas
teológicas do passado, o Deus que
nos era apresentado, não resistia à
mínima investigação da lógica nem
da cultura de cada época. Para o
período medieval Ele representava
o absolutismo do poder dominante
na ocasião, e assim,
sucessivamente.
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10. Hoje, diante da Física Quântica,
da Biologia Molecular, da
Astrofísica e de outras Ciências
que devassam o macro e o
microcosmo, a existência de Deus
sai dos limites religiosos para os
arquipélagos universais.
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12. "... há no Universo um Poder Pensante e
Atuante que independe dele". Logo, as
pessoas que negam a Sua existência
apenas reagem contra a apresentação
tradicional, qual ocorreu com Voltaire, ao
declarar, em Paris, ao receber : "Eu não
creio no Deus que os homens fizeram, mas
creio no Deus que fez os homens", o que é
bem diferente porque os homens O fizeram
à própria imagem e semelhança...
12
13. O espiritismo é uma ciência filosófica de
consequências morais. Como ciência
investiga, como filosofia explica e como ética
aponta-nos um roteiro seguro na nossa
caminhada moral: os princípios cristãos. O
espiritismo é pois uma doutrina cristã, na sua
pureza original, despojando-se de todos os
apêndices que entretanto o homem lhe foi
pondo. Exemplo a seguir? Jesus,
indubitavelmente.
13
14. Assim sendo, o espiritismo apresenta-nos essa
imagem bela da Vida como um todo e, como tal, é
uma doutrina universalista que visa unir e não
fraccionar. Daí, não poder ser uma religião, no
sentido que se conhece, pois se assim fosse seria
"mais uma" em oposição a tantas já existentes. É
pois, uma doutrina filosófica de consequências
morais, com um campo de abrangência mundial,
marcadamente cristã, cujo objetivo é contribuir
para a elevação espiritual dos seres encarnados
(no corpo de carne) neste planeta.
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15. O Espiritismo ensina-nos e a razão
sanciona ( apologista da fé raciocinada)
que todos os seres criados por Deus
foram colocados em pé de igualdade, isto
é, simples e ignorantes, cheios de
potencialidades superiores ("vós sois
deuses"),
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16. ("vós sois deuses"), seres esses que
evoluiriam mais ou menos rapidamente
conforme o seu esforço e livre-arbítrio, de
existência em existência, de reencarnação
em reencarnação, cuja meta é comum:
atingir o estado de espíritos puros em que
já não necessitam mais reencarnar para
evoluir e passam então a colaborar com
Deus na co-criação do Universo
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17. Dentro dos princípios básicos da doutrina
espírita - Deus, Imortalidade da alma,
Comunicabilidade dos espíritos, Vidas
sucessivas (Reencarnação), Lei de Causa e
Efeito, Pluralidade dos Mundos Habitados - fácil
é deduzir que Jesus (o governador espiritual do
Planeta Terra) começou sua vivência evolutiva
simples e ignorante, como os demais, tendo no
entanto alcançado os píncaros da
espiritualidade. A sua evolução espiritual
processou-se certamente noutros orbes, sabe-
se lá em que parte do Universo
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18. Jesus nasceu e tem nascido em diferentes
épocas e lugares nos corações dos
homens que descobrem o seu amor.
Quase sempre ele aparece em nossa vida
num momento de crise, quando
sufocamos de dor e desespero. Ele é
como o Sol do Meio Dia, ou a luz da
alvorada após noite escura e
tempestuosa. Sua presença em nossa
vida é como o orvalho da madrugada.
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19. Ele é o asserenador das tempestades,
ordenando aos ventos que se calem, e
às ondas que se acalmem. Da mesma
forma ele acalma as nossas
tempestades interiores, e nos estende
a mão quando estamos afundando no
mar revolto da vida.
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21. O nosso Jesus está sim, de braços
abertos, esperando-nos para o amplexo
de amor, o ósculo da paz. Aproximamo-
nos e ajoelhamo-nos para beijar-lhe os
pés. Porém, ele impede o nosso gesto de
submissão e aperta-nos contra o seu
próprio peito.
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22. Depois... Depois abre novamente os
braços e seus olhos nos fala claramente:
você é livre para ficar ou ir embora...
Neste momento, parafraseamos Pedro, e
respondemos: Para quem iremos nós,
Mestre, se tu tens as palavras de vida
eterna?
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