SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
PROTEÍNAS




CONCEITO GERAL




        As proteínas são as moléculas orgânicas mais abundantes e importantes nas células e
perfazem 50% ou mais de seu peso seco. São encontradas em todas as partes de todas as
células, uma vez que são fundamentais sob todos os aspectos da estrutura e função celulares.
Existem muitas espécies diferentes de proteínas, cada uma especializada para uma função
biológica diversa. Além disso, a maior parte da informação genética é expressa pelas
proteínas.

        Pertencem à classe dos peptídeos, pois são formadas por aminoácidos ligados entre si
por ligações peptídicas. Uma ligação peptídica é a união do grupo amino (-NH 2 ) de um
aminoácido com o grupo carboxila (-COOH) de outro aminoácido, através da formação de uma
amida.




        São os constituintes básicos da vida: tanto que seu nome deriva da palavra grega
"proteios", que significa "em primeiro lugar". Nos animais, as proteínas correspondem a cerca
de 80% do peso dos músculos desidratados, cerca de 70% da pele e 90% do sangue seco.
Mesmo nos vegetais as proteínas estão presentes.

        A importância das proteínas, entretanto, está relacionada com suas funções no
organismo, e não com sua quantidade. Todas as enzimas conhecidas, por exemplo, são
proteínas; muitas vezes, as enzimas existem em porções muito pequenas. Mesmo assim, estas
substâncias catalisam todas as reações metabólicas e capacitam aos organismos a construção
de outras moléculas - proteínas, ácidos nucléicos, carboidratos e lipídios - que são necessárias
para a vida.


  COMPOSIÇÃO




       Todas contêm carbono, hidrogênio, nitrogênio e oxigênio, e quase todas contêm
enxofre. Algumas proteínas contêm elementos adicionais, particularmente fósforo, ferro, zinco e
cobre. Seu peso molecular é extremamente elevado.

       Todas as proteínas, independentemente de sua função ou espécie de origem, são
construídas a partir de um conjunto básico de vinte aminoácidos, arranjados em várias
seqüências específicas.
FUNÇÃO




       Elas exercem funções diversas, como:

       - Catalisadores;

       - Elementos estruturais (colágeno) e sistemas contráteis;

       - Armazenamento(ferritina);

       - Veículos de transporte (hemoglobina);

       - Hormônios;

       - Anti-infecciosas (imunoglobulina);

       - Enzimáticas (lipases);

       - Nutricional (caseína);

       - Agentes protetores.




      Devido as proteínas exercerem uma grande variedade de funções na célula, estas
podem ser divididas em dois grandes grupos:

       - Dinâmicas - Transporte, defesa, catálise de reações, controle do metabolismo e
contração, por exemplo;

       - Estruturais - Proteínas como o colágeno e elastina, por exemplo, que promovem a
sustentação estrutural da célula e dos tecidos.




CLASSIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS




       Quanto a Composição:

       - Proteínas Simples - Por hidrólise liberam apenas aminoácidos.

        - Proteínas Conjugadas - Por hidrólise liberam aminoácidos mais um radical não
peptídico, denominado grupo prostético. Ex: metaloproteínas, hemeproteínas, lipoproteínas,
glicoproteínas, etc.
Quanto ao Número de Cadeias Polipeptídicas:

       - Proteínas Monoméricas - Formadas por apenas uma cadeia polipeptídica.

       - Proteínas Oligoméricas - Formadas por mais de uma cadeia polipeptídica; São as
proteínas de estrutura e função mais complexas.




       Quanto à Forma:

        - Proteínas Fibrosas - Na sua maioria, as proteínas fibrosas são insolúveis nos
solventes aquosos e possuem pesos moleculares muito elevados. São formadas geralmente
por longas moléculas mais ou menos retilíneas e paralelas ao eixo da fibra. A esta categoria
pertencem as proteínas de estrutura, como colágeno do tecido conjuntivo, as queratinas dos
cabelos, as esclerotinas do tegumento dos artrópodes, a conchiolina das conchas dos
moluscos, ou ainda a fribrina do soro sanguíneo ou a miosina dos músculos. Algumas
proteínas fibrosas, porém, possuem uma estrutura diferente, como as tubulinas, que são
formadas por múltiplas subunidades globulares dispostas helicoidalmente.

