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O Livro dos Médiuns
Noções preliminares
Cap. 1 a 4
1 Há Espíritos?
Desde que se admite a existência da alma e sua individualidade após a morte, forçoso
é também se admita: 1º) que a sua natureza difere da do corpo, visto que, separada
deste, deixa de ter as propriedades peculiares ao corpo; 2º) que goza da consciência
de si mesma, pois que é passível de alegria, ou de sofrimento, sem o que seria um ser
inerte, caso em que possuí-la de nada nos valeria.
[...] essas almas que povoam o Espaço são precisamente o a que se chama Espíritos.
Assim, pois, os Espíritos não são senão as almas dos homens, despojadas do invólucro
corpóreo. Mais hipotética lhes seria a existência, se fossem seres à parte. Se, porém,
se admitir que há almas, necessário também será se admita que os Espíritos são
simplesmente as almas e nada mais. Se se admite que as almas estão por toda parte,
ter-se-á que admitir, do mesmo modo, que os Espíritos estão por toda parte.
Muitas pessoas há, entretanto, cuja crença não vai além desse ponto; que admitem a
existência das almas e, conseguintemente, a dos Espíritos, mas que negam a
possibilidade de nos comunicarmos com eles, pela razão, dizem, de que seres
imateriais não podem atuar sobre a matéria. Esta dúvida assenta na ignorância da
verdadeira natureza dos Espíritos, dos quais em geral fazem ideia muito falsa,
supondo-os erradamente seres abstratos, vagos e indefinidos, o que não é real.
A existência da alma e a de Deus, consequência uma da outra, constituindo a base de
todo o edifício, antes de travarmos qualquer discussão espírita, importa indaguemos
se o nosso interlocutor admite essa base.
2 Do maravilhoso e do sobrenatural
Para os que consideram a matéria a única potência da Natureza, tudo o que não pode
ser explicado pelas leis da matéria é maravilhoso, ou sobrenatural, e, para eles,
maravilhoso é sinônimo de superstição.
Assim, o Espiritismo não aceita todos os fatos considerados maravilhosos, ou
sobrenaturais. Longe disso, demonstra a impossibilidade de grande número deles e o
ridículo de certas crenças, que constituem a superstição propriamente dita.
Muitos fatos são tidos por sobrenaturais, porque não se lhes conhece a causa;
atribuindo-lhes uma causa, o Espiritismo os repõe no domínio dos fenômenos
naturais.
Nosso fim é, unicamente, demonstrar que os fenômenos espíritas, por mais
extraordinários que sejam, de maneira alguma derrogam essas leis, que nenhum
caráter têm de miraculosos, do mesmo modo que não são maravilhosos, ou
sobrenaturais.
A explicação dos fatos que o Espiritismo admite, de suas causas e consequências
morais, forma toda uma ciência e toda uma filosofia, que reclamam estudo sério,
perseverante e aprofundado.
3 Do método
Antes, pois, de tentarmos convencer um incrédulo, mesmo por meio dos fatos,
cumpre nos certifiquemos de sua opinião relativamente à alma, isto é, cumpre
verifiquemos se ele crê na existência da alma, na sua sobrevivência ao corpo, na sua
individualidade após a morte (recapitular o contexto de “O que é o Espiritismo”).
Entre os materialistas, importa distinguir duas classes: colocamos na primeira os que o
são por sistema. Nesses, não há a dúvida, há a negação absoluta, raciocinada a seu
modo.
A segunda classe de materialistas, muito mais numerosa do que a primeira, porque o
verdadeiro materialismo é um sentimento antinatural, compreende os que o são por
indiferença, por falta de coisa melhor.
[...] incrédulos de má vontade. A esses muito aborreceria o terem que crer, porque
isso lhes perturbaria a quietude nos gozos materiais.
[...] incrédulos por interesse ou de má-fé. Os que a compõem sabem muito bem o que
devem pensar do Espiritismo, mas ostensivamente o condenam por motivos de
interesse pessoal.
[...] os incrédulos por pusilanimidade, que terão coragem, quando virem que os outros
não se queimam; os incrédulos por escrúpulos religiosos, aos quais um estudo
esclarecido ensinará que o Espiritismo repousa sobre as bases fundamentais da
religião e respeita todas as crenças [...]. Depois, vêm os incrédulos por orgulho, por
espírito de contradição, por negligência, por leviandade, etc., etc.
