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Omovimento	 na	 UFMS	 ganhou	
força	nesses	mais	dois	meses	de	
greve.	 Desde	 a	 decretação	 do	
estado	de	greve,	no	dia	26	de	maio,	o	
processo	 participativo	 das	 e	 dos	
docentes	 foi	 crescente,	 com	 atuação	
expressiva	 no	 dia	 10	 de	 junho	 na	
decisão	de	aderir	à	greve,	que	começou	
dia	15	de	junho.
Toda	a	construção	do	movimento	
neste	 perıó do	 tem	 ocorrido	 de	 forma	
democrática,	com	ampla	divulgação	das	
assembleias	 semanais	 e	 discussões	
intensas	 conduzidas	 pelo	 Comando	
Local	de	Greve,	aberto	à	participação	de	
todas	e	de	todos,	de	forma	voluntária.	
Os	 nomes	 das	 e	 dos	 integrantes	 do	
Comando	 foram	 homologados	 em	
Assembleia	 Geral	 e	 as	 reuniões	 vêm	
acontecendo	 semanalmente.	 Simul-
taneamente,	 a	 direção	 da	 ADUFMS-Sindicato	
visita	os	campi,	respaldando	a	categoria	por	meio	
de	assessoria	jurıd́ ica,	convênio	médico,		odonto-
lógico	e	promoção	de	eventos	de	integração.				
Na	greve	2015,	a	categoria	vem	desenvolven-
do	agenda	positiva,	alicerçada	na	discussão	em	
torno	da	defesa	da	universidade	pública	e	gratui-
ta,	reposição	salarial,	reestruturação	da	carreira,	
Previdência,	 inanciamento	do	Estado,	qualidade	
de	ensino,	pesquisa	e	extensão,	expansão,	assis-
tência	estudantil,	condições	de	trabalho	e	defesa	
da	paridade	salarial	entre	ativos	e	aposentados.
Com	 a	 diretoria	 desenvolvendo	 uma	 nova	
prática	 sindical,	 baseada	 na	 discussão	 e	 na	
participação	 coletiva,	 a	 greve	 da	 UFMS	 atingiu	
100%	dos/as	docentes,	causando	a	suspensão	do	
semestre	 e	 in luenciando	 o	 movimento	 em	
outras	universidades.		
Em	 cima	 de	 propostas	 de inidas	
aconteceram	 diversas	 mobilizaçõ es,	
com	a	realização	de	assembleias	gerais	
todas	 as	 quartas-feiras,	 ato	 conjunto	
com	 técnicas/os	 administrativas/os	 e	
alunas/os,	 passeata	 com	 as	 demais	
categorias	 do	 serviço	 público	 federal,	
em	 Campo	 Grande,	 o	 1º	 Encontro	 do	
Fórum	 Permanente	 de	 Discussão	 dos	
Problemas	 da	 UFMS,	 com	 o	 tema	 “A	
democracia	 na	 UFMS”,	 aulas	 pú blicas	
sobre	 temas	 como	 “Plano	 Nacional	 de	
Educação:	 origem,	 desenvolvimento	 e	
avaliação”,	“A	crise	econômica	mundial	e	
a	Previdência	Social:	mitos	e	verdades”,	
“A	precarização	do	trabalho	docente	nas	
universidades	federais	brasileiras”	e	“O	
retorno	 do	 pensamento	 perdido:	 a	
dualidade	 atual	 da	 economia	 polı́tica	
brasileira”.	 Mais	 aulas	 pú blicas	 estão	
acontecendo	em	agosto.		
Houve	também	a	organização	de	cinegreve,	
saraus	 na	 ADUFMS-Sindicato	 e	 na	 esplanada	
ferroviária,	 na	 Capital	 sul-mato-grossense,	 com	
apoio	de	grupos	de	teatro,	dançarinas/os,	músi-
cos	de	diversos	estilos	e	movimentos	culturais.	A	
ação	 voluntária	 fortaleceu	 e	 legitimou	 a	 greve	
perante	a	sociedade.
Campo	Grande	(MS),	agosto	de	2015	–	Edição	n.	004
Jornal
Sindicato	dos	Professores	das	Universidades	Federais	Brasileiras	dos	Municípios	de	Campo	Grande,	Aquidauana,	Bonito,	
Chapadão	do	Sul,	Corumbá,	Coxim,	Naviraí,	Nova	Andradina,	Paranaíba,	Ponta	Porã	e	Três	Lagoas,	no	Estado	de	Mato	Grosso	do	Sul
adufms.org.br					facebook.com/ADUFMS.Sindicato
12
Jornal
Campo	Grande	(MS),	 	de	2015agosto
Greve movimenta UFMS em todos os campi
Protesto	em	Brasília	reúne	milhares	
de	pessoas	em	defesa	do	serviço	público
ADUFMS	se	faz	presente	nas	passeatas	em	frente	ao	MEC	e	MPOG,	em	Brasília
M
ais	 de	 seis	 mil	 manifestantes	 de	
diversas	 categorias	 do	 funcionalismo	
público	 e	 estudantes	 participaram	 no	
dia	 22	 de	 julho	 da	 Marcha	 dos	 Servidores	
Públicos	 Federais	 (SPFs)	 em	 Brasıĺ ia	 (DF).	 	 A	
atividade	deliberada	pelo	Fórum	das	Entidades	
Nacionais	 dos	 SPFs	 contou	 com	 a	 atuação	 de	
caravana	integrada	por	professoras,	professores,	
alunas,	 alunos,	 técnicas	 administrativas	 e	
técnicos	 administrativos.	 As/os	 representantes	
dos	 trê s	 segmentos	 da	 UFMS	 també m	
participaram	da	primeira	mobilização	no	Distrito	
Federal,	ocorrida	no	dia	7	de	julho,	em	frente	ao	
Ministério	da	Educação	(MEC).	
O	 intuito	 das	 atividades	 foi	 cobrar	 uma	
contraproposta	adequada	do	MEC	e	do	Ministério	
do	Planejamento,	Orçamento	e	Gestão	(MPOG),	
além	de	protestar	contra	o	corte	de	verbas	para	a	
Educação	 e	 demonstrar	 ao	 governo	 federal	 a	
insatisfação	com	a	atual	polıt́ ica	econômica	que,	
contrariando	 os	 compromissos	 assumidos	 em	
campanha,	 direciona	 parte	 expressiva	 do	
Orçamento	da	União	de	2015	para	o	pagamento	
dos	serviços	da	dıv́ ida	pública	(47%).	De	fato,	o	
valor	 escorchante	 dessa	 dıv́ ida	 já	 deveria	 ser	
objeto	 de	 auditoria	 pelos	 órgãos	 responsáveis	
por	 iscalizar	 o	 cumprimento	 das	 leis	 e	 da	
Constituição	Federal.		
No	 ato	 de	 22	 de	 julho,	 servidores/as,	
advindos/as	 de	 diversos	 estados	 do	 paı́s	
percorreram	 a	 Esplanada	 dos	 Ministérios	 em	
direçã o	 ao	 Palá cio	 do	 Planalto.	 Exigiram	
audiência,	 pedindo	 que	 a	 Secretaria-Geral	 da	
Presidência	da	República	inter ira	no	intuito	de	
avançar	 o	 processo	 de	 negociação	 entre	 os/as	
servidores/as	 e	 a	 Secretaria	 de	 Relações	 de	
Trabalho	no	Serviço	Público,	do	MPOG.
Após	a	marcha,	uma	comissão	representativa	
do	 Fórum	 das	 Entidades	 Nacionais	 dos	 SPFs	
participou	 de	 audiência	 na	 Secretaria-Geral	 da	
Presidência	 da	 República	 com	 objetivo	 de	 dar	
continuidade	ao	processo	de	negociação	salarial	
fundamentado	nos	eixos	da	campanha	uni icada	
2015	dos/as	servidores/as	públicos/as	federais.	
Os/as	 servidores/as	 foram	 recebidos	 por	 José	
Lopez	 Feijóo,	 assessor-especial	 da	 Secretaria-
Geral	da	Presidência	da	República.
A	 audiência	 demonstrou	 a	 disposição	 de	
diá logo	 com	 o	 governo,	 depois	 que	 a	
contraproposta	do	MPOG	,	de	reajuste	salarial	de	
21,3%	 parcelado	 em	 quatro	 anos,	 foi	
amplamente	 rechaçada	 pela	 categoria	 porque	
ignora	as	perdas	acumuladas	(2010-2015)	e	não	
leva	 em	 conta	 a	 in lação	 prevista	 para	 os	
próximos	quatro	anos.
O	crescimento	da	greve	nas	universidades	e	
nas	 escolas	 técnicas	 federais,	 além	 de	 outros	
segmentos	dos/as	SPFs,	fez	com	que	o	governo	
central	avançasse	na	proposta	de	realinhamento	
dos	 benefıć ios,	 mas	 aquém	 do	 desejado	 pelas	
categorias.	 	 Para	 o	 auxı́lio-alimentação	 e	 o	
auxı́lio-saú de,	 sem	 reajuste	 há	 três	 anos,	 o	
governo	propôs	correção	de	22,8%.	O	primeiro	
passaria	a	R$	458	e	o	último	proporcional	por	
faixa	 etária,	 sendo	 o	 mıń imo	 de	 R$	 101	 e	 o	
máximo	de	R$	205.	Já	para	o	auxıĺ io-creche,	desde	
1995	 sem	 correção	 in lacionária,	 o	 acúmulo	
representa	reajuste	de	317%,	variando	de	acordo	
com	 os	 valores	 praticados	 em	 cada	 estado.	
(Andes-SN	e	ADUFMS-Sindicato)
Docentes	e	estudantes	durante	ato	em	defesa	do	serviço	público
Greve	rea irma	compromisso	em
defesa	da	universidade	pública
Passeata	pelo	reajuste	de	27,3%	e	em	defesa	do	serviço	público	federal
																													ADUFMS-Sindicato
movimento	 docente	 nacional	 segue	
Oirme	na	luta	por	reposição	salarial,	
reestruturaçã o	 da	 carreira	 e	 na	
defesa	intransigente	da	universidade	públi-
ca,	gratuita,	laica	e	de	qualidade.	Nesses	mais	
de	 dois	 meses	 de	 movimento	 na	 UFMS,	 o	
Comando	Local	de	Greve	eleito	em	 	assem-
bleia,	 juntamente	 com	 a	 direçã o	 da	
ADUFMS-Sindicato,	tem	realizado	diversas	
ações	 nos	 campi	 de	 Campo	 Grande	 e	 do	
interior	como	forma	de	pressionar	o	governo	
a	 acatar	 as	 reivindicações	 da	 categoria	 e	
sensibilizar	a	sociedade	sobre	a	precarização	
das	instituições	federais	de	ensino	com	os	
ajustes	 iscais	determinados	no	Orçamento	
Federal	2015.
Páginas	3,		4	 12			e	
EM	 UMA	 EXPERIENCIA	 INEDITA,	 as/os	
alunas/os	de	Jornalismo	da	UFMS,	coordena-
dos/as	 pelo	 professor	 Edson	 Silva	 e	 pela	
professora	Katarini	Miguel,	pautam	matérias	
nas	páginas	do	Jornal	ADUFMS	que	atacam	o	
vacilo	da	atual	polıt́ ica	de	expansão	universi-
tária,	com	direitos	elementares	como	creche,	
restaurante	universitário	e	moradia	estudan-
til	violados	Apesar	das	constantes	reivindica-
ções,	a	Reitoria	da	UFMS	não	tem	priorizado	
polıt́ icas	que	facilitem	a	permanência	dos	e	
das	 estudantes	 nos	 cursos	 de	 graduação	 e	
pós-graduação.																		Páginas		5,		6,		7	e		8
Ad	referendum	
sepulta	
democracia	na	UFMS
A	 ADOÇAO	 de	 medidas	 administrativas	
verticalizadas	 promove	 mudanças	 bruscas	
na	vida	universitária	e	tem	sufocado	a	tradi-
ção	democrática	dentro	da	UFMS.	Os	conse-
lhos	superiores	viraram	meros	instrumentos	
de	homologação	das	decisões	da	administra-
ção	sem	qualquer	discussão,	por	exemplo,	o	
Plano	 de	 Atividades	 Docentes	 (Padoc)	 e	 a	
expansão	da	carga	horária.	Para	saber	dos	
cortes	 no	 orçamento	 da	 Universidade,	 a	
comunidade	 teve	 de	 protestar	 em	 frente	 à	
Reitoria.	
Página	9
Sede	de	Três	Lagoas
reinaugurada
depois	da	reforma
DOCENTES,	 estudantes	 e	 técnicos/as	 admi-
nistrativos/as	do	 	Três	Lagoas	(CPTL)	Campus
participaram	 da	 festa	 de	 reinauguração	 da	
sede	da	 	no	Leste	de	MS,	ADUFMS-Sindicato
totalmente	 reformada.	 O	 evento	 marcou	 o	
compromisso	da	atual	direção	da	entidade	de	
fortalecer	o	movimento	sindical	no	interior,	
aumentando	 a	 presença	 e	 a	 proximidade		
com	 os/as	 iliados/as.	 	 A	 solenidade	 virou	
palco	de	manifestação	em	defesa	da	greve	e	
da	universidade.	Foram	momentos	de	intera-
ção	com	um	delicioso	caldo,	acompanhado	de	
boa	música.																																									Página		11
Suplemento	Especial	
com	estudantes	de	
Jornalismo
Gerson	Jara/ADUFMS-Sindicato Gerson	Jara/ADUFMS-SindicatoArnor	Ribeiro/ADUFMS-Sindicato
Foto	reproduzida	do	Facebook	da	ADUFMS-Sindicato
Agosto	é	o	mês	decisivo	nas	negociações	com	o	governo	federal	e	mobilização	em	defesa	dos	direitos	dos/as	trabalhadores/as
Diogo	Gonçalves
2
Jornal
11
Jornal
DE ITORIALD
E X P E D I E N T E
Presidente vice-presidenta secretário-geral primeiro-secretário diretor- inanceiro:	José	Carlos	da	Silva;	 :	Mariuza	Aparecida	Camillo	Guimarães;	 :	Osvaldo	Nunes	Barbosa;	 :	Paulo	Marcos	Esselin;	 :	Marco	Aurélio	
Stefanes;	 :	Moacir	Lacerda;	 :	Antonio	Lino	Rodrigues	de	Sá;	 :	Ronny	Machado	de	Moraes;	diretor- inanceiro	adjunto diretor	de	Divulgação	e	Imprensa diretor	de	Promoções	Sociais,	Culturais	e	Cientí icas diretora	de	
Assuntos	de	Aposentadoria CPAQ	 CPAN	 CPT:	Lucia	Monte	Serrat	Alves	Bueno;	 :	Ana	Paula	Salvador	Werri;	 :	Anamaria	Santana	da	Silva;	 L:	José	Batista	de	Sales.
_Conselho	de	Representantes 		CCBS	-	titular:	Maria	de	Fátima	M.	Cheade,	suplente:	Otávio	Froehlich.	CCHS	-	titular:	Margarita	Victoria	Rodrıǵ uez,	suplente:	João	Jair	Sartorelo.	Facom	-	titular:	Renato	Por irio	
Ishii,	suplente:	Carlos	Alberto	da	Silva.	Fadir	-	titular:	Ynes	da	Silva	Félix,	suplente:	Luciani	Coimbra	de	Carvalho.	Faeng	-	titular:	Jéferson	Meneguin	Ortega,	suplente:	Maria	Helena	da	Silva	Andrade.	Famed	-	
titular:	Aurélio	Ferreira,	suplente:	Izaias	Pereira	da	Costa.	Famez	-	titular:	Valdemir	Alves	de	Oliveira.	Faodo	-	titular:	Danilo	Mathias	Zanello	Guerisoli,	suplente:	Fátima	Heritier	Corvalan.	In i	-	titular:	Widinei	
Alves	Fernandes,	suplente:	Dorotéia	de	Fátima	Bozano.	Inma	-	titular:	Patrıć ia	Sandalo	Pereira,	suplente:	Karina	Miranda	D’Ippólito	Leite.	Inqui	-	titular:	Silvio	César	de	Oliveira.	Aposentados	-	titular:	Celso	
Correia,	suplente:	Carlos	Stief	Neto.	CPAQ	-	titular:	Ana	Paula	Salvador	Werri,	suplente:	Edelberto	Pauli	Júnior.	CPAN	-	titular:	Anamaria	Santana	da	Silva,	suplente:	Fabiano	Antonio	dos	Santos.	CPTL	-	titular:	José	
Batista	de	Sales.		CPBO	-		titular:	Noslin	de	Paula	Almeida,	suplente:	Adriano	Viana	Bednaski.	CPCS	-	titular:	Octávio	Barbosa	Plaster.		CPNA	-	titular:	Gemael	Chaebo.	CPAR	-	titular:	Julio	César	de	Souza,	suplente:	
Elton	Gean	Araújo.	CPPP-	titular:	Amaury	Antônio	de	Castro	Junior,	suplente:	Kleiton	Andre	Schneider.	CPNV	-	titular:	Roseli	Maria	Rosa	de	Almeida,	suplente:	Celia	Regina	de	Carvalho.	
Conselho	Fiscal 		_	 titulares:	Edvaldo	Correa	Sotana,	Alessandro	Gustavo	Souza	Arruda	e	Paulo	Cesar	Duarte	Paes.		Suplentes:	Luiz	Carlos	Batista	e	Ricardo	Pereira	de	Melo.