        - Proteínas Globulares - De estrutura espacial mais complexa, são mais ou menos
esféricas. São geralmente solúveis nos solventes aquosos e os seus pesos moleculares
situam-se entre 10.000 e vários milhões. Nesta categoria situam-se as proteínas ativas como
os enzimas, transportadores como a hemoglobina, etc.




                         Esquemas de proteínas globulares e fibrosas




FORMAÇÃO

Este processo chama-se desnaturação. As proteínas desnaturadas não são funcionais. Um
exemplo comum de desnaturação é visto na fritura de um ovo. No ovo cru, a proteína
(albumina) é solúvel e a clara é um fluido transparente e viscoso. Quando é aplicado calor ao
ovo, a proteína altera sua forma, toma-se insolúvel e adquire uma cor branca.




PROTEÍNAS HOMÓLOGAS




        São proteínas que desempenham a mesma função em tecidos ou em espécies
diferentes. Estas proteínas possuem pequenas diferenças estruturais, reconhecíveis
imunologicamente.
Os segmentos com seqüências diferentes de aminoácidos em proteínas homólogas são
chamados "segmentos variáveis", e geralmente não participam diretamente da atividade da
proteína. Os segmentos idênticos das proteínas homólogas são chamados "segmentos fixos", e
são fundamentais para o funcionamento bioquímico da proteína.

ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DAS PROTEÍNAS



       As proteínas possuem complexas estruturas espaciais, que podem ser organizadas em
quatro níveis, crescentes em complexidade:




       1 - Estrutura Primária

       - Dada pela seqüência de aminoácidos e ligações peptídicas da molécula.

       - É o nível estrutural mais simples e mais importante, pois dele deriva todo o arranjo
espacial da molécula.

       - A estrutura primária da proteína resulta em uma longa cadeia de aminoácidos
semelhante a um "colar de contas", com uma extremidade "amino terminal" e uma extremidade
"carboxi terminal".

        - A estrutura primária de uma proteína é destruída por hidrólise química ou enzimática
das ligações peptídicas, com liberação de peptídeos menores e aminoácidos livres.

        - Sua estrutura é somente a seqüência dos aminoácidos, sem se preocupar com a
orientação espacial da molécula.
Fórmulas estruturais de amino ácidos




   alanina
                                    glutamina




                               ácido amino butírico
    serina




                                     arginina
 asparagina




ácido aspártico                    fenilalanina




   cisteína                      ácido glutâmico




    glicina

                                     leucina




   histidina

                                      lisina




homocisteína

                                      serina
                                     tirosina

                                    triptofano
2 - Estrutura Secundária

       - É dada pelo arranjo espacial de aminoácidos próximos entre si na seqüência primária
da proteína.

       - É o último nível de organização das proteínas fibrosas, mais simples estruturalmente.

      - Ocorre graças à possibilidade de rotação das ligações entre os carbonos a dos
aminoácidos e seus grupamentos amina e carboxila.

       - O arranjo secundário de um polipeptídeo pode ocorrer de forma regular; isso acontece
quando os ângulos das ligações entre carbonos a e seus ligantes são iguais e se repetem ao
longo de um segmento da molécula.




3 - Estrutura Terciária

        - Dada pelo arranjo espacial de aminoácidos distantes entre si na seqüência
polipeptídica.

       - É a forma tridimensional como a proteína se "enrola".

       - Ocorre nas proteínas globulares, mais complexas estrutural e funcionalmente.

        - Cadeias polipeptídicas muito longas podem se organizar em domínios, regiões com
estruturas terciárias semi-independentes ligadas entre si por segmentos lineares da cadeia
polipeptídica.

      - Os domínios são considerados as unidades funcionais e de estrutura tridimensional de
uma proteína.
4 - Estrutura Quaternária

       - Surge apenas nas proteínas oligoméricas.

