Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
A ADM Parou e Fortaleceu a Greve Nacional
1. COMANDO DE GREVE ESTUDANTIL DA ADMINISTRAÇÃO
CENTRO ACADÊMICO DE ADMINISTRAÇÃO Setembro/2012
A ADM PAROU E FORTALECEU
A GREVE NACIONAL!
O que significou a greve?
Esse texto foi produzido por orientação do Comando de Greve Estudantil da Administração (CG-ADM) e tem
como objetivo informar e esclarecer aos alunos do nosso curso sobre essa histórica greve nacional,
que já dura mais de 3 meses, e expor os motivos pelos quais a consideramos muito vitoriosa.
Com isso, podemos apontar suas consequências para a educação brasileira e os rumos do movimento estudantil.
A greve do funcionalismo público federal continua forte e com diversas
categorias ainda paradas. Porém, a greve das universidades federais está
caminhando para o seu fim com muitas vitórias e conquistas para os
estudantes. E é importante que a gente entenda como se deu esse processo que já
dura mais de cem dias. Isso demonstra a insatisfação de professores, técnicos e
estudantes com o rumo que o projeto privatizante do Governo Federal está
traçando para as universidades públicas. Fica clara a falência do REUNI, que
promete a expansão das vagas nas universidades sem aumento das verbas
necessárias para que essa expansão garanta qualidade de ensino, pesquisa e extensão.
Na UFRJ já foi indicado o recomeço das aulas para o dia 10/09/2012, mas em outras
universidades, a luta segue forte, com ocupações de reitorias e atos que pressionam Estudantes do curso de Administração
para o atendimento da pauta dos estudantes, como na UFF, UFAL, UFPB, marcam presença em Brasília.
entre outras.
As Bases da Greve
Saiba tudo:
Desde o ano passado, o ANDES-SN (Sindicato e privatização da universidade. Entre nossas
Nacional dos Docentes, que desempenhou um reivindicações, estava o aumento de verba para a
As Bases da Greve Pág. 1 papel central na articulação da greve) tem educação pública, a revogação das metas do REUNI,
tentado negociar com o governo, não só reajuste aumento da assistência estudantil, com o aumento
salarial e um novo plano de carreira, mas também
de bolsas e abertura de bandejões, democracia na
melhores condições de trabalho e tem
O Desenvolvimento Pág. 2 denunciado a situação precária na qual as universidade, contratação de mais professores
da Greve universidades federais se encontram, tanto no através de concursos públicos, segurança nos
que tange à infraestrutura quanto no que diz campi, transporte intercampi, melhoria e expansão
Atividades respeito à qualidade do ensino e da pesquisa. O das bibliotecas, espaços culturais, creche
Realizadas Pág. 6 governo se nega a negociar, assim como se negou universitária, cotas raciais e sociais, entre outras.
durante o início do processo de greve. Por não
Apesar de algumas pequenas conquistas locais nos
haver esse diálogo, as Associações de Docentes
Conquistas últimos períodos (como o bandejão da PV e a
entenderam que o único caminho seria a greve,
da Greve Pág. 7 reestruturação do curso de medicina de Macaé),
que teve início, nacionalmente, no dia 17 de maio.
havia a necessidade de se unificar a luta estudantil
Reorganização do A pauta estudantil também se desenvolve em entre todas as universidades federais. E a greve
Movimento Pág. 8 contraposição ao que foi estabelecido pelo PNE demonstrou a força do movimento articulado
Estudantil (Plano Nacional de Educação) e por uma de suas nacionalmente, através do Comando Nacional de
principais medidas, o REUNI (Programa de Apoio a Greve dos Estudantes (CNGE), impulsionado
Conclusão Pág. 9 Planos de Reestruturação e Expansão das principalmente pela ANEL (Assembleia Nacional dos
Universidades Federais), que levam à precarização Estudantes – Livre).
2. A ADM PAROU E FORTALECEU A GREVE NACIONAL!
O Desenvolvimento da Greve
A Assembleia Geral dos Estudantes da UFRJ, realizada no dia 29 de maio na EEFD (Escola de Educação
Física e Desportos), e que contou com mais de 2 mil estudantes, com ampla presença de alunos da
Administração, foi um marco para o aprofundamento da greve na UFRJ, mesmo que anteriormente
algumas unidades já tivessem aderido à greve, como foi o caso da própria ADM. No nosso curso, a
adesão à greve ocorreu no dia anterior. Logo após a reunião do Departamento, onde os professores
decidiram pela greve, realizou-se a Assembléia dos Estudantes da ADM, que contou com a presença
de mais de 100 estudantes, e votou por unanimidade pela adesão. Formou-se, ainda naquela
semana, o Comando de Greve Estudantil da Administração, com o intuito de
organizar e promover atividades que mobilizaram mais estudantes e professores a se engajar
na greve. Logo após esse processo, outras unidades aderiram à greve, tornando-a
majoritária na UFRJ e se aproximando da totalidade das universidades e institutos federais.
