1. A Revolução francesa e as invasões napoleónicas
A Revolução Francesa
Por quase toda a Europa do século XVlll, o sistema político
existente era a monarquia absoluta (concentração do poder
nas mãos do monarca).
Por influência do Iluminismo, surgiram ideias que defendiam
a igualdade de todos perante a lei, o fim dos privilégios do
clero e da nobreza e a substituição do absolutismo.
A 14 de julho 1789 ocorreu o primeiro episódio da Revolução
Francesa.
Novos Direitos
A Revolução Francesa proclamou novos direitos do homem e
do cidadão, baseados nos ideais de igualdade, liberdade e
fraternidade e proclamou também os ideais do Liberalismo:
• igualdade de todos os cidadãos perante a lei;
2. • separação dos poderes (poder legislativo, executivo e judicial);
• participação dos cidadãos na vida política.
O Império de Napoleão
A Revolução Francesa provocou agitação nas monarquias
absolutas Europeias e, por estas temerem vir a ser destronadas,
declararam guerra à França.
Nessa guerra destacou-se Napoleão Bonaparte, que ocupou o
poder em França, proclamando-se imperador.
Napoleão ambicionava dominar a Europa e conseguiu, pela força
das armas, ocupar um grande número de países.
A esta ambição opôs-se ferozmente a Inglaterra.
O Bloqueio Continental
Percebendo que não conseguiria vencer a Inglaterra apenas pela
força das armas, Napoleão decretou o Bloqueio Continental, isto é,
exigiu que os países Europeus fechassem os seus portos aos
navios Ingleses.
3. Portugal não aceitou as exigências de Napoleão. Para além
da velha amizade com Inglaterra, o nosso comércio externo
dependia muito das trocas com este país.
Portugal teve de suportar as consequências da não adesão
ao Bloqueio Continental:
• Fomos invadidos pelos exércitos franceses por três vezes;
• a família real e a corte ausentaram-se para o Brasil;
• tivemos de recorrer ao apoio inglês;
• a opinião pública portuguesa dividiu-se acerca deste
acontecimento.
As invasões Francesas
I Invasão – Em outubro de 1807 dá-se a 1ª invasão,
comandada por Junot. Em novembro desse ano, a família
real foi viver para o Brasil, para evitar a perda da
independência, deixando o governo entregue a uma Junta de
Regência.
Chegado a Lisboa, Junot tomou medidas que desagradaram
4. muito aos portugueses:
• substituiu, no Castelo de S. Jorge, a bandeira portuguesa pela
francesa;
• dissolveu a Junta de Regência e passou a governar Portugal em
nome de Napoleão;
• espalhou as tropas francesas por todo o território nacional.
As tropas invasoras devastaram culturas, incendiaram povoações,
mataram pessoas, roubaram igrejas, etc. A população portuguesa
reagiu contra o invasor, mas foi necessário o auxílio inglês.
Em 1808, um exército comandado por Arthur Wellesley, desembarcou
perto da Figueira da Foz. Em Agosto, o exército luso-inglês venceu os
franceses nas batalhas de Roliça e de Vimeiro. Junot pediu a paz e
assinou a Convenção de Sintra, retirando-se de Portugal.
II Invasão – Em março de 1809 ocorreu a 2ª invasão, comandada
pelo marechal Soult. Este entrou pelo norte do país e dirigiu-se ao
porto onde se deu o célebre desastre da ponte das barcas. Também
esta invasão foi repelida e Soult retirou-se para a Galiza.
III Invasão – Iniciou-se em julho de 1810, comandada pelo general
Massena, que tinha fama de nunca ter sido derrotado.
5. Os exércitos franceses entraram por Almeida, na Beira Alta,
dirigiram-se para Lisboa e foram derrotados na Batalha do Buçaco.
Apesar disso, continuaram a avançar em direção a Lisboa. Foram
detidos nas Linhas de Torres Vedras, formadas por um conjunto de
fortificações que os ingleses tinham ajudado a construir.
Vencidos, os franceses foram obrigados a retirar-se definitivamente
de Portugal a 4 de março de 1811.