2. 2
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Sumário
SÍNDROMES DE TRANSMISSÃO SEXUAL ......................................................................................................................... 3
INCONTINÊNCIA URINÁRIA...........................................................................................................................................11
PROLAPSO GENITAL......................................................................................................................................................13
ONCOLOGIA..................................................................................................................................................................14
CICLO MENSTRUAL .......................................................................................................................................................26
ANTICONCEPÇÃO..........................................................................................................................................................27
AMENORREIA................................................................................................................................................................29
SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL...........................................................................................................................32
CLIMATÉRIO..................................................................................................................................................................36
3. 3
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
SÍNDROMES DE TRANSMISSÃO SEXUAL
CORRIMENTO VAGINAL
ALTO
dor abdominal, dor anexial, alteração do
estado geral, alteração laboratorial, febre..
DIP
BAIXO
Vulvovaginite
Cervicite
*Exame especular diferencia!
FISIOLÓGICO:
consistência flocular, transparente/branco, pH 4-4.5, bacilos gram positivos (Lactobacilos – bacilos de Doderlein),
alguns leucócitos
VAGINOSE BACTERIANA – mais comum, NÃO é DST!
a. Etiologia
Gardnerella vaginalis (ou outros anaeróbios)
*Só ter Gardnerella não significa ter vaginose, pois pode fazer parte da microbiota vaginal!
b. Fisiopatologia
Perda da microbiota vaginal normal (diminui Lactobacilos > diminui ácido lático > pH mais alto) > aumenta
proliferação de outras bactérias
c. Diagnóstico
Critérios de Amsel (3 de 4):
Corrimento branco acinzentado, fino, homogêneo – pode ter microbolhas
pH > 4.5
Teste das aminas/KOH/whiff positivo – odor piora com coito e menstruação
Clue cells (células alvo) – bactérias aderidas na membrana celular
Vaginose bacteriana (clue cells)
Critérios de Nugent (gram): padrão-ouro (MS)!
d. Tratamento
Metronidazol 500mg VO 12/12h por 7 dias
Clindamicina 300mg VO 12/12h por 7 dias
*Efeito antabuze!
*Pode usar em gestante
*NÃO trata parceiro!
*Vitamina C
4. 4
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
CANDIDÍASE – 2ª mais comum
a. Etiologia
Candida
*Faz parte da microbiota vaginal!
b. Fisiopatologia
Aumento do calor e umidade local > aumenta proliferação fúngica
c. Diagnóstico
Corrimento branco aderido tipo “nata de leite”, grumoso, inodoro
Prurido intenso
Hiperemia
pH < 4.5
Pseudo-hifas
Candidíase
Tratamento
Miconazol creme por 7 dias
Nistatina creme por 14 noites
Fluconazol 150mg VO – se recorrente
*NÃO trata parceiro!
TRICOMONÍASE – é uma DST!
a. Etiologia
Trichomonas vaginalis
*Sempre patológica, por isso sempre trata! É sinal de contato sexual!
*Pode alterar o PCCU: tratar e repetir após 3m
b. Diagnóstico
Corrimento amarelo-esverdeado, bolhoso, odor fétido
Teste das aminas/KOH/whiff positivo
Colo em framboesa/morango – colpite focal
pH > 5
Schiller de aspecto tigroide
Protozoário móvel flagelado
Tricomoníase
Recorrente
≥ 4/ano
Fluconazol VO 150mg 1cp dias 1/4/7 >
1cp/semana por 6 meses
5. 5
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
c. Tratamento
Metronidazol 500mg VO 12/12h por 7 dias
Convocar e tratar parceiro: Metronidazol 2g VO dose única
*Efeito antabuze!
*Rastrear outras DST!
VAGINOSE CITOLÍTICA
Aumento da proliferação de Lactobacilos
*Fase lútea, gestação, DM
Corrimento branco grumoso,
inodoro
Prurido
pH < 4.5
Poucos sinais inflamatórios
Ausência de patógenos +
Lactobacilos abundantes +
núcleos nus (citólise)
Bicarbonato de sódio
vaginal
Vaginose citolítica
VAGINITE ATRÓFICA
Pós menopausa > hipoestrogenismo >
parede vaginal fina
Corrimento amarelado
Prurido
pH > 5
Ausência de patógenos + aumento
de PMN + aumento de células basais
e parabasais
Estrogênio vaginal
VAGINITE INESPECÍFICA
Má higiene > germes saprófitas
multiplicam-se e tornam-se agressivos
*Ausência de agente etiológico
específico!
Crianças!
Leucorreia
Prurido
Ardência
Hiperemia
Pesquisar corpo
estranho + EPF para
oxiuríase + higiene
CERVICITES
a. Etiologia
Neisseria gonorrhoeae – gonococo
Chlamydia trachomatis – clamídia
b. Fatores de risco
Transmissão sexual
c. Diagnóstico
Corrimento cervical
Colo hiperemiado e friável
6. 6
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Sinusorragia – sangramento pós coito
Dispareunia
Gonococo = diplococo gram negativo
Clamídia = bacilo gram negativo
d. Tratamento
Ceftriaxona 500mg IM + Azitromicina 1g VO
*Tratar parceiro!
*Rastrear outras DST
Gram disponível?
NÃO > trata gonococo + clamídia (Ceftriaxona + Azitromicina)
SIM > Diplococo gram negativo (gonococo)?
Sim: trata gonococo + clamídia (Ceftriaxona + Azitromicina)
Não: trata clamídia (Azitromicina)
BARTOLINITE
a. Etiologia
Neisseria gonorrhoeae – gonococo
Chlamydia trachomatis – clamídia
b. Tratamento
Marsupialização
Bartolinectomia
Drenagem – porém tem alta recorrência
DIP
a. Etiologia
Neisseria gonorrhoeae – gonococo
Chlamydia trachomatis – clamídia
*Depois torna-se polimicrobiana
b. Diagnóstico
MAIORES/MÍNIMOS
Dor hipogástrica
Dor anexial
Dor à mobilização do colo
MENORES/ADICIONAIS
Febre
Leucocitose
Aumento de VHS/PCR
Cervicite – cultura para gonococo + PCR para clamídia
DEFINITIVOS/ELABORADOS
Endometrite na biópsia
Abscesso tubo-ovarino (massa anexial palpável) ou no fundo de saco
DIP na laparoscopia: aderência em corda de violino, edema tubário,
exsudato purulento nas tubas
3 maiores + 1 menor
OU
1 definitivo/elaborado
Ceftriaxona = gonococo
Azitromicina = clamídia
7. 7
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
c. Tratamento
CLASSIFICAÇÃO DE MONIF
1- DIP não complicada
2- DIP com peritonite
3- DIP com oclusão da trompa/abscesso
4- DIP com abscesso > 10cm ou roto
DIP 1 Ambulatorial
Ceftriaxona 500mg IM dose única +
Metronidazol 500mg VO 12/12h 14 dias +
Doxiciclina 100mg VO 12/12h 14 dias
+ Reavaliar em 48-72h!
DIP 2, 3, 4
gestante, sem melhora > 48-72h
Hospitalar
Ceftriaxona 1g IV 14 dias +
Metronidazol 400mg IV 12/12h 14 dias +
Doxiciclina 100mg VO 12/12h 14 dias
*DIP 4: + cirurgia!
*Opção: Clindamicina + Gentamicina IV
*Não precisa tirar DIU – mas se tirar, iniciar ATB antes!
d. Complicações
Infertilidade – oclusão tubária
Gravidez ectópica
Dor pélvica crônica
Hidrossalpinge
Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis: aderência peri-hepática em cordas de violino > peri-hepatite > dor pleurítica
+ dor em HD
Hidrossalpinge Sd. Fitz-Hugh-Curtis
8. 8
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
CORRIMENTAL URETRAL
URETRITE
= CERVICITE!
ÚLCERA GENITAL
1) MÚLTIPLAS?
Sim Não
Herpes
Cancro mole
Donovanose
Sífilis
Linfogranuloma
2) DOLOROSAS?
Sim Não
Herpes – limpa
Cancro mole – suja
Sífilis
Linfogranuloma
Donovanose
*CHora de dor
3) FISTULIZAÇÃO DE LINFONODOS?
