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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Sumário
GRAVIDEZ / PRÉ-NATAL.................................................................................................................................................. 3
SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE (< 20 semanas) .............................................................................................. 6
SANGRAMENTOS DA SEGUNDA METADE (> 20 semanas).............................................................................................. 9
DOENÇAS CLÍNICAS.......................................................................................................................................................13
SOFRIMENTO FETAL AGUDO E CRÔNICO......................................................................................................................20
ASSISTÊNCIA AO PARTO................................................................................................................................................28
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
OBSTETRÍCIA
GRAVIDEZ / PRÉ-NATAL
DIAGNÓSTICO
▪ CLÍNICO
Presunção –
percebido pela mãe / mama /
sistêmico
 Náuseas, polaciúria, mastalgia
 Tubérculo de Montgomery
 Rede de Haller – venosa
 Hunter – segundo contorno
Probabilidade –
útero / vagina / vulva
 Hegar – istmo amolecido
 Piskacek – assimetria uterina
 Nobile-Budim – preenchimento do fundo de saco, útero globoso
 Jacquemier – meato e vulva roxos
 Kluge – vagina roxa
 Goodel – colo amolecido
Certeza –
ouvir / sentir
 Puzos – rechaço fetal (> 14 semanas)
 Movimentação (> 18-20 semanas, cicatriz umbilical) – pelo médico!
 Ausculta – sonar (> 10-12 semanas), pinard (> 18-20 semanas)
*A mórula entra na cavidade uterina, mas é o blastocisto que sofre a nidação
Altura uterina
Sínfise púbica 12 semanas – já sabe o sexo!
Entre a SP e o umbigo 16 semanas
Cicatriz umbilical 20 semanas – 500g
*Regra de MacDonald: AU x 8 / 7
▪ LABORATORIAL – HCG na urina ou B-HCG no sangue
 Pico: 8-10 semanas
 B-HCG > 1.000 confirma (95%)
 Dobra a cada 48h
 Produzido pelo sinciciotrofoblasto após a nidação –
sustenta o corpo lúteo
*Citotrofoblasto: interno / Sinciciotrofoblasto: externo
▪ ULTRASSOM TV
4 semanas Saco gestacional
5 semanas Vesícula vitelina
6 semanas Embrião
7 semanas BCE
6-12 semanas: idade gestacional pela CCN – mais fiel
MODIFICAÇÕES MATERNAS
OSTEOARTICULARES
 Lordose acentuada
 Marcha anserina – base alargada
 Relaxamento ligamentar
URINÁRIAS
 Aumento da TFG (+ 50%)
 Diminuição de Ureia e Cr
 Glicosúria fisiológica (leve!) – ultrapassa capacidade de reabsorção
 Dilatação pielocalicial leve à direita
 Hiperaldosteronismo 2º - edema
RESPIRATÓRIAS*
 Hiperventilação – aumento do VC / diminuição do volume residual /
aumenta tempo expiratório (diminui paCO2)
 Alcalose respiratória compensada – sensação de dispneia, evita acidose
HEMATOLÓGICA
 Aumento do volume plasmático (+ 50%)
 Anemia fisiológica – mas aumenta eritropoese (+ 30%)
Margem de erro
1º trimestre: 1 semana
2º trimestre: 2 semanas
3º trimestre: 3 semanas
*US-TV vê 1 semana antes que o abdominal
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
 Leucocitose sem desvio
 Hipercoagulabilidade – tríade de Virchow (+ estase + lesão endotelial)
METABÓLICAS
 Hipoglicemia em jejum
 Hiperglicemia pós-prandial – resistência periférica à insulina
 Aumento do colesterol e TG
 Ganho de peso (IMC normal): 11-16kg
CARDIOVASCULARES
 Sopro sistólico
 Queda da RVP – invasão trofoblástica
 Aumento do DC – 2º trimestre (+ 50%)
 Queda da PA – 2º trimestre
GASTROINTESTINAIS
 Refluxo – relaxa esfíncter esofagiano inferior
 Risco de broncoaspiração – relaxa estômago
 Risco de cálculo – relaxa vesícula (preferir operar no 2º trimestre)
 Constipação – diminui peristalse
 Baixo risco de úlcera péptica – reduz secreção ácida
*Progesterona relaxa
PRÉ-NATAL
CONSULTAS – mínimo 6 consultas
< 28 semanas Mensal
28-36 semanas Quinzenal
> 36 semanas Semanal
*Idade NÃO indica pré-natal de alto risco!
SUPLEMENTOS
FERRO –
20 semanas até 3 meses pós-
parto para não lactante
 Hb > 11: Sulfato ferroso 40mg Fe elementar
 Hb 8-11: Sulfato ferroso 200mg Fe elementar + EPF
 Hb < 8: pré-natal de alto risco / internação
ÁCIDO FÓLICO –
3 meses antes da concepção
até 12 semanas
 0.4mg
 Se filho anterior acometido / anticonvulsivante: 4mg
 Diminui defeitos do tubo neural
VACINAS
dTpa
> 20 semanas
*Toda vez que engravidar!
*Se esquema incompleto (< 3 doses): completar com dT
Hepatite B
Influenza
*NÃO fazer vacina de agente vivo!
EXAMES
▪ LABORATORIAIS
1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre
 Tipagem sanguínea + fator Rh
 Hemograma
 Coombs indireto – se Rh neg
 Glicemia em jejum
 EAS + urocultura
 VDRL / TR
 Anti-HIV / TR
 HbSAg + anti-HbS
 Toxoplasmose IgG e IgM
 TOTG 75g (24-28 semanas)
 Coombs indireto – se Rh neg
 Toxoplasmose IgG e IgM
= 1º trimestre,
exceto tipagem sanguínea + fator Rh
+ eletroforese de Hb / outros: EPF, PCCU, TSH..
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
▪ ULTRASSONOGRAFIA – não é rotina pelo MS
11-14 semanas –
cromossomopatias
 TN < 2.5mm
 Osso nasal
 Ducto venoso
20-24 semanas
 Morfológico de 2º trimestre com
medida de colo uterino
▪ INFECÇÃO POR GBS (Streptococcus do grupo B / agalactiae) – não é rotina pelo MS
 Swab vaginal e retal com 35-37 semanas – ACOG: 36-37+6
NÃO RASTREAR –
já tem indicação de ATB!
 Bacteriúria atual por GBS – mesmo que tratada
 Filho anterior teve GBS
PROFILAXIA INTRAPARTO
Penicilina cristalina 5.000.000U IV > 2.500.000U IV 4/4h até clampeamento do cordão
Bacteriúria atual por GBS
Filho anterior teve GBS
Swab positivo com 35-37 semanas
Sem rastreio + FR (febre intraparto / prematuridade / RPMO > 18h)
NÃO FAZER SE:
Cesariana eletiva
Swab negativo < 5 semanas
Sem rastreio + sem FR
▪ ACONSELHAMENTO GENÉTICO
Não invasivo – avalia risco Invasivo – dá diagnóstico
Rastreio – oferecer para todas
*NÃO dá diagnóstico!
Rastreio positivo ou alto risco
(> 35 anos, anomalia congênita de feto/pais, perda de
repetição, consanguinidade)
*Só idade NÃO é mais suficiente para indicar!
 US biofísico (11-14 semanas): TN + osso nasal +
ducto venoso
 Teste duplo (11-13 semanas): hCG + PAPP-A
 Teste triplo (> 15 semanas): hCG + AFP + estriol
 Teste quádruplo (> 15 semanas): hCG + AFP +
estriol + inibina
 NIPT (> 10 semanas): DNA fetal na circulação
materna – não vê malformação euploide!
 Biópsia de vilo (10-13 semanas)
 Amniocentese (> 14-16 semanas) – menor risco
 Cordocentese (> 18 semanas)
*BAC
TOXOPLASMOSE
IgG - / IgM - Suscetível Repetir + prevenção
IgG + / IgM - Imune Abandonar rastreio
IgG - / IgM + Infecção aguda ou falso positivo Dosar IgA ou repetir IgG após 3 semanas (soroconversão?)
IgG + / IgM + Infecção aguda ou antiga
Teste de avidez se ≤ 16 semanas
 Alta (> 60%): infecção antiga
 Baixa (< 30%): infecção aguda
Se infecção aguda:
< 30 semanas: Espiramicina 1g 8/8h + rastrear feto (amniocentese)
> 30 semanas / infecção fetal: + Sulfadiazina + Pirimetamina +
Ácido foliníco
*IgM pode significar infecção de até 4 meses atrás / *Maior risco de infecção: 3º trimestre
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE (< 20 semanas)
USG TRANSVAGINAL
4 semanas Saco gestacional
5 semanas Vesícula vitelínica
6 semanas / SG ≥ 25mm Embrião / BCE +
*USG abdominal: + 1 semana
*Gestação anembrionada: ausência de embrião em saco gestacional > 25mm
1º exame: exame especular
ABORTAMENTO
a. Conceito
 Interrupção da gestação < 20-22 semanas ou < 500g
b. Classificação
Precoce Tardio
≤ 12 semanas > 12 semanas
Provocado
Legal:
 Anencefalia (> 12 semanas, 2 médicos assinam laudo)
 Risco de morte materna (2 médicos assinam)
 Estupro (< 20-22 semanas, não precisa de perícia/juiz)
Esporádico  Causa mais comum: aneuploidias (trissomia do 16)
Habitual
≥ 3 perdas
INCOMPETÊNCIA ISTMO-CERVICAL
 Perdas gestacionais cada vez mais precoces – partos prematuros > abortamentos
habituais tardios
 Dilatação indolor + colo curto (<25mm) + feto vivo e morfologicamente normal
 Tratamento: circlagem com 12-16 semanas pela técnica de McDonald + tirar com
36-37 semanas ou se TP
SAAF
 Abortamento habitual + tromboses
 Colo normal + feto morto
 Pode ter LES
 Anticoagulante lúpico, anticardiolipina, antiB2-glicoproteína 1 (dosar 2x)
 Diagnóstico: 1 clínico + 1 laboratorial
 Tratamento: AAS + heparina profilática – se história de trombose: heparina plena
*Não investigar na gestação!
*CI à circlagem: colo > 4cm, RPMO, IG > 24 semanas, membrana protrusa
c. Clínica – cólica + sangramento
COLO ABERTO
INCOMPLETO  Útero menor e com restos (endométrio > 15mm) Esvaziamento
INEVITÁVEL  Útero compatível Esvaziamento
INFECTADO
 Odor fétido + secreção purulenta + febre +
leucocitose
I) Limitada a cavidade uterina
II) Pélvico
III) Peritonite generalizada / Sepse
ATB (Clinda + Genta)
+ Esvaziamento
*Nos in tem que intervir!
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
COLO FECHADO
COMPLETO  Útero menor e vazio (endométrio < 15mm) Orientação
AMEAÇA  Útero compatível + embrião vivo Repouso relativo
RETIDO
 Útero menor + embrião morto (ausência de BCE
com CCN > 7mm) + regressão dos sintomas
gravídicos
*Se dúvida: repetir USG em 2 semanas!
Esvaziamento ou aguardar até
1 semana pra ver se expulsa
*Colo fechado = USG!
Esvaziamento:
≤ 12 semanas AMIU ou curetagem
> 12 semanas
Sem feto: curetagem
Com feto: misoprostol > curetagem
*Cesariana prévia: Krause / Ocitocina
DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL
Benigna Maligna
 Mola hidatiforme
 Mola invasora – mais comum
 Coriocarcinoma
 Tumor trofoblástico do sítio placentário – HPL
Fatores de risco:
 > 40 anos
 Intervalo interpartal curto
 SOP
 Abortamento / mola prévio
 FIV
 Tabagismo
 ACO
MOLA HIDATIFORME
Completa Parcial – mais comum
 Não tem embrião
 20% malignização
 Genes paternos
1 espermatozoide fecunda 1 óvulo vazio > todo o
material é de origem paterna > diploide (46XX)
 Tem tecido fetal
 5% malignização
 Triploide (69XXY)
2 espermatozoides fecundam 1 óvulo normal >
triploide (69XXY)
*Risco de nova gestação molar: 1-2%
a. Clínica
 Sangramento de repetição em “suco de ameixa”
 Presença de vesículas
 Útero aumentado – sínfise púbica: 12s / umbigo: 20s
 Hiperemese
 Hipertireoidismo – HCG estimula TSH
 Pré-eclâmpsia precoce
b. Diagnóstico
 BHCG muito alto (> 100.000)
 USG: “flocos de neve”, “cachos de uva”, cistos ovarianos
*Os cistos regridem com o tratamento!
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
c. Tratamento
 Esvaziamento (vacuoaspiração) + biópsia + contracepção (exceto DIU)
 Após biópsia positiva: histerectomia (> 40 anos, prole definida) – diminuir risco de malignização
 Se malignização: QT
CONTROLE DE CURA
BHCG semanal (ou quinzenal*) > 3 dosagens negativas > BHCG mensal por 6 meses
SUGERE MALIGNIZAÇÃO:
Aumento em 2 semanas / 3 dosagens (dias 1, 7 e 14)
3 semanas em platô / 4 dosagens (dias 1, 7, 14 e 21)
Ainda positivo após 6m
Metástases – mais comum: pulmão (RX!)
GRAVIDEZ ECTÓPICA
a. Conceito
 Implantação fora da cavidade uterina
 Local mais comum: tuba uterina (ampola)
b. Fatores de risco
 DIP
 Ectópica prévia
 Raça negra
 Endometriose
 > 35 anos
 Tabagismo
 DIU – relativo
c. Clínica
 Atraso menstrual + dor abdominal + discreto sangramento vaginal (50%)
 Rota: choque + sinal de Blumberg + sinal de Proust
 Assintomática
d. Diagnóstico
Atraso menstrual com dor abdominal + BHCG > 1500 + USG com útero vazio (> 6 semanas)
*1500 é o valor do descobrimento!
e. Tratamento
EXPECTANTE
Íntegra + BHCG <1000 e
em queda
BHCG semanal (tem que estar em queda!)
MEDICAMENTOSO
Íntegra + sem BCF + massa
< 3.5-4cm + BHCG < 5000
Metotrexato IM injeção local ou sistêmica
Comparar BHCG do 4º com o do 7º dia:
tem que cair > 15%
*Sem resposta: reavaliar critérios e tentar de novo
CIRÚRGICO
CONSERVADOR
Íntegra + desejo
reprodutivo
Salpingostomia por laparoscopia
Normal:
BHCG duplicar (66%) em 48h /
Progesterona > 25
Reação de Arias-Stella: sangramento endometrial
por baixa concentração de hormônio
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
CIRÚRGICO
RADICAL
Rota
Salpingectomia por laparoscopia (estável) ou
laparotomia (instável)
SANGRAMENTOS DA SEGUNDA METADE (> 20 semanas)
DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA
a. Conceito
 Descolamento prematuro após 20ª semana
*Antes de 20 semanas é abortamento!
