1. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE
PROF. ODAIR TUONO
ARTE URBANA
A DEMOCRACIA DO ESPAÇO PÚBLICO
2. ARTE URBANA
Street Art, urbanografia ou arte urbana
é a expressão que se refere as mani-
festações artísticas no espaço público
distinguindo-se das manifestações de
caráter institucional ou empresarial,
bem como do mero vandalismo.
A princípio, considerado um movimento
underground, foi gradativamente se
constituindo como forma do fazer ar-
tístico, abrangendo várias modalidades
que vão do Graffiti ao Estêncil, pas-
sando por Stickers, Cartazes lambe-
lambe, Intervenções, Instalações, Flash
Mob, entre outras.
3. ARTE URBANA
Underground (subterrâneo, inglês) é
uma expressão usada para designar
um ambiente cultural que foge dos
padrões comerciais, dos modismos e
que está fora da mídia. Conhecido
também como Cultura Underground
ou Movimento Underground, para de-
signar toda produção cultural com es-
tas características, ou Cena Under-
ground, usado para nomear a produ-
ção de cultura underground em um
determinado período e local.
4. ARTE URBANA
A expressão "deixou o undergrond",
ou "saiu do underground", refere-se a
artistas ou movimentos que se tor-
naram populares e adquiriram notorie-
dade do grande público, entrando pa-
ra o chamado Mainstream (corrente
principal, ing.) é um termo que desig-
na o pensamento ou gosto corrente
da maioria da população, também
usado como termo pejorativo para al-
go que "está na moda".
5. ARTE URBANA
Inglaterra e França nas primeiras dé-
cadas do século XX foram à expressão
máxima da urbis (cidade, latim) se re-
vezando no culto ao estilo de vida e
características na arquitetura, socieda-
de intelectual e artes plásticas, período
este obscurecido pelas guerras poste-
riormente.
A expressão Arte Urbana surge inici-
almente associada aos pré-urbanistas
John Ruskin ou William Morris sendo
utilizado para identificar o "refinamen-
to" de determinados traços executados
pelos urbanistas ao "desenharem" a
cidade.
6. ARTE URBANA
John Ruskin (1819 – 1900, critico in-
glês)
O pensamento de Ruskin foi vinculado
ao Romantismo, que dava ênfase a
sensibilidade em contraponto com a
razão. Esteticamente, Ruskin apresen-
ta-se como reação ao Classicismo.
Na sua definição de restauração dos
patrimônios históricos, considerava a
real destruição daquilo que não se
poderia mais salvar. Os estudos de
Ruskin sobre arte e arquitetura foram
influentes na era Vitoriana e fonte de
inspiração para a criação do movimento
Arts & Crafts liderado pelo socialista e
medievalista William Morris.
7. ARTE URBANA
William Morris (1834 - 1896, artista
e escritor inglês).
Pintor de papéis de parede, tecidos
padronizados e livros - escritor de
poesia e ficção e um dos fundadores
do movimento socialista na
Inglaterra.
O conflito trágico na vida de Morris
era seu desejo não realizado de criar
objetos belos a preços acessíveis -
ou mesmo de graça - para as
pessoas comuns, enquanto que o
resultado na vida real era sempre a
criação de objetos extremamente
caros para uma minoria.
8. ARTE URBANA
Em seu romance utópico Notícias de
Lugar Nenhum, todos trabalham ape-
nas pelo prazer e objetos belamente
confeccionados são dados de graça
para aqueles que simplesmente os
apreciam. Considera-se também que o
livro de Morris, The Wood Between the
Worlds, tenha influenciado a série
Narnia de C. S. Lewis.
Em 1861, William fundou a empresa
Morris and Company. com Gabriel
Rossetti, Burne Jones, Madox Brown e
Philip Webb, os projetos de design de
sua empresa são vendidos ainda hoje
sob licenças dadas a Sanderson and
Sons e Liberty de Londres.
