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Contribuições dos Integrantes do  Grupo I  e Documento Proposta para Elaboração do Seminário Virtual da Disciplina de Informática e Sociedade
Contribuição de Oilas Os Quatro Pilares da Educação  Jaques Delors  Aprender a Ser “ Aprender a ser, para melhor desenvolver a sua personalidade e estar à altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, de discernimento e de responsabilidade pessoal. Para isso, não negligenciar na educação nenhuma das potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar-se.” O mundo globalizado, impregnado pelo avanço  tecnológico e dominado pelo  poder midiático, socializa os saberes e as informações de  todos os tipos à todos os cantos do planeta.  A evolução das sociedades e o avanço das tecnologias trazem para  a educação um novo olhar, mais do que ensinar conceitos outrora  desenvolvidos, a educação do século XXI deve primordialmente  contribuir para o “Aprender  a Ser”. Isso significa  que além de preparar as crianças para a sociedade em que vivem, a escola deve “fornecer-lhes constantemente forças e referências intelectuais que lhes permitam compreender o mundo que as rodeia e comportar-se nele como autores responsáveis e justos”.  Neste novo contexto social, a educação tem  um papel essencial, que é o de  “conferir a todos seres humanos a liberdade de pensamento, discernimento, sentimentos e imaginação de que necessitam para desenvolver seus talentos e permanecerem, tanto quanto possível, donos do seu próprio destino.”
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Contribuição de Tereza ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
Contribuição  de Luciano, Ana Geanette e Bernadete ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
Aprender a fazer, a fim de adquirir, não somente uma qualificação profissional mas, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Mas também aprender a fazer, no âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho que se oferecem aos jovens e adolescentes, quer espontaneamente, fruto do contexto local ou nacional, quer formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho. Aprender a viver juntos desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências - realizar projetos comuns e preparar-se para gerir conflitos - no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da pazAprender a ser, para melhor desenvolver a sua personalidade e estar à altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, de discernimento e de responsabilidade pessoal. Para isso, não negligenciar na educação nenhuma das potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar-se.  Numa altura em que os sistemas educativos formais tendem a privilegiar o acesso ao conhecimento, em detrimento de outras formas de aprendizagem, importa conceber a educação como um todo. Esta perspectiva deve, no futuro, inspirar e orientar as reformas educativas, tanto em nível da elaboração de programas como da definição de novas políticas pedagógicas.  Desde o início de seus trabalhos que os membros da Comissão compreenderam que seria indispensável, para enfrentar os desafios do próximo século, assinalar novos objetivos à educação e, portanto, mudar a idéia que se tem da sua utilidade.
Uma nova concepção ampliada de educação devia fazer com que todos pudessem descobrir, reanimar e fortalecer o seu potencial criativo - revelar o tesouro escondido em cada um de nós. Isto supõe que se ultrapasse a visão puramente instrumental da educação e se passe a considerá-la em toda sua plenitude, proporcionalizaria a realização da pessoa que, na sua totalidade aprende a ser. A educação deve transmitir, de fato, de forma maciça e eficaz, cada vez mais saberes e saber/fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, pois são as bases das competências do futuro.  À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permita navegar através dele. Nessa visão prospectiva, uma resposta puramente quantitativa à necessidade insaciável a educação - uma bagagem escolar cada vez mais pesada - já não é possível nem mesmo adequada.  Não basta, de fato, que cada um acumule no começo da vida uma determinada quantidade de conhecimentos de que possa abastecer-se indefinidamente. É, antes, necessário estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos, e de se adaptar a um mundo de mudanças. Mas, em regra geral, o ensino formal orienta-se, essencialmente, se não exclusivamente, para o aprender a conhecer e, em menor escala, para o aprender a fazer.  Ora, a Comissão pensa que cada um dos “quatro pilares do conhecimento” deve ser objeto de atenção igual por parte do ensino estruturado, a fim de que a educação apareça como uma experiência global a levar ao longo de toda a vida, para o indivíduo enquanto pessoa e membro da sociedade.
Primeiro Pilar da Educação   “ Aprender a conhecer”  Este tipo de aprendizagem visa o domínio dos próprios instrumentos do conhecimento e pode ser considerado, simultaneamente, como um meio e uma finalidade da vida humana.  Meio, porque se pretende que cada um aprenda a compreender o mundo que o rodeia, pelo menos na medida em que isso lhe é necessário para viver dignamente, para desenvolver as suas capacidades profissionais, para comunicar.  Finalidade, porque seu fundamento é o prazer de compreender, de conhecer, de descobrir.  Apesar dos estudos sem utilidade imediata estarem desaparecendo, a tendência para prolongar a escolaridade e o tempo livre deveria levar os adultos a apreciar cada vez mais, as alegrias do conhecimento e da pesquisa individual.  O aumento dos saberes, que permite compreender melhor o ambiente sob os seus diversos aspectos, favorece o despertar da curiosidade intelectual, estimula o sentido crítico e permite compreender o real, mediante a aquisição de autonomia na capacidade de discernir.  Deste ponto de vista, é essencial que cada criança, esteja onde estiver, possa ter acesso, de forma adequada, às metodologias científicas de modo a tornar-se para toda a vida “amiga da ciência”.
Em nível do ensino secundário e superior, a formação inicial deve fornecer a todos os alunos instrumentos, conceitos e referências resultantes dos avanços das ciências e dos paradigmas do nosso tempo. Contudo, como o conhecimento é múltiplo e evolui infinitamente, torna-se cada vez mais inútil tentar conhecer tudo e, depois do ensino básico, a omnidisciplinaridade é uma piada.  A especialização, porém, mesmo para futuros pesquisadores, não deve excluir a cultura geral. “Um espírito verdadeiramente formado, hoje em dia tem necessidade de uma cultura geral vasta e da possibilidade de trabalhar em profundidade determinado número de assuntos. Deve-se, do princípio ao fim do ensino, cultivar simultaneamente, estas duas tendências”:  A cultura geral, enquanto abertura de outras linguagens e outros conhecimentos permitindo, antes de tudo, comunicar-se.  A formação cultural, cimento das sociedades no tempo e no espaço, implicando na abertura a outros campos do conhecimento. Aprender para conhecer supõe, antes de tudo, aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento.
Desde a infância, o jovem deve aprender a prestar atenção às coisas e às pessoas. A sucessão muito rápida de informações prejudicam de fato o processo de descoberta, que implica duração e aprofundamento de apreensão. Esta aprendizagem da atenção pode revestir formas diversas e tirar partido de várias ocasiões da vida. Por outro lado o exercício da memória é um antídoto necessário. Todos os especialistas concordam em que a memória deve ser treinada desde a infância, e que é errado suprimir da prática escolar, certos exercícios tradicionais, considerados como “chatos”. Finalmente, o exercício do pensamento ao qual a criança é iniciada, em primeiro lugar, pelos pais e depois pelos professores, deve comportar avanços e recuos entre o concreto e o abstrato. De acordo com as disciplinas ensinadas, um pode ser mais pertinente do que o outro, mas na maior parte das vezes o encadeamento do pensamento necessita da combinação dos dois. O processo de aprendizagem do conhecimento nunca está acabado, e pode enriquecer-se com qualquer experiência.  A educação primária pode ser considerada bem sucedida se conseguir transmitir às pessoas o impulso e as bases que façam com que continuem a aprender ao longo de toda a vida, no trabalho, mas também fora dele.
 
Segundo Pilar da Educação “ Aprender a fazer” Aprender a conhecer e aprender a fazer são, em larga medida, indissociáveis. Mas a segunda aprendizagem esta mais estreitamente ligada à questão da formação profissional: como ensinar o aluno a pôr em pratica os seus conhecimentos e, também, como adaptar a educação ao trabalho futuro quando não se pode prever qual será a sua evolução?  Convém, neste caso, distinguir as economias industriais onde domina o trabalho assalariado do trabalho das outras economias onde domina, ainda em grande escala, o trabalho independente ou informal.  De fato, nas sociedades assalariadas que se desenvolveram ao longo do século XX, a substituição do trabalho humano pelas máquinas tornou-se cada vez mais imaterial e acentuou a importância dos serviços na atividade econômica.  O futuro dessas economias depende, aliás, da sua capacidade de transformar o progresso dos conhecimentos em inovações geradoras de novas empresas e de novos empregos.  Aprender a fazer não pode continuar a ter o significado simples de preparar alguém para uma tarefa material bem determinada, para fazê-lo fabricar alguma coisa.  Como conseqüência, as aprendizagens devem evoluir e não podem mais serem consideradas como simples transmissão de práticas mais ou menos rotineiras
Aprender a fazer, a fim de adquirir, não somente uma qualificação profissional, mas, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Mas também aprender a fazer no âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho que se oferecem aos jovens e adolescentes, quer espontaneamente, fruto do contexto local ou nacional, quer formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho.  Indissociável do aprender a conhecer, que lhe confere as bases teóricas, o aprender a fazer refere-se essencialmente à formação técnico-profissional do educando. Consiste essencialmente em aplicar, na  prática , os seus conhecimentos teóricos. Actualmente existe outro ponto essencial a focar nesta aprendizagem, referente à  comunicação .  É essencial que cada indivíduo saiba comunicar. Não apenas reter e transmitir informação mas também interpretar e seleccionar as torrentes de informação, muitas vezes contraditórias, com que somos bombardeados diariamente, analisar diferentes perspectivas, e refazer as suas próprias opiniões mediante novos factos e informações. Não basta preparar-se com cuidados para inserir-se no setor do trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito cooperativo e de humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição, gostar de uma certa dose de risco, saber comunicar-se e resolver conflitos e ser flexível. Aprender a fazer envolve uma série de técnicas a serem trabalhadas.
http:// www.youtube.com/watch?v =4BtzmRqESxk&feature=related Aprender a fazer
Terceiro Pilar da Educação “ Aprender a conviver” Sem dúvida, esta aprendizagem representa, hoje em dia, um dos maiores desafios da educação.  O mundo atual é, muitas vezes, um mundo de violência que se opõe à esperança posta por alguns no progresso da humanidade.  A história humana sempre foi conflituosa, mas há elementos novos que acentuam o problema e, especialmente, o extraordinário potencial de autodestruição criado pela humanidade no decorrer do século XX.  A opinião pública, através dos meios de comunicação social, torna-se observadora impotente e até refém dos que criam ou mantém conflitos.  Até agora, a educação não pôde fazer grande coisa para modificar esta situação real.  Poderemos conceber uma educação capaz de evitar os conflitos, ou de os resolver de maneira pacífica, desenvolvendo o conhecimento dos outros, das suas culturas, da sua espiritualidade?  É de louvar a idéia de ensinar a não-violência na escola, mesmo que apenas constitua um instrumento, entre outros, para lutar contra os preconceitos geradores de conflitos.  A tarefa é árdua porque, muito naturalmente, os seres humanos têm tendência a supervalorizar as suas qualidades e as do grupo que a pertencem,e a alimentar preconceitos desfavoráveis em relação aos outros.
Por outro lado, o clima geral de concorrência que caracteriza, atualmente, a atividade econômica no interior de cada país, e sobretudo em nível internacional, them a tendência de dar prioridade ao espírito de competição e ao sucesso individual.  De fato, esta competição resulta, atualmente em uma guerra econômica implacável e numa tensão entre os mais favorecidos e os pobres, que divide as nações do mundo e exacerba as rivalidades históricas.  É de lamentar que a educação contribua, por vezes, para alimentar este clima, devido a uma má interpretação da idéia de emulação. Que fazer para mudar a situação?  A experiência mostra que, para reduzir o risco, não basta pôr em contato e em comunicação membros de grupos de diferentes.  Se, no seu espaço comum, estes diferentes grupos já entram em competição ou se o seu estatuto é desigual, um contato deste gênero pode, pelo contrário, agravar ainda mais as tensões latentes e degenerar em conflitos.  Pelo contrário, se este contato se fizer num contexto igualitário, e se existirem objetivos e projetos em comuns, os preconceitos e a hostilidade latente podem desaparecer e dar lugar a uma cooperação mais serena e até amizade.  Parece, pois, que a educação deve utilizar duas vias complementares: num primeiro nível, a descoberta progressiva do outro e num segundo nível, e ao longo de toda vida, a participação em projetos comuns, que parece ser um método eficaz para evitar ou resolver conflitos latentes.
educação tem por missão, por um lado, transmitir conhecimentos sobre a diversidade da espécie humana e, por outro, levar as pessoas a tomar consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos do planeta.  Desde tenra idade a escola deve, pois, aproveitar todas as ocasiões para esta dupla aprendizagem.  Passando à descoberta do outro, necessariamente, pela descoberta de si mesmo, e por dar à criança e ao adolescente uma visão ajustada do mundo, a educação, seja ela dada pela família, pela comunidade ou pela a escola, deve antes de mais nada, ajudá-los a descobrir a si mesmos. Só então poderão, verdadeiramente, pôr-se no lugar dos outros e compreender as suas reações.  Desenvolver esta atitude de empatia, na escola é muito útil para os comportamentos sociais ao longo de toda a vida. Ensinando, por exemplo, aos jovens a adotar a perspectiva de outros grupos étnicos ou religiosos podem evitar incompreensões geradoras de ódio e violência entre adultos.  Assim, o ensino das histórias das religiões ou dos costumes pode servir de referência útil para futuros comportamentos.  Por fim os métodos de estudo não devem ir contra este reconhecimento do outro. Os professores que, por dogmatismo, matam a curiosidade ou o espírito crítico dos seus alunos, em vez de o desenvolver, podem ser mais prejudiciais do que úteis. Esquecendo que funcionam como modelos, com esta sua atitude, arriscam-se a enfraquecer por toda vida, em seus alunos, a capacidade de abertura à alteridade e de enfrentar as inevitáveis tensões entre pessoas, grupos e nações.  O confronto através do diálogo e da troca de argumentos é um dos instrumentos indispensáveis à educação do século XXI.