       - Dada pela distribuição espacial de mais de uma cadeia polipeptídica no espaço, as
subunidades da molécula.

        - Estas subunidades se mantém unidas por forças covalentes, como pontes dissulfeto,
e ligações não covalentes, como pontes de hidrogênio, interações hidrofóbicas, etc.

      - As subunidades podem atuar de forma independente ou cooperativamente no
desempenho da função bioquímica da proteína.




AMINOÁCIDOS




CARACTERÍSTICAS GERAIS

       - São as unidades fundamentais das proteínas.

      - Todas as proteínas são formadas a partir da ligação em seqüência de apenas 20
aminoácidos.

       - Existem, além destes 20 aminoácidos principais, alguns aminoácidos especiais, que
só aparecem em alguns tipos de proteínas.
Os aminoácidos que intervêm na composição das proteínas (existem outros) são
número de 20 e obedecem à estrutura geral representada na figura abaixo:




ESTRUTURA QUÍMICA GERAL

       - Os 20 aminoácidos possuem características estruturais em comum, tais como:

       A presença de um carbono central, quase sempre assimétrico.

       Ligados a este carbono central, um grupamento carboxila, um grupamento amina e um
átomo de hidrogênio.

        O quarto ligante é um radical chamado genericamente de "R", responsável pela
diferenciação entre os 20 aminoácidos. É a cadeia lateral dos aminoácidos. É o radical "R"
quem define uma série de características dos aminoácidos, tais como polaridade e grau de
ionização em solução aquosa.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Proteinas
ProteinasProteinas
Proteinas
 
As proteínas composição, estrutura e funções
As proteínas composição, estrutura e funções As proteínas composição, estrutura e funções
As proteínas composição, estrutura e funções
 
Biologia - Proteínas
Biologia - ProteínasBiologia - Proteínas
Biologia - Proteínas
 
Proteínas - Biologia
Proteínas - BiologiaProteínas - Biologia
Proteínas - Biologia
 
Proteínas composição e estrutura
Proteínas composição e estruturaProteínas composição e estrutura
Proteínas composição e estrutura
 
Proteínas resumao
Proteínas resumaoProteínas resumao
Proteínas resumao
 
Aula Proteínas
Aula ProteínasAula Proteínas
Aula Proteínas
 
Proteínas
ProteínasProteínas
Proteínas
 
Proteínas ba02
Proteínas   ba02Proteínas   ba02
Proteínas ba02
 
BioquÍMica 4 ProteÍNas
BioquÍMica 4   ProteÍNasBioquÍMica 4   ProteÍNas
BioquÍMica 4 ProteÍNas
 
Proteínas- Bromatologia
Proteínas- BromatologiaProteínas- Bromatologia
Proteínas- Bromatologia
 
Aminoácidos e proteínas
Aminoácidos e proteínasAminoácidos e proteínas
Aminoácidos e proteínas
 
Bioquímica proteínas
Bioquímica proteínasBioquímica proteínas
Bioquímica proteínas
 
Proteínas
ProteínasProteínas
Proteínas
 
Apresentação de Proteínas- Biologia Celular UFRR
Apresentação de Proteínas- Biologia Celular UFRRApresentação de Proteínas- Biologia Celular UFRR
Apresentação de Proteínas- Biologia Celular UFRR
 
Proteínas
ProteínasProteínas
Proteínas
 
3205391 biologia-ppt-proteinas
3205391 biologia-ppt-proteinas3205391 biologia-ppt-proteinas
3205391 biologia-ppt-proteinas
 
Aminoácidos e proteínas
Aminoácidos e proteínasAminoácidos e proteínas
Aminoácidos e proteínas
 
Proteina_aula1.ppt
Proteina_aula1.pptProteina_aula1.ppt
Proteina_aula1.ppt
 
Proteínas e enzinas
Proteínas e enzinasProteínas e enzinas
Proteínas e enzinas
 

Destaque

Bioquímica Celular 2 - Proteínas
Bioquímica Celular 2 - ProteínasBioquímica Celular 2 - Proteínas
Bioquímica Celular 2 - ProteínasBio
 
