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Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional
Incursão em Pista (runway incursion)
Por Lucas Carramenha 1
PALESTRA SEGURANÇA DE VOO
MODULO DE PREVENÇÃO
“INCURSAO EM PISTA”
Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional
Incursão em Pista (runway incursion)
Por Lucas Carramenha 2
RESUMO
As incursões em pista sempre foram identificadas
como uma das mais sérias ameaças à segurança
operacional na aviação civil.
Com o aumento do tráfego aéreo, o número de
incursões tem crescido significativamente em todo
o mundo. Análises de acidentes e incidentes
mostram que os fatores que concorrem para esse
tipo de ocorrência encontram-se agrupados, de
forma geral, em três segmentos principais: a cabine
de comando, o controle de tráfego aéreo e o
ambiente aeroportuário.
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Incursão em Pista (runway incursion)
Por Lucas Carramenha 3
OBJETIVO
Compilar informações técnicas e científicas com
vistas a proporcionar melhor entendimento das
peculiaridades que envolvem as incursões em
pista.
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Incursão em Pista (runway incursion)
Por Lucas Carramenha 4
INTRODUÇÃO
O pior pesadelo para qualquer piloto é a
possibilidade de uma colisão com outra
aeronave. A história mostra que ela pode ser tão
catastrófica na terra quanto no ar.
Uma incursão em pista ocorrida em 27 de março de 1977, no Aeroporto de Los Rodeos, Tenerife,
resultou no maior acidente aéreo da história da aviação mundial. A colisão entre duas aeronaves
Boeing 747 - o KLM 4805 e o PanAm 1736 causou a morte de 583 passageiros e tripulantes.
Cerca de 70 investigadores da Espanha, da Holanda, dos Estados Unidos e das duas companhias
aéreas participaram da investigação desse acidente aeronáutico. O Relatório Final concluiu que
várias falhas latentes e ativas contribuíram para a consumação daquele que ficou conhecido
como o Acidente do Século. Entretanto, o fator determinante para a colisão entre as duas
aeronaves foi o início da decolagem do KLM, sem a autorização da Torre de Controle, enquanto o
Pan Am ainda se encontrava taxiando pela pista.
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TENERIFE -1977
Por Lucas Carramenha 5
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CONCEITO
As incursões em pista, conhecidas no cenário
internacional como runway incursions, passaram
a ser definida internacionalmente, após 2007,
como: “qualquer ocorrência em um aeródromo
envolvendo a presença incorreta de uma
aeronave, de um veículo ou de uma pessoa na
zona protegida de uma superfície reservada aos
pousos e decolagens de aeronaves” (ICAO)
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CLASSIFICAÇÕES
No cenário internacional, os casos de incursão
em pista têm sido classificados, de forma geral,
com base em três parâmetros principais:
Severidade
Frequência
Tipo da ocorrência.
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CLASSIFICAÇÕES
Severidade:
Para efeito de harmonização com as práticas recomendadas pela ICAO, bem como
priorização das ações mitigadoras, as ocorrências de incursão de pista serão
classificadas, somente nas localidades onde há Órgão ATC, ICA 63-21 (doc 9870 ICAO):
A – A incursão só não gerou uma colisão com uma aeronave devido à
realização de uma manobra evasiva por pelo menos um dos
envolvidos. ;
B – Não ocorreria a colisão, mesmo que não fossem realizadas manobras
evasivas, porém, a separação em relação a uma aeronave foi reduzida a um
nível crítico;
C – A incursão ocorreu, porém, havia significativo tempo e distância para
que manobras evasivas fossem realizadas por pelo menos um dos
envolvidos, sem que separação tenha chegado a um nível crítico;
D – A incursão ocorreu devido à presença incorreta de aeronave, pessoa ou
veículo, porém, sem haver movimento conflitante com uma outra aeronave;
E - Inexistem dados confiáveis ou os dados existentes são conflitantes,
inviabilizando uma avaliação da severidade.
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CLASSIFICAÇÕES
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CLASSIFICAÇÕES
FREQUÊNCIA:
Nesse tipo de classificação, o registra-se o número de incursões
ocorridas em cada aeroporto controlado, estabelecendo a razão entre
a quantidade total de incursões em pista e o somatório das operações
de pouso e decolagem.
Esses parâmetros trazem relevantes informações, sendo possível
verificar, se o número de incursões em pista vem crescendo numa
razão maior que o aumento da atividade aérea.
Ademais, permitem que sejam identificados os aeródromos mais
críticos, além de fornecer uma base de comparação da eficácia de
medidas preventivas adotadas por aeroporto.
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CLASSIFICAÇÕES
TIPO:
De acordo com o Runway Safety Report (FAA,
2008), as incursões em pista podem ser divididas
em três tipos de erros, quais sejam: erros dos
pilotos, erros operacionais e erros de pedestres ou
veículos.
