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Brasília_ Do Modernismo aoTotalitarismo
Militar
• Quando no final da década de 1970, o General Geisel desfilou em carruagem aberta pelas
ruas de Londres, esse foi o marco do auge da República fundada pelos generais brasileiros
em 15 de novembro de 1889. Durante décadas, o desprestígio de uma classe de oficiais
considerada pelo mundo como traidores que haviam renegado seu rei e sua bandeira,
aliando-se a embaixada americana, encontrara afinal sua redenção.
• A fundação de Brasília em 1956 marcara esse virar a página para a desprestigiada república
brasileira de quartel, dando aos generais uma nova chance de apresentarem um certo
polimento intelectual, já que uma nova capital era dada ao Brasil com conceitos
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infindáveis sobre a validade dos novos conceitos urbanísticos e arquitetônicos, não sem
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pagão, reciclando os conceitos militaristas da república de 1889 que passavam de golpismo
de mercenários sem rei e sem bandeira para um novo patamar de brilhantes generais
filósofos e sensíveis ao materialismo e cientificismo do pós- 2ª guerra mundial.
• O plano viário nacional, que estava quase pronto, foi totalmente reformulado para
representar essa nova etapa da república capenga, inconsolidada e desprestigiada de 1889,
recriando-se o conceito de que todos os caminhos levam à Roma, já que Brasília foi fundada
no mesmo dia que a capital do Império Romano. Inaugurando, dessa forma,
descaradamente, uma república reciclada com os mesmos conceitos do antigo paganismo
romano cínico e debochado.
• A República dos Estados Unidos... do Brasil renascia, então, científica, materialista e
totalmente pagã carnavalesca e futebolística, conduzida por militares geniais que como
não tinham e, não têm até hoje, um chefe, não passam de mercenários sem escrúpulos que
criaram um país aos moldes de um quartel de polícia, onde ordem era aquela ditada pela
embaixada americana, onde o Brasil e Brasília seriam uma interessante experiência
modernista totalmente nova com linhas arrojadas e recriando os melhores conceitos éticos
e morais do antigo paganismo romano, agora reciclado pelas elites norte-americanas de
Boston, Nova York e Wall Street com novas funções e eixos morais carnavalescos,
futebolísticos e tropicalistas, monumentais...
• O plano urbanístico de Brasília era o de um avião que havia pousado numa região
totalmente vazia e despovoada a menos de 100 quilômetros da BR-153, já então, a linha de
referência para o eixo de desenvolvimento do Centro-Oeste Brasileiro. Havia um motivo
para aquela região ser despovoada e era devido ao clima mais sujeito a longos períodos de
estiagem quando comparada com Goiânia e Anápolis, na mesma BR-153, e isso se tornou
um dos obstáculos no desenvolvimento econômico da cidade e suas promessas logo se
transferiram para Goiânia, capital de Goiás.
• O seccionamento de Brasília em áreas de atividades afins foi sem dúvida um grave erro, já
que impediu o desenvolvimento econômico natural das diversas áreas da cidade que
passaram a estar presas a superquadras de funcionários públicos ou setores hoteleiros,
bancários e comerciais.
• Não existe na capital do Brasil o conceito de bairro, ruas e esquinas mais propícias às diversas
atividades de negócio. Assim, no setor hoteleiro há apenas hotéis e ninguém mora lá. O que
poderia propiciar uma derivação nas atividades de negócios, já que morar perto de um hotel
poderia favorecer bares, lanchonetes e cafés, não existe. O assim chamado, eixo monumental
têm todos seus edifícios voltados para pátios internos. Essa avenida, não tem edifícios com
fachadas. Uma de suas principais avenidas, a W-3, sofre uma descontinuidade ao se passar da
“asa norte” para a “asa sul”, de novo, seccionando a cidade de ponta a ponta, criando uma”
fuselagem” de avião, que separa as duas asas (norte e sul) da cidade.
• As atividades de negócios em Brasília estão rigidamente agrupadas por funções, o que criam
sérios obstáculos ao seu desenvolvimento econômico harmônico já que o “Plano Piloto” está,
por incrível que pareça com pouco mais de 60 anos, tombado pelo patrimônio histórico. Assim,
combinou-se a rigidez ideológica (direita, esquerda... volver) com a intolerância típica de
funcionários públicos fardados que apegados a salários minguados no final do mês, imaginaram
que durariam para sempre, talvez mil anos como o Império Romano, mas sem a audácia de seus
príncipes construtores.
• Brasília fracassou, como fracassou também essa república militar que a criou pois que generais
não criam países, mas apenas administram uma arma, já que lhes faltam, genialidade,
originalidade, audácia e fé em Deus, típica dos construtores de novos países. Assim, os generais
brasileiros tornaram-se filósofos com uma arma na mão, o que os tornou, rapidamente, em
torturadores, seguindo-se o lema do já famoso Coronel, também filósofo, Jarbas Passarinho, e
ex-ministro da “educação”: _”As favas com os escrúpulos!”
