I. O documento é um sermão que convida os pecadores a se arrependerem e aceitarem a graça de Deus.
II. Deus oferece seu Espírito Santo e revelação de Cristo para aqueles que se arrependerem, prometendo abundante graça.
III. Aqueles que desprezarem o convite de Deus serão lançados numa impenitência final e na ruína no dia do juízo.
A necessidade de se atender ao convite da graça de Deus charles simeon
1. A Necessidade de se Atender
ao Convite da Graça de
Deus
Por Charles Simeon (1759-1836)
Traduzido, Adaptado e
Editado por Silvio Dutra
Jul/2017
2. 2
S589
Simeon,Charles–1759-1836
A necessidade de se atender ao convite da graça de
Deus / Charles Simeon / Tradução, adaptaçãoe ediçãopor
SilvioDutra – Rio de Janeiro, 2017.
116p.; 14,8 x 21cm
1. Teologia. 2. Vida Cristã 2. Graça 3. Fé. 4. Alves,
Silvio Dutra I. Título
CDD 230
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“20 Grita na rua a Sabedoria, nas praças, levanta
a voz;
21 do alto dos muros clama, à entrada das portas
e nas cidades profere as suas palavras:
22 Até quando, ó néscios, amareis a necedade? E
vós, escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós,
loucos, aborrecereis o conhecimento?
23 Atentai para a minha repreensão; eis que
derramarei copiosamente para vós outros o meu
espírito e vos farei saber as minhas palavras.
24 Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque
estendi a mão, e não houve quem atendesse;
25 antes, rejeitastes todo o meu conselho e não
quisestes a minha repreensão;
26 também eu me rirei na vossa desventura, e, em
vindo o vosso terror, eu zombarei,
27 em vindo o vosso terror como a tempestade,
em vindo a vossa perdição como o redemoinho,
quando vos chegar o aperto e a angústia.
28 Então, me invocarão, mas eu não responderei;
procurar-me-ão, porém não me hão de achar.
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29 Porquanto aborreceram o conhecimento e não
preferiram o temor do SENHOR;
30 não quiseram o meu conselho e desprezaram
toda a minha repreensão.
31 Portanto, comerão do fruto do seu
procedimento e dos seus próprios conselhos se
fartarão.” (Provérbios 1.20-31)
Neste texto Deus se levanta para protestar com
os homens em relação aos seus maus caminhos,
para apontar as consequências de persistir neles,
para exortar à necessidade de uma urgente e
completa conversão a Deus, e para fazer valer o
seu convite com súplicas afetuosas e
encorajadoras garantias, e por isso é
estigmatizado pelos que recebem o convite como
sendo a efervescência de uma imaginação
aquecida, o fruto de uma mente entusiasmada
fraca.
Mas, embora este convite da graça seja uma
loucura para os homens, ele é na verdade
sabedoria aos olhos de Deus. Nenhuma súplica,
promessa ou ameaça podem ser entregues com
maior poder ou afeto do que estes que lemos nesta
porção de Provérbios, porém, a voz de Deus, não
é de loucura e entusiasmo mas de "sabedoria", e,
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em tudo devem ser consideradas as palavras da
verdade e de sobriedade que ele profere. Estamos
agora no principal lugar para o qual somos
convocados e para o qual se destina o convite, e
ele é o próprio Deus que é apresentado no texto
com o nome de Sabedoria, o qual se dirige agora
a nós. O local de destino do convite pode ser
compreendido sob duas observações gerais:
I. Para aqueles que atenderem ao seu convite,
Deus será abundantemente gracioso.
Nada pode ser mais terno do que a admoestação
diante de nós.
As palavras são dirigidas não apenas aos
"simples", mas para aqueles que "amam a
simplicidade", não somente para os ignorantes,
mas para os que "odeiam o conhecimento;" não
somente para aqueles que estão destituídos de
religião, mas que têm prazer "em zombar dela”.
Que podemos supor que Deus deveria dizer a tais
transgressores ousados? O que, senão pronunciar
os julgamentos mais pesados?
Todavia, "ele é Deus e não homem", e, portanto,
ele lhes fala como Deus, em termos de amor e
misericórdia inconcebíveis: "Até quando, ó
néscios, amareis a necedade? E vós,
escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós,
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loucos, aborrecereis o conhecimento?”, (v. 22).
Não foi bastante “o tempo decorrido para terdes
executado a vontade dos gentios, tendo andado em
dissoluções, concupiscências, borracheiras,
orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias.”?, I
Pe 4.3.
Estes pecados lhes têm sido tão agradáveis ou
rentáveis que haveis de renunciar a toda a
felicidade do céu por causa deles? ou, se tendes a
intenção de afastar-se deles, tendes fixado o
tempo da sua conversão? "Quanto tempo você
pretende persistir nisto? Até o tempo de doença, e
na hora da morte? ou até algum tempo mais
conveniente? Ah! "Convertei-vos pela minha
repreensão;" deixem que as palavras de um Pai e
um amigo prevaleçam com vocês; não tentem
justificar suas ações, ou atenuar a sua culpa; vocês
vêm claramente o suficiente que a sua conduta é
indefensável; portanto, voltem, voltem sem
demora.
As promessas, com as quais a admoestação é
aplicada, acrescentam muito ao seu peso.