Editores	responsáveis:	jornalistas	Gerson	Canhete	Jara	MTE-MS	3/1994	e	Arnor	da	Silva	Ribeiro	MTE-MS	18.	Diagramação:	Carlão	Valério.
Gestão Autonomia Sindical - ADUFMS, biênio 2014-2016
O Jornal ADUFMS é uma publicação oficial do Sindicato dos Professores das Universidades Federais Brasileiras dos Municípios
de Campo Grande, Aquidauana, Bonito, Chapadão do Sul, Corumbá, Coxim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e
Três Lagoas, no Estado de Mato Grosso do Sul (adufms.org.br e facebook.com/ADUFMS.Sindicato)
Endereço: avenida Senador Filinto Müller, 559, Vila Ipiranga , CEP: 79080-190,
Campo Grande, Mato Grosso do Sul, fone (67) 3346-1514, fone/fax (67) 3346-1482
E-mails: adufms@adufms.org.br e imprensa@adufms.org.br
Jornal
Avançar	em	defesa	da
educação	superior	pública
Chegamos	a	mais	uma	edição	do	Jornal	ADUFMS	
em	plena	greve	em	defesa	da	universidade	pública,	
gratuita,	 laica	 e	 de	 qualidade.	 	 São	 inegáveis	 os	
avanços	salariais	e	os	aumentos	de	investimentos	na	
universidade	 pú blica	 nos	 ú ltimos	 governos.	
Devemos,	no	entanto,	preservar	o	que	já	consegui-
mos	com	toda	a	determinação	e	avançar	nas	conquis-
tas,	por	meio	de	reajuste	salarial	decente,	melhorias	
nos	benefıć ios	e	da	reestruturação	da	carreira.	Nossa	
remuneração	ainda	é	inferior	a	outras	carreiras	do	
Executivo,	 Legislativo	 e	 do	 Judiciário,	 aquém	 da	
nobre	tarefa	de	formar	pro issionais	graduados/as	e	
pós-graduados/as	 para	 atuar	 no	 mercado,	 nas	
instituições	públicas	e	nas	não-governamentais.	
Nesta	edição,	estamos	prestando	conta	das	ações	
da	ADUFMS-Sindicato	e	do	Comando	Local	de	Greve	
na	condução	de	mais	de	sessenta	dias	de	greve.	Aos	
poucos	 estamos	 rompendo	 com	 a	 cultura	 do	
distanciamento	 da	 direção	 sindical	 em	 relação	 à	
categoria,	cumprindo	os	requisitos	da	Lei	de	Greve	e	
garantindo	 a	 docentes	 informaçõ es	 sobre	 os	
desdobramentos	 do	 movimento	 praticamente	 em	
tempo	 real.	 	 As	 decisões	 são	 democraticamente	
discutidas,	 acordadas	 em	 assembleias	 e	 reuniões,	
rea irmando	 o	 caráter	 de	 independência	 do	 nosso	
movimento.	
Ao	 mesmo	 tempo,	 apoiamos	 e	 cumprimos	
diversas	 atividades	 programadas	 que	 visam	 dar	
visibilidade	 a	 nossa	 luta,	 contestar	 os	 cortes	 de	
verbas	para	a	Educação	e	apontar	as	contradições	da	
polı́tica	 econô mica	 do	 governo	 federal	 numa	
tentativa	 suicida	 de	 promover	 ajustes	 econômicos	
para	 encher	 os	 cofres	 já	 abarrotados	 do	 sistema	
inanceiro	à	custa	do	sacrifıć io	do	Programa	de	Apoio	
a	 Planos	 de	 Reestruturação	 e	 Expansão	 das	
Universidades	 Federais	 (Reuni)	 e	 do	 processo	 de	
precarização	das	nossas	condições	de	trabalho.		
Dentro	do	propósito	de	democratizar	a	ADUFMS-
Sindicato	 e	 fortalecer	 as	 lutas	 unitárias,	 estamos	
integrando	 o	 Fó rum	 dos	 Servidores	 Pú blicos	
Federais.	Simultaneamente	articulamos	a	publicação	
do	 Suplemento	 Especial	 com	 os/as	 alunos/as	 de	
Comunicação	 Social,	 uma	 experiência-laboratório	
inédita,	com	o	monitoramento	de	docentes	do	Curso	
de	Jornalismo	da	UFMS-Campo	Grande.	O	objetivo	é	
dar	vazão	às	pautas	esquecidas	pela	administração	
da	UFMS	e	que	tocam	diretamente	nas	condições	de	
permanência	dos/as	estudantes	e	dos/as	trabalha-
dores/as	na	Universidade.	Esperamos	dar	sequência	
ao	trabalho	nas	próximas	edições.	
Cumprindo	 o	 que	 foi	 assumido	 em	 campanha,	
publicamos	 o	 resumo	 de	 despesas	 e	 receitas	 da	
ADUFMS-Sindicato,	 devidamente	 auditado	 pelo	
Conselho	Fiscal.	A	prestação	de	conta	também	estará	
disponıv́ el	no	site	da	entidade.
Em	 pleno	 andamento	 da	 luta,	 convocamos	
todos/as	 associados/as	 e	 não-associados/as	 a	
participar	do	movimento,	pois	este	mês	de	agosto	é	o	
momento	para	forçar	o	governo	federal	a	apresentar	
contraproposta	decente	para	a	categoria	e	instituir	
negociações	permanentes	em	torno	da	nossa	carreira.	
Nossa	força	nasce	na	luta!	Contamos	com	você!	
Adiretoria	 da	 ADUFMS-Sindicato	 reinau-
gurou	 no	 dia	 20	 de	 julho	 o	 prédio	 da	
entidade	em	Três	Lagoas	com	atividade	de	
arrecadação	de	recurso	para	o	Fundo	de	Greve	
dos/das	 docentes	 da	 UFMS.	 	 De	 acordo	 com	 o	
professor	José	Batista	de	Sales,	da	representação	
do	 Sindicato	 no	 Campus	 Três	 Lagoas	 (CPTL-
UFMS),	foram	investidos	R$	12	mil	na	reforma.	
Entre	os	serviços	realizados	estão	troca	de	piso,	
instalação	de	toldos,	pintura,	reforço	do	muro	e	
eliminação	de	rachaduras.
Mú sicas	 de	 variados	 gê neros,	 ao	 vivo,	
pronunciamentos	 sobre	 as	 greves,	 atuaçã o	
conjunta	 de	 docentes,	 estudantes	 e	 técnicos	
administrativos,	além	de	congraçamento	entre	
esses	 trê s	 segmentos,	 amigos	 e	 parentes,	
marcaram	 a	 reinauguração.	 	 Não	 faltaram	 o	
Boteco	 da	 Greve,	 os	 caldos	 para	 arrecadar	
dinheiro	 de	 custeio	 das	 ações	 do	 movimento	
grevista	 e	 aquele	 bate-papo	 sobre	 assuntos	
diversos,	 incluindo	 o	 movimento	 sindical,	
conjuntura	nacional,	polı́tica,	arte	e	a	situação	
crı́tica	da	UFMS.
A	sede	da	ADUFMS	em	Três	Lagoas	estava	
deteriorada	pela	falta	de	conservação	e	manuten-
ção.	 “Pensar	 no	 futuro.	 Não	 deixar	 chegar	 ao	
ponto	a	que	chegamos”,	asseverou	o	diretor	da	
entidade,	professor	José	Batista	de	Sales.
O	diretor- inanceiro	do	Sindicato,	professor	
Marco	Aurélio	Stefanes,	lembrou	a	dedicação	da	
gestão	da	ADUFMS	em	Três	Lagoas.	“Parabéns	
ao	professor	Sales	pelo	trabalho	de	recupera-
çã o!”	 Stefanes	 acrescentou	 a	 atuaçã o	 do	
movimento	sindical	“em	defesa	da	universida-
de	pública”	e	o	sentido	da	atuação	conjunta	de	
todos	os	setores	da	UFMS.	“Para	nós,	é	impor-
tante	esse	congraçamento.”
A	preocupação	da	atual	gestão	da	ADUFMS	
com	 as	 pessoas	 ligadas	 à	 UFMS	 no	 Leste	 de	
Mato	Grosso	do	Sul	foi	um	dos	aspectos	citados	
pelo	 novo	 diretor	 do	 CPTL,	 professor	 Osmar	
Jesus	Macedo.	“Parabéns	ao	Sindicato	por	esta	
conquista	e	pela	capacidade	de	seus	diretores	
em	manter	um	patrimônio	importante	a	esta	
comunidade.”	
Já	 que	 a	 noite	 era	 de	 caldo	 e,	 entre	 os	
assuntos	das	conversas,	se	destacava	o	movi-
mento	paredista,	a	representante	da	seccional	
do	Sindicato	dos	Trabalhadores	em	Educação	
da	 Fundação	 Universidade	 Federal	 de	 Mato	
Grosso	do	Sul,	no	Estado	de	Mato	Grosso	do	Sul	
(Sista-MS),	Maria	Luiza	Tegon,	fez	uma	analo-
gia	 para	 demonstrar	 as	 atividades	 conjuntas	
que	vêm	sendo	desenvolvidas	pela	comunida-
de	UFMS.	“Engrossando	o	caldo	da	greve,	quero	
conclamar	a	comunidade	acadêmica	do	CPTL,	
urgente!”,	 enfatizou.	 “Estamos	 todos	 juntos	
nessa	 luta”,	 assegurou	 o	 presidente	 da	
ADUFMS-Sindicato,	professor	José	Carlos	da	
Silva.
Sindicato	reinaugura
	sede		em	Três	Lagoas
À	esquerda:	sindicalistas	Marco	Aurélio	e	Ana	Paula.	
À	direita:	professor	José	Antonio	Menoni	(camisa	azul)	
e	o	atual	diretor	do	CPTL,	Osmar	Jesus	
Evento	reuniu	professores/as,	alunos/as,	técnicos/as	administrativos/as,	seus	familiares,	seus/suas	amigos/as
e	serviu	de	espaço	para	manifestação	política	em	defesa	da	greve	e	da	universidade	pública
Arnor Ribeiro/ADUFMS-Sindicato
Fotos:	Arnor	Ribeiro/ADUFMS-Sindicato
Investimento
ampo	Grande	sediou	nos	dias	14	e	15	de	
Cmaio	a	reunião	de	2015	da	Federação	
Nacional	das	Associações	de	Servidores	
Aposentados	 e	 Pensionistas	 das	 Instituições	
Federais	de	Ensino	(Fenafe)	-	o	XVIII	Encontro	
dos	 Dirigentes	 das	 Associaçõ es	 de	
Aposentados	 e	 Pensionistas	 das	 Instituições	
Federais	 de	 Ensino.	 O	 evento	 aconteceu	 no	
auditório	 2	 do	 Complexo	 Multiuso	 (Cidade	
Universitária)	e	no	Hotel	Metropolitan.
Ainda	 nos	 dias	 14	 e	 15	 de	 maio,	 a	
Associação	dos	Aposentados	e	Pensionistas	da	
Universidade	Federal	de	Mato	Grosso	do	Sul	
(AApP)	 fez,	 pela	 primeira	 vez,	 um	 grande	
encontro	de	funcionários/as	aposentados/as	e	
pensionistas	 da	 UFMS	 para	 discutir,	 entre	
outros	 assuntos,	 a	 pauta	 de	 reivindicação	
desses	segmentos.	
Os	eventos	serviram	para	de inir	as	táticas	
de	aprovação	das	pautas	geral	e	especı́ ica	de	
aposentados/as	 e	 pensionistas	 em	 âmbito	
nacional:	atuar	pelo	 im	do	fator	previdenciá-
rio;	defender	o	reajuste	de	pensões	e	aposenta-
dorias	 de	 acordo	 com	 o	 salário	 mı́nimo;	 e	
barrar	mudanças	na	Previdência	que	retroa-
gem	direitos	dos/as	trabalhadores/as,	conti-
das	 na	 Medida	 Provisória	 664/2014,	 cujo	
Projeto	de	Lei	de	Conversão	foi	aprovado	em	
maio	na	Câmara	dos	Deputados	com	uma	série	
de	emendas	parciais	e/ou	totais	e	enviado	ao	
Senado	 Federal	 com	 rejeiçõ es	 de	 outras	
emendas.	No	Senado	o	Projeto	foi	aprovado,	
passando	 a	 ser	 Lei	 13.135,	 sancionada	 pela	
presidenta	Dilma	Rousseff	em	17	de	junho	de	
2015,	com	vetos	parciais.	
Além	da	Assembleia	Geral	da	Fenafe,	com	
debates	sobre	conquistas	e	benefıć ios	e	troca	
de	experiências	entre	associações	de	aposen-
tados/as,	aconteceram	as	palestras	"Saúde	e	
qualidade	de	vida",	proferida	por	Luıś 	Ovando,	
e	 "Vida	 ativa	 na	 aposentadoria",	 com	 a	
Professora	Doutora	Suzi	Rosa	Miziara	Barbosa,	
bem	como	apresentações	culturais.
O	 presidente	 da	 AApP/ufms,	 professor	
Marne	 Pereira	 da	 Silva,	 lembrou	 que	 "todos	
nos	unimos	para	um	bem	comum:	o	aposenta-
do".	 Lamentou	 o	 veto	 presidencial	 da	 presi-
denta	Dilma	à	polıt́ ica	de	reajuste	das	aposen-
tadorias	ao	salário	mıń imo	e	a	aprovação	do	
Projeto	de	Lei	de	Conversão	da	MP	664	pelo	
Congresso	Nacional.	A	Lei	13.135,	na	qual	foi	
transformada	a	MP	664,	introduz	novas	regras,	
protelando	a	pensão	a	dependentes	em	caso	de	
morte	dos/as	segurados/as.	
		
Associação	-	A	AApP/ufms	foi	fundada	em	6	de	
julho	de	1996.	E	uma	entidade	civil	de	personali-
dade	 jurıd́ ica	 sem	 ins	 lucrativos,	 inscrita	 no	
Cadastro	 Nacional	 de	 Pessoa	 Jurıd́ ica	 (CNPJ).	
Seus	objetivos	principais	são	defender	os	interes-
ses	gerais	de	seus/suas	associados/as,	valorizar	
a	capacidade	produtiva,	bem	como	promover	o	
bem-estar,	além	da	união	dos/as	aposentados/as	
e	pensionistas.	A	AApP	reúne	servidores/as	de	
todas	as	categorias	que	encerraram	suas	ativida-
des	no	serviço	ativo	da	UFMS.
Aposentados	promovem	encontro
nacional	em	Campo	Grande
Presidente	da	AApP/ufms,	professor	Marne	Pereira	da	Silva	(1º	à	esquerda),	an itriou	diretores/as	da	Fenafe
Filie-se à
• Assessoria Jurídica
• Convênios mais
vantajosos com a
Unimed e a Uniodonto
• Espaço para reuniões
e festas
• Informação sindical
• Defesa da categoria
e da universidade pública
Campo	Grande	(MS),	agosto	de	2015 Campo	Grande	(MS),	agosto	de	2015
ACS/UFMS
10
Jornal
3
Jornal
ADUFMS	de	contas	abertas
Praticando	o	que	foi	assumido	em	campanha,	apresentamos	o	demonstrativo	de	receitas	
e	despesas	da	ADUFMS-Sindicato,	devidamente	auditado	pelo	Conselho	Fiscal.	
onforme	compromisso	assumido,	a	direção	da	
CADUFMS-Sindicato,	em	assembleia	 	realizada	
em	 Campo	 Grande	 e	 nos	 campi	 	 do	 interior	
impulsionou	a	primeira	reforma	estatutária	da	gestão	
Autonomia	Sindical.	De	forma	democrática,	com	amplo	
processo	 de	 	 participação	 da	 categoria	 desde	 maio,	
concretizamos	as	mudanças		necessárias.		
O	primeiro	objetivo	das	alteraçõ es	foi	garantir	
a	 base	 territorial	 de	 representação	 da	 ADUFMS	
nos	municı́pios	em	 que	a	 UFMS	 tem	 campi.	 Essa	
medida	permitiu	a	obtenção	do	Registro	Sindical	
homologado	 pelo	 Ministé rio	 do	 Trabalho	 e	
Emprego	 (MTE),	 conquistando	 	 reconhecimento	
polı́tico	e	jurı́dico.
Com	as	mudanças,	rati icou-se	o	nome	da	entida-
de:	 Sindicato	 dos	 Professores	 das	 Universidades	
Federais	Brasileiras	dos	Municıṕ ios	de	Campo	Grande,	
Aquidauana,	 Bonito,	 Chapadão	 do	 Sul,	 Corumbá,	
Coxim,	Naviraı,́ 	Nova	Andradina,	Paranaıb́ a,	Ponta	Porã	
e	 Três	 Lagoas,	 no	 Estado	 de	 Mato	 Grosso	 do	 Sul	
(ADUFMS	–	Sindicato).	
Entre	 as	 novidades,	 o	 novo	 estatuto	 permite	 a	
iliação	de	pensionistas	que,	mediante	sindicalização,	
passam	 a	 ter	 direitos	 aos	 serviços	 oferecidos	 pela	
entidade,	 como	 Assessoria	 Jurı́dica,	 convênios	 e	
utilização	 do	 espaço	 fı́sico	 disponibilizado	 pelo	
Sindicato.	