9. ARTE URBANA
Arts & Crafts irradiado pela Inglaterra
influenciou o movimento francês da Art
Nouveau e é considerado por diversos
historiadores como uma das raízes do
modernismo no design gráfico, desenho
industrial e arquitetura.
Respirando o período da Belle Epoque
a arte nova buscava no mundo orgâ-
nico e natural tentando talvez trazer
vida aos objetos industrializados.
10. ARTE URBANA
De acordo com Tomás Maldonado
(1922, artista e professor argentino)
O Arts & Crafts foi uma importante
influência para o surgimento da Bau-
haus, assim como os ingleses do
século XIX acreditavam que o ensino e
a produção do design deveria ser estru-
turado em pequenas comunidades de
artesãos-artistas, sob a orientação de
um ou mais mestres.
A Bauhaus herdou a reação gerada no
movimento de Morris contra a produtivi-
dade anônima dos objetos da revolução
industrial.
11. ARTE URBANA
Bauhaus
Escola de design, artes plásticas e ar-
quitetura que funcionou entre 1919 e
1933 na Alemanha. Walter Groupius
fundador da escola, que constituiu seus
trabalhos sobre os pilares da funcionali-
dade, custo reduzido e orientação para
a produção em massa.
O processo criativo na Bauhaus deveria
separar aquilo que é arbitrário ao que é
essencial e típico, permitir ao espírito
criativo construir o novo sobre a base
tecnológica já adquirida pela humanida-
de. Por essas razões Gropius queria
unir novamente os campos da arte e
artesanato, criando produtos altamente
funcionais e com atributos artísticos.
Walter Groupius, 1939
12. ARTE URBANA
Fruto da expansão da urbanidade sur-
ge à necessidade de flexibilizar o pro-
jeto das cidades surgindo à figura dos
planos de gestão urbana, este fato fez
cair em desuso o termo Arte Urbana,
ficando a relação entre arte e cidade
confinada durante anos à expressão
Arte Pública.
A dificuldade de enquadramento das
inscrições murais feitas à revelia das
autoridades e proprietários no conceito
de arte pública ao longo das décadas
do século XX, assiste-se a um ressurgi-
mento da designação "Arte Urbana"
que passou a incluir todo o tipo de ex-
pressões criativas no espaço coletivo.
13. ARTE URBANA
Grafite (graffiti, italiano) é o nome dado
às inscrições feitas em paredes, desde
o Idade Antiga.
A técnica de uso mais generalizado era
a do afresco, que consiste na aplica-
ção de pigmentos de cores diferentes,
diluídos em água, sobre argamassa
ainda úmida, recurso utilizado nas civili-
zações da antigas.
O homem sempre deixou sua impres-
são nos espaços ao seu entorno,
revelando assim um registro histórico
do fatos.
Quiron e Aquiles, Séc. ICâmara de Nefertari, Ramsés IIEscrita Cunierforme, Sumeria.Pintura Rupestre, Lascaux
14. ARTE URBANA
A partir do movimento de contracultura
em maio de 1968, quando os muros de
Paris foram suporte para inscrições de
caráter poético-político, a prática do
grafite (pichação) generalizou-se pelo
mundo, em diferentes contextos, tipos e
estilos, que vão do simples rabiscos ou
frases/imagens ad nauseam (repeti-
das, latim), como uma espécie de de-
marcação de território, até grandes mu-
rais executados em espaços especial-
mente designados para tal, ganhando
status de verdadeiras obras de arte.
15. ARTE URBANA
Murralismo
Pintura Mural ou Parietal consiste na
pintura executada sobre uma parede,
explorara o caráter plano de uma pare-
de podendo criar o efeito de uma nova
área de espaço.
No México, a tradição da pintura mural,
também foi praticada por algumas cult-
uras pré-colombianas, ressurgindo nas
primeiras décadas do século XX,
coincidindo com o movimento revo-
lucionário. Os artistas da época viram
no muralismo o melhor caminho para
plasmar suas idéias sobre uma arte
nacional popular e engajada.
