SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 38
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 1
Conceito Química Orgânica
A Química Orgânica estuda a estrutura, as propriedades, a
composição, as reacções, e a síntese de compostos
orgânicos.
Os compostos orgânicos, ou compostos do carbono, são
constituídos por:
 Elementos Organogéneos (C, H, O, N e por vezes X, P,
S e M)
 X representa os halogéneos (F, Cl, Br e I) e M os metais
(Na, Li, Mg, Zn, Cd, Pb, Sn, etc.)
 Exceptuam-se os óxidos de C (CO e CO2), os ácidos
H2CO3, HCN e seus sais e CS2.
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 2
Classificação dos Compostos Orgânicos
Schor Lemmer (1870) considera o esqueleto fundamental
de um composto orgânico constituído por uma estrutura
hidrocarboneto a partir da qual podem ser obtidos outros
compostos orgânicos pela substituição de um ou mais
átomos de H na molécula. Assim, esta classificação é
baseada nos esqueletos carbónicos dos compostos.
1ª) Classificação baseada no tipo de cadeias carbónicas:
 Compostos Alifáticos (acíclicos) apresentam cadeias
carbónicas abertas e podem ser normais (lineares) ou
ramificados.
 Compostos carbocíclicos, ou simplesmente cíclicos, que
são de cadeias carbónicas fechadas e podem ser alicíclicos
ou aromáticos.
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 3
2ª) Classificação dos compostos quanto ao tipo de ligações
carbónicas:
 Compostos saturados apresentam cadeias carbónicas
formadas somente por ligações simples.
 Compostos insaturados apresentam cadeias carbónicas
com uma ou mais de ligações múltiplas que podem ser
duplas ou triplas.
3ª) Classificação dos compostos quanto à disposição dos
átomos :
 Compostos homogéneos (hidrocarbonetos) apresentam
cadeias carbónicas formadas somente por C e H.
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 4
 Compostos heterogéneos apresentam cadeias carbónicas
constituías por C, H e um ou mais outros organogéneos
(O, N, X, P, S e M). Assim, são conhecidas famílias de
compostos oxigenados, azotados, halogenados,
fosfatados, sulfonados, metalados e de funções mistas.
Do mesmo modo são formados diferentes grupos
funcionais e isómeros.
Resumo da classificação de compostos orgânicos quanto:
Ao tipo de cadeias
Alifáticos
Normais
Ramificados
Cíclicos
Alicíclicos
Aromáticos
Ao tipo de ligações
Saturados
Insaturados
À natureza dos átomos
Homogéneos
Heterogéneos
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 5
Classificação do Carbono na Cadeia carbónica
 Carbono primário – quando está ligado com um único
átomo de carbono.
 Carbono secundário – quando ligado com dois átomos
de carbono.
 Carbono terciário – quando ligado com três átomos de
carbono.
 Carbono quaternário – quando ligado com quatro
átomos de carbono.
Numa cadeia carbónica um átomo de carbono pode ser
classificado de acordo com o número de outros átomos de
carbono ligado a ele. Assim, diz-se:
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 6
H3C
1
C
H2
2 CH
3
C
H2
4
C 5
C
H2
6
H2
C
7
C
H2
8 CH3
9
H2C
10 CH3
11
CH3
12
CH3
13
Exemplos:
H3C
CH
C
H2
C CH3
CH3 CH3
CH3
Carbono
quaternário
Carbono
secundário
Carbono
terciário
Carbono
primário
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 7
Funções orgânicas
 Funções orgânicas são grupos de compostos
orgânicos que têm estrutura química semelhante e,
consequentemente, propriedades químicas similares
(propriedades funcionais).
 As características estruturais que possibilitam a
classificação dos compostos com base em sua
reactividade são designadas grupos funcionais.
 Um grupo funcional é a parte da molécula onde ocorre a
maioria das reacções químicas. É a parte que determina,
efectivamente, as propriedades químicas do composto.
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 8
Função orgânica R + Grupo funcional Exemplos
Hidrocarbonetos R–H
Alcanos CH3 – CH3
Alcenos
Alcinos
Arenos ou aromáticos Ar–R’
Haletos ou
halogenetos R–X
Grupos funcionais de compostos orgânicos
C C
C C H2C CH2
C C HC CH
H3C CH2Br
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 9
Álcoois ou alcanois R–OH
Fenóis Ar–OH
Éteres R–O–R’
Aldeídos
Cetonas
Ácidos carboxílicos
Cloretos de ácidos
H3C CH2OH
OH
H3C O CH3
H3C
C
H
O
R
C
H
O
R
C
R'
O
H3C
C
CH3
O
HO
C
CH2CH3
O
R
C
OH
O
Cl
C
CH2CH3
O
R
C
Cl
O
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 10
Aminas
Amidas
Nitrilos ou cianetos
Isonitrilos ou
isocianetos
Nitrocompostos R – NO2 CH3 – NO2
Tiois ou
mercaptanos
R – SH CH3 – SH
Tioéteres ou
sulfuretos
R – S – R’ CH3 – S – CH3
H3C NH2
R
N
R'
R''
H2N
C
CH2CH3
O
R
C N
O
R'
R"
C N
R C N
H3C
N C
H3C
+ _
N C
R
+ _
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 11
Sulfóxidos
Sulfonas
Ácidos sulfónicos
S
O
R'
R
S
O
CH3
H3C
S
O
O
R R' S
O
O
H3C CH3
S
O
O
R OH S
O
O
HO CH2CH3
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 12
Critérios gerais da nomenclatura
IUPAC dos compostos orgânicos
 A nomenclatura Oficial ou IUPAC (1957) visa
uniformizar os critérios para atribuir um nome para
cada composto orgânico, construído de forma
sistemática, que permite ter uma ideia de sua
estrutura. Desse modo, a IUPAC (International Union of
Pure and Applied Chemistry, isto é, União Internacional
de Química Pura e Aplicada) estabeleceu as seguintes
regras:
A. Para os compostos da cadeia carbónica normal, a
nomenclatura oficial é constituída por três partes:
prefixo, infixo e sufixo.
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 13
Nº C 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Prefixo met et prop but pent hex hept oct non dec
1ª) Prefixo – depende do número de átomos de carbono na
molécula.
2ª) Infixo – depende do tipo de ligação entre os átomos de
carbono.
Tipo de ligações saturadas duplas triplas
Infixo an en in
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 14