Para	 legitimar	 e	 facilitar	 as	 decisões,	 o	 quórum	
para	deliberações	em	Assembleia	Geral	foi	alterado	de	
20%	 para	 10%,	 democratizando	 a	 participação	 e	
fortalecendo	 a	 representação	 principalmente	 nos	
campi,		onde	a	di iculdade	de	mobilização	é	maior.	
Com	 o	 propósito	 de	 evitar	 alguma	 tentativa	 de	
manipulação	e	resguardar	o	amplo	direito	de	participa-
ção	da	categoria,	as	mudanças	no	Estatuto	do	Sindicato	
só	poderão	ser	realizadas	em	assembleia	para	esse	 im	
especı́ ico.	O		quórum,	nesse	caso,	mudou	de	2/3	para	
3/5,	sendo	vedada	a	discussão	sobre	outros	pontos	de	
pauta.		
Para	 as	 assembleias	 gerais	 convocadas	 por	
requerimento	 à	 diretoria,	 o	 quórum	 icou	 em	 10%,	
facilitando	o	poder	do/a	associado/a,	com	exigência	de	
no	mıń imo	10%	dos/as	 iliados/as	no	caso	de	assem-
bleias	extraordinárias.	Para	fusão,	 iliação	ou		des ilia-
ção	de	entidades	sindicais,	o	quórum	mıń imo	é	de	10%,	
com	exigência	de	3/5	de	votos	favoráveis.	A	consulta	
eletrônica	 foi	 suprimida,	 uma	 forma	 de	 garantir	 a	
participação	e	a	discussão	da	categoria	em	assuntos	
pertinentes	à	entidade	e	ao	movimento	sindical.	 	Em	
caso	de	decisões	sobre	greve,	paralisações,	estado	de	
greve	 e	 outras	 maneiras	 de	 mobilização,	 o	 quórum	
exigido	passa	a	ser	por	maioria	simples.
Para	garantir	maior	representatividade	dos	campi		
do	interior,	compõem	a	diretoria	executiva	dirigentes	
sindicais	 que	 atuam	 nos	 campi	 de	 Aquidauana,	 do	
Pantanal	e	Três	Lagoas.	As	reuniões	da	diretoria	para	
deliberação	poderão	ser	instaladas	com	pelos	menos	
50%	dos	membros.	
Na	 reforma	 do	 Estatuto,	 foram	 alteradas	 as	
atribuições	de	dirigentes	responsáveis	pela	formação	e	
relações	 sindicais	 e	 polı́ticas,	 bem	 como	 dos/das	
diretores/as	da	entidade	nos	campi		de	Aquidauana,	do	
Pantanal	e	Três	Lagoas.		As	eleições	para	representan-
tes	sindicais	acontecerão	de	forma	independente	da	
chapa	 central,	 com	 cada	 unidade	 elegendo	 seu/sua	
representante.	Antes,	recebiam	votos	ou	não	em	todos	
as	unidades.	Já	o	edital	para	eleição	na	entidade	deverá	
ser	publicado	com	a	antecedência	mıń ima	de	sessenta		
dias	e	amplamente	divulgado.	
Estatuto	da	ADUFMS	democratizado	e	atualizado
Mudanças	consolidam	representação	do	Sindicato	na	base	territorial	dos	campi
Campo	Grande	(MS),	agosto	de	2015 Campo	Grande	(MS),	agosto	de	2015
dia	a	dia	da	greve	
Onos	 campi	 da	
U F M S 	 a l é m -
Campo	Grande	tem	sido	de	
muitas	 atividades	 sociais,	
político-sindicais,	 sindicais	
e	 de	 arte,	 entre	 as	 quais	
iniciativas	 conjuntas	 entre	
professoras/es,	 alunas/os,	
técnicas/os	 administrati-
vas/os.	
A	 professora	 Késia	
Caroline	Ramires	Neves,	da	
Comissão	 de	 Mobilização	
do	Campus	de	Ponta	Porã	
(CPPP),	 explica	 que	 nessa	
cidade	 as	 agendas	 de	
eventos	 lincados	 ao	
movimento	 grevista	 são	
planejadas	 semanalmente.	
Lá	 houve	 passeata	 com	
faixas	 e	 cartazes	 nas	 vias	
centrais	 da	 cidade	 e	
panfletagem	nos	semáforos	
no	6	de	agosto,	dia	nacional	
de	 protestos	 pedindo	 que	
as	direções	das	universida-
des	 federais	 Brasil	 afora	
abram	as	contas	e	mostrem	
o	 grau	 de	 contingencia-
mento	de	verbas	em	cada	
setor.
Os	trabalhos	sindical	e	
político-sociocultural	 que	
vêm	 sendo	 desenvolvido	
na	 greve	 deste	 ano	 em	
Corumbá	 por	 professoras,	
professores,	alunas,	alunos,	
técnicas	 administrativas	 e	
técnicos	administrativos	do	
Campus	 do	 Pantanal	
(CPAN)	atestam	a	força	do	
movimento	 para	 além	 da	
Capital	sul-mato-grossense.	
“A	greve	está	na	rua,	além	
de	 acontecer	 de	 forma	
unificada	 com	 docentes,	
estudantes	 e	 técnicos	 ad-
ministrativos	 da	 UFMS	 e	 também	 alunos,	 técnicos	 e	
professores	do	IFMS	[Instituto	Federal	de	Mato	Grosso	do	
Sul]”,	 descreve	 o	 professor	 Ronny	 Machado	 de	 Moraes,	
diretor	da	ADUFMS-Sindicato.	Aulas	públicas,	tereré	da	
greve,	 mesas-redondas,	 conferências	 e	 panfletagens	 nas	
feiras,	 nas	 vias	 (ruas	 e	 avenidas),	 nas	 praças,	 além	 do	
cinegreve,	 exemplificam	 a	 desenvoltura	 da	 comunidade	
CPAN	nesta	greve.
Os	segmentos	do	Campus	de	Aquidauana	(CPAQ),	no	
Oeste	de	Mato	Grosso	do	Sul,	somam-se	a	essas	ações	que	
têm	dado	perenidade	ao	movimento	grevista.	“A	gente	tem	
mantido	 uma	 certa	 constância	 nas	 atividades,	 com	
envolvimento	 da	 comunidade”,	 avalia	 o	 professor	
Edelberto	Pauli	Júnior.	A	agenda	da	greve	em	Aquidauana	
envolve	iniciativas	como	aula	pública,	sarau	e	atos	públicos	
com	panfletagens.
A	comunidade	universitária	dos	campi	meridionais	da	
UFMS	 tem	 contribuído	 de	 forma	 consistente	 para	 o	
fortalecimento	da	greve	iniciada	dia	15	de	junho.	Além	de	
Ponta	Porã,	no	Campus	de	Naviraí	(CPNV),	conforme	a	
Atividades	fortalecem	
campanha	salarial	no	interior
Lagoas,	foi	a	organização	do	Boteco	da	Greve,	no	dia	20	de	
julho,	 pelo	 diretor	 da	 ADUFMS-Sindicato	 no	 CPTL,	
professor	José	Batista	de	Sales,	para	arrecadar	recursos	ao	
Fundo	 de	 Greve.	 A	 presença	 maciça	 de	 técnicos	
administrativos,	 técnicas	 administrativas,	 alunos,	 alunas,	
professores	e	professoras	no	botequim	avaliza	a	consistência	
do	movimento	naquele	campus.			
No	Campus	de	Paranaíba	(CPAR,	extremo	nordeste	de	
Mato	Grosso	do	Sul)	saraus,	reivindicação	de	transporte	para	
a	comunidade	acadêmica	–	a	unidade	fica	longe	do	centro	da	
cidade	–,	cinegreve,	debate,	panfletagem,	entrevistas	ao	vivo	
e	gravadas	à	mídia	eletrônica	local	substanciam	o	rol	de	
atividades	que	estão	sendo	postas	em	prática	nesta	greve,	
conforme	 descreve	 a	 professora	 Renata	 Bellenzani,	 do	
Comando	Local	de	Greve.	
Comando	Local	de	Greve
professora	Roseli	Maria	Rosa	de	Almeida,	do	Comando	
Local	de	Greve,	os	espaços	públicos	urbanos	do	município	
têm	sido	privilegiados	com	saraus,	declamação	de	poesias,	
panfletagens	 e	 diálogo	 com	 as	 e	 os	 naviraienses	 para	
discutir	 a	 greve	 e	 a	 crise	 pela	 qual	 vem	 passando	 a	
educação	nacional.
A	movimentação	da	comunidade	universitária	da	UFMS	
no	Leste	sul-mato-grossense	configura,	cada	vez	mais,	a	nova	
fase	 do	 movimento	 sindical	 de	 trabalhadores	 e	
trabalhadoras	 no	 Campus	 Três	 Lagoas	 (CPTL),	 onde	 o	
Sindicato	 dos	 Trabalhadores	 em	 Educação	 da	 Fundação	
Universidade	Federal	de	Mato	Grosso	do	Sul,	no	Estado	de	
Mato	Grosso	do	Sul	(Sista-MS),	movimento	estudantil,	Seção	
Sindical	do	Andes-SN	na	UFMS	Região	Leste	de	Mato	Grosso	
do	Sul	(ADLeste)	e	a	ADUFMS-Sindicato	se	uniram	em	
defesa	da	universidade	pública	e	no	debate	de	questões	que	
extrapolam	os	limites	da	Universidade,	como	o	combate	à	
redução	da	maioridade	penal.			“A	greve	aqui	continua	forte!”,	
enfatiza	o	presidente	da	ADLeste,	professor	Vitor	Wagner	
Neto	de	Oliveira.	Prova	da	força	do	movimento	em	Três	
Acadêmicos/as	de	Paranaíba	se	solidarizam	com	o	movimento	docente
Corumbá:	pan letagem	e	explicação	sobre	a	greve	
Conversando	com	a	população	de	Naviraí
Agreve	 nacional	 nas	 universidades	 pú blicas	
expõe	as	contradições	e	opções	do	modelo	de	
desenvolvimento	do	ensino	superior	brasilei-
ro,	indicando	que	há	visões	e	projetos	distintos	em	
disputa,	que	se	evidenciam	neste	momento.	Por	isso,	a	
categoria	 não	 aceita	 a	 polıt́ ica	 de	 transferência	 de	
recursos	públicos	para	o	setor	 inanceiro	e	para	as	
empresas	de	educação	superior	privadas.
De	acordo	com	o	Comunicado	24	do	Comando	
Nacional	de	Greve	do	Sindicato	Nacional	dos	Docentes	
das	Instituições	de	Ensino	Superior	(CNG-Andes-SN),	
só	“em	2014,	o	governo	destinou	R$	13,8	bilhões	para	
as	corporações	educacionais,	por	meio	do	Fies	[Fundo	
de	Financiamento	Estudantil]”.	O	negócio	bilionário	
de	transferência	de	recursos	públicos	para	interesses	
privados	virou	mina	de	ouro.	De	acordo	com	entrevis-
ta	 do	 Soció logo	 Wilson	 de	 Almeida,	 na	 revista	
CartaCapital,	 publicada	 em	 19/12/2014,	 o	 “maior	
grupo	educacional	formado	pela	fusão	entre	Kroton	e	
Anhanguera”		tem	40%	de	seu	faturamento	originário	
de	 verbas	 pú blicas,	 principalmente	 do	 Fies	 e	 do	
Programa	 Universidade	para	 Todos	 (Prouni).	 Esses	
dados	 evidenciam	 que	 o	 governo	 federal	 tem	 de	
reavaliar	 a	 polıt́ ica	 de	 inanciamento	 da	 educação	
privada	superior	com	recursos	públicos.	
Mesmo	 com	 a	 expansão	 de	 investimentos	 nos	
ú ltimos	 anos,	 dados	 da	 Diretoria	 de	 Estatı́sticas	
Educacionais	 	 do	 	 Instituto	 Nacional	 de	 Estudos	 e	
Pesquisas	Educacionais	Anıś io	Teixeira	(Deed-Inep),	
de	2013,	apontam	1	137	851		matrıć ulas	nas	institui-
ções	públicas	federais	de	ensino	superior,	enquanto	
que	 nas	 particulares	 chegou-se	 a	 5	373	450.	 A	
exemplo	do	número	de	matriculados/as,	a	diferença	
também	é	colossal	em	relação	ao	número	de	institui-
ções.	Ainda	de	acordo	com	informações	de	2013,	há	
no	Brasil	106	instituições	federais	de	ensino	superior	
públicas.	A	iniciativa	privada	tem	2	090	 universida-
des.	Apesar	do	aumento	de	recursos,	a	área	educacio-
nal	recebe	apenas	3%	do	total	dos	recursos	federais.	E	
o	 setor	 que	 mais	 sofre	 com	 o	 contingenciamento:	
corte	em	torno	de	R$	9	bilhões.	Enquanto	isso,	tem	
continuidade	 a	 polı́tica	 inanceira	 ortodoxa,	 que	
destinou,	só	em	2014,	R$	978	bilhões	a	pagamento	de	
juros	 e	 amortizaçõ es	 da	
dıv́ ida,	 o	 que	 representou	
45,11%	 	 do	 orçamento	
executado	 no	 ano	 –	 veja	
grá ico	 redondo	 acima,	
publicado	 no	 site	 da	
Auditoria	Cidadã	da	Dıv́ ida.	
Uma	sangria	que	bene icia	
o	sistema	 inanceiro	à	custa	
de	sacrifıć io	de	verbas	que	
seriam	para	a	educação,	a	
ciência	e	a	tecnologia.		
A	 distâ ncia	 entre	 o	
discurso	 da	 Pá tria	 Edu-
cadora	 e	 a	 de inição	 de	
prioridades	 na	 destinação	
dos	recursos	do	orçamento	
deve	ser	cobrada	do	gover-
no	 federal.	 As	 medidas	
adotadas	põem	em	risco	o	
compromisso	 de	 cumprir	
as	 metas	 estabelecidas	
pelo	Plano	Nacional	de	Educação	(PNE),	 ixadas	em	
7%	do	Produto	Interno	Bruto	(PIB)	após	cincos	anos	e	
de	 atingir	 10%	 em	 2024,	 visto	 que	 as	 decisões	
apontam	em	outra	direção,	porque	os	R$	9	bilhões	de	
investimentos	 em	 sete	 anos	 (2008	 a	 2014)	 na	
expansão	 das	 universidades	 é	 equivalente	 ao	 valor	
cortado	agora	em	2015	com	respaldo	da	Câmara	dos	
Deputados.
Portanto,	além	da	reestruturação	das	carreiras,	
em	processo	de	desmantelamento	desde	1996,	e	da	
reposição	 salarial	 das	 perdas	 acumuladas	 desde	
2010,	as	entidades	que	lideram	o	movimento	de	greve	
nas	universidades	federais	defendem	fatias	maiores	
do	 orçamento	 federal,	 com	 recursos	 do	 pré-sal	 e	
outras	fontes	de	receita,	às	instituições	federais	de	
ensino	 superior	 e	 tecnológico.	 A	 continuidade	 da	
expansão	do	ensino	superior	público,	sem	compro-
meter	 a	 sua	 qualidade,	 requer	 o	 fortalecimento	 da	
mobilização	da	categoria,	num	momento	crucial	para	
os	 destinos	 e	 caminhos	 da	 educação	 superior	 no	
Brasil.	
Por	isso,	o	movimento	que	hoje	se	desenvolve	é	
essencial	para	o	atendimento	educacional	da	popula-
ção,	sobretudo	os/as	jovens	da	classe	trabalhadora	
que	 nos	 últimos	 anos	 tiveram	 acesso	 à	 educação	
superior	pública,	mas	ainda	carecem	de	investimento	
em	 programas	 de	 permanência.	 Essa	 garantia	 é	
responsabilidade	 de	 todos	 e	 de	 todas	 que	 têm	
compromisso	com	um	paıś 	com	divisão	justa	de	renda	
e	que	privilegia	a	produção	do	conhecimento	como	
estratégia	de	desenvolvimento.
4 9
Jornal
Democracia	sob	sufoco	na	UFMS
Depois	de	quarenta	dias	batendo	às	portas	da	instituição,	Reitoria	disponibiliza	relatório	parcial	de	cortes	na	Universidade
As	atitudes	centralizadoras	da	direção	
da	UFMS	não	param	de	surpreender.	
Apesar	 dos	 reiterados	 pedidos	 da	
ADUFMS-Sindicato	 para	 discussão	 prévia	
de	 pontos	 referentes	 à	 vida	 funcional	 e	
acadêmica	de	docentes	e	técnicos/as	admi-
nistrativos/as,	 o	 centralismo	 permeia	 as	
decisões	de	quem	teria	o	compromisso	de	
garantir	 o	 princıṕ io	 da	 gestão	 colegiada	 e	
democrática	 da	 Universidade	 Federal	 de	
Mato	Grosso	do	Sul.		
Há	quarenta	dias	o	Comando	Local	de	
Greve	e	a	 ADUFMS-Sindicato	cobravam	 a	
apresentação	do	plano	de	ajustes	ao	corte	
orçamentário	 do	 Ministério	 da	 Educação	
(MEC),	com	base	no	cumprimento	da	Lei	da	
Transparência.	 Apesar	 do	 compromisso	
assumido	 com	 a	 categoria,	 a	 medida	 foi	
protelada	dia	após	dia.			