Hemorragia decidual > hematoma retroplacentário (ciclo vicioso) > sangue irrita miométrio > hipertonia uterina +
consumo dos fatores de coagulação (CIVD)
b. Fatores de risco
 Trauma
 Anos > 35
 Corioamnionite
 Drogas (cocaína, tabaco)
 Polidramnia e gemelar – hiperdistensão uterina
 Pressão alta (HAS) – principal fator de risco
c. Clínica
 Dor abdominal
 Taquissistolia – > 5/contrações em 10min
 Hipertonia
 Sofrimento fetal agudo – diminuição da troca materno-fetal
 Sangramento escuro (80%)
 Hemoâmnio
20% NÃO TEM SANGRAMENTO!
d. Diagnóstico – NÃO pede USG!
 Clínico!!
Classificação de Sher
0 – ASSINTOMÁTICO Diagnóstico retrospectivo
I – LEVE Sangramento leve
II – MODERADO
Sangramento moderado + hipertonia uterina +
hipotensão + sofrimento fetal
III – GRAVE
Sangramento grave + óbito fetal
a) Sem coagulopatia
b) Com coagulopatia
e. Conduta
Amniotomia +
Feto vivo
Via mais rápida
Maioria cesariana
Se parto iminente (fórceps): vaginal
DPP Placenta prévia
Amniotomia Não diminui sangramento Diminui sangramento
Metrossístole Diminui sangramento Aumenta sangramento
T
Á
Com
D
P
P
10
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Feto morto
Maioria via vaginal
Se for demorar (colo fechado): cesariana
*Amniotomia diminui pressão no hematoma, infiltração miometrial e passagem de tromboplastina pra mãe (CIVD)!
f. Complicações
▪ ÚTERO DE COUVELAIRE – apoplexia uteroplacentária
 Sangue infiltra miométrio > desorganiza as fibras musculares > hipotonia/atonia uterina
 1) massagem bimanual + ocitócito (ocitocina IV, misoprostol, ergotamina) > 2) sutura de B-Lynch > 3)
ligadura hipogástrica / uterina > 4) histerectomia subtotal
▪ SÍNDROME DE SHEEHAN
 Necrose da hipófise após hemorragia
 Amenorreia secundária + ausência de lactação
▪ CIVD
 Passagem da tromboblastina para circulação materna
 Teste de Weiner (do coágulo): colhe 8ml de sangue > fecha o tubo dentro da mão > o sangue tem que
coagular entre 5-10 min e permanecer firme por + 15 min > afasta hipofibrinogenemia
PLACENTA PRÉVIA
a. Conceito
 Placenta próxima ou sobre o orifício interno do colo confirmada após 28 semanas
*Inserção viciosa de placenta
b. Fatores de risco
 Cicatriz uterina prévia (cesárea/curetagem)
 Idade > 35 anos
 Multiparidade / múltipla (gemelar)
 Endometrite
 Tabagismo
c. Classificação
Inserção baixa Não toca o OIC, mas se localiza < 2cm
Marginal Toca, mas não cobre o OIC
Parcial Cobre parcialmente o OIC
Total Cobre totalmente o OIC
d. Clínica
Sangramento
 Progressivo
 Repetição
 Espontâneo
 Vermelho vivo
 Indolor
 Ausência de hipertonia e sofrimento fetal agudo
e. Diagnóstico
 USG transvaginal
NÃO PODE FAZER TOQUE! – faz exame especular
P
R
E
V
I
A
C
I
M
E
T
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Parcial Total
f. Conduta
A termo Interrupção
Prematuro
Sangramento intenso: interrupção
Sangramento escasso: expectante (corticoide, sulfato de magnésio..)
*Amniotomia se for inserção baixa / marginal – apresentação comprime a placenta e cessa sangramento
Via de parto
Total Cesariana
Parcial Maioria cesariana
Marginal Avaliar parto vaginal
g. Complicações
 Apresentação anormal
 Penetração no útero anormal
 Puerpério anormal – hemorragia (atonia), infecção
▪ ACRETISMO PLACENTÁRIO
 Penetração anormal da placenta na parede uterina
 Suspeita: placenta prévia + cesárea anterior
 Diagnóstico: USG com doppler / RM
Classificação e conduta
Acreta – perfura endométrio, mas não atinge miométrio Tentar extração manual ou histerectomia
Increta – invade miométrio Histerectomia
Percreta – invade serosa / órgãos adjacentes Histerectomia
ROTURAS
ROTURA DE SEIO MARGINAL
a. Conceito
 Seio marginal: extrema periferia do espaço interviloso (meio da placenta, entre a face materna e fetal)
b. Clínica
 = placenta prévia, mas o USG é normal
c. Diagnóstico
 Histopatológico
d. Conduta
 Parto vaginal
*Sangramento geralmente é discreto – bom prognóstico!
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
ROTURA DE VASA PRÉVIA
a. Conceito
 Ruptura de vasos umbilicais desprotegidos que passam entre a apresentação e o colo
b. Fatores de risco
 Placenta bilobada
 Placenta suscenturiadas (acessória)
 Inserção velamentosa – principal fator de risco
c. Clínica
 Sangramento vaginal súbito após amniorrexe
 Sofrimento fetal agudo
d. Conduta
 Cesariana de urgência
*Pior prognóstico: veia umbilical
ROTURA UTERINA
a. Fatores de risco
 Multiparidade
 Kristeller – violência obstétrica!
 Cicatriz uterina
 Parto obstruído (DCP)
 Malformação uterina
b. Clínica
IMINÊNCIA DE ROTURA – síndrome de Bandl-Frommel
 Sinal de Bandl – anel que separa o corpo do segmento
 Sinal de Frommel – ligamentos redondos distendidos palpáveis
ROTURA CONSUMADA
 Fácil palpação de partes fetais
 Sinal de Reasens – subida da apresentação fetal
 Sinal de Clark – enfisema subcutâneo
 Parada súbita do TP
c. Conduta
Iminência Cesariana
Consumada Histerorrafia / Histerectomia
INCOMPATIBILIDADE MATERNO-FETAL
ABO Rh
 Mais comum
 Não exige exposição prévia
 Proteção parcial para incompatibilidade Rh
 Não tem profilaxia
Mãe O e filho A ou B
 Mais grave
 Exige exposição prévia
 Tem profilaxia
Mãe Rh – e filho +
O sangue é de origem FETAL!
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL Rh
Mãe Rh - e DU - / Pai Rh + / Feto Rh +
Sensibilização: hemorragias da gestação ou durante o parto – passagem de IgG, progressivamente mais grave
Mãe Rh -
Pedir coombs indireto (28, 32, 36 e 40 semanas)
Se CI positivo:
< 1:16 – repetir mensal
≥ 1:16 – investigar anemia fetal (doppler de ACM > cordocentese)
Doppler de ACM –
CI ≥ 1:16 ou HP de complicação fetal grave
Velocidade máxima do pico sistólico > 1.5
Cordocentese –
se < 34 semanas
Diagnóstico e tratamento
*Mais arriscada!
*Se > 34 semanas: interrompe gestação
Indicação de Imunoglobulina anti-D:
 Sangramento
 Exame invasivo – amniocentese, cordocentese
 No parto
 28 semanas com CI negativo*
ATENÇÃO!
 Quando aplica a imunoglobulina, o CI fica positivo por cerca de 12 semanas – se fez e não ficou, faz de novo,
porque indica que toda a Ig foi consumida pelas hemácias fetais!
 A aplicação da imunoglobulina protege por 3 semanas – isto é, se aplicou e teve um sangramento após 3
semanas, tem que fazer de novo!
 Se fez imunoglobulina em caso de sangramento ou exame invasivo, também faz no parto, porque até lá a
concentração de Ig já está muito baixa
 300mcg neutralizam 30ml de sangue fetal
COOMBS INDIRETO NATUTALMENTE POSITIVO NÃO FAZ –
já está sensibilizada
TEM QUE FAZER EM TODA GRAVIDEZ –
os títulos vão caindo
A imunoprofilaxia funcionou se:
 Coombs indireto positivo
 Teste de Kleihauer negativo (não tem mais hemácia fetal na mãe)
DOENÇAS CLÍNICAS
DOENÇA HIPERTENSIVA
HAS CRÔNICA PRÉ-ECLÂMPSIA
 > 35 anos
 Multigesta
 HAS < 20 semanas
 Proteinúria ou não
 Calciúria > 100mg/24h
 Persiste no puerpério
 < 18 anos e > 35 anos
 Primigesta
 HAS > 20 semanas
 Proteinúria > 20 semanas
 Calciúria < 100mg/24h
 Melhora até 12 semanas pós parto
*Ácido úrico tem valor prognóstico!
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
HAS GESTACIONAL
PA ≥ 140x90 após 20 semanas + sem proteinúria/outras alterações
+ melhora até 12 semanas pós parto
*Principal causa de morte materna no Brasil
PRÉ-ECLÂMPSIA
a. Conceito
 Surgimento após 20 semanas de PA ≥ 140x90 + proteinúria ≥ 300mg/dia ou RPC ≥ 0.3 ou ≥ + na fita
PA ≥ 140x90 após 20 semanas +
Plaquetopenia < 100.000
Cr > 1.1
EAP
TGO/TGP > 2x
Sintomas cerebrais ou visuais
b. Fisiopatologia
Ausência da 2ª onda de invasão trofoblástica > artérias espiraladas permanecem estreitas > RVP permanece
aumentada (persistência da incisura protodiastólica após 20 semanas) > isquemia placentária > lesão endotelial
generalizada > espasmo arteriolar placentário e sistêmico > aumento da permeabilidade capilar > HAS + LOA
No rim: endoteliose capilar glomerular > diminuição da TFG > proteinúria não seletiva + diminuição da excreção de ácido úrico
c. Rastreamento – 1º trimestre
 História clínica materna
 Doppler de artérias uterinas (11-13.6 semanas): aumento da resistência
 Marcadores bioquímicos: PAPP-A e PLGF reduzidos
 Medida da PA
d. Prevenção
Indicação:
 Pré-eclâmpsia anterior (pessoal ou familiar)
 Gemelar
 Vasculopatia (HAS crônica, LES..)
 Risco no Doppler
AAS 12-16 semanas até 36 semanas
Carbonato de cálcio 20 semanas – se baixa ingesta!
e. Classificação
GRAVE
 PA ≥ 160x110
 EAP
 Cr > 1.2*
 Síndrome HELLP: LDH ≥ 600, esquizócitos, BI ≥ 1.2 + AST ≥ 70 + plaquetopenia < 100.000
 Iminência de eclâmpsia: cefaleia, escotomas, epigastralgia, hiperreflexia
 Eclâmpsia
f. Conduta
▪ ANTI-HIPERTENSIVOS – meta: PAS 140-150 / PAD 90-100
Indicação:
 PA ≥ 160 x 110
*Na gestação normal, entre 18-20 semanas, ocorre a 2ª
onda de invasão trofoblástica, a qual “consome” as
artérias espiraladas e converte-as em vasos de baixa
resistência, facilitando a passagem de sangue para a
placenta e, consequentemente, reduzindo a PA!
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Na crise
 Hidralazina IV
 Labetalol IV
 Nifedipino VO
De manutenção
 Metildopa VO
 Hidralazina VO
 Pindolol VO
*NÃO usa: IECA, DIU
▪ SULFATO DE MAGNÉSIO
Indicação:
 Pré-eclâmpsia grave / eclâmpsia
Magnesemia terapêutica: 4-7 mEq/L
*Se precisar repetir, fazer metade da dose de ataque
Risco de intoxicação – 3Rs
 Reflexo patelar
 Respiração (FR)
 Rins (Diurese)
INTOXICAÇÃO
Reflexo patelar ausente
FR < 14-16
Suspender Sulfato de Magnésio +
Iniciar Gluconato de Cálcio
*Oligúria (< 25ml/h) NÃO é sinal de intoxicação > ajustar dose!
▪ INTERRUPÇÃO DA GESTAÇÃO
Leve Conduta expectante até o termo (37 semanas)
Grave
≥ 34 semanas: parto após estabilização
< 34 semanas: avaliar bem estar materno e fetal,
administração de corticoide e sulfato de magnésio
*Via de parto depende das condições maternas e fetais
g. Complicações
Maternas Fetais
 DPP
 Eclâmpsia
 AVC
 Rotura hepática
 CIUR
 Centralização
 Óbito
h. Diagnóstico diferencial
ESTEATOSE HEPÁTICA AGUDA
DA GESTAÇÃO
 3º trimestre
 Primíparas, feto masculino
 Náuseas/vômitos + dor no HD + icterícia
 Hiperbilirrubinemia direta + aumenta TGO/TGP + IRA +
leucocitose + hipoglicemia + hipofibrogenemia + hiperuricemia
 Tratamento: parto + estabilização
 Complicações: insuficiência hepática e renal – óbito fetal por
acidose materna
PRITCHARD – sem BIC ZUSPAN – com BIC SIBAI
A: 4g IV + 10g IM
M: 5g IM 4/4h
A: 4g IV
M: 1-2g/h IV BIC
A: 6g
M: 2-3g/h IV BIC
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
COLESTASE
 3º trimestre
 Prurido diurno > icterícia (50%)
 Leve aumento de GGT, FA, TGO, TGP
 Desaparece pós parto e recorre em outras gestações
 Risco de óbito fetal
DIABETES GESTACIONAL
a. Fisiopatologia – a gravidez é um “teste” para o pâncreas
2ª metade da gestação > aumento do HPL (contrainsulínico) com pico entre 24-28 semanas > aumento da resistência
à insulina > aumento da demanda da secreção de insulina pelo pâncreas para tentar vencer a resistência
b. Fatores de risco
 DMG prévio
 Obesidade
 Morte fetal anterior inexplicada
 Macrossomia anterior
 HAS
 HF de 1º grau
c. Classificação
Priscilla-White
A Adquirida na gestação
A1: sem insulina
A2: com insulina
B Prévio
≥ D: doença vascular
 F: nefropatia
 R: retinopatia
 H: coronariopatia
 T: tx renal
d. Diagnóstico
GJ < 92
TOTG 75g com 24-28 semanas
GJ ≥ 92-125
1h ≥ 180
2h ≥ 153
= DMG
GJ 92-125 DMG
GJ ≥ 126
DM prévio
Glicemia ≥ 200 + sintomas
HbA1c ≥ 6.5
*Basta 1 exame alterado!
e. Conduta
▪ DM GESTACIONAL
 Dieta + atividade física por 1-2 semanas
 Se falha: insulina
▪ DM PRÉVIO
 Suspender antidiabéticos orais + iniciar insulina
*Pode manter Metformina / Glibenclamida
1º trimestre / pós-parto: diminuir dose da insulina
2º e 3º trimestre: aumentar dose da insulina
DMG + insulina + fazendo
hipoglicemia:
insuficiência placentária – diminuição
da produção de hormônios
contrarregulares
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
PARTO
DMG sem complicação Normal
DMG com insulina Parto com 38-39 semanas
*Cesárea se > 4-4.5kg
f. Complicações
 Macrossomia – hiperinsulinemia fetal
 Hipoglicemia / Hipocalcemia / Policitemia / Hiperbilirrubinemia neonatal
 Distócia de espáduas
 SFA
 Polidrâmnia – poliúria
 Malformação fetal (apenas DM prévia!!!!) – síndrome regressão caudal: mais específica!