Essa classificação refere-se basicamente ao tipo de
erro cometido pelo último elemento da cadeia de
eventos que levou à incursão e inclui pilotos,
controladores, pedestres e condutores de veículos.
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CLASSIFICAÇÕES
ERROS DO PILOTO
O erro do piloto acontece quando o mesmo descumpre alguma regra
de tráfego aéreo que venha a resultar em uma incursão em pista.
Ocorre quando, por exemplo, no táxi para a decolagem, a aeronave
cruza a pista em uso sem autorização da torre de controle, ou quando
a mesma ingressa na pista em uso sem autorização.
ERROS
OPERACIONAIS
Erro operacional é a ação de um controlador de voo que resulta em
separação menor que a requerida entre duas ou mais aeronaves, ou
entre aeronaves e veículos ou pessoas nas pistas de pouso e
decolagem.
ERROS DE
PEDESTRES OU
VEÍCULOS
Erros de pedestres ou veículos são os relacionados a interferências
desses elementos nas operações aéreas pela entrada, sem
autorização, nas áreas de pouso ou decolagem.
Nesse grupo encontram-se as incursões resultantes do taxiamento e
tratoramento de aeronaves para serviços de manutenção ou
reposicionamento no pátio de manobras.
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FATORES CONTRIBUINTES
Vários são os fatores que podem contribuir para uma incursão em
pista, entretanto, no transcorrer das investigações dos diversos casos
ocorridos em todo o mundo foi observada a reincidência de alguns
desses fatores, os quais podem ser agrupados em três campos
distintos que interagem mutuamente:
 a cabine de comando;
 a infraestrutura aeroportuária; e
 o controle de tráfego aéreo
Para melhor compreensão, cada grupo será apresentado
individualmente.
Todavia, é importante salientar que a maioria das incursões em pista
são fruto da combinação de diversos fatores existentes em cada um
desses segmentos.
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FATORES CONTRIBUINTES
CABINE DE COMANDO
O ambiente da cabine de comando possui múltiplos elementos que
podem contribuir para a ocorrência de uma incursão em pista, sendo
todos os aspectos ligados essencialmente ao fator humano.
De acordo com o FAA, dentro desse universo, o tipo de erro mais
comum é resultante de um cotejamento correto seguido de uma
manobra não autorizada. Em 2007, essa situação se repetiu em 44%
dos erros cometidos por pilotos nas incursões ocorridas em aeroportos
americanos.
Um dos fatores contribuintes para a recorrência desses erros é
o desvio da atenção causado por conversas de ordem não
operacional. Por isso, a adoção do conceito de cabine estéril
durante as operações de táxi constitui importante medida
preventiva.
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FATORES CONTRIBUINTES
CABINE DE COMANDO
• Erro de cotejamento de uma autorização
• Aeronave na frequência VHF errada
• Abreviação de autorizações
• Fraseologia despadronizada
• Uso de expressões como “okay”, “positivo”, “ciente”
• Aceitação de autorização de outra aeronave
• Abreviação de códigos de chamada
• Velocidade de cotejamento muito rápida
• Pouca familiaridade com o layout do aeródromo
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FATORES CONTRIBUINTES
INFRAESTRUTURA AERONÁUTICA
A dificuldade da administração aeroportuária
em manter sua cerca patrimonial é outro fator
que tem gerado elevado número de ocorrências
devido à entrada de pessoas na área
operacional.
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FATORES CONTRIBUINTES
INFRAESTRUTURA AERONÁUTICA
• Sinalização inadequada, insuficiente, ou inexistente
• ATC não alertado quanto a trabalhos/reformas nas áreas
operacionais e de movimentação
• Motoristas não acostumados com procedimentos do
aeródromo
• Excessivos pontos de entrada na pista
• Muitos motoristas circulando nas área operacional
• Uso da frequência de solo para ingressar na pista
• Motorista não familiarizado com o layout do aeroporto
• Problemas com a cerca patrimonial
• Marcações de pistas ambíguas ou confusas.
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FATORES CONTRIBUINTES
CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO
Dentro do controle de tráfego aéreo, pesquisas revelam que o fator
contribuinte mais recorrente, responsável por 27% dos erros
operacionais, refere-se a algum tipo de esquecimento do controlador
de voo.
Autoridades de aviação civil em todo o mundo recomendam que não
devem ser emitidas autorizações em que a aeronave tenha de
permanecer por mais de 90 segundos sobre a cabeceira. Dados
europeus e americanos comprovam ser tal período de tempo
demasiado longo para essa posição, permitindo que distrações e
esquecimentos por parte do controlador venham a gerar uma incursão
em pista.
Nos EUA, segundo o FAA (2008), erros de cotejamento respondem por
9% dos erros operacionais que resultaram em incursões.
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FATORES CONTRIBUINTES
CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO
Ainda com relação à fraseologia, verifica-se que problemas relativos à
proficiência no uso da língua inglesa têm acarretado casos de incursão
devido a entendimentos errôneos nas comunicações entre pilotos e
controladores.
