Cesário Verde nasceu em 1855 em Lisboa e trabalhou como comerciante. Publicou alguns poemas em jornais locais entre 1873-1884. Morreu em 1886. Sua poesia refletiu o realismo literário do século 19, com foco na observação crítica da sociedade e da cidade de Lisboa.
3. José Joaquim Cesário Verde nasceu a 25 de
fevereiro de 1855, em Lisboa.
A família manteve uma ligação forte a
Linda-a-Pastora, onde o poeta terá tido
contacto com o campo.
Embora tenha frequentado o Curso
Superior de Letras, entre 1873 e 1874,
desistiu e trabalhou como correspondente
comercial na loja de ferragens de seu pai.
Contextualização histórico-literária
Unidade 6
Cesário Verde – vida e obra
1855-1886
4. Trava amizade com Silva Pinto, durante a frequência do Curso
Superior de Letras.
Relaciona-se com algumas figuras ligadas à vida literária, tendo
publicado alguns dos seus poemas em vários jornais.
São publicados os seus primeiros poemas no jornal Diário de
Notícias.
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5. Em 1873, o Diário Ilustrado informa acerca da intenção de Cesário
Verde publicar um livro, que seria intitulado Cânticos do Realismo, o
que nunca veio a acontecer.
A sua produção poética não é bem acolhida, o que o leva a pensar em
desistir.
Em 1881, é formada a tertúlia Grupo do Leão, constituída por artistas
plásticos e homens de letras onde, esporadicamente, Cesário Verde
participava.
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6. Em 1883, viaja para Paris, com objetivos comerciais. No entanto, esta
vivência no estrangeiro marca Cesário Verde, que fica deslumbrado com
o desenvolvimento cultural e tecnológico.
Em 1884, evoca epidemias que trouxeram sofrimento à sua família e a
obrigaram ao refúgio na propriedade de Linda-a-Pastora.
Morre em 1886.
Silva Pinto publica, em 1887, a obra póstuma O Livro de Cesário Verde.
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7. Com o desenvolvimento e crescimento de
Lisboa, as desigualdades sociais são evidentes,
o que sensibiliza Cesário Verde.
Verifica-se um notável progresso industrial.
As epidemias (tuberculose, febres e cóleras),
provocadas pela falta de higiene nos espaços
urbanos, causam muitas mortes.
Século XIX - Lisboa
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Rua de Lisboa,
início séc. XX, s/ autor.
8. Surgem novas e variadas profissões na
cidade, espaço primordial da
deambulação de Cesário Verde.
Cesário Verde observa os trabalhadores
que desempenham duras tarefas ao
longo das ruas.
O crescimento urbano e populacional
da cidade assusta Cesário Verde, que
lamenta a falta de espaços verdes.
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Calceteiros na antiga Lisboa, c. 1907, Joshua Benoliel.
9. Na Literatura, o Realismo, como nova
forma de arte, marca, de alguma
forma, a poesia de Cesário, na
medida em que a cidade surge como
palco de um retrato da sociedade.
Seguindo a influência do
Realismo/Naturalismo, Cesário
procede a uma análise crítica, com
base na análise social.
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Avenida de Neuilly, s/d, Paul Sérusier,
coleção privada.
10. Marca uma posição antirromântica.
A sua poesia assume um tom antideclamatório.
Denota-se objetividade na observação da realidade.
O real e o quotidiano surgem como assuntos centrais da poesia.
Traços de Cesário Verde
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11. A sua originalidade viria a ser reconhecida, mais tarde, pelo
Modernismo, nomeadamente por Fernando Pessoa.
O poeta Cesário Verde, quase desconhecido, terá uma grande
influência nos poetas que o procederam.
Os traços que já antecipavam o Modernismo residem na
valorização do tédio, no desejo de evasão, no sensacionismo e na
referência à cidade como símbolo da vida moderna.
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12. «Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam um desejo absurdo de sofrer.»
Síntese da unidade 6