 Morte súbita fetal – policitemia > hiperviscosidade > hipoperfusão tecidual > acidose metabólica
DISTÓCIA DE ESPÁDUAS
1) McRoberts
2) Pressão suprapúbica
3) Rubin I
4) Woods
5) Rubin II
6) Jacquemier
7) Gaskin
8) Zavanelli
g. No puerpério
DM prévio
Volta com antidiabéticos orais / insulina metade da dose do final /
insulina dose pré-gestacional
DMG Suspende insulina + dieta geral + novo TOTG após 6-12 semanas
GEMELARIDADE
a. Classificação
MONOZIGÓTICA –
mesmo ovo
DIZIGÓTICA –
ovos diferentes
 < 3 dias: dicoriônica diamniótica
 4-8 dias: monocoriônica e diamniótica
 9-12 dias: monocoriônica e monoamniótica
 > 13 dias: siameses
Sempre dicoriônica e diamniótica
*Mais comum!
*≤ 8: diamniótica / > 9: monoamniótica
b. Fatores de risco
 DZ: HF, raça, idade
 MZ, DZ: técnicas de fertilização
c. Diagnóstico – 11-14 semanas
 Monocoriônica: sinal do T
 Dicoriônica: sinal do Y/lambda
*6-8 semanas: 2 sacos gestacionais > dicoriônica – melhor forma de diagnóstico!
DMG NÃO AUMENTA MALFORMAÇÃO!
METAS
GJ < 95
Pré prandial < 100
Pós prandial 1h < 140
Pós prandial 2h < 120
Maior risco: monocoriônica
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Dicoriônica (sinal do Y/lambda) Monocoriônica (sinal do T)
d. Parto
Monocoriônica Dicoriônica
36-37 semanas 38 semanas
Cesárea:
 1º feto não cefálico
 Tripla
 Complicações (STFF, unidos)
 Monoamniótica
 1º cefálico mas 2º com peso 25% maior
e. Complicações – mais comuns nas monocoriônicas
▪ SÍND. DA TRANSFUSÃO FETO-FETAL (STFF)
 Ocorre na gestação gemelar monocoriônica e diamniótica
 Excesso de anastomoses arteriovenosas entre os fetos > um feto fica com muito sangue e o outro com
pouco > um feto cresce e o outro fica pequeno
 US: uma cavidade com polidrâmnia e a outra com oligodrâmnia
Feto receptor Feto doador
 Hidropsia
 Pletórico
 TFG aumentada
 Polidramnia – maior bolsão > 8
 Bexiga cheia e distendida
 Pálido
 Anêmico
 TFG diminuída
 Oligodramnia – maior bolsão < 2
 Bexiga pequena e sem líquido
I Oligodrâmnia / Polidrâmnia
II Bexiga não visualizada
III Doppler alterado
IV Hidropsia fetal
V Óbito fetal
Conduta
Leve Amniocentese seriada
Grave Fotocoagulação com laser
INFECÇÃO URINÁRIA
a. Etiologia
 E. coli
Risco de parto prematuro, abortamento e pielonefrite!
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA
≥ 100.000 UFC/ml em pacientes assintomáticas
b. Tratamento
BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA /
CISTITE
 Amoxicilina
 Nitrofurantoína
 Fosfomicina
PIELONEFRITE Internar + ATB parenteral
Sempre: urocultura de controle
c. Prevenção
ATB profilaxia após:
 1º episódio de pielonefrite
 2º episódio de cistite/bacteriúria assintomática
HIPERÊMESE
a. Fatores de risco
 Gemelar
 Mola
 Feto feminino
 HP ou HF
b. Diagnóstico – clínico!
 Perda de peso (> 5%)
 Desidratação
 Cetonúria
 Aumento de TGO/TGP, bilirrubinas, amilase/lipase
c. Tratamento
 Internação
 Dieta zero
 Reposição hidroeletrolítica
 Tiamina
 Metoclopramida / Dimenidrinato / Prometazina / Ondansetrona
OUTROS
LES NA GESTAÇÃO
 Prognóstico pior se ativo, nefrite e SAF
 Complicações: reativação (3º trimestre), lúpus neonatal (BAV – eco a partir do 2º
trimestre), abortamento, prematuridade, pré-eclâmpsia e CIUR
 Diagnóstico diferencial: pré-eclâmpsia e HELLP – HAS, hemólise, plaquetopenia,
consumo de C3/C4/CH50
 Tratamento: Prednisona (na atividade) / Hidroxicloroquina (previne reativação) /
Azatioprina (imunossupressor de escolha)
 AAS a partir da 12ª semana – prevenção de pré-eclâmpsia
 Contraindicação à gestação: doença renal em atividade, neurológica (AVC recente),
doença restritiva pulmonar, miocardite
 Ideal engravidar após 2 anos do diagnóstico + 6m de remissão + Cr < 1.6 +
proteinúria < 1g + HAS controlada
*NÃO pode: Ciclofosfamida / Clorambucil / Metotrexato
SAF NA GESTAÇÃO
 Diagnóstico: 1 clínico + 1 laboratorial
Clínico: trombose sem inflamação do vaso / morte intrauterina > 10s / parto prematuro
< 34 semanas por pré-eclâmpsia ou insuficiência placentária / 3 abortamentos
consecutivos < 10 semanas
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Laboratorial: anticardiolipina / anticoagulante lúpico / antiB2-glicoproteína
 Tratamento:
Trombose: AAS + heparina terapêutica
Sem trombose: AAS + heparina profilática
HIPOTIREOIDISMO
NA GESTAÇÃO
 Principal causa: tireoidite de Hashimoto
 Clínica: constipação, astenia, queda de cabelo, edema, ganho de peso
 Laboratório: TSH alto, T4 baixo – anti-TPO aumentado tem maior risco de
abortamento e tireoidite pós parto
 Complicações: déficit cognitivo no RN, CIUR, abortamento, prematuridade, pré-
eclâmpsia
 Tratamento: Levotiroxina – TSH após 4-6 semanas
 Rastreamento: MS não preconiza rastreio universal / ACOG preconiza para
pacientes de alto risco (HP, HF, bócio, DM1, doença autoimune, infertilidade,
prematuridade, abortamento)
HIPERTIREOIDISMO
NA GESTAÇÃO
 Principal causa: doença de Graves
 Clínica: taquicardia, tremor, perda de peso, intolerância ao calor, diarreia, bócio,
exoftalmia
 Laboratório: TSH baixo, T4 alto, anti-TRAB
 Complicações: abortamento, prematuridade, CIUR, pré-eclâmpsia, distúrbio
tireoidiano fetal
 Tratamento: PTU (1º trimestre) – menor passagem placentária
*NÃO pode: iodo radioativo
TIREOIDITE PÓS-
PARTO
 Doença autoimune com infiltração inflamatória linfocítica, destrutiva e indolor da
tireoide – 30-50% tem anti-TPO ou anti-TG
1) Tireotoxicose transitória
2) Hipotireoidismo transitório – mais sintomática
3) Recuperação – em até 1 ano
 Complicação: hipotireoidismo permanente (20-30%)
OLIGODRÂMNIA POLIDRÂMNIA
 CIUR
 Anomalias congênitas – agenesia renal, doença
renal cística, obstruções urinárias
 Síndromes hipertensivas
 Colagenoses/SAF
 DM prévio com vasculopatia
 Desidratação
 Medicações – IECA, AINE
 STFF
 Gestação prolongada
 Idiopática
*O oligodrâmnia é marcadador isolado de maior morbidade
*Risco de hipoplasia pulmonar está relacionado à IG e à gravidade
da oligodrâmnia
 Obstrução gastrointestinal – atresia de esôfago,
duodeno
 Anomalias do SNC – anencefalia, espinha bífida
 Arritmias
 Displasias esqueléticas
 Infecções congênitas
 Hidrópsia fetal
 DMG, DM prévio descompensado
 Aloimunização
 STFF
 Corioangioma
▪ SEQUÊNCIA DE POTTER
 Resultante da adramnia precoce
 Achatamento de face, implantação baixa de orelhas, malformações de membros e hipoplasia pulmonar
SOFRIMENTO FETAL AGUDO E CRÔNICO
CIUR
1) Calcular IG correta
 A partir do USG 1º trimestre
FU < IG
Erro na IG
Oligodrâmnio
CIUR
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
2) Avaliar altura uterina – rastreio
 AU = IG: 18-30 semanas
 AU < 3cm IG: CIUR
3) USG obstétrico
 Peso < p10 para IG
*Indicador mais sensível de CIUR: circunferência abdominal
4) Confirmação diagnóstica
 Pós-parto – diferencia CIUR x PIG
Classificação
TIPO I – SIMÉTRICO / PRECOCE
5-10%
TIPO II – ASSIMÉTRICO / TARDIO
80%
 Agressão no início da gravidez
 Afeta hiperplasia celular
 Gráfico: desde o início abaixo do p10
 Relação CC / CA mantida
Causas:
infecções do 1º trimestre, trissomias, drogas (BB)
 Agressão no 2º / 3º trimestre
 Afeta hipertrofia celular
 Gráfico: normal no inicio, abaixo do p10 no final
 Relação CC / CA aumentada
Causas:
insuficiência placentária (HAS, DM, LES, gemelar..)
*Tipo III/misto/assimétrico precoce/intermediário: raro
OLIGODRÂMNIA
1) Avaliar altura uterina – suspeita
2) USG obstétrico – confirma diagnóstico
 ILA < 5cm ou maior bolsão < 2cm
 Causas: insuficiência placentária, RPMO, malformação
urinária, IECA, indometacina
ILA normal (soma dos 4 quadrantes): 8-18
SOFRIMENTO FETAL CRÔNICO
DOPPLERFLUXOMETRIA
▪ ARTÉRIA UTERINA – circulação materna
 Persistência da incisura protodiastólica bilateral > 26 semanas: risco de CIUR e pré-eclâmpsia
Normal Diminuição progressiva da resistência – aumento do fluxo
Alterado IP > p95 / Persistência da incisura protodiastólica bilateral > 26 semanas / Relação S/D > 2.5
Normal no 1º trimestre Normal no 2º trimestre Normal no 3º trimestre
▪ ARTÉRIA UMBILICAL – circulação placentária
 Diferencia CIUR x PIG
Normal Diminuição progressiva da resistência – aumento do fluxo
Anormal Aumento da resistência (IP > p95) / Diástole zero / Reversa
LÍQUIDO AMNIÓTICO:
Produção:
 1ªs semanas: passagem passiva pela membrana
amniótica (gradiente osmótico) – isotônico
 2ª metade: urina, secreção pulmonar
Reabsorção:
 Deglutição, intramembranosa
inicia produção com 11 semanas > aumenta até 32
semanas > para > diminui após 37 semanas
ILA
< 5cm: oligodrâmnia
5-8cm: líquido reduzido
8-18cm: normal
19-25cm: líquido aumentado
> 25cm: polidrâmnia
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Normal no 3º trimestre
Aumento da resistência
Diástole zero
Diástole reversa – MUITO GRAVE!
▪ CEREBRAL MÉDIA – circulação fetal
 Indicação: artéria umbilical alterada
Normal Alta resistência – baixo fluxo
Anormal
Diminuição da resistência (vasodilatação)
IP > 1 (< p5)
S/D umbilical / S/D cerebral ≥ 1
Insuficiência placentária > aumento da resistência na art. umbilical > centralização >
prioriza órgãos nobres (coração, cérebro, suprarrenal)
▪ DUCTO VENOSO – função cardíaca (VD) fetal
 Indicação: fetos < 32 semanas com centralização – prevê risco de
morte fetal
 É a última alteração diante do sofrimento fetal!
Normal Onda A positiva
Anormal
Onda A negativa
> p95
Shunt entre a veia umbilical intra-
abdominal e VCI – leva sangue oxigenado!
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Normal
Alterado
Conduta
CIUR com Doppler normal Termo (37-40 semanas)
Diástole zero / Centralização fetal CTG + PBF + ducto venoso normais: > 32-34 semanas
Diástole reversa / onda A negativa Imediato
SOFRIMENTO FETAL AGUDO
MOVIMENTAÇÃO FETAL
Normal 5-10x / h
Alterado Observar mais 1h > avaliar sono, droga, hipóxia
MICROANÁLISE SANGUE – padrão-ouro
Dilatação pH < 7.2
Expulsivo pH < 7.15
AUSCULTA CARDÍACA
Intermitente
Baixo risco
 30/30min na dilatação
 15/15min no expulsivo
Alto risco
 15/15min na dilatação
 5/5min no expulsivo
CARDIOTOCOGRAFIA
Indicação: alto risco
Linha de base: BCF médio em 10min
Taquicardia > 160 bpm
Bradicardia < 110 bpm
Variabilidade: diferença entre maior e menor BCF – excluindo acelerações e desacelerações
Aumentada > 25
Moderada 6-25
Mínima ≤ 5
Ausente 0
Sinusoidal Anemia fetal grave
*Mínima: pode ser sono, drogas (metildopa), hipóxia
Acelerações: aumento > 15 bpm por 15s
Reativo 2 acelerações em 20min
Não reativo Esperar mais 20min
*Se < 32 semanas: aumento > 10 bpm por 10s
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Desacelerações:
DIP I / Precoce / Cefálico Coincide com contração Compressão cefálica
DIP II / Tardio Após a contração Asfixia – sofrimento fetal agudo
DIP III / Variável / Umbilical Variável em relação a contração Compressão de cordão – oligodramnio
DIP III desfavorável
Recuperação lenta
Sem retorno à linha de base
Bifásica (em “W”)
Hipóxia – se tiver tendo contração
DIP I – pico com pico!
DIP II
DIP III desfavorável
Sinusoidal – anemia!
CATEGORIAS
I
 Linha de base 110-160
 Variabilidade moderada (6-25)
 Sem DIP II ou III
 Aceleração presente/ausente
II Entre I e II
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
III
Sem variabilidade +
 DIP II ou III recorrente
 Bradicardia
Padrão sinusoidal
Conduta
Categoria I
DIP I ou III com boa variabilidade
 Acompanhar
*Não é sofrimento!
Categoria III
DIP II ou III sem variabilidade
 Ressuscitação intrauterina: oxigênio + decúbito lateral
esquerdo + suspender ocitocina + corrigir hipotensão
 Parto pela via mais rápida
PERFIL BIOFÍSICO FETAL
Indicação: alto risco, CTG alterada
Cardiotocografia +
4 parâmetros do USG
(CTG > respiração > movimentação > tônus fetal > ILA)
1 respiração por 30s
1 episódio de flexão / extensão
2 acelerações
3 movimentos corporais
Maior bolsão ≥ 2
*Pontuação: 0 ou 2
*Polidrâmnia NÃO perde ponto!
1º que altera CTG (acelerações) – alteração aguda!
Último que altera Líquido amniótico – alteração crônica!