Outro aspecto potencialmente perigoso para o surgimento de
situações de risco é a similaridade dos códigos de chamada das
aeronaves. Estudo baseado em incidentes ocasionados por incursões
em pista verificou haver semelhança entre os códigos de chamada em
todas as situações na qual um piloto aceitou a autorização de outra
aeronave.
Além disso, a prática de abreviar códigos de chamada tem sido
identificada como elemento crítico para o decréscimo da segurança
operacional no ambiente aeroportuário.
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FATORES CONTRIBUINTES
CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO
• Não confirmação de cotejamento
• Autorizações condicionais
• Velocidade da autorização muito rápida
• Bloqueio da comunicação
• Manutenção da aeronave na posição 3 por mais de 90
segundos
• Fraseologia despadronizada
• Autorizações longas e complexas
• Similaridade dos códigos de chamada de aeronaves
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FATORES CONTRIBUINTES
CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO
É importante ressaltar também que o potencial
para a ocorrência de incursões está intimamente
relacionado ao volume de tráfego aéreo. De
acordo com o Transport Canada (2000), um
incremento de 20% no volume de tráfego vai
representar um aumento de 140% nos riscos de
colisões por runway incursions.
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MEDIDAS PREVENTIVAS
A partir da análise dos fatores que têm
contribuído para as incursões em pista, estudos
têm sido realizados com o objetivo de
aperfeiçoar os procedimentos de cabine e de
controle de tráfego aéreo, melhorar as
marcações e sinalizações de pista e desenvolver
tecnologias para alertar e elevar o nível de
consciência situacional de pilotos, motoristas e
controladores de voo
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MEDIDAS PREVENTIVAS
MEDIDAS SIMPLES:
LIGAR AS LANDINGS LIGHTS APÓS RECEBER AUTORIZACÃO
PARA DECOLAGEM;
LIGAR TODAS AS LUZES EXTERNAS, INCLUSIVE A LANDING
LIGHT, PARA CRUZAMENTO DA PISTA EM USO;
USO DA Enhanced Taxiway Centerline EM AEROPORTOS COM
MAIS DE 1,5MILHOES DE EMBARQUE;
PADRONIZAÇÃO DA FRASEOLOGIA
ELEVAÇÃO DO NÍVEL DE PROFICIÊNCIA NA LÍNGUA INGLESA
MELHORAR OS PROCEDIMENTOS DOS ORGÃOS DE CONTROLE
APERFEIÇOAR O GERENCIAMENTO DE CABINE
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MEDIDAS PREVENTIVAS
MEDIDAS TECNOLÓGICAS:
Runway Status Lights (RWSL)
Aiport Surface Detection Equipment (ASDE)
Airport Movement Area Safety System (AMASS)
Enhanced Flight Vision System (EFVS)
Final Approach RunwayOccupancy Signal (FAROS)
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MEDIDAS PREVENTIVAS
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MEDIDAS PREVENTIVAS
O Runway Status Lights (RWSL) consiste em
conjunto de luzes vermelhas instaladas na pista
principal e suas interseções, controladas
automaticamente por intermédio dos dados de
um radar de superfície. Esse sistema visa
proporcionar alerta situacional das condições da
pista, informando a pilotos e motoristas quando
uma pista está segura ou não para decolagem,
cruzamento ou ingresso.
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MEDIDAS PREVENTIVAS
O Aiport Surface Detection Equipment - ASDE é uma ferramenta que
permite ao controlador de voo detectar potenciais conflitos de solo,
proporcionando cobertura detalhada do movimento em pistas de
pouso e decolagem, pistas de táxi e áreas de estacionamento. Os
dados utilizados pelo ASDE são obtidos por meio de radares de
aproximação, do transponder das aeronaves e de um radar de
movimento de superfície, que pode ser instalado na torre de controle
ou em torres remotas.
Ao interpolar todas essas informações, o ASDE é capaz de determinar
a posição e a identificação de aeronaves e veículos na superfície do
aeroporto, assim como aeronaves voando dentro de uma distância de
até 5 milhas. Os controladores podem ver as informações obtidas em
um display colorido onde as posições das aeronaves e dos veículos
ficam sobrepostas ao mapa de superfície do aeródromo.
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MEDIDAS PREVENTIVAS
O Airport Movement Area Safety System (AMASS) é um
sistema que fornece ao controle de tráfego alertas
sonoros e visuais dos perigos de uma iminente incursão
em pista por meio do processamento dos dados de
vigilância do ASDE, do radar de vigilância de aeródromo e
de um sistema automatizado de terminal.
O sistema de alerta trabalha com dados de posição,
velocidade e aceleração das aeronaves em procedimento
de pouso e decolagem, e com os dados de aeronaves e
veículos no solo, emitindo sinal quando o deslocamento
dos alvos indica que haverá comprometimento da
segurança operacional.
