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PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA
CURSO DE TREINAMENTO PARA PRESBÍTEROS, DIÁCONOS
E LÍDERES
Módulo VI
TEOLOGIA PRÁTICA DO PRESBITERATO
SUMÁRIO
Bases bíblicas para a função presbiteral.
O ministério de ser presbítero.
Requisitos para o presbiterato.
Ampliando a visão presbiteral.
Competências a serem Construídas
Depois de realizar este estudo, você deverá ter
construído as seguintes competências:
Competência-chave: analisar e avaliar a função
presbiteral.
Competências-secundárias:
1 Conhecer as bases bíblicas para a função
presbiteral.
2 Conhecer a função presbiteral.
3 Descrever os requisitos para ser presbítero.
4 Analisar as possibilidades do ministério
presbiteral.
EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 1
PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA
Introdução
A palavra presbítero significa pessoa madura, experimentada ou idosa. O termo já
era conhecido e utilizado pelos judeus nas sinagogas, bem antes da sua adoção pela igreja
no sentido daquele que assumia a liderança espiritual. Faz-se necessário deixar bem claro
que ser um presbítero não é apenas o resultado de cursos ou de experiências vivenciadas.
Ser presbítero é conseqüência de um chamado divino, assim como o diácono também o é.
Além disso, é preciso também diferenciar a pessoa do presbítero do ministério presbiteral.
Para o primeiro, as marcas são de caráter, dons espirituais e maturidade em tudo. Para a
função, as Escrituras apresentam responsabilidades pastorais e de governo da igreja. É sob
os ângulos do presbítero e do ofício de ser presbítero que iremos abordar a teologia prática
do ministério presbiteral.
1. Bases Bíblicas para a Função Presbiteral
Vamos iniciar nossa abordagem focalizando o ensino bíblico sobre o ofício, ou seja, as
orientações divinas sobre a função ministerial do presbítero. De acordo com a Bíblia o
presbítero é um dos pastores da igreja (I Pe 4.1-2). O próprio apóstolo Pedro se
considerava presbítero e explicitou o que ele esperava da tarefa presbiteral: “pastorear a
igreja de Deus”.
A primeira menção no NT de presbíteros aparece como resultado do surgimento de
novas igrejas e a necessidade de se estabelecer a sua liderança (At 14.23). Como igrejas
tão novas poderiam apresentar homens maduros na fé e nas verdades já reveladas? Isto foi
possível porque a estratégia missionária de Paulo e Barnabé foi a de pregar o evangelho
nas sinagogas judaicas. Ali, os seus freqüentadores eram ensinados sobre o conteúdo da Lei
e sobre os ensinos dos Salmos e Profetas do AT. Por causa disso, homens maduros e
estudiosos das Escrituras (o AT), ao serem convertidos com a pregação do evangelho de
Jesus, podiam construir com facilidade as ligações entre Cristo e o Messias prometido no
Antigo Testamento. Assim, a base doutrinária já estava quase pronta e, com um pouco
mais de instrução, alguns deles puderam ser reconhecidos para a função presbiteral.
Mas, foi após a volta da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé que
aconteceu a reunião de presbíteros de mais de uma igreja, formando um protótipo do que
posteriormente veio a ser chamado de presbitério (I Tm 4.14), para decidir sobre questões
doutrinárias, no caso a circuncisão ou não dos gentios (At 15.1-2,6,22-23). A decisão
tomada passou a ser observada pelas demais igrejas (At 16.4). Este relato nos mostra que
os presbíteros tinham a responsabilidade de zelar pela sã doutrina.
Para colaborar com a idéia de que as funções do presbiterato devem ser exercidas de
forma plural e colegiada em uma mesma igreja local, há o registro da reunião do apóstolo
Paulo com os presbíteros da igreja de Éfeso (At 20.17), com os presbíteros da igreja de
Jerusalém (At 21.18), e há a instrução claríssima de Paulo a Tito, seu pastor auxiliar, para
constituir presbíteros em cada cidade (Tt 1.5). O apóstolo Paulo também utiliza a palavra
“bispo” para fazer referência ao ministério presbiteral, nesse uso o seu significado é o de
superintendente, alguém que administra. Considerando que a função presbiteral agrupa
cuidado pastoral e doutrinário, ensino das Escrituras, oração (Tg 5.14), disciplina e governo
da igreja (Tt 5.17; I Tm 3.4-5), fica fácil concluir que a função presbiteral é coluna da
igreja.
No caso da Igreja Presbiteriana, foi adotada a argumentação de Calvino que, mesmo
possuindo ainda um gosto de clero e confronto com a doutrina do sacerdócio de todos os
santos, ensinava uma diferenciação entre o ofício pastoral e o ofício presbiteral. Vale a
pena relembrar que Calvino, o seu livro Ordenanças Eclesiásticas, admitia quatro ofícios na
Igreja: os pastores para a área doutrinária e pregação da Palavra de Deus; os mestres ou
doutores para o estudo e ensino das Escrituras; os presbíteros para a disciplina e cuidado
da membresia da igreja; e os diáconos para o cuidado para com os pobres. Para ele, o
ministério pastoral era resultado de ordenação específica do presbitério (I TM 4.14), sendo
o pastor mais dedicado à pregação da Palavra, ao ensino da doutrina e à oração. Já o
EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 2
PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA
ministério presbiteral era desempenhado pelos “leigos” e outorgado pelo reconhecimento
da igreja local (At 14.23; Tt 1.5), e restringia-se ao governo e à disciplina da igreja. Desta
forma a Igreja Presbiteriana do Brasil abraçou o modelo eclesiástico calvinista trazido
pelos missionários norte-americanos e estabeleceu dois tipos de presbíteros: Presbíteros
Regentes e Presbíteros Docentes. A função dos primeiros é a de governo e cuidado com a
igreja e a dos docentes, o pastorado e a pregação.
À bem da verdade, essa diferenciação não encontra suporte nas Sagradas Escrituras,
todavia não pode ser classificada como ilegítima ou anti-bíblica, mas deve considerada
como uma conveniência administrativa. O teólogo reformado John Sitema, no seu livro
Coração de Pastor publicado pela própria IPB, defende a posição de que todos os
presbíteros da igreja são pastores. Pode haver diferenciação em funções adicionais, mas
não no pastorado.
O Manual Presbiteriano da Igreja Presbiteriana do Brasil ao detalhar as
responsabilidades do presbítero docente (pastor) e do presbítero regente não consegue
fazer uma distinção clara. Examine o que diz o manual.
Art. 30 - O Ministro do Evangelho é o oficial consagrado pela igreja local,
representada no Presbitério, para dedicar-se especialmente à pregação da Palavra de
Deus, administrar os sacramentos, edificar os crentes e participar, com os
Presbíteros regentes, do governo e da disciplina da comunidade.” E no artigo 36
explicita suas atribuições:
São atribuições do Ministro que pastoreia igreja:
a) Orar com o rebanho e por este;
b) Apascentá-lo na doutrina cristã;
c) Exercer suas funções com zelo;
d) Orientar e supervisionar as atividades da igreja, a fim de tornar eficiente a vida
espiritual do povo de Deus;
e) Prestar assistência pastoral;
f) Instruir os neófitos, dedicar atenção à infância e à mocidade, bem como aos
necessitados, aflitos enfermos e desviados.