Normal 8-10
Anormal < 4
*Se CIUR + 8/10 (oligodrâmnia) + > 34 semanas: parto
FÓRCEPS
SIMPSON
 Qualquer variedade – exceto transversa
 Pequenas rotações (< 45 graus)
 Articulação fixa, grande curvatura pélvica
PIPER  Cabeça derradeira
KIELLAND
 Variedade transversa
 Grandes rotações (> 45 graus)
 Articulação por deslizamento, pequena curvatura pélvica
*Pegada biparietomalomentoniana
Condições de aplicabilidade
A Ausência de colo – dilatação total
P Pelve proporcional
L Livre canal de parto
I Insinuação – a partir de 0 (médio) ou +2 (baixo)
C Conhecer a variedade
A Amniotomia
R Reto / Bexiga vazios
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
*Vácuo-extrator: > 34 semanas e > +3
Desprendimento / Alívio No assoalho – Simpson
Baixo > plano +2, mas não no assoalho
Médio Plano 0 (insinuado) ao +2
Indicações
Maternas
 Descolamento de retina
 Cardiopatia
 Exaustão
 Hérnia abdominal
Fetais
 Sofrimento fetal agudo
 Prolapso de cordão
 Cabeça derradeira
PUERPÉRIO FISIOLÓGICO
Imediato: < 10 dias
Tardio: 10-45 dias
Remoto: > 45 dias
MAMA
 1º dia: colostro – muita proteína, pouca gordura
 3º dia: apojadura – pode ter febre
OVÁRIO  Ovulação em 6 semanas (25 dias) – se não amamentar
ÚTERO
 Pós parto: cicatriz umbilical – globo de segurança de Pinard
 2 semanas: intrapélvico – reduz 1cm/dia
*Reflexo útero-mamário: involução mais rápida do útero (ocitocina)
COLO  1 semana: fechado
VAGINA  Atrofia – “crise vaginal”
LÓQUIOS
 4 dias: avermelhado (rubra) > serossanguinolento (fusca) >
amarelado (flava) > branco (alba)
HEMODINÂMICO
 Aumento do DC – descompensação de cardiopatia
 Leucocitose
 TVP – warfarina, heparina
PSIQUIÁTRICOS
 Blues puerperal (60-80%) – resolução espontânea, precoce
 Depressão pós-parto – rastreio: escala de Edimburgo ≥ 10,
Sertralina
3 etapas da lactação
Mamogênese: desenvolvimento da mama
Lactogênese: inicio da lactação – prolactina
Lactopoiese: manutenção da lactação – ocitocina
Método de amenorreia da lactação: < 6m + amenorreia + aleitamento exclusivo
PUERPÉRIO PATOLÓGICO
INFECCÇÕES PUERPERAIS
Febre ≥ 38 por mais de 48h do 2-10 dias pós-parto
▪ ENDOMETRITE – entre o 4º e 5º dias
 FR: cesariana, anemia, desnutrição, RPMO
 Etiologia: polimicrobiana
 Clínica: febre + lóquios de odor fétido + útero subinvoluído + dor
 Tratamento: Clindamicina + Gentamicina IV até 72h assintomática
Útero amolecido + subinvoluído + doloroso =
TRÍADE DE BUMM (Endometrite)
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
 Profilaxia: ATB 30min antes da cesárea / reduzir número de toques / manter bolsa íntegra
Parece que é endometrite, mas não melhora com ATB > USG com Doppler > ausência de fluxo em veia ovariana >
tromboflebite pélvica séptica > conduta: + Heparina
▪ MASTITE – entre 3-4 semanas
 S. aureus
 Causa: pega incorreta > fissuras mamárias
 Clínica: mastalgia + sinais flogísticos + febre
 Tratamento: manter amamentação + AINEs + ATB (cefalosporina
1ª geração)
*Não confundir com febre da apojadura – ingurgitamento entre 2-3 dias!
▪ ABSCESSO MAMÁRIO
 Complicação da mastite
 Tratamento: drenagem + manter amamentação + ATB –
exceto: saída de pus pela papila, incisão na papila
HEMORRAGIA PUERPERAL
Perdas > 0.5L (vaginal) e > 1L (cesariana) ou sinais/sintomas de hipovolemia
*Principal causa de morte materna no mundo (no Brasil: hipertensão!)
Fatores de risco
 Gemelar
 Polidrâmnia
 Mioma
 Corioamnionite
 Trabalho de parto muito rápido ou muito lento
 Anestesia geral (halotano)
Complicações
 CIVD
 Síndrome de Sheehan: necrose da hipófise > amenorreia + agalactorreia
Causas
TÔNUS Atonia uterina – mais comum
TRAUMA Laceração do canal de parto
TECIDO Restos placentários – tardio
TROMBO Coagulopatia
▪ ATONIA UTERINA
1) Massagem uterina bimanual (Hamilton)
2) Ocitocina IV / Misoprostol retal / Ergometrina (CI: hipertensão) + ácido tranexâmico (< 3h)
3) Balão de Bakri (intrauterino) no máx 24h
4) Rafia de B-Lynch (sutura compressiva)
5) Rafia vascular (uterina, hipogástrica)
6) Embolização uterina
7) Histerectomia subtotal
Abscesso subareolar recidivante:
tabagista
Tratamento: cessar tabagismo + ressecção
Índice de choque:
FC / PAS ≥ 0.9 risco de transfusão
Prevenção: Ocitocina 10U IM após
expulsão fetal + Tração controlada do
cordão + Massagem uterina
28
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
▪ RETENÇÃO PLACENTÁRIA
 Manobra de Credé > extração manual / curetagem / evitar tração excessiva
▪ INVERSÃO UTERINA AGUDA
 Manobra de Taxe (clínica) > Manobra de Huntington (cirúrgica)
PROLAPSO DE CORDÃO
Posição genupeitoral + elevação do polo cefálico
pelo toque vaginal + cesárea de urgência
ASSISTÊNCIA AO PARTO
ESTÁTICA FETAL
ATITUDE –
relação das partes fetais entre si
 Ovoide (flexão generalizada)
SITUAÇÃO –
maior eixo fetal com maior eixo uterino
 Longitudinal
 Transverso
 Oblíqua – transitória
POSIÇÃO –
dorso fetal com abdome da mãe
 Esquerda (tipo 1) – mais comum
 Direita (tipo 2)
APRESENTAÇÃO –
polo fetal que ocupa estreito superior
 Cefálica
 Pélvica
 Córmica – se situação transversa
▪ VARIEDADES DE APRESENTAÇÃO
Na apresentação pélvica
Completa Pé e bumbum
Incompleta / Agripina / Simples Só bumbum
Com procedência de pés Só pés
Na apresentação cefálica
Fontanela posterior / Lambda / Pequena / Triangular
Fontanela anterior / Bregma / Grande / Losangular
Fletida / Occipital –
melhor prognóstico >
menor diâmetro para insinuação
(subocciptobregmático)
Lambda Sutura sagital
Defletida de 1º grau Bregma
Sutura metópica
Defletida de 2º grau / Fronte –
pior prognóstico
Glabela / Naso
Defletida de 3º grau / Face Mento Linha facial
*Se tocar lambda e bregma, quem manda é lambda!
29
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
SINCLITISMO – sem inclinação lateral ASSINCLITISMO – com inclinação lateral
Sutura sagital equidistante da sínfise púbica
e sacro
Posterior: sagital mais perto do púbis
Anterior: sagital mais perto do sacro (ânus)
▪ VARIEDADES DE POSIÇÃO – pontos de referência entre a apresentação fetal e pelve materna
*Iminência iliopectínea: anterior / Sinostose sacroilíaca: posterior
MANOBRAS DE LEOPOLD – SPAA
1) Situação
2) Posição
3) Apresentação
4) Insinuação – altura da apresentação
TRAJETO
Bacias
Ginecoide –
mais comum
 Forma arredondada – espinhas isquiáticas não são proeminentes
 Mais favorável
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Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
Androide
 Forma triangular – espinhas isquiáticas proeminentes
 Mais distócia – ângulo subpúbico < 90
Platipeloide
 Forma achatada e ovalada – maior diâmetro é transverso
 Mais rara
Antropoide  Maior diâmetro é ânteroposterior
ESTREITO SUPERIOR
 C. anatômica: borda superior da SF até o promontório
 C. obstétrica: borda interna da SF até promontório – 10.5cm
 C. diagnonalis: borda inferior da SF até o promontório – 12cm (CD - 1.5 = CO)
ESTREITO MÉDIO  Espinhas isquiáticas: menor diâmetro, marca o plano 0 de DeLee (insinuação) – 10cm
ESTREITO INFERIOR
 Ângulo subpúbico: ideal > 90
 C. exitus: aumenta com a retropulsão do cóccix
Planos de DeLee
INDICAÇÕES ABSOLUTAS DE CESARIANA – Pfannenstiel, segmentar transversa
Desproporção cefalopélvica absoluta
Placenta prévia total
Herpes genital ativo
Apresentação córmica e defletida de 2ª grau
Cesárea clássica (incisão corporal)
Condiloma acuminado que obstrui canal
*Cesárea a pedido só > 39 semanas
*2 cesáreas segmentares prévias: contraindicação relativa
MECANISMOS DE PARTO
TEMPOS PRINCIPAIS TEMPOS ACESSÓRIOS
1) Insinuação Flexão
2) Descida Rotação interna
3) Desprendimento Deflexão
4) Restituição (rotação externa) Desprendimento de ombros (A > P)
*O mais comum é o feto começar em OEA e fazer a rotação interna para OP (rotação 45º)
*A rotação interna é sempre em direção OP!!!
31
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
1. Insinuação / 2. Descida / 3 e 4. Rotação interna / 5. Desprendimento / 6. Restituição (rotação externa)
INDUÇÃO DO PARTO
BISHOP > 6 Ocitocina
BISHOP < 6
Misoprostol 25-50mcg
Krause (balão) / descolamento digital – se cicatriz uterina (cesárea, miomectomia)
*BISHOP: colo (dilatação, apagamento, posição e consistência) + altura (DeLee)
Contraindicações à indução:
 Placenta prévia
 Gestação múltipla
 Macrossomia fetal
 Sofrimento fetal
 Apresentação anômala
 Herpes genital ativo
 HIV positivo
AMNIORREXE PREMATURA (RPMO)
Rotura espontânea das membranas antes do início do TP
a. Diagnóstico – evitar toque!
 Exame especular – padrão-ouro
 Teste de nitrazina – aumenta pH (> 6)
 Teste da cristalização – “folha de samambaia”
 Teste do fenol – laranja > vermelho
 Teste imunocromatográfico – Amnisure, Actim Prom
 USG – oligodrâmnia (ILA < 5, maior bolsão < 2)
b. Conduta
CORIOAMNIONITE OU SFA?
Sim: ATB + parto (corioamnionite = vaginal!!!)
Não:
> 34 semanas –
conduta ativa
Parto + profilaxia para GBS (Penicilina cristalina 4/4h)
24-34 semanas –
conduta expectante
Corticoide (12mg IM Betametasona 2 doses 24/24h) +
ATB (Ampi 2g IV 6/6h 48h + Azitro 1g VO > Amoxi 500mg VO 8/8h por 5 dias)
*O ATB é para aumentar o tempo de latência e diminuir o risco de corioamnionite!
CORIOAMNIONITE
Febre + 2:
 Leucocitose > 15.000
 Taquicardia (materna ou fetal)
 Útero doloroso
 Líquido fétido
32
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
TRABALHO DE PARTO PREMATURO
Contrações regulares (≥ 2 em 10min) + dilatação progressiva (> 2cm ou apagamento 80%) + < 37 semanas
Na dúvida: observar + teste da fibronectina
a. Fatores de risco
 Prematuridade anterior – principal
 Fatores cervicais – ex: insuficiência istmo-cervical
 Anemia
 Desnutrição
 Infecção – qualquer uma
 Gemelar
b. Conduta
> 34 semanas Parto + profilaxia para GBS (Penicilina cristalina 4/4h)
24-34 semanas
Corticoide (12mg IM Betametasona 2 doses 24/24h) +
Tocólise (Nifedipina, Indometacina, B2-agonista, Atosiban) +
Sulfato de magnésio (se < 32 semanas)
Contraindicações
Nifedipino Cardiopatia, hipotensão
Indometacina > 32 semanas (fechamento de ducto arterioso)
B2-agonista Cardiopatia, DM
Atosiban -
PARTOGRAMA
FASE ATIVA
PROLONGADA
Dilatação < 1cm/h com intervalo de 2h
– ultrapassa linha de alerta
*Dilata, mas é lento
 Discinesia uterina (contrações não
eficientes)
 DCP
PARADA SECUNDÁRIA
DA DILATAÇÃO
Dilatação mantida por 2h
 Discinesia uterina (contrações não
eficientes)
 DCP
PARA SECUNDÁRIA DA
DESCIDA
Altura mantida por 1h com dilatação
máxima
 DCP
 Alteração da posição fetal
PERÍODO PÉLVICO
PROLONGADO
Descida é lenta, mas não para  Discinesia uterina
PARTO PRECIPITADO
(TAQUITÓCITO)
Dilatação e expulsão ≤ 4h *Alto risco de laceração!
*Só preocupa com a apresentação depois da dilatação total!
