2. Enquanto naAméricase
afirmavam osnovosvaloresda
Liberdade, no Velho Continente,
eparticularmenteem França, o
Antigo Regime resistiaaos
ventosdamudança.
J
oseph Siffred Duplessis
Retrato de Luís XVIco m o s trajes da
co ro ação
M
useu do Palácio de Versalhes
1777
3. O rei detinhao poderabsoluto. A
sociedadedividia-seem ordens,
subsistindo umadesigualdadenatural
entreosgruposprivilegiadoseo
T
erceiro E
stado.
Oscamponeses viviam em condições
miseráveis, submetidosaindaao poder
dossenhoresnaFrançarural.
Nascidades, o desemprego eosbaixos
saláriosafetavam amaior parteda
população urbana.
A burguesia, emborapoderosaeculta,
desejavamaisprotagonismo político e
social.
4. No último quarto do séc. XVIII, viveram-se tempos difíceis em França. Aumentavam os preços
dos generos alimentares, pairava a insegurança do desemprego, as manufaturas pagavam salários
baixos pois não suportavam a concorrência dos têxteis ingleses, os trabalhadores revoltavam-se.
Verificaram-seváriostumultospopulares. A violênciasaiu àsruas.
5. Ospesadosimpostoslançadosparacobrir os
deficitsdo Estado, em grandeparteresultantes
doscustosdasváriasguerrasem queaFrança
seenvolveu, não eram suportadosdeigual
modo por todososgrupossociais.
François Boucher
Retrato de Mme Pompadour
1756
Alte Pinakothek, Munique
A cortevivianum ambientedeluxo
eesbanjamento, completamente
alheadadarealidadesocial.
6. O descontentamento popular era grande. A violência dominava as ruas. O
rei tentou amenizar a situação mandando que as classes privilegiadas
contribuíssem para as contas do estado. E
m face do insucesso, L
uís XVI
convocou os E
stados Gerais, o que já não sucedia desde 1614.
7. Jacques-Louis David
O Juramento da sala do jogo da pela
Musée National du Château, Versailles
O clero e a nobreza pretendiam o sistema de 1614 (voto por
ordem), o terceiro estado, que representava c. 98% da
população, exigia o voto por cabeça. Estava-se num impasse.
Por isso, os representantes do Terceiro Estado, aos quais se
juntaram alguns membros do baixo clero, formaram uma
Assembleia Nacional, declarando nulas todas as votações do
clero e da nobreza. Quando verificaram que a sala estava
cerrada, juntaram-se num pavilhão de Versalhes onde se jogava
a pela, jurando não se separar até que fosse redigida uma
constituição sobrebasessólidas.
8. Luis XVI cede às exigências do Terceiro Estado, depois de
alguns membros do clero e nobreza se terem juntado à
Assembleia. Em 9 de Julho de 1789, a Assembleia Nacional
declara-se Constituinte, isto é, com o objetivo de redigir uma
Constituição que, naturalmente, determinaria o fim do Antigo
Regimeedosprivilégiosdo clero edanobreza.
O despertar do terceiro estado
Sans-cullotes
9. E
ntretanto, em P
aris, aumentava
a agitação nas ruas. A 14 de
J
ulho de 1789, atacam a
B
astilha, prisão que simbolizava
o poderdo rei. O povo em fúria
atacou o forte, libertou os
prisioneiros, matou o governador
da fortaleza e passeou a sua
cabeça espetada num pau pelas
ruas de Paris.
10. A violência se alastra. Os palácios da nobreza e os conventos e
igrejas são assaltados, incendiados e destruídos, obrigando
muitos nobres à fuga e à conspiração. São assaltados os túmulos
reais da abadia de S. Dinis, destruída a abadia de Cluny,
símbolos máximos do Antigo R
egime e do poderda Igreja.
Léon-Maxime Faivre (1856-1941)
Morte de Mme Lamballe
Musée national du Château de Versailles
11. Enquanto isso, a Assembleia
Constituinte extingue os títulos
nobiliárquicos e os impostos feudais
(banalidades, dízimos, corveias), bem
como os privilégios senhoriais. Os bens
do clero são nacionalizados. É aprovada
a Declaração dos Direitos do H
omem
e do Cidadão, em Agosto de1789
Doc. 3, p. 23
12.
13. A violêncianasruas, no entanto,
prossegue. A ÁustriaeaPrússia,
temendo queosideais
revolucionáriosalastrassem,
preparam-separaaguerra.
A Assembleiarevolucionária,
antecipando-se, declaraaguerra. O
rei LuísXVI épreso, acusado de
conluio com osdefensoresda
monarquiaabsoluta.
Nesta ocasião, Rouget de Lisle compõe uma
canção destinada a encorajar os combatentes
na fronteira do Reno. Chamava-se Canto de
Guerra para o Exército do Reno , ficando
conhecida como A Marselhesa. É ho je o hino
nacio nal francês.
Auguste Pinelli
Rouget de Lisle compondo «A Marselhesa»
Musée de la Révolution Française, Vizille
14. Robespierre
1758 - 1794
A situação agrava-secadavez mais, aviolênciaparece
incontrolável. O povo francêselege, por sufrágio
universal (não censitário), excluindo no entanto as
mulheres, umaConvenção Nacional. É abolidaa
MonarquiaedeclaradaaRepública, em Setembro de
1792.
