Palestra proferida a um grupo de professores no início dos 2000. Era um tempo em que eu ainda era convidado para palestrar. Depois que assumi corajosamente minha orientação sexual fui execrado. Este moralismo piegas que assola nosso país é indecente! Mas vamos que vamos!
A influência das relações humanas no ensino e aprendizagem
1. A dinâmica das relações humanas e sua influência no processo ensino-
aprendizagem
Apresentação simples e descontraída. Aproveitar a fala do professor
Alejandro sobre o vazio e lembrar do livro “O Homem moderno: a luta contra o
vazio”: “Não existe verdadeiro progresso humano se este não se desenvolve com um
fundo moral”. (Rojas, 1996, p.12)
“O desafio da Educação do Século XXI é humanizar a humanidade”.
Aproveitando esta fala do Perrenoud, incluir a questão que fala Jacques Delors sobre os
quatro pilares da educação: aprender a viver juntos, aprender a viver com os
outros”: a descoberta progressiva do outro e ao longo de toda a vida, a participação em
projetos comuns, que parece ser um método eficaz pra evitar ou resolver conflitos
latentes.
Sempre entre uma colocação e outra, fazer um pequeno movimento, um
abraço, um coxixo, umas palmas para que possamos fazer valer a profundidade e o
sentido da palestra. ABAIXO ALGUMAS IDÉIAS QUE FUNDAMENTAM
Não é possível formar um cidadão crítico, consciente e criativo, descuidando
de questões humanas como a solidariedade, sensibilidade e a compaixão.
Considero a fonte de determinação humana a paixão ou o afeto entre os
homens. Quando trazemos calor em nosso coração, quando ele abriga a compaixão, isso
nos leva a um respeito pelos direitos das outras pessoas e, automaticamente, isso cria
em nós um senso de responsabilidade.
Se a luta do homem com o mundo, para nele sobreviver e para com ele
alimentar suas carências, não é uma simples luta pela vida, mas uma luta pela
significação, pela humanização do mundo, é que somente o mundo significado e
humanizado torna-se o espaço permeável ao encontro e à comunicação das
consciências.
Habermas
Competência Comunicativa: a capacidade da comunicação esclarecedora;
Alerta que é preciso “salvar o mundo da vida” diante de uma cultura de morte;
2. Enfatiza a importância do ambiente, do lócus onde o ser humano cresce e se
desenvolve a partir da comunicação e das trocas subjetivas;
Propõe a construção de uma relação interpessoal nova onde mais importante que tudo
é compreender o que é dito e se expressar com autenticidade.
“É triste constatar que, na celebração do aniversário, o que
desejamos uns aos outros seja apenas” muitos anos de vida”. Por que
não desejamos muita vida nos anos? Não importa muito se
viveremos alguns anos a mais ou a menos. O que realmente importa
é que, em nossos dias, haja vida, que a brisa da essência areje nossos
passos. Aqui nos deparamos com os votos de um mestre: “venho
trazer vida, e vida em abundância”.
Desafios às relações que se querem humanizadoras.
É importante que os educadores utilizem os conflitos como fonte de aprendizagem, na medida em que
possibilitem o diálogo e a divergência como formas de se chegar a uma ação verdadeiramente humana e
significativa;
Precisamos nos preparar para usar a tecnologia existente, na medida do possível e necessária. Mas é
fundamental lutar para que a escola não perca a dimensão humana;
Em uma sociedade com crise de referenciais, precisamos criar oportunidades de professores, pais e
alunos discutirem sobre questões presentes no cotidiano das pessoas;
Desenvolver a capacidade de observação constante do cotidiano da escola, o olhar curioso daquele que
deseja compreender o sentido mais profundo de cada experiência e das relações.
Antes, uma fala sobre auto-estima depois...
Movimento:
Disponha o grupo sentado em círculo. Solicite que cada um coloque seu nome em
um retângulo de papel, dobre-o e coloque-o em qualquer recipiente para sorteio.
Peça que cada um retire um nome, guardando-o.
3. Solicite que um voluntário, após outros, faça um breve comentário elogioso que
diga respeito às qualidades morais, éticas, afetivas do sorteado. Ao que houve não
caberá, durante a atividade, falar. Eventuais agradecimentos deverão ficar para depois
do trabalho.
Para finalizar:
Que imagem eu tenho de mim mesmo?
É importante discernir o pressuposto antropológico de nossas diferentes práticas.
Quando falamos de ser humano, de qual ser humano falamos? Qual é a imagem
consciente e inconsciente que temos do ser humano? Por que é a partir desse pressuposto
que iremos interpretar um sintoma, que iremos acompanhar a pessoa em seu caminho para
si mesma. Para isso, cada educador deve ter a honestidade de reconhecer sua imagem
de homem.