[...] incrédulos por decepções. Abrange os que passaram de uma confiança exagerada
à incredulidade, porque sofreram desenganos.
Entre os que se convenceram por um estudo direto, podem destacar-se:
1º Os que creem pura e simplesmente nas manifestações. Para eles, o Espiritismo é
apenas uma ciência de observação [...]. Espíritas experimentadores.
2º Os que no Espiritismo veem mais do que fatos; compreendem-lhe a parte filosófica;
admiram a moral daí decorrente, mas não a praticam. [...] Espíritas imperfeitos.
3º Os que não se contentam com admirar a moral espírita, que a praticam e lhe
aceitam todas as consequências. [...] Espíritas cristãos.
4º Há, finalmente, os espíritas exaltados. [...] Em tudo, o exagero é prejudicial. Em
Espiritismo, infunde confiança demasiado cega e frequentemente pueril, no tocante
ao mundo invisível, e leva a aceitar-se, com extrema facilidade e sem verificação,
aquilo cujo absurdo, ou impossibilidade a reflexão e o exame demonstrariam.
Falamos, pois, por experiência e, assim, também, é por experiência que dizemos
consistir o melhor método de ensino espírita em se dirigir, aquele que ensina, antes à
razão do que aos olhos.
Ainda outra vantagem apresenta o estudo prévio da teoria — a de mostrar
imediatamente a grandeza do objetivo e o alcance desta ciência. Temos notado
sempre que os que creem, antes de haver visto, apenas porque leram e
compreenderam, longe de se conservarem superficiais, são, ao contrário, os que mais
refletem.
Assim, pois, a inteligência prévia dos fatos não só as coloca em condições de se
aperceberem de todas as anomalias, mas também de apreenderem um sem-número
de particularidades, de matizes, às vezes muito delicados, que escapam ao observador
ignorante. Tais os motivos que nos forçam a não admitir, em nossas sessões
experimentais, senão quem possua suficientes noções preparatórias, para
compreender o que ali se faz.
4 Dos sistemas
Sistema do charlatanismo.
Sistema da loucura.
Sistema da alucinação.
Sistema do músculo estalante.
Sistema das causas físicas.
Sistema do reflexo.
Sistema da alma coletiva.
Sistema sonambúlico.
Sistema pessimista, diabólico ou demoníaco.
Sistema otimista.
Sistema uniespírita; poliespírita; da alma material.
1º Os fenômenos espíritas são produzidos por inteligências extracorpóreas, às quais também se dá o
nome de Espíritos;
2º Os Espíritos constituem o mundo invisível; estão em toda parte; povoam infinitamente os espaços;
temos muitos, de contínuo, em torno de nós, com os quais nos achamos em contato;
3º Os Espíritos reagem incessantemente sobre o mundo físico e sobre o mundo moral e são uma das
potências da Natureza;
4º Os Espíritos não são seres à parte, dentro da criação, mas as almas dos que hão vivido na Terra, ou em
outros mundos, e que despiram o invólucro corpóreo; donde se segue que as almas dos homens são
Espíritos encarnados e que nós, morrendo, nos tornamos Espíritos;
5º Há Espíritos de todos os graus de bondade e de malícia, de saber e de ignorância;
6º Todos estão submetidos à lei do progresso e podem todos chegar à perfeição; mas, como têm livre-
arbítrio, lá chegam em tempo mais ou menos longo, conforme seus esforços e vontade;
7º São felizes ou infelizes, de acordo com o bem ou o mal que praticaram durante a vida e com o grau de
adiantamento que alcançaram. A felicidade perfeita e sem mescla é partilha unicamente dos Espíritos que
atingiram o grau supremo da perfeição;
8º Todos os Espíritos, em dadas circunstâncias, podem manifestar-se aos homens; indefinido é o número
dos que podem comunicar-se;
9º Os Espíritos se comunicam por médiuns, que lhes servem de instrumentos e intérpretes;
10º Reconhecem-se a superioridade ou a inferioridade dos Espíritos pela linguagem de que usam; os bons
só aconselham o bem e só dizem coisas proveitosas; tudo neles lhes atesta a elevação; os maus enganam
e todas as suas palavras trazem o cunho da imperfeição e da ignorância
Resumo das “Noções preliminares”
1 Há Espíritos? - Só é possível compreender a realidade dos fenômenos mediúnicos se
se aceita a existência da alma e, por conseguinte, dos Espíritos.
