O documento descreve o modernismo no paisagismo brasileiro no século XX, com foco no trabalho de Roberto Burle Marx. O modernismo trouxe novas abordagens para praças públicas, com ênfase em áreas de lazer ativo e passivo. Burle Marx foi fundamental para consolidar o estilo modernista no Brasil ao valorizar a flora nativa e criar jardins orgânicos com influência da arte abstrata.
3. A MODERNIDADE
A consolidação do modelo de cidade
industrial, no começo do século XX,
gerou profundas transformações no
modo de vida urbano. O grande
aumento da população urbana,
devido à migração do campo para a
cidade, e os avanços tecnológicos
alcançados alteraram profundamente
as relações sociais e econômicas.
PRAÇA DA REPÚBLICA
EM SP E CIDADE DE SP
DÉCADA DE 50.
5. A MODERNIDADE
Grandes malhas viárias
foram construídas ou
redimensionadas devido
a popularização do uso
dos veículos
automotores. Redes de
infra-estrutura e de
transporte coletivo foram
implantadas e conjuntos
habitacionais para abrigar
a crescente população
urbana foram
construídos.
6. Cidade Ideal - quatro funções: habitação, trabalho, circulação e lazer.
Espaços livres públicos brasileiros - novo programa de atividades:
praças, parques, jardins – principais opções de lazer para a população
urbana.
Aumento perímetro urbano – complicou a saída da cidade para o
campo e natureza. População trabalhadora vai usar espaços livres
públicos urbanos para este fim.
Novos usos: lazer esportivo, lazer cultural – conchas acústicas, lazer
recreacional.
A MODERNIDADE
7. NOVOS HÁBITOS:
PRÁTICAS ESPORTIVAS E
RECREAÇÃO AO AR LIVRE.
1950.
Ao lado, família passando o dia na
Praia de José Menino, em Santos –
década de 1920.
Prática de esportes tornou-se hábito
urbano. Pinheiros em São Paulo – 1914.
A MODERNIDADE
11. PRAÇAS MODERNAS:
HÁBITOS E FORMAS
PRACAS MODERNAS:
A praça moderna passou a ser estruturada por estares, recantos e subespaços
articulados entre si, rompendo com a tradição eclética de eixos e caminhos e
usos segregados onde somente ricos e elegantes a utilizavam .
A praça moderna é mais democrática.
TÉRREO EDIFÍCIO PETROBRÁS – BURLE MARX.
Fusão de espaços orgânicos ou geométricos
16. - setorização das atividades;
- utilização de formas orgânicas,
geométricas e mistas (de acordo com os
novos padrões estéticos) tanto para piso,
como para caminhos, canteiros, espelhos
d’água;
- liberdade na composição formal,
respeitando os dogmas modernistas;
- grandes áreas de pisos processados;
- criação de estares e recantos como
elementos centrais de projeto;
CARACTERÍSTICAS
DAS PRAÇAS
MODERNAS:
17. - circulações estruturadas por sequências
de estares;
- valorização de ícones e signos da
cultura nacional e regional;
- vegetação utilizada como elemento
tridimensional de configuração de
espaços;
- plantio em maciços arbóreos e
arbustivos, formando planos verticais;
- plantio de forrações como grandes
tapetes;
- larga utilização e valorização da flora
nativa e tropical.
CARACTERÍSTICAS
DAS PRAÇAS
MODERNAS:
18. EXEMPLOS:
Praça João Vianna - BH Praça Dr. Caio Ribeiro – Santos
Jardim do Meier - RJ
Praça Por do Sol – São Paulo Praça 29 de março
- Curitiba (quadrantes)
Praça Afonso Botelho -
Curitiba (programa
moderno misto - quadras,
concha acústica,
playground, gramados)
19. PROJETOS ORIGINAIS E DISTINTOS DE
CARATER TIPICAMENTE BRASILEIRO
ANOS 1960 – 1970 – CONSOLIDAÇÃO
EM TERMOS DE PROGRAMA E
CARACTERISTICAS FORMAIS
PRAÇAS MODERNAS
BRASILEIRAS:
20. PRAÇA SANTOS DUMONT:
GOIÂNIA - GO
PRACA SANTOS DUMONT:
Área Central – Espaço estruturado pela vegetação – maciço de palmeiras em
colunata – lazer esportivo – ciclovia, pista de bicicross e aeromodelismo.
Estares articulados e conectados por uma ciclovia.