Moleculas organicas e inorganicas
Moleculas organicas e inorganicasMoleculas organicas e inorganicas
Moleculas organicas e inorganicasAline Tonin
 
Aminoácidos e proteínas
Aminoácidos e proteínasAminoácidos e proteínas
Aminoácidos e proteínasLuis Ribeiro
 
A química dos alimentos
A química dos alimentosA química dos alimentos
A química dos alimentosMatheus Dutra
 
Proteína - Ovalbumina
Proteína - OvalbuminaProteína - Ovalbumina
Proteína - OvalbuminaTBQ-RLORC
 
Quimica de alimentos cesde 2015
Quimica de alimentos cesde 2015Quimica de alimentos cesde 2015
Quimica de alimentos cesde 2015Ana Giraldo
 
Metabolismo de aminoácidos fsp
Metabolismo de aminoácidos fspMetabolismo de aminoácidos fsp
Metabolismo de aminoácidos fspMessias Miranda
 
Aula 4 - Compostos orgânicos - Proteínas
Aula 4 - Compostos orgânicos - ProteínasAula 4 - Compostos orgânicos - Proteínas
Aula 4 - Compostos orgânicos - ProteínasFernando Mori Miyazawa
 
Composição Química Carboidratos e Lipídios
Composição Química Carboidratos e LipídiosComposição Química Carboidratos e Lipídios
Composição Química Carboidratos e LipídiosLaguat
 
Trabalho sobre a Alimentação
Trabalho sobre a AlimentaçãoTrabalho sobre a Alimentação
Trabalho sobre a Alimentaçãoraquelpiress
 
Bioquímica ii 07 peptídeos e proteínas (arlindo netto)
Bioquímica ii 07   peptídeos e proteínas (arlindo netto)Bioquímica ii 07   peptídeos e proteínas (arlindo netto)
Bioquímica ii 07 peptídeos e proteínas (arlindo netto)Jucie Vasconcelos
 

Destaque (16)

Bioquímica Celular 2 - Proteínas
Bioquímica Celular 2 - ProteínasBioquímica Celular 2 - Proteínas
Bioquímica Celular 2 - Proteínas
 
Moleculas organicas e inorganicas
Moleculas organicas e inorganicasMoleculas organicas e inorganicas
Moleculas organicas e inorganicas
 
Aminoácidos e proteínas
Aminoácidos e proteínasAminoácidos e proteínas
Aminoácidos e proteínas
 
A química dos alimentos
A química dos alimentosA química dos alimentos
A química dos alimentos
 
Proteínas final
Proteínas finalProteínas final
Proteínas final
 
enzimologia clínica
enzimologia clínicaenzimologia clínica
enzimologia clínica
 
caseína
caseínacaseína
caseína
 
Proteína - Ovalbumina
Proteína - OvalbuminaProteína - Ovalbumina
Proteína - Ovalbumina
 
Quimica de alimentos cesde 2015
Quimica de alimentos cesde 2015Quimica de alimentos cesde 2015
Quimica de alimentos cesde 2015
 
Metabolismo de aminoácidos fsp
Metabolismo de aminoácidos fspMetabolismo de aminoácidos fsp
Metabolismo de aminoácidos fsp
 
Enzimas
EnzimasEnzimas
Enzimas
 
Aula 4 - Compostos orgânicos - Proteínas
Aula 4 - Compostos orgânicos - ProteínasAula 4 - Compostos orgânicos - Proteínas
Aula 4 - Compostos orgânicos - Proteínas
 
BiomoléC
BiomoléCBiomoléC
BiomoléC
 
Composição Química Carboidratos e Lipídios
Composição Química Carboidratos e LipídiosComposição Química Carboidratos e Lipídios
Composição Química Carboidratos e Lipídios
 
Trabalho sobre a Alimentação
Trabalho sobre a AlimentaçãoTrabalho sobre a Alimentação
Trabalho sobre a Alimentação
 
