SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 39
Baixar para ler offline
IMAGENS DA ORGANIZAÇÃO

Imagens da
Organização, de
Gareth Morgan
− Editora Atlas
− São Paulo, 1996
− Primeira Edição:

Editora Sage, 1986
Comunicação Organizacional
Armando Levy
As metáforas organizacionais

Morgan propõe uma
metodologia de análise das
organizações a partir do uso
de metáforas

Diferentes metáforas
conseguem ressaltar
diferentes aspectos da
organização, permitindo uma
compreensão mais eficaz de
sua estrutura, processos,
normas, metas e até usos da
comunicação
Morgan aponta 8 metáforas

Segundo Gareth Morgan, as organizações
podem ser vistas como:
− Máquinas
− Organismos
− Cérebros
− Cultura
− Sistemas políticos
− Prisões psíquicas
− Fluxo e transformação
− Instrumentos de dominação
O nascimento da Ford

Este filme mostra o
nascimento da Ford
e o perfil
controverso de seu
fundador, Henry
Ford

Vamos usar a Ford
para compreender
melhor as metáforas
de Morgan
Henry Ford em capa
da Time Magazine
de janeiro de 1935.
Foto publicada pelo
site Wikipédia
Máquinas

Uso de máquinas transformou
radicalmente a natureza da
atividade produtiva, deixando
sua marca na imaginação,
pensamento e sentimento dos
homens

Vida organizacional é rotinizada
com a precisão de um relógio

Espera-se que tudo aconteça do
modo esperado, no tempo
esperado, com a precisão
esperada
Homens-máquinas

Chegada das máquinas na
Revolução Industrial mecaniza as
organizações

Uso de máquinas obrigou
organizações a se adaptarem às
exigências das máquinas

Entra em cena a burocratização e
a militarização do trabalho
apontadas por Max Weber

Processos de mecanização
passam a ditar as relações e o
modo como as pessoas se
comunicam Cenas do filme “Tempos
Modernos”, de Charles Chaplin
A Ford e a metáfora da máquina

Uma rápida análise do
filme sobre a Ford revela o
quanto esta metáfora é útil
para compreender a
empresa:
− Adaptação do trabalhador ao
processo
− Falta de criatividade (Ford
considerava o Modelo “T” ideal para
o americano, mesmo perdendo
mercado)
− Visão autoritária do fundador da
empresa
Ford e seu Modelo T
Ele se recusou a mudar o
carro, que considerava
ideal para o norte-americano
Organismos

Entre os anos 20 e 30, estudos
promovidos por Elton Mayo
evidenciam que a natureza
das pessoas influencia o
trabalho tão ou mais que o
planejamento

Ele defende que as
organizações prestem mais
atenção ao fator humano
Elton Mayo estuda a
apatia, alienação e
alcoolismo nas fábricas
Organismos biológicos

Uma nova teoria
organizacional surge
apoiada em conceitos
biológicos que
defendem que
indivíduos e grupos –
assim como organismos
biológicos – atuam mais
eficazmente quando
suas necessidades são
satisfeitas
Novo enfoque teórico

Esta nova proposição gerou
muitos novos conceitos para
se pensar a organização

Teoria dá bastante atenção
à compreensão da atividade
ambiental, definida pelas
interações organizacionais
diretas com clientes,
concorrentes, fornecedores,
sindicatos e governo Em organizações orgânicas, a
comunicação tem importância central nas
atividades da empresa
A Ford e a metáfora orgânica

Em um aspecto podemos dizer que a
Ford aproximou-se da metáfora da
organização enquanto organismo

Quando a empresa, em seus
primórdios, dobrou os salários dos
trabalhadores para estimular seu
compromisso com a organização

Ford compreende que era preciso
satisfazer necessidades dos
trabalhadores para que eles
intergissem melhor com a empresa

Mas os acontecimentos seguintes vão
mostrar que esta visão teve vida
curta
A visão da organização
enquanto organismo não
se sustenta com a Ford,
pois a empresa buscava,
a todo momento, impor
sua visão de mundo
inclusive para os clientes
Cérebros

Cérebros são diferentes de
máquinas

Funcionam de modo
holográfico, distribuindo a
informação

Esta metáfora permite
compreender a empresa como:
− Sistema de processamento de
informações
− Sistema onde o todo se
encontra nas partes e as
partes no todo
Processamento de informação

Cérebro funciona através de
processos como o “feed back”
negativo, que corrige erros
até que a ação seja executada
com sucesso

Compreender a organização
como sistema de
processamento de informação
implica em:
− Compreender a possibilidade de
descentralização da organização
− Fluxos de comunicação
racionalizados e econômicos
Princípios chaves

Cibernética conduz à teoria da
comunicação e aprendizagem. Os
sistemas devem:
− Sentir, monitorar e explorar
aspectos importantes de seu
ambiente
− Relacionar essa informação com
as normas operacionais que
guiam o sistema comportamental
− Detectar desvios
− Corrigir as discrepâncias,
mudando o que for necessário
Wiener, o pai da Cibernética,
acreditava que um mecanismo
robótico podia, algum dia,
fazer o mesmo que um ser
humano, abrindo espaço para
a Inteligência Artificial
A Ford e a metáfora cibernética