Quando se trabalha em conjunto sobre projetos motivadores e fora do habitual, as diferenças e até os conflitos inter-individuais tendem a reduzir-se, chegando a desaparecer em alguns casos.  Uma nova forma de identificação nasce destes projetos que fazem com que ultrapassem as rotinas individuais, que valorizam aquilo que é comum e não as diferenças.  Graças à prática do desporto, por exemplo, quantas tensões entre classes sociais ou nacionalidades se transformaram, afinal, em solidariedade através de experiência e do prazer do esforço comum! A educação formal deve, pois, reservar tempo e ocasiões suficientes em seus programas para iniciar os jovens em projetos de cooperação, logo desde da infância, no campo das atividades desportivas e culturais, evidentemente, mas também estimulando a sua participação em atividades sociais: renovação de bairros, ajuda aos mais desfavorecidos, ações humanitárias, serviços de solidariedade entre gerações...  As outras organizações educativas e associações devem, neste campo, continuar o trabalho iniciado pela escola.  Por outro lado, na prática letiva diária, a participação de professores e alunos em projetos comuns podem dar origem à aprendizagem de métodos de resolução de conflitos e constituir uma referência para a vida futura dos alunos, enriquecendo a relação professor/alunos. http://www.youtube.com/watch ? v=EqZfwM2vbX0  Aprender a conviver / viver juntos
 
Quarto Pilar da Educação “ Aprender a ser” Segundo a Comissão, “a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa - espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade”. Todo ser humano deve ser preparado, especialmente graças à educação que recebe na juventude, para elaborar pensamentos autônomos e críticos e para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida. O relatório Aprender a ser (1972) exprimia, no preâmbulo, o temor da desumanização do mundo relacionada com a evolução técnica. Mais do que preparar as crianças para uma dada sociedade, o problema é fornecer-lhes constantemente forças e referências intelectuais que lhes permitam compreender o mundo que as rodeia e comportarem-se nele como autores responsáveis e justos.  Mais do que nunca a educação parece ter, como papel essencial, conferir a todos os seres humanos a liberdade de pensamento, discernimento, sentimentos e imaginação de que necessitam para desenvolver seus talentos e permanecerem, tanto quanto possível, donos do seu próprio destino. Para reduzir a violência ou lutar contra os diferentes flagelos que afetam a sociedade os métodos inéditos retirados de experiências neste terreno já deram prova da sua eficácia.
Num mundo em mudança, de que um dos principais motores parece ser a inovação tanto social como econômica, deve ser dada a importância especial a imaginação e à criatividade.  O século XXI necessita desta diversidade de talentos e de personalidades, mas ainda de pessoas excepcionais, igualmente essenciais em qualquer civilização.  Convém, pois, oferecer às crianças e aos jovens todas as ocasiões possíveis de descoberta e experimentação, que venham completar a apresentação atraente daquilo que, nestes domínios, foram capazes de criar as gerações que os procederam ou suas.  Na escola, a arte e a poesia deveriam ocupar um lugar mais importante do que aquele que lhes é concedido, em muitos países, por um ensino tornado mais utilitarista do que cultural.  A preocupação em desenvolver a imaginação e a criatividade deveria, também, revalorizar a cultura oral e os conhecimentos retirados da experiência da criança ou do adulto.
Concluindo: Presenciamos um momento muito importante em nosso país, o da demanda por educação, que ao crescer, faz com que sociedade e instituições, em uníssono, movimentem-se no atendimento a esta urgência nacional.  Esta é uma tarefa importante e é isso que se espera que o Brasil faça. Temos materiais e temos idéias. É preciso pôr em prática todos os estudos e projetos para a modernização da educação. Para mudar nossa história e lograr conquistas precisamos ousar em cortar as cordas que impedem o próprio crescimento, exercitar a cidadania plena, aprender a usar o poder da visão crítica, entender o contexto desse mundo, ser o ator da própria história, cultivar o sentimento de solidariedade, lutar por uma sociedade mais justa e solidária e, acima de tudo, acreditar sempre no poder transformador da Educação.  Com base nessa visão dos quatro pilares do conhecimento, pode-se prever grandes conseqüências na educação. O ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conhecimento e que tem sido objeto de preocupação constante de quem ensina deverá dar lugar ao ensinar a pensar, saber comunicar-se e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e elaborações teóricas, ser independente e autônomo; enfim, ser socialmente competente. Uma educação fundamentada nos quatro pilares acima elencados sugere alguns procedimentos didáticos que lhe seja condizente, como:
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Sugestão de leituras DELORS, Jacques (Coord.). Os quatro pilares da educação. In: Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortezo. p. 89-102. FREIRE, Paulo; FAUNDEZ, Antonio. Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. RODRIGUES, Zuleide Blanco. Os quatro pilares de uma educação para o século XXI e suas implicações na prática pedagógica.
Contribuição de Nelma OS PRINCÍPIOS DO CONHECIMENTO PERTINENTE A era planetária necessita situar tudo no contexto e no complexo planetário.  O conhecimento do mundo como mundo é necessidade ao mesmo tempo intelectual e vital. E surgem questionamentos: como ter acesso às informações sobre o mundo e como ter a possibilidade de articulá-las e organizá-las? Como perceber e conceber o Contexto, o Global ( a relação todo/ partes), o Multidimensional, o Complexo?  Faz-se necessário a reforma do pensamento. E é a questão fundamental da educação, já que se refere a nossa aptidão para organizar o conhecimento. A educação do futuro, é fundamental para resolver a questão dos saberes desunidos, divididos, fragmentados, compartimentados e, de outro, as realidades ou problemas cada vez mais multidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais, globais e planetários. Para que o conhecimento seja pertinente, a educação deverá tornar o contexto, o global, o multidimensional e o complexo evidentes. O contexto É preciso situar as informações e os dados em seu contexto para que adquiram sentido.  O GLOBAL ( as relações entre o todo e as partes) O global é mais que o contexto, é o conjunto das diversas partes ligadas a ele de modo inter-retroativo ou organizacional.  É preciso efetivamente recompor o todo para conhecer as partes.
O multidimensional O ser humano é ao mesmo tempo biológico, psíquico, social, afetivo e racional. A sociedade comporta as dimensões histórica, econômica, sociológica, religiosa... O conhecimento pertinente deve reconhecer esse caráter multidimensional e nele inserir estes dados: não apenas não se poderia isolar uma parte do todo, mas as partes umas das outras. O complexo O conhecimento  pertinente deve enfrentar a complexidade. Complexus significa o que foi tecido junto; de fato, há complexidade quando elementos diferentes são inseparáveis constitutivos do todo, e há um tecido interdependente, interativo e inter-retroativo entre o objeto de conhecimento e seu contexto, as partes e o todo, o todo e as partes, as partes entre si. A complexidade é a união entre a unidade e a multiplicidade. A inteligência geral Quanto mais poderosa é a inteligência geral, maior é a sua faculdade de tratar de problemas especiais. A educação  deve favorecer aptidão natural da mente em formular e resolver problemas essenciais e, de forma correlata, estimular o uso total da inteligência geral. Na missão de promover a inteligência geral dos indivíduos, a educação do futuro deve ao mesmo tempo utilizar os conhecimentos existentes, superar as antinomias decorrentes do progresso nos conhecimentos especializados e identificar a falsa racionalidade.
A antinomia Os progressos do conhecimento  estão dispersos, desunidos, devido justamente à especialização que muitas vezes fragmenta os contextos, as globalidades e as complexidades. As mentes  formadas pelas disciplinas perdem suas aptidões naturais para contextualizar os saberes, do mesmo modo que para integrá-los em seus conjuntos naturais. OS PROBLEMAS ESSENCIAIS DISJUNÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO FECHADA A hiperespecialização impede tanto a percepção do global ( que ela fragmenta em parcelas), quanto do essencial ( que ela dissolve).  REDUÇÃO E DISJUNÇÃO O princípio de redução leva naturalmente a restringir o complexo ao simples.  A incapacidade de organizar o saber disperso e compartimentado conduz à atrofia da disposição mental natural de contextualizar e de globalizar. A falsa racionalidade O parcelamento e a compartimentação dos saberes impedem apreender “ o que está tecido junto”.  Trata-se de entender o pensamento que separa  e que reduz, no lugar do pensamento que distingue e une. Não se trata de abandonar o conhecimento das partes pelo conhecimento das totalidades, nem da análise pela síntese; é preciso conjugá-las. Existem desafios da complexidade com os quais os desenvolvimentos próprios de nossa era  planetária nos confrontam inelutavelmente. http://www.youtube.com/watch?v=m08sChqOgYk http://www.youtube.com/watch?v=C0RyOmLZ4aE Nelma Bernardes
Contribuição de Fátima As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão O conhecimento humano comporta em si mesmo e de forma permanente a possibilidade do erro e da ilusão. Erros mentais, erros intelectuais, erros da razão, cegueiras paradigmáticas que nos impedem de distinguir o real do alucinatório, o objetivo do subjetivo, o sonho da vigília. Estamos a todo o momento expostos a erros de percepção ou de julgamento em relação à realidade exterior e em relação a nós mesmos. Nossa estrutura psíquica é dotada de mecanismos de autojustificativa que projetam nos outros nossos erros. A mentira para si próprio (self-deception) é, para Morin, inesgotável fonte de erros e de ilusões. Tendemos a acreditar também que a ciência clássica - aquela que crê no conhecimento científico como fiel espelho da realidade - com seus paradigmas, princípios lógicos e teorias “irrefutáveis”garante a detecção desses erros e dessas ilusões. Porém, nem o conhecimento científico está imune ao erro. O determinismo e o mecanicismo que sobre a rubrica de “científico” dominam e impõem uma visão de mundo fundada na ordem - uma visão onde cosmo, universo, planeta, natureza e, por extensão, a sociedade e o ser humano seriam todos regidos por uma “ordem natural”, uma harmonia pré-escrita e predeterminada por “leis naturais” - não podem dar conta do inesperado, das emergências e do acaso do (e no) real, das brechas e fissuras da própria lógica - e de suas outras modalidades: alógica, pré-lógica, metalógica e a ilogia - e das incertezas do conhecimento.
Encontramos no campo mesmo da cognição, teorias, conceitos e doutrinas que protegem seus erros com aparência intelectual, com a couraça dautoridade da ciência e sob a égide da “razão”. Vivemos regidos por uma Ciência e uma Razão que se nutrem de verdades, de leis, de ordens e de “certezas demais”. A educação do futuro, cuja construção é uma tarefa que se inicia no presente, deverá estar consciente da possibilidade do erro nos processos do conhecimento e trabalhar para a elaboração de saberes capazes da crítica e da autocrítica, abertos, reflexivos e auto-reflexivos, eis o antídoto que permitirá a detecção e correção dos erros e das ilusões do conhecimento, que possibilitará a busca da verdade, em toda a sua complexidade, nos libertando do ceticismo imobilizador, e que nos ensinará a conviver com as idéias e não ser por elas possuídos. A educação do futuro nos preparará para enfrentarmos as incertezas e as cegueiras do conhecimento.
Contribuição de Vanilda Ensinar a Condição Humana A educação do futuro deverá ser o ensino primeiro e universal, centrado na condição humana. Estamos na era planetária; uma aventura comum conduz os seres humanos, onde quer que se encontrem. Estes devem reconhecer-se em sua humanidade comum e ao mesmo tempo reconhecer a diversidade cultural inerente a tudo que é humano. Conhecer o humano é, antes de mais nada, situá-lo no universo, e não separá-lo dele. Todo conhecimento deve contextualizar seu objeto, para ser pertinente. “ Quem somos? ” é inseparável de “ Onde estamos? ”, “ De onde viemos? ”, “ Para onde vamos? ” Interrogar nossa condição humana implica questionar primeiro nossa posição no mundo. O fluxo de conhecimentos, no final do século XX, traz nova luz sobre a situação do ser humano no universo. Os progressos concomitantes da cosmologia, das  ciências da Terra, da ecologia, da biologia, da pré-história, nos anos 1960-1970, modificaram as idéias sobre o Universo, a Terra, a Vida e sobre o próprio Homem.  Mas estas contribuições permanecem ainda desunidas. O humano continua esquartejado, partido como pedaços de um quebra-cabeça ao qual falta uma peça.
