O número de transplantes no Brasil mais que dobrou de 2001 a 2011, chegando a 23.397 cirurgias no ano passado. O Ministério da Saúde planeja investir na qualificação da rede para aumentar o número de transplantes para 15 por milhão de pessoas até 2015. Novas regras foram estabelecidas para transplantes em estrangeiros e doações entre não parentes para combater o tráfico de órgãos.

1. Saúde na mídia Brasília, 09 de fevereiro de 2012
Correio Braziliense/BR
Ministério da Saúde | Alexandre Padilha
Cirurgias dobram em 10 anos
BRASIL
/> />» Grasielle Castro /> />O Ministério da Saúde disponíveis para transplante são perdidos por mal ar-
anunciou ontem que o número de transplantes rea- mazenamento. De acordo com a Associação
lizados no país mais que dobrou de 2001 para 2011. Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), José
No ano passado, foram realizadas 23.397 cirurgias. Medina, a média mundial gira em torno de 20%. Co-
Há 10 anos, o número chegava a 10.428 . Os dados rações e pulmões são os órgãos mais sensíveis.
também mostram que houve uma descentralização
dos implantes, que foram intensificados nas regiões
Norte e Nordeste. A participação nos procedimentos Combate ao tráfico
nessas áreas era de 5% em 2004, hoje chega a 30%.
O ministro da Saúde esclareceu ainda as regras para a
Embora tenha comemorado que o país ultrapassou a realização de transplante em estrangeiros não re-
meta estabelecida para 2011 de 10 transplantes para sidentes no Brasil. A resolução sobre o tema, pu-
cada milhãodepessoas - o valor chegou a11,47, o mi- blicada ontem no Diário Oficial da União, prevê que
nistro Alexandre Padilha estima que o índice chegue a cirurgia seja realizada desde que o paciente com-
a 15 em 2015. Para isso, prometeu investir na qua- pareça com o doador, que deve ser familiar de até 4º
lificação da rede. No ano passado, o setor de trans- grau. Por enquanto, os procedimentos só serão rea-
plantes teve um orçamento de R$ 1,3 bilhão. Com a lizados na rede privada, mas podem ser estendidos
perspectiva de ver essa rubrica aumentar 10%, o foco para a rede pública contanto que o Brasil tenha acor-
será voltado para o aumento de Organizações de Cap- do bilateral com o país do paciente. Segundo o
tação de Órgãos (Opos) e para a capacitação pro- ministro, um dos objetivos das novas regras é atuar
fissional. "Por um lado, vamos buscar ampliar (os no combate ao tráfico de órgão.
procedimentos), mas, por outro, o conjunto da rede
tem que se qualificar", pontuou. Com o mesmo intuito, o Senado Federal votou a favor
ontem do endurecimento das regras para doações de
O aumento da expectativa de vida e a redução de mor- órgãos entre pessoas vivas e que não são parentes. De
tes violentas levam o ministério a se preparar para en- autoria do senador Aluysio Nunes ferreira (P-
frentar uma maior demanda de órgãos. De acordo SDB-SP), a medida prevê que, para ser realizado, o
com o coordenador estratégico do Conselho Técnico transplante tenha um parecer do Ministério Público e
do Comitê Estratégico para Desenvolvimento de uma decisão judicial atestando que ele não envolve
Equipes de Captação de Órgãos e Transplantes do fins lucrativos. A legislação atual exige somente uma
ministério, Silvano Raia, uma das estratégias é in- decisão judicial permitindo o procedimento. Como
vestir no estudo da medicina regenerativa. "Os ór- veio da Câmara e sofreu alterações no Senado, o pro-
gãos são formados com o próprio tecido do paciente e jeto voltará a ser apreciado pelos deputados federais
não têm nenhum risco de rejeição", explica. antes de seguir para a sanção da presidente Dilma
Rousseff.
A preocupação em investir na área também se en-
caixa ao aproveitamento dos órgãos. Segundo a As- Colaborou Gabriel Mascarenhas
sociação Médica Brasileira, 18% dos órgãos
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