Bioquímica ii 07 peptídeos e proteínas (arlindo netto)
Bioquímica ii 07   peptídeos e proteínas (arlindo netto)Bioquímica ii 07   peptídeos e proteínas (arlindo netto)
Bioquímica ii 07 peptídeos e proteínas (arlindo netto)
 

Semelhante a Proteínas química orgânica

Semelhante a Proteínas química orgânica (20)

Downloadfile
DownloadfileDownloadfile
Downloadfile
 
Proteínas
ProteínasProteínas
Proteínas
 
2o ano - célula - parte 2 - proteínas
2o ano -  célula - parte 2 - proteínas2o ano -  célula - parte 2 - proteínas
2o ano - célula - parte 2 - proteínas
 
O fantástico mundo das proteínas
O fantástico mundo das proteínasO fantástico mundo das proteínas
O fantástico mundo das proteínas
 
Composição química dos seres vivos.pptx
Composição química dos seres vivos.pptxComposição química dos seres vivos.pptx
Composição química dos seres vivos.pptx
 
Bioquímica aplicada à Nanotoxicologia
Bioquímica aplicada à NanotoxicologiaBioquímica aplicada à Nanotoxicologia
Bioquímica aplicada à Nanotoxicologia
 
PróTidos
PróTidosPróTidos
PróTidos
 
Proteinas
ProteinasProteinas
Proteinas
 
Aminoác. e proteínasfinal
Aminoác. e proteínasfinalAminoác. e proteínasfinal
Aminoác. e proteínasfinal
 
PROTEINA
PROTEINAPROTEINA
PROTEINA
 
Biomolã©culas
Biomolã©culasBiomolã©culas
Biomolã©culas
 
Bioquímica 2
Bioquímica 2Bioquímica 2
Bioquímica 2
 
Proteinas
ProteinasProteinas
Proteinas
 
Bioquímica
BioquímicaBioquímica
Bioquímica
 
Metabolismo de construção I - aulas 13 a 15
Metabolismo de construção I - aulas 13 a 15Metabolismo de construção I - aulas 13 a 15
Metabolismo de construção I - aulas 13 a 15
 
Aminoácidos e proteínas
Aminoácidos e proteínas Aminoácidos e proteínas
Aminoácidos e proteínas
 
Bioquimica
BioquimicaBioquimica
Bioquimica
 
Química de aminoácidos e proteínas.ppt
Química de aminoácidos e proteínas.pptQuímica de aminoácidos e proteínas.ppt
Química de aminoácidos e proteínas.ppt
 
Química de aminoácidos e proteínas.ppt
Química de aminoácidos e proteínas.pptQuímica de aminoácidos e proteínas.ppt
Química de aminoácidos e proteínas.ppt
 
Costutuição molecular e sintese protéica
Costutuição molecular e sintese protéicaCostutuição molecular e sintese protéica
Costutuição molecular e sintese protéica
 