Após dilatação total: expulsão em 1h (multípara), 2h (nulípara) – analgesia aumenta +1h
Fase ativa prolongada Parada secundária da dilatação
PREVENÇÃO PRIMÁRIA
Indicação: prematuro anterior ou colo < 25mm no USG
Progesterona 100-200mg via vaginal 20-34 semanas
*Se IIC: + cerclagem com 12-16 semanas
Contraindicações da Tocólise: SFA,
corioamnionite, franco TP (dilatação > 4cm)
33
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
ASSISTÊNCIA CLÍNICA
DILATAÇÃO
Inicia com TP (dilatação progressiva 4cm, 2/3 contrações rítmicas e regulares em 10min) e termina com 10cm
Conduta:
 Dieta com líquidos claros (água, chás)
 Analgesia não farmacológica – banho em água morna
 Toque a cada 2h/4h
 Ausculta BCF 30/30min (baixo risco), 15/15min (alto risco)
 Deambulação livre – se bolsa íntegra
EXPULSIVO
Após dilatação total (10cm) e termina com a expulsão total
Duração: 2h30min (primíparas), 1h (multípara) – analgesia: +1h
Conduta:
 Evitar decúbito dorsal
 Ausculta BCF 15/15min (baixo risco), 5/5min (alto risco)
 Manobra de Ritgen modificada (proteção do períneo) ou hands off
 Episiotomia se: feto grande, uso de fórceps
SECUNDAMENTO / DEQUITAÇÃO
Saída da placenta
Duração: até 30min
Mecanismos
 Schultze: face fetal – placenta > sangue
 Duncan: face materna (cotilédones) – placenta + sangue
Conduta:
 Ocitocina 10U IM após expulsão fetal
*NÃO FAZ: tricotomia (só se precisar na hora
da incisão), amniotomia de rotina, enteróclise
EPISIOTOMIA
Mediana: menos dor / lesão muscular /
sangramento, maior risco de lesão de reto
Médio-lateral: mais dor / lesão muscular /
sangramento, menor risco de lesão de reto
*Músculos lesados:
bulbocavernoso, transverso superficial
34
Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
 Tração controlada do cordão
 Manobra de Fabre – avalia se a placenta já descolou
 Manobra de Jacob-Dublin – a placenta sai rodando
 Revisão do canal de parto
4º PERÍODO
Após saída completa da placenta
Duração: 1h
Hemostasia
 Miotamponagem: contração da musculatura uterina (globo de segurança de Pinard)
 Trombotamponagem: formação de trombos
Conduta:
 Observação atenta
DISTÓCIA DE OMBROS
1) McRoberts + pressão suprapúbica: hiperextensão das coxas (frango assado)
2) Rubin I: pressão suprapúbica por 30 segundos
3) Gaskin: posição de 4 apoios
4) Rubin II: adução/RI do ombro impactado
5) Woods reversa: contrário do Rubin II
6) Jaquemier: remoção do ombro posterior
CABEÇA DERRADEIRA
 Bracht
 Liverpool
 Mauriceau
 Fórcipe de Piper
DISTÓCIA DE OMBROS NO PARTO PÉLVICO
 Bracht
 Desprendimento in situ
 Rojas
 Lovset
 Pajot
 Devent-muller

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  • 1. 1 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021
  • 2. 2 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Sumário GRAVIDEZ / PRÉ-NATAL.................................................................................................................................................. 3 SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE (< 20 semanas) .............................................................................................. 6 SANGRAMENTOS DA SEGUNDA METADE (> 20 semanas).............................................................................................. 9 DOENÇAS CLÍNICAS.......................................................................................................................................................13 SOFRIMENTO FETAL AGUDO E CRÔNICO......................................................................................................................20 ASSISTÊNCIA AO PARTO................................................................................................................................................28
  • 3. 3 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 OBSTETRÍCIA GRAVIDEZ / PRÉ-NATAL DIAGNÓSTICO ▪ CLÍNICO Presunção – percebido pela mãe / mama / sistêmico  Náuseas, polaciúria, mastalgia  Tubérculo de Montgomery  Rede de Haller – venosa  Hunter – segundo contorno Probabilidade – útero / vagina / vulva  Hegar – istmo amolecido  Piskacek – assimetria uterina  Nobile-Budim – preenchimento do fundo de saco, útero globoso  Jacquemier – meato e vulva roxos  Kluge – vagina roxa  Goodel – colo amolecido Certeza – ouvir / sentir  Puzos – rechaço fetal (> 14 semanas)  Movimentação (> 18-20 semanas, cicatriz umbilical) – pelo médico!  Ausculta – sonar (> 10-12 semanas), pinard (> 18-20 semanas) *A mórula entra na cavidade uterina, mas é o blastocisto que sofre a nidação Altura uterina Sínfise púbica 12 semanas – já sabe o sexo! Entre a SP e o umbigo 16 semanas Cicatriz umbilical 20 semanas – 500g *Regra de MacDonald: AU x 8 / 7 ▪ LABORATORIAL – HCG na urina ou B-HCG no sangue  Pico: 8-10 semanas  B-HCG > 1.000 confirma (95%)  Dobra a cada 48h  Produzido pelo sinciciotrofoblasto após a nidação – sustenta o corpo lúteo *Citotrofoblasto: interno / Sinciciotrofoblasto: externo ▪ ULTRASSOM TV 4 semanas Saco gestacional 5 semanas Vesícula vitelina 6 semanas Embrião 7 semanas BCE 6-12 semanas: idade gestacional pela CCN – mais fiel MODIFICAÇÕES MATERNAS OSTEOARTICULARES  Lordose acentuada  Marcha anserina – base alargada  Relaxamento ligamentar URINÁRIAS  Aumento da TFG (+ 50%)  Diminuição de Ureia e Cr  Glicosúria fisiológica (leve!) – ultrapassa capacidade de reabsorção  Dilatação pielocalicial leve à direita  Hiperaldosteronismo 2º - edema RESPIRATÓRIAS*  Hiperventilação – aumento do VC / diminuição do volume residual / aumenta tempo expiratório (diminui paCO2)  Alcalose respiratória compensada – sensação de dispneia, evita acidose HEMATOLÓGICA  Aumento do volume plasmático (+ 50%)  Anemia fisiológica – mas aumenta eritropoese (+ 30%) Margem de erro 1º trimestre: 1 semana 2º trimestre: 2 semanas 3º trimestre: 3 semanas *US-TV vê 1 semana antes que o abdominal
  • 4. 4 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021  Leucocitose sem desvio  Hipercoagulabilidade – tríade de Virchow (+ estase + lesão endotelial) METABÓLICAS  Hipoglicemia em jejum  Hiperglicemia pós-prandial – resistência periférica à insulina  Aumento do colesterol e TG  Ganho de peso (IMC normal): 11-16kg CARDIOVASCULARES  Sopro sistólico  Queda da RVP – invasão trofoblástica  Aumento do DC – 2º trimestre (+ 50%)  Queda da PA – 2º trimestre GASTROINTESTINAIS  Refluxo – relaxa esfíncter esofagiano inferior  Risco de broncoaspiração – relaxa estômago  Risco de cálculo – relaxa vesícula (preferir operar no 2º trimestre)  Constipação – diminui peristalse  Baixo risco de úlcera péptica – reduz secreção ácida *Progesterona relaxa PRÉ-NATAL CONSULTAS – mínimo 6 consultas < 28 semanas Mensal 28-36 semanas Quinzenal > 36 semanas Semanal *Idade NÃO indica pré-natal de alto risco! SUPLEMENTOS FERRO – 20 semanas até 3 meses pós- parto para não lactante  Hb > 11: Sulfato ferroso 40mg Fe elementar  Hb 8-11: Sulfato ferroso 200mg Fe elementar + EPF  Hb < 8: pré-natal de alto risco / internação ÁCIDO FÓLICO – 3 meses antes da concepção até 12 semanas  0.4mg  Se filho anterior acometido / anticonvulsivante: 4mg  Diminui defeitos do tubo neural VACINAS dTpa > 20 semanas *Toda vez que engravidar! *Se esquema incompleto (< 3 doses): completar com dT Hepatite B Influenza *NÃO fazer vacina de agente vivo! EXAMES ▪ LABORATORIAIS 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre  Tipagem sanguínea + fator Rh  Hemograma  Coombs indireto – se Rh neg  Glicemia em jejum  EAS + urocultura  VDRL / TR  Anti-HIV / TR  HbSAg + anti-HbS  Toxoplasmose IgG e IgM  TOTG 75g (24-28 semanas)  Coombs indireto – se Rh neg  Toxoplasmose IgG e IgM = 1º trimestre, exceto tipagem sanguínea + fator Rh + eletroforese de Hb / outros: EPF, PCCU, TSH..
  • 5. 5 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 ▪ ULTRASSONOGRAFIA – não é rotina pelo MS 11-14 semanas – cromossomopatias  TN < 2.5mm  Osso nasal  Ducto venoso 20-24 semanas  Morfológico de 2º trimestre com medida de colo uterino ▪ INFECÇÃO POR GBS (Streptococcus do grupo B / agalactiae) – não é rotina pelo MS  Swab vaginal e retal com 35-37 semanas – ACOG: 36-37+6 NÃO RASTREAR – já tem indicação de ATB!  Bacteriúria atual por GBS – mesmo que tratada  Filho anterior teve GBS PROFILAXIA INTRAPARTO Penicilina cristalina 5.000.000U IV > 2.500.000U IV 4/4h até clampeamento do cordão Bacteriúria atual por GBS Filho anterior teve GBS Swab positivo com 35-37 semanas Sem rastreio + FR (febre intraparto / prematuridade / RPMO > 18h) NÃO FAZER SE: Cesariana eletiva Swab negativo < 5 semanas Sem rastreio + sem FR ▪ ACONSELHAMENTO GENÉTICO Não invasivo – avalia risco Invasivo – dá diagnóstico Rastreio – oferecer para todas *NÃO dá diagnóstico! Rastreio positivo ou alto risco (> 35 anos, anomalia congênita de feto/pais, perda de repetição, consanguinidade) *Só idade NÃO é mais suficiente para indicar!  US biofísico (11-14 semanas): TN + osso nasal + ducto venoso  Teste duplo (11-13 semanas): hCG + PAPP-A  Teste triplo (> 15 semanas): hCG + AFP + estriol  Teste quádruplo (> 15 semanas): hCG + AFP + estriol + inibina  NIPT (> 10 semanas): DNA fetal na circulação materna – não vê malformação euploide!  Biópsia de vilo (10-13 semanas)  Amniocentese (> 14-16 semanas) – menor risco  Cordocentese (> 18 semanas) *BAC TOXOPLASMOSE IgG - / IgM - Suscetível Repetir + prevenção IgG + / IgM - Imune Abandonar rastreio IgG - / IgM + Infecção aguda ou falso positivo Dosar IgA ou repetir IgG após 3 semanas (soroconversão?) IgG + / IgM + Infecção aguda ou antiga Teste de avidez se ≤ 16 semanas  Alta (> 60%): infecção antiga  Baixa (< 30%): infecção aguda Se infecção aguda: < 30 semanas: Espiramicina 1g 8/8h + rastrear feto (amniocentese) > 30 semanas / infecção fetal: + Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido foliníco *IgM pode significar infecção de até 4 meses atrás / *Maior risco de infecção: 3º trimestre
  • 6. 6 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE (< 20 semanas) USG TRANSVAGINAL 4 semanas Saco gestacional 5 semanas Vesícula vitelínica 6 semanas / SG ≥ 25mm Embrião / BCE + *USG abdominal: + 1 semana *Gestação anembrionada: ausência de embrião em saco gestacional > 25mm 1º exame: exame especular ABORTAMENTO a. Conceito  Interrupção da gestação < 20-22 semanas ou < 500g b. Classificação Precoce Tardio ≤ 12 semanas > 12 semanas Provocado Legal:  Anencefalia (> 12 semanas, 2 médicos assinam laudo)  Risco de morte materna (2 médicos assinam)  Estupro (< 20-22 semanas, não precisa de perícia/juiz) Esporádico  Causa mais comum: aneuploidias (trissomia do 16) Habitual ≥ 3 perdas INCOMPETÊNCIA ISTMO-CERVICAL  Perdas gestacionais cada vez mais precoces – partos prematuros > abortamentos habituais tardios  Dilatação indolor + colo curto (<25mm) + feto vivo e morfologicamente normal  Tratamento: circlagem com 12-16 semanas pela técnica de McDonald + tirar com 36-37 semanas ou se TP SAAF  Abortamento habitual + tromboses  Colo normal + feto morto  Pode ter LES  Anticoagulante lúpico, anticardiolipina, antiB2-glicoproteína 1 (dosar 2x)  Diagnóstico: 1 clínico + 1 laboratorial  Tratamento: AAS + heparina profilática – se história de trombose: heparina plena *Não investigar na gestação! *CI à circlagem: colo > 4cm, RPMO, IG > 24 semanas, membrana protrusa c. Clínica – cólica + sangramento COLO ABERTO INCOMPLETO  Útero menor e com restos (endométrio > 15mm) Esvaziamento INEVITÁVEL  Útero compatível Esvaziamento INFECTADO  Odor fétido + secreção purulenta + febre + leucocitose I) Limitada a cavidade uterina II) Pélvico III) Peritonite generalizada / Sepse ATB (Clinda + Genta) + Esvaziamento *Nos in tem que intervir!
  • 7. 7 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 COLO FECHADO COMPLETO  Útero menor e vazio (endométrio < 15mm) Orientação AMEAÇA  Útero compatível + embrião vivo Repouso relativo RETIDO  Útero menor + embrião morto (ausência de BCE com CCN > 7mm) + regressão dos sintomas gravídicos *Se dúvida: repetir USG em 2 semanas! Esvaziamento ou aguardar até 1 semana pra ver se expulsa *Colo fechado = USG! Esvaziamento: ≤ 12 semanas AMIU ou curetagem > 12 semanas Sem feto: curetagem Com feto: misoprostol > curetagem *Cesariana prévia: Krause / Ocitocina DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL Benigna Maligna  Mola hidatiforme  Mola invasora – mais comum  Coriocarcinoma  Tumor trofoblástico do sítio placentário – HPL Fatores de risco:  > 40 anos  Intervalo interpartal curto  SOP  Abortamento / mola prévio  FIV  Tabagismo  ACO MOLA HIDATIFORME Completa Parcial – mais comum  Não tem embrião  20% malignização  Genes paternos 1 espermatozoide fecunda 1 óvulo vazio > todo o material é de origem paterna > diploide (46XX)  Tem tecido fetal  5% malignização  Triploide (69XXY) 2 espermatozoides fecundam 1 óvulo normal > triploide (69XXY) *Risco de nova gestação molar: 1-2% a. Clínica  Sangramento de repetição em “suco de ameixa”  Presença de vesículas  Útero aumentado – sínfise púbica: 12s / umbigo: 20s  Hiperemese  Hipertireoidismo – HCG estimula TSH  Pré-eclâmpsia precoce b. Diagnóstico  BHCG muito alto (> 100.000)  USG: “flocos de neve”, “cachos de uva”, cistos ovarianos *Os cistos regridem com o tratamento!