A consciência tanto da fraqueza e da ignorância,
muitas vezes contribui para manter os homens sob
o poder de seus pecados. Um pensamento surge
em suas mentes: “Eu não sei como mudar; eu não
sei como obter tanto o perdão dos meus pecados,
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quanto a vitória sobre os meus desejos." Mas Deus
elimina de uma só vez todos essas reflexões
desencorajadoras. Ele diz que na verdade, suas
corrupções não podem ser superadas pelos seus
próprios esforços. "Derramarei o meu Espírito",
para santificá-los em tudo. Você está perdido e
como obterá o meu favor? Eu vou lhe dar a
conhecer as palavras da vida; eu vou revelar o
meu Filho em seu coração, eu vou mostrar-lhe a
eficácia da sua expiação, e lhe tornarei sábio para
a salvação através da fé nele. Assim que ele calar
suas objeções, e dissipar seus temores: "Vede que
grande amor nos tem concedido o Pai"!
certamente não deveríamos ouvir isto, senão com
admiração, não devemos recebê-lo com
provocações, mas com grata adoração.
Mas "Deus não se esforçará (agirá) para sempre
com o homem – Gên 6.6, pelo contrário,
II. Aqueles, que desprezam os seus convites, serão
lançados numa impenitência final e na ruína.
O desprezo que é também geralmente derramado
sobre a misericórdia de Deus, é terrível ao
extremo.
Alguém poderia supor que esses convites e
promessas não podiam deixar de produzir o efeito
desejado. Mas, infelizmente, a recepção a eles é,
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como o próprio Deus o apresenta: os homens "se
recusam a obedecer às suas chamadas, quando ele
estende suas mãos para eles com carinho de um
pai e rogos importunos; eles não vão considerá-lo,
pois têm desprezado o seu conselho e a sua
repreensão; eles odeiam mesmo ouvir o seu dever,
e se determinam, qualquer que seja o resultado,
que não vão praticá-lo.”
O zelo e fervor de seus pastores são feitos objeto
de ridículo profano, e os ditames da sabedoria são
como efusões de loucura e fanatismo. Apelamos
às consciências de todos em relação a essas coisas.
Quem tem observado o mundo ao seu redor, ou o
que se passa em seu coração, não deve atestar que
essas coisas são assim? Sim, todos nós somos
culpados: "Esta foi a nossa forma em nossa
juventude." Alguns têm sido mais abertos e
notórios, e outros mais secretos e reservados, em
suas oposições à vontade de Deus, mas todos se
opuseram a ele, e, se a graça divina não tem
mortificado o nosso inimigo – o pecado – nós
seremos achados ainda nos opondo a isto; o
sentimento deliberado de cada homem não
regenerado é como o dito dos antigos: "Quanto à
palavra que nos anunciaste em nome do Senhor,
não te obedeceremos a ti;", Jer 44.16.
Mas se persistirmos em tal conduta, um dia
encontraremos uma recompensa adequada.
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Como Deus não pode ser enganado, então, não
será ridicularizado; se ele tem um dia de graça;
então ele também tem um dia de vingança; e esse
dia está se aproximando em ritmo acelerado. Por
mais seguro que o pecador possa pensar de si
mesmo, há uma hora de desolação, e um
consequente sofrimento e angústia vindo sobre
ele. Então, agora pode ser sugerido muitas vezes
à mente de um pecador despertado, mas não
convertido, “O que o mundo vai fazer por você
agora? Qual o lucro que seus prazeres, suas
riquezas e suas honrarias lhe trarão neste dia da
minha ira? O que você acha da semente que tem
sido semeada, agora que você começa a colher o
seu fruto?” Mas se Deus não lidar com a gente,
desta forma, neste mundo, com toda a certeza que
ele o fará no mundo vindouro.
Aquela será certamente uma hora de extrema
aflição e angústia quando estes desprezadores da
misericórdia permanecerão no tribunal do grande
Juiz; e oh! como é que Ele, então, "rirá de sua
desgraça! como é que ele zombará de todo o
medo e terror deles!" Você não iria acreditar na
minha palavra agora, e ver se é verdade ou não.
Você não seria persuadido de que um dia eu iria
reivindicar minha Majestade insultada; o que você
acha desse assunto agora? Você me desprezou, e
por isso eu disse: "Apartai-vos de mim, porque eu
não desejo ter conhecimento das tuas maneiras!
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Você deve ter o seu pedido atendido, vou me
afastar de você; e você também deve se afastar de
mim; partam, malditos, para sempre para o fogo
eterno, que vocês terão que suportar por toda a
eternidade sem qualquer mitigação da sua dor, e
vocês nunca terão sequer uma gota de água para
refrescar as suas línguas.
Queira Deus que os homens percebam estas
coisas, e sejam persuadidos a crer que Deus é
verdadeiro! Mas se eles vão ouvir, ou se irão se
abster disso, devemos declarar o que Deus falou;
e, embora um mundo ignorante possa ridicularizar
como loucura, proclamaremos isto como sendo o
"conselho da verdadeira sabedoria", e a
declaração de um Deus infalível.
APLICAÇÃO
1. Vamos todos adorar a bondade divina.
Qual de nós não deve se declarar culpado da
acusação de desprezador de Deus? Qual de nós
não tem perseverado em um curso de
desobediência a ele, apesar de todas as suas
mensagens de misericórdia; e que também, temos
agido assim não por dias meramente, mas por
meses e anos?
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No entanto, Deus tem exercido a tolerância em
relação a nós, e neste mesmo instante isto se
renova nos seus convites graciosos. Vamos
considerar quantos milhares foram cortados em
seus pecados, enquanto somos ainda poupados
para ouvir as boas novas de salvação, e "deixar a
paciência e longanimidade de Deus nos
conduzirem ao arrependimento."