Sim Não
Cancro mole – único
Linfogranuloma – múltiplos
Sífilis
Herpes
Donovanose
HERPES
a. Etiologia
Herpes simplex
b. Diagnóstico
Vesículas e úlceras dolorosas, fundo limpo
Adenopatia dolorosa que não fistuliza
Sintomas prodrômicos (mal estar, mialgia, febre)
*Teste de Tzanck: células multinucleadas (gigantes), balonização celular –
não é específico
c. Tratamento
Aciclovir 400mg 3x/dia por 7 dias (primo-infecção) ou 5 dias (recorrência)
Se ≥ 6/ano: tratamento supressivo por 6m
CANCRO MOLE
a. Etiologia
Haemophilus ducreyi – coco gram negativo
b. Diagnóstico
Múltiplas úlceras, dolorosas, fundo sujo
Adenopatia que fistuliza por 1 orifício
Gestante:
Mesmo tratamento, mas para evitar recidiva, considerar Aciclovir > 36 semanas
Herpes ativo no parto = cesárea!
9. 9
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
c. Tratamento
Azitromicina 1g dose única VO
Ceftriaxona 500mg IM
*Trata parceiro!
*Rastrear outras DST
SÍFILIS
a. Etiologia
Treponema pallidum – espiroqueta
b. Clínica
Primária
Úlcera única, indolor, fundo limpo que some sozinha (mesmo sem tratamento) – cancro duro
Secundária – após 6 semanas a 6m do cancro
Condiloma plano
Lesão cutaneomucosa não ulcerada
Terciária – após 2 a 40 anos do cancro
Goma sifilítica: tumoração com liquefação
Tabes dorsalis
Aneurisma aórtico
Artropatia de Charcot
c. Laboratório
Campo escuro Padrão ouro na sífilis primária
Treponêmico – FTA-abs, TR Positiva primeiro, mas fica positivo pra sempre
Não treponêmico – VDRL Positiva após 1-3 semanas
*Solicitar os 2 para diagnóstico!
Ideal iniciar com TR (treponêmico)
Se discordância: pedir outro teste treponêmico
Gestante: com 1 teste positivo > inicia tratamento +
pede outro exame diferente
d. Tratamento
Penicilina benzatina
Primária / Secundária / Latente recente (< 1ano) / Parceiro 1 dose de 2.4 milhões IM
Terciária / Latente tardia (> 1 ano) / Indeterminada 3 doses/semana de 2.4 milhões IM
*Se alergia: dessensibilização
*Tratar parceiro!
*Rastrear outras DST
Fenômeno de Jarisch-Herxheimer: exacerbação das
lesões cutâneas, febre, cefaleia, artralgia após 24h do
inicio do tratamento e tem regressão espontânea
10. 10
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Controle de cura:
VDRL trimestral (gestante: mensal!): tem que cair > 2 diluições em 3 meses e 4 diluições até 6 meses
*Cicatriz sorológica: VDRL positivo com queda > 2 diluições após tratamento adequado tendo descartado nova
exposição de risco
LINFOGRANULOMA
a. Etiologia
Chlamydia trachomatis L1, L2, L3
b. Diagnóstico
Pápula/úlcera indolor que some sozinha
Adenopatia dolorosa que fistuliza por múltiplos orifícios (em “bico
de regador”)
c. Tratamento
Doxiciclina 100mg VO 12/12h por 14-21 dias
C Cervicite
L Linfogranuloma
A Adenite que fistuliza
M Múltiplos orifícios
I Imunofluorescência
Di Doxiciclina – linfogranuloma
A Azitromicina – cervicite
DONOVANOSE
a. Etiologia
Klebsiella (Calymmatobacterium) granulomatis
b. Diagnóstico
Úlcera profunda, crônica, indolor – dd com CA!
Biópsia: corpúsculos de Donovan
c. Tratamento
Azitromicina 1g VO 1x/semana por 21 dias
Doxiciclina 100mg VO 12/12h por 21 dias
ÚLCERA SEM LABORATÓRIO
Úlcera > 4 semanas?
SIM: tratar tudo
Tratamento inadequado na gestação:
Incompleto
Outra medicação
Iniciado < 30 dias do parto
11. 11
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
NÃO: tem vesícula?
- Sim: tratar herpes
- Não: tratar sífilis + cancro mole
VIOLÊNCIA SEXUAL
Notificação compulsória imediata (até 24h)
Se for adolescente, acionar Conselho Tutelar
Comunicar autoridade policial (nota do MS??)
Não é obrigatório fazer BO
Para aborto: apenas termo de consentimento e mais nada! – só pode ser feito até 20-22 semanas ou peso <
500g
Conduta:
1) Pedir exames para rastrear DST
2) Contracepção de emergência, SN (se uso irregular de ACO, apenas camisinha etc):
Levonorgestrel 1.5mg VO (até 5 dias)
3) Profilaxia de DST
VIRAIS
HIV Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) + Dolutegravir (DTG) até 72h
Hepatite B
Imunoglobulina (se abusador com HB ou de grupo de risco) até 14
dias + Vacina (SN)
NÃO VIRAIS
Sífilis Penicilina benzatina 2.4 milhões IM dose única
Gonorreia Ceftriaxona 500mg IM dose única
Clamídia, Cancro mole Azitromicina 1g VO dose única
Tricomoníase Metronidazol 2g VO dose única
HIV NA GESTAÇÃO
AVALIAR CV > 34 SEMANAS:
CV indetectável: parto vaginal (sem AZT)
CV < 1.000: AZT por 3h + parto vaginal
CV > 1.000: AZT por 3h + cesárea eletiva
*Contraindicação absoluta à amamentação – cabergolina!
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
1) URINA ROTINA + UROCULTURA
*Hematúria sem ITU + > 50 anos + tabagista = cistoscopia
2) MOBILIDADE DO COLO VESICAL
Teste do cotonete
USG
3) URODINÂMICA – padrão-ouro
Indicações:
De esforço sem perda no exame físico
Falha no tratamento clínico
Antes do tratamento cirúrgico
Associado a prolapso grande – o prolapso pode mascarar a
incontinência urinária por obstrução > após cirurgia, a incontinência se manifesta
Fístula vesico/ureterovaginal
FR: cirurgia pélvica, radioterapia
*Ureterovaginal: perda de urina pela vagina com
micção normal
Transbordamento – bexiga não contrai (bexigoma)
FR: lesões neurológicas, DM
Atrofia vaginal (hipoestrogenismo) pode
causar incontinência urinária de esforço
pelo encurtamento da uretra atrófica!
*Controverso
12. 12
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Urofluxometria
Esvaziamento inicial: volume, fluxo máximo e
volume residual
Cistometria –
fase de enchimento
Não pode ter:
Atividade do detrusor
Perda de urina
Dor
*Compara pressão vesical com abdominal (retal)
Estudo miccional –
estudo de fluxo-pressão
Obstrução x hipocontratilidade
BEXIGA HIPERATIVA INCONTINÊNCIA DE ESFORÇO
CLÍNICA
Urgência miccional, polaciúria, noctúria
Contração não inibida do detrusor
*O diagnóstico é clínico!
Tosse, espirro
Hipermobilidade vesical: PPE > 90 cmH2O
Defeito esfincteriano: PPE < 60 cmH2O
*PPE = pressão de perda ao esforço
TTO
Clínico
Perda de peso, diminuir consumo de cafeína e
fumo, treinamento vesical
Fisioterapia – exercícios perineais,
eletroestimulação
Anticolinérgicos (M2, M3): Oxibutinina /
Tolterodina / Darifenacina / Solifenacina –
muito efeito colateral
Imipramina – 2ª linha
B3-agonista: Mirabegrona – relaxa detrusor +
diminui acetilcolina
Clínico
Perda de peso
Fisioterapia – Kegel, biofeedback
Duloxetina – aumenta suicídio
Agonistas alfa-adrenérgicos – aumenta AVE
Cirúrgico
Sling – TVT (preferir!), TOT
*Se TVT: cistoscopia intraoperatório!
*CI dos anticolinérgicos: arritmias, glaucoma de ângulo fechado, gestação / lactação
Bexiga hiperativa
Síndrome da bexiga dolorosa
Urgência miccional e polaciúria + dor à
distensão vesical que alivia ao esvaziar
Cistoscopia: úlcera de Hunner
Diagnóstico: de exclusão
13. 13
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Incontinência de esforço
PROLAPSO GENITAL
PROLAPSO UTERINO
*Alongamento hipertrófico do colo:
cervicometria alterada (diferença > 2 entre
o ponto C e D)
Sintomáticas:
Histerectomia vaginal total
Manchester – se alongamento hipertrófico do colo / caso leve com
desejo reprodutivo
Sintomáticas de alto risco:
Colpocleise (LeFort) – contraindicar se vida sexual ativa
Pessários – + incontinência de esforço
PROLAPSO DE CÚPULA
– pós histerectomia
Fixar cúpula ao promontório/sacroespinhoso/uterossacro
Colpocleise (LeFort)
PROLAPSO DE PAREDE ANTERIOR
– cistocele
*Defeito paravaginal (80%)
Colporrafia/colpoperineoplastia anterior com correção da fáscia
pubovesicocervical
Tela – se recidiva
PROLAPSO DE PAREDE POSTERIOR
– retocele
Colporrafia posterior com correção da fáscia retovaginal
*Enterocele: exérese do saco herniário com obliteração do fundo de saco
CLASSIFICAÇÃO POP-Q
Aa, Ba Parede anterior
Ap, Bp Parede posterior
C
Colo ou cúpula
D+: colo
D-: cúpula
D
só tem quem tem útero
Fundo de saco de Douglas
14. 14
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
CVT Comprimento vaginal total
CP
Corpo perineal – distância entre o ânus e
a vagina (< 3 na rotura perineal)
Negativo: antes do hímen
Positivo: além do hímen
*Carúncula himenal: ponto 0
I < -1
II -1 e +1
III ≥ +2, mas não total
IV Total (> CVT – 2cm)
ANATOMIA
SUSTENTAÇÃO
1) DIAFRAGMA PÉLVICO
M. levantador do ânus – pubococcígeo + puborretal + iliococcígeo
M. coccígeo
2) DIAFRAGMA UROGENITAL
M. transverso profundo
Esfíncter uretral externo
3) FÁSCIA ENDOPÉLVICA
SUSPENSÃO
1) ANTERIORES
Lig. pubovesicouterinos
2) LATERAIS
Lig. cardinais
3) POSTERIORES
Lig. uterossacros
ONCOLOGIA
MAMA
DERRAME PAPILAR
Lácteo
Hiperprolactinemia
Gestação
Medicamentosa – psicotrópicos
Prolactinoma (> 100)
Hipotireoidismo
Multicolor
(verde/amarelo/marrom)
Alteração funcional benigna da mama – + adensamento + mastalgia cíclica
Ectasia ductal – múltiplos ductos, bilateral, à expressão
Sanguíneo
Papiloma intraductal – principal causa
CA
Investigar – Ressecção ductal
Espontâneo
Uniductal
Unilateral
“Água de rocha”
Sanguinolento
*Mesmo com exame de imagem normal!!!!!!
15. 15
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
MASTALGIA
Cíclica Acíclica
Fase lútea
Bilateral em QSE
Ex: alteração funcional da mama
*Orientar e melhorar sustentação!
Mamária ou não
Unilateral
Ex: mastite, abscesso, neuralgia, angina
NÓDULO PALPÁVEL
1) EXAME CLÍNICO
Suspeito:
Aderido
Irregular
Pétreo
2) PAAF – diferencia sólido x cístico
Amarelo esverdeado
Sem lesão residual
> 2 recidivas
Sanguinolento
Lesão residual
Sólido
USG / MMG USG / MMG + Biópsia
*Pode ser terapêutica no esvaziamento de macrocisto sintomático!
*Se negativo, NÃO EXCLUI CA!
3) USG/MMG
▪ USG
Indicações:
Diferenciar sólido x cístico
MMG inconclusiva
Jovem e gestante – mama densa
Benigno Maligno
Anecoico
Homogêneo
Bem delimitado
Reforço acústico posterior
Ovo deitado
Misto
Heterogêneo
Mal delimitado
Sombra acústica posterior
Ovo em pé
US: benigno US: maligno
Provavelmente benignos
MMG é o método de rastreio SEMPRE!
Inclusive em próteses mamárias
16. 16
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Suspeitos
▪ RM
Indicações:
Prótese mamária
Múltiplas cirurgias
BI-RADS 0
*Não mostra microcalcificações e lesões < 2mm
▪ MMG – único que vê microcalcificações!!
Mediolateral – superior (perto do peitoral), inferior
Craniocaudal – externo (superior), interno (inferior)
Calcificações suspeitas
Achados suspeitos
17. 17
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
BI-RADS
0 Inconclusivo Mama densa
USG / RM / Compressão
localizada
1 Nenhuma alteração Só mama Repetir de acordo com idade
2 Alteração benigna
Regular, homogênea, calcificação
grosseira/em pipoca/vascular
Repetir de acordo com idade
3 Provavelmente benigna -
Repetir em 6 meses
(acompanha por 3 anos)
4/5 Provavelmente maligna
Espiculado, microcalcificações
pleomórficas agrupadas
Biópsia
6 CA confirmado Avaliar resposta ao tratamento -
▪ BIÓPSIA
Core biopsy / PAG: vários disparos
Mamotomia: disparo único, de escolha em microcalcificações
Biópsia cirúrgica: padrão-ouro, PAG / mamotomia
inconclusiva
*Se impalpável/microcalcificações: estereotaxia
MALIGNAS – CA DE MAMA
a. Fatores de risco – hormônio dependente
Sexo feminino
Idade
HF 1º grau (mãe, irmã, filha)
Mutação BRCA 1 e 2
Nuliparidade
Menacme prolongado
Dieta rica em gordura
Obesidade pós-menopausa
Álcool
CA in situ (ductal ou lobular)
Hiperplasia atípica – ressecção!
*Não tem relação: tabagismo, ACO
b. Rastreamento
MS
50-69 anos: MMG 2/2 anos
Alto risco: > 35 anos MMG anual
FEBRASGO 40-69 anos: MMG anual
*Alto risco: mutação BRCA, hiperplasia atípica, 1º grau < 50 anos, bilateral ou ovário, HF de CA de mama masculino
c. Tipos histológicos
Ductal infiltrante / Não especial
Invasor mais comum
Bom prognóstico
Lobular infiltrante Bilateral e multicêntrico
CA inflamatório
Localmente avançado – T4d
Aspecto em “casca de laranja”
Paget
Descamação unilateral com destruição do complexo
areolopapilar
Biópsia: incluir pele na ressecção
*Diferenciar de eczema – pruriginoso, não destrói complexo, melhora
com corticoide
Incisional Excisional
Lesões grandes Lesões pequenas, cistos
Principal FR para recidiva:
acometimento linfonodal
BRCA
Gene supressor tumoral
Autossômica dominante
1: c17, pré-menopausa
2: c13, pós-menopausa
METÁSTASE – disseminação linfática
1) Ossos
2) Pulmão
3) Fígado
4) Cérebro
18. 18
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
d. Imuno-histoquímica
Luminal A –
melhor prognóstico,
mais velhas
RH +
HER –
Ki67 baixo (< 14%)
Luminal B
RH +
HER – / +
Ki67 alto (> 14%)
Triplo negativo –
jovens
RH –
HER –
Superexpressão HER
RH –
HER +
e. Estadiamento
1 < 2cm sem invasão
2 2-5cm com invasão dos linfonodos axilares
3 > 5cm com invasão dos linfonodos torácicos ou da pele
4 Invade linfonodo contralateral ou metástase
f. Tratamento
▪ CIRURGIA
CONSERVADORA –
Segmentectomia/Quadrantectomia
+ RT pós operatória
< 3.5cm
< 20% da mama
RADICAL –
Madden, Patey
Localmente avançado
Multicêntrico
Relação mama/tumor ruim
Gestação
Impossibilidade de realizar RT pós conservadora
*Não faz cirurgia se tiver metástase!