  • 8. 8 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 c. Tratamento  Esvaziamento (vacuoaspiração) + biópsia + contracepção (exceto DIU)  Após biópsia positiva: histerectomia (> 40 anos, prole definida) – diminuir risco de malignização  Se malignização: QT CONTROLE DE CURA BHCG semanal (ou quinzenal*) > 3 dosagens negativas > BHCG mensal por 6 meses SUGERE MALIGNIZAÇÃO: Aumento em 2 semanas / 3 dosagens (dias 1, 7 e 14) 3 semanas em platô / 4 dosagens (dias 1, 7, 14 e 21) Ainda positivo após 6m Metástases – mais comum: pulmão (RX!) GRAVIDEZ ECTÓPICA a. Conceito  Implantação fora da cavidade uterina  Local mais comum: tuba uterina (ampola) b. Fatores de risco  DIP  Ectópica prévia  Raça negra  Endometriose  > 35 anos  Tabagismo  DIU – relativo c. Clínica  Atraso menstrual + dor abdominal + discreto sangramento vaginal (50%)  Rota: choque + sinal de Blumberg + sinal de Proust  Assintomática d. Diagnóstico Atraso menstrual com dor abdominal + BHCG > 1500 + USG com útero vazio (> 6 semanas) *1500 é o valor do descobrimento! e. Tratamento EXPECTANTE Íntegra + BHCG <1000 e em queda BHCG semanal (tem que estar em queda!) MEDICAMENTOSO Íntegra + sem BCF + massa < 3.5-4cm + BHCG < 5000 Metotrexato IM injeção local ou sistêmica Comparar BHCG do 4º com o do 7º dia: tem que cair > 15% *Sem resposta: reavaliar critérios e tentar de novo CIRÚRGICO CONSERVADOR Íntegra + desejo reprodutivo Salpingostomia por laparoscopia Normal: BHCG duplicar (66%) em 48h / Progesterona > 25 Reação de Arias-Stella: sangramento endometrial por baixa concentração de hormônio
  • 9. 9 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 CIRÚRGICO RADICAL Rota Salpingectomia por laparoscopia (estável) ou laparotomia (instável) SANGRAMENTOS DA SEGUNDA METADE (> 20 semanas) DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA a. Conceito  Descolamento prematuro após 20ª semana *Antes de 20 semanas é abortamento! Hemorragia decidual > hematoma retroplacentário (ciclo vicioso) > sangue irrita miométrio > hipertonia uterina + consumo dos fatores de coagulação (CIVD) b. Fatores de risco  Trauma  Anos > 35  Corioamnionite  Drogas (cocaína, tabaco)  Polidramnia e gemelar – hiperdistensão uterina  Pressão alta (HAS) – principal fator de risco c. Clínica  Dor abdominal  Taquissistolia – > 5/contrações em 10min  Hipertonia  Sofrimento fetal agudo – diminuição da troca materno-fetal  Sangramento escuro (80%)  Hemoâmnio 20% NÃO TEM SANGRAMENTO! d. Diagnóstico – NÃO pede USG!  Clínico!! Classificação de Sher 0 – ASSINTOMÁTICO Diagnóstico retrospectivo I – LEVE Sangramento leve II – MODERADO Sangramento moderado + hipertonia uterina + hipotensão + sofrimento fetal III – GRAVE Sangramento grave + óbito fetal a) Sem coagulopatia b) Com coagulopatia e. Conduta Amniotomia + Feto vivo Via mais rápida Maioria cesariana Se parto iminente (fórceps): vaginal DPP Placenta prévia Amniotomia Não diminui sangramento Diminui sangramento Metrossístole Diminui sangramento Aumenta sangramento T Á Com D P P
  • 10. 10 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Feto morto Maioria via vaginal Se for demorar (colo fechado): cesariana *Amniotomia diminui pressão no hematoma, infiltração miometrial e passagem de tromboplastina pra mãe (CIVD)! f. Complicações ▪ ÚTERO DE COUVELAIRE – apoplexia uteroplacentária  Sangue infiltra miométrio > desorganiza as fibras musculares > hipotonia/atonia uterina  1) massagem bimanual + ocitócito (ocitocina IV, misoprostol, ergotamina) > 2) sutura de B-Lynch > 3) ligadura hipogástrica / uterina > 4) histerectomia subtotal ▪ SÍNDROME DE SHEEHAN  Necrose da hipófise após hemorragia  Amenorreia secundária + ausência de lactação ▪ CIVD  Passagem da tromboblastina para circulação materna  Teste de Weiner (do coágulo): colhe 8ml de sangue > fecha o tubo dentro da mão > o sangue tem que coagular entre 5-10 min e permanecer firme por + 15 min > afasta hipofibrinogenemia PLACENTA PRÉVIA a. Conceito  Placenta próxima ou sobre o orifício interno do colo confirmada após 28 semanas *Inserção viciosa de placenta b. Fatores de risco  Cicatriz uterina prévia (cesárea/curetagem)  Idade > 35 anos  Multiparidade / múltipla (gemelar)  Endometrite  Tabagismo c. Classificação Inserção baixa Não toca o OIC, mas se localiza < 2cm Marginal Toca, mas não cobre o OIC Parcial Cobre parcialmente o OIC Total Cobre totalmente o OIC d. Clínica Sangramento  Progressivo  Repetição  Espontâneo  Vermelho vivo  Indolor  Ausência de hipertonia e sofrimento fetal agudo e. Diagnóstico  USG transvaginal NÃO PODE FAZER TOQUE! – faz exame especular P R E V I A C I M E T
  • 11. 11 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Parcial Total f. Conduta A termo Interrupção Prematuro Sangramento intenso: interrupção Sangramento escasso: expectante (corticoide, sulfato de magnésio..) *Amniotomia se for inserção baixa / marginal – apresentação comprime a placenta e cessa sangramento Via de parto Total Cesariana Parcial Maioria cesariana Marginal Avaliar parto vaginal g. Complicações  Apresentação anormal  Penetração no útero anormal  Puerpério anormal – hemorragia (atonia), infecção ▪ ACRETISMO PLACENTÁRIO  Penetração anormal da placenta na parede uterina  Suspeita: placenta prévia + cesárea anterior  Diagnóstico: USG com doppler / RM Classificação e conduta Acreta – perfura endométrio, mas não atinge miométrio Tentar extração manual ou histerectomia Increta – invade miométrio Histerectomia Percreta – invade serosa / órgãos adjacentes Histerectomia ROTURAS ROTURA DE SEIO MARGINAL a. Conceito  Seio marginal: extrema periferia do espaço interviloso (meio da placenta, entre a face materna e fetal) b. Clínica  = placenta prévia, mas o USG é normal c. Diagnóstico  Histopatológico d. Conduta  Parto vaginal *Sangramento geralmente é discreto – bom prognóstico!
  • 12. 12 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 ROTURA DE VASA PRÉVIA a. Conceito  Ruptura de vasos umbilicais desprotegidos que passam entre a apresentação e o colo b. Fatores de risco  Placenta bilobada  Placenta suscenturiadas (acessória)  Inserção velamentosa – principal fator de risco c. Clínica  Sangramento vaginal súbito após amniorrexe  Sofrimento fetal agudo d. Conduta  Cesariana de urgência *Pior prognóstico: veia umbilical ROTURA UTERINA a. Fatores de risco  Multiparidade  Kristeller – violência obstétrica!  Cicatriz uterina  Parto obstruído (DCP)  Malformação uterina b. Clínica IMINÊNCIA DE ROTURA – síndrome de Bandl-Frommel  Sinal de Bandl – anel que separa o corpo do segmento  Sinal de Frommel – ligamentos redondos distendidos palpáveis ROTURA CONSUMADA  Fácil palpação de partes fetais  Sinal de Reasens – subida da apresentação fetal  Sinal de Clark – enfisema subcutâneo  Parada súbita do TP c. Conduta Iminência Cesariana Consumada Histerorrafia / Histerectomia INCOMPATIBILIDADE MATERNO-FETAL ABO Rh  Mais comum  Não exige exposição prévia  Proteção parcial para incompatibilidade Rh  Não tem profilaxia Mãe O e filho A ou B  Mais grave  Exige exposição prévia  Tem profilaxia Mãe Rh – e filho + O sangue é de origem FETAL!
  • 13. 13 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL Rh Mãe Rh - e DU - / Pai Rh + / Feto Rh + Sensibilização: hemorragias da gestação ou durante o parto – passagem de IgG, progressivamente mais grave Mãe Rh - Pedir coombs indireto (28, 32, 36 e 40 semanas) Se CI positivo: < 1:16 – repetir mensal ≥ 1:16 – investigar anemia fetal (doppler de ACM > cordocentese) Doppler de ACM – CI ≥ 1:16 ou HP de complicação fetal grave Velocidade máxima do pico sistólico > 1.5 Cordocentese – se < 34 semanas Diagnóstico e tratamento *Mais arriscada! *Se > 34 semanas: interrompe gestação Indicação de Imunoglobulina anti-D:  Sangramento  Exame invasivo – amniocentese, cordocentese  No parto  28 semanas com CI negativo* ATENÇÃO!  Quando aplica a imunoglobulina, o CI fica positivo por cerca de 12 semanas – se fez e não ficou, faz de novo, porque indica que toda a Ig foi consumida pelas hemácias fetais!  A aplicação da imunoglobulina protege por 3 semanas – isto é, se aplicou e teve um sangramento após 3 semanas, tem que fazer de novo!  Se fez imunoglobulina em caso de sangramento ou exame invasivo, também faz no parto, porque até lá a concentração de Ig já está muito baixa  300mcg neutralizam 30ml de sangue fetal COOMBS INDIRETO NATUTALMENTE POSITIVO NÃO FAZ – já está sensibilizada TEM QUE FAZER EM TODA GRAVIDEZ – os títulos vão caindo A imunoprofilaxia funcionou se:  Coombs indireto positivo  Teste de Kleihauer negativo (não tem mais hemácia fetal na mãe) DOENÇAS CLÍNICAS DOENÇA HIPERTENSIVA HAS CRÔNICA PRÉ-ECLÂMPSIA  > 35 anos  Multigesta  HAS < 20 semanas  Proteinúria ou não  Calciúria > 100mg/24h  Persiste no puerpério  < 18 anos e > 35 anos  Primigesta  HAS > 20 semanas  Proteinúria > 20 semanas  Calciúria < 100mg/24h  Melhora até 12 semanas pós parto *Ácido úrico tem valor prognóstico!
  • 14. 14 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 HAS GESTACIONAL PA ≥ 140x90 após 20 semanas + sem proteinúria/outras alterações + melhora até 12 semanas pós parto *Principal causa de morte materna no Brasil PRÉ-ECLÂMPSIA a. Conceito  Surgimento após 20 semanas de PA ≥ 140x90 + proteinúria ≥ 300mg/dia ou RPC ≥ 0.3 ou ≥ + na fita PA ≥ 140x90 após 20 semanas + Plaquetopenia < 100.000 Cr > 1.1 EAP TGO/TGP > 2x Sintomas cerebrais ou visuais b. Fisiopatologia Ausência da 2ª onda de invasão trofoblástica > artérias espiraladas permanecem estreitas > RVP permanece aumentada (persistência da incisura protodiastólica após 20 semanas) > isquemia placentária > lesão endotelial generalizada > espasmo arteriolar placentário e sistêmico > aumento da permeabilidade capilar > HAS + LOA No rim: endoteliose capilar glomerular > diminuição da TFG > proteinúria não seletiva + diminuição da excreção de ácido úrico c. Rastreamento – 1º trimestre  História clínica materna  Doppler de artérias uterinas (11-13.6 semanas): aumento da resistência  Marcadores bioquímicos: PAPP-A e PLGF reduzidos  Medida da PA d. Prevenção Indicação:  Pré-eclâmpsia anterior (pessoal ou familiar)  Gemelar  Vasculopatia (HAS crônica, LES..)  Risco no Doppler AAS 12-16 semanas até 36 semanas Carbonato de cálcio 20 semanas – se baixa ingesta! e. Classificação GRAVE  PA ≥ 160x110  EAP  Cr > 1.2*  Síndrome HELLP: LDH ≥ 600, esquizócitos, BI ≥ 1.2 + AST ≥ 70 + plaquetopenia < 100.000  Iminência de eclâmpsia: cefaleia, escotomas, epigastralgia, hiperreflexia  Eclâmpsia f. Conduta ▪ ANTI-HIPERTENSIVOS – meta: PAS 140-150 / PAD 90-100 Indicação:  PA ≥ 160 x 110 *Na gestação normal, entre 18-20 semanas, ocorre a 2ª onda de invasão trofoblástica, a qual “consome” as artérias espiraladas e converte-as em vasos de baixa resistência, facilitando a passagem de sangue para a placenta e, consequentemente, reduzindo a PA!
  • 15. 15 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Na crise  Hidralazina IV  Labetalol IV  Nifedipino VO De manutenção  Metildopa VO  Hidralazina VO  Pindolol VO *NÃO usa: IECA, DIU ▪ SULFATO DE MAGNÉSIO Indicação:  Pré-eclâmpsia grave / eclâmpsia Magnesemia terapêutica: 4-7 mEq/L *Se precisar repetir, fazer metade da dose de ataque Risco de intoxicação – 3Rs  Reflexo patelar  Respiração (FR)  Rins (Diurese) INTOXICAÇÃO Reflexo patelar ausente FR < 14-16 Suspender Sulfato de Magnésio + Iniciar Gluconato de Cálcio *Oligúria (< 25ml/h) NÃO é sinal de intoxicação > ajustar dose! ▪ INTERRUPÇÃO DA GESTAÇÃO Leve Conduta expectante até o termo (37 semanas) Grave ≥ 34 semanas: parto após estabilização < 34 semanas: avaliar bem estar materno e fetal, administração de corticoide e sulfato de magnésio *Via de parto depende das condições maternas e fetais g. Complicações Maternas Fetais  DPP  Eclâmpsia  AVC  Rotura hepática  CIUR  Centralização  Óbito h. Diagnóstico diferencial ESTEATOSE HEPÁTICA AGUDA DA GESTAÇÃO  3º trimestre  Primíparas, feto masculino  Náuseas/vômitos + dor no HD + icterícia  Hiperbilirrubinemia direta + aumenta TGO/TGP + IRA + leucocitose + hipoglicemia + hipofibrogenemia + hiperuricemia  Tratamento: parto + estabilização  Complicações: insuficiência hepática e renal – óbito fetal por acidose materna PRITCHARD – sem BIC ZUSPAN – com BIC SIBAI A: 4g IV + 10g IM M: 5g IM 4/4h A: 4g IV M: 1-2g/h IV BIC A: 6g M: 2-3g/h IV BIC
  • 16. 16 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 COLESTASE  3º trimestre  Prurido diurno > icterícia (50%)  Leve aumento de GGT, FA, TGO, TGP  Desaparece pós parto e recorre em outras gestações  Risco de óbito fetal DIABETES GESTACIONAL a. Fisiopatologia – a gravidez é um “teste” para o pâncreas 2ª metade da gestação > aumento do HPL (contrainsulínico) com pico entre 24-28 semanas > aumento da resistência à insulina > aumento da demanda da secreção de insulina pelo pâncreas para tentar vencer a resistência b. Fatores de risco  DMG prévio  Obesidade  Morte fetal anterior inexplicada  Macrossomia anterior  HAS  HF de 1º grau c. Classificação Priscilla-White A Adquirida na gestação A1: sem insulina A2: com insulina B Prévio ≥ D: doença vascular  F: nefropatia  R: retinopatia  H: coronariopatia  T: tx renal d. Diagnóstico GJ < 92 TOTG 75g com 24-28 semanas GJ ≥ 92-125 1h ≥ 180 2h ≥ 153 = DMG GJ 92-125 DMG GJ ≥ 126 DM prévio Glicemia ≥ 200 + sintomas HbA1c ≥ 6.5 *Basta 1 exame alterado! e. Conduta ▪ DM GESTACIONAL  Dieta + atividade física por 1-2 semanas  Se falha: insulina ▪ DM PRÉVIO  Suspender antidiabéticos orais + iniciar insulina *Pode manter Metformina / Glibenclamida 1º trimestre / pós-parto: diminuir dose da insulina 2º e 3º trimestre: aumentar dose da insulina DMG + insulina + fazendo hipoglicemia: insuficiência placentária – diminuição da produção de hormônios contrarregulares
  • 17. 17 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 PARTO DMG sem complicação Normal DMG com insulina Parto com 38-39 semanas *Cesárea se > 4-4.5kg f. Complicações  Macrossomia – hiperinsulinemia fetal  Hipoglicemia / Hipocalcemia / Policitemia / Hiperbilirrubinemia neonatal  Distócia de espáduas  SFA  Polidrâmnia – poliúria  Malformação fetal (apenas DM prévia!!!!) – síndrome regressão caudal: mais específica!  Morte súbita fetal – policitemia > hiperviscosidade > hipoperfusão tecidual > acidose metabólica DISTÓCIA DE ESPÁDUAS 1) McRoberts 2) Pressão suprapúbica 3) Rubin I 4) Woods 5) Rubin II 6) Jacquemier 7) Gaskin 8) Zavanelli g. No puerpério DM prévio Volta com antidiabéticos orais / insulina metade da dose do final / insulina dose pré-gestacional DMG Suspende insulina + dieta geral + novo TOTG após 6-12 semanas GEMELARIDADE a. Classificação MONOZIGÓTICA – mesmo ovo DIZIGÓTICA – ovos diferentes  < 3 dias: dicoriônica diamniótica  4-8 dias: monocoriônica e diamniótica  9-12 dias: monocoriônica e monoamniótica  > 13 dias: siameses Sempre dicoriônica e diamniótica *Mais comum! *≤ 8: diamniótica / > 9: monoamniótica b. Fatores de risco  DZ: HF, raça, idade  MZ, DZ: técnicas de fertilização c. Diagnóstico – 11-14 semanas  Monocoriônica: sinal do T  Dicoriônica: sinal do Y/lambda *6-8 semanas: 2 sacos gestacionais > dicoriônica – melhor forma de diagnóstico! DMG NÃO AUMENTA MALFORMAÇÃO! METAS GJ < 95 Pré prandial < 100 Pós prandial 1h < 140 Pós prandial 2h < 120 Maior risco: monocoriônica
  • 18. 18 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Dicoriônica (sinal do Y/lambda) Monocoriônica (sinal do T) d. Parto Monocoriônica Dicoriônica 36-37 semanas 38 semanas Cesárea:  1º feto não cefálico  Tripla  Complicações (STFF, unidos)  Monoamniótica  1º cefálico mas 2º com peso 25% maior e. Complicações – mais comuns nas monocoriônicas ▪ SÍND. DA TRANSFUSÃO FETO-FETAL (STFF)  Ocorre na gestação gemelar monocoriônica e diamniótica  Excesso de anastomoses arteriovenosas entre os fetos > um feto fica com muito sangue e o outro com pouco > um feto cresce e o outro fica pequeno  US: uma cavidade com polidrâmnia e a outra com oligodrâmnia Feto receptor Feto doador  Hidropsia  Pletórico  TFG aumentada  Polidramnia – maior bolsão > 8  Bexiga cheia e distendida  Pálido  Anêmico  TFG diminuída  Oligodramnia – maior bolsão < 2  Bexiga pequena e sem líquido I Oligodrâmnia / Polidrâmnia II Bexiga não visualizada III Doppler alterado IV Hidropsia fetal V Óbito fetal Conduta Leve Amniocentese seriada Grave Fotocoagulação com laser INFECÇÃO URINÁRIA a. Etiologia  E. coli Risco de parto prematuro, abortamento e pielonefrite!
