A mim me parece, que fica implícito na atual discussão sobre soberania nacional, desenvolvimento tecnológico e eficácia militar que basta um conjunto de medidas que estão ali, a nossa mão, para se atingir os objetivos estratégicos desejados e, mais, que não se sabe bem porque não são aplicadas, já que tudo é tão óbvio. Assim, indústria siderúrgica (Volta Redonda), Embraer, Vale do Rio Doce, Petrobrás, Transamazônica, ITA, IME, USP e Unicamp seriam mais do que suficientes para se atingir esses objetivos estratégicos.
1. A Fratura Social da República Brasileira
A mim me parece, que fica implícito na atual discussão sobre soberania nacional, desenvolvimento
tecnológico e eficácia militar que basta um conjunto de medidasque estão ali,a nossa mão, para se
atingiros objetivosestratégicosdesejadose,mais,que nãose sabe bem porque nãosão aplicadas,já
que tudo é tão óbvio. Assim, indústria siderúrgica (Volta Redonda), Embraer, Vale do Rio Doce,
Petrobrás, Transamazônica, ITA, IME, USP e Unicamp seriam mais do que suficientes para se atingir
esses objetivos estratégicos.
Mas, essasmedidasforamde fatoaplicadasao longodas décadas de 50, 60, 70, 80, e 90. Então o que
deu errado? Voltamos ao ponto de partida?
A constituição de uma sociedade industrial e, da própria soberania nacional, demandam uma
revoluçãonoscostumese tradiçõesculturaisdoBrasil parase mudarde uma vezpor todas a maneira
comoa naçãoé organizadacomoumtodo,nãoapenasnaáreaindustrial oumilitar.Senão,fica-se com
a impressão que basta ter uma tropa bem armada e bem treinada para ações militares eficientese
uma industrialização vitoriosa.
Nunca teremosaçõesmilitareseficientesse temos,porexemplo,umadefesacivil que facilmente fica
assoberbadapelamagnitudedosacontecimentos. Oacidente doaviãodaTAMsobre a cidade de São
Paulo, o desastre aéreo da GOL na Amazônia e a recente ruptura da barragem no vale do Rio Doce
mostram a falta de articulação dos socorristas, seus baixos níveis educacionais, bem como, suas
incapacidades de definir metas e traçar objetivos para situações não previstas. Às vezes, preferem
2. resgatar o corpo já falecido de uma criança em detrimento de um adulto ainda vivo. Além do mais,
esses socorristas, por vezes, saqueiam os bens das vítimas.
Em Teresópolis e Petrópolis, medidas emergenciais contra desbarrancamentos para dias de chuvas
fortesenfrentamfortesresistênciasdapopulaçãodasáreas atingidascontramedidasjáensaiadasde
evacuação, pois que temem ver suas casas saqueadas. Fica claro, que no Brasil, a ruptura da ordem
pública, em caso de acidentes de grandes magnitudes, não consegue ser reestabelecida por um
conjuntode medidasporparte dapolícia,do corpode bombeiros,e dadefesacivil devidosuasóbvias
deficiências.
Então,ficaclaropara mim,que medidasde açõesindustriaise militareseficientesvãosempreesbarrar
nessa fratura social que existe no Brasil desde a média gerência, relativamente bem-educadas, para
cima e, desde a média gerencia em direção ao pessoal operacional, os quais, invariavelmente, são
provenientes de um ensino público miserável.
Estruturas militares, ou industriais, que não reconhecem esses fatos constroem regimes à la Sadam
Husseine,estãocondenadosaaçõesmilitaresfracassadascomonocaso dosmilitaresArgentinosnas
Malvinas, aonde recrutas das periferias pobres de Buenos Aires, diante do violento bombardeio da
Marinha Britânica,afundaram-se compavor emburacos, desarticulandotodaumalinhade comando
desde oTenente e oCapitãoaté o Coronel,comprometendo aaçãoestratégicadosGenerais.Quando
os Britânicos desembarcaram as tropas Argentinas renderam-se em massa.
Professor Ricardo Gomes Rodrigues
São Carlos, 26 fevereiro de 2017
https://pt.slideshare.net/RicardoRodrigues334/a-fratura-social-da-repblica-brasileira-72670065