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MEDIDAS PREVENTIVAS
O Enhanced Flight Vision System EFVS é um equipamento que
possibilita aos pilotos melhor visualização da pista em condições de
escuridão e baixa visibilidade. Baseado em imagens de sensores
infravermelhos transmitidas a head-up ou head-down displays, foi
inicialmente criado como auxílio para o pouso; entretanto, com o seu
desenvolvimento percebeu-se sua importância para a segurança de
voo como ferramenta de alerta situacional, no solo e no ar.
Alguns equipamentos mais modernos provêm nível de visibilidade tão
profícuo que habilita o piloto a identificar objetos mesmo com
nevoeiro ou chuva. O EFVS foi idealizado para mitigar problemas
relacionados às três principais preocupações da aviação mundial, quais
sejam: incursão em pista, CFIT (Control Flight Into Terrain) e ALA
(Approach and Landing Accidents).
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Incursão em Pista (runway incursion)
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MEDIDAS PREVENTIVAS
O Final Approach Runway Occupancy Signal
(FAROS) foi concebido como parte do esforço do
FAA em atender recomendação de segurança
emitida pelo NTSB para o desenvolvimento de um
sistema que emitisse alerta direto às tripulações
quanto à possibilidade de colisão causada por
runway incursion.
O FAROS utiliza o (PAPI) para avisar aos pilotos, por
emissão de flashes, que há algum tipo de
interferência na pista autorizada para pouso.
31
EVENTOS REGISTRADOS
BARCELONA - 2014
32
EVENTOS REGISTRADOS
Aeroporto desconhecido
Aeroporto de Jundiaí - 2016
Aeronaves envolvidas:
- C152 (aluno solo)
- - King Air – C90
33
EVENTOS REGISTRADOS
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ESTATÍSTICAS NO BRASIL
No Brasil, o CENIPA registrou 1865 incursões em
pista, no período de 2007 a 2012.
12 16 22 34
75
50
148
278
206
190 187
215
44
61 71 57
103 96
0
50
100
150
200
250
300
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Aeronaves
Pessoas
Veículos
REGISTROS DAS OCORRÊNCIAS
Sistema de Gerenciamento de Segurança
Operacional
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35
O DECEA definiu através da ICA 63-21 o Programa de
Prevenção de Ocorrências de Incursão de Pista no Serviço de
Trafego Aéreo – ATS. Abaixo temos exemplos de planilhas para
registro dos dados de ocorrências de incursão em pista.
REGISTROS DAS OCORRÊNCIAS
PLANILHA DE DADOS DE INCURSAO EM PISTA
Organização Regional: Aeroclube de Jundiaí Período de referência: 2° semestre de 2016
Aeródromo Data/hora Descrição Classificação Medidas Preventivas
adotadas
Consequências/outros
comentários
SBJD 03/07 – 12:00 Aeronave ADO regressava de um voo de
instrução, quando estava na aproximação final
para pouso, a torre autorizou o ingresso de
outra aeronave da EJ e orientou que o ADO
continuasse aproximação, aguardando pista
livre, neste momento o ADO já estava na curta
final então a torre solicita que seja feito uma
curva de 360° em baixa altura para manter
separação.
C
O aluno não havia
compreendido a orientação
dada pela torre (360°), uma vez
que já estava a baixa altura.
Então o instrutor do ADO teve
que assumir os comandos e
realizar a manobra.
SBJD 03/07 – 10:10 Aeronave OGE regressava de voo de instrução,
quando próximo a ingressar na final normal a
twr autorizou o ingresso de uma aeronave a
reação na pista em uso, ao ser questionado
pela anv OGE, a torre solicitou que o jato
mantivesse posição, a mesma ignorou a
orientacao e alinhou na pista em uso. A torre
então AUTORIZOU O POUSO DO OGE sem
notar que o jato estava alinhado na pista.
A
Foi realizada arremetida no ar
pelo OGE, uma vez que a
aeronave a reação encontrava-se
alinhada para decolagem,.
Sistema de Gerenciamento de Segurança
Operacional
Incursão em Pista (runway incursion)
36
Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional
Incursão em Pista (runway incursion)
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CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Sistemas e ferramentas de prevenção têm sido implementados para auxiliar
no gerenciamento do risco à incursão em pista, tais como o Aerodrome
Runway Incursion Assessment – ARIA (sistema que permite medir as
vulnerabilidades à incursão em pista dos aeroportos) e o Runway Incursion
Severity Classification - RISC Calculator (fornece aos operadores a
possibilidade de classificar corretamente a severidade das incursões em
pista).
Campanhas de divulgação e conscientização, melhorias na infraestrutura e na
tecnologia, o incentivo ao preenchimento dos Relatórios de Prevenção
(RELPREV) e Relatórios ao Cenipa de Segurança de Voo (RCSV) auxiliam na
mitigação do problema.