Diante	 do	 descaso,	 o	 Sindicato	 e	 o	
Comando	Local	de	Greve	 izeram	no	dia	6	de	
agosto	 o	 ato	 “Abra	 as	 contas,	 reitora!”.	 A	
atividade	 foi	 proposta	 pelo	 Sindicato	
Nacional	dos	Docentes	das	Instituições	de	
Ensino	 Superior	 (Andes-SN)	 simultanea-
mente	em	mais	de	quarenta	seções	sindicais	
do	paıś 	que	representam	docentes	em	greve.	
Pressionada,	a	Reitoria	publicou	o	relatório	
de	cortes	no	site	da	UFMS.	
Mais	uma	vez	a	velha	fórmula	verticaliza-
da	 ganha	 espaço	 na	 atual	 gestão	 da	 UFMS,	
recheada	de	práticas	há	muito	tempo	supera-
da	 nas	 organizações	 modernas.	 Com	 esse	
procedimento	 nada	 democrático,	 ganham	
espaço	 a	 burocracia,	 a	 demora,	 a	 falta	 de	
criatividade,	a	ine iciência,	pois	esse	modo	de	
administrar	volta-se	exclusivamente	à	autor-
reprodução	 e	 à	 manutenção	 do	 poder	 de	
pequenos	grupos	dentro	da	UFMS.	
Nesse	 modelo,	 autoritá rio,	 perde	
espaço	 a	 gestã o	 horizontalizada,	 mais	
e iciente	e	envolvente,	capaz	de	estimular	o	
potencial	humano	existente	na	Instituição.	
Esvaziadas,	 a	 participação	 e	 as	 decisões	
colegiadas	 efetivas	 podem	 ser	 o	 remédio	
para	garantir	saltos	qualitativos	nas	ativida-
des	de	ensino,	pesquisa	e	extensão,	valori-
zando	a	participação	coletiva	e	estimulando	
processos	de	autogestão.		
Mas,	 ao	 contrário	 dos	 compromissos	
assumidos	 em	 campanha,	 a	 concepção	
centralizadora	 recrudesceu	 na	 UFMS	 nos	
últimos	anos,	com	a	eliminação	dos	departa-
mentos.	O	que	tinha	objetivo	de	encurtar	o	
caminho	 dos	 rituais	 administrativos	 e	
acadêmicos	aumentou	a	distância	da	partici-
pação	dos/das	docentes,	técnicos/as	admi-
nistrativos/as	e	estudantes	em	matérias	de	
relevâ ncia	 para	 a	 nossa	 Universidade,	
esfacelando,	 cada	 vez	 mais,	 o	 seu	 projeto	
pedagógico,	 gerando	 a	 desmotivação	 das	
pessoas	responsáveis	pelo	repasse	e	produ-
ção	de	conhecimento.			
O	 Conselho	 Universitário	 (Coun)	 se	
reúne	 cada	 vez	 menos,	 mesmo	 diante	 da	
grave	crise	provocada	pelos	cortes	de	verbas	
por	parte	do	governo	federal.	Os	problemas	
se	 amontoam	 e	 as	 soluções	 são	 cada	 vez	
mais	monocráticas	com	pacotes-surpresa	e	
decisões	ad	referendum,	que	fazem	retroce-
der	 a	 democracia	 e	 a	 participação,	 sem	
contemplar	até	mesmo	as	entidades	repre-
sentativas	de	classe	ou	suprimindo	a	funda-
mental	discussão	acadêmica	nos	conselhos	
superiores.	
As	tentativas	de	mudança	implementa-
das	são	focadas	em	teses	produtivistas,	com	
o	 propósito	 velado	 de	 punir	 todo	 o	 corpo	
docente,	para	atingir	aqueles/as	que	não	se	
enquadram	 nos	 indicadores	 avaliativos,	
métodos	 ou	 rituais	 administrativos.	 Tudo	
isso	 sem	 analisar	 as	 condições	 oferecidas	
pela	 Instituição,	 com	 docentes	 submeti-
dos/as	a	uma	jornada	estressante	de	traba-
lho,	 sem	 suporte	 técnico-administrativo	 e	
com	desvios	de	 inalidade,	assumindo	cada	
vez	mais	o	papel	burocrático.							
O	 Plano	 de	 Atividades	 Docentes	 (Pa-
doc),	já	em	sua	terceira	versão,	a	expansão	
da	carga	horária	e	agora	o	Código	de	Etica	
são	 exemplos	 de	 sufoco	 à	 democracia	 na	
UFMS,	em	que	o	corpo	docente	clama	por	
participação,	 porque	 são	 os/as	 professo-
res/as	os/as	mais	diretamente	atingidos/as	
nas	mudanças.	
Além	disso,	a	administração	se	distân-
cia	da	docência,	relutando	em	participar	do	
debate	 democrático,	 de	 apresentar	 suas	
argumentações	e	de	construir	processos	sob	
análises	multifacetadas,	capazes	de	resgatar	
o	compromisso	de	todas	e	de	todos	em	torno	
de	 uma	 proposta	 de	 valorização	 dos/as	
docentes	e	técnicos/as	administrativos/as,	
que	devem	ser	vistos/as	como	parceiros/as	
e	não	como	adversários/as	na	construção	de	
uma	universidade	plural,	democrática	e	de	
qualidade,	 fortalecendo	 o	 papel	 social	 da	
UFMS,	objetivo	que	deveria	ser	perseguido	
Protesto	em	frente	à	Reitoria	pede	transparência	administrativa	nas	contas	da	UFMS Com		faixas,	manifestantes		 ndicações	em	grade	do	prédio	da	Reitoriaixam	reivi
Fotos:	Gerson	Jara/ADUFMS-Sindicato
Greve	revela	contradições
das	universidades	públicas
No	grá ico	abaixo,	o	comparativo	de	remuneração	em	carreiras	do	serviço	público	federal.
As/os	docentes	estão	entre	os/as	que	ganham	os	menores	salários	 os(traços	vermelh ).
Marco	Aurélio	critica	falta	de	discussão	sobre	gastos	da	UFMS	nos	conselhos	superiores	da	Instituição
Para	onde	vai	o	
dinheiro	da	União
Docente,	estudantes	e	técnicos	da	UFMS	em	caravana	rumo	a	Brasília
Arnor	Ribeiro/ADUFMS-Sindicato
Expansão	do	ensino	superior	público	com	qualidade	no	Brasil	requer	fortalecimento	da	comunidade	universitária	
Campo	Grande	(MS),	 	de	2015agosto Campo	Grande	(MS),	agosto	de	2015
Arnor	Ribeiro/ADUFMS-Sindicato
Fonte: <http://www8d.senado.gov.br/dwweb/abreDoc.html?docId=92718> (reproduzido do site da Auditoria Cidadã da Dívida,
<http://www.auditoriacidada.org.br/e-por-direitos-auditoria-da-divida-ja-confira-o-grafico-do-orcamento-de-2012/>)
Jornal
•	Adrian	Albuquerque
•	Loraine	Gonçalves	
•	Lucas	Castro
Obolsa	 Permanência,	 pro-
grama	de	auxıĺ io	ao	estu-
dante	 com	 necessidades	
socioeconômicas,	 não	 teve	 seu	
edital	aberto	na	UFMS	(Universi-
dade	Federal	de	Mato	Grosso	do	
Sul)	 até	 agora.	 As	 causas	 e	 cir-
cunstâ ncias	 disso	 ainda	 nã o	
foram	 oficialmente	 esclarecidas,	
causando	 desconforto	 e	 dificul-
dades	 financeiras	 aos	 acadêmi-
cos.	
Com	 a	 implementação	 do	
Sisu	(Sistema	de	Seleção	Unifica-
da),	programa	do	MEC	(Ministé-
rio	da	Educação)	que	oferece	ao	
aluno	 a	 possibilidade	 de	 entrar	
para	 a	 universidade	 a	 partir	 do	
Enem	(Exame	Nacional	do	Ensino	
Médio),	o	número	de	ofertas	em	
instituições	 públicas	 de	 ensino	
superior	 cresceu	 consideravel-
mente.	 Somente	 no	 primeiro	
semestre	 deste	 ano,	 205	 514	
vagas	foram	disponibilizadas	em	
5	631	cursos	de	128	instituições	
pú blicas	 de	 ensino	 superior,	
segundo	levantamento	do	MEC.	O	
Sistema	 fornece	 a	 possibilidade	
de	escolher	mais	de	uma	opção	de	curso,	garan-
tindo	o	direito	à	lista	de	espera,	caso	o	candidato	
não	seja	aprovado	em	primeira	chamada.	
Assim,	com	facilidade	em	poder	optar	por	
vagas	em	qualquer	lugar	do	Brasil,	com	apenas	
alguns	cliques,	grande	parte	dos	alunos	que	ini-
ciam	 a	 vida	 acadêmica	 são	 provenientes	 de	
outros	estados	e/ou	cidades	e,	para	que	se	consi-
gam	manter	durante	todo	o	perıó do	de	estudos,	
é	primordial	que	haja	meios	que	os	auxiliem	e	
colaborem	com	a	permanência	dentro	da	univer-
sidade.	
O	auxıĺ io,	no	valor	de	R$	400,00,	é	voltado	
para	alunos	que	tenham	renda	familiar	per	capi-
ta	de	até	um	salário	mıń imo	e	meio	e	que	estejam	
matriculados	em	cursos	de	graduação	com	carga	
horária	média	superior	ou	igual	a	cinco	horas	
diárias.	 Segundo	 a	 coordenadora	 de	 Assuntos	
Estudantis	da	Preae	(Pró-Reitoria	de	Extensão,	
Cultura	e	Assuntos	Estudantis),	Waneide	Ferrei-
ra,	no	ano	passado	foram	atendidos	1,5	mil	estu-
dantes	de	todos	os	 	da	UFMS.	Esses	alunos	campi
tiveram	a	bolsa	renovada	em	2015	sendo	neces-
sário	cumprir	12	horas	semanais	em	projeto	de	
ensino,	pesquisa	ou	extensão.	
Acesso	não	garante	permanência	-	Sem	a	bol-
sa-permanência,	 muitos	 alunos	 encontraram	
dificuldades	financeiras	para	se	manter	na	cida-
de	e	alguns	tiveram	até	que	contar	com	ajuda	de	
amigos	 para	 conseguir	 driblar	 tais	 condições.	
“Foi	bem	difıć il,	já	que	fui	para	a	UFMS	contando	
que	receberia	o	auxıĺ io.	Cheguei	em	Campo	Gran-
de	para	ficar	numa	república	e	tive	que	sair,	já	
que	o	auxıĺ io	não	chegou.	Por	diversas	vezes	pen-
sei	em	desistir,	já	que	a	grana	ficava	bem	aperta-
da”,	afirma	Matheus	Souza,	acadêmico	de	Histó-
ria,	que	teve	que	mudar	de	apartamento	devido	
aos	problemas	financeiros	encontrados.	
O	não-oferecimento	do	auxıĺ io	pela	institui-
ção	colabora	para	o	aumento	da	evasão	dos	estu-
dantes	do	ensino	superior,	fazendo	com	que	o	
objetivo	de	se	reduzir	essa	taxa	
não	 seja	 alcançado.	 “Eu	 achei	
melhor,	 a	 partir	 disso	 [do	 não-
lançamento	 do	 edital],	 voltar	
para	 casa	 porque	 é	 a	 decisão	
mais	madura	a	se	tomar,	mesmo	
a	 universidade	 federal	 sendo	
muito	melhor	e	tal.	O	preço	que	
estava	pagando	para	me	manter	
aqui	no	estado	era	o	mesmo	que	
eu	pagaria	para	fazer	uma	facul-
dade	 aqui	 em	 casa	 (na	 minha	
cidade).	Entende?”,	relata	Jéssica	
Etienne,	ex-acadêmica	de	Turis-
mo,	 que	 optou	 por	 desistir	 da	
vaga	por	não	ter	mais	condições	
financeiras.	
Entretanto,	para	a	coordena-
dora	de	Assuntos	Estudantis	da	
Preae,	 Waneide	 Ferreira,	 a	 taxa	
de	evasão	de	estudantes	é	multi-
fatorial.	 “O	 motivo	 socioeconô-
mico	é	um	dos	fatores.	Uma	coisa	
bastante	surpreendente	é	que	no	
acompanhamento	desses	alunos	
nós	 temos	 identificado	 –	 ainda	
não	 temos	 fechadas	 essas	 pes-
quisas	–	que	o	fator	socioeconô-
mico	é	o	que	menos	causa	eva-
são.”		
Mesmo	 que	 os	 dados	 não	
indiquem	com	clareza	os	princi-
pais	motivos	da	desistência	dos	
alunos,	há	a	certeza	de	que	a	ausência	de	ações	
que	visem	ajudar	os	estudantes	vem	atrapalhan-
do	a	vida	de	muitos	deles.	
A	carência	de	explicações	por	falta	de	res-
ponsáveis	 pelo	 lançamento	 do	 edital	 também	
gerou	muito	desconforto,	uma	vez	que	não	foi	
oficialmente	 informado	 aos	 alunos	 se	 houve	
corte	da	ação	ou	se	ela	apenas	foi	prorrogada.	
Segundo	 Waneide	 Ferreira,	 o	 não-lançamento	
do	edital	foi	proveniente	da	incerteza	em	relação	
aos	recursos	do	Plano	Nacional	de	Assistência	
Estudantil	 (Pnaes)	 –	 se	 seriam	 garantidos	 na	
ıń tegra	ou	não	–,	para	que	houvesse	comprome-
timento	de	investimento	e	a	consequente	aber-
tura	do	edital.
Enquanto	 não	 há	 posicionamento	 oficial	
sobre	o	assunto,	os	alunos,	os	mais	prejudica-
dos,	esperam	com	ansiedade	uma	resposta	da	
Universidade	para	saber	se	poderão	continuar	
estudando.	
Tô	na	UFMS!
E	a	sobrevivência?
Campo	Grande	(MS),	agosto	de	2015
Jornal
Má	digestão
Acadêmicos	da	UFMS	enfrentam	di iculdades	devido	ao	corte	de	assistência	estudantil
8
Jornal
Campo	Grande	(MS),	agosto	de	2015
Ingresso	amplo,	
permanência	mínima
Especial
EXPEDIENTE
Suplemento	Especial	(páginas	5,	6,	7	e	8)	
produzido	por	alunos	e	alunas	do	Curso	de	
Jornalismo	 da	 Universidade	 Federal	 de	
Mato	 Grosso	 do	 Sul	 sob	 a	 orientação	 do	
professor	Edson	Silva	(MTE-MS	091)	e	da	
professora	 Katarini	 Miguel	 (MTE-SP	
41963).
Usuários	do	RU-UFMS	queixam-se	de	longas	 ilas,	falta	de	espaço	e	de	opção	de	jantar
Restaurante	Universitário	lotado	mostra	a	necessidade	de	mais	espaço	e	conforto	para	os	comensais	
Gerson	Jara/ADUFMS-Sindicato
Foi	bem	di ícil,	já	que	
fui	para	a	UFMS	contando	
que	receberia	o	auxílio.	
Cheguei	em	Campo	Grande	
para	 icar	numa	república	e	
tive	que	sair,	já	que	o	auxílio	
não	chegou.	Por	diversas	
vezes	pensei	em	desistir,	já	
que	a	grana	 icava	bem	
apertada
”	(Matheus	Souza)
Loraine	Gonçalves/AF-UFMS
•	Alessandra	Marimon
•	Guilherme	Pimentel
s	extensas	filas,	a	demora	no	atendimento,	
Ao	local	apertado	e	a	falta	de	uma	refeição	
noturna	são	as	principais	reclamações	de	
usuários	 do	 RU	 (Restaurante	 Universitário)	 da	
UFMS	(Universidade	Federal	de	Mato	Grosso	do	
Sul)	Campus	de	Campo	Grande.	Inicialmente	pro-
jetado	para	atender	400	pessoas	sentadas,	o	pico	
diário	já	chega	a	aproximadamente	1,6	mil,	entre	
alunos,	 professores,	 técnicos	 administrativos,	
funcionários	e	visitantes.	Além	disso,	a	promessa	
de	um	RU	noturno	não	foi	cumprida	por	falta	de	
verbas	e	o	projeto	de	ampliação	do	espaço	não	sai	
do	papel.
Com	quase	oito	mil	estudantes	no	Campus,	
o	restaurante	não	consegue	atender	à	alta	deman-
da	 e	 precisa	 ser	 urgentemente	 ampliado,	 como	
aponta	o	estudante	de	Economia	Renan	Araújo,	
22.	“Já	almocei	às	11h,	ao	meio-dia	e	perto	das	
13h,	e	as	filas	estão	sempre	para	lá	do	prédio	do	
RU,	no	sol	e	muito	demoradas.”	Para	ele,	é	necessá-
ria	a	noção	coletiva	de	comer	e	sair	para	não	faltar	
espaço.
De	acordo	com	o	pró-reitor	da	Preae	(Pró-
Reitoria	de	Extensão,	Cultura	e	Assuntos	Estudan-
tis),	Valdir	Souza	Ferreira,	existe	projeto	de	ampli-
ação	do	RU	em	andamento.	“Sabemos	que	há	a	
necessidade	de	ampliar	o	local	e	oferecer	melho-
res	condições.	Agora	estão	discutindo	a	parte	elé-
trica	e	hidráulica	do	projeto.	Vamos	ver	as	plani-
lhas	e	simular	os	valores	e	assim	que	estiverem	
todas	as	plantas	prontas,	encaminhamos	para	a	
mão	da	reitora	para	fazer	a	solicitação	junto	ao	
MEC	[Ministério	da	Educação]."