2 Do maravilhoso e do sobrenatural - Os fenômenos mediúnicos devem ser encarados
como fatos naturais dotados de explicações causais.
3 Do método - A imersão nos fenômenos mediúnicos deve ser realizada por meio de
um método seguro, caracterizado pelo estudo prévio da teoria e pela reforma moral.
4 Dos sistemas - A prática mediúnica espírita deve ocorrer com base na compreensão
clara dos princípios propriamente espíritas, sem que se os confunda com os princípios
doutrinários de outras ciências, filosofias ou religiões.
Conversações...
Quais as consequências práticas do reconhecimento de que somos Espíritos?
Quais as consequências práticas do reconhecimento de que estamos
constantemente circundados por Espíritos desencarnados?
Em que medida o uso da fé raciocinada contribui para uma vivência mediúnica
segura?
Em que medida o estudo constante da teoria e o exercício diário do
autoconhecimento contribuem para uma vivência mediúnica segura?

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  • 1. O Livro dos Médiuns Noções preliminares Cap. 1 a 4
  • 2. 1 Há Espíritos? Desde que se admite a existência da alma e sua individualidade após a morte, forçoso é também se admita: 1º) que a sua natureza difere da do corpo, visto que, separada deste, deixa de ter as propriedades peculiares ao corpo; 2º) que goza da consciência de si mesma, pois que é passível de alegria, ou de sofrimento, sem o que seria um ser inerte, caso em que possuí-la de nada nos valeria. [...] essas almas que povoam o Espaço são precisamente o a que se chama Espíritos. Assim, pois, os Espíritos não são senão as almas dos homens, despojadas do invólucro corpóreo. Mais hipotética lhes seria a existência, se fossem seres à parte. Se, porém, se admitir que há almas, necessário também será se admita que os Espíritos são simplesmente as almas e nada mais. Se se admite que as almas estão por toda parte, ter-se-á que admitir, do mesmo modo, que os Espíritos estão por toda parte.
  • 3. Muitas pessoas há, entretanto, cuja crença não vai além desse ponto; que admitem a existência das almas e, conseguintemente, a dos Espíritos, mas que negam a possibilidade de nos comunicarmos com eles, pela razão, dizem, de que seres imateriais não podem atuar sobre a matéria. Esta dúvida assenta na ignorância da verdadeira natureza dos Espíritos, dos quais em geral fazem ideia muito falsa, supondo-os erradamente seres abstratos, vagos e indefinidos, o que não é real. A existência da alma e a de Deus, consequência uma da outra, constituindo a base de todo o edifício, antes de travarmos qualquer discussão espírita, importa indaguemos se o nosso interlocutor admite essa base.
  • 4. 2 Do maravilhoso e do sobrenatural Para os que consideram a matéria a única potência da Natureza, tudo o que não pode ser explicado pelas leis da matéria é maravilhoso, ou sobrenatural, e, para eles, maravilhoso é sinônimo de superstição. Assim, o Espiritismo não aceita todos os fatos considerados maravilhosos, ou sobrenaturais. Longe disso, demonstra a impossibilidade de grande número deles e o ridículo de certas crenças, que constituem a superstição propriamente dita. Muitos fatos são tidos por sobrenaturais, porque não se lhes conhece a causa; atribuindo-lhes uma causa, o Espiritismo os repõe no domínio dos fenômenos naturais.
  • 5. Nosso fim é, unicamente, demonstrar que os fenômenos espíritas, por mais extraordinários que sejam, de maneira alguma derrogam essas leis, que nenhum caráter têm de miraculosos, do mesmo modo que não são maravilhosos, ou sobrenaturais. A explicação dos fatos que o Espiritismo admite, de suas causas e consequências morais, forma toda uma ciência e toda uma filosofia, que reclamam estudo sério, perseverante e aprofundado.
  • 6. 3 Do método Antes, pois, de tentarmos convencer um incrédulo, mesmo por meio dos fatos, cumpre nos certifiquemos de sua opinião relativamente à alma, isto é, cumpre verifiquemos se ele crê na existência da alma, na sua sobrevivência ao corpo, na sua individualidade após a morte (recapitular o contexto de “O que é o Espiritismo”). Entre os materialistas, importa distinguir duas classes: colocamos na primeira os que o são por sistema. Nesses, não há a dúvida, há a negação absoluta, raciocinada a seu modo. A segunda classe de materialistas, muito mais numerosa do que a primeira, porque o verdadeiro materialismo é um sentimento antinatural, compreende os que o são por indiferença, por falta de coisa melhor.