Entretanto, nenhuma dessas barreiras de proteção obterá os efeitos
desejados se não houver a participação mútua e consciente de todos os
envolvidos no sistema, sejam pilotos, controladores e/ou motoristas de
veículos, engajados a colaborar para prevenção à incursão em pista.
38
INCURSÃO EM PISTA
ESTEJA ATENTO SEMPRE!
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Incursão em Pista - Runway Incursion

  • 1. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 1 PALESTRA SEGURANÇA DE VOO MODULO DE PREVENÇÃO “INCURSAO EM PISTA”
  • 2. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 2 RESUMO As incursões em pista sempre foram identificadas como uma das mais sérias ameaças à segurança operacional na aviação civil. Com o aumento do tráfego aéreo, o número de incursões tem crescido significativamente em todo o mundo. Análises de acidentes e incidentes mostram que os fatores que concorrem para esse tipo de ocorrência encontram-se agrupados, de forma geral, em três segmentos principais: a cabine de comando, o controle de tráfego aéreo e o ambiente aeroportuário.
  • 3. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 3 OBJETIVO Compilar informações técnicas e científicas com vistas a proporcionar melhor entendimento das peculiaridades que envolvem as incursões em pista.
  • 4. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 4 INTRODUÇÃO O pior pesadelo para qualquer piloto é a possibilidade de uma colisão com outra aeronave. A história mostra que ela pode ser tão catastrófica na terra quanto no ar. Uma incursão em pista ocorrida em 27 de março de 1977, no Aeroporto de Los Rodeos, Tenerife, resultou no maior acidente aéreo da história da aviação mundial. A colisão entre duas aeronaves Boeing 747 - o KLM 4805 e o PanAm 1736 causou a morte de 583 passageiros e tripulantes. Cerca de 70 investigadores da Espanha, da Holanda, dos Estados Unidos e das duas companhias aéreas participaram da investigação desse acidente aeronáutico. O Relatório Final concluiu que várias falhas latentes e ativas contribuíram para a consumação daquele que ficou conhecido como o Acidente do Século. Entretanto, o fator determinante para a colisão entre as duas aeronaves foi o início da decolagem do KLM, sem a autorização da Torre de Controle, enquanto o Pan Am ainda se encontrava taxiando pela pista.
  • 5. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 5 TENERIFE -1977 Por Lucas Carramenha 5
  • 6. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 6 CONCEITO As incursões em pista, conhecidas no cenário internacional como runway incursions, passaram a ser definida internacionalmente, após 2007, como: “qualquer ocorrência em um aeródromo envolvendo a presença incorreta de uma aeronave, de um veículo ou de uma pessoa na zona protegida de uma superfície reservada aos pousos e decolagens de aeronaves” (ICAO)
  • 7. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 7 CLASSIFICAÇÕES No cenário internacional, os casos de incursão em pista têm sido classificados, de forma geral, com base em três parâmetros principais: Severidade Frequência Tipo da ocorrência.
  • 8. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 8 CLASSIFICAÇÕES Severidade: Para efeito de harmonização com as práticas recomendadas pela ICAO, bem como priorização das ações mitigadoras, as ocorrências de incursão de pista serão classificadas, somente nas localidades onde há Órgão ATC, ICA 63-21 (doc 9870 ICAO): A – A incursão só não gerou uma colisão com uma aeronave devido à realização de uma manobra evasiva por pelo menos um dos envolvidos. ; B – Não ocorreria a colisão, mesmo que não fossem realizadas manobras evasivas, porém, a separação em relação a uma aeronave foi reduzida a um nível crítico; C – A incursão ocorreu, porém, havia significativo tempo e distância para que manobras evasivas fossem realizadas por pelo menos um dos envolvidos, sem que separação tenha chegado a um nível crítico; D – A incursão ocorreu devido à presença incorreta de aeronave, pessoa ou veículo, porém, sem haver movimento conflitante com uma outra aeronave; E - Inexistem dados confiáveis ou os dados existentes são conflitantes, inviabilizando uma avaliação da severidade.
  • 9. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 9 CLASSIFICAÇÕES
  • 10. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 10 CLASSIFICAÇÕES FREQUÊNCIA: Nesse tipo de classificação, o registra-se o número de incursões ocorridas em cada aeroporto controlado, estabelecendo a razão entre a quantidade total de incursões em pista e o somatório das operações de pouso e decolagem. Esses parâmetros trazem relevantes informações, sendo possível verificar, se o número de incursões em pista vem crescendo numa razão maior que o aumento da atividade aérea. Ademais, permitem que sejam identificados os aeródromos mais críticos, além de fornecer uma base de comparação da eficácia de medidas preventivas adotadas por aeroporto.
