O documento discute a perfeição moral segundo os ensinamentos de Jesus, definindo-a como amar os inimigos, fazer o bem aos que nos odeiam e orar pelos perseguidores. Também aborda o egoísmo como um obstáculo ao progresso social que deve ser vencido por meio da caridade e do cumprimento do dever moral.
2. Os caracteres da perfeição, apresentados
por Jesus, no Evangelho, desdobram-se em
três pontos fundamentais:
>>Amar os nossos inimigos
>>Fazer o bem aos que vos odeiam
>>Orar pelos que vos perseguem e caluniam.
3. Se somente amarmos os que nos amam, que
recompensa teremos disso?
Se somente saudarmos os nossos irmãos?
Concluindo o seu ensinamento, diz Jesus:
Sede, pois, vós outros,
perfeitos, como perfeito
é o vosso Pai celestial.
4. Kardec:
Pois que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas,
esta proposição Sede perfeitos, como perfeito é o vosso Pai
celestial, tomada ao pé da letra, pressuporia a possibilidade
de atingir-se a perfeição absoluta.
Se à criatura fosse dado ser perfeita quanto o Criador, tornar-
se ia ela igual a este, o que é inadmissível.
Aquelas palavras, portanto, devem entender-se no sentido da
perfeição relativa, a de que a Humanidade é suscetível e que
mais a aproxima da Divindade.
6. Jesus o diz:
Em amarmos os nossos inimigos, em fazermos o bem
aos que nos odeiam, em orarmos pelos que nos
perseguem.
Mostra ele desse modo que a essência da perfeição é
a caridade na sua mais ampla acepção, porque
implica a prática de todas as outras virtudes.
Olha a resposta...
7. EGOÍSMO e ORGULHO...
...sentimento da personalidade que destrói, ou, pelo
menos, enfraquece os elementos da verdadeira
BENEVOLÊNCIA
INDULGENCIA
ABNEGAÇÃO
DEVOTAMENTO
8. A VIRTUDE, no mais alto grau é o conjunto de todas
as qualidades essenciais que constituem o homem
de bem.
Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto, são
qualidades do homem virtuoso.
Não é virtuoso aquele que faz ostentação da sua
virtude, pois que lhe falta a qualidade principal: a
modéstia, e tem o vício que mais se lhe opõe: o
orgulho.
9. Entretanto, de todas as virtudes, qual a mais
meritória?
Os Espíritos Superiores respondem: Toda virtude
seu mérito próprio, porque todas indicam
senda do bem.
A sublimidade da virtude, porém, está no
interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem
pensamento oculto. A mais meritória é a que
mais desinteressada caridade.
10. Frequentemente, as qualidades morais são como, num
objeto de cobre, a douradura que não resiste à pedra de
toque. Pode um homem possuir qualidades reais, que
levem o mundo a considerá-lo homem de bem. Mas,
essas qualidades, conquanto assinalem um progresso,
nem sempre suportam certas provas e às vezes basta
que se fira a corda do interesse pessoal para que o fundo
fique a descoberto. O apego às coisas materiais constitui
sinal notório de inferioridade, porque, quanto mais se
aferrar aos bens deste mundo, tanto menos compreende
o homem o seu destino.
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14. O egoísmo se enfraquecerá à
proporção que a vida moral for
predominando sob a vida material e,
sobretudo, com a compreensão, que
o Espiritismo vos faculta, do vosso
estado futuro, real e não desfigurado
por ficções alegóricas
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16. O egoísmo é irmão do orgulho e procede
das mesmas causas. É uma das mais
terríveis enfermidades da alma, é o maior
obstáculo ao melhoramento social. Por si
só ele neutraliza e torna estéreis quase
todos os esforços que o homem faz para
atingir o bem.
O egoísmo, chaga da Humanidade.
17. O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os
verdadeiros crentes devem apontar suas armas,
dirigir suas forças, sua coragem. Digo coragem,
porque dela muito mais necessita cada um para
vencer-se a si mesmo, do que para vencer os
outros.
Essa coragem, porém, vai sendo por nós
adquirida à medida que despertamos para o
sentimento do dever.
18. Todos nós trazemos gravados no íntimo do ser [...] os
rudimentos da lei moral. É neste mundo mesmo que ela
recebe um começo de sanção.
Qualquer ato bom acarreta para o seu autor uma
satisfação íntima, uma espécie de ampliação da alma; as
más ações, pelo contrário, trazem, muitas vezes,
amargores e desgostos em sua passagem.
Por sua vez, o dever é o conjunto das prescrições da lei
moral, a regra pela qual o homem deve conduzir-se nas
relações com seus semelhantes e com o Universo inteiro.
19. Afirma o Espírito Lázaro, em comunicação inserida
em O Evangelho segundo o Espiritismo que:
>>o dever é a obrigação moral da criatura para
consigo mesma, primeiro, e, em seguida, para com os
outros.
O dever é a lei da vida. Com ele deparamos nas mais
ínfimas particularidades, como nos atos mais
elevados. Quero aqui falar apenas do dever moral e
não do dever que as profissões impõem.
20. Na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil
cumprir-se, por se achar em antagonismo com as
atrações do interesse e do coração.
O dever íntimo do homem fica entregue ao seu livre-
arbítrio.
O aguilhão da consciência, guardião da probidade
interior, o adverte e sustenta; mas, muitas vezes,
mostra-se impotente diante dos sofismas da Paixão.
22. Onde começa ele?
Onde termina?
O dever principia, para cada um de vós, exatamente
no ponto em que ameaçais a felicidade ou a
tranquilidade do vosso próximo.