  • 7. [...] incrédulos de má vontade. A esses muito aborreceria o terem que crer, porque isso lhes perturbaria a quietude nos gozos materiais. [...] incrédulos por interesse ou de má-fé. Os que a compõem sabem muito bem o que devem pensar do Espiritismo, mas ostensivamente o condenam por motivos de interesse pessoal. [...] os incrédulos por pusilanimidade, que terão coragem, quando virem que os outros não se queimam; os incrédulos por escrúpulos religiosos, aos quais um estudo esclarecido ensinará que o Espiritismo repousa sobre as bases fundamentais da religião e respeita todas as crenças [...]. Depois, vêm os incrédulos por orgulho, por espírito de contradição, por negligência, por leviandade, etc., etc. [...] incrédulos por decepções. Abrange os que passaram de uma confiança exagerada à incredulidade, porque sofreram desenganos.
  • 8. Entre os que se convenceram por um estudo direto, podem destacar-se: 1º Os que creem pura e simplesmente nas manifestações. Para eles, o Espiritismo é apenas uma ciência de observação [...]. Espíritas experimentadores. 2º Os que no Espiritismo veem mais do que fatos; compreendem-lhe a parte filosófica; admiram a moral daí decorrente, mas não a praticam. [...] Espíritas imperfeitos. 3º Os que não se contentam com admirar a moral espírita, que a praticam e lhe aceitam todas as consequências. [...] Espíritas cristãos. 4º Há, finalmente, os espíritas exaltados. [...] Em tudo, o exagero é prejudicial. Em Espiritismo, infunde confiança demasiado cega e frequentemente pueril, no tocante ao mundo invisível, e leva a aceitar-se, com extrema facilidade e sem verificação, aquilo cujo absurdo, ou impossibilidade a reflexão e o exame demonstrariam.
  • 9. Falamos, pois, por experiência e, assim, também, é por experiência que dizemos consistir o melhor método de ensino espírita em se dirigir, aquele que ensina, antes à razão do que aos olhos. Ainda outra vantagem apresenta o estudo prévio da teoria — a de mostrar imediatamente a grandeza do objetivo e o alcance desta ciência. Temos notado sempre que os que creem, antes de haver visto, apenas porque leram e compreenderam, longe de se conservarem superficiais, são, ao contrário, os que mais refletem. Assim, pois, a inteligência prévia dos fatos não só as coloca em condições de se aperceberem de todas as anomalias, mas também de apreenderem um sem-número de particularidades, de matizes, às vezes muito delicados, que escapam ao observador ignorante. Tais os motivos que nos forçam a não admitir, em nossas sessões experimentais, senão quem possua suficientes noções preparatórias, para compreender o que ali se faz.
  • 10. 4 Dos sistemas Sistema do charlatanismo. Sistema da loucura. Sistema da alucinação. Sistema do músculo estalante. Sistema das causas físicas. Sistema do reflexo. Sistema da alma coletiva. Sistema sonambúlico. Sistema pessimista, diabólico ou demoníaco. Sistema otimista. Sistema uniespírita; poliespírita; da alma material.