1969
24. PRACA VINÍCIUS DE MORAIS:
Nascente situada
em uma grota em
meio a morraria
preservada
quando do
loteamento da
área.
SÃO PAULO - SP
1971 - Morumbi
Autores:
Francisco Segnini Jr.
Lucia Toffolo
Vera Catunda
25. Processo de renovação do projeto paisagístico público paulistano, concebido a partir do
trabalho das arquitetas Miranda Magnoli e Rosa Gliass – elaboração do primeiro e único
plano global de áreas verdes de SP.
28. PRAÇA GOV. ISRAEL PINHEIRO:
BELO HORIZONTE - MG
PRACA GOV. ISRAEL PINHEIRO:
1983
Criada para a visita do papa João Paulo II, onde
foi celebrada a missa campal na ocasião.
Conhecida como Praça do Papa.
31. Estares sinuosos que se interligam
Praça do Papa: Atividades:
contemplação, eventos
religiosos, recreação
infantil.
32. BURLE MARX E A CONSOLIDAÇÃO
DO MODERNISMO
Praça Salgado Filho – RJ - 1938
Roberto Burle Marx (1909 – 1994)
Fusão (mimese) das artes plásticas com a botânica moderna.
Inaugura o
paisagismo moderno
em escala mundial
transição da arte
abstrata para a
paisagem.
Fusão entre as artes e
a ciência, técnica e
estética para o
desenho da paisagem
– cria o paisagismo
moderno, no Brasil,
em 1932.
33. BURLE MARX E A CONSOLIDAÇÃO
DO MODERNISMO
Praça Salgado Filho – RJ - 1938
Referências: Jardins
europeus, Auguste
Glaziou, Cândido
Portinari, a exuberância
da flora brasileira e a
sinuosidade de nossos
rios.
Utiliza vegetação por sua
individualidade e por sua
textura como conjunto.
Auguste Glaziou – Parque Residência Imperial – RJ
Candido Portinari – Colhedores de Café
34. Nasce em São Paulo no dia 04 de Agosto de 1909. Herda da mãe o amor pela música e
pelas plantas , e do pai, o gosto pela literatura europeia.
Conhecido internacionalmente como um dos mais importantes arquitetos paisagistas
do século 20, Roberto Burle Marx estudou pintura em Berlim, na Alemanha, no final
dos anos 1920.
BURLE MARX
HISTÓRIA
35. Em Berlim era frequentador assíduo do Botanischer Garten Und Botanisches Museum
Berlin-Dahlem, o mais antigo jardim botânico alemão, fundado no século 17 como um
parque real para flores, plantas medicinais, vegetais e lúpulo (para a cervejaria do rei).
BURLE MARX
HISTÓRIA
36. Botanischer Garten Und Botanisches Museum Berlin-Dahlem
Reformado no século 20, é um dos mais importantes centros de pesquisa em botânica da
Europa. Foi lá que Burle Marx , aos 19 anos notou pela primeira vez a beleza das plantas
tropicais e da flora brasileira.
37. BURLE MARX
Burle Marx (auto retrato) destacou-se
também como pintor, escultor, tapeceiro,
ceramista e designer.
De volta ao Brasil, ele continuou seus
estudos na Escola de Belas Artes, no Rio.
Os jardins planejados por Burle Marx eram
comparados a pinturas abstratas, alguns
bem curvilíneos, outros de linhas retas,
usando plantas nativas brasileiras para
criar blocos de cor.
HISTÓRIA
46. Seu primeiro projeto paisagístico foi o jardim de uma casa desenhada pelos
arquitetos Lucio Costa (que projetou Brasília) e Gregory Warchavchik.
Dali em diante não parou mais de projetar paisagens, pintar e desenhar.
BURLE MARX
PRIMEIRO PROJETO
Residência Schwartz,
1932
47. Em 1949, Burle Marx comprou uma área de 365.000 m2 em Barra de Guaratiba, no
litoral do Rio de Janeiro. Ali começou a organizar sua enorme coleção de plantas.
Este grande conjunto de plantas vivas adaptou-se perfeitamente à natureza habitual
do sítio, composta por manguezal, restinga e Mata Atlântica.
O paisagista conseguiu reunir uma das mais importantes coleções de plantas
tropicais e subtropicais do mundo em seu sítio, que conta com mais de 3.500
espécies.
Em 1985 ele doou a propriedade à Fundação Pró-Memória Nacional, entidade cultural
do governo federal que atualmente se chama Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN).