  • 19. 19 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA ≥ 100.000 UFC/ml em pacientes assintomáticas b. Tratamento BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA / CISTITE  Amoxicilina  Nitrofurantoína  Fosfomicina PIELONEFRITE Internar + ATB parenteral Sempre: urocultura de controle c. Prevenção ATB profilaxia após:  1º episódio de pielonefrite  2º episódio de cistite/bacteriúria assintomática HIPERÊMESE a. Fatores de risco  Gemelar  Mola  Feto feminino  HP ou HF b. Diagnóstico – clínico!  Perda de peso (> 5%)  Desidratação  Cetonúria  Aumento de TGO/TGP, bilirrubinas, amilase/lipase c. Tratamento  Internação  Dieta zero  Reposição hidroeletrolítica  Tiamina  Metoclopramida / Dimenidrinato / Prometazina / Ondansetrona OUTROS LES NA GESTAÇÃO  Prognóstico pior se ativo, nefrite e SAF  Complicações: reativação (3º trimestre), lúpus neonatal (BAV – eco a partir do 2º trimestre), abortamento, prematuridade, pré-eclâmpsia e CIUR  Diagnóstico diferencial: pré-eclâmpsia e HELLP – HAS, hemólise, plaquetopenia, consumo de C3/C4/CH50  Tratamento: Prednisona (na atividade) / Hidroxicloroquina (previne reativação) / Azatioprina (imunossupressor de escolha)  AAS a partir da 12ª semana – prevenção de pré-eclâmpsia  Contraindicação à gestação: doença renal em atividade, neurológica (AVC recente), doença restritiva pulmonar, miocardite  Ideal engravidar após 2 anos do diagnóstico + 6m de remissão + Cr < 1.6 + proteinúria < 1g + HAS controlada *NÃO pode: Ciclofosfamida / Clorambucil / Metotrexato SAF NA GESTAÇÃO  Diagnóstico: 1 clínico + 1 laboratorial Clínico: trombose sem inflamação do vaso / morte intrauterina > 10s / parto prematuro < 34 semanas por pré-eclâmpsia ou insuficiência placentária / 3 abortamentos consecutivos < 10 semanas
  • 20. 20 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Laboratorial: anticardiolipina / anticoagulante lúpico / antiB2-glicoproteína  Tratamento: Trombose: AAS + heparina terapêutica Sem trombose: AAS + heparina profilática HIPOTIREOIDISMO NA GESTAÇÃO  Principal causa: tireoidite de Hashimoto  Clínica: constipação, astenia, queda de cabelo, edema, ganho de peso  Laboratório: TSH alto, T4 baixo – anti-TPO aumentado tem maior risco de abortamento e tireoidite pós parto  Complicações: déficit cognitivo no RN, CIUR, abortamento, prematuridade, pré- eclâmpsia  Tratamento: Levotiroxina – TSH após 4-6 semanas  Rastreamento: MS não preconiza rastreio universal / ACOG preconiza para pacientes de alto risco (HP, HF, bócio, DM1, doença autoimune, infertilidade, prematuridade, abortamento) HIPERTIREOIDISMO NA GESTAÇÃO  Principal causa: doença de Graves  Clínica: taquicardia, tremor, perda de peso, intolerância ao calor, diarreia, bócio, exoftalmia  Laboratório: TSH baixo, T4 alto, anti-TRAB  Complicações: abortamento, prematuridade, CIUR, pré-eclâmpsia, distúrbio tireoidiano fetal  Tratamento: PTU (1º trimestre) – menor passagem placentária *NÃO pode: iodo radioativo TIREOIDITE PÓS- PARTO  Doença autoimune com infiltração inflamatória linfocítica, destrutiva e indolor da tireoide – 30-50% tem anti-TPO ou anti-TG 1) Tireotoxicose transitória 2) Hipotireoidismo transitório – mais sintomática 3) Recuperação – em até 1 ano  Complicação: hipotireoidismo permanente (20-30%) OLIGODRÂMNIA POLIDRÂMNIA  CIUR  Anomalias congênitas – agenesia renal, doença renal cística, obstruções urinárias  Síndromes hipertensivas  Colagenoses/SAF  DM prévio com vasculopatia  Desidratação  Medicações – IECA, AINE  STFF  Gestação prolongada  Idiopática *O oligodrâmnia é marcadador isolado de maior morbidade *Risco de hipoplasia pulmonar está relacionado à IG e à gravidade da oligodrâmnia  Obstrução gastrointestinal – atresia de esôfago, duodeno  Anomalias do SNC – anencefalia, espinha bífida  Arritmias  Displasias esqueléticas  Infecções congênitas  Hidrópsia fetal  DMG, DM prévio descompensado  Aloimunização  STFF  Corioangioma ▪ SEQUÊNCIA DE POTTER  Resultante da adramnia precoce  Achatamento de face, implantação baixa de orelhas, malformações de membros e hipoplasia pulmonar SOFRIMENTO FETAL AGUDO E CRÔNICO CIUR 1) Calcular IG correta  A partir do USG 1º trimestre FU < IG Erro na IG Oligodrâmnio CIUR
  • 21. 21 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 2) Avaliar altura uterina – rastreio  AU = IG: 18-30 semanas  AU < 3cm IG: CIUR 3) USG obstétrico  Peso < p10 para IG *Indicador mais sensível de CIUR: circunferência abdominal 4) Confirmação diagnóstica  Pós-parto – diferencia CIUR x PIG Classificação TIPO I – SIMÉTRICO / PRECOCE 5-10% TIPO II – ASSIMÉTRICO / TARDIO 80%  Agressão no início da gravidez  Afeta hiperplasia celular  Gráfico: desde o início abaixo do p10  Relação CC / CA mantida Causas: infecções do 1º trimestre, trissomias, drogas (BB)  Agressão no 2º / 3º trimestre  Afeta hipertrofia celular  Gráfico: normal no inicio, abaixo do p10 no final  Relação CC / CA aumentada Causas: insuficiência placentária (HAS, DM, LES, gemelar..) *Tipo III/misto/assimétrico precoce/intermediário: raro OLIGODRÂMNIA 1) Avaliar altura uterina – suspeita 2) USG obstétrico – confirma diagnóstico  ILA < 5cm ou maior bolsão < 2cm  Causas: insuficiência placentária, RPMO, malformação urinária, IECA, indometacina ILA normal (soma dos 4 quadrantes): 8-18 SOFRIMENTO FETAL CRÔNICO DOPPLERFLUXOMETRIA ▪ ARTÉRIA UTERINA – circulação materna  Persistência da incisura protodiastólica bilateral > 26 semanas: risco de CIUR e pré-eclâmpsia Normal Diminuição progressiva da resistência – aumento do fluxo Alterado IP > p95 / Persistência da incisura protodiastólica bilateral > 26 semanas / Relação S/D > 2.5 Normal no 1º trimestre Normal no 2º trimestre Normal no 3º trimestre ▪ ARTÉRIA UMBILICAL – circulação placentária  Diferencia CIUR x PIG Normal Diminuição progressiva da resistência – aumento do fluxo Anormal Aumento da resistência (IP > p95) / Diástole zero / Reversa LÍQUIDO AMNIÓTICO: Produção:  1ªs semanas: passagem passiva pela membrana amniótica (gradiente osmótico) – isotônico  2ª metade: urina, secreção pulmonar Reabsorção:  Deglutição, intramembranosa inicia produção com 11 semanas > aumenta até 32 semanas > para > diminui após 37 semanas ILA < 5cm: oligodrâmnia 5-8cm: líquido reduzido 8-18cm: normal 19-25cm: líquido aumentado > 25cm: polidrâmnia
  • 22. 22 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Normal no 3º trimestre Aumento da resistência Diástole zero Diástole reversa – MUITO GRAVE! ▪ CEREBRAL MÉDIA – circulação fetal  Indicação: artéria umbilical alterada Normal Alta resistência – baixo fluxo Anormal Diminuição da resistência (vasodilatação) IP > 1 (< p5) S/D umbilical / S/D cerebral ≥ 1 Insuficiência placentária > aumento da resistência na art. umbilical > centralização > prioriza órgãos nobres (coração, cérebro, suprarrenal) ▪ DUCTO VENOSO – função cardíaca (VD) fetal  Indicação: fetos < 32 semanas com centralização – prevê risco de morte fetal  É a última alteração diante do sofrimento fetal! Normal Onda A positiva Anormal Onda A negativa > p95 Shunt entre a veia umbilical intra- abdominal e VCI – leva sangue oxigenado!