  • 11. 1º Os fenômenos espíritas são produzidos por inteligências extracorpóreas, às quais também se dá o nome de Espíritos; 2º Os Espíritos constituem o mundo invisível; estão em toda parte; povoam infinitamente os espaços; temos muitos, de contínuo, em torno de nós, com os quais nos achamos em contato; 3º Os Espíritos reagem incessantemente sobre o mundo físico e sobre o mundo moral e são uma das potências da Natureza; 4º Os Espíritos não são seres à parte, dentro da criação, mas as almas dos que hão vivido na Terra, ou em outros mundos, e que despiram o invólucro corpóreo; donde se segue que as almas dos homens são Espíritos encarnados e que nós, morrendo, nos tornamos Espíritos; 5º Há Espíritos de todos os graus de bondade e de malícia, de saber e de ignorância; 6º Todos estão submetidos à lei do progresso e podem todos chegar à perfeição; mas, como têm livre- arbítrio, lá chegam em tempo mais ou menos longo, conforme seus esforços e vontade; 7º São felizes ou infelizes, de acordo com o bem ou o mal que praticaram durante a vida e com o grau de adiantamento que alcançaram. A felicidade perfeita e sem mescla é partilha unicamente dos Espíritos que atingiram o grau supremo da perfeição; 8º Todos os Espíritos, em dadas circunstâncias, podem manifestar-se aos homens; indefinido é o número dos que podem comunicar-se; 9º Os Espíritos se comunicam por médiuns, que lhes servem de instrumentos e intérpretes; 10º Reconhecem-se a superioridade ou a inferioridade dos Espíritos pela linguagem de que usam; os bons só aconselham o bem e só dizem coisas proveitosas; tudo neles lhes atesta a elevação; os maus enganam e todas as suas palavras trazem o cunho da imperfeição e da ignorância
  • 12. Resumo das “Noções preliminares” 1 Há Espíritos? - Só é possível compreender a realidade dos fenômenos mediúnicos se se aceita a existência da alma e, por conseguinte, dos Espíritos. 2 Do maravilhoso e do sobrenatural - Os fenômenos mediúnicos devem ser encarados como fatos naturais dotados de explicações causais. 3 Do método - A imersão nos fenômenos mediúnicos deve ser realizada por meio de um método seguro, caracterizado pelo estudo prévio da teoria e pela reforma moral. 4 Dos sistemas - A prática mediúnica espírita deve ocorrer com base na compreensão clara dos princípios propriamente espíritas, sem que se os confunda com os princípios doutrinários de outras ciências, filosofias ou religiões.
  • 13. Conversações... Quais as consequências práticas do reconhecimento de que somos Espíritos? Quais as consequências práticas do reconhecimento de que estamos constantemente circundados por Espíritos desencarnados? Em que medida o uso da fé raciocinada contribui para uma vivência mediúnica segura? Em que medida o estudo constante da teoria e o exercício diário do autoconhecimento contribuem para uma vivência mediúnica segura?

Notas do Editor

  1. Antes de tudo é importante lembrar o objetivo desse grupo de estudo é nos possibilitar tomar contato e começar a conhecer as Obras Básicas de Allan Kardec, compreendendo os ensinos Espíritas e, sobretudo, seus desdobramentos práticos em nossa vida, principalmente no que diz respeito à nossa transformação moral. No fim de 2021 concluímos o LE e agora estamos na segunda obra que é o LM. Por isso destacamos que o intuito deste grupo não é o mesmo do antigo COEM, oferecido por muitas Casas Espíritas em JF, o qual hoje se chama Curso de Teoria e Prática da Mediunidade. Nesse curso a intenção é possibilitar experiências de educação mediúnica, sobretudo depois que o participante já realizou de forma completa o ESDE. Aqui nosso objetivo é conhecer Kardec para tentar vivenciar Kardec. Assim, ainda que o livro em questão trate mais diretamente de questões ligadas à mediunidade, vamos sempre nos esforçar para não perder de vista em que medida essa obra nos provoca reflexões sobre nosso comportamento moral e nos possibilita exercitar o auto-conhecimento. Através da leitura que fizemos dos 4 primeiros capítulos desta obra desde janeiro deste ano, notamos que há um nítido esforço de Kardec para deixar claro os princípios de divulgação do Espiritismo; mas sobretudo um esforço de deixar aos Espíritas um conjunto de compreensões essenciais, isto é, as bases que o Espírita deve se esforçar para ter sempre em mente. Assim, na medida em que vamos estudando os capítulos, buscamos pensar não como isso se aplica ao outro, mas ao “eu”. Por isso, na medida em que formos tentando avançar, vamos nos perguntando: Em que medida já tenho uma compreensão não só teórica, mas principalmente vivencial dessas noções fundamentais?
  2. Qual noção fundamental está contida neste capítulo? Só é possível compreender a realidade dos fenômenos mediúnicos se se aceita a existência da alma e, por conseguinte, dos Espíritos. Aqui Kardec retoma uma diferenciação conceitual feita em LE: a alma é o espírito encarnado; o espírito designa o ser extracorpóreo.
  3. Como Kardec salienta em LE, o Espírito possui um envoltório semi-material chamado de perispírito. Sua ação na matéria ocorre por meio desse envoltório.
