ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
Paulo Freire
1. Intervir no Mundo “ Afinal de contas, os homens e as mulheres, num determinado momento de sua experiência, longa experiência milenar e histórica, se tornaram capazes de intervir no mundo, antes mesmo de se tornarem capazes de falar, tornaram-se capazes de inteligir no mundo e compreender a sua agonia. Em todo o processo de compreensão do mundo, há um processo de produção e compreensão do conhecimento. Em todo o processo de produção do conhecimento, está implícita a possibilidade de comunicar o que foi compreendido, o que você faz não só apenas com a linguagem oral, mas faz também com desenhos e com várias outras linguagens” (p.128). Conversa com Paulo Freire – BOLEMA, Boletim de Educação Matemática, Ano 16, n.20, 2003.
2. por meio do diálogo “ ...o diálogo é uma espécie de postura necessária, na medida em que os seres humanos se transformam cada vez mais em seres criticamente comunicativos. O diálogo é o momento em que os humanos se encontram para refletir sobre sua realidade tal como a fazem e re-fazem” (p.123). Paulo Freire e Ira Shor, Medo e ousadia: o cotidiano do professor, 2.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
3. da curiosidade e da busca “ A curiosidade é a fonte fundamental do conhecimento: a curiosidade, no fundo, revela interesse e, também, usa interesses. Descobre, gera, eu acho que é assim. Pra mim é um problema sério você não a defender, você não respeitar eticamente a curiosidade das pessoas” (p.131). Conversa com Paulo Freire – BOLEMA, Boletim de Educação Matemática, Ano 16, n.20, 2003.
4. Conhecer como relação social “ Conhecer é um evento social, ainda que com dimensões individuais. O que é o diálogo, neste momento de comunicação, de conhecimento, e de transformação social? O diálogo sela o relacionamento entre os sujeitos cognitivos...” (p.123). Paulo Freire e Ira Shor, Medo e ousadia: o cotidiano do professor, 2.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
5. Compreender “ As pessoas comuns não fazem o mesmo tipo de abstração que fazem os acadêmicos como nós. Nossas abstrações nos afastam, cada vez mais, do concreto. Quando as pessoas comuns falam, elas procuram compreender sua experiência através de parábolas, metáforas e estórias, o que as mantém ligadas ao concreto. [...] O problema que isto coloca para nós [...] é como podemos aprender, pouco a pouco, a estrutura de pensamento desses grupos [...] Trata-se de compreender como as pessoas comuns [...] são capazes de tornar explícitos os problemas do mundo. [...] Precisamos ver, também, como serão elas capazes de compreender nossa linguagem, desde que nós sejamos capazes de traduzir nossos conceitos para o concreto da linguagem popular” (p.180). Paulo Freire e Ira Shor, Medo e ousadia: o cotidiano do professor, 2.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
6. relacionar educação e transformação social “ Devemos compreender de modo dialético a relação entre a educação sistemática e a mudança social, a transformação política da sociedade. Os problemas da escola estão profundamente enraizados nas condições globais da sociedade, sobretudo no que diz respeito a essas questões de disciplina e alienação” (p.157). Paulo Freire e Ira Shor, Medo e ousadia : o cotidiano do professor, 2.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.