Quanto aos presbíteros regentes o mesmo manual estabelece:
Art. 50 - O Presbítero Regente é o representante imediato do povo, por este eleito e
ordenado pelo Conselho, para, juntamente com o Pastor, exercer o governo e a
disciplina e zelar pelos interesses da igreja a que pertencer, bem como pelos de toda
comunidade, quando para isso eleito e designado. Quanto às funções que compete ao
presbítero regente.
Art. 51 - Compete ao Presbítero:
a) Levar ao conhecimento do Conselho as faltas que não puder corrigir por meio de
admoestações particulares;
b) Auxiliar o pastor no trabalho de visitas;
c) Instruir os neófitos, consolar os aflitos e cuidar da infância e da juventude.
d) Orar com os crentes e por eles;
e) Informar o pastor dos casos de doenças e aflições;
f) Distribuir os elementos da Santa Ceia;
g) Tomar parte na ordenação de ministros e oficiais;
h) Representar o Conselho no Presbitério, este no Sínodo e no Supremo Concílio.
2. O Ministério de Ser Presbítero
O segundo ângulo de abordagem teológica diz respeito ao ministério pessoal do
presbítero na igreja. Na IPB, esse ministério tem sua amplitude de ação na igreja local, no
presbitério, no sínodo e no supremo concílio. Neste estudo focalizaremos apenas a ação
presbiteral na igreja local. Para entendermos bem essa atuação, vamos ordenar nossa
EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 3
PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA
exposição em três aspectos: (1) O presbítero como homem de Deus; (2) O presbítero como
modelo na igreja; (3) O presbítero como mestre, líder e pastor.
2.1 O presbítero como homem de Deus
O cuidado e o governo da igreja devem ser sempre entendidos como uma concessão
de Jesus a alguns de seus servos. A Bíblia ensina que Cristo é Senhor e Cabeça da igreja e
também o seu “supremo Pastor” (I Pe 5.4), logo ser presbítero é ser comissionado pelo
próprio Deus para servir a igreja como Cristo serve. Tal realidade nos mostra a importância
de ser presbítero, pois implica em uma firme e próxima vida de comunhão com o Espírito
Santo. Assim, o presbiterato jamais poderá ser o resultado de uma eleição, onde a igreja
“dá o cargo” a um de seus membros destacados. Em primeiríssimo lugar, ser presbítero é
uma ação soberana de Deus que decide chamar e conferir autoridade a alguns de seus
servos para conduzir a igreja. Essa vocação é reconhecida pela igreja, pela prática e
desempenho do que se é, de forma análoga ao diaconato (I Tm 3.4,10).
2.2 O presbítero como modelo na igreja
Qualquer estudante atento do Novo Testamento poderá verificar com facilidade que
Jesus se apresentou como o modelo a ser imitado e que os apóstolos, entendendo bem esse
princípio, viveram e pregaram isso nas igrejas, colocando-se eles mesmos também como
modelos de imitação (I Co 4.16; Fl 3.17; Hb 6.12). Quando o apóstolo Paulo escreveu ao
presbítero Timóteo, o encorajou a tornar-se “padrão dos crentes na palavra, no amor, na
fé e na pureza” (I Tm 4.12). A palavra traduzida por “padrão” tem o significado de tipo
(semelhante ao das antigas máquinas de datilografia), de onde se originou a palavra
tipografia. Note que a idéia de duplicação padronizada a partir de um modelo fica bem
caracterizada. O presbítero é um homem de Deus chamado para ser modelo em tudo para
igreja. É bem verdade que a presença do pecado não foi eliminada, realidade que faz de
qualquer presbítero uma pessoa imperfeita. O presbítero é um modelo falho! Porém, não é
admissível que o presbítero possua uma vida onde pecados não são vencidos ou acontecem
com freqüência. Por ser um homem de Deus, por ser conhecedor das Escrituras, por ser
física e espiritualmente experimentado nas situações da vida, por ser um homem de
oração, o presbítero deve ser um modelo desejado. Na igreja e fora da igreja, ele deve ser
uma referência de esposo, de pai, de amigo, de oração, de fé, de amor, de humildade e de
pureza.
2.3 O presbítero como mestre, líder e pastor
Ser presbítero de uma igreja implica em interagir com ela em diversas áreas,
entretanto, pelo menos as áreas do ensino, da liderança e do pastorado são inegociáveis e
se apresentam como pertinentes a todos os presbíteros. O presbítero como mestre tem a
responsabilidade de procurar formar o caráter de Cristo na vida dos crentes (Gl 4.19). Essa
ação não se limita a uma sala de aula ou à ministração de um curso. Ser mestre deve ser
entendido como um orientador para a vida cristã sadia, significa estar perto do crente,
instruí-lo na doutrina, discipliná-lo, encorajá-lo, orientá-lo e até puni-lo quando se fizer
necessário. O ensino cristão é resultado do exercício do dom espiritual (Rm 12.7) e pode
ocorrer em nível individual ou coletivo.
A segunda área de ação comum é a da liderança que se exerce através do governo da
igreja. Isto implica em responsabilidade para participar das decisões conciliares que terão
repercussão para toda igreja. Para tal é necessário que o presbítero seja um homem de
iniciativa e de visão1
, que saiba discernir a realidade da sua igreja e seja capaz de propor
soluções que agradem a Deus. Trazendo de volta o conceito de que o ser presbítero é uma
1
George Barna, no seu livro Transformando a visão em ação, define visão como “uma clara imagem
de um futuro preferível, proporcionado por Deus aos seus servos escolhidos, com base em uma
acurada compreensão da vontade de Deus, do próprio eu e das circunstâncias.”
EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 4
PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA
concessão de Cristo, deve-se estar bem claro que o presbítero não recebeu autoridade
para decidir o que ele acha que é certo e utilizar apenas os recursos da sua própria
consciência. Como líder presbiteral, ele é um representante de Cristo reconhecido pela
igreja para expressar a vontade divina, logo as decisões de liderança devem sempre buscar
o melhor para Cristo. É inegociável a necessidade de todas as decisões estarem
plenamente em acordo com os princípios bíblicos. Para ser um bom líder o presbítero deve
conhecer a vontade de Deus (Rm 12.1-2), deve conhecer a realidade da sua igreja e do seu
tempo, deve conhecer bem a Bíblia (II Tm 2.15), deve ser capaz de colaborar com a
solução e deve ser servo de todos (Mc 10.43-44).
A terceira área de ação esperada de todos os presbíteros é o ministério pastoral e
esta não é mais importante que as outras duas. O presbítero é um servo da igreja que foi
capacitado pelo Espírito Santo com certos dons espirituais para cuidar da vida espiritual da
igreja. Como já vimos, Jesus é o modelo pastoral a ser copiado. Todo e qualquer
presbítero deve ter em Cristo o seu modelo de ação pastoral. Essa atuação pastoral leva o
presbítero a negar-se a si mesmo em prol do ajudar e cuidar dos problemas e dificuldades
dos membros da igreja. Ser pastor exige sensibilidade à dor e às angústia alheias, exige
graça para tratar a culpa, exige sabedoria para exortar. Todavia, essas ações não são um
peso, um fardo ou apenas um dever da função. Ser presbítero é ser pastor, assim com se é
homem, pai ou esposo, é atividade desempenhada com o prazer de ser.
