O documento discute o minimalismo como estilo de vida e filosofia, abordando sua origem nas artes do século 20, influência no design e como se tornou popular. Também analisa como o minimalismo se reflete na moda, significando comprar apenas o essencial e ter poucas peças atemporais que sigam o estilo pessoal.
6. A palavra MINIMALISMO surgiu de movimentos
artísticos do século 20 que seguiam como preceito o
uso de poucos elementos visuais, e, aos poucos,
foi migrando para o campo social.
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7. Como neto do movimento Bauhaus dos anos 60, o
minimalismo continuou a tendência de artistas
rejeitarem os estilos luxuosos e altamente
decorativos do passado.
Minimalismo influenciou todas as artes, o design e a
tecnologia no final do século 20.
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8. Na arte: De Stijl (linhas horizontais, formas
retangulares, cores primárias.
Na arquitetura e no design: Bauhaus (amplos
espaços abertos, metal e vidro, estrutura mínima)
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17. O estilo, tanto pessoal quanto na decoração de
ambientes, tende a ser atemporal e remete à
origens nórdicas: projetos com cores pálidas e
claras, linhas simples e espaços bastante
arejados.
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19. Além de sua profunda influência sobre as artes e o
design, o minimalismo se tornou popular também
como filosofia e modo de vida.
Minimalistas resolvem viver apenas com o
essencial, evitando qualquer coisa que considerem
excesso.
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22. No que se refere à estética e ao design, o
minimalismo é frequentemente considerado um
estilo dos super-ricos.
A atitude é: eu posso ter qualquer coisa, mas não
vou bagunçar minha casa. Em vez disso, adquirirei
apenas os objetos mais elegantes e simples
disponíveis.
É simples em forma e função, desprovido de
decorações sem sentido, mas caro.
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25. Em relação ao estilo de vida, crises econômicas,
guerras, e a busca atual por um estilo de vida mais
leve e livre, para viajar ou se mudar, fazem com que
o minimalismo seja adotado em todos os âmbitos
pelas pessoas.
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26. "Os principais benefícios que o minimalismo me
proporciona são liberdade e agilidade. Já fui pra
Europa com uma mala de mão apenas. Gosto da
ideia de ser capaz de me mudar com uma mala.”
Rodrigo Carareto, 39 anos, engenheiro e professor
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27. "Jovens que seguem um
estilo de vida
minimalista são os que
melhor se adaptam a
esses projetos. É um
público ainda limitado,
mas que começa a
aparecer no Brasil,
especialmente em
grandes cidades."
Andrezza Alencar, designer de
interiores
Apartamento de 10m2
em Higienópolis
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28. MINIMALISMO ESTÉTICO
pureza das formas
menos linhas
limpeza
formas geométricas
poucos elementos
menos acessórios, menos
peças
paleta de cor neutra
MINIMALISMO FILOSÓFICO
menos é mais
objetos que não agregam são
descartados
manter somente o que
realmente usa e gosta
eliminar excessos
isso reflete na energia gasta
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31. ”Enquanto expressão comportamental da sociedade,
o minimalismo é um reflexo de movimentos
contraculturais anteriores, como o punk e o hippie,
que questionaram a sociedade de consumo e seus
excessos”.
Marcelo Vinagre Mocarzel,
pesquisador em cultura e comunicação e professor da Universidade Federal Fluminense
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33. “O conceito de reduzir excessos, em si, remonta aos
estóicos e ao princípio das religiões.”
Joshua Fields Millburn,
autor do documentário Minimalism: A Documentary About the Important Things.
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34. Estoicismo foi uma escola filosófica da Grécia Antiga,
surgida no século IV a.C., que definia a felicidade
como objetivo central da vida, sendo a felicidade um
conceito relacionado a uma vida simples e em
harmonia com a natureza.
Acreditavam na austeridade como maneira de
alcançar a felicidade.
Enfatizava sobre a paz de espírito e considerava a
autossuficiência seu maior objetivo.
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35. Antigamente, focávamos em satisfazer nossas necessidades:
comprar comida, roupas e livros e roupas de vez em quando.
Mas isso mudou e nos levou a um excesso que não é natural.
A indústria passou a produzir não só uma abundância de
produtos, mas gerou também uma abundância de demanda.