  4. Um incrédulo que era crítico do Espiritismo estava escrevendo um trabalho para supostamente desmistificar a Doutrina. Ele foi até a Sociedade Espírita na qual Kardec se reunião para realizar os estudos e trabalhos e solicitou para participar da reunião mediúnica. Kardec não permite exatamente pela razão exposta acima: o indivíduo já trazia uma opinião pré-concebida de que os fenômenos eram falsos, pois não acreditava na existência da alma e dos espíritos. O interessante de notarmos aqui, é que muito embora Kardec esteja se referindo aos incrédulos, aos materialistas, vamos ver mais adiante que o ensino se aplica a todos, ou seja, antes de proporcionar a imersão do indivíduo nos fenômenos mediúnicos é aconselhado um método cauteloso de preparação. Do ponto de vista pedagógico, a recomendação de Kardec é que antes de mais nada se procure perceber quais são as crenças do indivíduo. Mas há um dado interessante: ele não se refere apenas às crenças intelectuais dos indivíduos, mas também faz apontamento em relação às inclinações morais. Vejamos: No caso do materialismo ele mostra que há diversas subdivisões:
  5. Vejamos também que Kardec faz apontamentos em relação a indivíduos que não são materialistas, aqueles que ele chama de crentes. São aqueles que se convenceram da realidade dos fenômenos espirituais por meio do estudo, mas que usufruem de formas diferentes das vivências mediúnicas.
  6. O próprio capítulo traz suas conclusões inevitáveis: antes da imersão nos fenômenos mediúnicos é necessário um preparo por meio do estudo da teoria espírita e da reforma moral, essa somente possível através do “conhece-te a ti mesmo”.
  7. O espiritismo tem pontos em comum com outras doutrinas científicas, filosóficas ou religiosas; mas a Doutrina Espírita é, em si, um corpo de ensinamentos científicos, filosóficos e religiosos com caráter próprio. Dois exemplos: Reencarnação – a teoria da reencarnação, antes de ser apresentada pelo espiritismo, já estava presente em outras culturas. Mas o sentido dado a ela, em muitos casos, diverge do sentido que o espiritismo lhe dá. Um exemplo é a metempsicose, ou seja, a ideia de que um ser humano pode reencarnar em corpo de outra espécie animal. Mediunidade – as religiões cristãs e mesmo as de matriz africana tem uma vivência de intercâmbio espiritual riquíssima; todavia baseiam-se em seus próprios princípios, os quais são diferentes dos postulados espíritas; digamos, a título de exemplo, que para católicos e protestantes quem se comunica conosco durante a missa e o culto seria o Espírito Santo, enquanto os praticantes de religiões de matriz africana creem na manifestação dos orixás, que são entidades com forte ligação com as forças da natureza. Já para o Espiritismo, como já vimos no capítulo 1, o que se presencia é a manifestação de um Espírito que foi criado simples e ignorante e que chegou a determinado patamar de progresso intelectual e moral por meio de seus próprios esforços. Veja que não estamos falando em diferenças de valor, em melhor ou pior, certo ou errado; mas sim em diferenças doutrinárias. O que deve ficar claro aqui é que nas casas espíritas se compreende e pratica a mediunidade de acordo, sobretudo, com os princípios ensinados nas Obras Básicas da Codificação Kardequiana. Nesse capítulo, o que Kardec faz é inventariar, catalogar, uma série de interpretações científicas, filosóficas e religiosas que estavam sendo formuladas em seu tempo acerca dos fenômenos mediúnicos, mostrando o que havia nessas interpretações que era condizente com a Doutrina e o que divergia dos princípios espíritas. Ele apresenta teorias que negavam a realidade dos fenômenos e outras que os aceitavam mas lhes davam explicações materiais ou teológicas insatisfatórias. Tais teorias são as seguintes:
  8. Após mostrar todos esses sistemas, analisando quais dos seus aspectos eram consistentes e quais não eram, Kardec apresenta quais são os princípios espíritas que explicam os fenômenos mediúnicos:
  9. Quando Kardec agrupa esses 4 primeiros capítulos do livro e dá a eles o título em comum de “Noções preliminares”, o que ele está querendo dizer? O que ele quer que percebamos? Noção = conhecimento Preliminar = que antecede o assunto principal e que lhe dá as bases de compreensão Então “noções preliminares” são os conhecimentos essenciais sem os quais não vamos conseguir entender o restante da obra. Assim, para resumir, quais são os conhecimentos essenciais retirados de cada capítulo: