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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
ATIVIDADES LÚDICAS NOS ESPAÇOS DE APRENDIZAGENS
Rosane Penha Mendes
Secretaria Municipal de Educação de Cáceres-MT
rosane.pmendes@gmail.com
Andréa Lemes Lustig
UNEMAT/Cáceres-MT
lustig@top.com.br
Rosimeire Matos Barbosa
UNEMAT/Cáceres-MT
rosefelizidade@hotmail.com
Maria Izete de Oliveira
UNEMAT/Cáceres-MT
mariaizete@gmail.com
Grupo de Pesquisa: Contextos Educativos da Infância
Agência Financiadora: não contou com financiamento
Introdução
A infância é a fase das descobertas na vida do ser humano. A criança desde bebê
começa a conhecer o mundo das mais diversas maneiras. E nesse processo, iniciam-se as
relações com as pessoas interagindo com quem está a sua volta. Esse momento de interação
leva a criança a manifestar seus desejos, afetos e preferências por aquilo que mais lhe atrai
e isso acontece por meio das brincadeiras. Segundo Dornelles (2001) “é pelo brincar que as
crianças se expressam e se comunicam. É através das brincadeiras que elas começam a
experimentar e a fazer interações com os objetos e as pessoas que estão à sua volta”
(p.104).
À medida que a criança cresce o lúdico começa a tomar novas dimensões, e para
Vigotsky (2007) quando a criança chega à idade pré-escolar é o momento em que surge
uma grande quantidade de tendências e desejos muitas vezes não possíveis de serem
realizados de imediato.
No início da idade pré-escolar, quando surgem os desejos que não podem ser
imediatamente satisfeitos ou esquecidos, e permanece ainda a característica do
estágio precedente de uma tendência para a satisfação imediata desses desejos, o
comportamento da criança muda. Para resolver essa tensão, a criança em idade
pré-escolar envolve-se num mundo ilusório e imaginário onde os desejos não
realizáveis podem ser realizados [...] (VIGOTSKY, 2007, p.108).
Nesse contexto, entendemos, que se na pré-escola a fantasia toma conta do
imaginário da criança, então, torna-se imprescindível que as atividades lúdicas façam parte
do cotidiano dessas instituições e sejam asseguradas no projeto político pedagógico. Para
tornar a escola em um ambiente lúdico é preciso que os educadores assumam uma postura
sensível para compreender que a ressignificação da prática pedagógica é algo importante e
necessário, isso implica romper com um modelo arraigado que acompanha as práticas
educativas impedindo as crianças de vivenciarem situações de aprendizagem de modo
interativo, dinâmico e prazeroso.
De acordo com Maluf (2009) “são lúdicas as atividades que propiciam a
experiência completa do momento, associando o ato, o pensamento e o sentimento. A
atividade lúdica pode ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer outra atividade que vise
proporcionar interação” (p. 21). Desta forma, na vivência de uma atividade lúdica a
maneira como o ser humano interage, o jeito de agir, sentir e pensar o torna pleno em suas
realizações.
Nesse sentido, a pesquisa que realizamos apresenta resultados de práticas
pedagógicas em que a ludicidade se faz presente por meio da contação de histórias e da
música no cotidiano infantil, mesmo que em algumas situações constatadas na observação
estas ainda não sejam práticas que acontecem diariamente nesses ambientes escolares.
Contudo, antes de apresentar os nossos resultados abordaremos, mesmo que sucintamente,
a importância da música e dos contos de história se fazerem presentes nas práticas
pedagógicas na Educação Infantil.
O ato de contar história e a magia da música como elementos imprescindíveis na
Educação Infantil
O encanto das crianças em ouvir histórias e o prazer pelas leituras se desenvolve a
partir de experiências significativas vivenciadas ao longo da vida pelo ser humano. Se essa
aproximação com os livros com a história ocorrer desde a infância, são grandes as
possibilidades de a criança, o jovem e o adulto, recorrerem à leitura como fonte de
informações e instrumento prazeroso de aprendizagem.
Nesse sentido, Paiva (apud BRASIL, 2009 p.28) enfatiza que “o mais importante
seria pensar na contação de histórias como um recurso educativo, capaz de promover
mudanças significativas naqueles que as ouvem com regularidade”. Desta forma, a escola é
um dos lugares apropriados para promover ações educativas que privilegiem o ato de contar
história como prática constante e significativa nos ambientes escolares.
Sobre o ato de contar histórias o Referencial Curricular Nacional para Educação
Infantil – RCNEI (BRASIL, 2001) destaca que:
As instituições de educação infantil podem resgatar o repertório de histórias que
as crianças ouvem em casa e nos ambientes que freqüentam, uma vez que essas
histórias se constituem em rica fonte de informação sobre as diversas formas
culturais de lidar com as emoções e com as questões éticas, contribuindo na
construção da subjetividade e da sensibilidade das crianças (BRASIL, p.143).
Todo profissional que atua com criança, ao contar história deve ter intenção e
preocupação com a aprendizagem dos pequenos. No cotidiano da sala o educador precisa
preparar esse momento, propiciando à criança um ambiente agradável e convidativo para
ouvir histórias, despertando assim o interesse e curiosidade da criança pela leitura. As
histórias são fontes preciosas de aprendizagem e podem transformar o real em imaginário,
ampliando o horizonte da criança, construindo saberes significativos para sua vida escolar e
social.
Ao nos referirmos à música podemos dizer que ela desperta emoções e
sentimentos de acordo com a capacidade de percepção e atenção que a criança possui em
assimilar os diversos gêneros musicais. Além disso, desperta o indivíduo para um mundo
prazeroso e satisfatório para o corpo e a mente, facilitando a aprendizagem e o convívio
social com o outro.
Cabe ao adulto, oferecer a criança oportunidade para o seu desenvolvimento pleno.
A criança tem necessidade de ser sensibilizada para o mundo dos sons, quanto maior for à
sensibilidade para o som, maior será a integração, o desenvolvimento motor, a memória e a
atenção. Cabe ao educador criar situações de aprendizagens com a música para que as
crianças possam vivenciar esses momentos com plenitude.
Conforme Brito (2010) as músicas que formam o repertório das crianças devem
dar prioridade à expressividade infantil, oportunizando-as uma variedade de canções para
que elas mesmas possam escolher as que mais lhes agradam, ensinando-as de uma forma
prazerosa e confortável. Nesse sentido Maffioletti (2001) faz o seguinte alerta:
Embora os professores tenham formação suficiente para discernir sobre o que é
adequado à formação das crianças, no que se refere à música, essa capacidade
fica subestimada. As atividades musicais são aprendidas e multiplicadas
tradicionalmente, sem a devida reflexão sobre seus reais objetivos (p. 134).
Desta forma, é importante repensar a prática pedagógica desenvolvida de
Educação Infantil tornando a música algo necessário no cotidiano dessas instituições, isso
remete aos educadores embarcarem numa profunda reflexão sobre as ações realizadas na
escola com a finalidade de modificar a concepção de Educação Infantil e dar outro sentido
ao fazer musical.
Contextualizando a pesquisa
A pesquisa ora apresentada originou-se de nossas inquietações acerca da qualidade
do ensino-aprendizagem que está sendo oferecido às crianças que frequentam a pré-escola.
Assim, utilizamos como critério para seleção dos nossos sujeitos, os professores efetivos e
os que atuam na pré-escola. Buscou-se com a pesquisa conhecer, por meio de observação,
como as professoras estão desenvolvendo sua prática pedagógica com as crianças.
A observação efetivou-se com mais frequência na sala de atividades do que em
outros espaços escolares e ocorreram durante o mês de julho/2011 a dezembro de 2011,
totalizando 77 horas de observações. Os dados coletados correspondem a prática de sete
professoras que atuam com crianças de quatro e cinco anos de idade em três instituições
públicas de Educação Infantil da cidade de Cáceres/MT. Na pesquisa as escolas foram
denominadas conforme especificações no quadro1 com a finalidade de preservar o
anonimato dos participantes da pesquisa.
Quadro 1 – Denominação das escolas e professoras na pesquisa
Professoras Escolas
P1, P2, P3 e P4 E1
P5 e P6 E2
P7 E3
Fonte: Dados elaborados pelo(s) autor (es), com base nos critérios de seleção dos sujeitos.
Perfil das professoras
No que tange a formação acadêmica, como podemos observar no Quadro 2, todas
as professoras são graduadas em pedagogia e duas possuem mais de uma graduação sendo a
segunda específica para atuar na Educação Infantil. Seis professoras possuem
especialização destacando-se as áreas de Educação Infantil e Psicopedagogia.
Quadro 2 - Formação acadêmica
Nível Nº Professoras Curso
Graduação 7 Pedagogia
*Graduação 2 Pedagogia em Educação Infantil
Especialização 6
Psicopedagogia - 3
Educação Infantil - 1
Educação Infantil e Educação
Especial - 2
Fonte: Dados elaborados pelo (os) autor (es), com base em informações coletadas na observação
*Duas professoras possuem mais de uma graduação
Analisando o nível de formação profissional das professoras pesquisadas, podemos
dizer que se encontra um quadro de profissionais com qualificação que supera a exigência
mínima de formação da LDBEN nº 9394/1996, quando destaca que para atuar na Educação
Infantil aceitar-se-á como formação mínima aquela oferecida em nível médio, modalidade
Normal. Este nível de formação das professoras pesquisadas, ensino superior, pode ser
explicado pelo fato de existir na cidade de Cáceres a Universidade do Estado de Mato
Grosso que oferece o curso de Pedagogia presencial e o curso de Pedagogia em Educação
Infantil a distância.
Gráfico 1 – Tempo de atuação das professoras na Educação Infantil
Fonte: Dados elaborados pelo (os) autor (es) com base em dados coletados na observação
Referente ao tempo de atuação das professoras na Educação Infantil percebemos
que das sete professoras, seis possuem entre 5 e 12 anos de experiência e uma atua a 2 anos.
Isso significa que a maioria das professoras possui um tempo significativo de atuação que
poderia contribuir para a melhoria de sua prática pedagógica. Esta inferência justifica-se
pelo fato de acreditarmos que os anos de atuação contribuem para o profissional aperfeiçoar
sua prática ao adquirir experiências e compartilhá-las com seus pares, numa perspectiva
dialética de ação-reflexão-ação.
Análise da prática pedagógica das professoras
A presença da história na prática das professoras
Observamos que as professoras, em sua prática pedagógica diária, desenvolvem
atividades envolvendo diversas linguagens: escrita, oral, musical, gestual, corporal e
plástica com as crianças, mas, nem todas as atividades, da maneira como estão sendo
trabalhadas, propiciam à criança o seu desenvolvimento integral. Isso ocorre porque ao
contarem histórias e fábulas para as crianças as professoras, de modo geral, fazem pouco
uso de recursos pedagógicos diversificados, o que torna esse momento pouco atrativo e
estimulante para a aprendizagem.
Cabe ressaltar que a P3 (E1), logo no início da observação enfatizou que a escola
tinha fantoches, mas que não havia participado de cursos para desenvolver habilidades para
contar história utilizando este material. Entretanto, entendemos que o fato de não ter
participado de cursos não é fator determinante para a professora não contar história
utilizando os fantoches, ela poderia usar a imaginação para criar histórias utilizando o que
tem disponível.
Valdez e Costa (2007) enfatizam que “contar história é uma tarefa simples, porém,
exige preparação” (p.173). Para as autoras, quem vai contar história para crianças precisa
ter contato com diversos gêneros literários infantis para poder planejar com antecedência
como será esse momento em que diversos materiais poderão ser utilizados. Por isso é
importante a preparação tanto dos materiais que serão utilizados para o conto da história
quanto do ambiente onde será contada para, assim, despertar o interesse e a curiosidade das
crianças.
Entretanto, destacamos um fato bastante curioso. Apesar de termos percebido o
não uso de materiais didáticos como: fantoches, aventais para contar histórias, caixas
surpresas, máscaras, dentre outros utilizados para esse tipo de atividade, algumas das
professoras conseguiam atrair a atenção das crianças no momento da contação de história
utilizando apenas o livro e modificando o som e o tom da voz.
Nessa direção, Valdez e Costa (2007) afirmam que “para contar uma história é
preciso pensar na voz, no olhar, nos gestos e demais “ingredientes” necessários para torná-
la mais atrativa” (p.177). Isso foi observado na prática da P1 (E1), que possui muita
habilidade para contar histórias, o que encanta as crianças, ela faz inúmeras mudanças de
som na voz cada vez em que um novo personagem surge na história. Mas, no que se
referem aos “demais ingredientes” conforme ressaltam as autoras, notamos que a P1 não
utiliza nenhum outro recurso, a não ser a própria voz, então, na medida em que a história
vai se alongando as crianças começam a dispersar.
Prática semelhante ocorre com a P7 (E3) que também não utiliza outros recursos
para contar história além da voz. Apesar de atuarem em escolas diferentes observamos
também que as duas professoras, P1 e P7, ao realizar outras atividades após a contação de
história as professoras não propõe atividades relacionadas à história que poderiam levar a
criança a usa a imaginação. As professoras tendo como referencia a história contada
poderiam trabalhar com as crianças o reconto, solicitar ilustração, fazer uma dramatização
com a turma, ou, realizar a leitura e escrita da história de formas diversificadas, dentre
outras.
Oportunizar a criança vivenciar situações em que elas sintam prazer no que está
fazendo e satisfação em estar na escola tendo voz e vez, foi constatado no momento que
observamos a prática da P4 (E1) e da P5 (E2) que, quando vão contar história, preparam a
sala para desenvolverem esta atividade. Ambas utilizam o livro, fazem uma breve
apresentação da história e do autor. A P5 ao iniciar uma história sempre fazia a seguinte
apresentação:
“Hoje vou contar uma história, o nome da história é ‘com quem será que eu me pareço’
quem escreveu este livro foi Georgina Martins, ela é a autora. Prestem bastante atenção
na história e vejam com quem cada um de vocês se parece”.
As crianças participavam e observavam atentamente do começo ao fim da história.
A professora instigava as crianças a fazer comentários e oportunizava a opinarem sobre os
personagens que fazem parte história da seguinte forma:
“Com qual dos bichinhos da história vocês se parecem? Quem tem cabelo ondulado se
parece com qual dos personagens da história? E quem tem os cabelos negros”?
Ao passo que a professora fazia as perguntas, as crianças observavam algumas
características nos colegas e também se identificavam com os personagens da história.
Desta forma a professora direcionava a próxima atividade tendo como referência a história
contada.
A P4, também é uma professora que procura desenvolver uma prática de qualidade
no trabalho com crianças, pois em sua prática diária propicia atividades apropriadas ás
crianças que fazem parte do universo infantil. Estão presentes em sua prática cotidiana as
brincadeiras, os jogos, as canções, as noções matemáticas, a roda de conversa, atividades
com colagem, pintura, ilustrações de histórias, desenhos, entre outras. Todas estas
atividades são realizadas de maneira acolhedora e envolvente, contribuindo
significativamente com a aprendizagem da turma.
O que nos chamou muita atenção, além das habilidades pedagógicas da P4 (E1) no
desenvolvimento de sua prática, foram as condições de trabalho que lhes são oferecidas. A
E1 possui espaço externo amplo, mas não tem coberturas e/ou arborização que proporcione
sombra. Não possui brinquedos no local destinado ao parque, o refeitório não é adequado
para as refeições das crianças, a sala de aula tem pouca ventilação e faltam materiais
pedagógicos. Outro fator importante que interfere na prática cotidiana, não só da P4, mas
de todas as professoras desta escola, é que elas não podem contar com uma coordenadora
pedagógica permanente no local, uma vez que a E1 é nucleada, ou seja, uma única
coordenadora atende a duas instituições.
A P4, em uma de nossas conversas, de maneira natural, se expressou da seguinte
forma em relação a sua atuação:
“Eu sei que poderia ser melhor, eu aceito sugestões. Eu gosto do que faço isso me
dignifica, eu faço com amor”.
Diante do que expressa à professora, reportamo-nos a Antunes (2004) ao destacar
que há três situações que mais marca a educação; o primeiro é o amor, em seguida o
exemplo e, depois, mas não o menos importante, o ensino. Podemos afirmar que na prática
pedagógica da P4 são encontrados todos esses princípios que, de acordo com o autor são
fundamentais para alcançarmos uma educação de qualidade.
Na prática da P4 (E1) e P5 (E2), foi notória a preocupação com o desenvolvimento
integral das crianças. Percebemos que suas atividades são planejadas e preparadas com
objetivos bem definidos e o ambiente da sala é organizado de acordo com a atividade a ser
realizada, o que torna o momento atrativo, interessante, propiciando o desenvolvimento da
aprendizagem da criança. A P4 e P5 demonstram considerar em suas práticas o
compromisso e a responsabilidade que o educador precisa ter com a educação das crianças.
Outra situação interessante observada foi na prática da P6 (E2), em que no
momento da história ela senta com sua turma em roda, conversa com as crianças e utiliza
como recurso figuras dos personagens que são apresentadas às crianças a medida que vai
contando a história. As crianças ouvem e ficam atentas a cada movimento da professora,
seja os gestos ou o olhar. Na prática dessa professora, podemos também observar, assim
como nas aulas da P5 (E2), que as atividades posteriores ao conto da história, são
direcionadas para o que as crianças vivenciaram anteriormente e, desta forma, as crianças
realizam as atividades com tranquilidade e prazer.
Entretanto, na prática diária da P6 (E2), assim como da P2 (E1), a história se faz
pouco presente. A P2 é uma profissional que apresenta diversificadas metodologias ao
desenvolver atividades com as crianças. Em suas aulas demonstra entusiasmo, afetividade,
alegria, criatividade e muita habilidade pedagógica nas atividades desenvolvidas, mas o
conto de história é quase inexistente em sua prática. Essa professora, a nosso ver, ainda não
despertou para a importância desta prática diária em sala com as crianças.
A importância da música na prática pedagógica das professoras
A presença da música foi constatada na prática pedagógica das professoras, porém,
esses momentos poderiam ser melhor aproveitados por algumas professoras no sentido de
utilizarem a música com a finalidade de promover a aprendizagem e o desenvolvimento da
criança nos mais diferentes aspectos.
No caso da P1 (E1) e P7 (E3), por exemplo, observamos que elas cantam diversas
músicas infantis com as crianças, o que é bom, quando bem exploradas, para interação e
socialização da turma. No entanto, não percebemos intencionalidade no sentido de
aproveitar a música para explorar as possibilidades que o corpo permite. As professoras não
trabalharam lateralidade, orientação espacial, não exploraram os movimentos da criança
através do correr, saltar, pular, subir, dentre outros que a música possibilita.
Durante a observação da prática da P3 (E1), notamos que ela possui timbre de voz
marcante, no sentido de atrair atenções da turma para qualquer tipo de atividade que
propõe. Na hora do lanche, por exemplo, a música era cantada de forma bastante animada
envolvendo, na maioria das vezes, outras crianças presentes no refeitório. Porém, a música
de modo geral, no cotidiano dessa professora, era pouco cantada, sendo algumas vezes
apreciada somente através de aparelho de som. Considerando que a P3 é uma profissional
que demonstrou, durante o período de observação, ter experiência e habilidades
pedagógicas com crianças, esperava-se que ela utilizasse a música coletivamente e com
mais frequência em outros momentos, na sala e fora dela. Pode ocorrer que a P3 ainda não
se atentou para a importância da música para o desenvolvimento da criança, ou ainda, da
imensa habilidade pedagógica e talento que possui quando desenvolve atividades lúdicas.
Ainda se tratando da importância da música como prática cotidiana nas
instituições de Educação Infantil, destacamos a prática de três professoras, P2 e P4 (E1) e
P5 (E2), em que percebemos a organização, a preparação e o planejamento das atividades
propostas às crianças. As professoras utilizam metodologias diversificadas para
desenvolver atividades, dentre elas a música, e atingem os objetivos propostos.
A música está presente no cotidiano destas professoras de maneira que envolvem
as crianças nas canções, motivando sua participação e interesse por novas melodias. As
canções são realizadas com intencionalidade dentro de um ambiente estimulador da
aprendizagem. Como esclarece Brito (2010), “é preciso dar às crianças a possibilidade de
desenvolver sua expressão, permitindo que criem seus gestos, que observem e imitem os
colegas e que, principalmente, concentrem-se na interpretação da canção [...]” (p.93).
A P2 e a P4 (E1) conseguem conduzir as atividades de forma harmônica,
mantendo a disciplina na sala e a participação ativa das crianças ao realizá-las. Estão
presentes também, além da música, em suas práticas pedagógicas: a brincadeira, a história,
o movimento, artes, etc. As crianças são estimuladas a valorizar suas produções e
compartilhá-las com colegas e com as crianças que estudam em outro turno. Percebemos
nas práticas destas professoras a dedicação e o compromisso com a educação das crianças,
superando as condições precárias de trabalho que elas enfrentam.
A música também foi bem explorada nas realizações das atividades da P6 (E2),
que a utiliza para a aprendizagem dos alunos diariamente. Para cada atividade proposta é
realizada uma canção. Ao cantarem as crianças demonstram manifestações de alegria,
como sorrir, movimentar o corpo, bater palmas, dentre outros movimentos.
Ao fazermos análise das práticas pedagógicas desenvolvidas nas escolas, foi
possível notar que todas as professoras tem preocupação com o trabalho que desenvolve
com as crianças, apesar de percebermos também que algumas educadoras precisam se
atentar para a importância de uma prática pedagógica consciente, bem planejada e
organizada, com finalidade de contribuir para o desenvolvimento pleno da criança.
Constatamos, ainda, que todas as professoras observadas participam do curso de
formação continuada oferecido pelas escolas em que atuam e demonstraram, em conversas
informais, interesse e certa satisfação pelas temáticas propostas na formação. Mas, sabemos
que é preciso aprofundar um pouco mais neste assunto, a fim de compreender melhor a
prática pedagógica das professoras no sentido de verificar quais são as contribuições e
incentivos oferecidos pelo poder público para o melhor desenvolvimento da prática
docente.
Algumas considerações
Nas práticas pedagógicas analisadas tivemos como foco verificar a presença do
lúdico, mais precisamente do ato de contar histórias e da música na Educação Infantil.
Constatamos que, de certo modo, essas atividades se fazem presentes nas práticas de todas
as professoras observadas, mesmo que em algumas situações ainda seja pouco exploradas
pelas professoras em suas ações pedagógicas.
Sabemos que as atividades lúdicas, se não forem bem planejadas, organizadas e
desenvolvidas com intencionalidade, visando o desenvolvimento da criança, pouco
colaborarão para formação de conceitos, valores, atitudes privando, assim, a criança de
vivenciar situações de interação com sentidos e significados que possam favorecer a sua
aprendizagem.
Sobretudo, foi motivador acompanharmos o trabalho de professoras que, mesmo
diante das precárias condições oferecidas pelo poder público para o desenvolvimento de seu
trabalho, demonstram ânimo, alegria e compromisso com a educação das crianças.
Neste sentido, a realização desta pesquisa nos levou a refletir se o fato das escolas
oferecerem ou não boas condições de trabalho é fator predominante para a realização de
práticas que não atendem as especificidades da criança, posto que, observamos práticas de
qualidade dentro de um espaço com tão pouco a oferecer. Isso não significa que devemos
aceitar as condições oferecidas, mas, que precisamos refletir sobre a formação e a prática
do profissional que atua na Educação Infantil.
Em suma, as práticas pedagógicas analisadas nos levam a diversas reflexões e,
consequentemente, ao interesse em conhecer mais profundamente a realidade vivenciada
nas instituições de Educação Infantil da cidade de Cáceres-MT.
Com os resultados da pesquisa, o grupo contribuiu com a formação continuada
realizada em uma das instituições pesquisadas, uma forma que encontramos para organizar
momentos de reflexões entre os professores, com vistas à melhoria na qualidade da
educação oferecida às crianças.
Referências bibliográficas
ANTUNES, Celso. Educação Infantil: prioridade imprescindível. Rio de Janeiro: Vozes,
2004.
BRASIL, Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para Educação
Infantil. Brasília: MEC/SEF. 2001
BRITO, Teca Alencar de. Música na educação Infantil: proposta para a formação integral
da criança. São Paulo: Peirópolis, 2010.
DORNELLES, Leni V. Na escola infantil todo mundo brinca se você brinca. In: CRAIDY,
Carmem. KAERCHER, Gládis E. (orgs). Educação Infantil: pra que te quero? Porto
Alegre: Artmed, 2001.
MAFFIOLETTI, Leda de A. Práticas musicais na Escola Infantil. In: CRAIDY, Carmem;
KAERCHER, Gládis E. (orgs). Educação Infantil: pra que te quero? Porto Alegre:
Artmed, 2001.
MALUF, Angela C. Munhoz. Atividades lúdicas para Educação Infantil: conceitos,
orientações e práticas. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
PAIVA, Aparecida. Narração educativa ou tapeação didática? Ministério da Cultura.
Programa Nacional de Incentivo a Leitura. Cursos da Casa da Leitura. Leitura e
Cidadania. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 2009.
VALDEZ, Diane; COSTA, Patrícia L. Ouvir e viver histórias na Educação Infantil. In:
ARCE, Alessandra; MARTINS, Lígia Márcia. (orgs). Quem tem medo de ensinar na
educação infantil? em defesa do ato de ensinar. São Paulo: Alínea, 2007.
VIGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente: o desenvolvimento dos
processos psicológicos superiores. Tradução José C. Neto, Luís S. M. Barreto, Solange C.
Afeche. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

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2. atividades lúdicas nos espaços de aprendizagens.

  • 1. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ATIVIDADES LÚDICAS NOS ESPAÇOS DE APRENDIZAGENS Rosane Penha Mendes Secretaria Municipal de Educação de Cáceres-MT rosane.pmendes@gmail.com Andréa Lemes Lustig UNEMAT/Cáceres-MT lustig@top.com.br Rosimeire Matos Barbosa UNEMAT/Cáceres-MT rosefelizidade@hotmail.com Maria Izete de Oliveira UNEMAT/Cáceres-MT mariaizete@gmail.com Grupo de Pesquisa: Contextos Educativos da Infância Agência Financiadora: não contou com financiamento Introdução A infância é a fase das descobertas na vida do ser humano. A criança desde bebê começa a conhecer o mundo das mais diversas maneiras. E nesse processo, iniciam-se as relações com as pessoas interagindo com quem está a sua volta. Esse momento de interação leva a criança a manifestar seus desejos, afetos e preferências por aquilo que mais lhe atrai e isso acontece por meio das brincadeiras. Segundo Dornelles (2001) “é pelo brincar que as crianças se expressam e se comunicam. É através das brincadeiras que elas começam a experimentar e a fazer interações com os objetos e as pessoas que estão à sua volta” (p.104). À medida que a criança cresce o lúdico começa a tomar novas dimensões, e para Vigotsky (2007) quando a criança chega à idade pré-escolar é o momento em que surge uma grande quantidade de tendências e desejos muitas vezes não possíveis de serem realizados de imediato.
  • 2. No início da idade pré-escolar, quando surgem os desejos que não podem ser imediatamente satisfeitos ou esquecidos, e permanece ainda a característica do estágio precedente de uma tendência para a satisfação imediata desses desejos, o comportamento da criança muda. Para resolver essa tensão, a criança em idade pré-escolar envolve-se num mundo ilusório e imaginário onde os desejos não realizáveis podem ser realizados [...] (VIGOTSKY, 2007, p.108). Nesse contexto, entendemos, que se na pré-escola a fantasia toma conta do imaginário da criança, então, torna-se imprescindível que as atividades lúdicas façam parte do cotidiano dessas instituições e sejam asseguradas no projeto político pedagógico. Para tornar a escola em um ambiente lúdico é preciso que os educadores assumam uma postura sensível para compreender que a ressignificação da prática pedagógica é algo importante e necessário, isso implica romper com um modelo arraigado que acompanha as práticas educativas impedindo as crianças de vivenciarem situações de aprendizagem de modo interativo, dinâmico e prazeroso. De acordo com Maluf (2009) “são lúdicas as atividades que propiciam a experiência completa do momento, associando o ato, o pensamento e o sentimento. A atividade lúdica pode ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer outra atividade que vise proporcionar interação” (p. 21). Desta forma, na vivência de uma atividade lúdica a maneira como o ser humano interage, o jeito de agir, sentir e pensar o torna pleno em suas realizações. Nesse sentido, a pesquisa que realizamos apresenta resultados de práticas pedagógicas em que a ludicidade se faz presente por meio da contação de histórias e da música no cotidiano infantil, mesmo que em algumas situações constatadas na observação estas ainda não sejam práticas que acontecem diariamente nesses ambientes escolares. Contudo, antes de apresentar os nossos resultados abordaremos, mesmo que sucintamente, a importância da música e dos contos de história se fazerem presentes nas práticas pedagógicas na Educação Infantil. O ato de contar história e a magia da música como elementos imprescindíveis na Educação Infantil O encanto das crianças em ouvir histórias e o prazer pelas leituras se desenvolve a partir de experiências significativas vivenciadas ao longo da vida pelo ser humano. Se essa
  • 3. aproximação com os livros com a história ocorrer desde a infância, são grandes as possibilidades de a criança, o jovem e o adulto, recorrerem à leitura como fonte de informações e instrumento prazeroso de aprendizagem. Nesse sentido, Paiva (apud BRASIL, 2009 p.28) enfatiza que “o mais importante seria pensar na contação de histórias como um recurso educativo, capaz de promover mudanças significativas naqueles que as ouvem com regularidade”. Desta forma, a escola é um dos lugares apropriados para promover ações educativas que privilegiem o ato de contar história como prática constante e significativa nos ambientes escolares. Sobre o ato de contar histórias o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil – RCNEI (BRASIL, 2001) destaca que: As instituições de educação infantil podem resgatar o repertório de histórias que as crianças ouvem em casa e nos ambientes que freqüentam, uma vez que essas histórias se constituem em rica fonte de informação sobre as diversas formas culturais de lidar com as emoções e com as questões éticas, contribuindo na construção da subjetividade e da sensibilidade das crianças (BRASIL, p.143). Todo profissional que atua com criança, ao contar história deve ter intenção e preocupação com a aprendizagem dos pequenos. No cotidiano da sala o educador precisa preparar esse momento, propiciando à criança um ambiente agradável e convidativo para ouvir histórias, despertando assim o interesse e curiosidade da criança pela leitura. As histórias são fontes preciosas de aprendizagem e podem transformar o real em imaginário, ampliando o horizonte da criança, construindo saberes significativos para sua vida escolar e social. Ao nos referirmos à música podemos dizer que ela desperta emoções e sentimentos de acordo com a capacidade de percepção e atenção que a criança possui em assimilar os diversos gêneros musicais. Além disso, desperta o indivíduo para um mundo prazeroso e satisfatório para o corpo e a mente, facilitando a aprendizagem e o convívio social com o outro. Cabe ao adulto, oferecer a criança oportunidade para o seu desenvolvimento pleno. A criança tem necessidade de ser sensibilizada para o mundo dos sons, quanto maior for à sensibilidade para o som, maior será a integração, o desenvolvimento motor, a memória e a atenção. Cabe ao educador criar situações de aprendizagens com a música para que as crianças possam vivenciar esses momentos com plenitude.
  • 4. Conforme Brito (2010) as músicas que formam o repertório das crianças devem dar prioridade à expressividade infantil, oportunizando-as uma variedade de canções para que elas mesmas possam escolher as que mais lhes agradam, ensinando-as de uma forma prazerosa e confortável. Nesse sentido Maffioletti (2001) faz o seguinte alerta: Embora os professores tenham formação suficiente para discernir sobre o que é adequado à formação das crianças, no que se refere à música, essa capacidade fica subestimada. As atividades musicais são aprendidas e multiplicadas tradicionalmente, sem a devida reflexão sobre seus reais objetivos (p. 134). Desta forma, é importante repensar a prática pedagógica desenvolvida de Educação Infantil tornando a música algo necessário no cotidiano dessas instituições, isso remete aos educadores embarcarem numa profunda reflexão sobre as ações realizadas na escola com a finalidade de modificar a concepção de Educação Infantil e dar outro sentido ao fazer musical. Contextualizando a pesquisa A pesquisa ora apresentada originou-se de nossas inquietações acerca da qualidade do ensino-aprendizagem que está sendo oferecido às crianças que frequentam a pré-escola. Assim, utilizamos como critério para seleção dos nossos sujeitos, os professores efetivos e os que atuam na pré-escola. Buscou-se com a pesquisa conhecer, por meio de observação, como as professoras estão desenvolvendo sua prática pedagógica com as crianças. A observação efetivou-se com mais frequência na sala de atividades do que em outros espaços escolares e ocorreram durante o mês de julho/2011 a dezembro de 2011, totalizando 77 horas de observações. Os dados coletados correspondem a prática de sete professoras que atuam com crianças de quatro e cinco anos de idade em três instituições públicas de Educação Infantil da cidade de Cáceres/MT. Na pesquisa as escolas foram denominadas conforme especificações no quadro1 com a finalidade de preservar o anonimato dos participantes da pesquisa.
  • 5. Quadro 1 – Denominação das escolas e professoras na pesquisa Professoras Escolas P1, P2, P3 e P4 E1 P5 e P6 E2 P7 E3 Fonte: Dados elaborados pelo(s) autor (es), com base nos critérios de seleção dos sujeitos. Perfil das professoras No que tange a formação acadêmica, como podemos observar no Quadro 2, todas as professoras são graduadas em pedagogia e duas possuem mais de uma graduação sendo a segunda específica para atuar na Educação Infantil. Seis professoras possuem especialização destacando-se as áreas de Educação Infantil e Psicopedagogia. Quadro 2 - Formação acadêmica Nível Nº Professoras Curso Graduação 7 Pedagogia *Graduação 2 Pedagogia em Educação Infantil Especialização 6 Psicopedagogia - 3 Educação Infantil - 1 Educação Infantil e Educação Especial - 2 Fonte: Dados elaborados pelo (os) autor (es), com base em informações coletadas na observação *Duas professoras possuem mais de uma graduação Analisando o nível de formação profissional das professoras pesquisadas, podemos dizer que se encontra um quadro de profissionais com qualificação que supera a exigência mínima de formação da LDBEN nº 9394/1996, quando destaca que para atuar na Educação Infantil aceitar-se-á como formação mínima aquela oferecida em nível médio, modalidade Normal. Este nível de formação das professoras pesquisadas, ensino superior, pode ser explicado pelo fato de existir na cidade de Cáceres a Universidade do Estado de Mato Grosso que oferece o curso de Pedagogia presencial e o curso de Pedagogia em Educação Infantil a distância.
  • 6. Gráfico 1 – Tempo de atuação das professoras na Educação Infantil Fonte: Dados elaborados pelo (os) autor (es) com base em dados coletados na observação Referente ao tempo de atuação das professoras na Educação Infantil percebemos que das sete professoras, seis possuem entre 5 e 12 anos de experiência e uma atua a 2 anos. Isso significa que a maioria das professoras possui um tempo significativo de atuação que poderia contribuir para a melhoria de sua prática pedagógica. Esta inferência justifica-se pelo fato de acreditarmos que os anos de atuação contribuem para o profissional aperfeiçoar sua prática ao adquirir experiências e compartilhá-las com seus pares, numa perspectiva dialética de ação-reflexão-ação. Análise da prática pedagógica das professoras A presença da história na prática das professoras Observamos que as professoras, em sua prática pedagógica diária, desenvolvem atividades envolvendo diversas linguagens: escrita, oral, musical, gestual, corporal e plástica com as crianças, mas, nem todas as atividades, da maneira como estão sendo trabalhadas, propiciam à criança o seu desenvolvimento integral. Isso ocorre porque ao contarem histórias e fábulas para as crianças as professoras, de modo geral, fazem pouco uso de recursos pedagógicos diversificados, o que torna esse momento pouco atrativo e estimulante para a aprendizagem.