16. ARTE URBANA
José Clemente Orozco (1883 - 1949,
artista mexicano).
A temática central da sua obra era a re-
volução, a luta do povo para atingir os
seus ideais e uma nova sociedade. A
representação em sua obra reflete uma
mistura de influências estéticas que vão
do realismo ao expressionismo e pas-
sam pela arte renascentista italiana dos
séculos XV e XVI.
Este hibridismo está também presente
na conjugação que o pintor faz de uma
iconografia religiosa católica com as
tradições mais ancestrais do povo me-
xicano.
Zapatista, 1931. OrozcoCatarse, 1934. Orozco
17. ARTE URBANA
Diego Rivera (1886 - 1957, artista me-
xicano).
Rivera era um homem empenhado polí-
ticamente que utilizou a obra de arte
como sua principal manifestação. A sua
militância comunista reflete-se clara-
mente nas temáticas da sua pintura.
Nas obras do artista surge o povo índio
em toda a sua dimensão social e histó-
rica, de uma forma profundamente ide-
alista e utópica.
O Levante. Rivera.Liberação do Peão, Rivera.
18. ARTE URBANA
David Alfaro Siqueiros. (1896 - 1974,
artista mexicano).
Em sua obra em experimentou novos
materiais e novas técnicas, tendo a sua
investigação nesta área sido um impor-
tante contribuição para a pintura mural.
A grande temática da sua obra é a re-
volução mexicana e o povo mexicano,
que ele representa como o protagonista
da luta por uma sociedade melhor. A
sua pintura é uma intervenção política,
de crítica da sociedade capitalista e de
defesa dos ideais comunistas, assumin-
do uma dimensão monumental pela for-
ça e franqueza das suas convicções.
Nossa imagem atual, 1947.
Nova Democracia. Siqueiros.
19. ARTE URBANA
Cândido Portinari (1903 - 1962). Café, mural
afresco. Palácio Gustavo Capanema, 1938, RJ.
Emiliano Di Cavalcanti (1897 - 1976), Teatro
Joao Caetano, 1929, RJ.
20. ARTE URBANA
Considera-se no caso do grafite uma
inscrição caligráfica ou desenho, pinta-
do ou gravado sobre um suporte que
não é normalmente previsto para esta
finalidade. Ao manifestar a arte urbana
aproveita os espaços públicos, criando
uma linguagem intencional para interfe-
rir na cidade.
Dentre os grafiteiros, talvez o mais cé-
lebre seja Jean-Michel Basquiat, que,
no final dos anos 1970, despertou a
atenção da imprensa americana, sobre-
tudo pelas mensagens poéticas que
deixava nas paredes dos prédios aban-
donados.
21. ARTE URBANA
Jean-Michel Basquiat (1960 - 1988, ar-
tista americano).
Em 1977, começou a fazer grafite em
prédios abandonados em Manhattan,
no ano seguinte o veículo Village Voice
publicou um artigo sobre suas escritu-
ras.
Em1980 participou do The Times Squa-
re Show e de uma exposição coletiva.
Em 1981 , o crítico de arte Rene Ricard
publicou um artigo em que comentava
sobre o artista, impulsionado pela mídia
e mais tarde pela amizade com Andy
Wharol as obras de Basquiat tiveram
um reconhecimento mundial.
22. ARTE URBANA
Keith Haring (1958 - 1990, artista ame-
ricano).
Ganhou notoriedade ao desenhar a giz
nas estações de metro de NY. Amigo
pessoal de Grace Jones pintou o corpo
da cantora para o videoclipe "I'm Not
Perfect". Para democratizar o acesso
ao seu trabalho criou a Pop Shop, loja
que comercializava produtos como ade-
sivos, artigos de decoração, camisetas
e outros objetos.
Em 1988 declara à revista Rolling Sto-
ne que tem o vírus HIV. Em seguida,
cria a Keith Haring Foundation, em
favor das crianças vítimas da AIDS.