Linfonodo sentinela
Negativo: evita esvaziamento axilar completo
Positivo ou clínica positiva: esvaziamento axilar completo
*< T1/T2 + axila livre + sentinela até 2 linfonodos positivos: não precisa do esvaziamento
▪ QUIMIOTERAPIA
ADJUVANTE
> 1cm (palpável)
Linfonodo positivo
Metástase
RE/RP –
Expressão de HER2
NEOADJUVANTE –
antes da cirurgia
Localmente avançado (CA inflamatório)
▪ RADIOTERAPIA ADJUVANTE – controle local
Indicações:
Cirurgia conservadora
> 4cm
≥ 3 linfonodos acometidos
▪ HORMONIOTERAPIA – Tamoxifeno (SERM) ou Inibidor da Aromatase por 5 anos
Indicações:
RE/RP +
NÃO PESQUISAR: tumor
localmente avançado, axila
clinicamente positiva
Complicações do esvaziamento radical
Lesão do nervo torácico longo (m.
serrátil anterior): escápula alada
Linfedema
19. 19
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Inibidores da aromatase
– anastrozol
Pós menopausa Aumenta desmineralização óssea
Inibidores da recaptação do estrogênio
– tamoxifeno
Pré menopausa Aumenta CA de endométrio e trombose
▪ TERAPIA ALVO DIRIGIDA – Transtuzumabe, menos efeito adverso
Indicações:
Superexpressão HER2 (3+)
BENIGNAS
FIBROADENOMA
Mais comum
Jovens (20-35 anos)
Nódulo bem delimitado, móvel, regular, consistência fibroelástica
Retirar se: > 35 anos, crescimento rápido
TUMOR FILOIDES
Parece fibroadenoma, mas cresce muito rápido (estroma hipercelular)
30-50 anos
Tratamento: exérese com margem – tendência à recidiva
ESTEATONECROSE Nódulo após trauma
ALTERAÇÃO FUNCIONAL
BENIGNA DA MAMA
Pode se manifestar como adensamento, cisto, mastalgia cíclica ou
derrame papilar multicolor
ABSCESSO SUBAREOLAR
RECIDIVANTE
Tabagista, 30-50 anos
Doença congênita da papila
Tratamento: ATB
OVÁRIO
a. Fatores de risco
HF – principal (3x)
Idade (> 60 anos)
Mutação BRCA 1 e 2
Dieta rica em gordura
Obesidade
Menacme longo
Nuliparidade
Indutor de ovulação
Tabagismo – mucinoso
b. Fatores de proteção
Amamentação
Multiparidade
Uso de anovulatório
Laqueadura tubária / fimbriectomia
c. Diagnóstico
1) CLÍNICA + USG – suspeita
S Sólida
U USG Doppler com baixa resistência (< 0.4) – neovascularização
S Septações espessas (> 3mm)
P Papilas
E Espessamento de parede
I Irregular
T Tamanho > 8cm
A Antes ou após menacme / Ascite
METÁSTASE – disseminação transcelômica
Fígado
*NUNCA faz punção!
20. 20
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Não existe rastreamento!!!!
CA-125
Principal marcador
NÃO é específico!
2) HISTOPATOLÓGICO – definitivo
MALIGNAS
Epiteliais
Adenocarcinoma seroso
Mais comum
CA 125
Adenocarcinoma mucinoso
Pseudomixoma peritoneal –
também ocorre no tumor de
apêndice
CA 19.9, CEA
Células claras
Pior prognóstico dos epiteliais
– “sombrio”
Germinativo
Disgerminoma
Germinativo maligno mais
comum
Crianças
Disseminação linfática
Sensível à RT
LDH
Embrionário
Puberdade precoce
AFP, HCG
Teratoma imaturo
Contém tecidos fetais pouco
diferenciados
Seio endodérmico
Pior prognóstico dos
germinativos
AFP
*Na infância, 80% dos tumores ovarianos são malignos
*Pedir cariótipo!
Cordão sexual
Androblastoma
Androgênios
Virilização
*SDHEA normal – dd com tumor
adrenal
Metastáticos
Krukenberg
Tumor primário do TGI
(maioria gástrico)
Presença de células em anel
de sinete
d. Estadiamento
I – Limitado ao ovário
IA 1 ovário
IB 2 ovários
IC
1/2 ovários + superfície externa do ovário/ruptura da cápsula/lavado
peritoneal ou ascítico
II – Invade cavidade
pélvica
IIA Invade tubas/útero
IIB Invade outros órgãos pélvicos
IIC Invade lavado peritoneal ou ascítico
Ruim: CA ovário inicial pode dar normal,
inespecífico (aumenta em DIP, mioma, gravidez..)
Bom: complementa avaliação tumoral, seguimento
pós tratamento
21. 21
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
III – Acometimento
peritoneal ou
linfonodal
IIIA Invade peritoneo microscopicamente
IIIB Invade peritoneo < 2cm
IIIC Invade peritoneo > 2cm ou linfonodo retroperitoneal/inguinal
IV – Metástase IV Invade órgãos a distancia – fígado, pleura..
*A ruptura da cápsula durante a cirurgia altera o estadiamento de IA para IC1
e. Tratamento
▪ CIRURGIA FUNDAMENTAL – Laparotomia
Lavado peritoneal + biópsias peritoneais + histerectomia
total + anexectomia bilateral + omentectomia infracólica +
ressecção de implantes, linfonodos pélvicos e para-aórticos
*Se mucinoso: + apendicectomia
Se desejo de engravidar:
Epitelial + estádio IA (Apenas 1 ovário) G1/G2 ou borderline: avaliar salpingooforectomia unilateral
▪ CIRURGIA DE CITORREDUÇÃO – melhora resposta à QT
Visa retirar o máximo possível de tumor – ótima se restar < 1cm
Se doença avançada: QT neoadjuvante (3 ciclos) > cirurgia de citorredução > QT adjuvante
▪ QT ADJUVANTE
Todos, exceto IA e IB (Bilateral) G1/G2
BENIGNAS
NÃO NEOPLÁSICOS
Cistos funcionais –
mais comum
Folicular
Cisto funcional mais comum
Cisto simples > 3cm
Corpo lúteo hemorrágico
2º cisto funcional mais comum
Dor pélvica – dd com gravidez ectópica
USG: aspecto heterogêneo/reticular, doppler com anel de fogo com baixa
resistência
Conduta: expectante (ACO evita novos cistos) / cirurgia se dor intensa ou
instabilidade
Endometrioma
Líquido achocolatado
Conduta: excisão se sintomático – não responde à medicamento!
Abscesso Debris ecogênicos + septações + febre
NEOPLÁSICOS
Teratoma benigno
/ maduro /
dermoide –
mais comum
Formação heterogênea, com calcificações e sombra acústica
Risco de torção anexial
Conduta: cirurgia
Cistoadenoma
Seroso: multiloculado, corpos de Psammoma
Mucinoso: atinge grandes dimensões
Struma ovarii Contém tecido tireoidiano – crises tireotóxicas!
Fibromas
Síndrome de Meigs: tumor de ovário benigno (fibroma ou Brenner) + ascite +
derrame pleural
Tumor de Brenner
Epitélio semelhante ao urotélio (de transição)
Síndrome de Meigs
Cirurgia:
diagnóstico + estadiamento (biópsia de
congelação) + tratamento
22. 22
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Cisto persistente / Cisto na pós menopausa:
CA-125
Tratamento
Expectante
Ooforoplastia
COLO DE ÚTERO
a. Conceitos
Endocérvice Epitélio colunar/cilíndrico/glandular
Ectocérvice Epitélio escamoso
JEC Onde os 2 epitélios se encontram – é dinâmica, varia com estímulo hormonal!
Ectopia/Eversão JEC exteriorizada – mácula rubra
Metaplasia escamosa
Ectopia > acidez vaginal > transformação do epitélio cilíndrico da endocérvice em
epitélio escamoso da ectocérvice
*É fisiológico!!!!!!
Zona de transformação –
onde surge o CA
Área onde a metaplasia escamosa ocorre – área entre a JEC original e a nova JEC
Tipo 1: totalmente na ectocérvice
Tipo 2: parte na endocérvice, porém visível
Tipo 3: parte na endocérvice, não visível
Cistos de Naboth Metaplasia escamosa > oclusão de glândulas do epitélio colunar
b. Características
Mais comum: epidermoide / escamoso / espinocelular (HPV 16)
2º mais comum: adenocarcinoma (HPV 18)
Evolução lenta (10-15 anos)
c. Fatores de risco
HPV + fatores de risco para IST
Idade > 30 anos
Tabagismo
Imunodepressão
HPV – 16, 18
VACINAÇÃO:
Geral: quadrivalente (6, 11, 16, 18) em 2 doses (0, 6m) – meninas 9-14 anos, meninos 11-14 anos
HIV, transplante, CA: 3 doses (0, 2, 6m) – meninas 9-45 anos, meninos 9-26 anos
d. Clínica
Dor, corrimento, sinusorragia – estágios avançados
e. Rastreamento
Colpocitologia
1) QUANDO COLHER? – 123
1x/ano > após 2 negativos > a cada 3 anos
25-64 anos, após sexarca
HPV é um fator necessário, mas não suficiente, para o CA!