Aqui se apresenta um problema  epistemológico : é impossível conceber a unidade complexa do ser humano pelo pensamento disjuntivo, que concebe nossa humanidade de maneira insular, fora do cosmos que a rodeia, da matéria física e do espírito do qual somos constituídos, bem como pelo pensamento redutor, que restringe a unidade humana a um substrato puramente bioanatômico. As ciências humanas são elas próprias fragmentadas e compartimentadas. Assim, a complexidade humana torna-se invisível e o homem desvanece “como um rastro na areia”. Além disso, o novo saber, por não ter sido religado, não é assimilado nem integrado. Paradoxalmente assiste-se ao agravamento da ignorância do todo, enquanto avança o conhecimento das partes. Disso decorre que, para a educação do futuro, é necessário promover grande remembramento dos conhecimentos oriundos das ciências naturais, a fim de situar a condição humana no mundo, dos conhecimentos derivados das ciências humanas para colocar em evidência a multidimensionalidade e a complexidade humanas, bem como integrar (na educação do futuro) a contribuição inestimável das humanidades, não somente a filosofia e a história, mas também a literatura, a poesia, as artes...
Enraizamento / Desenraizamento do Ser Humano Devemos reconhecer nosso duplo enraizamento no cosmos físico e na esfera viva e, ao mesmo tempo, nosso desenraizamento propriamente humano. Estamos simultaneamente dentro e fora da natureza. A condição cósmica Abandonamos recentemente a idéia do Universo ordenado, perfeito, eterno pelo universo nascido da irradiação, em devenir disperso, onde atuam, de modo complementar, concorrente e antagônico, a ordem, a desordem e a organização. Encontramo-nos no gigantesco cosmos em expansão, constituído de bilhões de galáxias e de bilhões e bilhões de estrelas. Aprendemos que nossa Terra era um minúsculo pião que gira em torno de um astro errante na periferia de pequena galáxia de subúrbio. As partículas de nossos organismos teriam aparecido desde os primeiros segundos de existência de nosso cosmo há (talvez?) quinze bilhões de anos; nossos átomos de carbono formaram- se em um ou vários sóis anteriores ao nosso; nossas moléculas agruparam-se nos primeiros tempos convulsivos da Terra; estas macromoléculas associaram-se em turbilhões dos quais um, cada vez mais rico em diversidade molecular, se metamorfoseou em organização de novo tipo, em relação à organização estritamente química: uma auto-organização viva. A epopéia cósmica da organização, continuamente sujeita às forças da desorganização e da dispersão, é também a epopéia da religação que, sozinha, impediu que o cosmos se dispersasse ou se desvanecesse ao nascer. No seio da aventura cósmica, no ápice do desenvolvimento prodigioso de um ramo singular da auto-organização viva, prosseguimos a aventura à nossa maneira.
A condição física Uma porção de substância física organizou-se de maneira termodinâmica sobre a Terra; por meio de imersão marinha, de banhos químicos, de descargas elétricas, adquiriu Vida. A vida é solar: todos os seus elementos foram forjados em um sol e reunidos em um planeta cuspido pelo Sol: ela é a transformação de uma torrente fotônica resultante de resplandecentes turbilhões solares. Nós, os seres vivos, somos um elemento da diáspora cósmica, algumas migalhas da existência solar, um diminuto broto da existência terrena. A condição terrestre Pertencemos ao destino cósmico, porém estamos marginalizados: nossa Terra é o terceiro satélite de um sol destronado de seu posto central, convertido em astro pigmeu errante entre bilhões de estrelas em uma galáxia periférica de um universo em expansão... Nosso planeta agregou-se há cinco bilhões de anos, a partir, provavelmente, de detritos cósmicos resultantes da explosão de um sol anterior, e há quatro bilhões de anos a organização viva emergiu de um turbilhão macromolecular em meio a tormentas e convulsões telúricas. A Terra autoproduziu-se e auto-organizou-se na dependência do Sol; constituiu-se em complexo biofísico a partir do momento em que se desenvolveu a biosfera. Somos a um só tempo seres cósmicos e terrestres. A vida nasceu de convulsões telúricas, e sua aventura correu perigo de extinção ao menos por duas vezes (no fim da era primária e durante a secundária). Desenvolveu-se não apenas em diversas espécies, mas também em ecossistemas em que as predações e devorações constituíram a cadeia trófica de dupla face: a da vida e a da morte. Nosso planeta erra no cosmo. Devemos assumir as conseqüências da situação marginal, periférica que é a nossa. Como seres vivos deste planeta, dependemos vitalmente da biosfera terrestre; devemos reconhecer nossa identidade terrena física e biológica.
reconhecer nossa identidade terrena física e biológica. 1.4 A condição humana A importância da hominização é primordial à educação voltada para a condição humana, porque nos mostra como a animalidade e a humanidade constituem, juntas, nossa condição humana. A antropologia pré-histórica mostra-nos como a hominização é uma aventura de milhões de anos, ao mesmo tempo descontínua — surgimento de novas espécies: habilis, erectus, neanderthal, sapiens, e desaparecimento das precedentes, aparecimento da linguagem e da cultura — e contínua, no sentido de que prossegue em um processo de bipedização, manualização, erguimento do corpo, cerebralização, juvenescimento (o adulto que conserva os caracteres não-especializados do embrião e os caracteres psicológicos da juventude), de complexificação social, processo durante o qual aparece a linguagem propriamente humana, ao mesmo tempo que se constitui a cultura, capital adquirido de saberes, de fazeres, de crenças e mitos transmitidos de geração em geração... A hominização conduz a novo início. O hominídeo humaniza-se. Doravante, o conceito de homem tem duplo princípio; um princípio biofísico e um psico-sócio-cultural, um remetendo ao outro. Somos originários do cosmos, da natureza, da vida, mas, devido à própria humanidade, à nossa cultura, à nossa mente, à nossa consciência, tornamo-nos estranhos a este cosmos, que nos parece secretamente íntimo. Nosso pensamento e nossa consciência fazem-nos conhecer o mundo físico e distanciam-nos dele. O próprio fato de considerar racional e cientificamente o universo separa-nos dele. Desenvolvemo-nos além do mundo físico e vivo. É neste “além” que tem lugar a plenitude da humanidade. À maneira de ponto do holograma,
trazemos no seio de nossa singularidade não somente toda a humanidade e toda a vida, mas também quase todo o cosmos, incluindo seu mistério que, sem dúvida, jaz no fundo da natureza humana. Mas não somos seres que poderiam ser conhecidos e compreendidos unicamente a partir da cosmologia, da física, da biologia, da psicologia... Conclusão : O conjunto das reflexões atuais sobre a reforma do sistema educacional, da educação básica e a formação de professores, requer dois investimentos cognitivos que se complementam: o exercício de um diálogo capaz de articular nossas competências e a escolha de meta-temas e princípios que exponham, com clareza, o ideário da educação que queremos. Desse ponto de vista, é necessário expor, problematizar e avaliar se a produção do conhecimento de que dispomos como herança histórico-cultural, responde, de maneira satisfatória, aos problemas que emergem na sociedade contemporânea, marcados pela relação de complementaridade e oposição entre ciência, tecnologia e meio ambiente. Mais que isso, interessa perguntar se nossa prática como educador nos permite projetar e construir as bases de uma sociedade futura. Abrir as especialidades, prover métodos de pensar que rejuntem conhecimentos e reconstruir um sujeito capaz de problematizar a condição humana parecem ser o protocolo básico para repensar a educação. Uma reforma do pensamento (E. Morin), orientada pela desconstrução e reconstrução dos atuais modelos cognitivos (H. Atlan), certamente facilitará a escolha de fatos portadores de sentido (J. Rosnay) que possam fazer da educação o ensino da condição humana em sintonia com os domínios do mundo que fundam essa condição.
Contribuição de Vera Ensinar a identidade Terrena A maneira como trato o ambiente em que vivo, traduz o respeito que tenho por mim mesmo . Esta afirmativa, aparentemente óbvia, resume de maneira clara e objetiva que a qualidade de vida do ser humano será diretamente proporcional a qualidade da sua relação com tudo que o cerca. Quer seja dentro do âmbito familiar, onde a relação emocional é prevalece buscando o equilíbrio entre as obrigações, responsabilidades e o prazer do convívio afetivo, quer seja  no trabalho, onde a racionalidade predispondo a obtenção do melhor resultado, flexibiliza a percepção do equilíbrio, privilegiando a maior carga de trabalho em relação aos resultados.  Desde o seu pequeno “casulo” até a imensidão do planeta, serão as suas escolhas que transformarão a Terra, com todos os naturais desequilíbrios de um planeta em constante evolução, em um lugar onde a capacidade de adaptação do ser humano será um fator preponderante para as tentativas de preservação da espécie. Talvez, estes desencontros de valores nas mais diversas áreas façam parte do processo seletivo, onde a busca, aparentemente desordenada, sejam ensaios na obtenção de modelos flexíveis a ponto de suportar pressões antagônicas.   " Pela primeira vez o homem compreendeu realmente que é um habitante do planeta e, talvez deva pensar ou agir sob novo aspecto, não somente sob o de indivíduo, família ou gênero Estado ou grupo de Estados , mas também sob o aspecto planetário."(Groethuysen) Desde o século XX encontramo-nos na fase da mundialização e entramos a partir do século XXI na era planetária.
Porém, quanto mais somos envolvidos pelo mundo, mais difícil para nós é apreendê-lo,mesmo sabendo-se que é importante que entender a condição humana no mundo e a condição do mundo em relação aos humanos. E aí surgem os problemas, os desequilíbrios e a procura pelas diversas formas de equilíbrio e pelas causas dos desequilíbrios .(Jean Piaget) Sabemos que a Terra é um sistema que precisa ser sustentado a qualquer custo, pois o destino do homem está ligado  ao destino da Terra   e ao da Natureza que forma, também um sistema onde o ser humano está inserido  .  O homem muitas vezes parece esquecer que faz parte desse conjunto Na tentativa de dominar a Natureza o homem acaba por entender que deve aprender a conviver com ela ,compreendendo que seres humanos não são superiores ao demais seres vivos , mas que deve haver igualdade e respeito entre as espécies. Porém, precisa ainda reconhecer as tradições  e memórias como partes importantes e imutáveis desses sistemas  ao invés  de tentar construir uma comunidade nacional globalizada. Precisa ser humilde e aceitar que o surgimento do ser humano sobre a Terra é apenas uma das etapas da história do Universo .È imperativo o reconhecimento da Terra como Pátria . È claro que todo ser humano tem direito a uma nacionalidade , porém, como habitante da Terra ele é um ser transnacional O duplo imperativo antropológico impõe-se : salvar a  unidade humana e salvar a diversidade humana em resumo –salvar a Terra. Desenvolver nossas identidades  a um só tempo concêntricas e plurais. A Religação deve substituir a disjunção  e apelar à "simbiosofia" , que é a sabedoria de viver junto. (Edgar Morin)
A história humana começou com a diáspora planetária que afetou todos os continentes , em seguida entrou , nos tempos modernos , na era planetária da comunicação entre os diversos fragmentos  da diáspora humana. Não foram produzidas cisões genéticas : pigmeus, negros,amarelos , índios  e brancos vêem da mesma espécie . Mas houve o surgimento de uma extraordinária diversidade de línguas ,culturas,destinos, fontes de inovação e de criação em todos os domínios . A riqueza de humanidade reside , portanto, na sua diversidade criadora, mas a fonte de sua criatividade está em sua unidade geradora. E isto o ser humano não pode nem deve mudar. Porém, a mundialização está aí, implantada e , é sem dúvida, unificadora quando o europeu , por exemplo, acorda, ouvindo uma rádio japonesa e recebe notícias de um golpe de Estado no Paraguai ,tomando um chá da Tailândia , e veste camiseta americana ,  por baixo de uma camisa fabricada em Toulon, come melões de Guadalupe com bananas do Brasil,etc...etc... ; porém, pode ser também conflituosa  pois embora o mundo se torne cada vez mais uno,ao mesmo tempo cada vez mais se divide. Os antagonismos entre nações , religiões, entre laicização  e religião,  modernidade e tradição, democracia e ditadura, ricos e pobres  Oriente e Ocidente, Norte e sul, nutrem-se uns aos outros  e a eles mesclam-se interesses estratégicos e econômicos  antagônicos das grandes potências  e das multinacionais voltadas para o lucro.Estes antagonismos estão ´presentes e interferem na grande área sísmica do globo exasperando as rivalidades e negações de toda ordem.