3. Requisitos para o Presbiterato
A Bíblia explicita com detalhes os requisitos para um cristão que deseja servir como
presbítero. Como já vimos no módulo de Teologia da Vocação, o simples desejar não é o
meio pelo qual se confirma uma vocação, mas apenas um bom indício. Segundo o apóstolo
Paulo, ser presbítero é um excelente ministério (I Tm 3.1), entretanto há altos requisitos
prévios, tanto de valores espirituais, quanto de atitudes vivenciais para alguém que deseja
desempenhar a função. Examinando as instruções paulinas a Timóteo e a Tito, verificamos
que os requisitos estabelecidos nessas duas cartas são muitos e bem rigorosos. Para
facilitar a compreensão, acrescentamos um breve comentário a cada um deles e excluímos
as exigências repetidas no texto de Tito. À medida que você ler esses 26 requisitos bíblicos
para ser presbítero, aproveite para colocar-se diante do espelho divino e avaliar a você
mesmo.
Texto Requisitos Comentários
I Timóteo
3:1-11
1. Ninguém possa culpar
de nada
Vida que apresenta coerência com o ensino bíblico.
2. Ter somente uma
esposa
Amor e fidelidade conjugal.
3. Ser moderado Controle de si mesmo, não explosivo.
4. Prudente
Não é precipitado, nem propagandista de si
mesmo.
5. Simples
Humilde, não procura seu próprio destaque ou
reconhecimento público do que faz.
6. Hospitaleiro
Acolhe bem as pessoas e tem a sua casa aberta
para ajudar e hospedar.
7. Capacidade para
ensinar
Dom de ensino experimentado e pronto para
edificar pessoas na Palavra.
8. Não chegado ao vinho
Domínio próprio, não permitindo que a bebida lhe
controle.
9. Não briguento
Não é provocador de brigas e sabe lidar
adequadamente com as situações de confronto sem
usar a violência.
10. Pacífico
Busca produzir a paz nos relacionamentos. È amigo
e sua companhia é agradável.
11. Calmo
Firme propósito de evitar conflitos e destruição de
relacionamentos pessoais ou de outros.
12. Não deve amar o Desprendimento de bens materiais e facilidade
para dar.
EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 5
PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA
dinheiro
13. Ser um bom chefe de
sua família
Dedicação ao lar, assumindo a responsabilidade de
ser o líder provedor e orientador.
14. Deve saber educar os
filhos
Participação efetiva na formação do caráter cristão
dos filhos.
15. Não é convertido há
pouco tempo
Possui tempo de vida cristã suficiente para
produzir vivência e ser experimentado na fé.
16. Ser respeitado pelos de
fora da igreja
Bom testemunho e boa reputação atestada pelos
não cristãos onde mora, trabalha e vive.
EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 6
PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA
Texto Requisito Comentários
Tito
1:5-9
17. Não deve ser orgulhoso Desprovido da busca pela fama ou destaque.
18. Não deve ter mau gênio
Sabe controlar a sua ira e aprendeu a tolerar
erros.
19. Não deve ser ganancioso
Não estabelece para si o alvo de buscar mais e
muitas riquezas.
20. Amigo do bem
Tem o coração sensível para ajudar e pratica o
bem como estilo de vida.
21. Justo
Não admite a injustiça e sempre se posiciona ao
lado da verdade.
22. Dedicado a Deus
Demonstra santidade, presteza no servir e é
responsável nas responsabilidades que assume.
23. Disciplinado Sabe impor a si mesmo alvos, regras e limites.
24. Deve se manter firme na
Mensagem
Conhecimento e fidelidade às verdades das
Escrituras.
25. Capacidade para animar os
outros
Dom espiritual de encorajamento que serve
para ajudar os crentes a desenvolverem a vida
cristã.
26. Capacidade para mostrar o
erro
Sabe intervir na vida de uma pessoa que peca,
conduzindo-a ao arrependimento e à
restauração.
Depois de ler todos esses itens e avaliar-se a si mesmo, você pode ser fortemente
tentando a pensar: “não sou este homem”. Tal constatação pode ser verdade, mas
também pode ser um engano, motivado pelo estágio do seu desenvolvimento cristão atual.
Se você não consegue se vê diante Deus como uma pessoa que o Espírito Santo lhe
capacitará a alcançar cada um desses requisitos, é muito provável que você não tenha uma
vocação presbiteral. O modelo exigido pela Bíblia para um presbítero não é uma
impossibilidade, mas um alvo a ser perseguido por quem foi chamado, e isso se consegue
com dedicação de tempo, estudo das Escrituras, oração, prática supervisionada e a
indispensável comunhão com o Espírito Santo.
O presbítero é uma pessoa que progrediu no processo de transformação própria
através do estudo, obediência às Escrituras e de experiências pessoais. Ele é o exemplo
que pode ensinar outros a ser como ele. Para facilitar a melhor compreensão do que se
busca construir, apresentamos seis tipos diferentes de competências, que espelham o
modelo para quem almeja ser e servir como presbítero:
(1) Competência intuitiva. Esse tipo de competência é caracterizado pelos
seguintes fatores:
a. Capacidade de ver além de seu tempo e de seu espaço;
b. Esforço em buscar sempre alternativas novas e diferenciadas para o seu
trabalho, não se contentando em executar o planejamento elaborado;
c. Habilidade para ousar e inovar nas atividades, mas mantendo sempre o
equilíbrio e o compromisso com os princípios bíblicos;
d. Comprometimento com um trabalho de elevada qualidade, pois a excelência
agrada a Deus.
(2) Competência intelectiva. Caracteriza-se pelos seguintes pontos:
a. Capacidade de expressar pensamentos e fazer julgamentos como resultado
do uso da sabedoria divina;
b. Grande capacidade de refletir e de incitar esse hábito aos membros;
c. Habilidade em privilegiar as atividades que conduzem à reflexão e análise
antes de tomar decisões;
d. Capacidade em organizar idéias;
e. Demonstrar vontade de aprender de forma continuada;
f. Habilidade de tomar decisões firmes e claras;
g. Ter uma mente aberta para o agir do Espírito Santo.
EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 7
PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA
(3) Competência prática. É identificada pelos seguintes elementos:
a. Habilidade na organização de atividades;
b. Capacidade em realizar planejamento abrangente de todas as atividades;
c. Habilidade em selecionar o que é bom e aplicá-lo às atividades, objetivando
melhores resultados;
d. Demonstrar desembaraço, pontualidade e senso de responsabilidade.
e. Possuir sinceridade, tolerância, compreensão, altruísmo e abnegação.
(4) Competência emocional. Apresenta-se através dos seguintes fatores:
a. Habilidade em trabalhar o conhecimento na base do autoconhecimento;
b. Habitualidade em saber controlar e lidar as suas emoções;
c. Capacidade de externar suas idéias com sentimento na medida certa;
d. Habilidade em conduzir o conhecimento para as áreas mais próximas à vida;
e. Possuir habilidade, tato e simpatia no seu agir;
(5) Competência moral. Mostra-se através dos seguintes pontos:
a. Possuir padrões morais compatíveis com a Bíblia;
b. Demonstrar integridade, imparcialidade, justiça, respeito, lealdade e zelo;
c. Possuir dignidade e pureza;
d. Ter disposição para servir e dar sem pensar em recompensas;
e. Ser inflexível diante do que é correto.
(6) Competência espiritual. Demonstra-se mediante os seguintes aspectos:
a. Vivenciar Jesus Cristo como o Senhor de tudo;
b. Ter senso vívido da realidade da presença de Deus em sua vida;
c. Vivenciar dependência do Espírito Santo;
d. Capacidade de desenvolver, com humildade, vitória sobre o egoísmo, o
mundanismo e o pecado;
e. Possuir convicções sólidas e genuínas a respeito das doutrinas básicas da
Bíblia;
f. Ter e demonstrar um bom conhecimento das verdades bíblicas;
g. Possuir interesse profundo e ardente pela salvação e bem estar espiritual
das pessoas;
h. Ser dedicado à oração;
i. Habitualidade e gosto em estudar a Bíblia e moldar-se a ela;
j. Possuir amor profundo e sincero a Deus e às pessoas;
k. Demonstrar desejo de progredir e exercitar a fé.
4. Ampliando a Visão Presbiteral
Para ampliar o leque de ações que o ministério presbiteral pode atuar, julgamos
oportuno apresentar cinco outras áreas além do ensino, da liderança e do pastorado. Não
cremos que apenas oito áreas são o limite das atividades presbiterais, portanto o nosso
intuito é expandir os horizontes e fazer vislumbrar mais longe. Considerando que nosso
propósito não é esgotar todas as possibilidades de ação, essas áreas agora apresentadas
brevemente podem e devem servir de trampolim para outras ações.
(1) Participar da pregação – Pregação é anúncio público da Palavra expondo as
verdades bíblicas de modo convincente e edificante. A boa pregação requer o
dom espiritual de Palavra de Profecia, o treinamento nos princípios de
interpretação e análise das Escrituras, bem como o aprendizado de algumas
técnicas que organizam e aperfeiçoam a pregação.
(2) Disponibilizar aconselhamento cristão – Há crentes que carecem de uma
orientação mais continuada e específica em determinadas situações. O
aconselhamento exige o dom espiritual de Exortação e Palavra de Sabedoria,
pois aconselhar não é dar uma opinião pessoal, mas apresentar o princípio
EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 8
PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA
bíblico certo, no momento certo para a pessoa certa. O presbítero que se
dedica a aconselhar, além dos dons, necessitará desenvolver: técnicas de
aproximação das pessoas, aprender a ouvir, demonstrar confiabilidade e inspirar
segurança e esperança.
(3) Administração eclesiástica – À medida que uma igreja local cresce as suas
atividades se multiplicam e se especializam. Administrar a igreja não implica
apenas em uma capacitação acadêmica, mesmo sendo requerida a prática de
atividades organizacionais de planejamento, controle e execução. Na igreja,
além das habilidades técnicas de administração, há o requisito do dom de
Administração ou de Governo. Segundo Paulo, um presbítero que se dedica ao
governo da igreja e o faz bem, deve ser merecedor de pagamento em dobro (I
Tm 5.17).
(4) Ações estratégicas de evangelização – Essa dedicação à evangelização não
deve ser confundida com a responsabilidade de pregar o evangelho que todos os
cristãos têm. O presbítero dedicado à evangelização é um elaborador de
estratégias que viabilizam oportunidades freqüentes, maiores e eficazes para a
divulgação da mensagem de salvação. Para isso, é preciso a presença do dom de
Evangelista (Ef 4.11). Ressaltamos que esse dom não é exclusivo de presbíteros,
no livro de Atos o diácono Felipe é apresentado como evangelista (At 8.5-6;
21.8). Entretanto, sendo o presbítero evangelista, sua atuação como líder
possibilitará o surgimento de programas e oportunidades que potencializam a
evangelização na igreja, atingindo pessoas de perto ou longe.
(5) Plantação de igrejas – O apóstolo Paulo foi um plantador de igrejas e tinha em
sua companhia vários presbíteros que o auxiliavam nessa tarefa. Basta ler as
referências que ele fazia a vários nomes, tais como: Epafrodito (Fl 2.25), Tito (II
Co 8.23), Onésimo (Fl 1.10-11; Cl 4.9), Epafras (Cl 1.17), Aristarco e Júnias (Rm
16.7) e o próprio Timóteo. A plantação de igreja é um trabalho de pioneirismo,
desbravador, que anuncia Cristo onde ele ainda não foi anunciado, agregando os
convertidos em igreja para discipulado e crescimento. Essa ação presbiteral
pode ser exercitada tanto dentro do perímetro urbano quanto longe da igreja
local, pois o dom de apostolado (Ef 4.11) deve ser entendido como alguém
capacitado pelo Espírito Santo e enviado para liderar ou colaborar com a
plantação de novas igrejas.
Conclusão
“Quem deseja ser presbítero, excelente ministério deseja!” (I Tm 3.1). O ministério
presbiteral na igreja local se constitui numa verdadeira estrutura de sustentação. As ações
dos presbíteros devem sempre estar firmadas sobre o fundamento dos Apóstolos e dos
Profetas, sendo Cristo a pedra principal (Ef 2.20). Por essa razão era de se esperar que os
crentes, a quem o Espírito Santo vocaciona para essa função, já estejam, ou estão no
processo de firmemente estar, dentro de elevados padrões de conduta e maturidade
espiritual. A função presbiteral visa prover a igreja de todas as suas necessidades de
orientação e cuidado pastoral, disciplina, encorajamento, administração e ministração da
doutrina. Sendo essas necessidades muitas e diversas, o ministério presbiteral não é
exercido solitariamente, mas coletivamente, sendo o número deste o resultado da vocação
divina e não simplesmente da necessidade da igreja.
Ser presbítero é ser pastor, homem de Deus que cuida e se preocupa com a vida dos
membros e dos novos na fé. Ser presbítero é ser mestre-modelo que é conhecedor e
praticante das Escrituras. O presbítero é professor que ensina as doutrinas bíblicas pelo
exemplo e pelas palavras, educando os crentes individualmente ou coletivamente a serem
imitadores de Cristo. Ser presbítero é ser líder servidor, que se considera servo de todos e
EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 9
PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA
como tal assume a responsabilidade que lhe foi confiada de governar com humildade e
administrar com probidade os negócios do Reino de Deus.
Ninguém nasce presbítero. O processo começa com um chamado, que pode ser
reconhecido e percebido pelo crente, e este procura desenvolver sua fé, sua santidade,
seus dons e talentos para, em tempo oportuno, servir. Um presbítero não é constituído
pelo voto da assembléia da igreja local, esta apenas apresenta publicamente o seu
reconhecimento do que na verdade já acontece com quem é vocacionado e se preparou
para desempenhar o seu ministério.
Bibliografia
BARNA, George. Transformando a visão em ação. São Paulo, SP: United Press, 2002.
CALVINO, Juan. Institución de la religión cristiana. Rijswijk, Holanda: FELiRé, 1981. Vol.