23. ARTE URBANA
Os Gêmeos (1974, artistas brasileiros)
Otávio e Gustavo Pandolfo, começaram
a pintar grafites em 1987 no bairro em
que cresceram, o Cambuci, e gradual-
mente tornaram-se uma das influências
mais importantes na cena paulistana,
ajudando a definir um estilo brasileiro
de grafite.
Os temas vão de retratos de família à
crítica social e política; o estilo formou-
se tanto pelo hip hop tradicional como
pela pichação.
Os gêmeos.
24. ARTE URBANA
Zezão (1971, artista brasileiro).
Iniciou seus trabalhos em 1999 tornan-
do-se conhecido pelo estilo próprio de
pintar, marcado pelos temas abstratos
e psicodélicos, com cores fortes e fluo-
rescentes.
Suas obras possuem influências, que
vão da música eletrônica e artistas co-
mo Pollock e Basquiat, utilizando os
mais diferentes suportes para expor
seus sofisticados rabiscos - os mais
interessantes são as paredes de um
esgoto na metrópole paulistana.
25. ARTE URBANA
Nunca (1983, artista brasileiro).
Os traços fortes e as cores cruas são
característicos de seu trabalho. Nunca
começou a pichar paredes e muros em
94, mas o talento para desenhar fez
com que passasse a se dedicar às
obras de grafite mais elaboradas.
Atualmente, Nunca tem aplicado as
características de suas obras para obje-
tos de decoração, como cadeiras e em-
feites. O artista fez diversos trabalhos
comerciais para marcas como Nike e
Ray-Ban,
Grafite s.r. Nunca.
26. ARTE URBANA
6emeia (1983 / 1982, artistas brasilei-
ros)
Desenvolvido pelos artistas Anderson
Augusto e Leonardo Delafuente, no bai-
rro da Barra Funda onde se iniciou o
projeto com o intuito da mudança e
transformação do cotidiano.
O trabalho inusitado consiste em pintar
bueiros, postes, tampas de esgoto ou
qualquer outro objeto que construa o
cenário urbano. Em uma cidade mergu-
lhada em cores como o cinza e bege, o
duo 6emeia destoa a paisagem com
sua paleta de cores, trazendo em suas
obras vida e bom humor.
30. ARTE URBANA
Shok-1 (1970, artista inglês).
Artista britânico e começou a grafitar
em 1984 na cidade de Londres. Seus
últimos trabalhos com spray têm se
destacado pela técnica da transparên-
cia, dando um efeito de raio-x, em
alguns casos até de fumaça.
Shok-1
31. BLU (artista italiano).
Pintor de paisagem urbana ou industrial
começou seu trabalho em 1999. A lista
dos lugares onde Blu deixou seu traço
é tão longa quanto a sua coleção de ca-
dernos que contêm desenhos, pensa-
mentos ou simplesmente notas visuais.
Suas pinturas parecem interpretar a lin-
guagem arquitetônica dos espaços pú-
blicos e reinventá-las em novas for-
mas. Ele tenta se comunicar com a so-
ciedade que habita esses espaços, em
busca da singularidade de cada lugar.
BLU
ARTE URBANA
32. ARTE URBANA
Estêncil é também uma forma muito
popular de grafite, constitui-se de uma
técnica usada para aplicar um desenho
através da aplicação de tinta ou aeros-
sol em papel ou acetato cuja imagem
foi recortada ou perfurada.
Resultando em uma prancha ou
mascara com o preenchimento do
desenho vazado por onde passará a
tinta. O estêncil obtido é usado para
imprimir imagens sobre inúmeras
superfícies, do cimento ao tecido de
uma roupa.
Alex Vallauri, Auto retrato.
33. Alex Vallauri (1949 - 1987, artista italia-
no).
Percussor do grafite no Brasil, as mas-
caras de Alex tiveram origens nas aulas
da FAAP. Um grafite em especial ficou
marcado na carreira do artista intitulado
“A Rainha do Frango Assado”.
