3. Os transtornos do neurodesenvolvimento são um grupo de condições com início
no período do desenvolvimento.
Os transtornos tipicamente se manifestam cedo no desenvolvimento, em geral antes
de a criança ingressar na escola, sendo caracterizados por déficits no desenvolvimento
que acarretam prejuízos no funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional.
Os déficits de desenvolvimento variam desde limitações muito específicas na
aprendizagem ou no controle de funções executivas até prejuízos globais em
habilidades sociais ou inteligência.
4. ■ É frequente a ocorrência de mais de um transtorno do
neurodesenvolvimento; por exemplo, indivíduos com transtorno do
espectro autista frequentemente apresentam deficiência intelectual
(transtorno do desenvolvimento intelectual), e muitas crianças com
transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) apresentam
também um transtorno específico da aprendizagem. No caso de
alguns transtornos, a apresentação clínica inclui sintomas tanto de
excesso quanto de déficits e atrasos em atingir os marcos
esperados
5. Deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento
intelectual)
Deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual) caracteriza-se por
déficits em capacidades mentais genéricas, como raciocínio, solução de problemas,
planejamento, pensamento abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica e aprendizagem pela
experiência. Os déficits resultam em prejuízos no funcionamento adaptativo, de modo que o
indivíduo não consegue atingir padrões de independência pessoal e responsabilidade social
em um ou mais aspectos da vida diária, incluindo comunicação, participação social,
funcionamento acadêmico ou profissional e independência pessoal em casa ou na
comunidade. O atraso global do desenvolvimento, como o nome implica, é diagnosticado
quando um indivíduo não atinge os marcos do desenvolvimento esperados em várias áreas
do funcionamento intelectual. Esse diagnóstico é utilizado para indivíduos que estão
incapacitados de participar de avaliações sistemáticas do funcionamento intelectual,
incluindo crianças jovens demais para participar de testes padronizados.
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7. ■ Uma criança com deficiência intelectual pode obter resultados escolares muito
interessantes. Mas nem sempre a adequação do currículo funcional ou individual às
necessidades da criança exige meios adicionais muito distintos dos que devem ser
providenciados a todos os alunos, sem exceção.
■ Antes de ir para a escola e até os três anos, a criança deve se beneficiar de um
sistema de intervenção precoce. Os educadores e outros técnicos do serviço de
intervenção precoce devem pôr em prática um Plano Individual de Apoio à Família.
Este plano define as necessidades individuais e únicas da criança. Define também
o tipo de apoio para responder a essas necessidades
8. SÍNDROME FETAL
ALCOÓLICA (SFA)
DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL
Como o próprio nome indica, de fato
é uma doença gerada pelo consumo
de álcool durante a gestação. Além
das características físicas, como
você pode observar na figura a
seguir, a síndrome pode gerar
comprometimento no
desenvolvimento da criança,
incluindo dificuldades de
concentração e nos estudos em
geral (HAMAD, 2017).
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12. O transtorno do espectro autista caracteriza-se por déficits persistentes na
comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, incluindo déficits
na reciprocidade social, em comportamentos não verbais de comunicação usados
para interação social e em habilidades para desenvolver, manter e compreender
relacionamentos. Além dos déficits na comunicação social, o diagnóstico do
transtorno do espectro autista requer a presença de padrões restritos e repetitivos
de comportamento, interesses ou atividades
13. O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento definido por níveis prejudiciais de
desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade. Desatenção e
desorganização envolvem incapacidade de permanecer em uma tarefa, aparência de não
ouvir e perda de materiais em níveis inconsistentes com a idade ou o nível de
desenvolvimento. Hiperatividade-impulsividade implicam atividade excessiva, inquietação,
incapacidade de permanecer sentado, intromissão em atividades de outros e incapacidade
de aguardar – sintomas que são excessivos para a idade ou o nível de desenvolvimento.
Na infância, o TDAH frequentemente se sobrepõe a transtornos em geral considerados “de
externalização”, tais como o transtorno de oposição desafiante e o transtorno da conduta.
O TDAH costuma persistir na vida adulta, resultando em prejuízos no funcionamento
social, acadêmico e profissional.