II, liv. IV.
SITEMA, John. Coração de pastor: resgatando a responsabilidade pastoral do presbítero.
São Paulo, SP: Cultura Cristã, 2004.
Autores: Sérgio Lyra e Rubem Ximenes.
Elaborado em: 27/07/2007.
Última revisão: 04/08/2007.
EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 10

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  • 1. PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA CURSO DE TREINAMENTO PARA PRESBÍTEROS, DIÁCONOS E LÍDERES Módulo VI TEOLOGIA PRÁTICA DO PRESBITERATO SUMÁRIO Bases bíblicas para a função presbiteral. O ministério de ser presbítero. Requisitos para o presbiterato. Ampliando a visão presbiteral. Competências a serem Construídas Depois de realizar este estudo, você deverá ter construído as seguintes competências: Competência-chave: analisar e avaliar a função presbiteral. Competências-secundárias: 1 Conhecer as bases bíblicas para a função presbiteral. 2 Conhecer a função presbiteral. 3 Descrever os requisitos para ser presbítero. 4 Analisar as possibilidades do ministério presbiteral. EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 1
  • 2. PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA Introdução A palavra presbítero significa pessoa madura, experimentada ou idosa. O termo já era conhecido e utilizado pelos judeus nas sinagogas, bem antes da sua adoção pela igreja no sentido daquele que assumia a liderança espiritual. Faz-se necessário deixar bem claro que ser um presbítero não é apenas o resultado de cursos ou de experiências vivenciadas. Ser presbítero é conseqüência de um chamado divino, assim como o diácono também o é. Além disso, é preciso também diferenciar a pessoa do presbítero do ministério presbiteral. Para o primeiro, as marcas são de caráter, dons espirituais e maturidade em tudo. Para a função, as Escrituras apresentam responsabilidades pastorais e de governo da igreja. É sob os ângulos do presbítero e do ofício de ser presbítero que iremos abordar a teologia prática do ministério presbiteral. 1. Bases Bíblicas para a Função Presbiteral Vamos iniciar nossa abordagem focalizando o ensino bíblico sobre o ofício, ou seja, as orientações divinas sobre a função ministerial do presbítero. De acordo com a Bíblia o presbítero é um dos pastores da igreja (I Pe 4.1-2). O próprio apóstolo Pedro se considerava presbítero e explicitou o que ele esperava da tarefa presbiteral: “pastorear a igreja de Deus”. A primeira menção no NT de presbíteros aparece como resultado do surgimento de novas igrejas e a necessidade de se estabelecer a sua liderança (At 14.23). Como igrejas tão novas poderiam apresentar homens maduros na fé e nas verdades já reveladas? Isto foi possível porque a estratégia missionária de Paulo e Barnabé foi a de pregar o evangelho nas sinagogas judaicas. Ali, os seus freqüentadores eram ensinados sobre o conteúdo da Lei e sobre os ensinos dos Salmos e Profetas do AT. Por causa disso, homens maduros e estudiosos das Escrituras (o AT), ao serem convertidos com a pregação do evangelho de Jesus, podiam construir com facilidade as ligações entre Cristo e o Messias prometido no Antigo Testamento. Assim, a base doutrinária já estava quase pronta e, com um pouco mais de instrução, alguns deles puderam ser reconhecidos para a função presbiteral. Mas, foi após a volta da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé que aconteceu a reunião de presbíteros de mais de uma igreja, formando um protótipo do que posteriormente veio a ser chamado de presbitério (I Tm 4.14), para decidir sobre questões doutrinárias, no caso a circuncisão ou não dos gentios (At 15.1-2,6,22-23). A decisão tomada passou a ser observada pelas demais igrejas (At 16.4). Este relato nos mostra que os presbíteros tinham a responsabilidade de zelar pela sã doutrina. Para colaborar com a idéia de que as funções do presbiterato devem ser exercidas de forma plural e colegiada em uma mesma igreja local, há o registro da reunião do apóstolo Paulo com os presbíteros da igreja de Éfeso (At 20.17), com os presbíteros da igreja de Jerusalém (At 21.18), e há a instrução claríssima de Paulo a Tito, seu pastor auxiliar, para constituir presbíteros em cada cidade (Tt 1.5). O apóstolo Paulo também utiliza a palavra “bispo” para fazer referência ao ministério presbiteral, nesse uso o seu significado é o de superintendente, alguém que administra. Considerando que a função presbiteral agrupa cuidado pastoral e doutrinário, ensino das Escrituras, oração (Tg 5.14), disciplina e governo da igreja (Tt 5.17; I Tm 3.4-5), fica fácil concluir que a função presbiteral é coluna da igreja. No caso da Igreja Presbiteriana, foi adotada a argumentação de Calvino que, mesmo possuindo ainda um gosto de clero e confronto com a doutrina do sacerdócio de todos os santos, ensinava uma diferenciação entre o ofício pastoral e o ofício presbiteral. Vale a pena relembrar que Calvino, o seu livro Ordenanças Eclesiásticas, admitia quatro ofícios na Igreja: os pastores para a área doutrinária e pregação da Palavra de Deus; os mestres ou doutores para o estudo e ensino das Escrituras; os presbíteros para a disciplina e cuidado da membresia da igreja; e os diáconos para o cuidado para com os pobres. Para ele, o ministério pastoral era resultado de ordenação específica do presbitério (I TM 4.14), sendo o pastor mais dedicado à pregação da Palavra, ao ensino da doutrina e à oração. Já o EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 2
  • 3. PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA ministério presbiteral era desempenhado pelos “leigos” e outorgado pelo reconhecimento da igreja local (At 14.23; Tt 1.5), e restringia-se ao governo e à disciplina da igreja. Desta forma a Igreja Presbiteriana do Brasil abraçou o modelo eclesiástico calvinista trazido pelos missionários norte-americanos e estabeleceu dois tipos de presbíteros: Presbíteros Regentes e Presbíteros Docentes. A função dos primeiros é a de governo e cuidado com a igreja e a dos docentes, o pastorado e a pregação. À bem da verdade, essa diferenciação não encontra suporte nas Sagradas Escrituras, todavia não pode ser classificada como ilegítima ou anti-bíblica, mas deve considerada como uma conveniência administrativa. O teólogo reformado John Sitema, no seu livro Coração de Pastor publicado pela própria IPB, defende a posição de que todos os presbíteros da igreja são pastores. Pode haver diferenciação em funções adicionais, mas não no pastorado. O Manual Presbiteriano da Igreja Presbiteriana do Brasil ao detalhar as responsabilidades do presbítero docente (pastor) e do presbítero regente não consegue fazer uma distinção clara. Examine o que diz o manual. Art. 30 - O Ministro do Evangelho é o oficial consagrado pela igreja local, representada no Presbitério, para dedicar-se especialmente à pregação da Palavra de Deus, administrar os sacramentos, edificar os crentes e participar, com os Presbíteros regentes, do governo e da disciplina da comunidade.” E no artigo 36 explicita suas atribuições: São atribuições do Ministro que pastoreia igreja: a) Orar com o rebanho e por este; b) Apascentá-lo na doutrina cristã; c) Exercer suas funções com