O legado do Século XX _ As armas nucleares -  Possibilidade de extinção global. O potencial de aniquilamento acompanha daqui em diante a marcha da humanidade.O século XX pareceu dar razão á fórmula segundo a qual a evolução humana é o crescimento do poderio da morte, não só a das guerras, mas também ás das armas termonucleares e a morte ecológica. Descobrimos que os dejetos , as emanações e as exalações do nosso desenvolvimento técnico-industrial urbano degradam a biosfera e ameaçam envenenar irremediavelmente o meio vivo. Por outro lado , as forças de morte que acreditávamos em via de extinção reapareceram ou rebelaram-se e nos invadiram como o vírus da AIDS e outros que se tornaram resistentes aos antibióticos através do uso exacerbado em nossos alimentos. E o que falar então das drogas que aniquilam nossa juventude? Estranho é que a civilização nascida no Ocidente , soltando suas amarras com o passado, acreditava dirigir-se para o futuro e para o progresso. Se a modernidade for definida como fé incondicional no progresso, na tecnologia , na ciência e no desenvolvimento econômico , esta modernidade estará mortapois vimos , por exemplo, que a civilização do bem estar pode gerar ao mesmo tempo o mal estar.
A Esperança –  A Cidadania Terrestre Acreditando na boa vontade dos homens , na sua criatividade,  em seus sentimentos , na sua necessidade de sobrevivência e na sua inteligência , percebe-se que não se pode desistir e certamente, a escola que ao mesmo tempo transmite o antigo e se abre para o novo será responsável pela mudança de paradigmas e pela sobrevivência da esperança. È possível mudar o curso dos acontecimentos quando se observa que apesar do legado negativo, paralelamente o século XX também nos deixou contracorrentes positivas  como: __ A contracorrente ecológica que todos vivenciamos diariamente e que mostra que é possível uma vida sustentável. __ A contracorrente de resistência á vida prosaica puramente utilitária e a busca pela vida saudável e poética dedicada ao amor e aos bons sentimentos. __ A contracorrente da resistência ao consumismo padronizado __ A contracorrente , ainda não muito clara, sobre a ditadura do dinheiro. __ A contracorrente ainda muito fraca contra as drogas e a violência que tenta pacificar almas e mentes. Isso e muito mais se contarmos ainda com a inesgotável crença no amor humano em contrapartida com a carência afetiva, a indiferença, a dureza e a crueldade. O princípio da esperança é restaurado pela consciência antropológica e ecológica reconhecendo nossa estreita união com nosso planeta. Civilizar e solidarizar a Terra , transformar a espécie humana em verdadeira humanidade é desafio global de toda educação. Por isso , a educação do futuro deverá ensinar a  Ètica da Educação Planetária.
http:// www.youtube.com/watch?v = sTGPxWOoeyI http:// www.youtube.com/watch?v =C0RyOmLZ4aE&feature=related Sobre ensinar a identidade terrena http://www.youtube.com/watch?v=7Q0greLG1YU   http:// www.youtube.com/watch?v =n_xbJ9zxiK8&feature=related Sobre ensinar a condição humana http:// www.youtube.com/watch?v =tlZxrFp8cBA&feature=related Sobre conhecimento pertinente
Contribuição de Maria da Graças ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
A partir dai, é importante verificar que a sociedade atual processa as rápidas mudanças sociais de forma mais superficial, sem, contudo ter tempo de fazer um investimento no aprofundamento. Sabe-se muito superficialmente e pouco profundamente. A globalização encurta distâncias entre as pessoas ao mesmo tempo em que a distancia sócio-economicamente é cada vez maior. Os especialistas estão muito mais em voga atualmente que os generalistas, em vários segmentos. Considerando a relação da sociedade atual com o conhecimento, é importante focar no quê e como se aprende na escola, a validade e aplicabilidade desses conhecimentos na vida desse aprendiz. Conhecimentos reais que possibilitem alicerçar novos conhecimentos. Cercar o homem de oportunidades reais de aprendizagem dentro da escola, em todas as disciplinas comprometendo-o com a construção do próprio conhecimento; Pouco se investe, ou menos se investe em formação reflexiva que vise o SER. O TER tem lugar de destaque na sociedade. Ações de resgate de valores éticos e morais precisam estar contemplados nos conteúdos escolares e aplicados em ações pedagógicas. A alfabetização emocional precisa estar presente nessas ações oportunizando ao homem tornar consciente suas próprias dificuldades, e trabalhar para ultrapassá-las como parte de um processo de auto-avaliação e, consequentemente, de melhor compreensão do outro e do mundo onde vive. Atitudes e comportamentos que dêem condição ao homem de reconhecer etapas e construções passíveis de erros, seu reconhecimento e reconstruções de caminhos buscando sempre o fortalecimento de sua identidade como cidadão no mundo e do mundo. Dessa forma os conteúdos devem ter caráter transdisciplinar convergidos para a visão holística desse homem em formação. A compreensão de sua presença no mundo como um ser responsável, numa visão de higiene e educação coletivas, torna o ser mais sociável a situações de convívio social. Ter claro que a essência antropológica o impulsiona ao meio social e que esse meio deve ser harmônico, não harmônico no sentido de concordância plena, mas de diferenças superadas sem prejuízo para personalidades exacerbadas.  A proposta de ação pedagógica estaria embasada em novas relações homem/homem e no tripé professor/conteúdo/ aluno ou saber/conhecimento/aprender.
Documento proposta- Grupo I ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
Através da breve reflexão, embasado nos Pilares de Delors e nos Saberes de Morin,  este grupo  apresenta sugestões de ações estratégicas e políticas  públicas que, minimamente, fortaleçam o papel do professor em um mundo globalizado e complexo mediado pelas tecnologias e considera que a educação do futuro deverá ser o ensino primeiro e universal, centrado na  condição   humana.   Estamos na era planetária, uma aventura comum conduz os seres humanos, onde quer que se encontrem. Estes devem reconhecer-se em sua humanidade comum e ao mesmo tempo reconhecer a  diversidade cultural  inerente a tudo que é humano. Os progressos concomitantes da cosmologia, das ciências da Terra, da ecologia, da biologia, da pré-história, nos anos 1960-1970, modificaram as idéias sobre o Universo, a Terra, a Vida e sobre o próprio Homem. Mas estas contribuições permanecem ainda desunidas. O humano continua esquartejado, partido como pedaços de um quebra-cabeça ao qual falta uma peça. O conjunto das reflexões atuais sobre  a  reforma do sistema educacional, da educação básica e a   formação de professores ,  requer dois investimentos cognitivos  que se complementam: o  exercício de um diálogo capaz de articular nossas competências e a   escolha de meta-temas e princípios que exponham, com clareza, o ideário da educação que   queremos .  Desse ponto de vista, é necessário  expor, problematizar e avaliar se a produção do conhecimento de que dispomos como herança histórico-cultural, responde, de maneira satisfatória, aos problemas que emergem na sociedade contemporânea, marcados pela relação de complementaridade e oposição entre ciência, tecnologia e meio ambiente .   .  Mais que isso, interessa perguntar se nossa prática como educador nos permite projetar e construir as bases de uma sociedade futura.
O conhecimento humano comporta em si mesmo e de forma permanente a possibilidade do  erro  e da  ilusão .  Erros mentais, erros intelectuais, erros da razão,  cegueiras do   conhecimento   paradigmáticas que nos impedem de distinguir o real do alucinatório, o objetivo do subjetivo, o sonho da vigília. . Nossa estrutura psíquica é dotada de mecanismos de autojustificativa que projetam nos outros nossos erros. A mentira para si próprio  ( self-deception) é, para Morin, inesgotável fonte de  erros e de ilusões.  Encontramos no campo da cognição, teorias, conceitos e doutrinas que protegem seus erros com aparência intelectual, com a couraça da autoridade da ciência e sob a égide da “razão”. A educação do futuro ,  cuja construção é uma tarefa que se inicia no presente,  deverá  estar consciente da possibilidade do erro nos processos do conhecimento e trabalhar para a elaboração de saberes capazes da crítica e da autocrítica, abertos, reflexivos e auto-reflexivos, eis o antídoto que permitirá a detecção e correção dos erros e das ilusões do conhecimento, que possibilitará a busca da verdade, em toda a sua complexidade, nos libertando do ceticismo imobilizador. A era planetária necessita situar tudo no contexto e no complexo planetário.  O conhecimento do mundo como mundo é necessidade ao mesmo tempo intelectual e vital.  Faz-se necessário  a reforma do pensamento.   A educação do futuro, é fundamental para resolver a questão dos saberes desunidos, divididos, fragmentados, compartimentados e, de outro, as realidades ou problemas cada vez mais multidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais, globais e planetários.
Para que o  conhecimento seja pertinente ,  a educação deverá evidenciar o  contexto   situando as informações e os dados em seu contexto para que adquiram sentido;  o  global   que é mais que o contexto, é o conjunto das diversas partes ligadas a ele de modo inter-retroativo ou organizacional;  o  multidimensional :  o ser humano é ao mesmo tempo biológico, psíquico, social, afetivo e racional. A sociedade comporta as dimensões histórica, econômica, sociológica, religiosa... O  conhecimento pertinente  deve reconhecer esse caráter multidimensional e nele inserir estes dados,  não se poderia isolar uma parte do todo, mas as partes umas das outras; o  complexo :  deve enfrentar a complexidade,  Complexus ,   significa o que foi tecido junto; de fato, há complexidade quando elementos diferentes são inseparáveis constitutivos do todo, e há um tecido interdependente, interativo e inter-retroativo entre o objeto de conhecimento e seu contexto, as partes e o todo, o todo e as partes, as partes entre si. A complexidade é a   união  entre  a unidade e   a multiplicidade. A maneira como trato o ambiente em que vivo, traduz o respeito que tenho por mim mesmo.  Desde o seu pequeno “casulo” até a imensidão do planeta, serão as suas escolhas que transformarão a Terra, com todos os naturais desequilíbrios de um planeta em constante evolução, em um lugar onde a capacidade de adaptação do ser humano será um fator preponderante para as tentativas de preservação da espécie. Precisa ser humilde e aceitar que o surgimento do ser humano sobre a Terra é apenas uma das etapas da história do Universo .È imperativo o reconhecimento da Terra como Pátria . È claro que todo ser humano tem direito a uma nacionalidade , porém, como habitante da Terra ele é um ser   transnacional
O duplo imperativo antropológico impõe-se: salvar a  unidade humana e salvar a diversidade humana em resumo –salvar a Terra. Desenvolver nossas identidades  a um só tempo concêntricas e plurais. Os antagonismos entre nações, religiões, entre laicização  e religião,  modernidade e tradição, democracia e ditadura, ricos e pobres,  Oriente e Ocidente, Norte e sul, nutrem-se uns aos outros  e a eles mesclam-se interesses estratégicos e econômicos  antagônicos das grandes potências  e das multinacionais voltadas para o lucro. Estes antagonismos estão ´presentes e interferem na grande área sísmica do globo exasperando as rivalidades e negações de toda ordem. Como legado do Século XXI, estão a possibilidade de extinção global  das  armas nucleares e a cidadania terrestre como esperança.  A  escola  que ao mesmo tempo transmite o antigo e se abre para o novo será responsável pela mudança de paradigmas e pela sobrevivência da esperança. Civilizar e solidarizar a Terra, transformar a espécie humana em verdadeira humanidade é desafio global de toda educação. Por isso , a educação do futuro deverá ensinar a Ètica da  Educação Planetária .  Vídeo: Os sete saberes necessários à Educação do futuro. http://www.youtube.com/watch ? v=sTGPxWOoeyI
Para Jacques Delors, a analogia com a prática pedagógica se mostra quando diz que a educação deve preocupar-se em desenvolver quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo os pilares do conhecimento: aprender  a conhecer , indica o interesse, a abertura para conhecimento, que verdadeiramente liberta da ignorância; aprender  a fazer , mostra a coragem de executar, de correr riscos, de errar mesmo na busca de acertar; aprender  a conviver , aqui temos o desafio da convivência que apresenta o respeito a todos e o exercício de fraternidade como caminho do entendimento e, finalmente; aprender  a ser , visto, talvez, como o mais importante, por explicitar aí o papel do cidadão e o objetivo de viver. Presenciamos um momento muito importante em nosso país, o da demanda por educação, que ao crescer, faz com que sociedade e instituições, em uníssono, movimentem-se no atendimento a esta urgência nacional. Esta é uma tarefa importante e é isso que se espera que o  Brasil  faça. Temos materiais e temos idéias. É preciso pôr em prática todos os estudos e projetos para a modernização da educação. Para mudar nossa história e lograr conquistas precisamos ousar em cortar as cordas que impedem o próprio crescimento, exercitar a cidadania plena, aprender a usar o poder da visão crítica, entender o contexto desse mundo, ser o ator da própria história, cultivar o sentimento de solidariedade, lutar por uma sociedade mais justa e solidária e, acima de tudo, acreditar sempre no poder transformador da Educação.
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Sobre ensinar a identidade terrena http:// www.youtube.com/watch?v =7Q0greLG1YU   Sobre esinar a condição humana http:// www.youtube.com/watch?v =n_xbJ9zxiK8&feature=related

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Saberes e Pilares da Educação -PUC RJ
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Você sabe o que é educação?