A	falta	de	RU	noturno	dificulta	a	permanên-
cia	 de	 estudantes,	 principalmente	 aqueles	 que	
estudam	nesse	perıó do.	Renan	conta	que	fica	na	
UFMS	até	às	23h	e	enfrenta	o	problema.	“E	difıć il	
cumprir	atividades	complementares	do	meu	cur-
so,	participar	de	campeonatos	e	projetos	de	pes-
quisa,	pois	eu	fico	aqui	até	tarde	lanchando	um	
salgado	e	isso	faz	com	que	eu	gaste	um	dinheiro	
que	não	tenho.”	
No	 ano	 passado,	 os/as	 alunos/as	 do	 DCE	
(Diretório	Central	das	e	dos	Estudantes)	reivindi-
caram	o	RU	noturno,	que	pela	previsão	da	Preae	
começaria	a	funcionar	ainda	este	ano.	No	entanto,	
por	falta	de	verbas	do	Pnaes	(Plano	Nacional	de	
Assistência	 Estudantil),	 o	 jantar	 não	 será	 mais	
oferecido.	“Terıá mos	que	investir	toda	a	verba	do	
Pnaes	e	não	seria	interessante	inserir	essa	verba	
de	 assistência	 só	 em	 alimentação.	 Então,	 por	
enquanto,	não	está	garantido”,	diz	Valdir	Ferreira.	
Mas	o	pró-reitor	lembra	que	o	restaurante	à	noite	
ainda	está	dentro	das	novas	ações	de	assistência	
da	Preae.	Ele	afirma	que	30%	dos	usuários	que	
almoçam	no	prédio	jantariam	no	RU	se	a	opção	
estivesse	disponıv́ el.	Das	54	graduações	ofereci-
das	pela	UFMS	em	Campo	Grande,	22	têm	aulas	
durante	a	noite.
Preço	atual		-	A	Preae	assegura	ainda	que	não	
haverá	alterações	nos	custos	do	RU	e,	portanto,	o	
atual	 preço	 da	 refeição	 para	 os	 alunos	 está	
garantido.		Depois	de	reivindicações	feitas	pela	
antiga	gestão	do	DCE	em	2013,	o	almoço	passou	
a	custar	R$	2,50.	Funcionários,	acadêmicos	de	
mestrado	 e	 doutorado	 e	 visitantes	 pagam				
R$	7,60	por	almoço.	
A	estudante	Eva	Cruz,	21,	afirma	que	o	cor-
reto	seria	subsidiar	o	valor	integral	e	estender	o	
benefıć io.	“Não	adianta	dar	acesso	ao	acadêmico	e	
não	dar	condições	mıń imas	para	o	aluno	perma-
necer.	Quem	vem	de	fora	já	paga	um	valor	absurdo	
de	aluguel	próximo	à	universidade	e	ainda	tem	
que	gastar	para	se	alimentar?	Quem	é	que	produz	
com	estômago	vazio?”
Tô	na	UFMS!
E	a	sobrevivência?
Creche,	já!
	
Creche,	já!
	
Páginas	6	e	7
	
Página	8
	
Especial
Além	da	insu iciência	de	bolsa-permanência,	a	falta	de	moradia	aumenta	evasão	na	UFMS
•	Caroline	Carvalho
•	Stefanny	Veiga
As	mães	e	os	pais	reclamam	que	a	UFMS	
nem	ao	menos	oferece	estrutura	adequa-
da	para	as	crianças.	“A	minha	filha	passa-
va	dificuldades	[de	não	ter	creche],	chorava.	As	
vezes	ela	precisava	descansar,	não	tinha	um	col-
chão,	um	lugar	adequado	pra	ela	descansar.	Mui-
tas	vezes	eu	dei	banho	na	minha	filha	na	torneira	
do	banheiro.	Muitas	 vezes	não	tinha	um	lugar	
pra	 esquentar	 uma	 mamadeira.	 Não	 tinha	 um	
lugar	pra	preparar	uma	papinha”,	conta	Rosele-
ne	de	Souza,	acadêmica	de	História,	sobre	a	sua	
filha	Vitória,	hoje	com	sete	anos,	que	a	acompa-
nhava	nas	aulas	de	sua	primeira	graduação,	em	
Educação	Fı́sica.
A	 creche	 já	 é	 realidade	 em	 instituições	
públicas	de	ensino	superior	como	as	universida-
des	federais	de	Santa	Maria	(UFSM),	de	Pernam-
buco	(UFPE)	e,	em	Mato	Grosso	do	Sul,	da	Grande	
Dourados	(UFGD).	A	primeira	a	ser	fundada	no	
Brasil	foi	a	Creche	Francesca	Zacaro	Faraco	da	
Universidade	 Federal	 do	 Rio	 Grande	 do	 Sul	
(UFRGS),	em	1972.		Fundamental	para	o	desen-
volvimento	saudável	da	criança,	a	creche	seria	
um	ganho	a	toda	a	comunidade	da	UFMS.	Pais	e	
mães	poderiam	ter	a	permanência	na	universi-
dade	facilitada	e	a	possibilidade	de	deixar	os/as	
filhos/as	em	ambiente	próximo,	seguro.	Toda	a	
comunidade	acadêmica	seria	beneficiada,	aten-
dendo	os	cursos	de	Pedagogia,	Psicologia,	Nutri-
ção	e	Educação	Fı́sica,	entre	outros.		Na	unidade	
poderiam	ser	desenvolvidos	projetos	de	pesqui-
sa,	extensão	e	estágios.
Direitos	da	criança	como	foco	principal	 A		-	
história	da	creche	esteve	muito	ligada	ao	direito	
da	 mulher	 trabalhadora,	 pois	 decorreu	 do	
aumento	de	sua	inserção	no	mercado	de	traba-
lho	 e	 consequente	 necessidade	 de	 local	 onde	
pudesse	 deixar	 os/as	 seus/suas	 filhos/as.	
Porém,	a	partir	da	Constituição	Federal	de	1988	
e	do	Estatuto	da	Criança	 e	do	Adolescente,	de	
1990,	a	creche	passou	a	ser	vista	como	direito	da	
criança.	
Segundo	o	artigo	3º	do	ECA,	“a	criança	e	o	
adolescente	gozam	de	todos	os	direitos	funda-
mentais	 inerentes	 à	 pessoa	 humana”.	 Sendo	
assim,	 a	criança	 e	o	adolescente	passam	 a	ser	
reconhecidos	como	sujeitos	de	direitos	e	não	só	
meros	“objetos”	da	intervenção	estatal.	O	artigo	
12	da	Convenção	sobre	os	Direitos	da	Criança,	da	
Organização	 das	 Nações	 Unidas	 (ONU),	 prevê	
que	 a	 criança	 deve	 ser	 ouvida	 sobre	 todos	 os	
assuntos	 relacionados	 a	 ela,	 levando-se	 em	
conta	sua	maturidade	e	capacidade	para	formu-
lar	seus	próprios	juı́zos.	
Para	Adriana	Lemoz,	acadêmica	de	Letras	e	
mãe	de	Júlia,	de	três	anos	e	quatro	meses,	a	cre-
che	deve	estimular	o	desenvolvimento	da	crian-
ça.	 “Eu	 e	 meu	 ex-marido	 somos	 professores,	
então	a	Júlia	aprendeu	a	segurar	o	lápis	muito	
mais	cedo.	Notei	que	na	escola	particular	eles,	
infelizmente,	limitaram	a	Júlia,	sabe?!	Disseram:	
‘Ah,	não!	Lá	ela	não	precisa	segurar	o	lápis	muito	
pequena,	 porque	ela	não	sabe’.	Mas	a	gente	já	
tava	estimulando	ela	em	casa.”		
A	estudante	acredita	que	se	deve	respeitar	
o	 pró prio	 ritmo	 de	 aprendizado	 dos/as	
ilhos/as.	“Eu	sou	contra	formar	pequenos	seres	
inteligentes.	Não	precisa	disso,	entendeu?		Tudo	
no	 tempo	 dela,	 no	 ritmo	 dela.	 Eu	 mesma	 não	
forço	nada.”	
Segundo	a	Constituição	Federal,	o	direito	à	
creche	é	assegurado	a	crianças	de	zero	 a	 seis	
anos.	 Porém,	 muitos/as	 estudantes,	 professo-
r e s / a s , 	 f u n c i o n á r i o s / a s 	 t é c n i c o -
administrativos/as,	 entre	 outros/as,	 tê m	
ilhos/as	acima	dessa	idade,	necessitando	de	um	
programa	que	os/as	atenda.	E	o	caso	de	Flávia	
Paulina	Rodrigues	de	Mazzi,	acadêmica	de	Filo-
so ia,	que	muitas	vezes,	além	de	trazer	So ia	às	
aulas,	de	um	ano	e	sete	meses,	precisa	trazer	Isis,	
de	11	anos.	“Não	tem	que	ser	só	um	berçário,	ela	
[creche]	teria	que	abranger	as	crianças	até	uma	
faixa	etária,	dos	14,	15	anos,	uma	sala	de	recrea-
ção,	 atividades	 voltadas	 pra	 essas	 crianças”,	
aponta	 Flávia.	 Nesse	 caso,	 a	 demanda	 é	 mais	
ampla	e	vislumbra	a	necessidade	da	criação	de	
outras	unidades	de	educação	e	lazer	infantil	vol-
tadas	a	esse	público,	e	não	só	a	creche.
As	di iculdades	de	permanência	-	Muitas	são	
as	 di iculdades	 para	 pais,	 mães	 ou	 outros/as	
responsáveis	conciliarem	os	estudos	e	trabalho	
com	a	criação	das	crianças.	Para	o	professor	do	
curso	de	Filoso ia	André	Rocha,	é	impossıv́ el.	Ele	
só	não	teve	problemas	em	continuar	o	trabalho	
porque	sua	esposa	Graziela	dos	Santos,	acadêmi-
ca	de	Biologia,	trancou	o	curso	e	assim	conseguiu	
se	dedicar	ao	 ilho	deles,	Benı́cio,	de	um	mês	e	
meio.	“A	primeira	e	maior	di iculdade	para	o	estu-
dante	que	tem	 ilho	e	deseja	continuar	sua	jorna-
da	acadêmica	é	referente	ao	óbvio	afastamento	
das	atividades	universitárias,	visto	que	não	há	
nenhuma	chance	de	conciliação	entre	os	estudos	
e	a	nova	vida	familiar.”
Darlan	de	Araújo,	funcionário	da	lanchone-
te	Paraquedas,	e	Patrı́cia	não	conseguem	matri-
cular	a	 ilha	de	quatro	meses	em	nenhuma	cre-
che.	Alegam	que	as	unidades	são	muito	longe	ou	
caras	e	que	precisam	trazê-la	para	a	UFMS.	“Tem	
que	trazer	junto,	não	tem	jeito!	Ela	 ica	um	perı́o-
do	aqui	comigo.	Por	enquanto	ela	tava	 icando	
com	a	minha	mãe.	Só	que	agora	minha	mãe	tá	
indo	 pra	Rio	 Verde.	 Vai	 ter	 que	 achar	 alguém,	
colocar	 em	 algum	 lugar.	 O	 mais	 perto	 que	 eu	
encontrei	 aqui	 foi	 o	 ABC,	 só	 que	 o	 valor	 ali	 é	
absurdo,	que	eles	cobram	ali.	Cobram	700	reais	
[por	mês]	pra	cuidar	de	uma	criança	no	perı́odo	
de	seis	horas.”	
Gabriela	Zaleski,	estudante	de	Jornalismo	e	
mãe	de	Isis,	de	11	meses,	completa	que	a	creche	é	
de	interesse	de	todos	da	comunidade	universitá-
ria.	“E	um	bem	que	não	vai	favorecer	somente	as	
mães,	mas	toda	a	comunidade	acadêmica,	por-
que	 as	 mães	 vão	 poder	 continuar	 a	 trabalhar	
aqui,	 poderão	 continuar	 a	 pesquisa,	 a	 ciência	
aqui	na	universidade,	concluir	as	suas	gradua-
ções.	En im,	é	um	direito	nosso	e	nossa	luta	con-
tinua!”													
Direito	a	creche
E	a	prioridade	absoluta?	Como	 ica?