23. 23
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Situações especiais
Gestante Tudo igual
HIV / imunodepressão
Após sexarca 6/6m no 1º ano > anual
*CD4 < 200: manter 6/6m
Virgem / Histerectomia
total por doença benigna
Não faz
2) COMO COLHER?
Coleta ectocervical – espátula de Ayre 360 graus
Coleta endocervical – escova dentro do OEC
3) COMO CONDUZIR? – Bethesda
LIE-BG (LSIL) –
manifestação citológica do
HPV
Repetir
< 25 anos: 3 anos
≥ 25 anos: 6m
2 alterados > colposcopia
ASC-US
Repetir
< 25 anos: 3 anos
25-29 anos: 1 ano
≥ 30: 6m
ASC-H Colposcopia
AGC (AGUS)
Colposcopia + avaliar canal endocervical (escovado, curetagem, histeroscopia) +
avaliar endométrio (≥ 35 anos)
LIE-AG (HSIL) Colposcopia
AOI (origem indefinida) Colposcopia
Parece CA Colposcopia
HIV / imunodepressão Colposcopia
*Coilocitose, discariose e disceratose: efeito citopático do HPV
f. Diagnóstico
Colposcopia + Biópsia
Ácido acético – marca proteínas do epitélio alterado: área acetobranca
Teste de Schiller (lugol) – marca glicogênio das células normais: iodo negativo
(Schiller positivo)
Vasos atípicos – achado mais suspeito de invasão
Se não visualizou JEC (colposcopia insatisfatória):
abrir mais o espéculo / espéculo endocervical / estrogênio
Resultados da biópsia – Richart
NIC I –
não vira CA (80% regride)
Acompanhar
Permanecer por 2 anos:
acompanhar / destrutivo (crioterapia, cauterização)
NIC II
NIC III
Exérese
EZT I (CAF) / EZT II: resto
EZT III (Cone): suspeita de invasão, não vê limite da lesão, JEC não visível
*< 20 anos: colposcopia 6/6m por 2 anos
CA Estadiamento
*Ver e tratar: LIE-AG > 25 anos com lesão visível (limite, JEC) na colposcopia pode já fazer EZT antes da biópsia
*NIC II/III com margens comprometidas: colposcopia 6/6m por 2 anos
GESTANTE:
suspeita de invasão: biópsia
sem suspeita de invasão:
citologia 90 dias após parto
24. 24
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
g. Estadiamento – é CLÍNICO!!!!
0 – carcinoma in situ - *Se já fez EZT III (Cone), já está tratado!
1 – restrito ao colo uterino
IA1 < 3mm
IA2 3-5mm
IB1 5mm-2cm
IB2 2-4cm
IB3 ≥ 4cm
2 – invasão perto
IIA1 Parte superior da vagina < 4cm
IIA2 Parte superior da vagina ≥ 4cm
IIB Paramétrio
3 – invasão mais longe
IIIA Terço inferior da vagina
IIIB Parede pélvica/ureter (hidronefrose)
IIIC1 Linfonodo pélvco
IIIC2 Linfonodo paraórtico
4 – invasão distante
IVA Bexiga e reto
IVB À distância
h. Tratamento
0 EZT III (cone)
IA1 Histerectomia tipo 1 – quer engravidar: EZT III
IA2 Histerectomia tipo 2 + linfadenectomia pélvica
IB1 / IB2 Histerectomia tipo 3 (Wertheim-Meigs)
IB3 / IIA1 Histerectomia tipo 3 (Wertheim-Meigs) ou QT + RT
≥ IIA2 QT + RT
*Pode fazer RT primária em qualquer estágio – exceto IVB
Do condiloma acuminado – HPV 6, 11
Cautério/laser: lesão extensa
Ácido tricloroacético: lesão pequena, gestante
Imunomodulador: uso domiciliar, pior resposta
VULVA
a. Características
Idosas (70-80 anos)
Mais comum: escamoso / epidermoide / espinocelular
Local mais comum: grandes lábios
Disseminação linfática
b. Fatores de risco
HPV
Tabagismo
Linfogranuloma venéreo
Líquen
c. Clínica
Prurido – mais comum (70%)
d. Diagnóstico
Teste de Collins + Biópsia
e. Tratamento
*Wertheim-Meigs: histerectomia total + retirada de
paramétrios, uterossacros e terço superior da
vagina + linfadenectomia pélvica
Anexectomia não é obrigatória!
25. 25
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
> 2cm (> IB): vulvectomia
f. Diagnóstico diferencial
Líquen escleroso
Prurido, dispareunia
Placas hipocrômicas, brilhantes, com fusão de pequenos/grandes lábios
Lesão “em 8” / “em fechadura”, simétrica, envolve região perianal
Poupa mucosa – dd com líquen plano
Tratamento: corticoide tópico
ENDOMÉTRIO
Suspeita de CA
USG na menopausa > 4mm sem TRH / > 8mm com TRH
Colpocitologia na menopausa Presença de células endometriais
a. Características
Tipo I
Mais comum – endometrioide
Origina-se a partir da hiperplasia endometrial
Relação com estrogênio
Tipo II
Pior prognóstico
Origina-se a partir do endométrio atrófico
Mulheres mais velhas e magras
b. Fatores de risco – ação do estrogênio sem proteção da progesterona
Obesidade – principal
> 60 anos
Nuliparidade
Tamoxifeno
Nível socioeconômico elevado
Branca
Anovulação crônica
Menacme longo
DM
Hiperplasia
Síndrome de Lynch II – colorretal + endométrio/ovário
c. Fatores de proteção
Contracepção com progesterona
Multiparidade
Tabagismo
d. Diagnóstico
Sangramento anormal + endométrio espesso > biópsia
Cureta de Novak – ambulatorial, às cegas
Curetagem fracionada / semiótica – cirúrgico, às cegas
Histeroscopia com biópsia – padrão-ouro
Resultado da biópsia
Hiperplasia –
precede 80% dos
casos
Sem atipia / Benigna
Progesterona + biópsia após 3-6m
*Falha: Histerectomia
A principal causa de sangramento na
menopausa é a atrofia endometrial!
26. 26
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Com atipia / NIE
Histerectomia
*Deseja engravidar: Progesterona + biópsia após 3-6m
CA de endométrio Cirurgia
e. Tratamento
▪ CIRURGIA – estadiamento + tratamento
Laparotomia: lavado peritoneal + histerectomia total + anexectomia + linfadenectomia
▪ RT
≥ 50% invasão miometrial (≥ IB)
▪ QT
Associar se passou do útero
CICLO MENSTRUAL
Normal
Duração 21-35 dias
Fluxo 2-6 dias
Perda sanguínea 20-60 ml
FASE FOLICULAR (variável) – 1ª fase
Hipotálamo > GnRH pulsátil (baixa amplitude, alta frequência) > aumenta LH
FASE LÚTEA (14 dias, fixa) – 2ª fase
Hipotálamo > GnRH pulsátil (alta amplitude, baixa frequência) > aumenta FSH
▪ CICLO OVARIANO
FSH alto – aumenta no fim do ciclo anterior
FSH estimula vários folículos que secretam estrogênio + inibina B (inibe FSH)
1 folículo se destaca – folículo dominante (mais aromatase, mais receptores para FSH e receptores de LH na
granulosa)
Pico de estrogênio (> 200 + 50h) gera pico de LH
Pico de LH (aumento de prostaglandinas, aumento de receptores de LH na granulosa) gera ovulação –
discreto aumento de progesterona/FSH 12-24h antes da ovulação
Formação do corpo lúteo que secreta progesterona (inibe LH) + inibina A (inibe FSH)
Regressão do corpo lúteo (não tem HCG para sustentar): queda de estrogênio, progesterona e inibina A +
aumento do FSH
Ovulação ocorre 32-36h após início do aumento e 10-12h após pico máximo do LH
▪ CICLO UTERINO
1) Proliferativa: glândulas curtas e pequenas – estrogênio
2) Secretora: glândulas longas, tortuosas e dilatadas – progesterona
3) Menstrual
Disseminação linfática!