Alex usou outros suportes além dos
muros urbanos; estampou camisetas,
bottons e adesivos. O dia 27 de março
é considerado o Dia Nacional do Grafite
uma homenagem ao artista realizada
um dia apos seu falecimento em 1987.
ARTE URBANA
Alex Vallauri
ARTE URBANA
34. ARTE URBANA
Banksy (1974, artista inglês).
Banksy é o pseudônimo de um grafitei-
ro, pintor, ativista político e diretor de ci-
nema inglês. O conceito de arte evoca
a sátira e subversão combinando hu-
mor negro e grafite feito com a técnica
de estêncil.
Seus trabalhos apresentam comentári-
os sociais e políticos expondo clara-
mente uma total aversão aos conceitos
de autoridade e poder. Observadores
notaram que seu estilo é muito similar à
Bleck Le Rat, (Paris), e à campanha de
grafite feita pela banda anarcopunk
Crass.
ARTE URBANA
Banksy
35. Alexandre Órion (1978, artista brasilei-
ro).
Artista visual, fotógrafo e designer. Em
criou o 2002, o projeto Metabiótica, em
que suas pinturas murais produzem re-
lações visuais com os transeuntes e o
espaço urbano, sendo registradas em
fotografias.
Em 2006, inicia a intervenção urbana
Ossário, na qual utiliza apenas panos
para remover a fuligem impregnada nas
paredes do Túnel Max Feffer, na cidade
de São Paulo, criando imagens de ca-
veiras humanas.
Órion.
ARTE URBANA
37. Alguns artistas começaram a
desenvolver uma técnica de
pintura, as vezes com mate-
riais simples como giz para
realizar desenhos elaborados
no chão de grandes avenidas
ou praças.
A evolução deste trabalho
nos mostra em perspectiva
imagens realistas que confun-
dem nossa visão, surgindo
assim a Street Art 3D.
Edgar Mueller.
ARTE URBANA
43. Se aqui no Brasil o grafite foi oficial-
mente descriminalizado (graças a lei
sancionada pela Presidenta Dilma em
maio de 2011) e deixou de ser visto co-
mo vandalismo, a realidade é outra in-
clusive em países mais desenvolvidos.
Em Zurique, na Suíça, arte de rua é
considerada crime e eles contam com
uma empresa especializada em remo-
ver resquício de tinta na paisagem ur-
bana o quanto. Os trabalhos em muros
duram no máximo um dia. Inconforma-
da com a situação, a fotógrafa suíça
Gabriela Domeisen luta pra registrar
grafites antes que desapareçam dos
muros e expõe as fotos em seu site.
ARTE URBANA
http://www.graffiti-file.ch/streetart_zurich.html
44. ARTE URBANA
Sticker art é uma modalidade de Arte
urbana que utiliza de etiquetas adesi-
vas. É uma manifestação da arte pós-
moderna popularizada nos Anos 90 por
grupos urbanos ligados à cultura alter-
nativa.
O trabalho pode ser realizado com o
propósito de transmitir uma mensagem
ou pelo simples prazer de enfeitar a rua
expondo seu gosto ou ponto de vista no
alto de um poste, no final de uma placa
ou até mesmo no pé de um muro.
45. ARTE URBANA
Os primeiros stickers chegaram ao
Brasil como adesivos decorativos usa-
dos na decoração de residências e lo-
jas. Os adesivos são recortados em vi-
nil auto adesivo e protegidos por más-
cara transparente que o aplicador retira
ao fixá-los no local de destino - que de-
ve ser uma superfície lisa.
Além dos stickers adesivos, os artistas
de rua também trabalham com pôsteres
Lambe-Lambe, que não são adesivos,
são colados com cola comercial ou ca-
seira (oferecendo maior dificuldade pa-
ra remoção).