É nomeado um Comité de Salvação P
ública (1793) que
exerceo poder.
Robespierre, conhecido pelo seu radicalismo, foi afigura
maisdestacadadesteperíodo.
15. Abolição da escravatura pela Convenção no 16
P
luvioso do ano II (4 Fevereiro de 1794)
Anne Louis Girode de Roucy Trioson (1767-1824)
Jean-Baptiste Belley, deputado de Saint Dominique à Convenção
Museu Nacional do Palácio de Versailles
16. Nesta etapa revolucionária, conhecida como o
período do terror, caiu-se numa violência
extrema. O rei Luis XVI é condenado à morte
na guilhotina na praça pública, logo no início
de1793.
Condenação de Luís XVI
17. Milharesdefrancesesforam mortos
naguilhotina, incluindo o próprio
Robespierre, em 28 deJulho 1794. É
o fim do Terror jacobino.
Joseph-Ignace Guillotin
1738 - 1814
Antoine Lavoisier,
o pai da Química
moderna, foi
guilhotinado em
1794.
19. A reacção burguesa de 1795 conduz à redacção de uma nova Constituição. Écriado um
Directório constituído por 5 elementos. E
ste período é também chamado República
B
urguesa e durará até 1799.
Os desentendimentos entre os membros do Directório criaram as condições para um
golpe de E
stado. No 18 B
rumário do ano VIII da era republicana (9 de Novembro de
1799), Napoleão B
onaparte derruba o Directório.
20. Louis-François Lejeune (1775-1848)
Batalha das Pirâmides (1798)
Museu Nacional do Palácio de Versalhes
Napoleão tinhagranjeado famana B
atalha das Pirâmides,
ondederrotou osmamelucos, apesar dedepoisser derrotado
pelosinglesesnabatalhado Nilo. Napoleão era, paramuitos
franceses, particularmenteparaaburguesia, aesperançapara
colocar aFrançanum novo rumo.
21. Feito o golpe, Napoleão institui um consulado formado por 3 cônsules
23. E
m 1802, foi instituído o ensino primário oficial, obrigatório e gratuito. A
Nação forma-se na escola e a instrução pública é uma das prioridades do
E
stado.
24. Em 1804, é publicado o Código Civil, também
designado Código Napoleónico e que
influenciará muitos outros códigos na Europa e no
Mundo. O Código Napoleónico consagra os
princípios do individualismo burguês, protege a
propriedade privada, garante a igualdade de todos
perante a lei e assegura liberdades individuais.
Institui-se o casamento civil e a possibilidade do
divórcio.
Jacques-Louis David
Napoleão no seu gabinente de trabalho
National Gallery of Art, Washington
25. Como primeiro-cônsul, Napoleão B
onaparte não tardou a apoderar-se do
poder. Ainda 1802, depois de um plebiscito, adopta o título de cônsul
vitalício e em 1804 é proclamado imperador dos franceses, coroando-se a si
próprio.
Jacques-Louis David
Coroação de Napoleão Bonaparte como Imperador dos Franceses
Museu do Louvre
26. No plano externo, o imperadorfrancês
promove uma política expansionista,
enfrentando sucessivas coligações dos
estados europeus que se sentiam
28. Denis-Auguste-Marie Raffet (1804-1860)
Campanha da Rússia
Museu do Louvre
E
m 1812, a Campanha da Rússia é um desastre.
Dos cerca de 600 000 soldados invasores, apenas
regressam c. de 100 000. M
uitos desertam,
outros morrem de fome e frio. Chegados a
M
oscovo, encontram a cidade abandonada e a
arder. A retirada faz-se em condições
lastimáveis. O exército russo persegue os
franceses, as temperaturas ultrapassam os 30
graus negativos.
29. Louis-François, Baron Lejeune (1775–1848)
La bataille de Somo-Sierra
1810
www.peninsularwar.org
Nafrenteocidental, na
Guerra P
eninsular
(1807 – 1814),
Napoleão sofrepesadas
derrotas.
31. Jean-Louis-Ernest Meissonier (1815-1891)
Campanha de França de 1814
Museu d'Orsay
Astropasdacoligação antifrancesainvadem a
França. Napoleão vê-seforçado àrendição eé
enviado parao exílio, nailhamediterrânicade
Elba. A monarquiaérestaurada.
33. E
m 18 de J
unho de 1815 é finalmente derrotado em W
aterloo, na atual
B
élgica, pelas forças da Coligação comandadas porArthurW
elleslley, o duque
de W
ellington.
Clément-Auguste Andrieux (1829-1880)
Waterloo
Museu Nacional do Palácio de Versalhes
Francisco de Goya
Retrato do duque de Wellington
National Gallery Londres
34. Napoleão é enviado para a ilha de
Santa H
elena. Aqui morrerá, em 1821.
E
m 1840, o corpo foi exumado e
trasladado para Paris, sendo
depositado num sarcófago
especialmente desenhado no edifício
35. A Europa em 1815 após o Congresso de Viena
Os representantes das
potências vencedoras
reúnem-se no Congresso
de Viena, em 1815, e
redesenham o mapa
político da E
uropa de
acordo com os seus
interesses.
Imagens: wikipedia
Histoire de France par l’image (1789 – 1939): http://www.histoire-image.org/index.php
Web Gallery of Art: http://www.wga.hu/index1.html
Digitalizadas a partir do manual escolar.