Mapa conceitual com alunos do 5º ano do.apresentação.capuerj.simpósio
1. Mapa Conceitual com alunos do 5º Ano do Ensino
Fundamental: A Educação Ambiental em questão
Carla Vater de Almeida¹, Luciana Ribeiro Leda²
1. Aluna do Programa de Educação, Gestão e Difusão em Biociências,
Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), Rio de Janeiro, Brasil. 2. Professora da Universidade UNIGRANRIO.
2. Educação Ambiental
O termo “Educação Ambiental” foi usado pela primeira
vez em março de 1965, na Conferência de Educação,
realizada na Universidade de Keele, na Inglaterra (CADEI
& SANTIAGO, 2009).
Já em 1980, a expressão “Educação Ambiental”, era
defendida no mundo (GUIMARÃES, 2000).
A partir disso, essa nova área de conhecimento mostra-se
interdisciplinar (LEFF, 2001), pois questiona a
segmentação entre os diferentes campos de
conhecimento produzida por uma abordagem que não
leva em conta a inter-relação e a influência entre eles -
questiona a visão compartimentada (disciplinar) da
realidade sobre a qual a escola, tal como é conhecida,
historicamente se constitui (LEFF, 2001).
Refere-se, portanto, a uma relação entre disciplinas,
processo no qual é interdisciplinar não apenas ensinando
e aprendendo: vivendo, exercendo (BRASIL,1997).
3. A Educação Ambiental é uma “metodologia de ação” (GONÇALVES, 1984), que
modifica o aluno da posição de mero expectador da realidade, a fim de colocá-lo a
participar no seu contexto, permitindo ao aluno desenvolver um pensamento com
reflexão, criatividade e criticidade.
A contribuição de Paulo Freire perante a educação de forma “crítica e transformadora”
(PAULO FREIRE, 1981), também é uma concepção a ser levada em conta na
Educação Ambiental.
A Educação Ambiental, faz-se necessária tanto na teoria como na prática (“teoria e
praxis”) (PAULO FREIRE, 1981). Além disso, expressões cotidianas como, ser
“politicamente correto”, ter “atitudes verdes”, não resumem a dimensão, a
profundidade, o significado de uma Educação Ambiental. Muito pelo contrário, podem
ser armadilhas de falsa mudança de paradigma GUIMARÃES, 2000), ou atitudes
disfarçadas, tendenciosas da manutenção do “status quo” (FREIRE, 1981).
4. Aliado a isso, nos postulados de Paulo Freire sempre estiveram presentes no
tema gerador/palavras geradoras: a perspectiva dialética, a construção da escola
cidadã, e o “paradigma da planetariedade” (FREIRE, 1981).
Mapas Conceituais
O mapa conceitual ou mapa de conceitos é uma ferramenta construtivista-interacionista
social utilizada como dinâmica de aprendizagem (MOREIRA, 2010),
baseada nos ensinamentos de David Ausubel e Joseph Novak (MOREIRA, 1998) e
que, por ser flexível, é passível de ser utilizada para diferentes finalidades, tais como:
“instrumento de análise do currículo, técnica didática, recurso de aprendizagem, meio
de avaliação” (MOREIRA & BUCHWEITZ, 1993 apud MOREIRA, 1998).
5. A propósito, a teoria cognitiva de aprendizagem de David Ausubel é o fator
primordial que sustenta o “mapeamento conceitual” (MOREIRA, 2010). Essa
ferramenta de aprendizagem foi desenvolvida na década de setenta por Joseph
Novak e seus colaboradores na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos
(MOREIRA, 2010).
Os mapas conceituais não são apenas meios de classificar os conceitos que
serão explorados em sala de aula, mas sim ferramentas de relação e
hierarquização destes conceitos que envolvem a construção do raciocínio,
(MOREIRA, 2010).
A estratégia de mapas conceituais facilita a apropriação da aprendizagem
significativa (AUSUBEL, NOVAK & HANESIAN,1980; AUSUBEL, NOVAK, &
HANESIAN, 1989), que de certa forma, depende do conhecimento prévio do aluno
(MOREIRA, 2010).
6. A aprendizagem é dita significativa quando uma nova informação (conceito, idéia,
proposição) adquire significados para o educando, através de “ancoras” em
aspectos da sua estrutura cognitiva prévia (MOREIRA, 2010).
a dinâmica com mapa conceitual, permite ao professor/a ser o mediador desta
tarefa e tem como finalidade mostrar que a aprendizagem é significativa, que a
estrutura cognitiva está constantemente se reorganizando por diferenciação
progressiva e reconciliação integrativa (MOREIRA, 2010).
O mapa conceitual deve ser tratado sempre com algo em construção, sendo que
não existem mapas corretos ou acabados, como “o mapa certo”, que o aluno/a
deverá decorar (MOREIRA, 2010).