46. ARTE URBANA
Pôster Lambe-Lambe (Wheat-pas-
te, em inglês), também chamados
de poster-bomber, é um pôster
artístico de tamanho variado que é
colado em espaços públicos. Po-
dem ser pintados individualmente
com tinta látex, spray ou guache.
Quando feitos em série sua repro-
dução pode ser através de foto
copiadoras ou silk-screen. Geral-
mente é colado com cola de polvilho
ou de farinha devido ao seu custo
reduzido.
47. ARTE URBANA
Intervenção Urbana consiste em uma
interação com um objeto artístico pre-
viamente existente (um monumento,
por exemplo) ou com um espaço públi-
co, visando colocar em questão as per-
cepções acerca do objeto artístico.
Embora a intervenção, por sua nature-
za, tenha um caráter subversivo, atual-
mente é considerada legítima manifes-
tação artística. Intervenções não autori-
zadas ou ilegais frequentemente ali-
mentam o debate sobre os limites entre
a arte e o simples vandalismo.
Park Chaudfontaine,
Mehmet Ali Uysal.
48. Intervenção Urbana expande os con-
ceitos de arte, pois, se uma pedra pin-
tada de vermelho, uma ilha encoberta
por um pano e um homem andando de
saia numa avenida movimentada de
São Paulo são exemplos de manifesta-
ções artísticas, então: “O que (não) se-
ria arte?...”
A intervenção é sempre inusitada, reali-
zada no espaço publico e por ter um
caráter crítico, seja do ponto de vista
ideológico, político ou social, referindo-
se a aspectos da vida nos grandes cen-
tros urbanos.
ARTE URBANA
Intervenção Urbana.
49. John Fekner (artista americano)
Realizou centenas de obras ambientais
que consistiam em palavras, símbolos,
datas e ícones pintados em NY, Cana-
dá, Inglaterra e Alemanha na década
de 1970 e 1980.
Em reação aos prédios abandonados
de South Bronx, Fekner criou o estêncil
Last Hope, em letras grandes acima de
uma estrutura em ruínas, para alertar o
desprezo publico, gerando um reflexão
sobre o individuo e seu contexto no
mundo. Fekner preocupou-se com a
deterioração urbana, ganância, poluen-
tes químicos, mídia e a questão dos ín-
dios americanos.
ARTE URBANA
Jonh Fekner.
50. ARTE URBANA
No Brasil, a prática da Intervenção Ur-
bana foi introduzida pelos grupos 3 nós
3, Viajou sem passaporte e Manga Ro-
sa. Alguns grupos dedicados a esse ti-
po de arte urbana são contra os muse-
us, pois afirmam que essas instituições
aprisionam a arte, restringindo-a deter-
minada classe social.
A prática da intervenção urbana ganhou
muita força no Brasil a partir do final da
década de 90, principalmente devido à
atuação dos coletivos artísticos que se
formaram em diversas cidades do país.
Flávio de Carvalho, 1956.Grupo 3nós3, 1979.
51. ARTE URBANA
Instalação (krafts) é uma manifestação
artística onde a obra é composta de
elementos organizados em um ambien-
te .
A disposição de elementos no espaço
tem a intenção de criar uma relação
com o espectador. É uma obra de arte
que só "existe" na hora da exposição, é
montada na hora, e após isto é des-
montada, sendo que de lembrança da
mesma só ficam recordações dos par-
ticipantes, fotos e vídeos de registro.
Christo e Jeanne-Claude. Parlamento alemão, 1995.
52. Uma das possibilidades da instalação
é provocar sensações: físicas ou coisas
que simplesmente chamem a atenção
do público ao redor. A primeira instala-
ção artística da história foi o "Merz
Bau", ou "Casa Merz", o apartamento
do artista plástico Kurt Schwitters,
transformado por ele em uma obra de
arte (1923, Hannover).
"Casa Merz", Kurt Schwitters.
ARTE URBANA
Estevão da Silva Conceição, o Gaudí de Paraisópolis, SP.