•
• Prof. Ricardo Gomes Rodrigues
• São Carlos, 24 de setembro de 2017

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  • 1. Brasília_ Do Modernismo aoTotalitarismo Militar
  • 2. • Quando no final da década de 1970, o General Geisel desfilou em carruagem aberta pelas ruas de Londres, esse foi o marco do auge da República fundada pelos generais brasileiros em 15 de novembro de 1889. Durante décadas, o desprestígio de uma classe de oficiais considerada pelo mundo como traidores que haviam renegado seu rei e sua bandeira, aliando-se a embaixada americana, encontrara afinal sua redenção. • A fundação de Brasília em 1956 marcara esse virar a página para a desprestigiada república brasileira de quartel, dando aos generais uma nova chance de apresentarem um certo polimento intelectual, já que uma nova capital era dada ao Brasil com conceitos modernistas revolucionários e controversos, entrando Brasília para a lista das discussões infindáveis sobre a validade dos novos conceitos urbanísticos e arquitetônicos, não sem mencionar também, é claro, os ares de vanguardismo ideológico laico, materialista e pagão, reciclando os conceitos militaristas da república de 1889 que passavam de golpismo de mercenários sem rei e sem bandeira para um novo patamar de brilhantes generais filósofos e sensíveis ao materialismo e cientificismo do pós- 2ª guerra mundial. • O plano viário nacional, que estava quase pronto, foi totalmente reformulado para representar essa nova etapa da república capenga, inconsolidada e desprestigiada de 1889, recriando-se o conceito de que todos os caminhos levam à Roma, já que Brasília foi fundada no mesmo dia que a capital do Império Romano. Inaugurando, dessa forma, descaradamente, uma república reciclada com os mesmos conceitos do antigo paganismo romano cínico e debochado.
  • 3. • A República dos Estados Unidos... do Brasil renascia, então, científica, materialista e totalmente pagã carnavalesca e futebolística, conduzida por militares geniais que como não tinham e, não têm até hoje, um chefe, não passam de mercenários sem escrúpulos que criaram um país aos moldes de um quartel de polícia, onde ordem era aquela ditada pela embaixada americana, onde o Brasil e Brasília seriam uma interessante experiência modernista totalmente nova com linhas arrojadas e recriando os melhores conceitos éticos e morais do antigo paganismo romano, agora reciclado pelas elites norte-americanas de Boston, Nova York e Wall Street com novas funções e eixos morais carnavalescos, futebolísticos e tropicalistas, monumentais... • O plano urbanístico de Brasília era o de um avião que havia pousado numa região totalmente vazia e despovoada a menos de 100 quilômetros da BR-153, já então, a linha de referência para o eixo de desenvolvimento do Centro-Oeste Brasileiro. Havia um motivo para aquela região ser despovoada e era devido ao clima mais sujeito a longos períodos de estiagem quando comparada com Goiânia e Anápolis, na mesma BR-153, e isso se tornou um dos obstáculos no desenvolvimento econômico da cidade e suas promessas logo se transferiram para Goiânia, capital de Goiás. • O seccionamento de Brasília em áreas de atividades afins foi sem dúvida um grave erro, já que impediu o desenvolvimento econômico natural das diversas áreas da cidade que passaram a estar presas a superquadras de funcionários públicos ou setores hoteleiros, bancários e comerciais.
  • 4. • Não existe na capital do Brasil o conceito de bairro, ruas e esquinas mais propícias às diversas atividades de negócio. Assim, no setor hoteleiro há apenas hotéis e ninguém mora lá. O que poderia propiciar uma derivação nas atividades de negócios, já que morar perto de um hotel poderia favorecer bares, lanchonetes e cafés, não existe. O assim chamado, eixo monumental têm todos seus edifícios voltados para pátios internos. Essa avenida, não tem edifícios com fachadas. Uma de suas principais avenidas, a W-3, sofre uma descontinuidade ao se passar da “asa norte” para a “asa sul”, de novo, seccionando a cidade de ponta a ponta, criando uma” fuselagem” de avião, que separa as duas asas (norte e sul) da cidade. • As atividades de negócios em Brasília estão rigidamente agrupadas por funções, o que criam sérios obstáculos ao seu desenvolvimento econômico harmônico já que o “Plano Piloto” está, por incrível que pareça com pouco mais de 60 anos, tombado pelo patrimônio histórico. Assim, combinou-se a rigidez ideológica (direita, esquerda... volver) com a intolerância típica de funcionários públicos fardados que apegados a salários minguados no final do mês, imaginaram que durariam para sempre, talvez mil anos como o Império Romano, mas sem a audácia de seus príncipes construtores. • Brasília fracassou, como fracassou também essa república militar que a criou pois que generais não criam países, mas apenas administram uma arma, já que lhes faltam, genialidade, originalidade, audácia e fé em Deus, típica dos construtores de novos países. Assim, os generais brasileiros tornaram-se filósofos com uma arma na mão, o que os tornou, rapidamente, em torturadores, seguindo-se o lema do já famoso Coronel, também filósofo, Jarbas Passarinho, e ex-ministro da “educação”: _”As favas com os escrúpulos!” • • Prof. Ricardo Gomes Rodrigues • São Carlos, 24 de setembro de 2017