3ª) Sufixo – depende da função a que pertence à
substância, nomeadamente: hidrocarbonetos (o),
álcoois (ol), aldeídos (al), cetonas (ona), ácidos
carboxílcos (óico), etc.
Exemplos:
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 15
B) Para os compostos de cadeias ramificadas a
nomenclatura IUPAC é regida pelos seguintes
princípios:
1) A cadeia principal é a mais longa possível que tenha,
caso existam, ligações múltiplas e/ou um grupo
funcional e, havendo mais, com o maior número de
radicais a ela ligados;
2) A numeração da cadeia principal se faz partindo de
uma das extremidades, de tal modo que no nome
apareçam os menores números possíveis.
3) Se existirem duas ramificações em posições simétricas,
a numeração da cadeia deve obedecer à ordem
decrescente de prioridade dos radicais.
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 16
4) Os nomes dos radicais são precedidos dos números
indicativos da posição desses radicais na cadeia
principal. Escreve-se a posição e o nome do radical,
obedecendo-se à ordem alfabética ou à ordem, pouco
usual, crescente de complexidade.
5) Caso haja repetição do mesmo radical, indica-se a sua
quantidade por meio dos prefixos di, tri, tetra, etc. Os
números são separados uns dos outros por vírgulas,
enquanto número e nome são separados por hífen.
 Exemplos:
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 17
H3C
H2
C
C
H2
H2
C
C
H2
H2
C
CH3 H3C
H2
C
C
H2
H2
C
CH
H2
C
CH3
CH3
H3C
CH
C
H2
CH
C
H2
CH
CH3
n-heptano 3-metilheptano
CH2CH3
Cl CH3
2-cloro-4,6-dimetiloctano
H3C
H
C
C
H
CH
C
H2
CH
CH3
CH3
CH3
(E)-4,6-dimetilhept-2-eno
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 18
H3C
CH
C
H2
CH
C
H2
CH
CO2H
NH2
CH3
CH3
ácido-2-amino-4,6-dimetilheptanóico
H3C
H2
C
CH
H2
C
CH
H2
C
CH2
CH3
3-etil-2,2,5-trimetiloctano
C
CH3
H3C
H3C
CH3
H3C
H2
C
CH
H2
C
C
H2
H2
C
CH2
4-etil-2,3,3-trimetilnonano
C
C
H
H3C
H3C
CH3
CH3
CH3
H3C
CH
C
H2
CH
C
H2
CH
CH3
CH2OH
OH CH3
2,4-dimetiloctano-1,6-diol
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 19
Alcanos ou Hidrocarbonetos parafínicos ou metánicos
(Hidrocarbonetos alifáticos saturados)
Fórmula geral da série homóloga dos alcanos: CnH2n + 2
Série homóloga e propriedades físicas dos n – alcanos
Nº C Fórmula Nome P.f. (ºC) P.e. (ºC)  (20ºC)
01 CH4 metano 183 162 
02 C2H6 etano 172 89 
03 C3H8 propano 187 42 
04 C4H10 butano 138 0 
05 C5H12 pentano 130 +36 0.626
06 C6H14 hexano 95 +69 0.659
07 C7H16 heptano 91 +98 0.684
08 C8H18 octano 57 +126 0.703
09 C9H20 nonano 54 +151 0.718
10 C10H22 decano 30 +174 0.730
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 20
Nº C Fórmula Nome P.f. (ºC) P.e. (ºC)  (20ºC)
11 C11H24 undecano 26 +196 0.740
12 C12H26 dodecano 10 +216 0.749
13 C13H28 tridecano 6 +234 0.757
14 C14H30 tetradecano +6 +252 0.764
15 C15H32 pentadecano +10 +266 0.769
16 C16H34 hexadecano +18 +280 0.775
17 C17H36 heptadecano +22 +292 
18 C18H38 octadecano +28 +308 
19 C19H40 nonadecano +32 +320 
20 C20H42 eicosano +36 +334 
30 C30H62 tricontano +66 +446 
60 C60H122 hexacontano   
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 21
PROPRIEADES FÍSICAS DOS ALCANOS
 Os alcanos são compostos apolares, portanto hidrófobos (não solúveis
em agua) solúveis em outros compostos apolares.
 Os compostos de 1 – 4 carbonos são gasosos;
 Os compostos de 5 – 16 carbonos são líquidos;
 Os compostos de cadeias longas são sólidos.
 Os pontos de fusão e ebulição aumentam com a cadeia;
 Os pontos de fusão de cadeias lineares são > os de cadeias
ramificadas.
 Os hidrocarbonetos em geral são bons combustíveis.
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 22
Obtenção dos alcanos
Petróleo e gás natural são as principais fontes dos hidrocarbonetos em geral,
de onde são extraídos por destilação fraccionada e Craking (decomposição
de moléculas complexas em molécula mais leves ou simples). A outra fonte
natural destes compostos é carvão mineral (hulha, antracite).
Fracção Te. de ebulição Cad. carbónica
Gás < 20 ºC C1 – C4
Éter de petróleo 20 – 60 ºC C5 – C6
Ligroína (nafta leve) 60 – 100 ºC C6 – C7
Gasolina 40 – 250 ºC C5 – C10 + cíclicos
Querosene 175 – 325 ºC C12 – C18 + aromáticos
Gasóleo ≥ 272 ºC C12 + cadeias longas
Óleo lubrificante ≥ 300 ºC cadeias complexas
Resíduos (oxibetume)
Destilação fraccionada de petróleo bruto
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 23
Cracking dos derivados do petróleo
CH3–CH2–CH2–CH2–CH2–CH3
CH3–CH3 + CH2═CH–CH2–CH3
CH2═CH2 + CH3–CH2–CH2–CH3
Os derivados obtidos do petróleo são convertidos em fracções mais comerciais
por Cracking, isto é, a decomposição de moléculas pesadas de um derivado do
petróleo em Hidrocarbonetos de baixo peso molecular. O processo de Cracking
pode ser térmico (pirólise), catalítico (reforming) e, ainda, por acção de vapor e
outros, de acordo com o tipo e o tamanho de moléculas que se pretende obter.
Os compostos assim obtidos do petróleo são submetidos a processos de
melhoramento das suas qualidades. Os componentes lineares da gasolina,
por exemplo, são submetidos a isomerização ou a alquilação para aumentar
a sua taxa de compressão no motor (octanas) antes de sofrer a combustão.
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 24
2) Hidrogenação/redução catalítica (Pd/BaCO3) de alcanos halogenados
R–X + H2 R–H + HX
Pd/BaCO3
3) Hidrólise dos compostos de Grignard
R–X + Mg R–Mg–X R–H + Mg(OH)X
Éter H2O
4) Síntese de Wurtz - reacção de alcanos halogenados com sódio metálico
2R–X + 2Na R–R + 2NaX
Síntese laboratorial dos alcanos
1) Hidrogenação catalítica (Pt, Pd, Ni) de Alcinos e Alcenos
R1-C≡C-R2 R1-CH=CH-R2 R1-CH2-CH2-R2
H2 H2
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 25
6) Síntese de Kolbe - electrólise de sais de sódio dos ácidos carboxílicos
R–CO2Na R–CO2
− + Na+
H2O H+ + OH−