27. 27
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
*Fase proliferativa: útero trilaminar
NO OVÁRIO – esteroidogênese (teoria das 2 células e 2 gonadotrofinas)
Células da teca LH
Colesterol >
Androgênios (Androstenediona, Testosterona)
Células da granulosa FSH
Androgênios (Androstenediona, Testosterona) >
Estrogênio (Estrona, Estradiol)
*Aromatase
Menacme Estradiol – ovários
Menopausa Estrona – aromatização periférica
Gravidez Estriol – placenta
ANTICONCEPÇÃO
COMPORTAMENTAIS
Tabelinha
Registrar ciclo menstrual por 6m, se a diferença entre o ciclo mais longo e o mais curto
for < 10: pode usar – subtrair 18 do mais curto e 11 do mais longo (período de
abstinência)
Curva térmica
Ovulação aumenta 0.3 na temperatura – progesterona
Muco cervical (Billings)
Muco elástico, com filância e cristalização (estrogênio) > ovulação > muco espesso,
sem filância (progesterona)
DIU
Cobre – dura 10 anos
Ação espermicida, irritativa e
inflamatória
Aumenta dismenorreia e fluxo
Progesterona – dura 5 anos
Atrofia endometrial + muco hostil
Gera amenorreia
Alterações intrauterinas – suspeita de
gravidez, distorção da cavidade, SUA
inexplicado, CA de colo/endométrio,
infecção uterina
Entre 48h e 4 semanas pós-parto
CA de mama – Progesterona
28. 28
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Cobre + Prata – dura 5 anos
Forma em “Y” que facilita a inserção e
remoção
NÃO É ANOVULATÓRIO!
MINIPÍLULA –
progesterona
Altera muco cervical + atrofia
endometrial
Ideal: amamentando ou peri-
menopausa
NÃO É ANOVULATÓRIO!
*Pílula de Desogestrel (não é minipílula): é anovulatório
3:
Gravidez
Tumor hepático
HAS grave
AVE / TVP / TEP aguda
Amamentação < 6 semanas pós-parto
– Injetável
4:
CA de mama atual
INJETÁVEL
TRIMESTRAL /
IMPLANTE
SUBDÉRMICO –
progesterona
Altera muco + atrofia endometrial +
anovulação
< 6 semanas após parto amamentando:
minipílula ou implante
ACO / ANEL
VAGINAL / ADESIVO
/ INJETÁVEL MENSAL
–
progesterona +
estrogênio
Altera muco cervical + atrofia
endometrial + altera motilidade
tubária + anovulação
*Estrogênio: inibe FSH
*Progesterona: inibe LH
4:
Amamentação < 6 meses pós-parto
CA de mama atual
Tabagismo > 35 anos – ≥ 15 cigarros é
4, qualquer cigarro é 3
IAM / TVP / TEP / AVE atual ou prévio
LES + SAF
Hepatopatia grave
Enxaqueca com aura
*Anticonvulsivantes (exceto ácido valproico)
e Rifampicina diminuem eficácia do ACO VO!
*LARC: DIU + implante subdérmico
*Pearl ideal < 4
AMAMENTAÇÃO E ACO
NÃO
< 21 dias + sem risco de TVP: 3
< 21 dias + com risco de TVP: 4
21-42 dias + sem risco de TVP: 2
21-42 dias + com risco de TVP: 3
SIM
< 6 semanas: 4
6 semanas a 6 meses: 3
DEFINITIVA
> 25 anos OU 2 filhos vivos + 60 dias entre a vontade e a cirurgia + 42 dias após parto/aborto
*Só pode fazer na cesárea se: cesárea de repetição ou doença de base muito grave
DE EMERGÊNCIA
Altera ovulação + atrofia endométrio
Levonorgestrel 1.5mg VO dose única
72h a 5 dias
1 Pode usar
2 Pode usar com cautela
3 Contraindicação relativa
4 Contraindicação absoluta
29. 29
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
AMENORREIA
PRIMÁRIA SECUNDÁRIA
Sem caracteres sexuais: 13-14 anos
Com caracteres sexuais: 15-16 anos
3 ciclos ou > 3-6m
GENITÁLIA INTERNA – células de Sertoli: anti-Mulleriano
Mulher XX
Ausência do hormônio anti-Mulleriano > ducto de Muller
(paramesonéfrico) > útero, tubas e 2/3 superiores da vagina
Homem XY
Presença do hormônio anti-Mulleriano > ducto de Wolff > epidídimo,
ducto deferente, ducto ejaculatório e vesícula seminal
GENITÁLIA EXTERNA – células de Leydig: testosterona
Mulher XX Ausência de testículos > ausência de testosterona > 1/3 distal da vagina
Homem XY Presença de testículos > presença de testosterona > pênis
MULHER HOMEM
Seio urogenital Uretra e 1/3 distal da vagina Uretra prostática e próstata
Tubérculo genital Clitóris Glande
Eminência urogenital Grandes lábios Bolsa escrotal
Prega urogenital Pequenos lábios Corpo peniano
Compartimentos
IV Hipotálamo
III Hipófise
II Ovário
I Útero, vagina
AMENORREIA SECUNDÁRIA
1) EXCLUIR GRAVIDEZ
B-HCG quantitativo
2) TSH + PROLACTINA
Hipotireoidismo + Hiperprolactinemia: tratar hipotireoidismo
Hiperprolactinemia:
- Prolactinoma (> 200): RM > cabergolina, bromocriptina
- Medicamentosa (mais comum): metoclopramida, neurolépticos, tricíclicos, ranitidina, ACO..
- Outras: gestação/lactação, estimulação, lesão torácica, insuficiência renal
3) TESTE DA PROGESTERONA (Medroxiprogesterona 10mg 5-10d) – avalia estrogênio e trato de saída
Sangrou: anovulação – ex: SOP
Não sangrou: deficiência de estrogênio / lesão do endométrio / obstrução ao fluxo?
4) TESTE DO ESTROGÊNIO + PROGESTERONA (ACO 21d) – avalia
endométrio e trato de saída
Não sangrou: causa anatômica
- Síndrome de Asherman: sinéquias após curetagem
- Hiperplasia adrenal congênita: pseudo-hermafroditismo feminino – principal causa de genitália ambígua
Sangrou: não é causa anatômica > ovário / central?
5) FSH – diferencia causa ovariana e central
FSH > 20: causa ovariana > hipogonadismo hipergonadotrófico
- Insuficiência ovariana prematura (< 40 anos): idiopática, irradiação, QT, doença autoimune, infecção
- Síndrome de Savage: resistência dos ovários ao LH e FSH > biópsia > terapia hormonal
FSH < 5 ou normal: causa central > hipogonadismo hipogonadotrófico > TC/RM + teste do GnRh
Dopamina inibe prolactina
Hiperplasia adrenal congênita forma
não clássica (tardia):
diagnóstico diferencial com SOP!
Síndrome de Savage:
pode ser amenorreia 1ª ou 2ª!!
30. 30
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
6) TESTE DO GNRH
Sem aumento de LH/FSH: causa hipofisária
- Síndrome de Sheehan: hipotireoidismo + hipocortisolismo + hipogonadismo + agalactorreia pós parto
Aumento de LH/FSH: causa hipotalâmica
- Craniofaringioma
- Anorexia, exercício, estresse
AMENORREIA PRIMÁRIA
▪ COM CARACTERES SEXUAIS – tem ovário funcionante > causa anatômica!
Hímen imperfurado: cólica menstrual intensa (sangue menstrual acumulado – criptomenorreia)
Septo vaginal transverso: não dá pra ver no exame clínico (diagnóstico: US)
Síndrome de Rokitansky/agenesia dos ductos de Muller (46XX): US com ausência de útero, tubas e terço
superior da vagina
Rokitansky – 46XX Morris – 46XY
46XX > tem ovário
Agenesia dos ductos de Muller
Amenorreia primária com caracteres sexuais +
ausência de útero, tubas e 2/3 superiores da
vagina + dispareunia (vagina curta) + pelos
normais + ovários normais
*Sempre investigar alteração renal (US!), pois os ductos
de Muller tem a mesma origem dos paramétrios
46XY > tem testículo
Insensibilidade androgênica (completa ou
incompleta)
Amenorreia primária com mama pequena +
ausência de útero, tubas e 2/3 superiores da
vagina + dispareunia (vagina curta) + ausência
de pelos + presença de testículos
*Genótipo masculino, fenótipo feminino
*O dd é feito pelo cariótipo e é importante pois, caso haja presença de testículos, estes devem ser retirados pelo risco de virar CA!