Para atender a isso, adotou novas técnicas de manufatura e
mão-de-obra barata, ou até mesmo escrava.
A maioria dos produtos passou a ser descartável,
encorajando as pessoas a comprarem mais que o
necessário.
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36. Tudo isso foi alimentado pela propaganda,
vendendo o sonho americano e a ideia de “compre
isso e você será feliz".
Assim, criou-se o sentimento de não pertencer a
algum grupo se você não possuir produtos
específicos (status e sucesso) e o consumo se
tornou consumismo.
“Nas casas americanas as palavras ‘eu te amo’ e ‘eu
quero isso’ estão empatadas numa família.”
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37. "Quando nossas mães e avós compravam roupas
antigamente, haviam 4 estações, ou somente 2. Você
estaria vestido para o frio ou para o calor naquela
época.
Agora, há um ciclo de 52 estações por ano. Querem
que você se sinta fora de moda semana após
semana para que, assim, compre algo novo na
semana seguinte."
Documentário Minimalism
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38. Em 1990, houve uma onda de conscientização
ambiental sobre os riscos do consumo excessivo.
A mídia de massa começou a falar sobre os sintomas
negativos da compulsão por comprar, como por
exemplo a ansiedade e o acúmulo de coisas.
No entanto, somente nas últimas 3 décadas, 1/3 dos
recursos naturais da Terra foram consumidos,
gerando um processo de autodestruição.
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39. "Acumulamos tantas coisas em imóveis cada vez
mais caros e menores; temos tantas roupas e só
usamos as mesmas; armazenamos tanta comida, e
grande parte vai para o lixo. Isso mostra como a
sociedade de consumo criou gargalos que precisam
ser resolvidos”.
Joshua Fields Millburn,
autor do documentário Minimalism: A Documentary About the Important Things.
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40. “As soluções para sustentabilidade serão tecnológicas
e não comportamentais. Não é convencer pessoas de
que devem consumir menos plástico. Isso é só um
mertiolate no machucado. Mas sim desenvolver um
polímero biodegradável. Isso é um antibiótico! Qualquer
hábito é uma interação degradante. Acho que o
consumo consciente trás benefícios coletivos bem
menores que os trazidos por tecnologias empregadas
para isso. Mas claro que também ter o comportamento
de um americano não ajuda!”
Rodrigo Carareto, 39 anos, engenheiro e professor
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42. Segundo Francine Jay, autora do livro “Menos é
mais”, temos três tipos de coisas:
• úteis (realmente utilizadas)
• bonitas (a apreciação estética é parte importante
da nossa identidade)
• afetivas (recordações)
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43. Para a autora, é preciso ver as coisas pelo que
realmente elas são e se livrar do que não é
importante.
“Ao contrário do que os publicitários querem que
você acredite, você não é o que você possui. Você é
você e as coisas são as coisas."
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45. “Eu estava preenchendo o vazio comprando coisas,
estava gastando mais rápido do que ganhava,
tentando comprar meu caminho para a felicidade.”
“Imaginem uma vida com menos. Menos coisas,
menos desordem, menos estresse, dívidas e
insatisfação. Uma vida com menos distrações. Agora
imaginem uma vida com mais. Mais tempo, mais
relacionamentos com sentido, mais crescimento,
contribuição e contentamento.”
Ryan Nicodemus, documentário Minimalism
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46. Para a maior parte dos entrevistados, o minimalismo
está ligado à melhoria da organização (58%) e à
diminuição da ansiedade causada pela
necessidade de consumo excessivo (41%).
Consequentemente, há uma sensação de melhoria
da qualidade de vida.
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47. O pensamento minimalista prega que tendo apenas
o necessário, sem exageros, é possível sentir-se
livre e satisfeito.
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48. O que é o minimalismo para você?
"Ter mais qualidade de vida - menos coisas pra
administrar.”
Laura Eugenia Ferreira Balelo, 47 anos, freelancer em turismo e eventos
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49. "Minimalismo é uma mudança de vida que faz você
refletir sobre todas as escolhas que você toma na
sua vida e se perguntar o que você quer deixar de
exemplo para a sociedade.”
resposta anônima
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50. "Poder estar satisfeito é incrível. Não preciso pensar
no proximo degrau, na próxima etapa.”