2R–CO2
− 2R. + 2CO2 + 2e−
2R. R–R
Ânodo:
2H+ + 2e− 2H H2
Na+ + OH− NaOH
Cátodo:
Sobra:
5) Síntese de Dumas - descarboxilação de ácidos carboxílicos
R–CO2Na + NaOH R–H + Na2CO3
∆
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 26
Reacções dos Alcanos
Devido as fortes ligações sigma (C-C e C-H) nos alcanos e a estrutura tetraédrica
com ligações apolares os alcanos são pouco reactivos. Não reagem a temperatura
ambiente com ácidos, bases ou agentes oxidantes.
As reacções características são as de Substituição Radicalar (SR) com quebra
homolítica das ligações e formação do radical mais estável. Tais reacções decorrem
à custa do calor ou de radiação (halogenação, nitração, sulfocloração, sulfoxidação,
etc.).
1ª Etapa – Iniciação:
Br2 2Br*
h∂
2ª Etapa – propagação de radicais:
CH3-CH2-CH3 + Br* CH3-CH*-CH3 + HBr
CH3-CH*-CH3 + Br2 CH3-CHBr-CH3 + Br*
3ª Etapa – finalização:
CH3-CH*-CH3 + Br* CH3-CHBr-CH3
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 27
Obtenção dos alquenos:
Os alcenos são obtidos na indústria pelo Cracking de alcanos de origem
petrolífera. No laboratório são preparados por reacções de β-eliminação:
Desidrogenação catalítica de alcanos
R-CH2-CH2-R R-CH=CH-R + H2
eliminação
adição
Desidratação ácida de alcanois (álcoois)
Regra de Zaitsev:
na eliminação de um ligando sai o H do carbono vicinal
menos hidrogenado.
CH3-CH2-CH-CH3 CH3-CH=CH-CH3 + H2O
ácido
OH
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 28
Desidrohalogenação dos haletos de alquilos
CH3-CH2-CH-CH3 CH3-CH=CH-CH3 + HX
base
X
Deshalogenação dos dihaletos vicinais de alquilos
X
CH3-CH-CH-CH3 CH3-CH=CH-CH3 + ZnX2
Zn
X
Separação de ácidos dos ésteres
R-COO
CH3-CH2-CH-CH3 CH3-CH=CH-CH3 + RCOOH
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 29
Regra de Markovnikov (1870): na adição electrofílica em alcenos
assimétricos a partícula electrofílica (E) é adicionada ao átomo de C
mais electronegativo (mais hidrogenado) da dupla ligação.
Reacções dos Alcenos
Os alcenos são mais reactivos que os alcanos devido ao carácter da dupla
ligação, uma sigma (mais forte) e outra pi (mais fraca), cuja ligação pi se
rompe com mais facilidade e permite a adição de radicais e de partículas
electrofílicas. Os alcenos podem com os compostos X2, HX, H2O, HOSO3H,
HOX, etc.
Adição Electrofílica (AE) - Mecanismos
A reacção de adição electrofílica é caracterizada pela quebra heterolítica
das ligações e formação do carbocatião mais estável. Este tipo de reacções
é facilmente catalizado por ácidos de Lewis – partículas capazes de
receber pares electrónicos (FeBr3, FeF3, AlCl3, etc.).
X2 + AlCl3 X+ + AlCl3X−
CH2=CH-CH3 + X+ CH2X-CH-CH3