Proteínas química orgânica

  • 1. PROTEÍNAS CONCEITO GERAL As proteínas são as moléculas orgânicas mais abundantes e importantes nas células e perfazem 50% ou mais de seu peso seco. São encontradas em todas as partes de todas as células, uma vez que são fundamentais sob todos os aspectos da estrutura e função celulares. Existem muitas espécies diferentes de proteínas, cada uma especializada para uma função biológica diversa. Além disso, a maior parte da informação genética é expressa pelas proteínas. Pertencem à classe dos peptídeos, pois são formadas por aminoácidos ligados entre si por ligações peptídicas. Uma ligação peptídica é a união do grupo amino (-NH 2 ) de um aminoácido com o grupo carboxila (-COOH) de outro aminoácido, através da formação de uma amida. São os constituintes básicos da vida: tanto que seu nome deriva da palavra grega "proteios", que significa "em primeiro lugar". Nos animais, as proteínas correspondem a cerca de 80% do peso dos músculos desidratados, cerca de 70% da pele e 90% do sangue seco. Mesmo nos vegetais as proteínas estão presentes. A importância das proteínas, entretanto, está relacionada com suas funções no organismo, e não com sua quantidade. Todas as enzimas conhecidas, por exemplo, são proteínas; muitas vezes, as enzimas existem em porções muito pequenas. Mesmo assim, estas substâncias catalisam todas as reações metabólicas e capacitam aos organismos a construção de outras moléculas - proteínas, ácidos nucléicos, carboidratos e lipídios - que são necessárias para a vida. COMPOSIÇÃO Todas contêm carbono, hidrogênio, nitrogênio e oxigênio, e quase todas contêm enxofre. Algumas proteínas contêm elementos adicionais, particularmente fósforo, ferro, zinco e cobre. Seu peso molecular é extremamente elevado. Todas as proteínas, independentemente de sua função ou espécie de origem, são construídas a partir de um conjunto básico de vinte aminoácidos, arranjados em várias seqüências específicas.
  • 2. FUNÇÃO Elas exercem funções diversas, como: - Catalisadores; - Elementos estruturais (colágeno) e sistemas contráteis; - Armazenamento(ferritina); - Veículos de transporte (hemoglobina); - Hormônios; - Anti-infecciosas (imunoglobulina); - Enzimáticas (lipases); - Nutricional (caseína); - Agentes protetores. Devido as proteínas exercerem uma grande variedade de funções na célula, estas podem ser divididas em dois grandes grupos: - Dinâmicas - Transporte, defesa, catálise de reações, controle do metabolismo e contração, por exemplo; - Estruturais - Proteínas como o colágeno e elastina, por exemplo, que promovem a sustentação estrutural da célula e dos tecidos. CLASSIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS Quanto a Composição: - Proteínas Simples - Por hidrólise liberam apenas aminoácidos. - Proteínas Conjugadas - Por hidrólise liberam aminoácidos mais um radical não peptídico, denominado grupo prostético. Ex: metaloproteínas, hemeproteínas, lipoproteínas, glicoproteínas, etc.
  • 3. Quanto ao Número de Cadeias Polipeptídicas: - Proteínas Monoméricas - Formadas por apenas uma cadeia polipeptídica. - Proteínas Oligoméricas - Formadas por mais de uma cadeia polipeptídica; São as proteínas de estrutura e função mais complexas. Quanto à Forma: - Proteínas Fibrosas - Na sua maioria, as proteínas fibrosas são insolúveis nos solventes aquosos e possuem pesos moleculares muito elevados. São formadas geralmente por longas moléculas mais ou menos retilíneas e paralelas ao eixo da fibra. A esta categoria pertencem as proteínas de estrutura, como colágeno do tecido conjuntivo, as queratinas dos cabelos, as esclerotinas do tegumento dos artrópodes, a conchiolina das conchas dos moluscos, ou ainda a fribrina do soro sanguíneo ou a miosina dos músculos. Algumas proteínas fibrosas, porém, possuem uma estrutura diferente, como as tubulinas, que são formadas por múltiplas subunidades globulares dispostas helicoidalmente. - Proteínas Globulares - De estrutura espacial mais complexa, são mais ou menos esféricas. São geralmente solúveis nos solventes aquosos e os seus pesos moleculares situam-se entre 10.000 e vários milhões. Nesta categoria situam-se as proteínas ativas como os enzimas, transportadores como a hemoglobina, etc. Esquemas de proteínas globulares e fibrosas FORMAÇÃO Este processo chama-se desnaturação. As proteínas desnaturadas não são funcionais. Um exemplo comum de desnaturação é visto na fritura de um ovo. No ovo cru, a proteína (albumina) é solúvel e a clara é um fluido transparente e viscoso. Quando é aplicado calor ao ovo, a proteína altera sua forma, toma-se insolúvel e adquire uma cor branca. PROTEÍNAS HOMÓLOGAS São proteínas que desempenham a mesma função em tecidos ou em espécies diferentes. Estas proteínas possuem pequenas diferenças estruturais, reconhecíveis imunologicamente.