  • 11. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 11 CLASSIFICAÇÕES TIPO: De acordo com o Runway Safety Report (FAA, 2008), as incursões em pista podem ser divididas em três tipos de erros, quais sejam: erros dos pilotos, erros operacionais e erros de pedestres ou veículos. Essa classificação refere-se basicamente ao tipo de erro cometido pelo último elemento da cadeia de eventos que levou à incursão e inclui pilotos, controladores, pedestres e condutores de veículos.
  • 12. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 12 CLASSIFICAÇÕES ERROS DO PILOTO O erro do piloto acontece quando o mesmo descumpre alguma regra de tráfego aéreo que venha a resultar em uma incursão em pista. Ocorre quando, por exemplo, no táxi para a decolagem, a aeronave cruza a pista em uso sem autorização da torre de controle, ou quando a mesma ingressa na pista em uso sem autorização. ERROS OPERACIONAIS Erro operacional é a ação de um controlador de voo que resulta em separação menor que a requerida entre duas ou mais aeronaves, ou entre aeronaves e veículos ou pessoas nas pistas de pouso e decolagem. ERROS DE PEDESTRES OU VEÍCULOS Erros de pedestres ou veículos são os relacionados a interferências desses elementos nas operações aéreas pela entrada, sem autorização, nas áreas de pouso ou decolagem. Nesse grupo encontram-se as incursões resultantes do taxiamento e tratoramento de aeronaves para serviços de manutenção ou reposicionamento no pátio de manobras.
  • 13. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 13 FATORES CONTRIBUINTES Vários são os fatores que podem contribuir para uma incursão em pista, entretanto, no transcorrer das investigações dos diversos casos ocorridos em todo o mundo foi observada a reincidência de alguns desses fatores, os quais podem ser agrupados em três campos distintos que interagem mutuamente:  a cabine de comando;  a infraestrutura aeroportuária; e  o controle de tráfego aéreo Para melhor compreensão, cada grupo será apresentado individualmente. Todavia, é importante salientar que a maioria das incursões em pista são fruto da combinação de diversos fatores existentes em cada um desses segmentos.
  • 14. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 14 FATORES CONTRIBUINTES CABINE DE COMANDO O ambiente da cabine de comando possui múltiplos elementos que podem contribuir para a ocorrência de uma incursão em pista, sendo todos os aspectos ligados essencialmente ao fator humano. De acordo com o FAA, dentro desse universo, o tipo de erro mais comum é resultante de um cotejamento correto seguido de uma manobra não autorizada. Em 2007, essa situação se repetiu em 44% dos erros cometidos por pilotos nas incursões ocorridas em aeroportos americanos. Um dos fatores contribuintes para a recorrência desses erros é o desvio da atenção causado por conversas de ordem não operacional. Por isso, a adoção do conceito de cabine estéril durante as operações de táxi constitui importante medida preventiva.
  • 15. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 15 FATORES CONTRIBUINTES CABINE DE COMANDO • Erro de cotejamento de uma autorização • Aeronave na frequência VHF errada • Abreviação de autorizações • Fraseologia despadronizada • Uso de expressões como “okay”, “positivo”, “ciente” • Aceitação de autorização de outra aeronave • Abreviação de códigos de chamada • Velocidade de cotejamento muito rápida • Pouca familiaridade com o layout do aeródromo
  • 16. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 16 FATORES CONTRIBUINTES INFRAESTRUTURA AERONÁUTICA A dificuldade da administração aeroportuária em manter sua cerca patrimonial é outro fator que tem gerado elevado número de ocorrências devido à entrada de pessoas na área operacional.
  • 17. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 17 FATORES CONTRIBUINTES INFRAESTRUTURA AERONÁUTICA • Sinalização inadequada, insuficiente, ou inexistente • ATC não alertado quanto a trabalhos/reformas nas áreas operacionais e de movimentação • Motoristas não acostumados com procedimentos do aeródromo • Excessivos pontos de entrada na pista • Muitos motoristas circulando nas área operacional • Uso da frequência de solo para ingressar na pista • Motorista não familiarizado com o layout do aeroporto • Problemas com a cerca patrimonial • Marcações de pistas ambíguas ou confusas.
  • 18. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 18 FATORES CONTRIBUINTES CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO Dentro do controle de tráfego aéreo, pesquisas revelam que o fator contribuinte mais recorrente, responsável por 27% dos erros operacionais, refere-se a algum tipo de esquecimento do controlador de voo. Autoridades de aviação civil em todo o mundo recomendam que não devem ser emitidas autorizações em que a aeronave tenha de permanecer por mais de 90 segundos sobre a cabeceira. Dados europeus e americanos comprovam ser tal período de tempo demasiado longo para essa posição, permitindo que distrações e esquecimentos por parte do controlador venham a gerar uma incursão em pista. Nos EUA, segundo o FAA (2008), erros de cotejamento respondem por 9% dos erros operacionais que resultaram em incursões.