O	Estatuto	da	Criança	e	do	Adolescente	(ECA)	completou	25	anos	no	dia	13	de	julho,	mas	a	Universidade	Federal	de	Mato	Grosso	do	Sul	(UFMS)	ainda	não	reconhece	os	
direitos	humanos	fundamentais	previstos	na	Lei	8.069,	de	13	de	julho	de	1990.	No	artigo	4º,	a	8.069	(ECA)	determina	que	“é	dever	da	família,	da	comunidade,	da	
sociedade	em	geral	e	do	poder	público	assegurar,	com	absoluta	prioridade”,	os	direitos	da	criança.	A	Instituição,	por	exemplo,	não	oferece	creche.	São	 ilhos	e	 ilhas	de	
estudantes,	professores,	professoras,	técnicos	administrativos,	técnicas	administrativas,	prestadores/as	de	serviços,	além	de	outros	trabalhadores	e	trabalhadoras	que	
atuam	nos	campi	como	funcionários/as	de	bancos,	lanchonetes,	entre	outros,	que	têm	seus	direitos	violados
Pensando	nos	problemas	da	ausência	de	creche	na	UFMS,	acadêmicas	estão	se	reunindo	
para	formar	o	Comitê	Pró-Creche.	Num	primeiro	momento,	foi	discutida	a	necessidade	do	
conhecimento	sobre	o	que	a	legislação	diz	sobre	o	tema,	acompanhada	de	levantamento	sobre	
quantas	crianças	na	Universidade	precisam	de	creche,	exemplos	de	unidades	federais	que	
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Jornal agosto2015

  • 1. Omovimento na UFMS ganhou força nesses mais dois meses de greve. Desde a decretação do estado de greve, no dia 26 de maio, o processo participativo das e dos docentes foi crescente, com atuação expressiva no dia 10 de junho na decisão de aderir à greve, que começou dia 15 de junho. Toda a construção do movimento neste perıó do tem ocorrido de forma democrática, com ampla divulgação das assembleias semanais e discussões intensas conduzidas pelo Comando Local de Greve, aberto à participação de todas e de todos, de forma voluntária. Os nomes das e dos integrantes do Comando foram homologados em Assembleia Geral e as reuniões vêm acontecendo semanalmente. Simul- taneamente, a direção da ADUFMS-Sindicato visita os campi, respaldando a categoria por meio de assessoria jurıd́ ica, convênio médico, odonto- lógico e promoção de eventos de integração. Na greve 2015, a categoria vem desenvolven- do agenda positiva, alicerçada na discussão em torno da defesa da universidade pública e gratui- ta, reposição salarial, reestruturação da carreira, Previdência, inanciamento do Estado, qualidade de ensino, pesquisa e extensão, expansão, assis- tência estudantil, condições de trabalho e defesa da paridade salarial entre ativos e aposentados. Com a diretoria desenvolvendo uma nova prática sindical, baseada na discussão e na participação coletiva, a greve da UFMS atingiu 100% dos/as docentes, causando a suspensão do semestre e in luenciando o movimento em outras universidades. Em cima de propostas de inidas aconteceram diversas mobilizaçõ es, com a realização de assembleias gerais todas as quartas-feiras, ato conjunto com técnicas/os administrativas/os e alunas/os, passeata com as demais categorias do serviço público federal, em Campo Grande, o 1º Encontro do Fórum Permanente de Discussão dos Problemas da UFMS, com o tema “A democracia na UFMS”, aulas pú blicas sobre temas como “Plano Nacional de Educação: origem, desenvolvimento e avaliação”, “A crise econômica mundial e a Previdência Social: mitos e verdades”, “A precarização do trabalho docente nas universidades federais brasileiras” e “O retorno do pensamento perdido: a dualidade atual da economia polı́tica brasileira”. Mais aulas pú blicas estão acontecendo em agosto. Houve também a organização de cinegreve, saraus na ADUFMS-Sindicato e na esplanada ferroviária, na Capital sul-mato-grossense, com apoio de grupos de teatro, dançarinas/os, músi- cos de diversos estilos e movimentos culturais. A ação voluntária fortaleceu e legitimou a greve perante a sociedade. Campo Grande (MS), agosto de 2015 – Edição n. 004 Jornal Sindicato dos Professores das Universidades Federais Brasileiras dos Municípios de Campo Grande, Aquidauana, Bonito, Chapadão do Sul, Corumbá, Coxim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas, no Estado de Mato Grosso do Sul adufms.org.br facebook.com/ADUFMS.Sindicato 12 Jornal Campo Grande (MS), de 2015agosto Greve movimenta UFMS em todos os campi Protesto em Brasília reúne milhares de pessoas em defesa do serviço público ADUFMS se faz presente nas passeatas em frente ao MEC e MPOG, em Brasília M ais de seis mil manifestantes de diversas categorias do funcionalismo público e estudantes participaram no dia 22 de julho da Marcha dos Servidores Públicos Federais (SPFs) em Brasıĺ ia (DF). A atividade deliberada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos SPFs contou com a atuação de caravana integrada por professoras, professores, alunas, alunos, técnicas administrativas e técnicos administrativos. As/os representantes dos trê s segmentos da UFMS també m participaram da primeira mobilização no Distrito Federal, ocorrida no dia 7 de julho, em frente ao Ministério da Educação (MEC). O intuito das atividades foi cobrar uma contraproposta adequada do MEC e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), além de protestar contra o corte de verbas para a Educação e demonstrar ao governo federal a insatisfação com a atual polıt́ ica econômica que, contrariando os compromissos assumidos em campanha, direciona parte expressiva do Orçamento da União de 2015 para o pagamento dos serviços da dıv́ ida pública (47%). De fato, o valor escorchante dessa dıv́ ida já deveria ser objeto de auditoria pelos órgãos responsáveis por iscalizar o cumprimento das leis e da Constituição Federal. No ato de 22 de julho, servidores/as, advindos/as de diversos estados do paı́s percorreram a Esplanada dos Ministérios em direçã o ao Palá cio do Planalto. Exigiram audiência, pedindo que a Secretaria-Geral da Presidência da República inter ira no intuito de avançar o processo de negociação entre os/as servidores/as e a Secretaria de Relações de Trabalho no Serviço Público, do MPOG. Após a marcha, uma comissão representativa do Fórum das Entidades Nacionais dos SPFs participou de audiência na Secretaria-Geral da Presidência da República com objetivo de dar continuidade ao processo de negociação salarial fundamentado nos eixos da campanha uni icada 2015 dos/as servidores/as públicos/as federais. Os/as servidores/as foram recebidos por José Lopez Feijóo, assessor-especial da Secretaria- Geral da Presidência da República. A audiência demonstrou a disposição de diá logo com o governo, depois que a contraproposta do MPOG , de reajuste salarial de 21,3% parcelado em quatro anos, foi amplamente rechaçada pela categoria porque ignora as perdas acumuladas (2010-2015) e não leva em conta a in lação prevista para os próximos quatro anos. O crescimento da greve nas universidades e nas escolas técnicas federais, além de outros segmentos dos/as SPFs, fez com que o governo central avançasse na proposta de realinhamento dos benefıć ios, mas aquém do desejado pelas categorias. Para o auxı́lio-alimentação e o auxı́lio-saú de, sem reajuste há três anos, o governo propôs correção de 22,8%. O primeiro passaria a R$ 458 e o último proporcional por faixa etária, sendo o mıń imo de R$ 101 e o máximo de R$ 205. Já para o auxıĺ io-creche, desde 1995 sem correção in lacionária, o acúmulo representa reajuste de 317%, variando de acordo com os valores praticados em cada estado. (Andes-SN e ADUFMS-Sindicato) Docentes e estudantes durante ato em defesa do serviço público Greve rea irma compromisso em defesa da universidade pública Passeata pelo reajuste de 27,3% e em defesa do serviço público federal ADUFMS-Sindicato movimento docente nacional segue Oirme na luta por reposição salarial, reestruturaçã o da carreira e na defesa intransigente da universidade públi- ca, gratuita, laica e de qualidade. Nesses mais de dois meses de movimento na UFMS, o Comando Local de Greve eleito em assem- bleia, juntamente com a direçã o da ADUFMS-Sindicato, tem realizado diversas ações nos campi de Campo Grande e do interior como forma de pressionar o governo a acatar as reivindicações da categoria e sensibilizar a sociedade sobre a precarização das instituições federais de ensino com os ajustes iscais determinados no Orçamento Federal 2015. Páginas 3, 4 12 e EM UMA EXPERIENCIA INEDITA, as/os alunas/os de Jornalismo da UFMS, coordena- dos/as pelo professor Edson Silva e pela professora Katarini Miguel, pautam matérias nas páginas do Jornal ADUFMS que atacam o vacilo da atual polıt́ ica de expansão universi- tária, com direitos elementares como creche, restaurante universitário e moradia estudan- til violados Apesar das constantes reivindica- ções, a Reitoria da UFMS não tem priorizado polıt́ icas que facilitem a permanência dos e das estudantes nos cursos de graduação e pós-graduação. Páginas 5, 6, 7 e 8 Ad referendum sepulta democracia na UFMS A ADOÇAO de medidas administrativas verticalizadas promove mudanças bruscas na vida universitária e tem sufocado a tradi- ção democrática dentro da UFMS. Os conse- lhos superiores viraram meros instrumentos de homologação das decisões da administra- ção sem qualquer discussão, por exemplo, o Plano de Atividades Docentes (Padoc) e a expansão da carga horária. Para saber dos cortes no orçamento da Universidade, a comunidade teve de protestar em frente à Reitoria. Página 9 Sede de Três Lagoas reinaugurada depois da reforma DOCENTES, estudantes e técnicos/as admi- nistrativos/as do Três Lagoas (CPTL) Campus participaram da festa de reinauguração da sede da no Leste de MS, ADUFMS-Sindicato totalmente reformada. O evento marcou o compromisso da atual direção da entidade de fortalecer o movimento sindical no interior, aumentando a presença e a proximidade com os/as iliados/as. A solenidade virou palco de manifestação em defesa da greve e da universidade. Foram momentos de intera- ção com um delicioso caldo, acompanhado de boa música. Página 11 Suplemento Especial com estudantes de Jornalismo Gerson Jara/ADUFMS-Sindicato Gerson Jara/ADUFMS-SindicatoArnor Ribeiro/ADUFMS-Sindicato Foto reproduzida do Facebook da ADUFMS-Sindicato Agosto é o mês decisivo nas negociações com o governo federal e mobilização em defesa dos direitos dos/as trabalhadores/as Diogo Gonçalves
  • 2. 2 Jornal 11 Jornal DE ITORIALD E X P E D I E N T E Presidente vice-presidenta secretário-geral primeiro-secretário diretor- inanceiro: José Carlos da Silva; : Mariuza Aparecida Camillo Guimarães; : Osvaldo Nunes Barbosa; : Paulo Marcos Esselin; : Marco Aurélio Stefanes; : Moacir Lacerda; : Antonio Lino Rodrigues de Sá; : Ronny Machado de Moraes; diretor- inanceiro adjunto diretor de Divulgação e Imprensa diretor de Promoções Sociais, Culturais e Cientí icas diretora de Assuntos de Aposentadoria CPAQ CPAN CPT: Lucia Monte Serrat Alves Bueno; : Ana Paula Salvador Werri; : Anamaria Santana da Silva; L: José Batista de Sales. _Conselho de Representantes CCBS - titular: Maria de Fátima M. Cheade, suplente: Otávio Froehlich. CCHS - titular: Margarita Victoria Rodrıǵ uez, suplente: João Jair Sartorelo. Facom - titular: Renato Por irio Ishii, suplente: Carlos Alberto da Silva. Fadir - titular: Ynes da Silva Félix, suplente: Luciani Coimbra de Carvalho. Faeng - titular: Jéferson Meneguin Ortega, suplente: Maria Helena da Silva Andrade. Famed - titular: Aurélio Ferreira, suplente: Izaias Pereira da Costa. Famez - titular: Valdemir Alves de Oliveira. Faodo - titular: Danilo Mathias Zanello Guerisoli, suplente: Fátima Heritier Corvalan. In i - titular: Widinei Alves Fernandes, suplente: Dorotéia de Fátima Bozano. Inma - titular: Patrıć ia Sandalo Pereira, suplente: Karina Miranda D’Ippólito Leite. Inqui - titular: Silvio César de Oliveira. Aposentados - titular: Celso Correia, suplente: Carlos Stief Neto. CPAQ - titular: Ana Paula Salvador Werri, suplente: Edelberto Pauli Júnior. CPAN - titular: Anamaria Santana da Silva, suplente: Fabiano Antonio dos Santos. CPTL - titular: José Batista de Sales. CPBO - titular: Noslin de Paula Almeida, suplente: Adriano Viana Bednaski. CPCS - titular: Octávio Barbosa Plaster. CPNA - titular: Gemael Chaebo. CPAR - titular: Julio César de Souza, suplente: Elton Gean Araújo. CPPP- titular: Amaury Antônio de Castro Junior, suplente: Kleiton Andre Schneider. CPNV - titular: Roseli Maria Rosa de Almeida, suplente: Celia Regina de Carvalho. Conselho Fiscal _ titulares: Edvaldo Correa Sotana, Alessandro Gustavo Souza Arruda e Paulo Cesar Duarte Paes. Suplentes: Luiz Carlos Batista e Ricardo Pereira de Melo. Editores responsáveis: jornalistas Gerson Canhete Jara MTE-MS 3/1994 e Arnor da Silva Ribeiro MTE-MS 18. Diagramação: Carlão Valério. Gestão Autonomia Sindical - ADUFMS, biênio 2014-2016 O Jornal ADUFMS é uma publicação oficial do Sindicato dos Professores das Universidades Federais Brasileiras dos Municípios de Campo Grande, Aquidauana, Bonito, Chapadão do Sul, Corumbá, Coxim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas, no Estado de Mato Grosso do Sul (adufms.org.br e facebook.com/ADUFMS.Sindicato) Endereço: avenida Senador Filinto Müller, 559, Vila Ipiranga , CEP: 79080-190, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, fone (67) 3346-1514, fone/fax (67) 3346-1482 E-mails: adufms@adufms.org.br e imprensa@adufms.org.br Jornal Avançar em defesa da educação superior pública Chegamos a mais uma edição do Jornal ADUFMS em plena greve em defesa da universidade pública, gratuita, laica e de qualidade. São inegáveis os avanços salariais e os aumentos de investimentos na universidade pú blica nos ú ltimos governos. Devemos, no entanto, preservar o que já consegui- mos com toda a determinação e avançar nas conquis- tas, por meio de reajuste salarial decente, melhorias nos benefıć ios e da reestruturação da carreira. Nossa remuneração ainda é inferior a outras carreiras do Executivo, Legislativo e do Judiciário, aquém da nobre tarefa de formar pro issionais graduados/as e pós-graduados/as para atuar no mercado, nas instituições públicas e nas não-governamentais. Nesta edição, estamos prestando conta das ações da ADUFMS-Sindicato e do Comando Local de Greve na condução de mais de sessenta dias de greve. Aos poucos estamos rompendo com a cultura do distanciamento da direção sindical em relação à categoria, cumprindo os requisitos da Lei de Greve e garantindo a docentes informaçõ es sobre os desdobramentos do movimento praticamente em tempo real. As decisões são democraticamente discutidas, acordadas em assembleias e reuniões, rea irmando o caráter de independência do nosso movimento. Ao mesmo tempo, apoiamos e cumprimos diversas atividades programadas que visam dar visibilidade a nossa luta, contestar os cortes de verbas para a Educação e apontar as contradições da polı́tica econô mica do governo federal numa tentativa suicida de promover ajustes econômicos para encher os cofres já abarrotados do sistema inanceiro à custa do sacrifıć io do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e do processo de precarização das nossas condições de trabalho. Dentro do propósito de democratizar a ADUFMS- Sindicato e fortalecer as lutas unitárias, estamos integrando o Fó rum dos Servidores Pú blicos Federais. Simultaneamente articulamos a publicação do Suplemento Especial com os/as alunos/as de Comunicação Social, uma experiência-laboratório inédita, com o monitoramento de docentes do Curso de Jornalismo da UFMS-Campo Grande. O objetivo é dar vazão às pautas esquecidas pela administração da UFMS e que tocam diretamente nas condições de permanência dos/as estudantes e dos/as trabalha- dores/as na Universidade. Esperamos dar sequência ao trabalho nas próximas edições. Cumprindo o que foi assumido em campanha, publicamos o resumo de despesas e receitas da ADUFMS-Sindicato, devidamente auditado pelo Conselho Fiscal. A prestação de conta também estará disponıv́ el no site da entidade. Em pleno andamento da luta, convocamos todos/as associados/as e não-associados/as a participar do movimento, pois este mês de agosto é o momento para forçar o governo federal a apresentar contraproposta decente para a categoria e instituir negociações permanentes em torno da nossa carreira. Nossa força nasce na luta! Contamos com você! Adiretoria da ADUFMS-Sindicato reinau- gurou no dia 20 de julho o prédio da entidade em Três Lagoas com atividade de arrecadação de recurso para o Fundo de Greve dos/das docentes da UFMS. De acordo com o professor José Batista de Sales, da representação do Sindicato no Campus Três Lagoas (CPTL- UFMS), foram investidos R$ 12 mil na reforma. Entre os serviços realizados estão troca de piso, instalação de toldos, pintura, reforço do muro e eliminação de rachaduras. Mú sicas de variados gê neros, ao vivo, pronunciamentos sobre as greves, atuaçã o conjunta de docentes, estudantes e técnicos administrativos, além de congraçamento entre esses trê s segmentos, amigos e parentes, marcaram a reinauguração. Não faltaram o Boteco da Greve, os caldos para arrecadar dinheiro de custeio das ações do movimento grevista e aquele bate-papo sobre assuntos diversos, incluindo o movimento sindical, conjuntura nacional, polı́tica, arte e a situação crı́tica da UFMS. A sede da ADUFMS em Três Lagoas estava deteriorada pela falta de conservação e manuten- ção. “Pensar no futuro. Não deixar chegar ao ponto a que chegamos”, asseverou o diretor da entidade, professor José Batista de Sales. O diretor- inanceiro do Sindicato, professor Marco Aurélio Stefanes, lembrou a dedicação da gestão da ADUFMS em Três Lagoas. “Parabéns ao professor Sales pelo trabalho de recupera- çã o!” Stefanes acrescentou a atuaçã o do movimento sindical “em defesa da universida- de pública” e o sentido da atuação conjunta de todos os setores da UFMS. “Para nós, é impor- tante esse congraçamento.” A preocupação da atual gestão da ADUFMS com as pessoas ligadas à UFMS no Leste de Mato Grosso do Sul foi um dos aspectos citados pelo novo diretor do CPTL, professor Osmar Jesus Macedo. “Parabéns ao Sindicato por esta conquista e pela capacidade de seus diretores em manter um patrimônio importante a esta comunidade.” Já que a noite era de caldo e, entre os assuntos das conversas, se destacava o movi- mento paredista, a representante da seccional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no Estado de Mato Grosso do Sul (Sista-MS), Maria Luiza Tegon, fez uma analo- gia para demonstrar as atividades conjuntas que vêm sendo desenvolvidas pela comunida- de UFMS. “Engrossando o caldo da greve, quero conclamar a comunidade acadêmica do CPTL, urgente!”, enfatizou. “Estamos todos juntos nessa luta”, assegurou o presidente da ADUFMS-Sindicato, professor José Carlos da Silva. Sindicato reinaugura sede em Três Lagoas À esquerda: sindicalistas Marco Aurélio e Ana Paula. À direita: professor José Antonio Menoni (camisa azul) e o atual diretor do CPTL, Osmar Jesus Evento reuniu professores/as, alunos/as, técnicos/as administrativos/as, seus