01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 30
Adição Electrofílica (AE) - Mecanismos
1º) a partícula electrofílica (E) entra em inteiração com a ligação pi
formando uma fase intermediaria (complexo ). Em seguida, rompe-se o
complexo  e o átomo de C mais electronegativo (mais hidrogenado) capta
o par electrónico e liga-se à partícula electrofílica. O segundo átomo de C
é induzido positivamente dando origem a um cintão electrofílico designado
carbocatião.
2º) o carbocatião sofre, por último, um ataque da partícula nucleofílica
(NuΘ) e forma um composto saturado
CH3
CH
CH2
CH3
CH E
CH2
CH3
CH
CH2 E
CH3
CH Nu
CH2 E
E NuΘ
complexo  carbocatião
CH2=CH-CH3 + H+ CH3-CH-CH3 CH3-CH-CH3

Br
Br−
Exemplo:
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 31
Adição Radicalar (AR) - Mecanismos
A reacção de adição radicalar é caracterizada pela quebra homolítica das
ligações e formação do radical intermediário mais estável (Regra de Anti-
Markovnikov). Este tipo de reacções decorre à custa do calor, de radiação
UV ou presença de compostos susceptíveis de produzir radicais como os
peróxidos ou os azocompostos.
1ª Etapa – Iniciação:
RO* + HBr ROH + Br*
2ª Etapa – propagação de radicais:
CH2=CH-CH3 + Br* CH3Br-CH*-CH3
CH2Br-CH*-CH3 + HBr CH3Br-CH2-CH3 + Br*
3ª Etapa – finalização:
CH2-CH*-CH3 + Br* CH3-CHBr-CH3
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 32
Resumo da regioselectividade dos alcenos assimétricos
Reacções Adição electrofílica (AE) Adição radicalar (AR)
Condições Ácido de Lewis Radiação, peróxidos,
Partículas Electrófilo (E) Radical (X˚)
Intermediário Carbocatião estável Radical estável
Regras Markovnikov Anti-Markovnikov
Oxidação dos alcenos
Os hidrocarbonetos, como já foi referido, entram facilmente em
combustão. Os alcenos, em condições favoráveis, sofrem uma combustão
completa ou total com libertação de CO2 e H2O. A escassez do O2
condiciona a ocorrência de combustões parciais ou incompletas. Ex:
C2H4 + 3O2 2H2O + 2CO2
C2H4 + 2O2 2H2O + 2CO
C2H4 + O2 2H2O + 2C
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 33
Oxidação e identificação dos alcenos
Numa solução aquosa diluída, neutra ou levemente alcalina (básica) o KMnO4
decompõe-se produzindo oxigénio atómico que vai atacar o alceno formando
um diálcool, diol ou glicol. Esta oxidação é pouco energética ou branda e é
conhecida como reacção de Baeyer para a identificação de alcenos, no
decurso da qual a cor violeta do permanganato é substituída pelo castanho
escuro do precipitado MnO2 formado. Ex:
KMnO4 + H2O 2KOH + 2MnO2 + 3[O]
CH2=CH2 + [O] + H2O HO-CH2-CH2-OH
Em solução aquosa concentrada e ácida (com H2SO4) de KMnO4 ou de
K2Cr2O7 o oxigénio atómico quebra o alceno na dupla ligação formando CO2 e
H2O no carbono primário, ácido carboxílico no carbono secundário e cetona
no carbono terciário. Ex:
2KMnO4 + 3H2SO4 K2SO4 + 2MnSO4 + 3H2O + 5[O]
K2Cr2O7 + 4H2SO4 K2SO4 + Cr2(SO4)3 + 4H2O + 3[O]
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 34
CH3-CH=CH2 + 5[O] CH3-C=O + CO2 + H2O
CH3-CH=C-CH3 + 3[O] CH3-C=O + O=C-CH3
OH CH3
OH
CH3
Outra forma de identificação dos alcenos é a oxidação pelo ozono (ozonólise).
Neste processo é possível a formação de aldeídos (nos carbonos primário e
secundário) pela adição do zinco em pó, que destrói o peróxido formado,
impedindo que ele oxide o aldeído a ácido carboxílico.
CH3-CH=C-CH3 + O3 CH3-CH-O-C-CH3 ozonídeo
CH3-CH-O-C-CH3 CH3-C=O + O=C-CH3 + H2O2
Oxidação e identificação dos alcenos
CH3
H CH3
O
O
O
O
CH3
CH3
H2O
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 35
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 36
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 37
01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 38

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Classificação e propriedades dos compostos orgânicos

Semelhante a Classificação e propriedades dos compostos orgânicos (20)

Hidrocarbonetos 3a2
Hidrocarbonetos   3a2Hidrocarbonetos   3a2
Hidrocarbonetos 3a2
 
Módulo Q7_Hidrocarbonetos alifáticos.aromáticos.pptx
Módulo Q7_Hidrocarbonetos alifáticos.aromáticos.pptxMódulo Q7_Hidrocarbonetos alifáticos.aromáticos.pptx
Módulo Q7_Hidrocarbonetos alifáticos.aromáticos.pptx
 
Aula 1-2740.pptx
Aula 1-2740.pptxAula 1-2740.pptx
Aula 1-2740.pptx
 
Tarefa semana 01
Tarefa semana 01Tarefa semana 01
Tarefa semana 01
 
Hidrocarbonetos 3a2
Hidrocarbonetos   3a2Hidrocarbonetos   3a2
Hidrocarbonetos 3a2
 
Aula 01 quimica do petróleo (orgânica)
Aula 01   quimica do petróleo (orgânica)Aula 01   quimica do petróleo (orgânica)
Aula 01 quimica do petróleo (orgânica)
 