BURLE MARX
SÍTIO BURLE MARX
51. Mesmo sem ter uma educação formal em arquitetura paisagística, o aprendizado de
Burle Marx na pintura influenciou a criação de seus jardins.
Ele aceitava, embora de forma relutante, que "pintava" com as plantas. Mas seu
trabalho não pode ser reduzido ao efeito pictórico e visual produzido por suas
paisagens. Marx se autodefinia como um artista de jardins.
A Paisagem era definida como exigência estética, necessidade absoluta para a vida
humana, sua obra reitera a vegetação, como a maior riqueza do país, mote de seu
trabalho.
Uso de flora autóctone, como elemento de identidade, conhecimento e valorização.
BURLE MARX
ARTISTA DE JARDINS
52. Conhecido por sua preocupação ambiental e pela preocupação com a preservação da
flora brasileira, ele inovou ao usar plantas nativas do brasil em suas criações e isso se
tornou sua característica marcante.
Foi ele quem valorizou as bromélias, por exemplo, e tornou-as populares: hoje essas
plantas naturais da mata atlântica se tornaram conhecidas e são cultivadas em
viveiros para serem vendidas. O "estilo burle marx" tornou-se sinônimo de
paisagismo brasileiro no mundo.
BURLE MARX
E A ECOLOGIA
53. RIO DE JANEIRO 1936
BURLE MARX PRINCIPAIS PROJETOS
EDIFICIO
GUSTAVO CAPANEMA
O projeto para os Jardins do
antigo MES – Ministério da
Educação e Saúde, atual Edifício
Gustavo Capanema, é
considerado marco inicial do
paisagismo modernista brasileiro.
Jardins do MES - guache - 1938
54. JARDINS DO CASSINO 1942
BURLE MARX PRINCIPAIS PROJETOS
CONJUNTO DA PAMPULHA
55.
56.
57.
58.
59. CASA DE BAILE 1942
BURLE MARX PRINCIPAIS PROJETOS
CONJUNTO DA PAMPULHA
66. BURLE MARX PRINCIPAIS PROJETOS
RESIDENCIA ODETE MONTEIRO/ FAZENDA MARAMBAIA
CORREIAS – RJ 1948 E 1988
67. Próxima à serra dos
Órgãos, no Rio de
Janeiro.
Valorização das
montanhas e uso de
vegetação autóctone.
Modelado de terreno
com criação de
morrotes e depressões
para conduzir o olhar à
riqueza da paisagem
circundante.
68.
69.
70. BURLE MARX PRINCIPAIS PROJETOS
RESIDENCIA CAVANELAS/ FAZENDA TACARUNA
RIO DE JANEIRO – RJ 1954
71.
72. BURLE MARX PRINCIPAIS PROJETOS
RESIDÊNCIA KRONSFOTH
TERESÓPOLIS – RJ 1955
Exploração de valores como cor,
textura, luz – uso de uma série de
elementos vegetais, pouco
utilizados até então.
O jardim captura a paisagem
circundante, como experiência
sensitiva.
73.
74. .“são formas de tocar, sublimar,
sentir ou estabelecer valores
culturalmente determinados”
Flávio Motta, 1986.
75. BURLE MARX PRINCIPAIS PROJETOS
HOSPITAL SUL AMÉRICA
RIO DE JANEIRO – RJ
1955
Intensas relações formais entre o
gramado e o piso, o muro e o
banco, entre espelho d’água,
calçamento de pedra e vegetação
colorida.
Sentido de complementaridade e
precisão absoluta dos elementos
incorporados.
Tensão na descentralização.
126. “O crescimento do jardim faz parte do projeto. É bonito ver o jardim
crescer...”
“Uma planta não existe sozinha numa composição. Ela existe em relação as
outras.”
“A planta tem personalidade própria. A luz e a distância a modificam, o vento
pode altera-la, bem como a chuva e o sol. Podemos pensar na planta como
uma obra de escultura que pode ser vista sob diversos ângulos, transformada
por sopros de vento de um verde tranquilo, numa figura dançante de folhas
verdes prateadas, salpicadas pelo sol depois da chuva. Podemos pensar
numa planta como uma pincelada, ou como um ponto de bordado. “
Burle Marx
127. PROJETO... E SE
EU FOSSE BURLE
MARX?
PROJETO
ELABORADO
PELA PROFA.
PAULA PARA
DISCIPLINA DE
ESPECIALIZAÇÃO