14. Os transtornos motores do neurodesenvolvimento incluem o transtorno do
desenvolvimento da coordenação, o transtorno do movimento estereotipado e os
transtornos de tique. O transtorno do desenvolvimento da coordenação caracteriza-se por
déficits na aquisição e na execução de habilidades motoras coordenadas, manifestando-
se por falta de jeito e lentidão ou imprecisão no desempenho de habilidades motoras,
causando interferência nas atividades da vida diária. O transtorno do movimento
estereotipado é diagnosticado quando um indivíduo apresenta comportamentos motores
repetitivos, aparentemente direcionados e sem propósito, como agitar as mãos, balançar
o corpo, bater a cabeça, morder-se ou machucar-se. Os movimentos interferem em
atividades sociais, acadêmicas ou outras. Se os comportamentos causam autolesão, isso
deve ser especificado como parte da descrição diagnóstica.
15. ■ Um transtorno específico da aprendizagem, como o nome implica, é diagnosticado
diante de déficits específicos na capacidade individual para perceber ou processar
informações com eficiência e precisão. Esse transtorno do neurodesenvolvimento
manifesta-se, inicialmente, durante os anos de escolaridade formal, caracterizando-se
por dificuldades persistentes e prejudiciais nas habilidades básicas acadêmicas de
leitura, escrita e/ou matemática. O desempenho individual nas habilidades acadêmicas
afetadas está bastante abaixo da média para a idade, ou níveis de desempenho
aceitáveis são atingidos somente com esforço extraordinário. O transtorno específico da
aprendizagem pode ocorrer em pessoas identificadas como apresentando altas
habilidades intelectuais e manifestar-se apenas quando as demandas de aprendizagem
ou procedimentos de avaliação (p. ex., testes cronometrados) impõem barreiras que não
podem ser vencidas pela inteligência inata ou por estratégias compensatórias. Para
todas as pessoas, o transtorno específico da aprendizagem pode acarretar prejuízos
duradouros em atividades que dependam das habilidades, inclusive no desempenho
profissional.
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21. É importante mencionar que a deficiência intelectual
possui quatro níveis de gravidade: leve, moderada,
grave e profunda.
37. Conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-V (APA,
2014), as características do transtorno espectro autista são:
• dificuldades persistentes na interação social, isto é, dificuldades de apresentar
reciprocidade social e emocional;
dificuldades na expressão da comunicação não verbal;
• apresenta dificuldade para desenvolver, manter e compreender relacionamentos;
• apresenta movimentos motores repetidos e estereotipados;
• tendência a sempre querer as mesmas coisas ou que sejam do mesmo jeito;
• demonstram apego excessivo a objetos incomuns.
58. TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIANTE
■ o transtorno opositor desafiante. A nomenclatura do referido transtorno é encontrada no CID 10 – Classificação Internacional
de Doenças como Distúrbio Desafiador e de Oposição.
■ É importante entendermos que fatores familiares no transtorno opositor desafiante (TOD) contribuem muito para a formação
dos sintomas, bem como para o agravamento destes.
■ A família é um elemento ativo na construção e formação do repertório psíquico da criança, isto é, comportamentos, emoções,
hábitos e pensamentos conscientes e inconscientes. O repertório psíquico da criança tem origem no contexto familiar (pais,
irmãos, tios, até mesmo antepassados mais distantes).
■ Conforme Tavares et al. (2015), é grande a possibilidade das crianças que apresentam o TOD terem sofrido algum tipo de
abuso físico (através de trabalhos excessivos e/ou responsabilidades que não cabem à criança), abuso sexual e/ou abuso
emocional.
■ Já no nível funcional, modelos neuropsicológicos relacionam os sintomas de parte das crianças com TOD à deficiência de
controle inibitório e de planejamento executivo necessários para regular comportamentos e processos cognitivos (TAVARES et
al., 2015).
59. Uma conduta importante a ter com as crianças acometidas pelo transtorno
opositor desafiante é mostrar um novo repertório comportamental: mostrar novas
maneiras de lidar com acontecimentos negativos, auxiliar a lidar com as emoções
e, em especial, auxiliar a lidar com o “não”.