ARTE URBANA
53. Flash Mobs são aglomerações instan-
tâneas de pessoas em um local público
para realizar determinada ação inusita-
da previamente combinada, sugerindo
a dispersão tão rapidamente quanto à
reunião proposital. A expressão geral-
mente se aplica as reuniões organiza-
das por diversos meios de comunica-
ção social.
Bodies in Urban Spaces. NY, USA.
ARTE URBANA
54. ARTE URBANA
Sabe-se que as mobilizações de pes-
soas são, historicamente, um recurso
muito usado, em manifestações políti-
cas. A história está repleta delas, como
por exemplo, a Revolução Francesa on-
de o povo, para pressionar a monarquia
francesa, tomou de assalto à fortaleza-
prisão da Bastilha, invadindo o palácio
fazendo a família real refém.
O mesmo aconteceu com os bolchevi-
ques na Rússia, que pretendiam a for-
mação de uma aliança entre operários
e camponeses para colocar fim a auto-
cracia czarista.
55. ARTE URBANA
Protestos contemporâneos tornaram se
fatos históricos como: o movimento es-
tudantil em 1968 (Paris), os jovens
americanos que discordavam da Guer-
ra do Vietnam e mesmo no Brasil os
cara pintadas insuflados pela mídia
para o impeachment do então presiden-
te Collor.
Em termos de arte urbana o primeiro
flash mob foi organizado via e-mail
pelo jornalista Bill Wasik, em NY. Man-
dando o e-mail para aproximadamente
50 amigos (de maneira que eles não
soubessem que o evento fora planeja-
do), Bill convidou as pessoas a apare-
cerem em frente à loja de acessórios
femininos Claire’s Acessories.
56. ARTE URBANA
"A idéia era que as próprias pessoas se
tornassem o show ..." em um mob anô-
nimo e sem liderança. No entanto, a lo-
ja foi avisada antes do acontecimento
a polícia foi acionada, evitando que as
pessoas ficassem na frente da loja.
O segundo mob aconteceu na Macy's.
Bill Wasik e amigos distribuíram flyers
para pessoas que passavam nas ruas,
indicando quatro bares em Manhattan,
onde elas receberiam as instruções
adicionais sobre o caráter e o lugar do
evento, minutos antes do início para
evitar o mesmo problema que ocorreu
com a primeira tentativa.
57. Mais de 100 pessoas juntaram-se no
departamento de tapetes da loja Macy’s
(9º andar), reunindo-se em volta de um
tapete caro.
Quem se aproximasse de um vendedor
expressando curiosidade pela aglome-
ração era esclarecido que as pessoas
reunidas no andar viviam juntas num
depósito nos arredores de Nova Iorque,
e estavam procurando por um “tapete
do amor” e que todos faziam suas deci-
sões de compra em grupo. Assim foi
realizado com sucesso o 1º flash mob.
ARTE URBANA
58. ARTE URBANA
Urban Playgroung nascido do flash
mob este movimento também acontece
quando pessoas comunicam-se via in-
ternet e juntam-se a fim de atingir um
mesmo objetivo, porém o Urban Play-
ground quer simplesmente usar o espa-
ço urbano para promover encontros pa-
ra diversão.
As pessoas não permanecem no local
por alguns instantes e dispersam-se;
estes eventos podem durar horas, o
que dá mais chance de que os partici-
pantes possam se conhecer. Há tam-
bém um objetivo por trás das reuniões,
que é fazer com que as pessoas prati-
quem atividades e percam os hábitos
sedentários.
59. ARTE URBANA
Pillow Fight
Famosa guerra de travesseiros ga-
nhou um novo formato quando pas-
sou a integrar o quadro de flash
mobs.
As pessoas combinam pela inter-
net, um determinado local e horário
e levam consigo seus travesseiros
para guerrear com pessoas desco-
nhecidas.