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A ciência e os avanços em sistemas de educação
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Grupo I

  • 1. Contribuições dos Integrantes do Grupo I e Documento Proposta para Elaboração do Seminário Virtual da Disciplina de Informática e Sociedade
  • 2. Contribuição de Oilas Os Quatro Pilares da Educação Jaques Delors Aprender a Ser “ Aprender a ser, para melhor desenvolver a sua personalidade e estar à altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, de discernimento e de responsabilidade pessoal. Para isso, não negligenciar na educação nenhuma das potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar-se.” O mundo globalizado, impregnado pelo avanço tecnológico e dominado pelo poder midiático, socializa os saberes e as informações de todos os tipos à todos os cantos do planeta. A evolução das sociedades e o avanço das tecnologias trazem para a educação um novo olhar, mais do que ensinar conceitos outrora desenvolvidos, a educação do século XXI deve primordialmente contribuir para o “Aprender a Ser”. Isso significa que além de preparar as crianças para a sociedade em que vivem, a escola deve “fornecer-lhes constantemente forças e referências intelectuais que lhes permitam compreender o mundo que as rodeia e comportar-se nele como autores responsáveis e justos”. Neste novo contexto social, a educação tem um papel essencial, que é o de “conferir a todos seres humanos a liberdade de pensamento, discernimento, sentimentos e imaginação de que necessitam para desenvolver seus talentos e permanecerem, tanto quanto possível, donos do seu próprio destino.”
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  • 6. Aprender a fazer, a fim de adquirir, não somente uma qualificação profissional mas, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Mas também aprender a fazer, no âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho que se oferecem aos jovens e adolescentes, quer espontaneamente, fruto do contexto local ou nacional, quer formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho. Aprender a viver juntos desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências - realizar projetos comuns e preparar-se para gerir conflitos - no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da pazAprender a ser, para melhor desenvolver a sua personalidade e estar à altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, de discernimento e de responsabilidade pessoal. Para isso, não negligenciar na educação nenhuma das potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar-se. Numa altura em que os sistemas educativos formais tendem a privilegiar o acesso ao conhecimento, em detrimento de outras formas de aprendizagem, importa conceber a educação como um todo. Esta perspectiva deve, no futuro, inspirar e orientar as reformas educativas, tanto em nível da elaboração de programas como da definição de novas políticas pedagógicas. Desde o início de seus trabalhos que os membros da Comissão compreenderam que seria indispensável, para enfrentar os desafios do próximo século, assinalar novos objetivos à educação e, portanto, mudar a idéia que se tem da sua utilidade.
  • 7. Uma nova concepção ampliada de educação devia fazer com que todos pudessem descobrir, reanimar e fortalecer o seu potencial criativo - revelar o tesouro escondido em cada um de nós. Isto supõe que se ultrapasse a visão puramente instrumental da educação e se passe a considerá-la em toda sua plenitude, proporcionalizaria a realização da pessoa que, na sua totalidade aprende a ser. A educação deve transmitir, de fato, de forma maciça e eficaz, cada vez mais saberes e saber/fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, pois são as bases das competências do futuro. À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permita navegar através dele. Nessa visão prospectiva, uma resposta puramente quantitativa à necessidade insaciável a educação - uma bagagem escolar cada vez mais pesada - já não é possível nem mesmo adequada. Não basta, de fato, que cada um acumule no começo da vida uma determinada quantidade de conhecimentos de que possa abastecer-se indefinidamente. É, antes, necessário estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos, e de se adaptar a um mundo de mudanças. Mas, em regra geral, o ensino formal orienta-se, essencialmente, se não exclusivamente, para o aprender a conhecer e, em menor escala, para o aprender a fazer. Ora, a Comissão pensa que cada um dos “quatro pilares do conhecimento” deve ser objeto de atenção igual por parte do ensino estruturado, a fim de que a educação apareça como uma experiência global a levar ao longo de toda a vida, para o indivíduo enquanto pessoa e membro da sociedade.
  • 8. Primeiro Pilar da Educação “ Aprender a conhecer” Este tipo de aprendizagem visa o domínio dos próprios instrumentos do conhecimento e pode ser considerado, simultaneamente, como um meio e uma finalidade da vida humana. Meio, porque se pretende que cada um aprenda a compreender o mundo que o rodeia, pelo menos na medida em que isso lhe é necessário para viver dignamente, para desenvolver as suas capacidades profissionais, para comunicar. Finalidade, porque seu fundamento é o prazer de compreender, de conhecer, de descobrir. Apesar dos estudos sem utilidade imediata estarem desaparecendo, a tendência para prolongar a escolaridade e o tempo livre deveria levar os adultos a apreciar cada vez mais, as alegrias do conhecimento e da pesquisa individual. O aumento dos saberes, que permite compreender melhor o ambiente sob os seus diversos aspectos, favorece o despertar da curiosidade intelectual, estimula o sentido crítico e permite compreender o real, mediante a aquisição de autonomia na capacidade de discernir. Deste ponto de vista, é essencial que cada criança, esteja onde estiver, possa ter acesso, de forma adequada, às metodologias científicas de modo a tornar-se para toda a vida “amiga da ciência”.
  • 9. Em nível do ensino secundário e superior, a formação inicial deve fornecer a todos os alunos instrumentos, conceitos e referências resultantes dos avanços das ciências e dos paradigmas do nosso tempo. Contudo, como o conhecimento é múltiplo e evolui infinitamente, torna-se cada vez mais inútil tentar conhecer tudo e, depois do ensino básico, a omnidisciplinaridade é uma piada. A especialização, porém, mesmo para futuros pesquisadores, não deve excluir a cultura geral. “Um espírito verdadeiramente formado, hoje em dia tem necessidade de uma cultura geral vasta e da possibilidade de trabalhar em profundidade determinado número de assuntos. Deve-se, do princípio ao fim do ensino, cultivar simultaneamente, estas duas tendências”: A cultura geral, enquanto abertura de outras linguagens e outros conhecimentos permitindo, antes de tudo, comunicar-se. A formação cultural, cimento das sociedades no tempo e no espaço, implicando na abertura a outros campos do conhecimento. Aprender para conhecer supõe, antes de tudo, aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento.
  • 10. Desde a infância, o jovem deve aprender a prestar atenção às coisas e às pessoas. A sucessão muito rápida de informações prejudicam de fato o processo de descoberta, que implica duração e aprofundamento de apreensão. Esta aprendizagem da atenção pode revestir formas diversas e tirar partido de várias ocasiões da vida. Por outro lado o exercício da memória é um antídoto necessário. Todos os especialistas concordam em que a memória deve ser treinada desde a infância, e que é errado suprimir da prática escolar, certos exercícios tradicionais, considerados como “chatos”. Finalmente, o exercício do pensamento ao qual a criança é iniciada, em primeiro lugar, pelos pais e depois pelos professores, deve comportar avanços e recuos entre o concreto e o abstrato. De acordo com as disciplinas ensinadas, um pode ser mais pertinente do que o outro, mas na maior parte das vezes o encadeamento do pensamento necessita da combinação dos dois. O processo de aprendizagem do conhecimento nunca está acabado, e pode enriquecer-se com qualquer experiência. A educação primária pode ser considerada bem sucedida se conseguir transmitir às pessoas o impulso e as bases que façam com que continuem a aprender ao longo de toda a vida, no trabalho, mas também fora dele.
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  • 12. Segundo Pilar da Educação “ Aprender a fazer” Aprender a conhecer e aprender a fazer são, em larga medida, indissociáveis. Mas a segunda aprendizagem esta mais estreitamente ligada à questão da formação profissional: como ensinar o aluno a pôr em pratica os seus conhecimentos e, também, como adaptar a educação ao trabalho futuro quando não se pode prever qual será a sua evolução? Convém, neste caso, distinguir as economias industriais onde domina o trabalho assalariado do trabalho das outras economias onde domina, ainda em grande escala, o trabalho independente ou informal. De fato, nas sociedades assalariadas que se desenvolveram ao longo do século XX, a substituição do trabalho humano pelas máquinas tornou-se cada vez mais imaterial e acentuou a importância dos serviços na atividade econômica. O futuro dessas economias depende, aliás, da sua capacidade de transformar o progresso dos conhecimentos em inovações geradoras de novas empresas e de novos empregos. Aprender a fazer não pode continuar a ter o significado simples de preparar alguém para uma tarefa material bem determinada, para fazê-lo fabricar alguma coisa. Como conseqüência, as aprendizagens devem evoluir e não podem mais serem consideradas como simples transmissão de práticas mais ou menos rotineiras
  • 13. Aprender a fazer, a fim de adquirir, não somente uma qualificação profissional, mas, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Mas também aprender a fazer no âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho que se oferecem aos jovens e adolescentes, quer espontaneamente, fruto do contexto local ou nacional, quer formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho. Indissociável do aprender a conhecer, que lhe confere as bases teóricas, o aprender a fazer refere-se essencialmente à formação técnico-profissional do educando. Consiste essencialmente em aplicar, na prática , os seus conhecimentos teóricos. Actualmente existe outro ponto essencial a focar nesta aprendizagem, referente à comunicação . É essencial que cada indivíduo saiba comunicar. Não apenas reter e transmitir informação mas também interpretar e seleccionar as torrentes de informação, muitas vezes contraditórias, com que somos bombardeados diariamente, analisar diferentes perspectivas, e refazer as suas próprias opiniões mediante novos factos e informações. Não basta preparar-se com cuidados para inserir-se no setor do trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito cooperativo e de humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição, gostar de uma certa dose de risco, saber comunicar-se e resolver conflitos e ser flexível. Aprender a fazer envolve uma série de técnicas a serem trabalhadas.
  • 15. Terceiro Pilar da Educação “ Aprender a conviver” Sem dúvida, esta aprendizagem representa, hoje em dia, um dos maiores desafios da educação. O mundo atual é, muitas vezes, um mundo de violência que se opõe à esperança posta por alguns no progresso da humanidade. A história humana sempre foi conflituosa, mas há elementos novos que acentuam o problema e, especialmente, o extraordinário potencial de autodestruição criado pela humanidade no decorrer do século XX. A opinião pública, através dos meios de comunicação social, torna-se observadora impotente e até refém dos que criam ou mantém conflitos. Até agora, a educação não pôde fazer grande coisa para modificar esta situação real. Poderemos conceber uma educação capaz de evitar os conflitos, ou de os resolver de maneira pacífica, desenvolvendo o conhecimento dos outros, das suas culturas, da sua espiritualidade? É de louvar a idéia de ensinar a não-violência na escola, mesmo que apenas constitua um instrumento, entre outros, para lutar contra os preconceitos geradores de conflitos. A tarefa é árdua porque, muito naturalmente, os seres humanos têm tendência a supervalorizar as suas qualidades e as do grupo que a pertencem,e a alimentar preconceitos desfavoráveis em relação aos outros.
  • 16. Por outro lado, o clima geral de concorrência que caracteriza, atualmente, a atividade econômica no interior de cada país, e sobretudo em nível internacional, them a tendência de dar prioridade ao espírito de competição e ao sucesso individual. De fato, esta competição resulta, atualmente em uma guerra econômica implacável e numa tensão entre os mais favorecidos e os pobres, que divide as nações do mundo e exacerba as rivalidades históricas. É de lamentar que a educação contribua, por vezes, para alimentar este clima, devido a uma má interpretação da idéia de emulação. Que fazer para mudar a situação? A experiência mostra que, para reduzir o risco, não basta pôr em contato e em comunicação membros de grupos de diferentes. Se, no seu espaço comum, estes diferentes grupos já entram em competição ou se o seu estatuto é desigual, um contato deste gênero pode, pelo contrário, agravar ainda mais as tensões latentes e degenerar em conflitos. Pelo contrário, se este contato se fizer num contexto igualitário, e se existirem objetivos e projetos em comuns, os preconceitos e a hostilidade latente podem desaparecer e dar lugar a uma cooperação mais serena e até amizade. Parece, pois, que a educação deve utilizar duas vias complementares: num primeiro nível, a descoberta progressiva do outro e num segundo nível, e ao longo de toda vida, a participação em projetos comuns, que parece ser um método eficaz para evitar ou resolver conflitos latentes.