Nomenclatura 02
Nomenclatura 02Nomenclatura 02
Nomenclatura 02
 
Apostila de Química para Enem e Vestibulares -UFJF - Profª. Maria Patrícia
Apostila de Química para Enem e Vestibulares -UFJF - Profª. Maria PatríciaApostila de Química para Enem e Vestibulares -UFJF - Profª. Maria Patrícia
Apostila de Química para Enem e Vestibulares -UFJF - Profª. Maria Patrícia
 
Química orgânica LCE 118 1.ppt
Química orgânica  LCE 118 1.pptQuímica orgânica  LCE 118 1.ppt
Química orgânica LCE 118 1.ppt
 
Compostos de Coordenação
 Compostos de Coordenação Compostos de Coordenação
Compostos de Coordenação
 
2008
20082008
2008
 
química_orgânica.pdf
química_orgânica.pdfquímica_orgânica.pdf
química_orgânica.pdf
 
1_2_A_quimica_dos_combustiveis_fosseis.pptx
1_2_A_quimica_dos_combustiveis_fosseis.pptx1_2_A_quimica_dos_combustiveis_fosseis.pptx
1_2_A_quimica_dos_combustiveis_fosseis.pptx
 
Nomenclatura dos compostos orgânicos
Nomenclatura dos compostos orgânicosNomenclatura dos compostos orgânicos
Nomenclatura dos compostos orgânicos
 
Introducao quimica org
Introducao quimica orgIntroducao quimica org
Introducao quimica org
 
Introducao quimica org
Introducao quimica orgIntroducao quimica org
Introducao quimica org
 
Quimica trabalho
Quimica trabalhoQuimica trabalho
Quimica trabalho
 
Química orgânica 3º ano COMPLETO
Química orgânica 3º ano   COMPLETOQuímica orgânica 3º ano   COMPLETO
Química orgânica 3º ano COMPLETO
 
Hidrocarboneto
HidrocarbonetoHidrocarboneto
Hidrocarboneto
 
HIDROCARBONETOS
HIDROCARBONETOSHIDROCARBONETOS
HIDROCARBONETOS
 

Último

PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfinterfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfIvoneSantos45
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppthistoria Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.pptErnandesLinhares1
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 

Último (20)

PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfinterfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppthistoria Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 