zelo; d) Orientar e supervisionar as atividades da igreja, a fim de tornar eficiente a vida espiritual do povo de Deus; e) Prestar assistência pastoral; f) Instruir os neófitos, dedicar atenção à infância e à mocidade, bem como aos necessitados, aflitos enfermos e desviados. Quanto aos presbíteros regentes o mesmo manual estabelece: Art. 50 - O Presbítero Regente é o representante imediato do povo, por este eleito e ordenado pelo Conselho, para, juntamente com o Pastor, exercer o governo e a disciplina e zelar pelos interesses da igreja a que pertencer, bem como pelos de toda comunidade, quando para isso eleito e designado. Quanto às funções que compete ao presbítero regente. Art. 51 - Compete ao Presbítero: a) Levar ao conhecimento do Conselho as faltas que não puder corrigir por meio de admoestações particulares; b) Auxiliar o pastor no trabalho de visitas; c) Instruir os neófitos, consolar os aflitos e cuidar da infância e da juventude. d) Orar com os crentes e por eles; e) Informar o pastor dos casos de doenças e aflições; f) Distribuir os elementos da Santa Ceia; g) Tomar parte na ordenação de ministros e oficiais; h) Representar o Conselho no Presbitério, este no Sínodo e no Supremo Concílio. 2. O Ministério de Ser Presbítero O segundo ângulo de abordagem teológica diz respeito ao ministério pessoal do presbítero na igreja. Na IPB, esse ministério tem sua amplitude de ação na igreja local, no presbitério, no sínodo e no supremo concílio. Neste estudo focalizaremos apenas a ação presbiteral na igreja local. Para entendermos bem essa atuação, vamos ordenar nossa EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 3
  • 4. PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA exposição em três aspectos: (1) O presbítero como homem de Deus; (2) O presbítero como modelo na igreja; (3) O presbítero como mestre, líder e pastor. 2.1 O presbítero como homem de Deus O cuidado e o governo da igreja devem ser sempre entendidos como uma concessão de Jesus a alguns de seus servos. A Bíblia ensina que Cristo é Senhor e Cabeça da igreja e também o seu “supremo Pastor” (I Pe 5.4), logo ser presbítero é ser comissionado pelo próprio Deus para servir a igreja como Cristo serve. Tal realidade nos mostra a importância de ser presbítero, pois implica em uma firme e próxima vida de comunhão com o Espírito Santo. Assim, o presbiterato jamais poderá ser o resultado de uma eleição, onde a igreja “dá o cargo” a um de seus membros destacados. Em primeiríssimo lugar, ser presbítero é uma ação soberana de Deus que decide chamar e conferir autoridade a alguns de seus servos para conduzir a igreja. Essa vocação é reconhecida pela igreja, pela prática e desempenho do que se é, de forma análoga ao diaconato (I Tm 3.4,10). 2.2 O presbítero como modelo na igreja Qualquer estudante atento do Novo Testamento poderá verificar com facilidade que Jesus se apresentou como o modelo a ser imitado e que os apóstolos, entendendo bem esse princípio, viveram e pregaram isso nas igrejas, colocando-se eles mesmos também como modelos de imitação (I Co 4.16; Fl 3.17; Hb 6.12). Quando o apóstolo Paulo escreveu ao presbítero Timóteo, o encorajou a tornar-se “padrão dos crentes na palavra, no amor, na fé e na pureza” (I Tm 4.12). A palavra traduzida por “padrão” tem o significado de tipo (semelhante ao das antigas máquinas de datilografia), de onde se originou a palavra tipografia. Note que a idéia de duplicação padronizada a partir de um modelo fica bem caracterizada. O presbítero é um homem de Deus chamado para ser modelo em tudo para igreja. É bem verdade que a presença do pecado não foi eliminada, realidade que faz de qualquer presbítero uma pessoa imperfeita. O presbítero é um modelo falho! Porém, não é admissível que o presbítero possua uma vida onde pecados não são vencidos ou acontecem com freqüência. Por ser um homem de Deus, por ser conhecedor das Escrituras, por ser física e espiritualmente experimentado nas situações da vida, por ser um homem de oração, o presbítero deve ser um modelo desejado. Na igreja e fora da igreja, ele deve ser uma referência de esposo, de pai, de amigo, de oração, de fé, de amor, de humildade e de pureza. 2.3 O presbítero como mestre, líder e pastor Ser presbítero de uma igreja implica em interagir com ela em diversas áreas, entretanto, pelo menos as áreas do ensino, da liderança e do pastorado são inegociáveis e se apresentam como pertinentes a todos os presbíteros. O presbítero como mestre tem a responsabilidade de procurar formar o caráter de Cristo na vida dos crentes (Gl 4.19). Essa ação não se limita a uma sala de aula ou à ministração de um curso. Ser mestre deve ser entendido como um orientador para a vida cristã sadia, significa estar perto do crente, instruí-lo na doutrina, discipliná-lo, encorajá-lo, orientá-lo e até puni-lo quando se fizer necessário. O ensino cristão é resultado do exercício do dom espiritual (Rm 12.7) e pode ocorrer em nível individual ou coletivo. A segunda área de ação comum é a da liderança que se exerce através do governo da igreja. Isto implica em responsabilidade para participar das decisões conciliares que terão repercussão para toda igreja. Para tal é necessário que o presbítero seja um homem de iniciativa e de visão1 , que saiba discernir a realidade da sua igreja e seja capaz de propor soluções que agradem a Deus. Trazendo de volta o conceito de que o ser presbítero é uma 1 George Barna, no seu livro Transformando a visão em ação, define visão como “uma clara imagem de um futuro preferível, proporcionado por Deus aos seus servos escolhidos, com base em uma acurada compreensão da vontade de Deus, do próprio eu e das circunstâncias.” EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 4
  • 5. PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA concessão de Cristo, deve-se estar bem claro que o presbítero não recebeu autoridade para decidir o que ele acha que é certo e utilizar apenas os recursos da sua própria consciência. Como líder presbiteral, ele é um representante de Cristo reconhecido pela igreja para expressar a vontade divina, logo as decisões de liderança devem sempre buscar o melhor para Cristo. É inegociável a necessidade de todas as decisões estarem plenamente em acordo com os princípios bíblicos. Para ser um bom líder o presbítero deve conhecer a vontade de Deus (Rm 12.1-2), deve conhecer a realidade da sua igreja e do seu tempo, deve conhecer bem a Bíblia (II Tm 2.15), deve ser capaz de colaborar com a solução e deve ser servo de todos (Mc 10.43-44). A terceira área de ação esperada de todos os presbíteros é o ministério pastoral e esta não é mais importante que as outras duas. O presbítero é um servo da igreja que foi capacitado pelo Espírito Santo com certos dons espirituais para cuidar da vida espiritual da igreja. Como já vimos, Jesus é o modelo pastoral a ser copiado. Todo e qualquer presbítero deve ter em Cristo o seu modelo de ação pastoral. Essa atuação pastoral leva o presbítero a negar-se a si mesmo em prol do ajudar e cuidar dos problemas e dificuldades dos membros da igreja. Ser pastor exige sensibilidade à dor e às angústia alheias, exige