  • 17. educação tem por missão, por um lado, transmitir conhecimentos sobre a diversidade da espécie humana e, por outro, levar as pessoas a tomar consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos do planeta. Desde tenra idade a escola deve, pois, aproveitar todas as ocasiões para esta dupla aprendizagem. Passando à descoberta do outro, necessariamente, pela descoberta de si mesmo, e por dar à criança e ao adolescente uma visão ajustada do mundo, a educação, seja ela dada pela família, pela comunidade ou pela a escola, deve antes de mais nada, ajudá-los a descobrir a si mesmos. Só então poderão, verdadeiramente, pôr-se no lugar dos outros e compreender as suas reações. Desenvolver esta atitude de empatia, na escola é muito útil para os comportamentos sociais ao longo de toda a vida. Ensinando, por exemplo, aos jovens a adotar a perspectiva de outros grupos étnicos ou religiosos podem evitar incompreensões geradoras de ódio e violência entre adultos. Assim, o ensino das histórias das religiões ou dos costumes pode servir de referência útil para futuros comportamentos. Por fim os métodos de estudo não devem ir contra este reconhecimento do outro. Os professores que, por dogmatismo, matam a curiosidade ou o espírito crítico dos seus alunos, em vez de o desenvolver, podem ser mais prejudiciais do que úteis. Esquecendo que funcionam como modelos, com esta sua atitude, arriscam-se a enfraquecer por toda vida, em seus alunos, a capacidade de abertura à alteridade e de enfrentar as inevitáveis tensões entre pessoas, grupos e nações. O confronto através do diálogo e da troca de argumentos é um dos instrumentos indispensáveis à educação do século XXI.
  • 18. Quando se trabalha em conjunto sobre projetos motivadores e fora do habitual, as diferenças e até os conflitos inter-individuais tendem a reduzir-se, chegando a desaparecer em alguns casos. Uma nova forma de identificação nasce destes projetos que fazem com que ultrapassem as rotinas individuais, que valorizam aquilo que é comum e não as diferenças. Graças à prática do desporto, por exemplo, quantas tensões entre classes sociais ou nacionalidades se transformaram, afinal, em solidariedade através de experiência e do prazer do esforço comum! A educação formal deve, pois, reservar tempo e ocasiões suficientes em seus programas para iniciar os jovens em projetos de cooperação, logo desde da infância, no campo das atividades desportivas e culturais, evidentemente, mas também estimulando a sua participação em atividades sociais: renovação de bairros, ajuda aos mais desfavorecidos, ações humanitárias, serviços de solidariedade entre gerações... As outras organizações educativas e associações devem, neste campo, continuar o trabalho iniciado pela escola. Por outro lado, na prática letiva diária, a participação de professores e alunos em projetos comuns podem dar origem à aprendizagem de métodos de resolução de conflitos e constituir uma referência para a vida futura dos alunos, enriquecendo a relação professor/alunos. http://www.youtube.com/watch ? v=EqZfwM2vbX0 Aprender a conviver / viver juntos
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  • 20. Quarto Pilar da Educação “ Aprender a ser” Segundo a Comissão, “a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa - espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade”. Todo ser humano deve ser preparado, especialmente graças à educação que recebe na juventude, para elaborar pensamentos autônomos e críticos e para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida. O relatório Aprender a ser (1972) exprimia, no preâmbulo, o temor da desumanização do mundo relacionada com a evolução técnica. Mais do que preparar as crianças para uma dada sociedade, o problema é fornecer-lhes constantemente forças e referências intelectuais que lhes permitam compreender o mundo que as rodeia e comportarem-se nele como autores responsáveis e justos. Mais do que nunca a educação parece ter, como papel essencial, conferir a todos os seres humanos a liberdade de pensamento, discernimento, sentimentos e imaginação de que necessitam para desenvolver seus talentos e permanecerem, tanto quanto possível, donos do seu próprio destino. Para reduzir a violência ou lutar contra os diferentes flagelos que afetam a sociedade os métodos inéditos retirados de experiências neste terreno já deram prova da sua eficácia.
  • 21. Num mundo em mudança, de que um dos principais motores parece ser a inovação tanto social como econômica, deve ser dada a importância especial a imaginação e à criatividade. O século XXI necessita desta diversidade de talentos e de personalidades, mas ainda de pessoas excepcionais, igualmente essenciais em qualquer civilização. Convém, pois, oferecer às crianças e aos jovens todas as ocasiões possíveis de descoberta e experimentação, que venham completar a apresentação atraente daquilo que, nestes domínios, foram capazes de criar as gerações que os procederam ou suas. Na escola, a arte e a poesia deveriam ocupar um lugar mais importante do que aquele que lhes é concedido, em muitos países, por um ensino tornado mais utilitarista do que cultural. A preocupação em desenvolver a imaginação e a criatividade deveria, também, revalorizar a cultura oral e os conhecimentos retirados da experiência da criança ou do adulto.
  • 22. Concluindo: Presenciamos um momento muito importante em nosso país, o da demanda por educação, que ao crescer, faz com que sociedade e instituições, em uníssono, movimentem-se no atendimento a esta urgência nacional. Esta é uma tarefa importante e é isso que se espera que o Brasil faça. Temos materiais e temos idéias. É preciso pôr em prática todos os estudos e projetos para a modernização da educação. Para mudar nossa história e lograr conquistas precisamos ousar em cortar as cordas que impedem o próprio crescimento, exercitar a cidadania plena, aprender a usar o poder da visão crítica, entender o contexto desse mundo, ser o ator da própria história, cultivar o sentimento de solidariedade, lutar por uma sociedade mais justa e solidária e, acima de tudo, acreditar sempre no poder transformador da Educação. Com base nessa visão dos quatro pilares do conhecimento, pode-se prever grandes conseqüências na educação. O ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conhecimento e que tem sido objeto de preocupação constante de quem ensina deverá dar lugar ao ensinar a pensar, saber comunicar-se e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e elaborações teóricas, ser independente e autônomo; enfim, ser socialmente competente. Uma educação fundamentada nos quatro pilares acima elencados sugere alguns procedimentos didáticos que lhe seja condizente, como:
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  • 24. Sugestão de leituras DELORS, Jacques (Coord.). Os quatro pilares da educação. In: Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortezo. p. 89-102. FREIRE, Paulo; FAUNDEZ, Antonio. Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. RODRIGUES, Zuleide Blanco. Os quatro pilares de uma educação para o século XXI e suas implicações na prática pedagógica.
  • 25. Contribuição de Nelma OS PRINCÍPIOS DO CONHECIMENTO PERTINENTE A era planetária necessita situar tudo no contexto e no complexo planetário. O conhecimento do mundo como mundo é necessidade ao mesmo tempo intelectual e vital. E surgem questionamentos: como ter acesso às informações sobre o mundo e como ter a possibilidade de articulá-las e organizá-las? Como perceber e conceber o Contexto, o Global ( a relação todo/ partes), o Multidimensional, o Complexo? Faz-se necessário a reforma do pensamento. E é a questão fundamental da educação, já que se refere a nossa aptidão para organizar o conhecimento. A educação do futuro, é fundamental para resolver a questão dos saberes desunidos, divididos, fragmentados, compartimentados e, de outro, as realidades ou problemas cada vez mais multidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais, globais e planetários. Para que o conhecimento seja pertinente, a educação deverá tornar o contexto, o global, o multidimensional e o complexo evidentes. O contexto É preciso situar as informações e os dados em seu contexto para que adquiram sentido. O GLOBAL ( as relações entre o todo e as partes) O global é mais que o contexto, é o conjunto das diversas partes ligadas a ele de modo inter-retroativo ou organizacional. É preciso efetivamente recompor o todo para conhecer as partes.
  • 26. O multidimensional O ser humano é ao mesmo tempo biológico, psíquico, social, afetivo e racional. A sociedade comporta as dimensões histórica, econômica, sociológica, religiosa... O conhecimento pertinente deve reconhecer esse caráter multidimensional e nele inserir estes dados: não apenas não se poderia isolar uma parte do todo, mas as partes umas das outras. O complexo O conhecimento pertinente deve enfrentar a complexidade. Complexus significa o que foi tecido junto; de fato, há complexidade quando elementos diferentes são inseparáveis constitutivos do todo, e há um tecido interdependente, interativo e inter-retroativo entre o objeto de conhecimento e seu contexto, as partes e o todo, o todo e as partes, as partes entre si. A complexidade é a união entre a unidade e a multiplicidade. A inteligência geral Quanto mais poderosa é a inteligência geral, maior é a sua faculdade de tratar de problemas especiais. A educação deve favorecer aptidão natural da mente em formular e resolver problemas essenciais e, de forma correlata, estimular o uso total da inteligência geral. Na missão de promover a inteligência geral dos indivíduos, a educação do futuro deve ao mesmo tempo utilizar os conhecimentos existentes, superar as antinomias decorrentes do progresso nos conhecimentos especializados e identificar a falsa racionalidade.
  • 27. A antinomia Os progressos do conhecimento estão dispersos, desunidos, devido justamente à especialização que muitas vezes fragmenta os contextos, as globalidades e as complexidades. As mentes formadas pelas disciplinas perdem suas aptidões naturais para contextualizar os saberes, do mesmo modo que para integrá-los em seus conjuntos naturais. OS PROBLEMAS ESSENCIAIS DISJUNÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO FECHADA A hiperespecialização impede tanto a percepção do global ( que ela fragmenta em parcelas), quanto do essencial ( que ela dissolve). REDUÇÃO E DISJUNÇÃO O princípio de redução leva naturalmente a restringir o complexo ao simples. A incapacidade de organizar o saber disperso e compartimentado conduz à atrofia da disposição mental natural de contextualizar e de globalizar. A falsa racionalidade O parcelamento e a compartimentação dos saberes impedem apreender “ o que está tecido junto”. Trata-se de entender o pensamento que separa e que reduz, no lugar do pensamento que distingue e une. Não se trata de abandonar o conhecimento das partes pelo conhecimento das totalidades, nem da análise pela síntese; é preciso conjugá-las. Existem desafios da complexidade com os quais os desenvolvimentos próprios de nossa era planetária nos confrontam inelutavelmente. http://www.youtube.com/watch?v=m08sChqOgYk http://www.youtube.com/watch?v=C0RyOmLZ4aE Nelma Bernardes
  • 28. Contribuição de Fátima As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão O conhecimento humano comporta em si mesmo e de forma permanente a possibilidade do erro e da ilusão. Erros mentais, erros intelectuais, erros da razão, cegueiras paradigmáticas que nos impedem de distinguir o real do alucinatório, o objetivo do subjetivo, o sonho da vigília. Estamos a todo o momento expostos a erros de percepção ou de julgamento em relação à realidade exterior e em relação a nós mesmos. Nossa estrutura psíquica é dotada de mecanismos de autojustificativa que projetam nos outros nossos erros. A mentira para si próprio (self-deception) é, para Morin, inesgotável fonte de erros e de ilusões. Tendemos a acreditar também que a ciência clássica - aquela que crê no conhecimento científico como fiel espelho da realidade - com seus paradigmas, princípios lógicos e teorias “irrefutáveis”garante a detecção desses erros e dessas ilusões. Porém, nem o conhecimento científico está imune ao erro. O determinismo e o mecanicismo que sobre a rubrica de “científico” dominam e impõem uma visão de mundo fundada na ordem - uma visão onde cosmo, universo, planeta, natureza e, por extensão, a sociedade e o ser humano seriam todos regidos por uma “ordem natural”, uma harmonia pré-escrita e predeterminada por “leis naturais” - não podem dar conta do inesperado, das emergências e do acaso do (e no) real, das brechas e fissuras da própria lógica - e de suas outras modalidades: alógica, pré-lógica, metalógica e a ilogia - e das incertezas do conhecimento.
  • 29. Encontramos no campo mesmo da cognição, teorias, conceitos e doutrinas que protegem seus erros com aparência intelectual, com a couraça dautoridade da ciência e sob a égide da “razão”. Vivemos regidos por uma Ciência e uma Razão que se nutrem de verdades, de leis, de ordens e de “certezas demais”. A educação do futuro, cuja construção é uma tarefa que se inicia no presente, deverá estar consciente da possibilidade do erro nos processos do conhecimento e trabalhar para a elaboração de saberes capazes da crítica e da autocrítica, abertos, reflexivos e auto-reflexivos, eis o antídoto que permitirá a detecção e correção dos erros e das ilusões do conhecimento, que possibilitará a busca da verdade, em toda a sua complexidade, nos libertando do ceticismo imobilizador, e que nos ensinará a conviver com as idéias e não ser por elas possuídos. A educação do futuro nos preparará para enfrentarmos as incertezas e as cegueiras do conhecimento.
  • 30. Contribuição de Vanilda Ensinar a Condição Humana A educação do futuro deverá ser o ensino primeiro e universal, centrado na condição humana. Estamos na era planetária; uma aventura comum conduz os seres humanos, onde quer que se encontrem. Estes devem reconhecer-se em sua humanidade comum e ao mesmo tempo reconhecer a diversidade cultural inerente a tudo que é humano. Conhecer o humano é, antes de mais nada, situá-lo no universo, e não separá-lo dele. Todo conhecimento deve contextualizar seu objeto, para ser pertinente. “ Quem somos? ” é inseparável de “ Onde estamos? ”, “ De onde viemos? ”, “ Para onde vamos? ” Interrogar nossa condição humana implica questionar primeiro nossa posição no mundo. O fluxo de conhecimentos, no final do século XX, traz nova luz sobre a situação do ser humano no universo. Os progressos concomitantes da cosmologia, das ciências da Terra, da ecologia, da biologia, da pré-história, nos anos 1960-1970, modificaram as idéias sobre o Universo, a Terra, a Vida e sobre o próprio Homem. Mas estas contribuições permanecem ainda desunidas. O humano continua esquartejado, partido como pedaços de um quebra-cabeça ao qual falta uma peça.