7. A Pesquisa
A proposta de pesquisa explorando a ferramenta didática com mapa conceitual
consiste na reflexão sobre a mudança conceitual por parte dos alunos em relação aos
temas Cidadania, Meio Ambiente e Educação Ambiental realizada com professores e
alunos do 5º ano da rede pública de ensino do município de Niterói, no Rio de Janeiro.
O objetivo geral da pesquisa foi diagnosticar se há mudança conceitual por parte dos
alunos em relação aos temas cidadania, meio ambiente e educação Ambiental
Metodologia
A área de estudo da pesquisa foi a Escola Municipal Vila Costa Monteiro, situada no
bairro Ititioca, município de Niterói, no Rio de Janeiro. Esse logradouro que pertence
ao distrito de Pendotiba possui em suas proximidades o morro do Bumba. A escola tem
aproximadamente 512 alunos nos dois turnos (manhã e tarde).
8.
9. Etapa 1: Pensamento e prática dos professores (as)
Nesta etapa, foi desenvolvida a pesquisa a fim de indagar como seriam as
práticas dos professores em sala de aula, nas atividades extra-classe a cerca da
Educação Ambiental, das diversas áreas do conhecimento, atuando no ensino
fundamental.
- a análise dos questionários das perguntas fechadas (quantitativas) de acordo
com os conceitos de Minayo (MINAYO, 2011; SELLTIZ, 1987).
As perguntas abertas (qualitativas), por sua vez, foram elencadas as teóricas
(BARDIN, 2010) e (MINAYO, 2011).
10. Etapa 2: Diagnóstico com os alunos a fim de identificar o conhecimento prévio dos
mesmos
Nesse momento também, foi desenvolvida a pesquisa-ação dentro de uma perspectiva
de investigação científica (THIOLLENT, 2005), aproveitando-se da diagnose, da
construção colaborativa do conhecimento nos alunos, fazendo progredir a consciência
dos participantes no que diz respeito à existência de soluções e obstáculos
(THIOLLENT, 2005).
Etapa 3: Realização de uma palestra/aula e atividades abordando o tema Educação
Ambiental:
1. a confecção da sementeira;
2. experimento e extração da clorofila;
3. dramatização sobre o problemática do lixo;
4. a Feira de Ciências contemplando a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
5. a Feira Literária, envolvendo a produção textual dos alunos, dinamizando o
conhecimento adquirido com o experimento e construção das sementeiras;
6. a visita guiada ao MAI (Museu Arqueológico de Itaipu).
11. Gráfico das cinco categorias sobre Educação Ambiental (E. A.) presentes no
questionário x três docentes do 5º Ano.
Mapa conceitual prévio individual
3
2
1
0
Prática e
conteúdos de
E.A.
Trabalho com
conceitos de
E.A
Atividades
relacionadas a
E.A.
Atividades
significativas
de E.A
Importância da
E.A. de
maneira
interdisciplinar
Docentes
12. Mapas conceituais: ligações, hierarquias e pontuações.
3
2
1
0
Prática e
conteúdos de
E.A.
Trabalho com
conceitos de
E.A
Atividades
relacionadas a
E.A.
Atividades
significativas
de E.A
Importância da
E.A. de
maneira
interdisciplinar
Docentes
Critérios e Classificação dos Mapas de
Conceitos
Pontuação do Mapa de Conceito
Número de ligações/proposições entre
conceitos
01 ponto
Número de níveis hierárquicos 05 pontos
Número de conexões cruzadas 10 pontos
Número de exemplos citados 01 ponto
Número de conceitos representados 01 ponto
Figura 2: Tabela demonstrativa dos critérios, classificações e pontuações dos mapas
conceituais usados na pesquisa.
13. Classificação e pontuação dos mapas conceituais desenvolvidos no decorrer
da pesquisa, com as turmas de 5º Ano (GR5A, GR5, GR5C)
15. Demonstração da pontuação final nos mapas conceituais desenvolvidos no 5º Ano
(turmas GR5A, GR5B, GR5C).
Em resposta a hipótese inicial dessa
pesquisa, que foi diagnosticar se há
mudança conceitual por parte dos
alunos em relação aos temas
cidadania, meio ambiente e
Educação Ambiental, constatou-se
com base nos resultados adquiridos,
que as turmas pesquisadas
assimilaram e adquiriram conceitos
novos por intermédio da recepção,
compreensão de palavras mais
criteriosas, elaboradas e a relação
com essas ideias, estabelecendo
uma nova estrutura cognitiva
(MOREIRA & MASINI, 2001).
16. Sequências didáticas desenvolvidas no decorrer da pesquisa, integrando o espaço
escolar e contemplando a aprendizagem significativa:
Palestra sobre o Meio
Ambiente
Painel: uso do Tangram