familiares, seus/suas amigos/as e serviu de espaço para manifestação política em defesa da greve e da universidade pública Arnor Ribeiro/ADUFMS-Sindicato Fotos: Arnor Ribeiro/ADUFMS-Sindicato Investimento ampo Grande sediou nos dias 14 e 15 de Cmaio a reunião de 2015 da Federação Nacional das Associações de Servidores Aposentados e Pensionistas das Instituições Federais de Ensino (Fenafe) - o XVIII Encontro dos Dirigentes das Associaçõ es de Aposentados e Pensionistas das Instituições Federais de Ensino. O evento aconteceu no auditório 2 do Complexo Multiuso (Cidade Universitária) e no Hotel Metropolitan. Ainda nos dias 14 e 15 de maio, a Associação dos Aposentados e Pensionistas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (AApP) fez, pela primeira vez, um grande encontro de funcionários/as aposentados/as e pensionistas da UFMS para discutir, entre outros assuntos, a pauta de reivindicação desses segmentos. Os eventos serviram para de inir as táticas de aprovação das pautas geral e especı́ ica de aposentados/as e pensionistas em âmbito nacional: atuar pelo im do fator previdenciá- rio; defender o reajuste de pensões e aposenta- dorias de acordo com o salário mı́nimo; e barrar mudanças na Previdência que retroa- gem direitos dos/as trabalhadores/as, conti- das na Medida Provisória 664/2014, cujo Projeto de Lei de Conversão foi aprovado em maio na Câmara dos Deputados com uma série de emendas parciais e/ou totais e enviado ao Senado Federal com rejeiçõ es de outras emendas. No Senado o Projeto foi aprovado, passando a ser Lei 13.135, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em 17 de junho de 2015, com vetos parciais. Além da Assembleia Geral da Fenafe, com debates sobre conquistas e benefıć ios e troca de experiências entre associações de aposen- tados/as, aconteceram as palestras "Saúde e qualidade de vida", proferida por Luıś Ovando, e "Vida ativa na aposentadoria", com a Professora Doutora Suzi Rosa Miziara Barbosa, bem como apresentações culturais. O presidente da AApP/ufms, professor Marne Pereira da Silva, lembrou que "todos nos unimos para um bem comum: o aposenta- do". Lamentou o veto presidencial da presi- denta Dilma à polıt́ ica de reajuste das aposen- tadorias ao salário mıń imo e a aprovação do Projeto de Lei de Conversão da MP 664 pelo Congresso Nacional. A Lei 13.135, na qual foi transformada a MP 664, introduz novas regras, protelando a pensão a dependentes em caso de morte dos/as segurados/as. Associação - A AApP/ufms foi fundada em 6 de julho de 1996. E uma entidade civil de personali- dade jurıd́ ica sem ins lucrativos, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurıd́ ica (CNPJ). Seus objetivos principais são defender os interes- ses gerais de seus/suas associados/as, valorizar a capacidade produtiva, bem como promover o bem-estar, além da união dos/as aposentados/as e pensionistas. A AApP reúne servidores/as de todas as categorias que encerraram suas ativida- des no serviço ativo da UFMS. Aposentados promovem encontro nacional em Campo Grande Presidente da AApP/ufms, professor Marne Pereira da Silva (1º à esquerda), an itriou diretores/as da Fenafe Filie-se à • Assessoria Jurídica • Convênios mais vantajosos com a Unimed e a Uniodonto • Espaço para reuniões e festas • Informação sindical • Defesa da categoria e da universidade pública Campo Grande (MS), agosto de 2015 Campo Grande (MS), agosto de 2015 ACS/UFMS
  • 3. 10 Jornal 3 Jornal ADUFMS de contas abertas Praticando o que foi assumido em campanha, apresentamos o demonstrativo de receitas e despesas da ADUFMS-Sindicato, devidamente auditado pelo Conselho Fiscal. onforme compromisso assumido, a direção da CADUFMS-Sindicato, em assembleia realizada em Campo Grande e nos campi do interior impulsionou a primeira reforma estatutária da gestão Autonomia Sindical. De forma democrática, com amplo processo de participação da categoria desde maio, concretizamos as mudanças necessárias. O primeiro objetivo das alteraçõ es foi garantir a base territorial de representação da ADUFMS nos municı́pios em que a UFMS tem campi. Essa medida permitiu a obtenção do Registro Sindical homologado pelo Ministé rio do Trabalho e Emprego (MTE), conquistando reconhecimento polı́tico e jurı́dico. Com as mudanças, rati icou-se o nome da entida- de: Sindicato dos Professores das Universidades Federais Brasileiras dos Municıṕ ios de Campo Grande, Aquidauana, Bonito, Chapadão do Sul, Corumbá, Coxim, Naviraı,́ Nova Andradina, Paranaıb́ a, Ponta Porã e Três Lagoas, no Estado de Mato Grosso do Sul (ADUFMS – Sindicato). Entre as novidades, o novo estatuto permite a iliação de pensionistas que, mediante sindicalização, passam a ter direitos aos serviços oferecidos pela entidade, como Assessoria Jurı́dica, convênios e utilização do espaço fı́sico disponibilizado pelo Sindicato. Para legitimar e facilitar as decisões, o quórum para deliberações em Assembleia Geral foi alterado de 20% para 10%, democratizando a participação e fortalecendo a representação principalmente nos campi, onde a di iculdade de mobilização é maior. Com o propósito de evitar alguma tentativa de manipulação e resguardar o amplo direito de participa- ção da categoria, as mudanças no Estatuto do Sindicato só poderão ser realizadas em assembleia para esse im especı́ ico. O quórum, nesse caso, mudou de 2/3 para 3/5, sendo vedada a discussão sobre outros pontos de pauta. Para as assembleias gerais convocadas por requerimento à diretoria, o quórum icou em 10%, facilitando o poder do/a associado/a, com exigência de no mıń imo 10% dos/as iliados/as no caso de assem- bleias extraordinárias. Para fusão, iliação ou des ilia- ção de entidades sindicais, o quórum mıń imo é de 10%, com exigência de 3/5 de votos favoráveis. A consulta eletrônica foi suprimida, uma forma de garantir a participação e a discussão da categoria em assuntos pertinentes à entidade e ao movimento sindical. Em caso de decisões sobre greve, paralisações, estado de greve e outras maneiras de mobilização, o quórum exigido passa a ser por maioria simples. Para garantir maior representatividade dos campi do interior, compõem a diretoria executiva dirigentes sindicais que atuam nos campi de Aquidauana, do Pantanal e Três Lagoas. As reuniões da diretoria para deliberação poderão ser instaladas com pelos menos 50% dos membros. Na reforma do Estatuto, foram alteradas as atribuições de dirigentes responsáveis pela formação e relações sindicais e polı́ticas, bem como dos/das diretores/as da entidade nos campi de Aquidauana, do Pantanal e Três Lagoas. As eleições para representan- tes sindicais acontecerão de forma independente da chapa central, com cada unidade elegendo seu/sua representante. Antes, recebiam votos ou não em todos as unidades. Já o edital para eleição na entidade deverá ser publicado com a antecedência mıń ima de sessenta dias e amplamente divulgado. Estatuto da ADUFMS democratizado e atualizado Mudanças consolidam representação do Sindicato na base territorial dos campi Campo Grande (MS), agosto de 2015 Campo Grande (MS), agosto de 2015 dia a dia da greve Onos campi da U F M S a l é m - Campo Grande tem sido de muitas atividades sociais, político-sindicais, sindicais e de arte, entre as quais iniciativas conjuntas entre professoras/es, alunas/os, técnicas/os administrati- vas/os. A professora Késia Caroline Ramires Neves, da Comissão de Mobilização do Campus de Ponta Porã (CPPP), explica que nessa cidade as agendas de eventos lincados ao movimento grevista são planejadas semanalmente. Lá houve passeata com faixas e cartazes nas vias centrais da cidade e panfletagem nos semáforos no 6 de agosto, dia nacional de protestos pedindo que as direções das universida- des federais Brasil afora abram as contas e mostrem o grau de contingencia- mento de verbas em cada setor. Os trabalhos sindical e político-sociocultural que vêm sendo desenvolvido na greve deste ano em Corumbá por professoras, professores, alunas, alunos, técnicas administrativas e técnicos administrativos do Campus do Pantanal (CPAN) atestam a força do movimento para além da Capital sul-mato-grossense. “A greve está na rua, além de acontecer de forma unificada com docentes, estudantes e técnicos ad- ministrativos da UFMS e também alunos, técnicos e professores do IFMS [Instituto Federal de Mato Grosso do Sul]”, descreve o professor Ronny Machado de Moraes, diretor da ADUFMS-Sindicato. Aulas públicas, tereré da greve, mesas-redondas, conferências e panfletagens nas feiras, nas vias (ruas e avenidas), nas praças, além do cinegreve, exemplificam a desenvoltura da comunidade CPAN nesta greve. Os segmentos do Campus de Aquidauana (CPAQ), no Oeste de Mato Grosso do Sul, somam-se a essas ações que têm dado perenidade ao movimento grevista. “A gente tem mantido uma certa constância nas atividades, com envolvimento da comunidade”, avalia o professor Edelberto Pauli Júnior. A agenda da greve em Aquidauana envolve iniciativas como aula pública, sarau e atos públicos com panfletagens. A comunidade universitária dos campi meridionais da UFMS tem contribuído de forma consistente para o fortalecimento da greve iniciada dia 15 de junho. Além de Ponta Porã, no Campus de Naviraí (CPNV), conforme a Atividades fortalecem campanha salarial no interior Lagoas, foi a organização do Boteco da Greve, no dia 20 de julho, pelo diretor da ADUFMS-Sindicato no CPTL, professor José Batista de Sales, para arrecadar recursos ao Fundo de Greve. A presença maciça de técnicos administrativos, técnicas administrativas, alunos, alunas, professores e professoras no botequim avaliza a consistência do movimento naquele campus. No Campus de Paranaíba (CPAR, extremo nordeste de Mato Grosso do Sul) saraus, reivindicação de transporte para a comunidade acadêmica – a unidade fica longe do centro da cidade –, cinegreve, debate, panfletagem, entrevistas ao vivo e gravadas à mídia eletrônica local substanciam o rol de atividades que estão sendo postas em prática nesta greve, conforme descreve a professora Renata Bellenzani, do Comando Local de Greve. Comando Local de Greve professora Roseli Maria Rosa de Almeida, do Comando Local de Greve, os espaços públicos urbanos do município têm sido privilegiados com saraus, declamação de poesias, panfletagens e diálogo com as e os naviraienses para discutir a greve e a crise pela qual vem passando a educação nacional. A movimentação da comunidade universitária da UFMS no Leste sul-mato-grossense configura, cada vez mais, a nova fase do movimento sindical de trabalhadores e trabalhadoras no Campus Três Lagoas (CPTL), onde o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no Estado de Mato Grosso do Sul (Sista-MS), movimento estudantil, Seção Sindical do Andes-SN na UFMS Região Leste de Mato Grosso do Sul (ADLeste) e a ADUFMS-Sindicato se uniram em defesa da universidade pública e no debate de questões que extrapolam os limites da Universidade, como o combate à redução da maioridade penal. “A greve aqui continua forte!”, enfatiza o presidente da ADLeste, professor Vitor Wagner Neto de Oliveira. Prova da força do movimento em Três Acadêmicos/as de Paranaíba se solidarizam com o movimento docente Corumbá: pan letagem e explicação sobre a greve Conversando com a população de Naviraí
  • 4. Agreve nacional nas universidades pú blicas expõe as contradições e opções do modelo de desenvolvimento do ensino superior brasilei- ro, indicando que há visões e projetos distintos em disputa, que se evidenciam neste momento. Por isso, a categoria não aceita a polıt́ ica de transferência de recursos públicos para o setor inanceiro e para as empresas de educação superior privadas. De acordo com o Comunicado 24 do Comando Nacional de Greve do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (CNG-Andes-SN), só “em 2014, o governo destinou R$ 13,8 bilhões para as corporações educacionais, por meio do Fies [Fundo de Financiamento Estudantil]”. O negócio bilionário de transferência de recursos públicos para interesses privados virou mina de ouro. De acordo com entrevis- ta do Soció logo Wilson de Almeida, na revista CartaCapital, publicada em 19/12/2014, o “maior grupo educacional formado pela fusão entre Kroton e Anhanguera” tem 40% de seu faturamento originário de verbas pú blicas, principalmente do Fies e do Programa Universidade para Todos (Prouni). Esses dados evidenciam que o governo federal tem de reavaliar a polıt́ ica de inanciamento da educação privada superior com recursos públicos. Mesmo com a expansão de investimentos nos ú ltimos anos, dados da Diretoria de Estatı́sticas Educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anıś io Teixeira (Deed-Inep), de 2013, apontam 1 137 851 matrıć ulas nas institui- ções públicas federais de ensino superior, enquanto que nas particulares chegou-se a 5 373 450. A exemplo do número de matriculados/as, a diferença também é colossal em relação ao número de institui- ções. Ainda de acordo com informações de 2013, há no Brasil 106 instituições federais de ensino superior públicas. A iniciativa privada tem 2 090 universida- des. Apesar do aumento de recursos, a área educacio- nal recebe apenas 3% do total dos recursos federais. E o setor que mais sofre com o contingenciamento: corte em torno de R$ 9 bilhões. Enquanto isso, tem continuidade a polı́tica inanceira ortodoxa, que destinou, só em 2014, R$ 978 bilhões a pagamento de juros e amortizaçõ es da dıv́ ida, o que representou 45,11% do orçamento executado no ano – veja grá ico redondo acima, publicado no site da Auditoria Cidadã da Dıv́ ida. Uma sangria que bene icia o sistema inanceiro à custa de sacrifıć io de verbas que seriam para a educação, a ciência e a tecnologia. A distâ ncia entre o discurso da Pá tria Edu- cadora e a de inição de prioridades na destinação dos recursos do orçamento deve ser cobrada do gover- no federal. As medidas adotadas põem em risco o compromisso de cumprir as metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE), ixadas em 7% do Produto Interno Bruto (PIB) após cincos anos e de atingir 10% em 2024, visto que as decisões apontam em outra direção, porque os R$ 9 bilhões de investimentos em sete anos (2008 a 2014) na expansão das universidades é equivalente ao valor cortado agora em 2015 com respaldo da Câmara dos Deputados. Portanto, além da reestruturação das carreiras, em processo de desmantelamento desde 1996, e da reposição salarial das perdas acumuladas desde 2010, as entidades que lideram o movimento de greve nas universidades federais defendem fatias maiores do orçamento federal, com recursos do pré-sal e outras fontes de receita, às instituições federais de ensino superior e tecnológico. A continuidade da expansão do ensino superior público, sem compro- meter a sua qualidade, requer o fortalecimento da mobilização da categoria, num momento crucial para os destinos e caminhos da educação superior no Brasil. Por isso, o movimento que hoje se desenvolve é essencial para o atendimento educacional da popula- ção, sobretudo os/as jovens da classe trabalhadora que nos últimos anos tiveram acesso à educação superior pública, mas ainda carecem de investimento em programas de permanência. Essa garantia é responsabilidade de todos e de todas que têm compromisso com um paıś com divisão justa de renda e que privilegia a produção do conhecimento como estratégia de desenvolvimento. 4 9 Jornal Democracia sob sufoco na UFMS Depois de quarenta dias batendo às portas da instituição, Reitoria disponibiliza relatório parcial de cortes na Universidade As atitudes centralizadoras da direção da UFMS não param de surpreender. Apesar dos reiterados pedidos da ADUFMS-Sindicato para discussão prévia de pontos referentes à vida funcional e acadêmica de docentes e técnicos/as admi- nistrativos/as, o centralismo permeia as decisões de quem teria o compromisso de garantir o princıṕ io da gestão colegiada e democrática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Há quarenta dias o Comando Local de Greve e a ADUFMS-Sindicato cobravam a apresentação do plano de ajustes ao corte orçamentário do Ministério da Educação (MEC), com base no cumprimento da Lei da Transparência. Apesar do compromisso assumido com a categoria, a medida foi protelada dia após dia. Diante do descaso, o Sindicato e o Comando Local de Greve izeram no dia 6 de agosto o ato “Abra as contas, reitora!”. A atividade foi proposta pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) simultanea- mente em mais de quarenta seções sindicais do paıś que representam docentes em greve. Pressionada, a Reitoria publicou o relatório de cortes no site da UFMS. Mais uma vez a velha fórmula verticaliza- da ganha espaço na atual gestão da UFMS, recheada de práticas há muito tempo supera- da nas organizações modernas. Com esse procedimento nada democrático, ganham espaço a burocracia, a demora, a falta de criatividade, a ine iciência, pois esse modo de administrar volta-se exclusivamente à autor- reprodução e à manutenção do poder de pequenos grupos dentro da UFMS. Nesse modelo, autoritá rio, perde espaço a gestã o horizontalizada, mais e iciente e envolvente, capaz de estimular o potencial humano existente na Instituição. Esvaziadas, a participação e as decisões colegiadas efetivas podem ser o remédio para garantir saltos qualitativos nas ativida- des de ensino, pesquisa e extensão, valori- zando a participação coletiva e estimulando processos de autogestão. Mas, ao contrário dos compromissos assumidos em campanha, a concepção centralizadora recrudesceu na UFMS nos últimos anos, com a eliminação dos departa- mentos. O que tinha objetivo de encurtar o caminho dos rituais administrativos e acadêmicos aumentou a distância da partici- pação dos/das docentes, técnicos/as admi- nistrativos/as e estudantes em matérias de relevâ ncia para a nossa Universidade, esfacelando, cada vez mais, o seu projeto pedagógico, gerando a desmotivação das pessoas responsáveis pelo repasse e produ- ção de conhecimento. O Conselho Universitário (Coun) se reúne cada vez menos, mesmo diante da grave crise provocada pelos cortes de verbas por parte do governo federal. Os problemas se amontoam e as soluções são cada vez mais monocráticas com pacotes-surpresa e decisões ad referendum, que fazem retroce- der a democracia e a participação, sem contemplar até mesmo as entidades repre- sentativas de classe ou suprimindo a funda- mental discussão acadêmica nos conselhos superiores. As tentativas de mudança implementa- das são focadas em teses produtivistas, com o propósito velado de punir todo o corpo docente, para atingir aqueles/as que não se enquadram nos indicadores avaliativos, métodos ou rituais administrativos. Tudo isso sem analisar as condições oferecidas pela Instituição, com docentes submeti- dos/as a uma jornada estressante de traba- lho, sem suporte técnico-administrativo e com desvios de inalidade, assumindo cada vez mais o papel burocrático. O Plano de Atividades Docentes (Pa- doc), já em sua terceira versão, a expansão da carga horária e agora o Código de Etica são exemplos de sufoco à democracia na UFMS, em que o corpo docente clama por participação, porque são os/as professo- res/as os/as mais diretamente atingidos/as nas mudanças. Além disso, a administração se distân- cia da docência, relutando em participar do debate democrático, de apresentar suas argumentações e de construir processos sob análises multifacetadas, capazes de resgatar o compromisso de todas e de todos em torno de uma proposta de valorização dos/as docentes e técnicos/as administrativos/as, que devem ser vistos/as como parceiros/as e não como adversários/as na construção de uma universidade plural, democrática e de qualidade, fortalecendo o papel social da UFMS, objetivo que deveria ser perseguido Protesto em frente à Reitoria pede transparência administrativa nas contas da UFMS Com faixas, manifestantes ndicações em grade do prédio da Reitoriaixam reivi Fotos: Gerson Jara/ADUFMS-Sindicato Greve revela contradições das universidades públicas No grá ico abaixo, o comparativo de remuneração em carreiras do serviço público federal. As/os docentes estão entre os/as que ganham os menores salários os(traços vermelh ). Marco Aurélio critica falta de discussão sobre gastos da UFMS nos conselhos superiores da Instituição Para onde vai o dinheiro da União Docente, estudantes e técnicos da UFMS em caravana rumo a Brasília Arnor Ribeiro/ADUFMS-Sindicato Expansão do ensino superior público com qualidade no Brasil requer fortalecimento da comunidade universitária Campo Grande (MS), de 2015agosto Campo Grande (MS), agosto de 2015 Arnor Ribeiro/ADUFMS-Sindicato Fonte: <http://www8d.senado.gov.br/dwweb/abreDoc.html?docId=92718> (reproduzido do site da Auditoria Cidadã da Dívida, <http://www.auditoriacidada.org.br/e-por-direitos-auditoria-da-divida-ja-confira-o-grafico-do-orcamento-de-2012/>) Jornal
