2. Perceba o contexto do outro
• Ninguém se levanta de manhã a querer irritar o mundo. Todos se
levantam de manhã a quererem que a) o dia não lhes morda e b) que lhes
sorria.
• Por isso, quando lhe dizem coisas que o magoam, tente perceber as reais
razões do outro. Talvez o gato o tenha arranhado, a conta da luz tenha
chegado, tenha visto o vizinho num carro novo que nunca conseguirá
comprar, lhe doa o joanete, o marido tenha pedido divórcio… A crítica vai
continuar a doer, mas pelo menos tem um contexto lógico
3. Procure o átomo de verdade
• Às vezes, não há; outras vezes, respirando com calma, até se consegue
encontrar…
• No meio do insulto, ofensa ou agressividade, e depois do primeiro
impacto, pergunte a si próprio: “Se esta pessoa me quisesse bem, e eu
me esquecer do tom e da forma inapropriada com que disse o que disse,
haverá algo para eu aprender ou reflectir, bem lá no fundo?”
4. É a sua opinião!
• Palavras, leva-as o vento. Mantenha isso presente quando ouve uma
crítica destrutiva e sem fundamento. É só uma opinião: todos têm direito
à sua e ninguém tem a obrigação de assumir as dos outros como válidas.
• Habitue-se a dizer e pensar: “É a sua opinião. Obrigado por a partilhar
comigo, mas não é a minha”. Assunto encerrado. Ah! E não a leve para
casa!
5. Há o dar e o receber
• Insultaram-no. Ficou magoado. Legitimamente atribui a mágoa ao insulto.
E fica zangado. Sente-se injustiçado. Vai remoendo no tema…. Mas, e se o
que foi dito, o tivesse sido em grego ou mandarim? Ficava na mesma,
verdade?
• O insulto é do outro; a mágoa é sua. O que é que está ao seu alcance
modificar? Magoa-se porquê, se não achar a crítica fundamentada ou se
sentir inseguro? Use a mágoa (ou qualquer reacção emocional à crítica
destrutiva) como um sinal para trabalhar a sua autoconfiança.
6. Ignore!
• Requer uma prática longa e continuada, mas ignorar o que não nos serve
é uma aptidão que lhe vai poupar vários cabelos brancos
• Há uma vida à espera de ser vivida na direcção dos seus objectivos,
sonhos e em pleno cumprimento das suas necessidades – para quê
consumir minutos valiosos do seu tempo a remoer no que não vale a
pena?
8. O mal necessário
• Aposto que quer saber-se competente e em constante melhoria! Mas
para que isso aconteça vai ter de fazer um caminho cheio de curvas e
contra-curvas, tropeços e enganos, para já não falar em disparates
completos.
• E nesse caminho, o seu melhor guia é a crítica de quem o rodeia. Lembre-
se que não tem de gostar de ouvir que não foi perfeito, mas se ninguém
lho estiver a dizer é uma boa altura para se preocupar com o assunto…
9. O instinto de generalizar
• Se lhe disserem que precisa de começar a chegar a horas, não estão a
dizer que é incompetente; se lhe disserem que não tem jeito para
conjugar cores, não estão a dizer que não é criativo; se lhe disserem que
as suas piadas não têm graça, não lhe estão a chamar inapto social…
• O horror a sermos rejeitados é tão grande que, instintivamente,
generalizamos e exageramos tudo o que reflecte uma opinião negativa
sobre o que fazemos ou dizemos. Assuma as coisas apenas pelo seu valor
facial. Por vezes, um charuto é apenas um charuto, para usar uma citação
erradamente atribuída a Freud.
10. Vá tornando a pele grossa
• A sensibilidade ajuda pouco quando ouvimos uma crítica, não só porque
fazemos uma nódoa negra com mais facilidade, como porque a dor nos impede
de aproveitar o que for construtivo.
• Por isso, vá criando alguma impermeabilização da pele: respire, traga à memória
tudo o que valoriza em si, recorde elogios passados, lembre-se do afecto que lhe
têm e coloque em perspectiva esse pequeno feedback, olhando para ele do
ponto de vista da sua utilidade futura.
• A crítica não diz nada sobre si; diz apenas sobre a forma como está a ser visto
pela pessoa que o critica.
11. Durma sobre o assunto
• Não reaja de imediato. Deixe que o travesseiro fale consigo, porque uma
boa noite de sono faz milagres no que se refere ao arrumo de
informações e emoções dentro de nós. Sorria, agradeça e deixe que o sol
do dia seguinte lhe clareie os pensamentos.
12. Nem defensivo, nem ofensivo
• Evite saltar de imediato para justificações, racionalizações,
argumentações, desculpas e outras respostas habituais a quem se sente
atacado. Lembre-se que o acto mais inteligente perante uma crítica não é
negá-la, mas encontrar a sua utilidade prática.
• E, claro, evite contra-atacar. Basicamente porque não está a ser atacado.
Em vez de reagir contrapondo, faça perguntas, interesse-se pelo que lhe
está a ser dito. Vá dizendo “hum, hum” e agradeça no fim, com a
promessa de que irá pensar nisso.
13. Humildade em vez de orgulho ferido
• É fácil fazer dói-dói no orgulho e não há penso rápido que ajude… Ao
mesmo tempo que vai praticando a autoconfiança nas suas capacidades
de progressão na vida e de acordar amanhã um ser humano maior do que
aquele que se foi deitar, vá praticando a necessária humildade perante a
grandeza dessa tarefa.
14. É tudo relativo
• As opiniões, boas ou más, são formadas na aprendizagem que cada um
faz com as pessoas do seu meio significativo, com valores pessoais,
moduladas pela sensibilidade própria e com a experiência de vida. As
opiniões, sejam elas quais forem, são absolutamente relativas a um
conjunto de factores únicos. Não são uma verdade universal, escrita na
pedra, por desígnios superiores. São apenas um olhar de alguém num
dado momento, com base em informação insuficiente…
15. Aproveite a autenticidade
• A paz podre pouco faz pela qualidade ou durabilidade das relações
humanas. Há um valor inestimável em cultivar relações com pessoas que
têm a generosidade de partilhar connosco aquilo que verdadeiramente
pensam, e é um excelente indicador de confiança que se sintam à-
vontade para o fazerem. Uma relação baseada no intercâmbio autêntico é
uma relação forte, mesmo que contenha palavras que, de vez em
quando, nos fazem encolher o estômago.
16. Vá olhando para o céu
• No grande esquema da sua vida, é mesmo importante que o seu chefe
ache que escreve mal os emails? Ou que o seu parceiro ache que devia
ser mais proactivo? Ou que a sua mãe ache que não sabe arrumar a casa?
Vá lá…
• Mantenha-se atento ao que é verdadeiramente importante para si, àquilo
que o mobiliza e define, que o faz mover por entre os caminhos da vida, e
à marca que quer deixar na terra.
17. Seja prático: siga em frente. Obrigado!
• 1º passo: reconhece fundamento naquilo que lhe apontaram?
• 2º passo: se não, siga em frente, que o tempo é para ser bem utilizado
• 2º passo: se sim, faça um plano de mudança que lhe pareça adequado e
siga em frente, porque há mais oportunidades de crescimento já ali na
próxima esquina
• 3º passo: agradeça! Agradeça que alguém se importe o suficiente para ter
a coragem de arriscar desconforto na relação e lhe dizer o que pensa