  • 23. 23 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Normal Alterado Conduta CIUR com Doppler normal Termo (37-40 semanas) Diástole zero / Centralização fetal CTG + PBF + ducto venoso normais: > 32-34 semanas Diástole reversa / onda A negativa Imediato SOFRIMENTO FETAL AGUDO MOVIMENTAÇÃO FETAL Normal 5-10x / h Alterado Observar mais 1h > avaliar sono, droga, hipóxia MICROANÁLISE SANGUE – padrão-ouro Dilatação pH < 7.2 Expulsivo pH < 7.15 AUSCULTA CARDÍACA Intermitente Baixo risco  30/30min na dilatação  15/15min no expulsivo Alto risco  15/15min na dilatação  5/5min no expulsivo CARDIOTOCOGRAFIA Indicação: alto risco Linha de base: BCF médio em 10min Taquicardia > 160 bpm Bradicardia < 110 bpm Variabilidade: diferença entre maior e menor BCF – excluindo acelerações e desacelerações Aumentada > 25 Moderada 6-25 Mínima ≤ 5 Ausente 0 Sinusoidal Anemia fetal grave *Mínima: pode ser sono, drogas (metildopa), hipóxia Acelerações: aumento > 15 bpm por 15s Reativo 2 acelerações em 20min Não reativo Esperar mais 20min *Se < 32 semanas: aumento > 10 bpm por 10s
  • 24. 24 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Desacelerações: DIP I / Precoce / Cefálico Coincide com contração Compressão cefálica DIP II / Tardio Após a contração Asfixia – sofrimento fetal agudo DIP III / Variável / Umbilical Variável em relação a contração Compressão de cordão – oligodramnio DIP III desfavorável Recuperação lenta Sem retorno à linha de base Bifásica (em “W”) Hipóxia – se tiver tendo contração DIP I – pico com pico! DIP II DIP III desfavorável Sinusoidal – anemia! CATEGORIAS I  Linha de base 110-160  Variabilidade moderada (6-25)  Sem DIP II ou III  Aceleração presente/ausente II Entre I e II
  • 25. 25 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 III Sem variabilidade +  DIP II ou III recorrente  Bradicardia Padrão sinusoidal Conduta Categoria I DIP I ou III com boa variabilidade  Acompanhar *Não é sofrimento! Categoria III DIP II ou III sem variabilidade  Ressuscitação intrauterina: oxigênio + decúbito lateral esquerdo + suspender ocitocina + corrigir hipotensão  Parto pela via mais rápida PERFIL BIOFÍSICO FETAL Indicação: alto risco, CTG alterada Cardiotocografia + 4 parâmetros do USG (CTG > respiração > movimentação > tônus fetal > ILA) 1 respiração por 30s 1 episódio de flexão / extensão 2 acelerações 3 movimentos corporais Maior bolsão ≥ 2 *Pontuação: 0 ou 2 *Polidrâmnia NÃO perde ponto! 1º que altera CTG (acelerações) – alteração aguda! Último que altera Líquido amniótico – alteração crônica! Normal 8-10 Anormal < 4 *Se CIUR + 8/10 (oligodrâmnia) + > 34 semanas: parto FÓRCEPS SIMPSON  Qualquer variedade – exceto transversa  Pequenas rotações (< 45 graus)  Articulação fixa, grande curvatura pélvica PIPER  Cabeça derradeira KIELLAND  Variedade transversa  Grandes rotações (> 45 graus)  Articulação por deslizamento, pequena curvatura pélvica *Pegada biparietomalomentoniana Condições de aplicabilidade A Ausência de colo – dilatação total P Pelve proporcional L Livre canal de parto I Insinuação – a partir de 0 (médio) ou +2 (baixo) C Conhecer a variedade A Amniotomia R Reto / Bexiga vazios
  • 26. 26 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 *Vácuo-extrator: > 34 semanas e > +3 Desprendimento / Alívio No assoalho – Simpson Baixo > plano +2, mas não no assoalho Médio Plano 0 (insinuado) ao +2 Indicações Maternas  Descolamento de retina  Cardiopatia  Exaustão  Hérnia abdominal Fetais  Sofrimento fetal agudo  Prolapso de cordão  Cabeça derradeira PUERPÉRIO FISIOLÓGICO Imediato: < 10 dias Tardio: 10-45 dias Remoto: > 45 dias MAMA  1º dia: colostro – muita proteína, pouca gordura  3º dia: apojadura – pode ter febre OVÁRIO  Ovulação em 6 semanas (25 dias) – se não amamentar ÚTERO  Pós parto: cicatriz umbilical – globo de segurança de Pinard  2 semanas: intrapélvico – reduz 1cm/dia *Reflexo útero-mamário: involução mais rápida do útero (ocitocina) COLO  1 semana: fechado VAGINA  Atrofia – “crise vaginal” LÓQUIOS  4 dias: avermelhado (rubra) > serossanguinolento (fusca) > amarelado (flava) > branco (alba) HEMODINÂMICO  Aumento do DC – descompensação de cardiopatia  Leucocitose  TVP – warfarina, heparina PSIQUIÁTRICOS  Blues puerperal (60-80%) – resolução espontânea, precoce  Depressão pós-parto – rastreio: escala de Edimburgo ≥ 10, Sertralina 3 etapas da lactação Mamogênese: desenvolvimento da mama Lactogênese: inicio da lactação – prolactina Lactopoiese: manutenção da lactação – ocitocina Método de amenorreia da lactação: < 6m + amenorreia + aleitamento exclusivo PUERPÉRIO PATOLÓGICO INFECCÇÕES PUERPERAIS Febre ≥ 38 por mais de 48h do 2-10 dias pós-parto ▪ ENDOMETRITE – entre o 4º e 5º dias  FR: cesariana, anemia, desnutrição, RPMO  Etiologia: polimicrobiana  Clínica: febre + lóquios de odor fétido + útero subinvoluído + dor  Tratamento: Clindamicina + Gentamicina IV até 72h assintomática Útero amolecido + subinvoluído + doloroso = TRÍADE DE BUMM (Endometrite)
  • 27. 27 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021  Profilaxia: ATB 30min antes da cesárea / reduzir número de toques / manter bolsa íntegra Parece que é endometrite, mas não melhora com ATB > USG com Doppler > ausência de fluxo em veia ovariana > tromboflebite pélvica séptica > conduta: + Heparina ▪ MASTITE – entre 3-4 semanas  S. aureus  Causa: pega incorreta > fissuras mamárias  Clínica: mastalgia + sinais flogísticos + febre  Tratamento: manter amamentação + AINEs + ATB (cefalosporina 1ª geração) *Não confundir com febre da apojadura – ingurgitamento entre 2-3 dias! ▪ ABSCESSO MAMÁRIO  Complicação da mastite  Tratamento: drenagem + manter amamentação + ATB – exceto: saída de pus pela papila, incisão na papila HEMORRAGIA PUERPERAL Perdas > 0.5L (vaginal) e > 1L (cesariana) ou sinais/sintomas de hipovolemia *Principal causa de morte materna no mundo (no Brasil: hipertensão!) Fatores de risco  Gemelar  Polidrâmnia  Mioma  Corioamnionite  Trabalho de parto muito rápido ou muito lento  Anestesia geral (halotano) Complicações  CIVD  Síndrome de Sheehan: necrose da hipófise > amenorreia + agalactorreia Causas TÔNUS Atonia uterina – mais comum TRAUMA Laceração do canal de parto TECIDO Restos placentários – tardio TROMBO Coagulopatia ▪ ATONIA UTERINA 1) Massagem uterina bimanual (Hamilton) 2) Ocitocina IV / Misoprostol retal / Ergometrina (CI: hipertensão) + ácido tranexâmico (< 3h) 3) Balão de Bakri (intrauterino) no máx 24h 4) Rafia de B-Lynch (sutura compressiva) 5) Rafia vascular (uterina, hipogástrica) 6) Embolização uterina 7) Histerectomia subtotal Abscesso subareolar recidivante: tabagista Tratamento: cessar tabagismo + ressecção Índice de choque: FC / PAS ≥ 0.9 risco de transfusão Prevenção: Ocitocina 10U IM após expulsão fetal + Tração controlada do cordão + Massagem uterina
  • 28. 28 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 ▪ RETENÇÃO PLACENTÁRIA  Manobra de Credé > extração manual / curetagem / evitar tração excessiva ▪ INVERSÃO UTERINA AGUDA  Manobra de Taxe (clínica) > Manobra de Huntington (cirúrgica) PROLAPSO DE CORDÃO Posição genupeitoral + elevação do polo cefálico pelo toque vaginal + cesárea de urgência ASSISTÊNCIA AO PARTO ESTÁTICA FETAL ATITUDE – relação das partes fetais entre si  Ovoide (flexão generalizada) SITUAÇÃO – maior eixo fetal com maior eixo uterino  Longitudinal  Transverso  Oblíqua – transitória POSIÇÃO – dorso fetal com abdome da mãe  Esquerda (tipo 1) – mais comum  Direita (tipo 2) APRESENTAÇÃO – polo fetal que ocupa estreito superior  Cefálica  Pélvica  Córmica – se situação transversa ▪ VARIEDADES DE APRESENTAÇÃO Na apresentação pélvica Completa Pé e bumbum Incompleta / Agripina / Simples Só bumbum Com procedência de pés Só pés Na apresentação cefálica Fontanela posterior / Lambda / Pequena / Triangular Fontanela anterior / Bregma / Grande / Losangular Fletida / Occipital – melhor prognóstico > menor diâmetro para insinuação (subocciptobregmático) Lambda Sutura sagital Defletida de 1º grau Bregma Sutura metópica Defletida de 2º grau / Fronte – pior prognóstico Glabela / Naso Defletida de 3º grau / Face Mento Linha facial *Se tocar lambda e bregma, quem manda é lambda!
  • 29. 29 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 SINCLITISMO – sem inclinação lateral ASSINCLITISMO – com inclinação lateral Sutura sagital equidistante da sínfise púbica e sacro Posterior: sagital mais perto do púbis Anterior: sagital mais perto do sacro (ânus) ▪ VARIEDADES DE POSIÇÃO – pontos de referência entre a apresentação fetal e pelve materna *Iminência iliopectínea: anterior / Sinostose sacroilíaca: posterior MANOBRAS DE LEOPOLD – SPAA 1) Situação 2) Posição 3) Apresentação 4) Insinuação – altura da apresentação TRAJETO Bacias Ginecoide – mais comum  Forma arredondada – espinhas isquiáticas não são proeminentes  Mais favorável
  • 30. 30 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Androide  Forma triangular – espinhas isquiáticas proeminentes  Mais distócia – ângulo subpúbico < 90 Platipeloide  Forma achatada e ovalada – maior diâmetro é transverso  Mais rara Antropoide  Maior diâmetro é ânteroposterior ESTREITO SUPERIOR  C. anatômica: borda superior da SF até o promontório  C. obstétrica: borda interna da SF até promontório – 10.5cm  C. diagnonalis: borda inferior da SF até o promontório – 12cm (CD - 1.5 = CO) ESTREITO MÉDIO  Espinhas isquiáticas: menor diâmetro, marca o plano 0 de DeLee (insinuação) – 10cm ESTREITO INFERIOR  Ângulo subpúbico: ideal > 90  C. exitus: aumenta com a retropulsão do cóccix Planos de DeLee INDICAÇÕES ABSOLUTAS DE CESARIANA – Pfannenstiel, segmentar transversa Desproporção cefalopélvica absoluta Placenta prévia total Herpes genital ativo Apresentação córmica e defletida de 2ª grau Cesárea clássica (incisão corporal) Condiloma acuminado que obstrui canal *Cesárea a pedido só > 39 semanas *2 cesáreas segmentares prévias: contraindicação relativa MECANISMOS DE PARTO TEMPOS PRINCIPAIS TEMPOS ACESSÓRIOS 1) Insinuação Flexão 2) Descida Rotação interna 3) Desprendimento Deflexão 4) Restituição (rotação externa) Desprendimento de ombros (A > P) *O mais comum é o feto começar em OEA e fazer a rotação interna para OP (rotação 45º) *A rotação interna é sempre em direção OP!!!
  • 31. 31 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 1. Insinuação / 2. Descida / 3 e 4. Rotação interna / 5. Desprendimento / 6. Restituição (rotação externa) INDUÇÃO DO PARTO BISHOP > 6 Ocitocina BISHOP < 6 Misoprostol 25-50mcg Krause (balão) / descolamento digital – se cicatriz uterina (cesárea, miomectomia) *BISHOP: colo (dilatação, apagamento, posição e consistência) + altura (DeLee) Contraindicações à indução:  Placenta prévia  Gestação múltipla  Macrossomia fetal  Sofrimento fetal  Apresentação anômala  Herpes genital ativo  HIV positivo AMNIORREXE PREMATURA (RPMO) Rotura espontânea das membranas antes do início do TP a. Diagnóstico – evitar toque!  Exame especular – padrão-ouro  Teste de nitrazina – aumenta pH (> 6)  Teste da cristalização – “folha de samambaia”  Teste do fenol – laranja > vermelho  Teste imunocromatográfico – Amnisure, Actim Prom  USG – oligodrâmnia (ILA < 5, maior bolsão < 2) b. Conduta CORIOAMNIONITE OU SFA? Sim: ATB + parto (corioamnionite = vaginal!!!) Não: > 34 semanas – conduta ativa Parto + profilaxia para GBS (Penicilina cristalina 4/4h) 24-34 semanas – conduta expectante Corticoide (12mg IM Betametasona 2 doses 24/24h) + ATB (Ampi 2g IV 6/6h 48h + Azitro 1g VO > Amoxi 500mg VO 8/8h por 5 dias) *O ATB é para aumentar o tempo de latência e diminuir o risco de corioamnionite! CORIOAMNIONITE Febre + 2:  Leucocitose > 15.000  Taquicardia (materna ou fetal)  Útero doloroso  Líquido fétido
  • 32. 32 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 TRABALHO DE PARTO PREMATURO Contrações regulares (≥ 2 em 10min) + dilatação progressiva (> 2cm ou apagamento 80%) + < 37 semanas Na dúvida: observar + teste da fibronectina a. Fatores de risco  Prematuridade anterior – principal  Fatores cervicais – ex: insuficiência istmo-cervical  Anemia  Desnutrição  Infecção – qualquer uma  Gemelar b. Conduta > 34 semanas Parto + profilaxia para GBS (Penicilina cristalina 4/4h) 24-34 semanas Corticoide (12mg IM Betametasona 2 doses 24/24h) + Tocólise (Nifedipina, Indometacina, B2-agonista, Atosiban) + Sulfato de magnésio (se < 32 semanas) Contraindicações Nifedipino Cardiopatia, hipotensão Indometacina > 32 semanas (fechamento de ducto arterioso) B2-agonista Cardiopatia, DM Atosiban - PARTOGRAMA FASE ATIVA PROLONGADA Dilatação < 1cm/h com intervalo de 2h – ultrapassa linha de alerta *Dilata, mas é lento  Discinesia uterina (contrações não eficientes)  DCP PARADA SECUNDÁRIA DA DILATAÇÃO Dilatação mantida por 2h  Discinesia uterina (contrações não eficientes)  DCP PARA SECUNDÁRIA DA DESCIDA Altura mantida por 1h com dilatação máxima  DCP  Alteração da posição fetal PERÍODO PÉLVICO PROLONGADO Descida é lenta, mas não para  Discinesia uterina PARTO PRECIPITADO (TAQUITÓCITO) Dilatação e expulsão ≤ 4h *Alto risco de laceração! *Só preocupa com a apresentação depois da dilatação total! Após dilatação total: expulsão em 1h (multípara), 2h (nulípara) – analgesia aumenta +1h Fase ativa prolongada Parada secundária da dilatação PREVENÇÃO PRIMÁRIA Indicação: prematuro anterior ou colo < 25mm no USG Progesterona 100-200mg via vaginal 20-34 semanas *Se IIC: + cerclagem com 12-16 semanas Contraindicações da Tocólise: SFA, corioamnionite, franco TP (dilatação > 4cm)
  • 33. 33 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 ASSISTÊNCIA CLÍNICA DILATAÇÃO Inicia com TP (dilatação progressiva 4cm, 2/3 contrações rítmicas e regulares em 10min) e termina com 10cm Conduta:  Dieta com líquidos claros (água, chás)  Analgesia não farmacológica – banho em água morna  Toque a cada 2h/4h  Ausculta BCF 30/30min (baixo risco), 15/15min (alto risco)  Deambulação livre – se bolsa íntegra EXPULSIVO Após dilatação total (10cm) e termina com a expulsão total Duração: 2h30min (primíparas), 1h (multípara) – analgesia: +1h Conduta:  Evitar decúbito dorsal  Ausculta BCF 15/15min (baixo risco), 5/5min (alto risco)  Manobra de Ritgen modificada (proteção do períneo) ou hands off  Episiotomia se: feto grande, uso de fórceps SECUNDAMENTO / DEQUITAÇÃO Saída da placenta Duração: até 30min Mecanismos  Schultze: face fetal – placenta > sangue  Duncan: face materna (cotilédones) – placenta + sangue Conduta:  Ocitocina 10U IM após expulsão fetal *NÃO FAZ: tricotomia (só se precisar na hora da incisão), amniotomia de rotina, enteróclise EPISIOTOMIA Mediana: menos dor / lesão muscular / sangramento, maior risco de lesão de reto Médio-lateral: mais dor / lesão muscular / sangramento, menor risco de lesão de reto *Músculos lesados: bulbocavernoso, transverso superficial
  • 34. 34 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021  Tração controlada do cordão  Manobra de Fabre – avalia se a placenta já descolou  Manobra de Jacob-Dublin – a placenta sai rodando  Revisão do canal de parto 4º PERÍODO Após saída completa da placenta Duração: 1h Hemostasia  Miotamponagem: contração da musculatura uterina (globo de segurança de Pinard)  Trombotamponagem: formação de trombos Conduta:  Observação atenta DISTÓCIA DE OMBROS 1) McRoberts + pressão suprapúbica: hiperextensão das coxas (frango assado) 2) Rubin I: pressão suprapúbica por 30 segundos 3) Gaskin: posição de 4 apoios 4) Rubin II: adução/RI do ombro impactado 5) Woods reversa: contrário do Rubin II 6) Jaquemier: remoção do ombro posterior CABEÇA DERRADEIRA  Bracht  Liverpool  Mauriceau  Fórcipe de Piper DISTÓCIA DE OMBROS NO PARTO PÉLVICO  Bracht  Desprendimento in situ  Rojas  Lovset  Pajot  Devent-muller