2. LITERATURA
PROF. ADRIANA CHRISTINNE
O TROVADORISMO foi a primeira
manifestação literária da língua
portuguesa;
Tem o TEOCENTRISMO como base,
a religião é o centro.
3.
4. Surgiu no século XII, em plena
Idade Média, período em que
Portugal estava no processo de
formação nacional.
LITERATURA
PROF. ADRIANA CHRISTINNE
5. MARCO INICIAL
O marco inicial do Trovadorismo é a
“Cantiga da Ribeirinha” (conhecida
também como “Cantiga da
Garvaia”), escrita por Paio Soares
de Taveirós no ano de 1189. Esta
fase da literatura portuguesa vai
até o ano de 1418, quando começa
o Quinhentismo.
LITERATURA
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7. TROVADORES
Na lírica medieval, os trovadores
eram os artistas de origem nobre,
que compunham e cantavam, com o
acompanhamento de instrumentos
musicais, as cantigas (poesias
cantadas).
LITERATURA
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8. Essas cantigas eram manuscritas e
reunidas em livros, conhecidos
como Cancioneiros.
LITERATURA
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9. Restaram apenas três Cancioneiros.
São eles:
“Cancioneiro da Biblioteca Nacional”;
“Cancioneiro da Ajuda”;
“Cancioneiro da Vaticana”.
LITERATURA
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10. Os trovadores de maior destaque
na lírica galego-portuguesa são:
Dom Duarte, Dom Dinis, Paio
Soares de Taveirós, João Garcia de
Guilhade, Aires Nunes e Meendinho.
LITERATURA
PROF. ADRIANA CHRISTINNE
11. As cantigas eram poesias feitas
para serem cantadas ao som de
instrumentos musicais como a
flauta, a viola, o alaúde e outros. As
cantigas eram cantadas em galego-
português, língua falada naquela
região.
LITERATURA
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12. A palavra TROVADOR vem do antigo
verbo TROBAR, que por sua vez,
deriva do provençal e significa
“achar, encontrar”.
LITERATURA
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15. CANTIGA DE AMOR
Eu-lírico masculino
Tratamento dado à mulher: mia senhor.
Expressão da vida da corte.
Convenções do amor cortês:
a) Idealização da mulher;
b) Vassalagem amorosa;
c) Expressão da coita.
Origem provençal
Linguagem culta.
LITERATURA
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16. Bernal de Bonaval
A dona que eu am'e tenho por senhor
amostrade-mi-a, Deus, se vos en prazer for,
senom dade-mi a morte.
A que tenh'eu por lume destes olhos meus
e por que choram sempr', amostrade-mi-a, Deus,
senom dade-mi a morte.
Essa que vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, ai, Deus!, fazede-mi-a veer,
senom dade-mi a morte.
Ai Deus! que mi a fezestes mais ca mim amar,
mostrade-mi-a, u possa com ela falar,
senom dade-mi a morte.
en = disso, disto
seer prazer =
agradar a
lume = luz
saber =
conhecer
mais/melhor ca
mi/m = mais do
que a mim
mesmo
u = onde
LITERATURA
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17. CANTIGA DE AMIGO
Eu-lírico feminino
Tratamento dado ao namorado: amigo
Expressão da vida campesina e urbana
Amor realizado ou possível - sofrimento
amoroso
Simplicidade - pequenos quadros
sentimentais
Paralelismo e refrão
Origem popular e autóctone (isto é, na
própria Península Ibérica)
Linguagem informal.
LITERATURA
PROF. ADRIANA CHRISTINNE
18. Martim Codax
Ai Deus, se sab'ora meu amigo
com'eu senheira estou em Vigo!
E vou namorada...
Ai Deus, se sab'ora meu amado
com'eu em Vigo senheira manho!
E vou namorada...
com'eu senheira estou em Vigo
e nulhas gardas nom hei comigo!
E vou namorada...
Com'eu senheira em Vigo manho
e nulhas gardas migo nom trago!
E vou namorada...
E nulhas gardas nom hei comigo,
ergas meus olhos que choram migo!
E vou namorada...
E nulhas gardas migo nom trago,
ergas meus olhos que choram ambos!
E vou namorada...
senlheiro = sozinho
maer - ficar durante a noite,
pernoitar
ergo/ergas - exceto, senão
LITERATURA
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19. CANTIGA DE ESCÁRNIO
São composições em que se
critica alguém através da
zombaria do sarcasmo. Trazem
sátiras indiretas por encobrir a
agressividade através do
equívoco e da ambiguidade.
LITERATURA
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20. Pero Garcia de Ambroa
[...]
Ca vós nom sodes d'amor tam forçado
como dizedes, nem vos ar convém
de o seerdes, nem ar é guisado
daqueste preito sair-vos a bem;
nen'o queirades vós muito seguir,
ca d'amar donas nem de as servir
nom saberedes vós i dar recado.