  • 19. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 19 FATORES CONTRIBUINTES CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO Ainda com relação à fraseologia, verifica-se que problemas relativos à proficiência no uso da língua inglesa têm acarretado casos de incursão devido a entendimentos errôneos nas comunicações entre pilotos e controladores. Outro aspecto potencialmente perigoso para o surgimento de situações de risco é a similaridade dos códigos de chamada das aeronaves. Estudo baseado em incidentes ocasionados por incursões em pista verificou haver semelhança entre os códigos de chamada em todas as situações na qual um piloto aceitou a autorização de outra aeronave. Além disso, a prática de abreviar códigos de chamada tem sido identificada como elemento crítico para o decréscimo da segurança operacional no ambiente aeroportuário.
  • 20. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 20 FATORES CONTRIBUINTES CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO • Não confirmação de cotejamento • Autorizações condicionais • Velocidade da autorização muito rápida • Bloqueio da comunicação • Manutenção da aeronave na posição 3 por mais de 90 segundos • Fraseologia despadronizada • Autorizações longas e complexas • Similaridade dos códigos de chamada de aeronaves
  • 21. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 21 FATORES CONTRIBUINTES CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO É importante ressaltar também que o potencial para a ocorrência de incursões está intimamente relacionado ao volume de tráfego aéreo. De acordo com o Transport Canada (2000), um incremento de 20% no volume de tráfego vai representar um aumento de 140% nos riscos de colisões por runway incursions.
  • 22. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 22 MEDIDAS PREVENTIVAS A partir da análise dos fatores que têm contribuído para as incursões em pista, estudos têm sido realizados com o objetivo de aperfeiçoar os procedimentos de cabine e de controle de tráfego aéreo, melhorar as marcações e sinalizações de pista e desenvolver tecnologias para alertar e elevar o nível de consciência situacional de pilotos, motoristas e controladores de voo
  • 23. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 23 MEDIDAS PREVENTIVAS MEDIDAS SIMPLES: LIGAR AS LANDINGS LIGHTS APÓS RECEBER AUTORIZACÃO PARA DECOLAGEM; LIGAR TODAS AS LUZES EXTERNAS, INCLUSIVE A LANDING LIGHT, PARA CRUZAMENTO DA PISTA EM USO; USO DA Enhanced Taxiway Centerline EM AEROPORTOS COM MAIS DE 1,5MILHOES DE EMBARQUE; PADRONIZAÇÃO DA FRASEOLOGIA ELEVAÇÃO DO NÍVEL DE PROFICIÊNCIA NA LÍNGUA INGLESA MELHORAR OS PROCEDIMENTOS DOS ORGÃOS DE CONTROLE APERFEIÇOAR O GERENCIAMENTO DE CABINE
  • 24. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 24 MEDIDAS PREVENTIVAS MEDIDAS TECNOLÓGICAS: Runway Status Lights (RWSL) Aiport Surface Detection Equipment (ASDE) Airport Movement Area Safety System (AMASS) Enhanced Flight Vision System (EFVS) Final Approach RunwayOccupancy Signal (FAROS)
  • 25. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 25 MEDIDAS PREVENTIVAS
  • 26. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 26 MEDIDAS PREVENTIVAS O Runway Status Lights (RWSL) consiste em conjunto de luzes vermelhas instaladas na pista principal e suas interseções, controladas automaticamente por intermédio dos dados de um radar de superfície. Esse sistema visa proporcionar alerta situacional das condições da pista, informando a pilotos e motoristas quando uma pista está segura ou não para decolagem, cruzamento ou ingresso.
  • 27. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 27 MEDIDAS PREVENTIVAS O Aiport Surface Detection Equipment - ASDE é uma ferramenta que permite ao controlador de voo detectar potenciais conflitos de solo, proporcionando cobertura detalhada do movimento em pistas de pouso e decolagem, pistas de táxi e áreas de estacionamento. Os dados utilizados pelo ASDE são obtidos por meio de radares de aproximação, do transponder das aeronaves e de um radar de movimento de superfície, que pode ser instalado na torre de controle ou em torres remotas. Ao interpolar todas essas informações, o ASDE é capaz de determinar a posição e a identificação de aeronaves e veículos na superfície do aeroporto, assim como aeronaves voando dentro de uma distância de até 5 milhas. Os controladores podem ver as informações obtidas em um display colorido onde as posições das aeronaves e dos veículos ficam sobrepostas ao mapa de superfície do aeródromo.
  • 28. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 28 MEDIDAS PREVENTIVAS O Airport Movement Area Safety System (AMASS) é um sistema que fornece ao controle de tráfego alertas sonoros e visuais dos perigos de uma iminente incursão em pista por meio do processamento dos dados de vigilância do ASDE, do radar de vigilância de aeródromo e de um sistema automatizado de terminal. O sistema de alerta trabalha com dados de posição, velocidade e aceleração das aeronaves em procedimento de pouso e decolagem, e com os dados de aeronaves e veículos no solo, emitindo sinal quando o deslocamento dos alvos indica que haverá comprometimento da segurança operacional.