▪ SEM CARACTERES SEXUAIS – ovário não funcionante (hipogonadismo) > primário ou secundário?
1) FSH
FSH alto: causa ovariana > hipogonadismo hipergonadotrófico (disgenesia gonadal) > cariótipo
- Disgenesia gonadal – ex: Síndrome de Turner (45X0, pescoço alado + tórax em escudo + baixa estatura)
- Síndrome de Savage
FSH baixo: causa central (hipotalâmica ou hipofisária) > hipogonadismo hipogonadotrófico > teste do GnRH
- Síndrome de Kallman: deficiência do GnRH – anosmia + cegueira para cores + amenorreia primária
SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS
a. Fisiopatologia
Resistência à insulina > diminuição da SHBG (proteína carreadora de hormônios) > excesso de estrogênio e
androgênio > inibição do FSH e estímulo ao LH > maior produção de androgênios nas células da teca > ciclo vicioso >
hiperandrogenismo + anovulação
Resistência à insulina + Hiperandrogenismo + Anovulação
Afeta 5-10% das mulheres
Anovulação crônica hiperandrogênica
Associação com resistência à insulina
b. Clínica
Acantose nigricans
Acne, alopecia, hirsutismo (pelo grosso em regiões masculinas) – Ferriman ≥ 8
Irregularidade menstrual, infertilidade
31. 31
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Laboratório – excluir outras doenças
TSH
Prolactina
17-OH-progesterona
Cortisol
SDHEA – > 700: pedir TC/RM (tumor adrenal?)
c. Diagnóstico
CRITÉRIOS DE ROTTERDAM – pelo menos 2
Ovários policísticos à USG ≥ 12 folículos com 2-9mm ou ovário > 10cm³
Oligo ou anovulação -
Hiperandrogenismo Clínico ou laboratorial
d. Tratamento
Mudança do estilo de vida (dieta, exercício, perda de peso)
ACO (Etinilestradiol + Ciproterona/Drospirenona/Dienogeste) ou
progesterona – se não quer engravidar
Clomifeno / Letrozol (inibidor da aromatase) +/- Metformina – se quer
engravidar (diminui estrogênio > aumenta FSH)
e. Complicações
Obesidade
Infertilidade
Abortamento
DM
Doença cardiovascular
CA de endométrio
INFERTILIDADE
Sem gravidez após 1 ano de atividade sexual regular
a. Causas
Fator masculino
Fator tuboperitoneal – DIP: mais comum
Anovulação
*Avaliar idade da mulher e frequência das relações (2-4x/semana)
b. Investigação
Hormônios: FSH, progesterona, TSH, prolactina
USG-TV – documenta ovulação, acompanha
Histerossalpingografia
Espermograma
*Avançada: videolaparoscopia / histeroscopia
INFERTILIDADE MASCULINA
Normal Alterado
Não repetir
*> 15 milhões/ml, > 1/3 normal, > 1/3 móvel
Repetir após 3m (12 semanas)
Azoospermia:
Biópsia + cariótipo + FSH + tamanho do testículo
*Diferenciar obstrutiva x não obstrutiva (mais comum)
Tudo aumenta, exceto:
FSH
SHBG
Progesterona
Ciproterona: progesterona mais
antiandrogênica e mais
trombogênica
*Não usar Levonorgestrel!
< 35 anos: aguardar 1 ano
> 35 anos: imediato ou após 6m
ACO:
Regulariza ciclo
Aumenta SHBG – diminui estrogênio e
androgênio > aumenta FSH
Diminui risco de CA de endométrio
32. 32
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
INFERTILIDADE FEMININA
FATOR OVARIANO
1) Progesterona – avaliar se há ovulação
Fase lútea: 21-24 dia – normal: > 3-5
2) FSH – avaliar reserva ovariana (quantidade e qualidade)
Fase folicular: 2-5 dia – normal: < 10
Opção: hormônio antimulleriano (em qualquer fase) – normal: > 2.5
A idade é o melhor preditor de reserva ovariana!
3) US-TV – documenta ovulação
Programar coito ou intervenções
Contagem de folículos: prognóstico na reprodução assistida
FATOR
TUBOPERITONEAL
1) Histerossalpingografia – exame inicial
Prova de Cotte: positiva (tubas pérvias) x negativa (tubas não pérvias)
2) Videolaparoscopia – padrão-ouro
Diagnóstico e terapêutico
FATOR UTERINO
1) US-TV
2) Histerossalpingografia
3) Histeroscopia – padrão-ouro
c. Tratamento
Fator masculino: FIV
Fator ovariano: indução (clomifeno) ou FIV
Fator tuboperitoneal: laparoscopia – retirar aderência, endometriose, salpingoplastia
Fator uterino: histeroscopia – retirada de pólipos, septos
*Inseminação intrauterina: infertilidade sem causa aparente, fator masculino leve (> 5 milhões de SPTZ normais)
ATUALIZAÇÃO – 2021
Limite de doação de gametas
Mulher: 37 anos
Homem: 45 anos
Número de embriões a serem
transferidos
Mulher < 37 anos: 2
Mulher > 37 anos: 3
Embriões euploides ao diagnóstico genético: 2
SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL
ESTRUTURAIS NÃO ESTRUTURAIS
P – Pólipo
A – Adenomiose
L – Leiomioma
M – Maligna
C – Coagulopatia
O – Ovulatória
E – Endometriais
I – Iatrogênica
N – Não classificada
1) AVALIAR ORIGEM
1º exame: exame especular
2) AVALIAR IDADE
Neonatal Privação do estrogênio materno
Infância
Corpo estranho
Infecção – vulvovaginite inespecífica
Trauma
*Excluir: abuso sexual, neoplasia (sarcoma botroide)
Adolescência Anovulação – imaturidade do eixo HHO (primeiros 2 anos da menarca)
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Sangramento da gestação
*Excluir: DST, SOP, coagulopatia (ex: PTI, deficiência de VWB)
Adultos
Anovulação
Sangramento da gestação
*Excluir: neoplasias benignas e malignas, DST
Pós-menopausa
Atrofia endometrial
TRH
*Excluir: CA de endométrio
3) AVALIAR MOMENTO DO SANGRAMENTO
Pós-coito
Cervicite
CA de colo
Laceração vaginal
Menacme Sexualmente ativa: B-HCG
Medicamento
Escape do ACO
TRH na pós-menopausa
4) EXAMES COMPLEMENTARES
▪ USG-TV
Sem TRH < 4mm
Com TRH < 8mm
Se alterado: histeroscopia + biópsia
CONDUTA NO SUA AGUDO DISFUNCIONAL
1) Estabilização hemodinâmica
2) Excluir gravidez
3) Tratamento medicamentoso
Estrogênio equino conjugado (EEC): Estrogênio 1.25mg VO 6/6h por 21 dias > Progesterona por 10 dias
ACO: Estrogênio 30-35mcg 1cp 8/8h até para sangramento (min 48h) > 1cp/dia por 21 dias
+ Ácido tranexâmico
AINE
*Instável: curetagem uterina
MIOMA ADENOMIOSE ENDOMETRIOSE
Sangramento Sangramento + dismenorreia 2ª Dismenorreia 2ª + dor pélvica + infertilidade
PÓLIPOS
CERVICAL ENDOMETRIAL
Sinusorragia Maioria assintomático – USG > histeroscopia
Polipectomia histeroscópica
MIOMA
Tumor benigno (monoclonal) da musculatura lisa uterina hormônio-dependente
Maioria assintomático!
Sangramento anovulatório do
climatério: Progesterona na 2ª fase
Ovulatório (SUD): ciclos anovulatórios >
estrogênio sem oposição da
progesterona > período de amenorreia
seguido de hemorragia
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
a. Classificação
Subseroso 5, 6, 7 (pediculado) Compressão, dor
Intramural 3, 4 (só intramural)
Sangramento, infertilidade
Submucoso 0 (pediculado), 1, 2
*8: cervical / subseroso parasita
b. Diagnóstico
USG: nódulo hipoecoico com vascularização periférica
RM: antes de cirurgia de múltiplos miomas, antes de embolização (avalia distância da serosa – risco de
perfuração)
c. Tratamento
Assintomática Expectante
Sintomática
Sangramento leve/moderado: clínico (ACO)
Sangramento intenso + nulípara: miomectomia
Sangramento intenso + multípara: histerectomia
*Miomectomia histeroscópica: só submucoso
*Embolização: multípara + múltiplos, mas não pediculados
Análogo do GnRH: diminui mioma e anemia no pré-operatório
*Muito efeito adverso – usar no max 6m
*ACO não diminui mioma, só diminui sangramento!