Mais dá-lo-edes em panos tomar,
se vo-los derem, e enos guardar
e em vendê-los em aquel mercado.
ca - pois, porque
ar – também
guisado - próprio,
conveniente
daqueste/a - deste/a
preito - caso, assunto,
questão
sair a bem - dar bom
resultado
dar recado - dar conta
panos - roupas
LITERATURA
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21. CANTIGAS DE MALDIZER
Apresentam sátira direta,
contundente e clara. Muitas
vezes, há trechos de baixo calão e
a pessoa alvo da cantiga é citada
nominalmente.
LITERATURA
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22. João de Gaia
Esta cantiga foi feita a um cavaleiro que havia nome Fernam
Vasques Pimentel que foi primeiro vassalo do conde D. Pedro,
pois partiu-se dele e foi-se pera Dom Joam Afonso
d'Alboquerque, seu sobrinho e depois partiu-se de Dom Joam
Afonso e foi-se pera o Infante Dom Afonso, filho d'el-rei Dom
Denis, que depois foi rei de Portugal; e todo esto foi em seis
meses.
Come asno no mercado
se vendeu um cavaleiro
de Sanhoan'a Janeiro,
três vezes – éste provado;
pero se hoj'este dia
lh'outrém der maior contia,
ficará com el de grado.
El foi comprado três vezes,
ogano, de três senhores,
e bem sabem os melhores
ca nom há mais de seis meses;
ca el tem que todavia
há-de poiar em contia,
em panos ou em torneses.
Se mais senhores achara
ca os três que o comprarom,
os seis meses nom passarom
que el com mais nom ficara;
mais está-x', em sa perfia,
en poiando cada dia,
ca el nom se desempara.
come – como
éste – é
hoj’este dia - hoje mesmo
de grado - de bom grado
ogano - este ano, há tempos
ca – que
ca - pois, porque
torneses - moedas de prata
de origem francesa.
ca - do que
perfia - teimosia, obstinação
en - disso, disto
LITERATURA
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23. COMO JÁ CAIU NO VESTIBULAR?
A produção trovadoresca se desenvolveu na
região de Castela, Galícia, Leão e Aragão
(todas na atual Espanha) entre o final do
século 12 e meados do século 14. Ela
constitui amplo repositório de informações
não apenas literárias, mas também históricas.
Portanto, pode aparecer em questões de
literatura e de história.
LITERATURA
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24. Dicas para o vestibular
O trovadorismo reflete o ambiente religioso e
as relações de poder típicos da Idade Média –
caracterizados, principalmente, pela visão
teocêntrica de mundo e a servilidade do
homem perante a Igreja.
Os vestibulares tendem a pedir relações
intertextuais e interdisciplinares. É provável
que o trovadorismo seja
abordado desta forma.
LITERATURA
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25. Liras de amor através dos tempos ...
Anos 10 – “Tão longe de mim, onde irá, onde irá teu pensamento ? /
Quisera saber agora se esqueceste, se esqueceste o juramento. /
Quem sabe se és constante, se ainda é meu o teu pensamento. / E
minha alma toda de fora, de saudade , agro tormento !”
Década de 20 – “Ó linda imagem de mulher que me seduz! Ah se eu
pudesse, tu estarias num altar! / Eis a rainha dos meus sonhos, és a
luz. / És malandrinha, não precisas trabalhar.”
Anos 30 –“ Tu és divina e graciosa, estátua majestosa de amor por
Deus esculturada./ És formada com o ardor da alma da mais linda
flor de mais ativo olor. Que na vida és preferida pelo beija- flor .”
LITERATURA
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26. Anos 40 – “A deusa da minha rua tem os olhos onde a lua
costuma se embriagar. / Nos seus olhos eu suponho, que
o sol num dourado sonho, vai claridade buscar.”
Anos 50- “Olha que coisa mais linda, mais cheia de
graça./ É ela menina que vem e que passa num doce
balanço a caminho do mar. / Moça do corpo dourado do
sol de Ipanema, o seu balançado é mais que um poema . /
É a coisa mais linda que eu já vi passar.”
27. Anos 60– “Nem mesmo o céu, nem mesmo o mar e o
infinito: Nada é maior nem mais bonito... / Me desespero
a procurar alguma forma de lhe falar: Como é grande o
meu amor por você ...”
Anos 70- “Foi assim com ver o mar. / A primeira vez que
os meus olhos se viram no teu olhar. / Quando eu
mergulhei no azul do mar, sabia que era amor e vinha pra
ficar ...”
Anos 80- “Fonte de mel nuns olhos de gueixa./ Kabuk./
Máscara. / Choque entre o azul e o choque de acácias,
luz das acácias, você é mãe do sol.”
28. Anos 90- “Bem que se quis, depois de tudo ainda ser
feliz./ Mas já não há caminhos pra voltar./ E o que a vida
fez da nossa vida ? / O que é que a gente não faz por
amor ?”
Ano 2000- “Não ver você, não tem explicação./ É
caminhar pela escuridão. / Ficar a fim e não poder falar,
querer o sim e não se acostumar com a solidão, o medo
de amar. Estranho vazio no seu olhar. / Eu tento achar em
algum lugar o amor que você deixou pra trás. / Vem pra
cá, vem pra cá ...”