Classificação e propriedades dos compostos orgânicos

  • 1. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 1 Conceito Química Orgânica A Química Orgânica estuda a estrutura, as propriedades, a composição, as reacções, e a síntese de compostos orgânicos. Os compostos orgânicos, ou compostos do carbono, são constituídos por:  Elementos Organogéneos (C, H, O, N e por vezes X, P, S e M)  X representa os halogéneos (F, Cl, Br e I) e M os metais (Na, Li, Mg, Zn, Cd, Pb, Sn, etc.)  Exceptuam-se os óxidos de C (CO e CO2), os ácidos H2CO3, HCN e seus sais e CS2.
  • 2. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 2 Classificação dos Compostos Orgânicos Schor Lemmer (1870) considera o esqueleto fundamental de um composto orgânico constituído por uma estrutura hidrocarboneto a partir da qual podem ser obtidos outros compostos orgânicos pela substituição de um ou mais átomos de H na molécula. Assim, esta classificação é baseada nos esqueletos carbónicos dos compostos. 1ª) Classificação baseada no tipo de cadeias carbónicas:  Compostos Alifáticos (acíclicos) apresentam cadeias carbónicas abertas e podem ser normais (lineares) ou ramificados.  Compostos carbocíclicos, ou simplesmente cíclicos, que são de cadeias carbónicas fechadas e podem ser alicíclicos ou aromáticos.
  • 3. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 3 2ª) Classificação dos compostos quanto ao tipo de ligações carbónicas:  Compostos saturados apresentam cadeias carbónicas formadas somente por ligações simples.  Compostos insaturados apresentam cadeias carbónicas com uma ou mais de ligações múltiplas que podem ser duplas ou triplas. 3ª) Classificação dos compostos quanto à disposição dos átomos :  Compostos homogéneos (hidrocarbonetos) apresentam cadeias carbónicas formadas somente por C e H.
  • 4. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 4  Compostos heterogéneos apresentam cadeias carbónicas constituías por C, H e um ou mais outros organogéneos (O, N, X, P, S e M). Assim, são conhecidas famílias de compostos oxigenados, azotados, halogenados, fosfatados, sulfonados, metalados e de funções mistas. Do mesmo modo são formados diferentes grupos funcionais e isómeros. Resumo da classificação de compostos orgânicos quanto: Ao tipo de cadeias Alifáticos Normais Ramificados Cíclicos Alicíclicos Aromáticos Ao tipo de ligações Saturados Insaturados À natureza dos átomos Homogéneos Heterogéneos
  • 5. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 5 Classificação do Carbono na Cadeia carbónica  Carbono primário – quando está ligado com um único átomo de carbono.  Carbono secundário – quando ligado com dois átomos de carbono.  Carbono terciário – quando ligado com três átomos de carbono.  Carbono quaternário – quando ligado com quatro átomos de carbono. Numa cadeia carbónica um átomo de carbono pode ser classificado de acordo com o número de outros átomos de carbono ligado a ele. Assim, diz-se:
  • 6. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 6 H3C 1 C H2 2 CH 3 C H2 4 C 5 C H2 6 H2 C 7 C H2 8 CH3 9 H2C 10 CH3 11 CH3 12 CH3 13 Exemplos: H3C CH C H2 C CH3 CH3 CH3 CH3 Carbono quaternário Carbono secundário Carbono terciário Carbono primário
  • 7. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 7 Funções orgânicas  Funções orgânicas são grupos de compostos orgânicos que têm estrutura química semelhante e, consequentemente, propriedades químicas similares (propriedades funcionais).  As características estruturais que possibilitam a classificação dos compostos com base em sua reactividade são designadas grupos funcionais.  Um grupo funcional é a parte da molécula onde ocorre a maioria das reacções químicas. É a parte que determina, efectivamente, as propriedades químicas do composto.
  • 8. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 8 Função orgânica R + Grupo funcional Exemplos Hidrocarbonetos R–H Alcanos CH3 – CH3 Alcenos Alcinos Arenos ou aromáticos Ar–R’ Haletos ou halogenetos R–X Grupos funcionais de compostos orgânicos C C C C H2C CH2 C C HC CH H3C CH2Br
  • 9. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 9 Álcoois ou alcanois R–OH Fenóis Ar–OH Éteres R–O–R’ Aldeídos Cetonas Ácidos carboxílicos Cloretos de ácidos H3C CH2OH OH H3C O CH3 H3C C H O R C H O R C R' O H3C C CH3 O HO C CH2CH3 O R C OH O Cl C CH2CH3 O R C Cl O
  • 10. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 10 Aminas Amidas Nitrilos ou cianetos Isonitrilos ou isocianetos Nitrocompostos R – NO2 CH3 – NO2 Tiois ou mercaptanos R – SH CH3 – SH Tioéteres ou sulfuretos R – S – R’ CH3 – S – CH3 H3C NH2 R N R' R'' H2N C CH2CH3 O R C N O R' R" C N R C N H3C N C H3C + _ N C R + _
  • 11. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 11 Sulfóxidos Sulfonas Ácidos sulfónicos S O R' R S O CH3 H3C S O O R R' S O O H3C CH3 S O O R OH S O O HO CH2CH3
  • 12. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 12 Critérios gerais da nomenclatura IUPAC dos compostos orgânicos  A nomenclatura Oficial ou IUPAC (1957) visa uniformizar os critérios para atribuir um nome para cada composto orgânico, construído de forma sistemática, que permite ter uma ideia de sua estrutura. Desse modo, a IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry, isto é, União Internacional de Química Pura e Aplicada) estabeleceu as seguintes regras: A. Para os compostos da cadeia carbónica normal, a nomenclatura oficial é constituída por três partes: prefixo, infixo e sufixo.
  • 13. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 13 Nº C 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Prefixo met et prop but pent hex hept oct non dec 1ª) Prefixo – depende do número de átomos de carbono na molécula. 2ª) Infixo – depende do tipo de ligação entre os átomos de carbono. Tipo de ligações saturadas duplas triplas Infixo an en in
  • 14. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 14 3ª) Sufixo – depende da função a que pertence à substância, nomeadamente: hidrocarbonetos (o), álcoois (ol), aldeídos (al), cetonas (ona), ácidos carboxílcos (óico), etc. Exemplos:
  • 15. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 15 B) Para os compostos de cadeias ramificadas a nomenclatura IUPAC é regida pelos seguintes princípios: 1) A cadeia principal é a mais longa possível que tenha, caso existam, ligações múltiplas e/ou um grupo funcional e, havendo mais, com o maior número de radicais a ela ligados; 2) A numeração da cadeia principal se faz partindo de uma das extremidades, de tal modo que no nome apareçam os menores números possíveis. 3) Se existirem duas ramificações em posições simétricas, a numeração da cadeia deve obedecer à ordem decrescente de prioridade dos radicais.
  • 16. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 16 4) Os nomes dos radicais são precedidos dos números indicativos da posição desses radicais na cadeia principal. Escreve-se a posição e o nome do radical, obedecendo-se à ordem alfabética ou à ordem, pouco usual, crescente de complexidade. 5) Caso haja repetição do mesmo radical, indica-se a sua quantidade por meio dos prefixos di, tri, tetra, etc. Os números são separados uns dos outros por vírgulas, enquanto número e nome são separados por hífen.  Exemplos:
  • 17. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 17 H3C H2 C C H2 H2 C C H2 H2 C CH3 H3C H2 C C H2 H2 C CH H2 C CH3 CH3 H3C CH C H2 CH C H2 CH CH3 n-heptano 3-metilheptano CH2CH3 Cl CH3 2-cloro-4,6-dimetiloctano H3C H C C H CH C H2 CH CH3 CH3 CH3 (E)-4,6-dimetilhept-2-eno
  • 18. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 18 H3C CH C H2 CH C H2 CH CO2H NH2 CH3 CH3 ácido-2-amino-4,6-dimetilheptanóico H3C H2 C CH H2 C CH H2 C CH2 CH3 3-etil-2,2,5-trimetiloctano C CH3 H3C H3C CH3 H3C H2 C CH H2 C C H2 H2 C CH2 4-etil-2,3,3-trimetilnonano C C H H3C H3C CH3 CH3 CH3 H3C CH C H2 CH C H2 CH CH3 CH2OH OH CH3 2,4-dimetiloctano-1,6-diol
  • 19. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 19 Alcanos ou Hidrocarbonetos parafínicos ou metánicos (Hidrocarbonetos alifáticos saturados) Fórmula geral da série homóloga dos alcanos: CnH2n + 2 Série homóloga e propriedades físicas dos n – alcanos Nº C Fórmula Nome P.f. (ºC) P.e. (ºC)  (20ºC) 01 CH4 metano 183 162  02 C2H6 etano 172 89  03 C3H8 propano 187 42  04 C4H10 butano 138 0  05 C5H12 pentano 130 +36 0.626 06 C6H14 hexano 95 +69 0.659 07 C7H16 heptano 91 +98 0.684 08 C8H18 octano 57 +126 0.703 09 C9H20 nonano 54 +151 0.718 10 C10H22 decano 30 +174 0.730
  • 20. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 20 Nº C Fórmula Nome P.f. (ºC) P.e. (ºC)  (20ºC) 11 C11H24 undecano 26 +196 0.740 12 C12H26 dodecano 10 +216 0.749 13 C13H28 tridecano 6 +234 0.757 14 C14H30 tetradecano +6 +252 0.764 15 C15H32 pentadecano +10 +266 0.769 16 C16H34 hexadecano +18 +280 0.775 17 C17H36 heptadecano +22 +292  18 C18H38 octadecano +28 +308  19 C19H40 nonadecano +32 +320  20 C20H42 eicosano +36 +334  30 C30H62 tricontano +66 +446  60 C60H122 hexacontano   
  • 21. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 21 PROPRIEADES FÍSICAS DOS ALCANOS  Os alcanos são compostos apolares, portanto hidrófobos (não solúveis em agua) solúveis em outros compostos apolares.  Os compostos de 1 – 4 carbonos são gasosos;  Os compostos de 5 – 16 carbonos são líquidos;  Os compostos de cadeias longas são sólidos.  Os pontos de fusão e ebulição aumentam com a cadeia;  Os pontos de fusão de cadeias lineares são > os de cadeias ramificadas.  Os hidrocarbonetos em geral são bons combustíveis.
  • 22. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 22 Obtenção dos alcanos Petróleo e gás natural são as principais fontes dos hidrocarbonetos em geral, de onde são extraídos por destilação fraccionada e Craking (decomposição de moléculas complexas em molécula mais leves ou simples). A outra fonte natural destes compostos é carvão mineral (hulha, antracite). Fracção Te. de ebulição Cad. carbónica Gás < 20 ºC C1 – C4 Éter de petróleo 20 – 60 ºC C5 – C6 Ligroína (nafta leve) 60 – 100 ºC C6 – C7 Gasolina 40 – 250 ºC C5 – C10 + cíclicos Querosene 175 – 325 ºC C12 – C18 + aromáticos Gasóleo ≥ 272 ºC C12 + cadeias longas Óleo lubrificante ≥ 300 ºC cadeias complexas Resíduos (oxibetume) Destilação fraccionada de petróleo bruto
  • 23. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 23 Cracking dos derivados do petróleo CH3–CH2–CH2–CH2–CH2–CH3 CH3–CH3 + CH2═CH–CH2–CH3 CH2═CH2 + CH3–CH2–CH2–CH3 Os derivados obtidos do petróleo são convertidos em fracções mais comerciais por Cracking, isto é, a decomposição de moléculas pesadas de um derivado do petróleo em Hidrocarbonetos de baixo peso molecular. O processo de Cracking pode ser térmico (pirólise), catalítico (reforming) e, ainda, por acção de vapor e outros, de acordo com o tipo e o tamanho de moléculas que se pretende obter. Os compostos assim obtidos do petróleo são submetidos a processos de melhoramento das suas qualidades. Os componentes lineares da gasolina, por exemplo, são submetidos a isomerização ou a alquilação para aumentar a sua taxa de compressão no motor (octanas) antes de sofrer a combustão.
  • 24. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 24 2) Hidrogenação/redução catalítica (Pd/BaCO3) de alcanos halogenados R–X + H2 R–H + HX Pd/BaCO3 3) Hidrólise dos compostos de Grignard R–X + Mg R–Mg–X R–H + Mg(OH)X Éter H2O 4) Síntese de Wurtz - reacção de alcanos halogenados com sódio metálico 2R–X + 2Na R–R + 2NaX Síntese laboratorial dos alcanos 1) Hidrogenação catalítica (Pt, Pd, Ni) de Alcinos e Alcenos R1-C≡C-R2 R1-CH=CH-R2 R1-CH2-CH2-R2 H2 H2
  • 25. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 25 6) Síntese de Kolbe - electrólise de sais de sódio dos ácidos carboxílicos R–CO2Na R–CO2 − + Na+ H2O H+ + OH−  2R–CO2 − 2R. + 2CO2 + 2e− 2R. R–R Ânodo: 2H+ + 2e− 2H H2 Na+ + OH− NaOH Cátodo: Sobra: 5) Síntese de Dumas - descarboxilação de ácidos carboxílicos R–CO2Na + NaOH R–H + Na2CO3 ∆