60. ARTE URBANA
Subway Party é realizado por um gru-
po de pessoas que se juntam, para pro-
mover festas dentro dos vagões dos
trens metropolitanos de grande cidades
como Nova Iorque
Combinado o dia e o horário, os partici-
pantes apenas aguardam que um de-
terminado número de pessoas se reúna
para que então todos entrem no vagão
(geralmente o último) e troquem pre-
sentes, ouçam música, dancem, enfim,
façam uma festa.
61. ARTE URBANA
Existem dois tipos de Subway Party:
• Rush realizadas no horário de pico
tem o objetivo de “descontrair as pes-
soas”. Porém ela é muito criticada por
atrapalhar as pessoas no uso do trans-
porte público.
• Night aonde os participantes chegam
até a decorar o vagão do trem para
uma verdadeira festa, que pode ser a
comemoração de alguma data como o
Halloween. Conforme o trem vai pas-
sando nas estações o número de parti-
cipantes aumenta, já que as pessoas
vão sendo convidadas a fazerem parte
da festa.
62. Zombie Walk
Consiste em pessoas que se juntam
para passarem algum tempo caracteri-
zadas como zumbis e agindo como tal,
dispersando-se em seguida. Esta é ou-
tra forma de flash mob que está cres-
cendo pelo mundo e atrai cada vez
mais pessoas.
ARTE URBANA
63. ARTE URBANA
Improv Everywhere criado por Charlie
Todd pode ter diversas propostas sen-
do um dos mais famosos o Frozen
Grand Central, realizado em NY, no
encontro de 200 pessoas, fingiram etar
congeladas por um minuto, gerando
uma enorme discussão. No Pants, o
encontro de pessoas sem calças no
Metrô (mesmo causando problemas
com a polícia local) e MP3 Experiment,
no qual os participantes baixaram um
arquivo e só ouviram no dia do encon-
tro no parque, nele havia instruções pa-
ra uma gincana, cujo objetivo era en-
contrar uma outra pessoa.
64. ARTE URBANA
Oprah Flash Mob Dance
O grupo Black Eyed Peas quebrou o
recorde de maior flash mob da história,
ao reunir mais de 21 mil pessoas na
Michigan Ave. (Chicago), para come-
morar a passagem da 24.ª temporada
do programa de Oprah Winfrey na TV.
O grupo preparou uma surpresa para
ela ao tocar o hit I Gotta Feeling com
uma coreografia inacreditável envolven-
do toda essa multidão.
65. ARTE URBANA
Segundo Bill Wasik, o movimento flash
mob em sua origem não tinha intenção
de ser uma manifestação ou ter cunho
político e na verdade ser uma crítica
cínica à atmosfera cultural de confor-
midade e de sempre querer fazer parte
da “próxima moda grandiosa”.
No entanto, em o mob começou a
caracterizar-se como happening, ex-
pressando oposição à corporações e
decisões políticas, tornando-se real-
mente um movimento em si para desor-
ganizar e romper espaços grandes e
comerciais.
66. ARTE URBANA
A arte urbana caminha livre pelo coti-
diano das grandes cidades tentando
reascender a sensibilidade das pes-
soas para coisas simples, roubando
nem que seja por um instante seu
olhar.
Algumas vertentes hoje debutam pe-
los museus e galerias do mundo en-
quanto outros resistem ao confina-
mento estético da arte em seus tem-
plos sagrados.
68. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BELL, Julian. Uma Nova História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
FARTHING, Stephen. Tudo Sobre Arte. Rio de Janeiro: Editora Sextante,
2011.
GRAHAM, Andrew. O Guia Visual Definitivo da Arte: da Pré História ao
Século XXI. São Paulo: Publifolha,2011.
JANSON, H.W.; Anthony E. Iniciação à História da Arte. 3ª ed. São Paulo:
Martins Fontes, 2009.
MACKENZIE, Mairi. Ismos para Entender a Arte. São Paulo: Editora Globo,
2010.
PAREYSON, Luigi. Os Problemas da Estética. São Paulo: Martins Fontes,
2011.
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