O estágio foi realizado em uma escola estadual ensinando alunos do ensino médio. As relações entre professores e alunos foram boas, com boa aceitação da autoridade do professor. Os alunos aprenderam sobre construção e reconstrução textual a partir de situações reais do uso da norma culta e coloquial. A análise mostrou que os alunos veem a língua portuguesa como uma disciplina escolar em vez da "língua da vida", e que precisam de mais experiências práticas com a língua culta.
1. Fundação Universidade Federal de Rondônia –
Unir
Universidade Aberta do Brasil
Estágio IV
Acadêmico: Locimar Massalai
Local onde o estágio foi realizado: Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Flora
Mágica”
Modalidade: Ensino Médio – 3º “A” e 3º “B”
2. Sobre as relações...
Relação professor e alunos: Dialógica: boa aceitação por parte dos alunos
quanto à autoridade do docente. Os alunos participaram ativamente do
processo. Após o término do estágio solicitaram que acadêmico desse uma
“palhinha” em mais duas aulas.
Relação aluno entre aluno: Notamos que estão quase sempre agrupados
em dois ou três e por afinidades. Há conflitos que considero normais. Muitos
alunos reclamam do barulho e da falta de silêncio. Em geral o respeito
prevalece. Não tivemos problemas com disciplina e condução das aulas.
3. Conteúdos e metodologia
Processo de autoria: construção e reconstrução textuais a
partir de situação concretas do uso da norma cultua e
coloquial.
5. Análise crítica
QUANDO OS ALUNOS FALAM DE SUAS DIFICULDADES AO ESCREVER
• Notamos, analisando as situações discursivas, que, de modo geral, os alunos
justificam as suas dificuldades a partir da perspectiva das regras que devem ou que
deveriam ser seguidas: pontuação, acentuação, ortografia, conjugação verbal, uso
de conectivos, etc. Há aí uma dicotomia: a língua portuguesa vista como matéria
escolar, como disciplina versus a língua "da vida".
• Assim, a concepção de boa escrita é pautada na escrita padrão. Dá-nos a
impressão, que os alunos acreditam que, se conseguissem seguir todas as regras,
teriam uma boa escrita. O que não é verdade e muito menos garantido.
6. Fundamentação teórica da análise
• “O aprendizado da escrita passa pela criação de condições para que o aluno possa lidar
com os recursos variados e exigentes que supõe essa modalidade de uso da língua”
(RAMOS, 2014, p. 138).
• “O educando é dotado de um potencial enorme, que a escola ignora. Sabe expressar-se de
maneira extremamente eficaz, ainda quando não o faz na forma culta e por escrito. Parece
impossível que alunos com essas credenciais não consigam alcançar um bom domínio da
variedade culta, após vários anos de escolarização. Se isso acontece, é por que suas
potencialidades não são adequadamente exploradas; vê-se que a escola, à diferença da
vida, deixa de proporcionar experiências verdadeiramente úteis para que o aluno
desenvolva as competências de que já dispunha; e um dos motivos desse fracasso pode ser
precisamente a insistência em exigir que ele fale da linguagem culta, ao invés de praticá-la”
(ILARI, 1997, p. 177)
• Analisar o discurso implica interpretar os sujeitos falando, tendo a produção de sentidos
como parte integrante de suas atividades sociais. Quando nos referimos à produção de
sentidos, dizemos que no discurso os sentidos das palavras não são fixos, não são
imanentes, conforme, geralmente, atestam os dicionários. Os sentidos são produzidos face
aos lugares ocupados pelos sujeitos em interlocução” (FERNANDES, 2008, p. 15).
8. Referências
FERNANDES, Cleudemar Alves. Análise do discurso: reflexões introdutórias. 2ª ed. São Carlos:
Claraluz, 2008.
ILARI, Rodolfo. Resenha sobre o livro de POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola.
Revista Educação & Sociedade, Ano XVIII, nº 60, dezembro/97, p. 173-182.
LAURIA, Maria Paula Parisi. Língua Portuguesa. In: Orientações Educacionais Complementares aos
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+): Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC,
2006.
RAMOS, Rosana. Ensino da Língua Portuguesa. São Paulo: Cengage Learning, 2014.