  • 26. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 26 Reacções dos Alcanos Devido as fortes ligações sigma (C-C e C-H) nos alcanos e a estrutura tetraédrica com ligações apolares os alcanos são pouco reactivos. Não reagem a temperatura ambiente com ácidos, bases ou agentes oxidantes. As reacções características são as de Substituição Radicalar (SR) com quebra homolítica das ligações e formação do radical mais estável. Tais reacções decorrem à custa do calor ou de radiação (halogenação, nitração, sulfocloração, sulfoxidação, etc.). 1ª Etapa – Iniciação: Br2 2Br* h∂ 2ª Etapa – propagação de radicais: CH3-CH2-CH3 + Br* CH3-CH*-CH3 + HBr CH3-CH*-CH3 + Br2 CH3-CHBr-CH3 + Br* 3ª Etapa – finalização: CH3-CH*-CH3 + Br* CH3-CHBr-CH3
  • 27. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 27 Obtenção dos alquenos: Os alcenos são obtidos na indústria pelo Cracking de alcanos de origem petrolífera. No laboratório são preparados por reacções de β-eliminação: Desidrogenação catalítica de alcanos R-CH2-CH2-R R-CH=CH-R + H2 eliminação adição Desidratação ácida de alcanois (álcoois) Regra de Zaitsev: na eliminação de um ligando sai o H do carbono vicinal menos hidrogenado. CH3-CH2-CH-CH3 CH3-CH=CH-CH3 + H2O ácido OH
  • 28. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 28 Desidrohalogenação dos haletos de alquilos CH3-CH2-CH-CH3 CH3-CH=CH-CH3 + HX base X Deshalogenação dos dihaletos vicinais de alquilos X CH3-CH-CH-CH3 CH3-CH=CH-CH3 + ZnX2 Zn X Separação de ácidos dos ésteres R-COO CH3-CH2-CH-CH3 CH3-CH=CH-CH3 + RCOOH
  • 29. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 29 Regra de Markovnikov (1870): na adição electrofílica em alcenos assimétricos a partícula electrofílica (E) é adicionada ao átomo de C mais electronegativo (mais hidrogenado) da dupla ligação. Reacções dos Alcenos Os alcenos são mais reactivos que os alcanos devido ao carácter da dupla ligação, uma sigma (mais forte) e outra pi (mais fraca), cuja ligação pi se rompe com mais facilidade e permite a adição de radicais e de partículas electrofílicas. Os alcenos podem com os compostos X2, HX, H2O, HOSO3H, HOX, etc. Adição Electrofílica (AE) - Mecanismos A reacção de adição electrofílica é caracterizada pela quebra heterolítica das ligações e formação do carbocatião mais estável. Este tipo de reacções é facilmente catalizado por ácidos de Lewis – partículas capazes de receber pares electrónicos (FeBr3, FeF3, AlCl3, etc.). X2 + AlCl3 X+ + AlCl3X− CH2=CH-CH3 + X+ CH2X-CH-CH3 
  • 30. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 30 Adição Electrofílica (AE) - Mecanismos 1º) a partícula electrofílica (E) entra em inteiração com a ligação pi formando uma fase intermediaria (complexo ). Em seguida, rompe-se o complexo  e o átomo de C mais electronegativo (mais hidrogenado) capta o par electrónico e liga-se à partícula electrofílica. O segundo átomo de C é induzido positivamente dando origem a um cintão electrofílico designado carbocatião. 2º) o carbocatião sofre, por último, um ataque da partícula nucleofílica (NuΘ) e forma um composto saturado CH3 CH CH2 CH3 CH E CH2 CH3 CH CH2 E CH3 CH Nu CH2 E E NuΘ complexo  carbocatião CH2=CH-CH3 + H+ CH3-CH-CH3 CH3-CH-CH3  Br Br− Exemplo:
  • 31. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 31 Adição Radicalar (AR) - Mecanismos A reacção de adição radicalar é caracterizada pela quebra homolítica das ligações e formação do radical intermediário mais estável (Regra de Anti- Markovnikov). Este tipo de reacções decorre à custa do calor, de radiação UV ou presença de compostos susceptíveis de produzir radicais como os peróxidos ou os azocompostos. 1ª Etapa – Iniciação: RO* + HBr ROH + Br* 2ª Etapa – propagação de radicais: CH2=CH-CH3 + Br* CH3Br-CH*-CH3 CH2Br-CH*-CH3 + HBr CH3Br-CH2-CH3 + Br* 3ª Etapa – finalização: CH2-CH*-CH3 + Br* CH3-CHBr-CH3
  • 32. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 32 Resumo da regioselectividade dos alcenos assimétricos Reacções Adição electrofílica (AE) Adição radicalar (AR) Condições Ácido de Lewis Radiação, peróxidos, Partículas Electrófilo (E) Radical (X˚) Intermediário Carbocatião estável Radical estável Regras Markovnikov Anti-Markovnikov Oxidação dos alcenos Os hidrocarbonetos, como já foi referido, entram facilmente em combustão. Os alcenos, em condições favoráveis, sofrem uma combustão completa ou total com libertação de CO2 e H2O. A escassez do O2 condiciona a ocorrência de combustões parciais ou incompletas. Ex: C2H4 + 3O2 2H2O + 2CO2 C2H4 + 2O2 2H2O + 2CO C2H4 + O2 2H2O + 2C
  • 33. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 33 Oxidação e identificação dos alcenos Numa solução aquosa diluída, neutra ou levemente alcalina (básica) o KMnO4 decompõe-se produzindo oxigénio atómico que vai atacar o alceno formando um diálcool, diol ou glicol. Esta oxidação é pouco energética ou branda e é conhecida como reacção de Baeyer para a identificação de alcenos, no decurso da qual a cor violeta do permanganato é substituída pelo castanho escuro do precipitado MnO2 formado. Ex: KMnO4 + H2O 2KOH + 2MnO2 + 3[O] CH2=CH2 + [O] + H2O HO-CH2-CH2-OH Em solução aquosa concentrada e ácida (com H2SO4) de KMnO4 ou de K2Cr2O7 o oxigénio atómico quebra o alceno na dupla ligação formando CO2 e H2O no carbono primário, ácido carboxílico no carbono secundário e cetona no carbono terciário. Ex: 2KMnO4 + 3H2SO4 K2SO4 + 2MnSO4 + 3H2O + 5[O] K2Cr2O7 + 4H2SO4 K2SO4 + Cr2(SO4)3 + 4H2O + 3[O]
  • 34. 01/11/2022 Prof. Miguel Mussa 34 CH3-CH=CH2 + 5[O] CH3-C=O + CO2 + H2O CH3-CH=C-CH3 + 3[O] CH3-C=O + O=C-CH3 OH CH3 OH CH3 Outra forma de identificação dos alcenos é a oxidação pelo ozono (ozonólise). Neste processo é possível a formação de aldeídos (nos carbonos primário e secundário) pela adição do zinco em pó, que destrói o peróxido formado, impedindo que ele oxide o aldeído a ácido carboxílico. CH3-CH=C-CH3 + O3 CH3-CH-O-C-CH3 ozonídeo CH3-CH-O-C-CH3 CH3-C=O + O=C-CH3 + H2O2 Oxidação e identificação dos alcenos CH3 H CH3 O O O O CH3 CH3 H2O