  • 4. Os segmentos com seqüências diferentes de aminoácidos em proteínas homólogas são chamados "segmentos variáveis", e geralmente não participam diretamente da atividade da proteína. Os segmentos idênticos das proteínas homólogas são chamados "segmentos fixos", e são fundamentais para o funcionamento bioquímico da proteína. ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DAS PROTEÍNAS As proteínas possuem complexas estruturas espaciais, que podem ser organizadas em quatro níveis, crescentes em complexidade: 1 - Estrutura Primária - Dada pela seqüência de aminoácidos e ligações peptídicas da molécula. - É o nível estrutural mais simples e mais importante, pois dele deriva todo o arranjo espacial da molécula. - A estrutura primária da proteína resulta em uma longa cadeia de aminoácidos semelhante a um "colar de contas", com uma extremidade "amino terminal" e uma extremidade "carboxi terminal". - A estrutura primária de uma proteína é destruída por hidrólise química ou enzimática das ligações peptídicas, com liberação de peptídeos menores e aminoácidos livres. - Sua estrutura é somente a seqüência dos aminoácidos, sem se preocupar com a orientação espacial da molécula.
  • 5. Fórmulas estruturais de amino ácidos alanina glutamina ácido amino butírico serina arginina asparagina ácido aspártico fenilalanina cisteína ácido glutâmico glicina leucina histidina lisina homocisteína serina tirosina triptofano
  • 6. 2 - Estrutura Secundária - É dada pelo arranjo espacial de aminoácidos próximos entre si na seqüência primária da proteína. - É o último nível de organização das proteínas fibrosas, mais simples estruturalmente. - Ocorre graças à possibilidade de rotação das ligações entre os carbonos a dos aminoácidos e seus grupamentos amina e carboxila. - O arranjo secundário de um polipeptídeo pode ocorrer de forma regular; isso acontece quando os ângulos das ligações entre carbonos a e seus ligantes são iguais e se repetem ao longo de um segmento da molécula. 3 - Estrutura Terciária - Dada pelo arranjo espacial de aminoácidos distantes entre si na seqüência polipeptídica. - É a forma tridimensional como a proteína se "enrola". - Ocorre nas proteínas globulares, mais complexas estrutural e funcionalmente. - Cadeias polipeptídicas muito longas podem se organizar em domínios, regiões com estruturas terciárias semi-independentes ligadas entre si por segmentos lineares da cadeia polipeptídica. - Os domínios são considerados as unidades funcionais e de estrutura tridimensional de uma proteína.
  • 7. 4 - Estrutura Quaternária - Surge apenas nas proteínas oligoméricas. - Dada pela distribuição espacial de mais de uma cadeia polipeptídica no espaço, as subunidades da molécula. - Estas subunidades se mantém unidas por forças covalentes, como pontes dissulfeto, e ligações não covalentes, como pontes de hidrogênio, interações hidrofóbicas, etc. - As subunidades podem atuar de forma independente ou cooperativamente no desempenho da função bioquímica da proteína. AMINOÁCIDOS CARACTERÍSTICAS GERAIS - São as unidades fundamentais das proteínas. - Todas as proteínas são formadas a partir da ligação em seqüência de apenas 20 aminoácidos. - Existem, além destes 20 aminoácidos principais, alguns aminoácidos especiais, que só aparecem em alguns tipos de proteínas.
  • 8. Os aminoácidos que intervêm na composição das proteínas (existem outros) são número de 20 e obedecem à estrutura geral representada na figura abaixo: ESTRUTURA QUÍMICA GERAL - Os 20 aminoácidos possuem características estruturais em comum, tais como: A presença de um carbono central, quase sempre assimétrico. Ligados a este carbono central, um grupamento carboxila, um grupamento amina e um átomo de hidrogênio. O quarto ligante é um radical chamado genericamente de "R", responsável pela diferenciação entre os 20 aminoácidos. É a cadeia lateral dos aminoácidos. É o radical "R" quem define uma série de características dos aminoácidos, tais como polaridade e grau de ionização em solução aquosa.