Degeneração
Hialina: mais comum
Rubra/necrose asséptica: dor na gravidez
Sarcomatosa: rara, mioma que cresce após a menopausa
ADENOMIOSE
Tecido endometrial no miométrio hormônio-dependente
a. Clínica
SUA
Dismenorreia 2ª
Útero aumentado difusamente
b. Diagnóstico
USG: normal / miométrio heterogêneo
RM: zona juncional mioendometrial > 12mm
Biópsia: diagnóstico definitivo
c. Tratamento
Histerectomia – definitivo
Outros: SIU progesterona (melhor!), ACO, ablação endometrial
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
ENDOMETRIOSE
Endométrio (glândulas e estroma) fora do útero – maior expressão de aromatase e resistência a progesterona
Local mais comum: ovário > ligamento uterossacro
Infiltrativa profunda: penetra espaço retroperitoneal / órgãos pélvicos > 5mm de profundidade
a. Fisiopatologia – teorias
Menstruação retrógrada
Imunológica
Metaplásica
b. Fatores de risco
Menacme longo
Primiparidade tardia
Nuliparidade
HF
Raça branca
Malformação uterina
Excesso de álcool e café
c. Clínica
Dismenorreia 2ª
Infertilidade – aderências, distorções anatômicas, fluido peritoneal com prostaglandinas e citocinas
Dispareunia de profundidade
*Melhora na gestação!
Exame físico:
Nódulo ao toque vaginal / retal
Útero fixo, doloroso
Massa anexial – endometrioma
d. Diagnóstico
USG-TV: endometrioma (aspecto em vidro fosco/moído)
USG-TV com preparo intestinal: visualiza lesões intestinais, incluindo as camadas acometidas
RM: ótimo, mas não vê implantes pequenos – se normal, NÃO exclui
Laparoscopia: se falha no tratamento clínico – padrão-ouro
(controverso!)
*Atividade das lesões: vermelha > preta > branca
e. Tratamento
Dor
Clínico: ACO / progesterona / análogo de GnRH / inibidores da aromatase
Se refratário: laparoscopia
*Não age na infertilidade e endometrioma!
Endometrioma (> 4-6cm) Cistectomia – melhora infertilidade e dor
Infertilidade
Leve: laparoscopia – retira implantes
Grave: FIV
*CA-125: útil no controle do tratamento
Não há relação entre a intensidade da dor e o
tamanho da lesão!
Atualmente exame clínico + imagem são
suficientes para o diagnóstico!
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
DISMENORREIA
PRIMÁRIA SECUNDÁRIA
Surge com ciclos ovulatórios
Dor inicia com fluxo e perdura por 2-3 dias
Pode ter náuseas/vômitos, cefaleia, diarreia
Responde à analgésicos comuns
Não tem doença pélvica detectável – é de
exclusão!
Pode diminuir após 20 anos ou 1ª gestação
*Aumento da produção endometrial de leucotrienos e
prostaglandinas > contração uterina > diminui fluxo
sanguíneo > hipoxia > dor
Surge ao longo da menacme
Pode ser progressiva
Pode não responder à analgésicos comuns
Presença de doença detectável – adenomiose,
endometriose, DIP, aderência.. / SII, doença de
Chron.. / síndrome da bexiga dolorosa, cistite..
/ escoliose, dor miofascial..
Tratamento
AINE 1-2 dias antes do fluxo
ACO
SIU de Levonorgestrel
MEV: atividade física + redução da ingesta de
gordura
Tratamento
Depende da causa
CLIMATÉRIO
a. Conceito
Vai dos primeiros indícios de falência ovariana até os 65 anos (senilidade)
Engloba a perimenopausa (ciclos irregulares) e a pós-menopausa
Menopausa: 46-52 anos – diagnóstico retrospectivo (12m sem menstruação)
Diminuição da quantidade e qualidade dos folículos > diminui inibina (produzida pelas células da granulosa) >
aumenta FSH > esgotamento folicular (menopausa) > cessa produção de estradiol e progesterona pelo ovário (mas
mantém produção de androgênios) > androgênio é convertido em estrona através da aromatização periférica no
tecido adiposo, mas não é suficiente
b. Diagnóstico
Clínico!!!!
FSH (> 40) / estradiol (< 20) – se insuficiência ovariana prematura (< 40 anos)
c. Clínica – hipoestrogenismo
Irregularidade menstrual – mais precoce e mais comum
Sintomas vasomotores (fogachos)
Distúrbio do sono
Diminuição da libido
Alterações do humor
Alterações atróficas
Doenças CV
Osteoporose
d. Tratamento
TERAPIA HORMONAL
1) Avaliação
Antes de iniciar Durante o uso
Anamnese + exame físico
Glicemia de jejum + lipidograma
Mamografia
Avaliar FR para DCV
Lipidograma – anual se TH VO
Glicemia de jejum – 3/3 anos
Mamografia anual
USG-TV – se SUA, TH estrogênica, alto risco
para CA de endométrio
Obesas: tem menos sintomas, mais risco
de CA de endométrio – maior conversão
periférica sem oposição da progesterona
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
*Outros: USG-TV anual para todos, PSO, PCCU,
densitometria óssea
2) Indicações – primeiros 10 anos (janela de oportunidade) – após isso, aumenta risco CV
FOGACHOS
Com útero / Endometriose: E + P
Sem útero: E
Patologias: Parenteral
Colesterol: Comprimido
*Progesterona: VO ou SIU de Levonorgestrel
SÍNDROME
GENITURINÁRIA
Estrogênio local
DISFUNÇÃO SEXUAL +
OUTROS SINTOMAS
Tibolona (estrogênico + progestagênico + androgênico)
Diminui atrofia, melhora fogachos, diminui fraturas – estrogênicos
Melhora na função sexual, aumento da libido – androgênicos
3) Contraindicações
CA de mama / lesões precursoras
CA de endométrio
SUA de causa desconhecida
IAM / AVC / TVP / TEP
Hepatopatia descompensada
Porfiria
LES
Meningioma – para progesterona!
4) Riscos x Benefícios
Riscos Benefícios
Aumenta DCV – fora da janela de oportunidade
(> 10 anos)
Aumenta CA de mama – após 5º ano de TH
Aumenta CA de endométrio
Diminui DCV – dentro da janela de
oportunidade (< 10 anos)
Diminui CA colorretal
TERAPIA NÃO HORMONAL
FOGACHOS
Venlafaxina (ISRSN)
Paroxetina (ISRS)
*Menos fluoxetina!
SÍNDROME GENITURINÁRIA Lubrificantes vaginais
LIBIDO Bupropiona
OSTEOPOROSE
Fraturas mais comuns: vertebrais, antebraço (Colles) e quadril (fêmur proximal)
a. Classificação
Primária: ausência de doenças
Secundária: decorrente de doenças ou medicamentos (corticoide!)
b. Fatores de risco
Idade – principal!
HF
Raça branca
Magras
Hipoestrogenismo
c. Diagnóstico
▪ DENSITOMETRIA ÓSSEA
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Indicações:
Mulheres ≥ 65 anos / Homens ≥ 70 anos
Após menopausa
Fratura por fragilidade
T-SCORE (compara com jovens) –
pós-menopausa
-1 a -2.5: osteopenia
≤ -2.5: osteoporose
FRATURA DE FRAGILIDADE
Queda de baixa impacto + fratura de
rádio / coluna / fêmur
*Z-SCORE (compara com a mesma idade) – crianças, menacme
d. Tratamento
CÁLCIO
*Ingesta diária 1.200mg/dia
Carbonato de cálcio
Citrato de cálcio – se nefrolitíase, gastrite
atrófica, CA gástrico, acloridria, bariátrica
BIFOSFONATOS
Alendronato 70mg/semana VO
Risendronato 35mg/semana VO
Zolendronato 5mg/ano IV
*CI: TFG < 30
DENOSUMABE Indicações: TFG < 30, refratário
TERIPARATIDA
Indicações: osteoporose grave (T-score < -3.5)
*Máximo 2 anos, tem efeito anabólico
*Raloxifeno
FRAX: avalia a probabilidade de fratura