  • 7. Cabe ressaltar que a P3 (E1), logo no início da observação enfatizou que a escola tinha fantoches, mas que não havia participado de cursos para desenvolver habilidades para contar história utilizando este material. Entretanto, entendemos que o fato de não ter participado de cursos não é fator determinante para a professora não contar história utilizando os fantoches, ela poderia usar a imaginação para criar histórias utilizando o que tem disponível. Valdez e Costa (2007) enfatizam que “contar história é uma tarefa simples, porém, exige preparação” (p.173). Para as autoras, quem vai contar história para crianças precisa ter contato com diversos gêneros literários infantis para poder planejar com antecedência como será esse momento em que diversos materiais poderão ser utilizados. Por isso é importante a preparação tanto dos materiais que serão utilizados para o conto da história quanto do ambiente onde será contada para, assim, despertar o interesse e a curiosidade das crianças. Entretanto, destacamos um fato bastante curioso. Apesar de termos percebido o não uso de materiais didáticos como: fantoches, aventais para contar histórias, caixas surpresas, máscaras, dentre outros utilizados para esse tipo de atividade, algumas das professoras conseguiam atrair a atenção das crianças no momento da contação de história utilizando apenas o livro e modificando o som e o tom da voz. Nessa direção, Valdez e Costa (2007) afirmam que “para contar uma história é preciso pensar na voz, no olhar, nos gestos e demais “ingredientes” necessários para torná- la mais atrativa” (p.177). Isso foi observado na prática da P1 (E1), que possui muita habilidade para contar histórias, o que encanta as crianças, ela faz inúmeras mudanças de som na voz cada vez em que um novo personagem surge na história. Mas, no que se referem aos “demais ingredientes” conforme ressaltam as autoras, notamos que a P1 não utiliza nenhum outro recurso, a não ser a própria voz, então, na medida em que a história vai se alongando as crianças começam a dispersar. Prática semelhante ocorre com a P7 (E3) que também não utiliza outros recursos para contar história além da voz. Apesar de atuarem em escolas diferentes observamos também que as duas professoras, P1 e P7, ao realizar outras atividades após a contação de história as professoras não propõe atividades relacionadas à história que poderiam levar a criança a usa a imaginação. As professoras tendo como referencia a história contada
  • 8. poderiam trabalhar com as crianças o reconto, solicitar ilustração, fazer uma dramatização com a turma, ou, realizar a leitura e escrita da história de formas diversificadas, dentre outras. Oportunizar a criança vivenciar situações em que elas sintam prazer no que está fazendo e satisfação em estar na escola tendo voz e vez, foi constatado no momento que observamos a prática da P4 (E1) e da P5 (E2) que, quando vão contar história, preparam a sala para desenvolverem esta atividade. Ambas utilizam o livro, fazem uma breve apresentação da história e do autor. A P5 ao iniciar uma história sempre fazia a seguinte apresentação: “Hoje vou contar uma história, o nome da história é ‘com quem será que eu me pareço’ quem escreveu este livro foi Georgina Martins, ela é a autora. Prestem bastante atenção na história e vejam com quem cada um de vocês se parece”. As crianças participavam e observavam atentamente do começo ao fim da história. A professora instigava as crianças a fazer comentários e oportunizava a opinarem sobre os personagens que fazem parte história da seguinte forma: “Com qual dos bichinhos da história vocês se parecem? Quem tem cabelo ondulado se parece com qual dos personagens da história? E quem tem os cabelos negros”? Ao passo que a professora fazia as perguntas, as crianças observavam algumas características nos colegas e também se identificavam com os personagens da história. Desta forma a professora direcionava a próxima atividade tendo como referência a história contada. A P4, também é uma professora que procura desenvolver uma prática de qualidade no trabalho com crianças, pois em sua prática diária propicia atividades apropriadas ás crianças que fazem parte do universo infantil. Estão presentes em sua prática cotidiana as brincadeiras, os jogos, as canções, as noções matemáticas, a roda de conversa, atividades com colagem, pintura, ilustrações de histórias, desenhos, entre outras. Todas estas atividades são realizadas de maneira acolhedora e envolvente, contribuindo significativamente com a aprendizagem da turma. O que nos chamou muita atenção, além das habilidades pedagógicas da P4 (E1) no desenvolvimento de sua prática, foram as condições de trabalho que lhes são oferecidas. A E1 possui espaço externo amplo, mas não tem coberturas e/ou arborização que proporcione
  • 9. sombra. Não possui brinquedos no local destinado ao parque, o refeitório não é adequado para as refeições das crianças, a sala de aula tem pouca ventilação e faltam materiais pedagógicos. Outro fator importante que interfere na prática cotidiana, não só da P4, mas de todas as professoras desta escola, é que elas não podem contar com uma coordenadora pedagógica permanente no local, uma vez que a E1 é nucleada, ou seja, uma única coordenadora atende a duas instituições. A P4, em uma de nossas conversas, de maneira natural, se expressou da seguinte forma em relação a sua atuação: “Eu sei que poderia ser melhor, eu aceito sugestões. Eu gosto do que faço isso me dignifica, eu faço com amor”. Diante do que expressa à professora, reportamo-nos a Antunes (2004) ao destacar que há três situações que mais marca a educação; o primeiro é o amor, em seguida o exemplo e, depois, mas não o menos importante, o ensino. Podemos afirmar que na prática pedagógica da P4 são encontrados todos esses princípios que, de acordo com o autor são fundamentais para alcançarmos uma educação de qualidade. Na prática da P4 (E1) e P5 (E2), foi notória a preocupação com o desenvolvimento integral das crianças. Percebemos que suas atividades são planejadas e preparadas com objetivos bem definidos e o ambiente da sala é organizado de acordo com a atividade a ser realizada, o que torna o momento atrativo, interessante, propiciando o desenvolvimento da aprendizagem da criança. A P4 e P5 demonstram considerar em suas práticas o compromisso e a responsabilidade que o educador precisa ter com a educação das crianças. Outra situação interessante observada foi na prática da P6 (E2), em que no momento da história ela senta com sua turma em roda, conversa com as crianças e utiliza como recurso figuras dos personagens que são apresentadas às crianças a medida que vai contando a história. As crianças ouvem e ficam atentas a cada movimento da professora, seja os gestos ou o olhar. Na prática dessa professora, podemos também observar, assim como nas aulas da P5 (E2), que as atividades posteriores ao conto da história, são direcionadas para o que as crianças vivenciaram anteriormente e, desta forma, as crianças realizam as atividades com tranquilidade e prazer. Entretanto, na prática diária da P6 (E2), assim como da P2 (E1), a história se faz pouco presente. A P2 é uma profissional que apresenta diversificadas metodologias ao