graça para tratar a culpa, exige sabedoria para exortar. Todavia, essas ações não são um peso, um fardo ou apenas um dever da função. Ser presbítero é ser pastor, assim com se é homem, pai ou esposo, é atividade desempenhada com o prazer de ser. 3. Requisitos para o Presbiterato A Bíblia explicita com detalhes os requisitos para um cristão que deseja servir como presbítero. Como já vimos no módulo de Teologia da Vocação, o simples desejar não é o meio pelo qual se confirma uma vocação, mas apenas um bom indício. Segundo o apóstolo Paulo, ser presbítero é um excelente ministério (I Tm 3.1), entretanto há altos requisitos prévios, tanto de valores espirituais, quanto de atitudes vivenciais para alguém que deseja desempenhar a função. Examinando as instruções paulinas a Timóteo e a Tito, verificamos que os requisitos estabelecidos nessas duas cartas são muitos e bem rigorosos. Para facilitar a compreensão, acrescentamos um breve comentário a cada um deles e excluímos as exigências repetidas no texto de Tito. À medida que você ler esses 26 requisitos bíblicos para ser presbítero, aproveite para colocar-se diante do espelho divino e avaliar a você mesmo. Texto Requisitos Comentários I Timóteo 3:1-11 1. Ninguém possa culpar de nada Vida que apresenta coerência com o ensino bíblico. 2. Ter somente uma esposa Amor e fidelidade conjugal. 3. Ser moderado Controle de si mesmo, não explosivo. 4. Prudente Não é precipitado, nem propagandista de si mesmo. 5. Simples Humilde, não procura seu próprio destaque ou reconhecimento público do que faz. 6. Hospitaleiro Acolhe bem as pessoas e tem a sua casa aberta para ajudar e hospedar. 7. Capacidade para ensinar Dom de ensino experimentado e pronto para edificar pessoas na Palavra. 8. Não chegado ao vinho Domínio próprio, não permitindo que a bebida lhe controle. 9. Não briguento Não é provocador de brigas e sabe lidar adequadamente com as situações de confronto sem usar a violência. 10. Pacífico Busca produzir a paz nos relacionamentos. È amigo e sua companhia é agradável. 11. Calmo Firme propósito de evitar conflitos e destruição de relacionamentos pessoais ou de outros. 12. Não deve amar o Desprendimento de bens materiais e facilidade para dar. EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 5
  • 6. PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA dinheiro 13. Ser um bom chefe de sua família Dedicação ao lar, assumindo a responsabilidade de ser o líder provedor e orientador. 14. Deve saber educar os filhos Participação efetiva na formação do caráter cristão dos filhos. 15. Não é convertido há pouco tempo Possui tempo de vida cristã suficiente para produzir vivência e ser experimentado na fé. 16. Ser respeitado pelos de fora da igreja Bom testemunho e boa reputação atestada pelos não cristãos onde mora, trabalha e vive. EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 6
  • 7. PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA Texto Requisito Comentários Tito 1:5-9 17. Não deve ser orgulhoso Desprovido da busca pela fama ou destaque. 18. Não deve ter mau gênio Sabe controlar a sua ira e aprendeu a tolerar erros. 19. Não deve ser ganancioso Não estabelece para si o alvo de buscar mais e muitas riquezas. 20. Amigo do bem Tem o coração sensível para ajudar e pratica o bem como estilo de vida. 21. Justo Não admite a injustiça e sempre se posiciona ao lado da verdade. 22. Dedicado a Deus Demonstra santidade, presteza no servir e é responsável nas responsabilidades que assume. 23. Disciplinado Sabe impor a si mesmo alvos, regras e limites. 24. Deve se manter firme na Mensagem Conhecimento e fidelidade às verdades das Escrituras. 25. Capacidade para animar os outros Dom espiritual de encorajamento que serve para ajudar os crentes a desenvolverem a vida cristã. 26. Capacidade para mostrar o erro Sabe intervir na vida de uma pessoa que peca, conduzindo-a ao arrependimento e à restauração. Depois de ler todos esses itens e avaliar-se a si mesmo, você pode ser fortemente tentando a pensar: “não sou este homem”. Tal constatação pode ser verdade, mas também pode ser um engano, motivado pelo estágio do seu desenvolvimento cristão atual. Se você não consegue se vê diante Deus como uma pessoa que o Espírito Santo lhe capacitará a alcançar cada um desses requisitos, é muito provável que você não tenha uma vocação presbiteral. O modelo exigido pela Bíblia para um presbítero não é uma impossibilidade, mas um alvo a ser perseguido por quem foi chamado, e isso se consegue com dedicação de tempo, estudo das Escrituras, oração, prática supervisionada e a indispensável comunhão com o Espírito Santo. O presbítero é uma pessoa que progrediu no processo de transformação própria através do estudo, obediência às Escrituras e de experiências pessoais. Ele é o exemplo que pode ensinar outros a ser como ele. Para facilitar a melhor compreensão do que se busca construir, apresentamos seis tipos diferentes de competências, que espelham o modelo para quem almeja ser e servir como presbítero: (1) Competência intuitiva. Esse tipo de competência é caracterizado pelos seguintes fatores: a. Capacidade de ver além de seu tempo e de seu espaço; b. Esforço em buscar sempre alternativas novas e diferenciadas para o seu trabalho, não se contentando em executar o planejamento elaborado; c. Habilidade para ousar e inovar nas atividades, mas mantendo sempre o equilíbrio e o compromisso com os princípios bíblicos; d. Comprometimento com um trabalho de elevada qualidade, pois a excelência agrada a Deus. (2) Competência intelectiva. Caracteriza-se pelos seguintes pontos: a. Capacidade de expressar pensamentos e fazer julgamentos como resultado do uso da sabedoria divina; b. Grande capacidade de refletir e de incitar esse hábito aos membros; c. Habilidade em privilegiar as atividades que conduzem à reflexão e análise antes de tomar decisões; d. Capacidade em organizar idéias; e. Demonstrar vontade de aprender de forma continuada; f. Habilidade de tomar decisões firmes e claras; g. Ter uma mente aberta para o agir do Espírito Santo. EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 7