  • 29. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 29 MEDIDAS PREVENTIVAS O Enhanced Flight Vision System EFVS é um equipamento que possibilita aos pilotos melhor visualização da pista em condições de escuridão e baixa visibilidade. Baseado em imagens de sensores infravermelhos transmitidas a head-up ou head-down displays, foi inicialmente criado como auxílio para o pouso; entretanto, com o seu desenvolvimento percebeu-se sua importância para a segurança de voo como ferramenta de alerta situacional, no solo e no ar. Alguns equipamentos mais modernos provêm nível de visibilidade tão profícuo que habilita o piloto a identificar objetos mesmo com nevoeiro ou chuva. O EFVS foi idealizado para mitigar problemas relacionados às três principais preocupações da aviação mundial, quais sejam: incursão em pista, CFIT (Control Flight Into Terrain) e ALA (Approach and Landing Accidents).
  • 30. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 30 MEDIDAS PREVENTIVAS O Final Approach Runway Occupancy Signal (FAROS) foi concebido como parte do esforço do FAA em atender recomendação de segurança emitida pelo NTSB para o desenvolvimento de um sistema que emitisse alerta direto às tripulações quanto à possibilidade de colisão causada por runway incursion. O FAROS utiliza o (PAPI) para avisar aos pilotos, por emissão de flashes, que há algum tipo de interferência na pista autorizada para pouso.
  • 33. Aeroporto de Jundiaí - 2016 Aeronaves envolvidas: - C152 (aluno solo) - - King Air – C90 33 EVENTOS REGISTRADOS
  • 34. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 34 ESTATÍSTICAS NO BRASIL No Brasil, o CENIPA registrou 1865 incursões em pista, no período de 2007 a 2012. 12 16 22 34 75 50 148 278 206 190 187 215 44 61 71 57 103 96 0 50 100 150 200 250 300 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Aeronaves Pessoas Veículos
  • 35. REGISTROS DAS OCORRÊNCIAS Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) 35 O DECEA definiu através da ICA 63-21 o Programa de Prevenção de Ocorrências de Incursão de Pista no Serviço de Trafego Aéreo – ATS. Abaixo temos exemplos de planilhas para registro dos dados de ocorrências de incursão em pista.
  • 36. REGISTROS DAS OCORRÊNCIAS PLANILHA DE DADOS DE INCURSAO EM PISTA Organização Regional: Aeroclube de Jundiaí Período de referência: 2° semestre de 2016 Aeródromo Data/hora Descrição Classificação Medidas Preventivas adotadas Consequências/outros comentários SBJD 03/07 – 12:00 Aeronave ADO regressava de um voo de instrução, quando estava na aproximação final para pouso, a torre autorizou o ingresso de outra aeronave da EJ e orientou que o ADO continuasse aproximação, aguardando pista livre, neste momento o ADO já estava na curta final então a torre solicita que seja feito uma curva de 360° em baixa altura para manter separação. C O aluno não havia compreendido a orientação dada pela torre (360°), uma vez que já estava a baixa altura. Então o instrutor do ADO teve que assumir os comandos e realizar a manobra. SBJD 03/07 – 10:10 Aeronave OGE regressava de voo de instrução, quando próximo a ingressar na final normal a twr autorizou o ingresso de uma aeronave a reação na pista em uso, ao ser questionado pela anv OGE, a torre solicitou que o jato mantivesse posição, a mesma ignorou a orientacao e alinhou na pista em uso. A torre então AUTORIZOU O POUSO DO OGE sem notar que o jato estava alinhado na pista. A Foi realizada arremetida no ar pelo OGE, uma vez que a aeronave a reação encontrava-se alinhada para decolagem,. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) 36
  • 37. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 37 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Sistemas e ferramentas de prevenção têm sido implementados para auxiliar no gerenciamento do risco à incursão em pista, tais como o Aerodrome Runway Incursion Assessment – ARIA (sistema que permite medir as vulnerabilidades à incursão em pista dos aeroportos) e o Runway Incursion Severity Classification - RISC Calculator (fornece aos operadores a possibilidade de classificar corretamente a severidade das incursões em pista). Campanhas de divulgação e conscientização, melhorias na infraestrutura e na tecnologia, o incentivo ao preenchimento dos Relatórios de Prevenção (RELPREV) e Relatórios ao Cenipa de Segurança de Voo (RCSV) auxiliam na mitigação do problema. Entretanto, nenhuma dessas barreiras de proteção obterá os efeitos desejados se não houver a participação mútua e consciente de todos os envolvidos no sistema, sejam pilotos, controladores e/ou motoristas de veículos, engajados a colaborar para prevenção à incursão em pista.
  • 39. Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional Incursão em Pista (runway incursion) Por Lucas Carramenha 39 PALESTRA SEGURANÇA DE VOO MODULO DE PREVENÇÃO “INCURSAO EM PISTA”