  • 5. • Adrian Albuquerque • Loraine Gonçalves • Lucas Castro Obolsa Permanência, pro- grama de auxıĺ io ao estu- dante com necessidades socioeconômicas, não teve seu edital aberto na UFMS (Universi- dade Federal de Mato Grosso do Sul) até agora. As causas e cir- cunstâ ncias disso ainda nã o foram oficialmente esclarecidas, causando desconforto e dificul- dades financeiras aos acadêmi- cos. Com a implementação do Sisu (Sistema de Seleção Unifica- da), programa do MEC (Ministé- rio da Educação) que oferece ao aluno a possibilidade de entrar para a universidade a partir do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o número de ofertas em instituições públicas de ensino superior cresceu consideravel- mente. Somente no primeiro semestre deste ano, 205 514 vagas foram disponibilizadas em 5 631 cursos de 128 instituições pú blicas de ensino superior, segundo levantamento do MEC. O Sistema fornece a possibilidade de escolher mais de uma opção de curso, garan- tindo o direito à lista de espera, caso o candidato não seja aprovado em primeira chamada. Assim, com facilidade em poder optar por vagas em qualquer lugar do Brasil, com apenas alguns cliques, grande parte dos alunos que ini- ciam a vida acadêmica são provenientes de outros estados e/ou cidades e, para que se consi- gam manter durante todo o perıó do de estudos, é primordial que haja meios que os auxiliem e colaborem com a permanência dentro da univer- sidade. O auxıĺ io, no valor de R$ 400,00, é voltado para alunos que tenham renda familiar per capi- ta de até um salário mıń imo e meio e que estejam matriculados em cursos de graduação com carga horária média superior ou igual a cinco horas diárias. Segundo a coordenadora de Assuntos Estudantis da Preae (Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis), Waneide Ferrei- ra, no ano passado foram atendidos 1,5 mil estu- dantes de todos os da UFMS. Esses alunos campi tiveram a bolsa renovada em 2015 sendo neces- sário cumprir 12 horas semanais em projeto de ensino, pesquisa ou extensão. Acesso não garante permanência - Sem a bol- sa-permanência, muitos alunos encontraram dificuldades financeiras para se manter na cida- de e alguns tiveram até que contar com ajuda de amigos para conseguir driblar tais condições. “Foi bem difıć il, já que fui para a UFMS contando que receberia o auxıĺ io. Cheguei em Campo Gran- de para ficar numa república e tive que sair, já que o auxıĺ io não chegou. Por diversas vezes pen- sei em desistir, já que a grana ficava bem aperta- da”, afirma Matheus Souza, acadêmico de Histó- ria, que teve que mudar de apartamento devido aos problemas financeiros encontrados. O não-oferecimento do auxıĺ io pela institui- ção colabora para o aumento da evasão dos estu- dantes do ensino superior, fazendo com que o objetivo de se reduzir essa taxa não seja alcançado. “Eu achei melhor, a partir disso [do não- lançamento do edital], voltar para casa porque é a decisão mais madura a se tomar, mesmo a universidade federal sendo muito melhor e tal. O preço que estava pagando para me manter aqui no estado era o mesmo que eu pagaria para fazer uma facul- dade aqui em casa (na minha cidade). Entende?”, relata Jéssica Etienne, ex-acadêmica de Turis- mo, que optou por desistir da vaga por não ter mais condições financeiras. Entretanto, para a coordena- dora de Assuntos Estudantis da Preae, Waneide Ferreira, a taxa de evasão de estudantes é multi- fatorial. “O motivo socioeconô- mico é um dos fatores. Uma coisa bastante surpreendente é que no acompanhamento desses alunos nós temos identificado – ainda não temos fechadas essas pes- quisas – que o fator socioeconô- mico é o que menos causa eva- são.” Mesmo que os dados não indiquem com clareza os princi- pais motivos da desistência dos alunos, há a certeza de que a ausência de ações que visem ajudar os estudantes vem atrapalhan- do a vida de muitos deles. A carência de explicações por falta de res- ponsáveis pelo lançamento do edital também gerou muito desconforto, uma vez que não foi oficialmente informado aos alunos se houve corte da ação ou se ela apenas foi prorrogada. Segundo Waneide Ferreira, o não-lançamento do edital foi proveniente da incerteza em relação aos recursos do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) – se seriam garantidos na ıń tegra ou não –, para que houvesse comprome- timento de investimento e a consequente aber- tura do edital. Enquanto não há posicionamento oficial sobre o assunto, os alunos, os mais prejudica- dos, esperam com ansiedade uma resposta da Universidade para saber se poderão continuar estudando. Tô na UFMS! E a sobrevivência? Campo Grande (MS), agosto de 2015 Jornal Má digestão Acadêmicos da UFMS enfrentam di iculdades devido ao corte de assistência estudantil 8 Jornal Campo Grande (MS), agosto de 2015 Ingresso amplo, permanência mínima Especial EXPEDIENTE Suplemento Especial (páginas 5, 6, 7 e 8) produzido por alunos e alunas do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul sob a orientação do professor Edson Silva (MTE-MS 091) e da professora Katarini Miguel (MTE-SP 41963). Usuários do RU-UFMS queixam-se de longas ilas, falta de espaço e de opção de jantar Restaurante Universitário lotado mostra a necessidade de mais espaço e conforto para os comensais Gerson Jara/ADUFMS-Sindicato Foi bem di ícil, já que fui para a UFMS contando que receberia o auxílio. Cheguei em Campo Grande para icar numa república e tive que sair, já que o auxílio não chegou. Por diversas vezes pensei em desistir, já que a grana icava bem apertada ” (Matheus Souza) Loraine Gonçalves/AF-UFMS • Alessandra Marimon • Guilherme Pimentel s extensas filas, a demora no atendimento, Ao local apertado e a falta de uma refeição noturna são as principais reclamações de usuários do RU (Restaurante Universitário) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Campus de Campo Grande. Inicialmente pro- jetado para atender 400 pessoas sentadas, o pico diário já chega a aproximadamente 1,6 mil, entre alunos, professores, técnicos administrativos, funcionários e visitantes. Além disso, a promessa de um RU noturno não foi cumprida por falta de verbas e o projeto de ampliação do espaço não sai do papel. Com quase oito mil estudantes no Campus, o restaurante não consegue atender à alta deman- da e precisa ser urgentemente ampliado, como aponta o estudante de Economia Renan Araújo, 22. “Já almocei às 11h, ao meio-dia e perto das 13h, e as filas estão sempre para lá do prédio do RU, no sol e muito demoradas.” Para ele, é necessá- ria a noção coletiva de comer e sair para não faltar espaço. De acordo com o pró-reitor da Preae (Pró- Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudan- tis), Valdir Souza Ferreira, existe projeto de ampli- ação do RU em andamento. “Sabemos que há a necessidade de ampliar o local e oferecer melho- res condições. Agora estão discutindo a parte elé- trica e hidráulica do projeto. Vamos ver as plani- lhas e simular os valores e assim que estiverem todas as plantas prontas, encaminhamos para a mão da reitora para fazer a solicitação junto ao MEC [Ministério da Educação]." A falta de RU noturno dificulta a permanên- cia de estudantes, principalmente aqueles que estudam nesse perıó do. Renan conta que fica na UFMS até às 23h e enfrenta o problema. “E difıć il cumprir atividades complementares do meu cur- so, participar de campeonatos e projetos de pes- quisa, pois eu fico aqui até tarde lanchando um salgado e isso faz com que eu gaste um dinheiro que não tenho.” No ano passado, os/as alunos/as do DCE (Diretório Central das e dos Estudantes) reivindi- caram o RU noturno, que pela previsão da Preae começaria a funcionar ainda este ano. No entanto, por falta de verbas do Pnaes (Plano Nacional de Assistência Estudantil), o jantar não será mais oferecido. “Terıá mos que investir toda a verba do Pnaes e não seria interessante inserir essa verba de assistência só em alimentação. Então, por enquanto, não está garantido”, diz Valdir Ferreira. Mas o pró-reitor lembra que o restaurante à noite ainda está dentro das novas ações de assistência da Preae. Ele afirma que 30% dos usuários que almoçam no prédio jantariam no RU se a opção estivesse disponıv́ el. Das 54 graduações ofereci- das pela UFMS em Campo Grande, 22 têm aulas durante a noite. Preço atual - A Preae assegura ainda que não haverá alterações nos custos do RU e, portanto, o atual preço da refeição para os alunos está garantido. Depois de reivindicações feitas pela antiga gestão do DCE em 2013, o almoço passou a custar R$ 2,50. Funcionários, acadêmicos de mestrado e doutorado e visitantes pagam R$ 7,60 por almoço. A estudante Eva Cruz, 21, afirma que o cor- reto seria subsidiar o valor integral e estender o benefıć io. “Não adianta dar acesso ao acadêmico e não dar condições mıń imas para o aluno perma- necer. Quem vem de fora já paga um valor absurdo de aluguel próximo à universidade e ainda tem que gastar para se alimentar? Quem é que produz com estômago vazio?” Tô na UFMS! E a sobrevivência? Creche, já! Creche, já! Páginas 6 e 7 Página 8 Especial Além da insu iciência de bolsa-permanência, a falta de moradia aumenta evasão na UFMS
  • 6. • Caroline Carvalho • Stefanny Veiga As mães e os pais reclamam que a UFMS nem ao menos oferece estrutura adequa- da para as crianças. “A minha filha passa- va dificuldades [de não ter creche], chorava. As vezes ela precisava descansar, não tinha um col- chão, um lugar adequado pra ela descansar. Mui- tas vezes eu dei banho na minha filha na torneira do banheiro. Muitas vezes não tinha um lugar pra esquentar uma mamadeira. Não tinha um lugar pra preparar uma papinha”, conta Rosele- ne de Souza, acadêmica de História, sobre a sua filha Vitória, hoje com sete anos, que a acompa- nhava nas aulas de sua primeira graduação, em Educação Fı́sica. A creche já é realidade em instituições públicas de ensino superior como as universida- des federais de Santa Maria (UFSM), de Pernam- buco (UFPE) e, em Mato Grosso do Sul, da Grande Dourados (UFGD). A primeira a ser fundada no Brasil foi a Creche Francesca Zacaro Faraco da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1972. Fundamental para o desen- volvimento saudável da criança, a creche seria um ganho a toda a comunidade da UFMS. Pais e mães poderiam ter a permanência na universi- dade facilitada e a possibilidade de deixar os/as filhos/as em ambiente próximo, seguro. Toda a comunidade acadêmica seria beneficiada, aten- dendo os cursos de Pedagogia, Psicologia, Nutri- ção e Educação Fı́sica, entre outros. Na unidade poderiam ser desenvolvidos projetos de pesqui- sa, extensão e estágios. Direitos da criança como foco principal A - história da creche esteve muito ligada ao direito da mulher trabalhadora, pois decorreu do aumento de sua inserção no mercado de traba- lho e consequente necessidade de local onde pudesse deixar os/as seus/suas filhos/as. Porém, a partir da Constituição Federal de 1988 e do Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, a creche passou a ser vista como direito da criança. Segundo o artigo 3º do ECA, “a criança e o adolescente gozam de todos os direitos funda- mentais inerentes à pessoa humana”. Sendo assim, a criança e o adolescente passam a ser reconhecidos como sujeitos de direitos e não só meros “objetos” da intervenção estatal. O artigo 12 da Convenção sobre os Direitos da Criança, da Organização das Nações Unidas (ONU), prevê que a criança deve ser ouvida sobre todos os assuntos relacionados a ela, levando-se em conta sua maturidade e capacidade para formu- lar seus próprios juı́zos. Para Adriana Lemoz, acadêmica de Letras e mãe de Júlia, de três anos e quatro meses, a cre- che deve estimular o desenvolvimento da crian- ça. “Eu e meu ex-marido somos professores, então a Júlia aprendeu a segurar o lápis muito mais cedo. Notei que na escola particular eles, infelizmente, limitaram a Júlia, sabe?! Disseram: ‘Ah, não! Lá ela não precisa segurar o lápis muito pequena, porque ela não sabe’. Mas a gente já tava estimulando ela em casa.” A estudante acredita que se deve respeitar o pró prio ritmo de aprendizado dos/as ilhos/as. “Eu sou contra formar pequenos seres inteligentes. Não precisa disso, entendeu? Tudo no tempo dela, no ritmo dela. Eu mesma não forço nada.” Segundo a Constituição Federal, o direito à creche é assegurado a crianças de zero a seis anos. Porém, muitos/as estudantes, professo- r e s / a s , f u n c i o n á r i o s / a s t é c n i c o - administrativos/as, entre outros/as, tê m ilhos/as acima dessa idade, necessitando de um programa que os/as atenda. E o caso de Flávia Paulina Rodrigues de Mazzi, acadêmica de Filo- so ia, que muitas vezes, além de trazer So ia às aulas, de um ano e sete meses, precisa trazer Isis, de 11 anos. “Não tem que ser só um berçário, ela [creche] teria que abranger as crianças até uma faixa etária, dos 14, 15 anos, uma sala de recrea- ção, atividades voltadas pra essas crianças”, aponta Flávia. Nesse caso, a demanda é mais ampla e vislumbra a necessidade da criação de outras unidades de educação e lazer infantil vol- tadas a esse público, e não só a creche. As di iculdades de permanência - Muitas são as di iculdades para pais, mães ou outros/as responsáveis conciliarem os estudos e trabalho com a criação das crianças. Para o professor do curso de Filoso ia André Rocha, é impossıv́ el. Ele só não teve problemas em continuar o trabalho porque sua esposa Graziela dos Santos, acadêmi- ca de Biologia, trancou o curso e assim conseguiu se dedicar ao ilho deles, Benı́cio, de um mês e meio. “A primeira e maior di iculdade para o estu- dante que tem ilho e deseja continuar sua jorna- da acadêmica é referente ao óbvio afastamento das atividades universitárias, visto que não há nenhuma chance de conciliação entre os estudos e a nova vida familiar.” Darlan de Araújo, funcionário da lanchone- te Paraquedas, e Patrı́cia não conseguem matri- cular a ilha de quatro meses em nenhuma cre- che. Alegam que as unidades são muito longe ou caras e que precisam trazê-la para a UFMS. “Tem que trazer junto, não tem jeito! Ela ica um perı́o- do aqui comigo. Por enquanto ela tava icando com a minha mãe. Só que agora minha mãe tá indo pra Rio Verde. Vai ter que achar alguém, colocar em algum lugar. O mais perto que eu encontrei aqui foi o ABC, só que o valor ali é absurdo, que eles cobram ali. Cobram 700 reais [por mês] pra cuidar de uma criança no perı́odo de seis horas.” Gabriela Zaleski, estudante de Jornalismo e mãe de Isis, de 11 meses, completa que a creche é de interesse de todos da comunidade universitá- ria. “E um bem que não vai favorecer somente as mães, mas toda a comunidade acadêmica, por- que as mães vão poder continuar a trabalhar aqui, poderão continuar a pesquisa, a ciência aqui na universidade, concluir as suas gradua- ções. En im, é um direito nosso e nossa luta con- tinua!” Direito a creche E a prioridade absoluta? Como ica? O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completou 25 anos no dia 13 de julho, mas a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) ainda não reconhece os direitos humanos fundamentais previstos na Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. No artigo 4º, a 8.069 (ECA) determina que “é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade”, os direitos da criança. A Instituição, por exemplo, não oferece creche. São ilhos e ilhas de estudantes, professores, professoras, técnicos administrativos, técnicas administrativas, prestadores/as de serviços, além de outros trabalhadores e trabalhadoras que atuam nos campi como funcionários/as de bancos, lanchonetes, entre outros, que têm seus direitos violados Pensando nos problemas da ausência de creche na UFMS, acadêmicas estão se reunindo para formar o Comitê Pró-Creche. Num primeiro momento, foi discutida a necessidade do conhecimento sobre o que a legislação diz sobre o tema, acompanhada de levantamento sobre quantas crianças na Universidade precisam de creche, exemplos de unidades federais que tenham esse auxílio e projetos existentes já planejados na UFMS. Desse modo, foram divididas as responsabilidades entre as interessadas. As próximas reuniões serão divulgadas na página Creche/UFMS e Comando de Greve – Jornalismo UFMS. Todos podem participar. Comitê Pró-Creche Patrícia Araújo e Darlan trazem a ilha diariamente para o trabalho na Universidade por não ter onde deixá-la Caroline CarvalhoCaroline Carvalho Arquivo de família Graziela e André: ela trancou o Curso de Biologia para se dedicar ao ilho Benício 6 7 Jornal A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais à pessoa humana ” (Artigo 3º do ECA) Caroline Carvalho Gabriela e a ilha Ísis: a creche ‘‘é um direito nosso e nossa luta continua!” Especial Ísis e So ia, ilhas de Flávia Paulina Campo Grande (MS), agosto de 2015 Campo Grande (MS), agosto de 2015