  • 10. desenvolver atividades com as crianças. Em suas aulas demonstra entusiasmo, afetividade, alegria, criatividade e muita habilidade pedagógica nas atividades desenvolvidas, mas o conto de história é quase inexistente em sua prática. Essa professora, a nosso ver, ainda não despertou para a importância desta prática diária em sala com as crianças. A importância da música na prática pedagógica das professoras A presença da música foi constatada na prática pedagógica das professoras, porém, esses momentos poderiam ser melhor aproveitados por algumas professoras no sentido de utilizarem a música com a finalidade de promover a aprendizagem e o desenvolvimento da criança nos mais diferentes aspectos. No caso da P1 (E1) e P7 (E3), por exemplo, observamos que elas cantam diversas músicas infantis com as crianças, o que é bom, quando bem exploradas, para interação e socialização da turma. No entanto, não percebemos intencionalidade no sentido de aproveitar a música para explorar as possibilidades que o corpo permite. As professoras não trabalharam lateralidade, orientação espacial, não exploraram os movimentos da criança através do correr, saltar, pular, subir, dentre outros que a música possibilita. Durante a observação da prática da P3 (E1), notamos que ela possui timbre de voz marcante, no sentido de atrair atenções da turma para qualquer tipo de atividade que propõe. Na hora do lanche, por exemplo, a música era cantada de forma bastante animada envolvendo, na maioria das vezes, outras crianças presentes no refeitório. Porém, a música de modo geral, no cotidiano dessa professora, era pouco cantada, sendo algumas vezes apreciada somente através de aparelho de som. Considerando que a P3 é uma profissional que demonstrou, durante o período de observação, ter experiência e habilidades pedagógicas com crianças, esperava-se que ela utilizasse a música coletivamente e com mais frequência em outros momentos, na sala e fora dela. Pode ocorrer que a P3 ainda não se atentou para a importância da música para o desenvolvimento da criança, ou ainda, da imensa habilidade pedagógica e talento que possui quando desenvolve atividades lúdicas. Ainda se tratando da importância da música como prática cotidiana nas instituições de Educação Infantil, destacamos a prática de três professoras, P2 e P4 (E1) e P5 (E2), em que percebemos a organização, a preparação e o planejamento das atividades
  • 11. propostas às crianças. As professoras utilizam metodologias diversificadas para desenvolver atividades, dentre elas a música, e atingem os objetivos propostos. A música está presente no cotidiano destas professoras de maneira que envolvem as crianças nas canções, motivando sua participação e interesse por novas melodias. As canções são realizadas com intencionalidade dentro de um ambiente estimulador da aprendizagem. Como esclarece Brito (2010), “é preciso dar às crianças a possibilidade de desenvolver sua expressão, permitindo que criem seus gestos, que observem e imitem os colegas e que, principalmente, concentrem-se na interpretação da canção [...]” (p.93). A P2 e a P4 (E1) conseguem conduzir as atividades de forma harmônica, mantendo a disciplina na sala e a participação ativa das crianças ao realizá-las. Estão presentes também, além da música, em suas práticas pedagógicas: a brincadeira, a história, o movimento, artes, etc. As crianças são estimuladas a valorizar suas produções e compartilhá-las com colegas e com as crianças que estudam em outro turno. Percebemos nas práticas destas professoras a dedicação e o compromisso com a educação das crianças, superando as condições precárias de trabalho que elas enfrentam. A música também foi bem explorada nas realizações das atividades da P6 (E2), que a utiliza para a aprendizagem dos alunos diariamente. Para cada atividade proposta é realizada uma canção. Ao cantarem as crianças demonstram manifestações de alegria, como sorrir, movimentar o corpo, bater palmas, dentre outros movimentos. Ao fazermos análise das práticas pedagógicas desenvolvidas nas escolas, foi possível notar que todas as professoras tem preocupação com o trabalho que desenvolve com as crianças, apesar de percebermos também que algumas educadoras precisam se atentar para a importância de uma prática pedagógica consciente, bem planejada e organizada, com finalidade de contribuir para o desenvolvimento pleno da criança. Constatamos, ainda, que todas as professoras observadas participam do curso de formação continuada oferecido pelas escolas em que atuam e demonstraram, em conversas informais, interesse e certa satisfação pelas temáticas propostas na formação. Mas, sabemos que é preciso aprofundar um pouco mais neste assunto, a fim de compreender melhor a prática pedagógica das professoras no sentido de verificar quais são as contribuições e incentivos oferecidos pelo poder público para o melhor desenvolvimento da prática docente.
  • 12. Algumas considerações Nas práticas pedagógicas analisadas tivemos como foco verificar a presença do lúdico, mais precisamente do ato de contar histórias e da música na Educação Infantil. Constatamos que, de certo modo, essas atividades se fazem presentes nas práticas de todas as professoras observadas, mesmo que em algumas situações ainda seja pouco exploradas pelas professoras em suas ações pedagógicas. Sabemos que as atividades lúdicas, se não forem bem planejadas, organizadas e desenvolvidas com intencionalidade, visando o desenvolvimento da criança, pouco colaborarão para formação de conceitos, valores, atitudes privando, assim, a criança de vivenciar situações de interação com sentidos e significados que possam favorecer a sua aprendizagem. Sobretudo, foi motivador acompanharmos o trabalho de professoras que, mesmo diante das precárias condições oferecidas pelo poder público para o desenvolvimento de seu trabalho, demonstram ânimo, alegria e compromisso com a educação das crianças. Neste sentido, a realização desta pesquisa nos levou a refletir se o fato das escolas oferecerem ou não boas condições de trabalho é fator predominante para a realização de práticas que não atendem as especificidades da criança, posto que, observamos práticas de qualidade dentro de um espaço com tão pouco a oferecer. Isso não significa que devemos aceitar as condições oferecidas, mas, que precisamos refletir sobre a formação e a prática do profissional que atua na Educação Infantil. Em suma, as práticas pedagógicas analisadas nos levam a diversas reflexões e, consequentemente, ao interesse em conhecer mais profundamente a realidade vivenciada nas instituições de Educação Infantil da cidade de Cáceres-MT. Com os resultados da pesquisa, o grupo contribuiu com a formação continuada realizada em uma das instituições pesquisadas, uma forma que encontramos para organizar momentos de reflexões entre os professores, com vistas à melhoria na qualidade da educação oferecida às crianças.
  • 13. Referências bibliográficas ANTUNES, Celso. Educação Infantil: prioridade imprescindível. Rio de Janeiro: Vozes, 2004. BRASIL, Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF. 2001 BRITO, Teca Alencar de. Música na educação Infantil: proposta para a formação integral da criança. São Paulo: Peirópolis, 2010. DORNELLES, Leni V. Na escola infantil todo mundo brinca se você brinca. In: CRAIDY, Carmem. KAERCHER, Gládis E. (orgs). Educação Infantil: pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001. MAFFIOLETTI, Leda de A. Práticas musicais na Escola Infantil. In: CRAIDY, Carmem; KAERCHER, Gládis E. (orgs). Educação Infantil: pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001. MALUF, Angela C. Munhoz. Atividades lúdicas para Educação Infantil: conceitos, orientações e práticas. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2009. PAIVA, Aparecida. Narração educativa ou tapeação didática? Ministério da Cultura. Programa Nacional de Incentivo a Leitura. Cursos da Casa da Leitura. Leitura e Cidadania. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 2009. VALDEZ, Diane; COSTA, Patrícia L. Ouvir e viver histórias na Educação Infantil. In: ARCE, Alessandra; MARTINS, Lígia Márcia. (orgs). Quem tem medo de ensinar na educação infantil? em defesa do ato de ensinar. São Paulo: Alínea, 2007. VIGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Tradução José C. Neto, Luís S. M. Barreto, Solange C. Afeche. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.