"Me tornar minimalista foi substituir o Ter pelo Ser.
Ganhei qualidade de vida.”
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51. Menos: desordem, gasto de tempo, relacionamentos
tóxicos e pensamentos negativos.
Mais: tempo, espaço e energia para as coisas que
realmente são importante para cada um.
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52. "Ser minimalista significa pra mim liberdade e tempo
para o que me é importante. Querendo consumir
menos, preciso trabalhar atrás de dinheiro menos
também e posso me dedicar mais ao que realmente
importa: minha familia e meus projetos pessoais.""
Stefania Fernandes, 43 anos, jornalista
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53. A maioria das pessoas que se dizem minimalistas
(49%) acredita que isso significa ter coisas que são
realmente úteis e também as que fazem bem para
elas. M
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54. Isso mostra que ao contrário de deixar de consumir,
ser minimalista significa consumir com consciência,
sem deixar de lado o que dá prazer.
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56. “Não é só uma questão de preço. Antes, comprava a
roupa mais barata e acabava comprando mais,
agora gasto mais em menos peças.”
Stefania Fernandes, 43 anos, jornalista
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57. 30.7% das pessoas entrevistadas, dizem que se considera
verdadeiramente feliz depois de adotar o estilo minimalista,
sem precisar depender de ter mais coisas para isso.
18,7% afirmam que sentem mais satisfação por conseguirem
usar melhor o que já têm.
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59. É sobre assumir o controle de nossas vidas e parar
de ser persuadido e mandado sobre o que temos ou
não temos que fazer, mas fazer algo quando
queremos.
"Tenho tudo o que tenho vontade. Tenho poucas
vontades de ter. Não sou influenciável pelas técnicas
de publicidade."
Rodrigo Carareto, 39 anos, engenheiro e professor
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61. É ser mais consciente e consumir menos com
atitudes simples, como sempre pensar antes de
comprar e buscar alternativas de menor impacto
para os recursos naturais como trocas, consertos e
até mesmo confeccionar coisas.
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64. Quase 60% das pessoas que se consideram
minimalistas percebem o minimalismo mais presente
da diminuição do consumo de roupas e acessórios.
Metade deles leva essa redução de consumo para
todos os produtos, comprando apenas o que
considera essencial.
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65. Metade delas afirma que o minimalismo se reflete
em sua imagem pessoal, já que possuem apenas
peças que seguem seu estilo e não seguem a moda,
por isso, têm poucas roupas e cosméticos.
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67. “Só uso camisetas e jeans, sendo as camisetas
brancas ou pretas.”
Rodrigo Carareto
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69. "Normcore não tem nada a ver com minimalismo.
O estilo minimalista é caracterizado pela simplificação das formas e
cores mais neutras, mas com modelagens muito sofisticadas. Limpa a
imagem do excesso, mas aumenta sua preocupação com a concepção
do produto.
Uma peça minimalista exige um alto grau de conhecimento técnico de
quem produz. Na moda, os japoneses foram os principais
representantes desta escola nos anos 90. Nos anos 2000, foram os
belgas.
O normcore é outra coisa. Ele se aproxima do conceito do ‘conforto’ ou
do Funcionalista – a roupa tem uma simples função: vestir.”
Jorge Marcelo Oliveira, publisher do site MondoModa
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71. CORES
A forma mais prática de manter o estilo e conseguir o
maior número de combinações possíveis com o
menor número de peças é reduzindo a cartela de
cores e as estampas.
Peças em branco, preto e cinza e mais uma cor
dessaturada (como bege e creme) ou escura (como
vinho, azul marinho e roxo). Essa paleta reduzida de
cores lisas garante que as peças sempre
harmonizem entre si, além de criar uma paleta que
identifica e cria uma atmosfera de elegância.
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73. A maior parte tende à utilização de paletas frias,
mas uma outra alternativa são os tons análogos
terrosos, como por exemplo bege, café e marrom,
para quem prefere cores quentes.
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75. PROJETO 333
A Americana Courtney Carver, é uma escritora e fotógrafa
de 44 anos que, em 2010, criou o Projeto 333 - Simples é
o Novo Preto (“Project 333 - Simple is the new black”).