  • 31. Aqui se apresenta um problema epistemológico : é impossível conceber a unidade complexa do ser humano pelo pensamento disjuntivo, que concebe nossa humanidade de maneira insular, fora do cosmos que a rodeia, da matéria física e do espírito do qual somos constituídos, bem como pelo pensamento redutor, que restringe a unidade humana a um substrato puramente bioanatômico. As ciências humanas são elas próprias fragmentadas e compartimentadas. Assim, a complexidade humana torna-se invisível e o homem desvanece “como um rastro na areia”. Além disso, o novo saber, por não ter sido religado, não é assimilado nem integrado. Paradoxalmente assiste-se ao agravamento da ignorância do todo, enquanto avança o conhecimento das partes. Disso decorre que, para a educação do futuro, é necessário promover grande remembramento dos conhecimentos oriundos das ciências naturais, a fim de situar a condição humana no mundo, dos conhecimentos derivados das ciências humanas para colocar em evidência a multidimensionalidade e a complexidade humanas, bem como integrar (na educação do futuro) a contribuição inestimável das humanidades, não somente a filosofia e a história, mas também a literatura, a poesia, as artes...
  • 32. Enraizamento / Desenraizamento do Ser Humano Devemos reconhecer nosso duplo enraizamento no cosmos físico e na esfera viva e, ao mesmo tempo, nosso desenraizamento propriamente humano. Estamos simultaneamente dentro e fora da natureza. A condição cósmica Abandonamos recentemente a idéia do Universo ordenado, perfeito, eterno pelo universo nascido da irradiação, em devenir disperso, onde atuam, de modo complementar, concorrente e antagônico, a ordem, a desordem e a organização. Encontramo-nos no gigantesco cosmos em expansão, constituído de bilhões de galáxias e de bilhões e bilhões de estrelas. Aprendemos que nossa Terra era um minúsculo pião que gira em torno de um astro errante na periferia de pequena galáxia de subúrbio. As partículas de nossos organismos teriam aparecido desde os primeiros segundos de existência de nosso cosmo há (talvez?) quinze bilhões de anos; nossos átomos de carbono formaram- se em um ou vários sóis anteriores ao nosso; nossas moléculas agruparam-se nos primeiros tempos convulsivos da Terra; estas macromoléculas associaram-se em turbilhões dos quais um, cada vez mais rico em diversidade molecular, se metamorfoseou em organização de novo tipo, em relação à organização estritamente química: uma auto-organização viva. A epopéia cósmica da organização, continuamente sujeita às forças da desorganização e da dispersão, é também a epopéia da religação que, sozinha, impediu que o cosmos se dispersasse ou se desvanecesse ao nascer. No seio da aventura cósmica, no ápice do desenvolvimento prodigioso de um ramo singular da auto-organização viva, prosseguimos a aventura à nossa maneira.
  • 33. A condição física Uma porção de substância física organizou-se de maneira termodinâmica sobre a Terra; por meio de imersão marinha, de banhos químicos, de descargas elétricas, adquiriu Vida. A vida é solar: todos os seus elementos foram forjados em um sol e reunidos em um planeta cuspido pelo Sol: ela é a transformação de uma torrente fotônica resultante de resplandecentes turbilhões solares. Nós, os seres vivos, somos um elemento da diáspora cósmica, algumas migalhas da existência solar, um diminuto broto da existência terrena. A condição terrestre Pertencemos ao destino cósmico, porém estamos marginalizados: nossa Terra é o terceiro satélite de um sol destronado de seu posto central, convertido em astro pigmeu errante entre bilhões de estrelas em uma galáxia periférica de um universo em expansão... Nosso planeta agregou-se há cinco bilhões de anos, a partir, provavelmente, de detritos cósmicos resultantes da explosão de um sol anterior, e há quatro bilhões de anos a organização viva emergiu de um turbilhão macromolecular em meio a tormentas e convulsões telúricas. A Terra autoproduziu-se e auto-organizou-se na dependência do Sol; constituiu-se em complexo biofísico a partir do momento em que se desenvolveu a biosfera. Somos a um só tempo seres cósmicos e terrestres. A vida nasceu de convulsões telúricas, e sua aventura correu perigo de extinção ao menos por duas vezes (no fim da era primária e durante a secundária). Desenvolveu-se não apenas em diversas espécies, mas também em ecossistemas em que as predações e devorações constituíram a cadeia trófica de dupla face: a da vida e a da morte. Nosso planeta erra no cosmo. Devemos assumir as conseqüências da situação marginal, periférica que é a nossa. Como seres vivos deste planeta, dependemos vitalmente da biosfera terrestre; devemos reconhecer nossa identidade terrena física e biológica.
  • 34. reconhecer nossa identidade terrena física e biológica. 1.4 A condição humana A importância da hominização é primordial à educação voltada para a condição humana, porque nos mostra como a animalidade e a humanidade constituem, juntas, nossa condição humana. A antropologia pré-histórica mostra-nos como a hominização é uma aventura de milhões de anos, ao mesmo tempo descontínua — surgimento de novas espécies: habilis, erectus, neanderthal, sapiens, e desaparecimento das precedentes, aparecimento da linguagem e da cultura — e contínua, no sentido de que prossegue em um processo de bipedização, manualização, erguimento do corpo, cerebralização, juvenescimento (o adulto que conserva os caracteres não-especializados do embrião e os caracteres psicológicos da juventude), de complexificação social, processo durante o qual aparece a linguagem propriamente humana, ao mesmo tempo que se constitui a cultura, capital adquirido de saberes, de fazeres, de crenças e mitos transmitidos de geração em geração... A hominização conduz a novo início. O hominídeo humaniza-se. Doravante, o conceito de homem tem duplo princípio; um princípio biofísico e um psico-sócio-cultural, um remetendo ao outro. Somos originários do cosmos, da natureza, da vida, mas, devido à própria humanidade, à nossa cultura, à nossa mente, à nossa consciência, tornamo-nos estranhos a este cosmos, que nos parece secretamente íntimo. Nosso pensamento e nossa consciência fazem-nos conhecer o mundo físico e distanciam-nos dele. O próprio fato de considerar racional e cientificamente o universo separa-nos dele. Desenvolvemo-nos além do mundo físico e vivo. É neste “além” que tem lugar a plenitude da humanidade. À maneira de ponto do holograma,
  • 35. trazemos no seio de nossa singularidade não somente toda a humanidade e toda a vida, mas também quase todo o cosmos, incluindo seu mistério que, sem dúvida, jaz no fundo da natureza humana. Mas não somos seres que poderiam ser conhecidos e compreendidos unicamente a partir da cosmologia, da física, da biologia, da psicologia... Conclusão : O conjunto das reflexões atuais sobre a reforma do sistema educacional, da educação básica e a formação de professores, requer dois investimentos cognitivos que se complementam: o exercício de um diálogo capaz de articular nossas competências e a escolha de meta-temas e princípios que exponham, com clareza, o ideário da educação que queremos. Desse ponto de vista, é necessário expor, problematizar e avaliar se a produção do conhecimento de que dispomos como herança histórico-cultural, responde, de maneira satisfatória, aos problemas que emergem na sociedade contemporânea, marcados pela relação de complementaridade e oposição entre ciência, tecnologia e meio ambiente. Mais que isso, interessa perguntar se nossa prática como educador nos permite projetar e construir as bases de uma sociedade futura. Abrir as especialidades, prover métodos de pensar que rejuntem conhecimentos e reconstruir um sujeito capaz de problematizar a condição humana parecem ser o protocolo básico para repensar a educação. Uma reforma do pensamento (E. Morin), orientada pela desconstrução e reconstrução dos atuais modelos cognitivos (H. Atlan), certamente facilitará a escolha de fatos portadores de sentido (J. Rosnay) que possam fazer da educação o ensino da condição humana em sintonia com os domínios do mundo que fundam essa condição.
  • 36. Contribuição de Vera Ensinar a identidade Terrena A maneira como trato o ambiente em que vivo, traduz o respeito que tenho por mim mesmo . Esta afirmativa, aparentemente óbvia, resume de maneira clara e objetiva que a qualidade de vida do ser humano será diretamente proporcional a qualidade da sua relação com tudo que o cerca. Quer seja dentro do âmbito familiar, onde a relação emocional é prevalece buscando o equilíbrio entre as obrigações, responsabilidades e o prazer do convívio afetivo, quer seja no trabalho, onde a racionalidade predispondo a obtenção do melhor resultado, flexibiliza a percepção do equilíbrio, privilegiando a maior carga de trabalho em relação aos resultados. Desde o seu pequeno “casulo” até a imensidão do planeta, serão as suas escolhas que transformarão a Terra, com todos os naturais desequilíbrios de um planeta em constante evolução, em um lugar onde a capacidade de adaptação do ser humano será um fator preponderante para as tentativas de preservação da espécie. Talvez, estes desencontros de valores nas mais diversas áreas façam parte do processo seletivo, onde a busca, aparentemente desordenada, sejam ensaios na obtenção de modelos flexíveis a ponto de suportar pressões antagônicas.   " Pela primeira vez o homem compreendeu realmente que é um habitante do planeta e, talvez deva pensar ou agir sob novo aspecto, não somente sob o de indivíduo, família ou gênero Estado ou grupo de Estados , mas também sob o aspecto planetário."(Groethuysen) Desde o século XX encontramo-nos na fase da mundialização e entramos a partir do século XXI na era planetária.
  • 37. Porém, quanto mais somos envolvidos pelo mundo, mais difícil para nós é apreendê-lo,mesmo sabendo-se que é importante que entender a condição humana no mundo e a condição do mundo em relação aos humanos. E aí surgem os problemas, os desequilíbrios e a procura pelas diversas formas de equilíbrio e pelas causas dos desequilíbrios .(Jean Piaget) Sabemos que a Terra é um sistema que precisa ser sustentado a qualquer custo, pois o destino do homem está ligado  ao destino da Terra   e ao da Natureza que forma, também um sistema onde o ser humano está inserido . O homem muitas vezes parece esquecer que faz parte desse conjunto Na tentativa de dominar a Natureza o homem acaba por entender que deve aprender a conviver com ela ,compreendendo que seres humanos não são superiores ao demais seres vivos , mas que deve haver igualdade e respeito entre as espécies. Porém, precisa ainda reconhecer as tradições  e memórias como partes importantes e imutáveis desses sistemas ao invés  de tentar construir uma comunidade nacional globalizada. Precisa ser humilde e aceitar que o surgimento do ser humano sobre a Terra é apenas uma das etapas da história do Universo .È imperativo o reconhecimento da Terra como Pátria . È claro que todo ser humano tem direito a uma nacionalidade , porém, como habitante da Terra ele é um ser transnacional O duplo imperativo antropológico impõe-se : salvar a  unidade humana e salvar a diversidade humana em resumo –salvar a Terra. Desenvolver nossas identidades  a um só tempo concêntricas e plurais. A Religação deve substituir a disjunção  e apelar à "simbiosofia" , que é a sabedoria de viver junto. (Edgar Morin)
  • 38. A história humana começou com a diáspora planetária que afetou todos os continentes , em seguida entrou , nos tempos modernos , na era planetária da comunicação entre os diversos fragmentos da diáspora humana. Não foram produzidas cisões genéticas : pigmeus, negros,amarelos , índios e brancos vêem da mesma espécie . Mas houve o surgimento de uma extraordinária diversidade de línguas ,culturas,destinos, fontes de inovação e de criação em todos os domínios . A riqueza de humanidade reside , portanto, na sua diversidade criadora, mas a fonte de sua criatividade está em sua unidade geradora. E isto o ser humano não pode nem deve mudar. Porém, a mundialização está aí, implantada e , é sem dúvida, unificadora quando o europeu , por exemplo, acorda, ouvindo uma rádio japonesa e recebe notícias de um golpe de Estado no Paraguai ,tomando um chá da Tailândia , e veste camiseta americana , por baixo de uma camisa fabricada em Toulon, come melões de Guadalupe com bananas do Brasil,etc...etc... ; porém, pode ser também conflituosa pois embora o mundo se torne cada vez mais uno,ao mesmo tempo cada vez mais se divide. Os antagonismos entre nações , religiões, entre laicização e religião, modernidade e tradição, democracia e ditadura, ricos e pobres Oriente e Ocidente, Norte e sul, nutrem-se uns aos outros e a eles mesclam-se interesses estratégicos e econômicos antagônicos das grandes potências e das multinacionais voltadas para o lucro.Estes antagonismos estão ´presentes e interferem na grande área sísmica do globo exasperando as rivalidades e negações de toda ordem.