  • 8. PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA (3) Competência prática. É identificada pelos seguintes elementos: a. Habilidade na organização de atividades; b. Capacidade em realizar planejamento abrangente de todas as atividades; c. Habilidade em selecionar o que é bom e aplicá-lo às atividades, objetivando melhores resultados; d. Demonstrar desembaraço, pontualidade e senso de responsabilidade. e. Possuir sinceridade, tolerância, compreensão, altruísmo e abnegação. (4) Competência emocional. Apresenta-se através dos seguintes fatores: a. Habilidade em trabalhar o conhecimento na base do autoconhecimento; b. Habitualidade em saber controlar e lidar as suas emoções; c. Capacidade de externar suas idéias com sentimento na medida certa; d. Habilidade em conduzir o conhecimento para as áreas mais próximas à vida; e. Possuir habilidade, tato e simpatia no seu agir; (5) Competência moral. Mostra-se através dos seguintes pontos: a. Possuir padrões morais compatíveis com a Bíblia; b. Demonstrar integridade, imparcialidade, justiça, respeito, lealdade e zelo; c. Possuir dignidade e pureza; d. Ter disposição para servir e dar sem pensar em recompensas; e. Ser inflexível diante do que é correto. (6) Competência espiritual. Demonstra-se mediante os seguintes aspectos: a. Vivenciar Jesus Cristo como o Senhor de tudo; b. Ter senso vívido da realidade da presença de Deus em sua vida; c. Vivenciar dependência do Espírito Santo; d. Capacidade de desenvolver, com humildade, vitória sobre o egoísmo, o mundanismo e o pecado; e. Possuir convicções sólidas e genuínas a respeito das doutrinas básicas da Bíblia; f. Ter e demonstrar um bom conhecimento das verdades bíblicas; g. Possuir interesse profundo e ardente pela salvação e bem estar espiritual das pessoas; h. Ser dedicado à oração; i. Habitualidade e gosto em estudar a Bíblia e moldar-se a ela; j. Possuir amor profundo e sincero a Deus e às pessoas; k. Demonstrar desejo de progredir e exercitar a fé. 4. Ampliando a Visão Presbiteral Para ampliar o leque de ações que o ministério presbiteral pode atuar, julgamos oportuno apresentar cinco outras áreas além do ensino, da liderança e do pastorado. Não cremos que apenas oito áreas são o limite das atividades presbiterais, portanto o nosso intuito é expandir os horizontes e fazer vislumbrar mais longe. Considerando que nosso propósito não é esgotar todas as possibilidades de ação, essas áreas agora apresentadas brevemente podem e devem servir de trampolim para outras ações. (1) Participar da pregação – Pregação é anúncio público da Palavra expondo as verdades bíblicas de modo convincente e edificante. A boa pregação requer o dom espiritual de Palavra de Profecia, o treinamento nos princípios de interpretação e análise das Escrituras, bem como o aprendizado de algumas técnicas que organizam e aperfeiçoam a pregação. (2) Disponibilizar aconselhamento cristão – Há crentes que carecem de uma orientação mais continuada e específica em determinadas situações. O aconselhamento exige o dom espiritual de Exortação e Palavra de Sabedoria, pois aconselhar não é dar uma opinião pessoal, mas apresentar o princípio EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 8
  • 9. PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA bíblico certo, no momento certo para a pessoa certa. O presbítero que se dedica a aconselhar, além dos dons, necessitará desenvolver: técnicas de aproximação das pessoas, aprender a ouvir, demonstrar confiabilidade e inspirar segurança e esperança. (3) Administração eclesiástica – À medida que uma igreja local cresce as suas atividades se multiplicam e se especializam. Administrar a igreja não implica apenas em uma capacitação acadêmica, mesmo sendo requerida a prática de atividades organizacionais de planejamento, controle e execução. Na igreja, além das habilidades técnicas de administração, há o requisito do dom de Administração ou de Governo. Segundo Paulo, um presbítero que se dedica ao governo da igreja e o faz bem, deve ser merecedor de pagamento em dobro (I Tm 5.17). (4) Ações estratégicas de evangelização – Essa dedicação à evangelização não deve ser confundida com a responsabilidade de pregar o evangelho que todos os cristãos têm. O presbítero dedicado à evangelização é um elaborador de estratégias que viabilizam oportunidades freqüentes, maiores e eficazes para a divulgação da mensagem de salvação. Para isso, é preciso a presença do dom de Evangelista (Ef 4.11). Ressaltamos que esse dom não é exclusivo de presbíteros, no livro de Atos o diácono Felipe é apresentado como evangelista (At 8.5-6; 21.8). Entretanto, sendo o presbítero evangelista, sua atuação como líder possibilitará o surgimento de programas e oportunidades que potencializam a evangelização na igreja, atingindo pessoas de perto ou longe. (5) Plantação de igrejas – O apóstolo Paulo foi um plantador de igrejas e tinha em sua companhia vários presbíteros que o auxiliavam nessa tarefa. Basta ler as referências que ele fazia a vários nomes, tais como: Epafrodito (Fl 2.25), Tito (II Co 8.23), Onésimo (Fl 1.10-11; Cl 4.9), Epafras (Cl 1.17), Aristarco e Júnias (Rm 16.7) e o próprio Timóteo. A plantação de igreja é um trabalho de pioneirismo, desbravador, que anuncia Cristo onde ele ainda não foi anunciado, agregando os convertidos em igreja para discipulado e crescimento. Essa ação presbiteral pode ser exercitada tanto dentro do perímetro urbano quanto longe da igreja local, pois o dom de apostolado (Ef 4.11) deve ser entendido como alguém capacitado pelo Espírito Santo e enviado para liderar ou colaborar com a plantação de novas igrejas. Conclusão “Quem deseja ser presbítero, excelente ministério deseja!” (I Tm 3.1). O ministério presbiteral na igreja local se constitui numa verdadeira estrutura de sustentação. As ações dos presbíteros devem sempre estar firmadas sobre o fundamento dos Apóstolos e dos Profetas, sendo Cristo a pedra principal (Ef 2.20). Por essa razão era de se esperar que os crentes, a quem o Espírito Santo vocaciona para essa função, já estejam, ou estão no processo de firmemente estar, dentro de elevados padrões de conduta e maturidade espiritual. A função presbiteral visa prover a igreja de todas as suas necessidades de orientação e cuidado pastoral, disciplina, encorajamento, administração e ministração da doutrina. Sendo essas necessidades muitas e diversas, o ministério presbiteral não é exercido solitariamente, mas coletivamente, sendo o número deste o resultado da vocação divina e não simplesmente da necessidade da igreja. Ser presbítero é ser pastor, homem de Deus que cuida e se preocupa com a vida dos membros e dos novos na fé. Ser presbítero é ser mestre-modelo que é conhecedor e praticante das Escrituras. O presbítero é professor que ensina as doutrinas bíblicas pelo exemplo e pelas palavras, educando os crentes individualmente ou coletivamente a serem imitadores de Cristo. Ser presbítero é ser líder servidor, que se considera servo de todos e EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 9
  • 10. PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE CASA CAIADA como tal assume a responsabilidade que lhe foi confiada de governar com humildade e administrar com probidade os negócios do Reino de Deus. Ninguém nasce presbítero. O processo começa com um chamado, que pode ser reconhecido e percebido pelo crente, e este procura desenvolver sua fé, sua santidade, seus dons e talentos para, em tempo oportuno, servir. Um presbítero não é constituído pelo voto da assembléia da igreja local, esta apenas apresenta publicamente o seu reconhecimento do que na verdade já acontece com quem é vocacionado e se preparou para desempenhar o seu ministério. Bibliografia BARNA, George. Transformando a visão em ação. São Paulo, SP: United Press, 2002. CALVINO, Juan. Institución de la religión cristiana. Rijswijk, Holanda: FELiRé, 1981. Vol. II, liv. IV. SITEMA, John. Coração de pastor: resgatando a responsabilidade pastoral do presbítero. São Paulo, SP: Cultura Cristã, 2004. Autores: Sérgio Lyra e Rubem Ximenes. Elaborado em: 27/07/2007. Última revisão: 04/08/2007. EVANGELIZAÇÃO – ADORAÇÃO – COMUNHÃO – DISCIPULADO – SERVIÇO 10