O documento discute diferentes abordagens para definir e estudar religião, incluindo:
1) Definições funcionais vs essencialistas
2) Métodos como evolucionismo, histórico, teológico, filosófico e psicológico
3) Ideias-chave de autores como Durkheim, Otto, Tylor sobre a natureza da religião.
2. Pressupostos
Não existe nenhuma definição universalmente aceita da religião.
Existem duas categorias de definição da Religião:
1) O que a religião faz (funcionalista).
2) O que a religião é (essencialista).
3. Definindo religião pela função
O que é o funcionalismo? “O funcionalismo é uma perspectiva
teórica em sociologia, mas a função refere-se mais ao papel de
uma instituição na sociedade.”
Religião é um sistema unificado de
crenças e práticas relativas as coisas
sagradas, isto é, coisas separadas e
proibidas, crenças e práticas que
unem numa única comunidade,
chamada igreja, todos o que a elas
aderem.
(Émile Durkheim)
4. Definindo religião como essência
O que é o essencialismo?
“Perspectiva que parte da ideia de que os particulares (pessoas,
coisas, números, etc.) possuem propriedades sui generes.”
“As diferentes religiões são organismos vitais, dotados de formas e
leis próprias que as regulam e caracterizam sua dinâmica.”
(FILORAMO & PRANDI, 1999, p. 42)
Admirável, ou melhor, espantoso:
pois se existe um campo da
experiência humana que apresente
algo próprio, que apareça somente
nele, esse campo é o religioso.
(Rudolf Otto)
5. Definição a partir do termo religio
“Significa originalmente uma
espécie de temor supersticioso” (p.
19). Neste ponto Otto observou
que esse aspecto evolui para uma
consciência moral, implicando
sentimento religioso e culto aos
deuses (OTTO, 2007, p 48).
• “Religião pode também significar: ligar (religare) um
adorador à divindade através de observância de
cerimônias cúlticas e atos de devoção” (p. 19)
7. Animatismo Animismo Totemismo
Culto aos
ancestrais
Deuses
pessoais
Abordagem evolucionista
• E. B. Tylor (1832 – 1917) - Cultura Primitiva:
• A ideia de “alma” está na origem da religião;
• “Alma” → “espírito” / “espíritos” → “Ser supremo”;
• Primitivo x Civilizado
8. Abordagem histórica
Examina as fontes primárias, como material
literário e arqueológico (inscrição, monumentos,
artefatos etc.) ligando a religião e compara seu
desenvolvimento com outras religiões, sem
nenhuma intenção de insinuar que uma religião
seja superior a outra.
“O historiador das religiões deve ser
comprometido com o conhecimento e não com
verdades absolutas”. (Joachim Wach)
“Não existe nenhum fenômeno religioso puro. Um fenômeno religioso é também um
fenômeno social, econômico e, evidentemente, histórico, porque tem lugar no tempo
histórico e é condicionado por tudo o que aconteceu antes.” (Mircea Eliade)
“Cada phainomenon é um genomenon”. (Raffaelle Pettazzoni)
“Para compreender um fato cultural qualquer, devemos procurar a
reconstrução da sua gênese, da sua formação”. (Marcello Massenzio)
9. Abordagem teológica
Nas várias religiões há suas
respectivas teologias, baseadas nos
escritos (texto sagrado) e nas
tradições.
Teologia deriva de duas palavras
gregas do θεóς, "divindade" + λóγος,
"palavra", por extensão, "estudo,
análise, consideração, discurso sobre
alguma coisa ou algo.
10. Abordagem filosófica
Considera os métodos empregados no estudo da religião,
avalia as provas e indícios e chega à verdade ou não das
afirmações da fé.
Filosofia antiga: questões metafísicas.
Filosofia moderna: analise empírica.
Filosofia contemporânea: investigação da linguagem.
11. Abordagem psicológica
Destaca os aspectos emocionais da experiências religiosa.
• Otto e a experiência numinosa da
religião;
• Freud: a experiência religiosa pode
ser explicada psicologicamente: é uma
ilusão.
• Jung: a ideia da religião é verdadeira
e natural no ser humano; inconsciente
coletivo.