Não conseguimos ver a Ford
por meio desta metáfora

A empresa é dominada por sua
visão mecanicista do mundo,
negando-se a novas aberturas

Há uma clara preponderância
da área operacional da
empresa sobre as demais

O autoritarismo do líder nega a
descentralização
Em seu livro “Today & Tomorrow”,
Ford vai dizer que o segredo do
“sucesso” da Ford é a
normatização dos processos, algo
que a organização enquanto
cérebro não admite
Cultura

Este tema emerge com o
surgimento do Japão como
potência industrial

Estuda-se a vinculação entre a
cultura japonesa e os princípios
que norteiam as organizações do
país

A cultura japonesa teve papel
central na criação do império
econômico japonês

Uso de livros orientais com foco
em gestão de empresas como “A
Arte da Guerra”, de Sun Tzu, da
China, se tornou moda
Princípios da Matsushita

Diferentemente da maioria
das empresas, a empresa
que se pode ver pela
metáfora da cultura é fiel ao
seu país de origem, aos seus
valores, crenças e hábitos

Valores da Matsushita
– A serviço da nação através da empresa
– Honestidade
– Harmonia e cooperação
– Luta pela melhoria
– Cortesia e humildade
– Adaptação e assimilação
– Gratidão
Forjando a cultura

Cultura é algo que se forja a
partir de crenças, valores, rituais
e heróis

Mas também através da exclusão
do diferente

A cultura não é algo imposto,
mas se desenvolve durante o
curso da interação social

Logo, a cultura é forjada em
processos de comunicação social

As organizações são fenômenos
culturais, realidades socialmente
construídas
Trabalhadores da Toyota, no
Japão: eles acreditam que o
sucesso da empresa contribui,
afinal, para o sucesso de seu
próprio país
A Ford e a metáfora cultural

Assim como a cultura japonesa
influencia as empresas do país, a
cultura norte-americana influencia
a Ford

Mas como o filme vai mostrar, é um
tipo de cultura específico, a do
Meio-Oeste norte-americano

Uma cultura provinciana e limitada,
especialmente uma cultura fechada
em si mesma e avessa ao que é de
fora
Henry Ford edita um jornal
criticando uma suposta
conspiração judia contra a
América
Sistemas políticos

Política e jogo político
fazem parte da vida da
organização

Uma organização que
pratica a política não será,
necessariamente,
disfuncional

É útil lembrar que a
atividade política permite
encontrar os meios de
negociação quando os
interesses são distintos
Formas de governos

As seguintes formas de governar
politicamente são variações mais comuns
das regras políticas encontradas nas
organizações:
− Autocracia: poder de um indivíduo ou
pequeno grupo
− Burocrcia: poder exercido pela palavra
escrita
− Tecnocracia: poder exercido pelo
conhecimento técnico
− Co-gestão: opostos se entendem em
função de interesses mútuos
− Democracia representativa: eleição de
conselho com mandato para agir em nome
dos outros
− Democracia direta: decisões são tomadas
após consultas a todos
Funcionário da Varig
protesta contr ao fim da
empresa. A Varig tinha
gestão fundacional, ou
seja, era uma das
poucas no país a usar o
modelo de democracia
representativa
Diferenças conceituais

Modelo
− Autocrático
− Burocrático
− Tecnocrático
− Democrático

Solução
− Eu quero assim
− As normas determinam
que seja assim
− Tecnicamente é melhor
fazer assim
− Como vamos fazer isto?
Cada modelo político tem uma forma de resolver divergências:
Rede de pessoas

Esta metáfora encoraja a
ver as organizações como
redes de pessoas
independentes, com
interesses divergentes,
que se juntam em função
de oportunidades como:
− Ganhar a vida
− Desenvolver uma carreira
− Perseguir um objetivo
Fontes de poder

Autoridade formal

Controle de recursos
escassos

Uso da estrutura, regras e
regulamentos

Controle do processo de
tomada de decisão

Controle do conhecimento e
da informação

Controle dos limites

Habilidade de lidar com
incertezas

Controle da tecnologia

Alianças interpessoais

Controle da contra-
organização (sindicato)

Simbolismo e administração
de significado

Sexo e administração das
relações entre sexo

Fatores estruturais que
definem a ação

Poder já acumulado
A Ford e a metáfora política

Analisar a Ford por meio desta
metáfora nos permite ver que o jogo
político na empresa girava em torno de
uma só pessoa: Henry Ford

Ele concorreu a senador e perdeu
justamente em meio a uma enorme
comunidade onde moravam seus
empregados

Compreendeu mal a crise de 1929

Achou que bastava fretar um navio para
acabar com a guerra

Recusou-se a negociar com os
sindicatos, deixando a empresa ser
destruída

Resistiu a mudar o tipo de carro que
fazia contra todas as evidência de que
devia fazer isso
A metáfora política
pode ser aplicada à
Ford, mas somente
por meio do modelo
autocrático de
gestão, onde uns
poucos mandam e os
outros obedecem
Prisão psíquica

Freud assinala que o
inconsciente é criado à
medida em que seres
humanos reprimem desejos

É possível compreender a
cultura organizacional
como as inquietações e
interesses inconscientes
daqueles que a criam e a
mantêm
Organizações e alma

Considerando a mente
humana, as organizações
podem tomar diversas
formas:
− Sexualidade reprimida
− Família patriarcal
− Morte e imortalidade
− Ansiedade
− Bonecas e ursinhos
− Sombra e arquétipos
Família patricarcal

Modelo usual no Brasil, país
com tradição autoritária o

No Brasil, as empresas têm
forte viés paternalista

As pessoas esperam que as
respostas venham sempre do
pai, do líder, do chefe, do
“presidente”

O “pai” pune, premia,
reconhece, conforta, castiga
e alimenta
A Ford e a prisão psíquica

Observar a Ford através
desta metáfora evidencia o
quanto a visão de mundo de
Henry Ford permeava as
relações de poder na
empresa

Antipático, racista, elitista,
ele manda contratar
capangas para bater nos
trabalhadores que se
recusavam a voltar ao
tabalho Ford recusa-se a mudar o carro que
achava ideal para o público, revelando
seu apego inconsciente a situações
confortáveis, estáticas, de pouco risco
Fluxo e transformação

Nada no universo é estático

Tudo muda

Nesse sentido, é possível ver a
organização como fluxo e
transformação:
− Evolução via auto-reprodução
− Evolução via feed back positivo e
negativo
− Evolução através de crises e
contradições
Sistemas vivos

Os sistemas podem ser
caracterizados como tendo
“ambientes” dentro de si

As relações com qualquer
ambiente são internamente
determinadas

O ambiente é parte da
organização do sistema

Transações de um sistema com
seu ambiente são, na verdade,
transações do sistema consigo
próprio
Mudanças internas

Esta metáfora encoraja
o entendimento da
transformação ou
evolução dos sistemas
organizacionais como o
resultado de mudanças
geradas internamente
A Ford e o fluxo e transformação

O filme revela as mudanças
promovidas pela empresa no
mercado de automóveis

Deixa claro que a empresa foi
revolucionária em muitos sentidos

E que muitas das mudanças
implementadas pela empresa
surgiram a partir da visão de mundo
de seu fundador

Embora tenha sido inovadora, a
empresa repentinamente pára de
criar
Esta metáfora nos permite
perceber que a Ford é uma
empresa que reage a crises,
nunca se antecipando a elas
Instrumentos de dominação

Nesta metáfora, as
organizações são vistas como
reflexo das divisões de classe

Max Weber identifica 3 tipos
de dominação:
− Carisma: influência em virtude
de qualidades pessoais
− Tradição: influência com base
no respeito a uma tradição
− Razão ou lei: influência
legitimada por leis
Divisão

Há uma clara divisão na
organização entre os “de
cima” e os “de baixo”

Esta divisão se manifesta
em vários sentidos:
− Remuneração muito
diferente
− Restaurantes diferentes
− Acomodações diferentes
A Ford e a dominação

O filme evidencia que a Ford
pode também ser vista através
desta metáfora

Enquanto o patrão desdenhava o
dinheiro que recebia, recusava-
se a sentar para negociar com os
trabalhadores

O dinheiro “não era importante”,
mas as greves evidenciavam
conflitos que resultavam até em
atos violentos
Metáforas são visões de mundo

Além de possibilitarem uma
compreensão mais aprofundada das
organizações, as metáforas
permitem perceber como cada
segmento da companhia vê a
organização

A oportunidade de compreender
estas visões distintas permite
perceber se a organização tem uma
visão articulada sobre si mesma ou
se as visões sobre a empresa são
fragmentadas e diversas
A Ford e as metáforas

A análise da Ford por meio das
metáforas de Morgan revela
uma empresa que se vê como
máquina, mas tem traços de
prisão psíquica e sistema de
dominação

Estas marcas a tornam uma
empresa inflexível, que tentará
impor sua visão de mundo a
funcionários, primeiramente,
mas também a clientes e à
sociedade
Esta análise permite antever
uma empresqa que tem
dificuldades em mudar e pode
enfrentar problemas em meio a
uma época onde concorrentes
ancoradas em outras
essencias podem se tornar
mais flexíveis e passar a
dominar o mercado
Armando Levy

Formado em Comunicação Social pela FAAP –
Jornalismo

Especialização em Gestão da Comunicação – ECA-USP

Especialização em TI Aplicadas à Nova Economia –
FGV

Mestrado em Teoria e Pesquisa em Comunicação –
ECA-USP

Repórter de O Globo, Folha e Revista 4 Rodas

Gerente de Comunicação da Credicard, Vesper e
Banco 1 (Unibanco)

Diretor da e-Press Comunicação

Consultor do Núcleo de Formação Profissional da
Câmara Brasil Alemanha

Autor do livro: “Propaganda, a arte de gerar
descrédito”, Editora da FGV

armando@epress.com.br

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mco 03 - metafora da maquina, org vivo e cerebro
Mco 03 - metafora da maquina, org vivo e cerebroMco 03 - metafora da maquina, org vivo e cerebro
Mco 03 - metafora da maquina, org vivo e cerebrojorgepataco
 
As organizações vistas como instrumento de dominação
As organizações vistas como instrumento de dominaçãoAs organizações vistas como instrumento de dominação
As organizações vistas como instrumento de dominaçãoJean Michel Gallo Soldatelli
 
Organização Sistemas e Métodos
Organização Sistemas e MétodosOrganização Sistemas e Métodos
Organização Sistemas e MétodosLeticia Ercego
 
A mecanização assume o comando
A mecanização assume o comandoA mecanização assume o comando
A mecanização assume o comandoTiago Maboni Derlan
 
09. Debora Miceli: Imagens da Organização - Instrumentos de Dominação
09. Debora Miceli: Imagens da Organização - Instrumentos de Dominação09. Debora Miceli: Imagens da Organização - Instrumentos de Dominação
09. Debora Miceli: Imagens da Organização - Instrumentos de DominaçãoDebora Miceli
 
Aula 4 administração participativa
Aula 4   administração participativaAula 4   administração participativa
Aula 4 administração participativaNiloar Bissani
 
SO Introdução ao Estudo da Sociologia Das Organizações
SO Introdução ao Estudo da Sociologia Das OrganizaçõesSO Introdução ao Estudo da Sociologia Das Organizações
SO Introdução ao Estudo da Sociologia Das OrganizaçõesAna Maria Santos
 

Mais procurados (20)

Gareth morgan imagens da organização
Gareth morgan   imagens da organizaçãoGareth morgan   imagens da organização
Gareth morgan imagens da organização
 
Mco 03 - metafora da maquina, org vivo e cerebro
Mco 03 - metafora da maquina, org vivo e cerebroMco 03 - metafora da maquina, org vivo e cerebro
Mco 03 - metafora da maquina, org vivo e cerebro
 
Cultura e clima organizacionais (1)
Cultura e clima organizacionais (1)Cultura e clima organizacionais (1)
Cultura e clima organizacionais (1)
 
As organizações vistas como instrumento de dominação
As organizações vistas como instrumento de dominaçãoAs organizações vistas como instrumento de dominação
As organizações vistas como instrumento de dominação
 
Organização Sistemas e Métodos
Organização Sistemas e MétodosOrganização Sistemas e Métodos
Organização Sistemas e Métodos
 
Organizações e Sustentabilidade 2
Organizações e Sustentabilidade 2Organizações e Sustentabilidade 2
Organizações e Sustentabilidade 2
 
Cultura Organizacional 4
Cultura Organizacional 4Cultura Organizacional 4
Cultura Organizacional 4
 
Organização Contremporânea 2
Organização Contremporânea 2Organização Contremporânea 2
Organização Contremporânea 2
 
Organização Contremporânea 4
Organização Contremporânea 4Organização Contremporânea 4
Organização Contremporânea 4
 
Tga 02 Curso
Tga 02 CursoTga 02 Curso
Tga 02 Curso
 
A mecanização assume o comando
A mecanização assume o comandoA mecanização assume o comando
A mecanização assume o comando
 
Organização Contemporânea 5
Organização Contemporânea 5Organização Contemporânea 5
Organização Contemporânea 5
 
Self Organizacional - Aula 4
Self Organizacional - Aula 4Self Organizacional - Aula 4
Self Organizacional - Aula 4
 
09. Debora Miceli: Imagens da Organização - Instrumentos de Dominação
09. Debora Miceli: Imagens da Organização - Instrumentos de Dominação09. Debora Miceli: Imagens da Organização - Instrumentos de Dominação
09. Debora Miceli: Imagens da Organização - Instrumentos de Dominação
 
Aula 1
Aula 1Aula 1
Aula 1
 
Aula 4 administração participativa
Aula 4   administração participativaAula 4   administração participativa
Aula 4 administração participativa
 
SO Introdução ao Estudo da Sociologia Das Organizações
SO Introdução ao Estudo da Sociologia Das OrganizaçõesSO Introdução ao Estudo da Sociologia Das Organizações
SO Introdução ao Estudo da Sociologia Das Organizações
 
Aula8
Aula8Aula8
Aula8
 
comunicacao
comunicacaocomunicacao
comunicacao
 
Organização Contemporânea 1
Organização Contemporânea 1Organização Contemporânea 1
Organização Contemporânea 1
 

Semelhante a Imagens da-organizao-de-gareth-morgan

As Corporações e O Arquétipo de Destruição
As Corporações e O Arquétipo de DestruiçãoAs Corporações e O Arquétipo de Destruição
As Corporações e O Arquétipo de DestruiçãoJean Silva
 
Administração da Empresa Moderna
Administração da Empresa ModernaAdministração da Empresa Moderna
Administração da Empresa ModernaDenis Carlos Sodré
 
Administração da empresa moderna
Administração da  empresa modernaAdministração da  empresa moderna
Administração da empresa modernaDenis Carlos Sodré
 
1-Pensamento sistêmico.pdf
1-Pensamento sistêmico.pdf1-Pensamento sistêmico.pdf
1-Pensamento sistêmico.pdfEmersonRibeiro97
 
A sociedade e as organizações
A sociedade e as organizaçõesA sociedade e as organizações
A sociedade e as organizaçõesArinaldo Martins
 
Resumo livro "Virando a própria mesa" - Ricardo Semler
Resumo livro "Virando a própria mesa" - Ricardo SemlerResumo livro "Virando a própria mesa" - Ricardo Semler
Resumo livro "Virando a própria mesa" - Ricardo SemlerAlexandre Jesus Marcolino
 
Cultura Organizacional por Antonio Mamede
Cultura Organizacional por Antonio MamedeCultura Organizacional por Antonio Mamede
Cultura Organizacional por Antonio Mamedeantonioaugustomamede
 
Cultura Organizacional -Antonio Augusto do Canto Mamede
Cultura Organizacional -Antonio Augusto do Canto MamedeCultura Organizacional -Antonio Augusto do Canto Mamede
Cultura Organizacional -Antonio Augusto do Canto MamedeLuiz Aquino
 
BetaCodex 11 - Física Organizacional - Estruturas, Poder e Lideranças
BetaCodex 11 - Física Organizacional - Estruturas, Poder e LiderançasBetaCodex 11 - Física Organizacional - Estruturas, Poder e Lideranças
BetaCodex 11 - Física Organizacional - Estruturas, Poder e LiderançasBetaCodex Brasil
 
Princípios da governança de projetos na administração pública brasileira
Princípios da governança de projetos na administração pública brasileiraPrincípios da governança de projetos na administração pública brasileira
Princípios da governança de projetos na administração pública brasileiraMarcio G Gandara, MBA, PMP, PMI-ACP
 
Estratégia empresarial escola de poder
Estratégia empresarial escola de poderEstratégia empresarial escola de poder
Estratégia empresarial escola de poderfabiano27
 
AS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO - MARIA TEREZA FLEURY LEME
AS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO - MARIA TEREZA FLEURY LEMEAS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO - MARIA TEREZA FLEURY LEME
AS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO - MARIA TEREZA FLEURY LEMEANDRELYRA2
 

Semelhante a Imagens da-organizao-de-gareth-morgan (20)

Aula7
Aula7Aula7
Aula7
 
As Corporações e O Arquétipo de Destruição
As Corporações e O Arquétipo de DestruiçãoAs Corporações e O Arquétipo de Destruição
As Corporações e O Arquétipo de Destruição
 
Administração da Empresa Moderna
Administração da Empresa ModernaAdministração da Empresa Moderna
Administração da Empresa Moderna
 
Organizações & Sustentabilidade
Organizações & SustentabilidadeOrganizações & Sustentabilidade
Organizações & Sustentabilidade
 
Metáfora - MECÃNICA
Metáfora - MECÃNICAMetáfora - MECÃNICA
Metáfora - MECÃNICA
 
Administração da empresa moderna
Administração da  empresa modernaAdministração da  empresa moderna
Administração da empresa moderna
 
1-Pensamento sistêmico.pdf
1-Pensamento sistêmico.pdf1-Pensamento sistêmico.pdf
1-Pensamento sistêmico.pdf
 
A sociedade e as organizações
A sociedade e as organizaçõesA sociedade e as organizações
A sociedade e as organizações
 
Sociologia organizacional
Sociologia organizacionalSociologia organizacional
Sociologia organizacional
 
Resumo livro "Virando a própria mesa" - Ricardo Semler
Resumo livro "Virando a própria mesa" - Ricardo SemlerResumo livro "Virando a própria mesa" - Ricardo Semler
Resumo livro "Virando a própria mesa" - Ricardo Semler
 
Cultura Organizacional por Antonio Mamede
Cultura Organizacional por Antonio MamedeCultura Organizacional por Antonio Mamede
Cultura Organizacional por Antonio Mamede
 
INTERESSES CONFLITOS E PODER
INTERESSES CONFLITOS E PODERINTERESSES CONFLITOS E PODER
INTERESSES CONFLITOS E PODER
 
Cultura Organizacional -Antonio Augusto do Canto Mamede
Cultura Organizacional -Antonio Augusto do Canto MamedeCultura Organizacional -Antonio Augusto do Canto Mamede
Cultura Organizacional -Antonio Augusto do Canto Mamede
 
BetaCodex 11 - Física Organizacional - Estruturas, Poder e Lideranças
BetaCodex 11 - Física Organizacional - Estruturas, Poder e LiderançasBetaCodex 11 - Física Organizacional - Estruturas, Poder e Lideranças
BetaCodex 11 - Física Organizacional - Estruturas, Poder e Lideranças
 
Princípios da governança de projetos na administração pública brasileira
Princípios da governança de projetos na administração pública brasileiraPrincípios da governança de projetos na administração pública brasileira
Princípios da governança de projetos na administração pública brasileira
 
A tomada de poder numa empresa
A tomada de poder numa empresaA tomada de poder numa empresa
A tomada de poder numa empresa
 
Video debate 001 a corporação
Video debate 001   a corporaçãoVideo debate 001   a corporação
Video debate 001 a corporação
 
Estratégia empresarial escola de poder
Estratégia empresarial escola de poderEstratégia empresarial escola de poder
Estratégia empresarial escola de poder
 
Sociologia das organizacoes
Sociologia das organizacoesSociologia das organizacoes
Sociologia das organizacoes
 
AS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO - MARIA TEREZA FLEURY LEME
AS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO - MARIA TEREZA FLEURY LEMEAS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO - MARIA TEREZA FLEURY LEME
AS PESSOAS NA ORGANIZAÇÃO - MARIA TEREZA FLEURY LEME
 

Último

análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - DissertaçãoMaiteFerreira4
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreElianeElika
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfRevista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfMárcio Azevedo
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 

Último (20)

análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertação
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfRevista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 

Imagens da-organizao-de-gareth-morgan

  • 1. IMAGENS DA ORGANIZAÇÃO  Imagens da Organização, de Gareth Morgan − Editora Atlas − São Paulo, 1996 − Primeira Edição:  Editora Sage, 1986 Comunicação Organizacional Armando Levy
  • 2. As metáforas organizacionais  Morgan propõe uma metodologia de análise das organizações a partir do uso de metáforas  Diferentes metáforas conseguem ressaltar diferentes aspectos da organização, permitindo uma compreensão mais eficaz de sua estrutura, processos, normas, metas e até usos da comunicação
  • 3. Morgan aponta 8 metáforas  Segundo Gareth Morgan, as organizações podem ser vistas como: − Máquinas − Organismos − Cérebros − Cultura − Sistemas políticos − Prisões psíquicas − Fluxo e transformação − Instrumentos de dominação
  • 4. O nascimento da Ford  Este filme mostra o nascimento da Ford e o perfil controverso de seu fundador, Henry Ford  Vamos usar a Ford para compreender melhor as metáforas de Morgan Henry Ford em capa da Time Magazine de janeiro de 1935. Foto publicada pelo site Wikipédia
  • 5. Máquinas  Uso de máquinas transformou radicalmente a natureza da atividade produtiva, deixando sua marca na imaginação, pensamento e sentimento dos homens  Vida organizacional é rotinizada com a precisão de um relógio  Espera-se que tudo aconteça do modo esperado, no tempo esperado, com a precisão esperada
  • 6. Homens-máquinas  Chegada das máquinas na Revolução Industrial mecaniza as organizações  Uso de máquinas obrigou organizações a se adaptarem às exigências das máquinas  Entra em cena a burocratização e a militarização do trabalho apontadas por Max Weber  Processos de mecanização passam a ditar as relações e o modo como as pessoas se comunicam Cenas do filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin
  • 7. A Ford e a metáfora da máquina  Uma rápida análise do filme sobre a Ford revela o quanto esta metáfora é útil para compreender a empresa: − Adaptação do trabalhador ao processo − Falta de criatividade (Ford considerava o Modelo “T” ideal para o americano, mesmo perdendo mercado) − Visão autoritária do fundador da empresa Ford e seu Modelo T Ele se recusou a mudar o carro, que considerava ideal para o norte-americano
  • 8. Organismos  Entre os anos 20 e 30, estudos promovidos por Elton Mayo evidenciam que a natureza das pessoas influencia o trabalho tão ou mais que o planejamento  Ele defende que as organizações prestem mais atenção ao fator humano Elton Mayo estuda a apatia, alienação e alcoolismo nas fábricas
  • 9. Organismos biológicos  Uma nova teoria organizacional surge apoiada em conceitos biológicos que defendem que indivíduos e grupos – assim como organismos biológicos – atuam mais eficazmente quando suas necessidades são satisfeitas
  • 10. Novo enfoque teórico  Esta nova proposição gerou muitos novos conceitos para se pensar a organização  Teoria dá bastante atenção à compreensão da atividade ambiental, definida pelas interações organizacionais diretas com clientes, concorrentes, fornecedores, sindicatos e governo Em organizações orgânicas, a comunicação tem importância central nas atividades da empresa
  • 11. A Ford e a metáfora orgânica  Em um aspecto podemos dizer que a Ford aproximou-se da metáfora da organização enquanto organismo  Quando a empresa, em seus primórdios, dobrou os salários dos trabalhadores para estimular seu compromisso com a organização  Ford compreende que era preciso satisfazer necessidades dos trabalhadores para que eles intergissem melhor com a empresa  Mas os acontecimentos seguintes vão mostrar que esta visão teve vida curta A visão da organização enquanto organismo não se sustenta com a Ford, pois a empresa buscava, a todo momento, impor sua visão de mundo inclusive para os clientes
  • 12. Cérebros  Cérebros são diferentes de máquinas  Funcionam de modo holográfico, distribuindo a informação  Esta metáfora permite compreender a empresa como: − Sistema de processamento de informações − Sistema onde o todo se encontra nas partes e as partes no todo
  • 13. Processamento de informação  Cérebro funciona através de processos como o “feed back” negativo, que corrige erros até que a ação seja executada com sucesso  Compreender a organização como sistema de processamento de informação implica em: − Compreender a possibilidade de descentralização da organização − Fluxos de comunicação racionalizados e econômicos
  • 14. Princípios chaves  Cibernética conduz à teoria da comunicação e aprendizagem. Os sistemas devem: − Sentir, monitorar e explorar aspectos importantes de seu ambiente − Relacionar essa informação com as normas operacionais que guiam o sistema comportamental − Detectar desvios − Corrigir as discrepâncias, mudando o que for necessário Wiener, o pai da Cibernética, acreditava que um mecanismo robótico podia, algum dia, fazer o mesmo que um ser humano, abrindo espaço para a Inteligência Artificial
  • 15. A Ford e a metáfora cibernética  Não conseguimos ver a Ford por meio desta metáfora  A empresa é dominada por sua visão mecanicista do mundo, negando-se a novas aberturas  Há uma clara preponderância da área operacional da empresa sobre as demais  O autoritarismo do líder nega a descentralização Em seu livro “Today & Tomorrow”, Ford vai dizer que o segredo do “sucesso” da Ford é a normatização dos processos, algo que a organização enquanto cérebro não admite
  • 16. Cultura  Este tema emerge com o surgimento do Japão como potência industrial  Estuda-se a vinculação entre a cultura japonesa e os princípios que norteiam as organizações do país  A cultura japonesa teve papel central na criação do império econômico japonês  Uso de livros orientais com foco em gestão de empresas como “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu, da China, se tornou moda
  • 17. Princípios da Matsushita  Diferentemente da maioria das empresas, a empresa que se pode ver pela metáfora da cultura é fiel ao seu país de origem, aos seus valores, crenças e hábitos  Valores da Matsushita – A serviço da nação através da empresa – Honestidade – Harmonia e cooperação – Luta pela melhoria – Cortesia e humildade – Adaptação e assimilação – Gratidão
  • 18. Forjando a cultura  Cultura é algo que se forja a partir de crenças, valores, rituais e heróis  Mas também através da exclusão do diferente  A cultura não é algo imposto, mas se desenvolve durante o curso da interação social  Logo, a cultura é forjada em processos de comunicação social  As organizações são fenômenos culturais, realidades socialmente construídas Trabalhadores da Toyota, no Japão: eles acreditam que o sucesso da empresa contribui, afinal, para o sucesso de seu próprio país
  • 19. A Ford e a metáfora cultural  Assim como a cultura japonesa influencia as empresas do país, a cultura norte-americana influencia a Ford  Mas como o filme vai mostrar, é um tipo de cultura específico, a do Meio-Oeste norte-americano  Uma cultura provinciana e limitada, especialmente uma cultura fechada em si mesma e avessa ao que é de fora Henry Ford edita um jornal criticando uma suposta conspiração judia contra a América
  • 20. Sistemas políticos  Política e jogo político fazem parte da vida da organização  Uma organização que pratica a política não será, necessariamente, disfuncional  É útil lembrar que a atividade política permite encontrar os meios de negociação quando os interesses são distintos
  • 21. Formas de governos  As seguintes formas de governar politicamente são variações mais comuns das regras políticas encontradas nas organizações: − Autocracia: poder de um indivíduo ou pequeno grupo − Burocrcia: poder exercido pela palavra escrita − Tecnocracia: poder exercido pelo conhecimento técnico − Co-gestão: opostos se entendem em função de interesses mútuos − Democracia representativa: eleição de conselho com mandato para agir em nome dos outros − Democracia direta: decisões são tomadas após consultas a todos Funcionário da Varig protesta contr ao fim da empresa. A Varig tinha gestão fundacional, ou seja, era uma das poucas no país a usar o modelo de democracia representativa
  • 22. Diferenças conceituais  Modelo − Autocrático − Burocrático − Tecnocrático − Democrático  Solução − Eu quero assim − As normas determinam que seja assim − Tecnicamente é melhor fazer assim − Como vamos fazer isto? Cada modelo político tem uma forma de resolver divergências:
  • 23. Rede de pessoas  Esta metáfora encoraja a ver as organizações como redes de pessoas independentes, com interesses divergentes, que se juntam em função de oportunidades como: − Ganhar a vida − Desenvolver uma carreira − Perseguir um objetivo
  • 24. Fontes de poder  Autoridade formal  Controle de recursos escassos  Uso da estrutura, regras e regulamentos  Controle do processo de tomada de decisão  Controle do conhecimento e da informação  Controle dos limites  Habilidade de lidar com incertezas  Controle da tecnologia  Alianças interpessoais  Controle da contra- organização (sindicato)  Simbolismo e administração de significado  Sexo e administração das relações entre sexo  Fatores estruturais que definem a ação  Poder já acumulado
  • 25. A Ford e a metáfora política  Analisar a Ford por meio desta metáfora nos permite ver que o jogo político na empresa girava em torno de uma só pessoa: Henry Ford  Ele concorreu a senador e perdeu justamente em meio a uma enorme comunidade onde moravam seus empregados  Compreendeu mal a crise de 1929  Achou que bastava fretar um navio para acabar com a guerra  Recusou-se a negociar com os sindicatos, deixando a empresa ser destruída  Resistiu a mudar o tipo de carro que fazia contra todas as evidência de que devia fazer isso A metáfora política pode ser aplicada à Ford, mas somente por meio do modelo autocrático de gestão, onde uns poucos mandam e os outros obedecem
  • 26. Prisão psíquica  Freud assinala que o inconsciente é criado à medida em que seres humanos reprimem desejos  É possível compreender a cultura organizacional como as inquietações e interesses inconscientes daqueles que a criam e a mantêm
  • 27. Organizações e alma  Considerando a mente humana, as organizações podem tomar diversas formas: − Sexualidade reprimida − Família patriarcal − Morte e imortalidade − Ansiedade − Bonecas e ursinhos − Sombra e arquétipos
  • 28. Família patricarcal  Modelo usual no Brasil, país com tradição autoritária o  No Brasil, as empresas têm forte viés paternalista  As pessoas esperam que as respostas venham sempre do pai, do líder, do chefe, do “presidente”  O “pai” pune, premia, reconhece, conforta, castiga e alimenta
  • 29. A Ford e a prisão psíquica  Observar a Ford através desta metáfora evidencia o quanto a visão de mundo de Henry Ford permeava as relações de poder na empresa  Antipático, racista, elitista, ele manda contratar capangas para bater nos trabalhadores que se recusavam a voltar ao tabalho Ford recusa-se a mudar o carro que achava ideal para o público, revelando seu apego inconsciente a situações confortáveis, estáticas, de pouco risco
  • 30. Fluxo e transformação  Nada no universo é estático  Tudo muda  Nesse sentido, é possível ver a organização como fluxo e transformação: − Evolução via auto-reprodução − Evolução via feed back positivo e negativo − Evolução através de crises e contradições
  • 31. Sistemas vivos  Os sistemas podem ser caracterizados como tendo “ambientes” dentro de si  As relações com qualquer ambiente são internamente determinadas  O ambiente é parte da organização do sistema  Transações de um sistema com seu ambiente são, na verdade, transações do sistema consigo próprio
  • 32. Mudanças internas  Esta metáfora encoraja o entendimento da transformação ou evolução dos sistemas organizacionais como o resultado de mudanças geradas internamente
  • 33. A Ford e o fluxo e transformação  O filme revela as mudanças promovidas pela empresa no mercado de automóveis  Deixa claro que a empresa foi revolucionária em muitos sentidos  E que muitas das mudanças implementadas pela empresa surgiram a partir da visão de mundo de seu fundador  Embora tenha sido inovadora, a empresa repentinamente pára de criar Esta metáfora nos permite perceber que a Ford é uma empresa que reage a crises, nunca se antecipando a elas
  • 34. Instrumentos de dominação  Nesta metáfora, as organizações são vistas como reflexo das divisões de classe  Max Weber identifica 3 tipos de dominação: − Carisma: influência em virtude de qualidades pessoais − Tradição: influência com base no respeito a uma tradição − Razão ou lei: influência legitimada por leis
  • 35. Divisão  Há uma clara divisão na organização entre os “de cima” e os “de baixo”  Esta divisão se manifesta em vários sentidos: − Remuneração muito diferente − Restaurantes diferentes − Acomodações diferentes
  • 36. A Ford e a dominação  O filme evidencia que a Ford pode também ser vista através desta metáfora  Enquanto o patrão desdenhava o dinheiro que recebia, recusava- se a sentar para negociar com os trabalhadores  O dinheiro “não era importante”, mas as greves evidenciavam conflitos que resultavam até em atos violentos
  • 37. Metáforas são visões de mundo  Além de possibilitarem uma compreensão mais aprofundada das organizações, as metáforas permitem perceber como cada segmento da companhia vê a organização  A oportunidade de compreender estas visões distintas permite perceber se a organização tem uma visão articulada sobre si mesma ou se as visões sobre a empresa são fragmentadas e diversas
  • 38. A Ford e as metáforas  A análise da Ford por meio das metáforas de Morgan revela uma empresa que se vê como máquina, mas tem traços de prisão psíquica e sistema de dominação  Estas marcas a tornam uma empresa inflexível, que tentará impor sua visão de mundo a funcionários, primeiramente, mas também a clientes e à sociedade Esta análise permite antever uma empresqa que tem dificuldades em mudar e pode enfrentar problemas em meio a uma época onde concorrentes ancoradas em outras essencias podem se tornar mais flexíveis e passar a dominar o mercado
  • 39. Armando Levy  Formado em Comunicação Social pela FAAP – Jornalismo  Especialização em Gestão da Comunicação – ECA-USP  Especialização em TI Aplicadas à Nova Economia – FGV  Mestrado em Teoria e Pesquisa em Comunicação – ECA-USP  Repórter de O Globo, Folha e Revista 4 Rodas  Gerente de Comunicação da Credicard, Vesper e Banco 1 (Unibanco)  Diretor da e-Press Comunicação  Consultor do Núcleo de Formação Profissional da Câmara Brasil Alemanha  Autor do livro: “Propaganda, a arte de gerar descrédito”, Editora da FGV  armando@epress.com.br