Em dez meses, cerca de 700 brasileiros fizeram uso de antirretrovirais para evitar infecção pelo HIV após terem feito sexo sem preservativo, segundo Ministério da Saúde
Terapia antiaids pós-exposição não desestimula prevenção, diz ministério
1. Saúde na mídia Brasília, 10 de agosto de 2011
O Estado de S. Paulo/BR
Ministério da Saúde | Institucional
Terapia de emergência antiaids não desestimula
prevenção, diz ministério
VIDA
Em dez meses, cerca de 700 brasileiros fizeram uso tem às portas dos serviços de urgência em busca do
de antirretrovirais para evitar infecção pelo HIV após tratamento. Além de não incentivar o abandono do
terem feito sexo sem preservativo; segundo preservativo, ele conta que a oferta da terapia atua até
Ministério da Saúde como reforço da prevenção. "Ela facilita o contato
dos profissionais de saúde com a população que sem-
Lígia Formenti / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo pre teve comportamento de risco. As equipes foram
preparadas para oferecer teste, dar orientação na ten-
O uso de antirretrovirais depois de uma relação se- tativa de auxiliar a pessoa a adotar medidas pre-
xual considerada de risco, um tratamento de emer- ventivas."
gência para evitar a infecção pelo HIV, foi adotado
por cerca de 700 brasileiros nos últimos dez meses. Risco. Mas o presidente do Fórum de Aids de São
Lançada depois da recomendação de especialistas, a Paulo, Rodrigo Pinheiro, atribui a procura re-
princípio a estratégia provocou receio de parte de mé- lativamente pequena à profilaxia pós-exposição ao
dicos, que acreditavam que a oferta de medicamentos baixo conhecimento da população e até de pro-
poderia levar a população a relaxar no uso de pre- fissionais de saúde. "Nem todos sabem que esse re-
servativos. Algo que, de acordo com Ministério da curso está disponível. Temos relatos de pessoas que
Saúde, não ocorreu. tiveram o pedido de terapia negado. Nosso receio é
de que essa recomendação acabe se transformando
"As pessoas percebem que não se trata de uma sim- em letra morta."
ples pílula do dia seguinte", afirma a infectologista do
Centro de Referência e Treinamento em DST-Aids Denise descarta esse risco. Ela afirma que em São
de São Paulo, Denise Lotufo. Paulo 300 centros oferecem o tratamento. Hallal diz
que serviços em todo País estão sendo estruturados e
Feita com 3 medicamentos durante 28 dias, a terapia reforça que há registros de oferta de tratamento em to-
pós-exposição, como é chamada, provoca efeitos co- dos os Estados. "Nossa preocupação é em não limitar
laterais e somente pode ser indicada por médicos. Ela o atendimento à oferta de tratamento." A maior parte
é recomendada para pessoas que tiveram relações se- dos casos atendidos até agora ocorreu na Região Su-
xuais desprotegidas com portadores de HIV ou per- deste.
tencentes a grupos de risco: homens que fazem sexo
com homens, usuários de drogas e profissionais do Das 700 indicações de tratamento, 500 foram feitas
sexo. neste ano. Agora, o governo se prepara para verificar
se, dos pacientes submetidos à terapia pós-ex-
Infectologista do Departamento de DST-Aids e He- posição, houve algum caso de infecção. A avaliação
patites Virais do ministério, Ronaldo Hallal assegura começa a ser feita depois de outubro, quanto o pro-
que não há relatos de pessoas que seguidamente ba- grama completa um ano.
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2. Saúde na mídia Brasília, 10 de agosto de 2011
O Estado de S. Paulo/BR
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Continuação: Terapia de emergência antiaids não desestimula prevenção, diz ministério
O uso de remédios antiaids como prevenção para in- 28 dias é quanto dura a terapia, feita somente por in-
fecção não é novidade. Ele já é usado para evitar a dicação médica
transmissão do vírus da gestante para o bebê e em
profissionais de saúde que tiveram acidentalmente 3 remédios são administrados
contato com sangue. A terapia também é usada na Eu-
ropa, na Argentina e no México.
> Efeitos colaterais
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