"A ideia era vestir-se com 33 peças de roupas durante 3
meses, mostrando às pessoas que é possível viver com
menos peças no guarda-roupas e mesmo assim ficar bem
vestida. “
Para Courtney, o projeto não pode ser um sacrifício, mas
algo que traga alegria e leveza para sua vida.
76. "No começo do ano passado, saí da empresa em
que trabalhava por não aceitar mais o pensamento
comum na indústria da moda: 'vamos incentivar as
pessoas a comprar o máximo’. Hoje, meu guarda-
roupa se resume a 30 peças de roupa e cinco pares
de sapatos.”
Isabel Alves, 23 anos, estudante de moda
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77. "Eu dependo da imagem para trabalhar e essa
preocupação esteve sempre presente”, desde que adotei
o minimalismo, há 5 anos. Descobri que não preciso de
60 pares de sapatos para estar bem vestida.
Meu AC é de 100 peças, porque viajo bastante e ele
abrange desde biquini a casaco pra neve. Mas tudo
combina com tudo e todas as peças me favorecem.
Eu brinco que se me vestir no escuro saio linda também!”
Laura Eugenia Ferreira Balelo, 47 anos, freelancer em turismo e eventos
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80. "Tenho um armário cápsula com peças com longa
vida útil, de qualidade.”
Laura Balela
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81. "Eu gosto de coisas de qualidade, então compro
coisas duráveis. Compro uma, em vez de várias.
Não tenho um tênis de cada cor pra combinar com
os looks. Tenho um, preto. Mas compro um Nike
porque acho que é um produto que tem uma
qualidade melhor, ao invés de um mais barato com
uma duração menor e assim também gero menos
lixo."
Laura Eugenia Ferreira Balelo
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83. "Comecei fazendo o jogo dos 30 dias: dia 1 tirava 1
coisa de casa, dia 2 duas coisas... e assim
sucessivamente até o dia 30.
Teve esforço. É preciso trabalhar o desapego e
saber que vem muita liberdade a partir da
experiência. Depois, li o livro da Marie Kondo e me
senti inspirada a seguir."
Stefania Fernandes, 43 anos, jornalista
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85. • Livrar-se de coisas que você não usa, como roupas, objetos, até
mesmo aplicativos no celular, etc. Não deixar coisas esquecidas no
guarda-roupa ou na casa. Doar, “limpar” o armário e a casa.
• Fique com peças de vestuário que dizem mais sobre você, que
servem em você e que realmente vai usar em alguns meses.
• Buscar alternativas de menor impacto para os recursos naturais
como trocas, consertos ou confeccionar coisas.
• Livrar-se da falta de tempo (não ficando horas no Facebook). Tornar
o tempo livre algo importante para você.
• Procurar experimentar coisas novas, comprando até coisas
diferentes, mas que você tenha a consciência do que está fazendo.
• Não comprar algo só porque está na promoção. Quando você vai ao
shopping não precisa sair dele com alguma coisa.
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86. • A sua idade não justifica a quantidade de coisas que você tem que
ter.
• Encontrar um lugar para cada coisa.
• Sentir-se bem com a quantidade de coisas em sua casa, sem ter o
pensamento incessante de ter que comprar algo novo, e dar valor
àquilo que já tem.
• Ter liberdade e espaço para aquilo que importa na sua vida, não só
coisas materiais.
• Se conhecer mais, o seu estilo de decoração, de comidas, de
roupas, até produtos de limpeza e planejar melhor como você quer
sua rotina. Assim, não precisa seguir uma tendência de moda se
aquilo não tem haver com você.
• Não levar um monte de malas quando for viajar ou até mesmo não
levar muitas coisas quando estiver na rua.
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94. "Somente quando perdemos tudo é que estamos
livres para fazermos qualquer coisa" e "as coisas que
você possui acabam por possuí-lo”
Tyler Durden (interpretado por Brad Pitt em O Clube da Luta)
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96. REFERÊNCIAS
Jay, Francine. Menos é mais: Um guia minimalista para organizar e simplificar
sua vida. Rio de Janeiro: Fontanar, 2016.
Kondo, Marie. A arte da arrumação. Rio de Janeiro: Sextante, 2015.
Canais no Youtube:
Layde Linhares
De mudança
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Filmes:
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