  • 39. O legado do Século XX _ As armas nucleares -  Possibilidade de extinção global. O potencial de aniquilamento acompanha daqui em diante a marcha da humanidade.O século XX pareceu dar razão á fórmula segundo a qual a evolução humana é o crescimento do poderio da morte, não só a das guerras, mas também ás das armas termonucleares e a morte ecológica. Descobrimos que os dejetos , as emanações e as exalações do nosso desenvolvimento técnico-industrial urbano degradam a biosfera e ameaçam envenenar irremediavelmente o meio vivo. Por outro lado , as forças de morte que acreditávamos em via de extinção reapareceram ou rebelaram-se e nos invadiram como o vírus da AIDS e outros que se tornaram resistentes aos antibióticos através do uso exacerbado em nossos alimentos. E o que falar então das drogas que aniquilam nossa juventude? Estranho é que a civilização nascida no Ocidente , soltando suas amarras com o passado, acreditava dirigir-se para o futuro e para o progresso. Se a modernidade for definida como fé incondicional no progresso, na tecnologia , na ciência e no desenvolvimento econômico , esta modernidade estará mortapois vimos , por exemplo, que a civilização do bem estar pode gerar ao mesmo tempo o mal estar.
  • 40. A Esperança – A Cidadania Terrestre Acreditando na boa vontade dos homens , na sua criatividade, em seus sentimentos , na sua necessidade de sobrevivência e na sua inteligência , percebe-se que não se pode desistir e certamente, a escola que ao mesmo tempo transmite o antigo e se abre para o novo será responsável pela mudança de paradigmas e pela sobrevivência da esperança. È possível mudar o curso dos acontecimentos quando se observa que apesar do legado negativo, paralelamente o século XX também nos deixou contracorrentes positivas como: __ A contracorrente ecológica que todos vivenciamos diariamente e que mostra que é possível uma vida sustentável. __ A contracorrente de resistência á vida prosaica puramente utilitária e a busca pela vida saudável e poética dedicada ao amor e aos bons sentimentos. __ A contracorrente da resistência ao consumismo padronizado __ A contracorrente , ainda não muito clara, sobre a ditadura do dinheiro. __ A contracorrente ainda muito fraca contra as drogas e a violência que tenta pacificar almas e mentes. Isso e muito mais se contarmos ainda com a inesgotável crença no amor humano em contrapartida com a carência afetiva, a indiferença, a dureza e a crueldade. O princípio da esperança é restaurado pela consciência antropológica e ecológica reconhecendo nossa estreita união com nosso planeta. Civilizar e solidarizar a Terra , transformar a espécie humana em verdadeira humanidade é desafio global de toda educação. Por isso , a educação do futuro deverá ensinar a Ètica da Educação Planetária.
  • 41. http:// www.youtube.com/watch?v = sTGPxWOoeyI http:// www.youtube.com/watch?v =C0RyOmLZ4aE&feature=related Sobre ensinar a identidade terrena http://www.youtube.com/watch?v=7Q0greLG1YU http:// www.youtube.com/watch?v =n_xbJ9zxiK8&feature=related Sobre ensinar a condição humana http:// www.youtube.com/watch?v =tlZxrFp8cBA&feature=related Sobre conhecimento pertinente
  • 42.
  • 43. A partir dai, é importante verificar que a sociedade atual processa as rápidas mudanças sociais de forma mais superficial, sem, contudo ter tempo de fazer um investimento no aprofundamento. Sabe-se muito superficialmente e pouco profundamente. A globalização encurta distâncias entre as pessoas ao mesmo tempo em que a distancia sócio-economicamente é cada vez maior. Os especialistas estão muito mais em voga atualmente que os generalistas, em vários segmentos. Considerando a relação da sociedade atual com o conhecimento, é importante focar no quê e como se aprende na escola, a validade e aplicabilidade desses conhecimentos na vida desse aprendiz. Conhecimentos reais que possibilitem alicerçar novos conhecimentos. Cercar o homem de oportunidades reais de aprendizagem dentro da escola, em todas as disciplinas comprometendo-o com a construção do próprio conhecimento; Pouco se investe, ou menos se investe em formação reflexiva que vise o SER. O TER tem lugar de destaque na sociedade. Ações de resgate de valores éticos e morais precisam estar contemplados nos conteúdos escolares e aplicados em ações pedagógicas. A alfabetização emocional precisa estar presente nessas ações oportunizando ao homem tornar consciente suas próprias dificuldades, e trabalhar para ultrapassá-las como parte de um processo de auto-avaliação e, consequentemente, de melhor compreensão do outro e do mundo onde vive. Atitudes e comportamentos que dêem condição ao homem de reconhecer etapas e construções passíveis de erros, seu reconhecimento e reconstruções de caminhos buscando sempre o fortalecimento de sua identidade como cidadão no mundo e do mundo. Dessa forma os conteúdos devem ter caráter transdisciplinar convergidos para a visão holística desse homem em formação. A compreensão de sua presença no mundo como um ser responsável, numa visão de higiene e educação coletivas, torna o ser mais sociável a situações de convívio social. Ter claro que a essência antropológica o impulsiona ao meio social e que esse meio deve ser harmônico, não harmônico no sentido de concordância plena, mas de diferenças superadas sem prejuízo para personalidades exacerbadas. A proposta de ação pedagógica estaria embasada em novas relações homem/homem e no tripé professor/conteúdo/ aluno ou saber/conhecimento/aprender.
  • 44.
  • 45. Através da breve reflexão, embasado nos Pilares de Delors e nos Saberes de Morin, este grupo apresenta sugestões de ações estratégicas e políticas públicas que, minimamente, fortaleçam o papel do professor em um mundo globalizado e complexo mediado pelas tecnologias e considera que a educação do futuro deverá ser o ensino primeiro e universal, centrado na condição humana. Estamos na era planetária, uma aventura comum conduz os seres humanos, onde quer que se encontrem. Estes devem reconhecer-se em sua humanidade comum e ao mesmo tempo reconhecer a diversidade cultural inerente a tudo que é humano. Os progressos concomitantes da cosmologia, das ciências da Terra, da ecologia, da biologia, da pré-história, nos anos 1960-1970, modificaram as idéias sobre o Universo, a Terra, a Vida e sobre o próprio Homem. Mas estas contribuições permanecem ainda desunidas. O humano continua esquartejado, partido como pedaços de um quebra-cabeça ao qual falta uma peça. O conjunto das reflexões atuais sobre a reforma do sistema educacional, da educação básica e a formação de professores , requer dois investimentos cognitivos que se complementam: o exercício de um diálogo capaz de articular nossas competências e a escolha de meta-temas e princípios que exponham, com clareza, o ideário da educação que queremos . Desse ponto de vista, é necessário expor, problematizar e avaliar se a produção do conhecimento de que dispomos como herança histórico-cultural, responde, de maneira satisfatória, aos problemas que emergem na sociedade contemporânea, marcados pela relação de complementaridade e oposição entre ciência, tecnologia e meio ambiente . . Mais que isso, interessa perguntar se nossa prática como educador nos permite projetar e construir as bases de uma sociedade futura.
  • 46. O conhecimento humano comporta em si mesmo e de forma permanente a possibilidade do erro e da ilusão . Erros mentais, erros intelectuais, erros da razão, cegueiras do conhecimento paradigmáticas que nos impedem de distinguir o real do alucinatório, o objetivo do subjetivo, o sonho da vigília. . Nossa estrutura psíquica é dotada de mecanismos de autojustificativa que projetam nos outros nossos erros. A mentira para si próprio ( self-deception) é, para Morin, inesgotável fonte de erros e de ilusões. Encontramos no campo da cognição, teorias, conceitos e doutrinas que protegem seus erros com aparência intelectual, com a couraça da autoridade da ciência e sob a égide da “razão”. A educação do futuro , cuja construção é uma tarefa que se inicia no presente, deverá estar consciente da possibilidade do erro nos processos do conhecimento e trabalhar para a elaboração de saberes capazes da crítica e da autocrítica, abertos, reflexivos e auto-reflexivos, eis o antídoto que permitirá a detecção e correção dos erros e das ilusões do conhecimento, que possibilitará a busca da verdade, em toda a sua complexidade, nos libertando do ceticismo imobilizador. A era planetária necessita situar tudo no contexto e no complexo planetário. O conhecimento do mundo como mundo é necessidade ao mesmo tempo intelectual e vital. Faz-se necessário a reforma do pensamento. A educação do futuro, é fundamental para resolver a questão dos saberes desunidos, divididos, fragmentados, compartimentados e, de outro, as realidades ou problemas cada vez mais multidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais, globais e planetários.
  • 47. Para que o conhecimento seja pertinente , a educação deverá evidenciar o contexto situando as informações e os dados em seu contexto para que adquiram sentido; o global que é mais que o contexto, é o conjunto das diversas partes ligadas a ele de modo inter-retroativo ou organizacional; o multidimensional : o ser humano é ao mesmo tempo biológico, psíquico, social, afetivo e racional. A sociedade comporta as dimensões histórica, econômica, sociológica, religiosa... O conhecimento pertinente deve reconhecer esse caráter multidimensional e nele inserir estes dados, não se poderia isolar uma parte do todo, mas as partes umas das outras; o complexo : deve enfrentar a complexidade, Complexus , significa o que foi tecido junto; de fato, há complexidade quando elementos diferentes são inseparáveis constitutivos do todo, e há um tecido interdependente, interativo e inter-retroativo entre o objeto de conhecimento e seu contexto, as partes e o todo, o todo e as partes, as partes entre si. A complexidade é a união entre a unidade e a multiplicidade. A maneira como trato o ambiente em que vivo, traduz o respeito que tenho por mim mesmo. Desde o seu pequeno “casulo” até a imensidão do planeta, serão as suas escolhas que transformarão a Terra, com todos os naturais desequilíbrios de um planeta em constante evolução, em um lugar onde a capacidade de adaptação do ser humano será um fator preponderante para as tentativas de preservação da espécie. Precisa ser humilde e aceitar que o surgimento do ser humano sobre a Terra é apenas uma das etapas da história do Universo .È imperativo o reconhecimento da Terra como Pátria . È claro que todo ser humano tem direito a uma nacionalidade , porém, como habitante da Terra ele é um ser transnacional
  • 48. O duplo imperativo antropológico impõe-se: salvar a  unidade humana e salvar a diversidade humana em resumo –salvar a Terra. Desenvolver nossas identidades  a um só tempo concêntricas e plurais. Os antagonismos entre nações, religiões, entre laicização e religião, modernidade e tradição, democracia e ditadura, ricos e pobres, Oriente e Ocidente, Norte e sul, nutrem-se uns aos outros e a eles mesclam-se interesses estratégicos e econômicos antagônicos das grandes potências e das multinacionais voltadas para o lucro. Estes antagonismos estão ´presentes e interferem na grande área sísmica do globo exasperando as rivalidades e negações de toda ordem. Como legado do Século XXI, estão a possibilidade de extinção global das armas nucleares e a cidadania terrestre como esperança. A escola que ao mesmo tempo transmite o antigo e se abre para o novo será responsável pela mudança de paradigmas e pela sobrevivência da esperança. Civilizar e solidarizar a Terra, transformar a espécie humana em verdadeira humanidade é desafio global de toda educação. Por isso , a educação do futuro deverá ensinar a Ètica da Educação Planetária . Vídeo: Os sete saberes necessários à Educação do futuro. http://www.youtube.com/watch ? v=sTGPxWOoeyI
  • 49. Para Jacques Delors, a analogia com a prática pedagógica se mostra quando diz que a educação deve preocupar-se em desenvolver quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo os pilares do conhecimento: aprender a conhecer , indica o interesse, a abertura para conhecimento, que verdadeiramente liberta da ignorância; aprender a fazer , mostra a coragem de executar, de correr riscos, de errar mesmo na busca de acertar; aprender a conviver , aqui temos o desafio da convivência que apresenta o respeito a todos e o exercício de fraternidade como caminho do entendimento e, finalmente; aprender a ser , visto, talvez, como o mais importante, por explicitar aí o papel do cidadão e o objetivo de viver. Presenciamos um momento muito importante em nosso país, o da demanda por educação, que ao crescer, faz com que sociedade e instituições, em uníssono, movimentem-se no atendimento a esta urgência nacional. Esta é uma tarefa importante e é isso que se espera que o Brasil faça. Temos materiais e temos idéias. É preciso pôr em prática todos os estudos e projetos para a modernização da educação. Para mudar nossa história e lograr conquistas precisamos ousar em cortar as cordas que impedem o próprio crescimento, exercitar a cidadania plena, aprender a usar o poder da visão crítica, entender o contexto desse mundo, ser o ator da própria história, cultivar o sentimento de solidariedade, lutar por uma sociedade mais justa e solidária e, acima de tudo, acreditar sempre no poder transformador da Educação.
  • 50.
  • 51. Sobre ensinar a identidade terrena http:// www.youtube.com/watch?v =7Q0greLG1YU Sobre esinar a condição humana http:// www.youtube.com/watch?v =n_xbJ9zxiK8&feature=related