Faixa estendida no HU
anunciada como a maior
faixa de greve do mundo.
Depois de 5 anos de aplicação do Reuni o
resultado é uma greve geral de 59 das 59
universidades federais contra esse sistema
de precarização da universidade pública.
“Mais de 2 mil
estudantes, com Nas semanas seguintes, o processo de greve se intensificou, mas o Governo Federal manteve sua
postura intransigente: afirmou que não negociava com grevistas. Com isso, as categorias em greve
ampla presença de construíram a 1ª Marcha Unificada a Brasília, no dia 05 de junho. O CADM esteve presente, tanto na
alunos da marcha quanto na Plenária de Brasília, que contou com mais de 2 mil estudantes de todo o país.
Administração” Nessa Plenária ficou claro que as nossas reivindicações são de âmbito nacional e que os mesmo
problemas que enfrentamos cotidianamente na UFRJ também ocorrem em todas as outras
universidades federais. Se o problema é federal, a luta também deve ser. E foi ali que votamos a
formação do Comando Nacional de Greve dos Estudantes (CNGE), que teve sua primeira reunião no
Teatro de Arena do Palácio Universitário, no dia 18 de junho. O CNGE tem seus representantes
votados em assembléias de cada instituição federal em greve, ou comandos locais, e representantes
de universidades que não se encontravam em greve estudantil, mas em processo de mobilização.
Isso garante sua representatividade nacional e seu amplo caráter democrático.
No Rio, a mobilização se intensificou com os atos estaduais unificados da educação, como o ato realizado no dia 12 de junho, que reuniu
mais de 5 mil pessoas. Graças a toda a mobilização decorrente da Rio+20 e da Cúpula dos Povos, foram realizados diversos atos, marchas e
encontros que trouxeram visibilidade para as nossas demandas em âmbito nacional e internacional. Nos dias 16 e 17 de junho, ocorreu a
Assembleia Nacional da ANEL, contando com mais de 500 estudantes do país inteiro, que discutiu a fundo e traçou diretrizes para a greve
estudantil. A Assembleia Nacional contou, inclusive, com a participação de estudantes de diversos países que também estão em processo
de mobilização e greve contra as políticas neoliberais que privatizam o ensino público. Estudantes do Chile, Espanha, Costa Rica, Canadá,
entre outros países, manifestaram apoio à nossa greve e se solidarizaram com as nossas reivindicações. Nesse contexto, ocorreu a Marcha
da Cúpula dos Povos que contou com mais de 50 mil pessoas e parou a Avenida Rio Branco, evento histórico na cidade do Rio, ao qual o
CADM também esteve presente. Nos debates que ocorreram nesta ocasião, foram relatados problemas similares com os quais nos depara-
mos aqui na UFRJ, como aulas em containeres e queda do teto de salas de aula, e outros que nem imaginávamos, como casos de estupro,
violência praticada por motivação racista e homofóbica, tiroteios em salas de aula e, até mesmo, o caso da UFAL (Universidade Federal de
Alagoas) que tem um presídio dentro de um de seus campi universitários. Enquanto isso, no Coneg (Conselho das Entidades Gerais da
UNE), que ocorreu na mesma data da Assembleia Nacional da ANEL, não foi tirada nenhuma resolução acerca da greve.
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3. COMANDO DE GREVE ESTUDANTIL DA ADMINISTRAÇÃO
Logo após sua formação, o CNGE se transferiu para Brasília e passou a oferece um ensino limitado ao invés de garantir mais verbas pra
articular, de lá, todos os atos que foram seguidos pelos estudantes expansão de vagas presenciais), entre outras medidas
localmente, como foi o 3-J. Unificando as pautas nacionalmente, nossa precarizantes. Portanto, a negociação da UNE com o Governo,
luta ganhou peso e cresceu a pressão para que o Governo sobre aplicar os 10% do PIB através do PNE, reforça e tenta
sentasse para negociar com os estudantes. O CNGE, construído pela legitimar essas políticas e não soluciona o problema da
base do movimento estudantil, foi, ao longo dessa greve, a única educação. Por outro lado, o CNGE sempre esteve mobilizando e
representação legítima para negociar com o Governo. E abriu o pressionando o governo para negociar em cima das pautas
debate sobre a reorganização do próprio movimento estudantil. formuladas pela base das universidades e não em cima de proje-
Todo o processo de lutas, nessa greve, passou por fora da União tos apresentados pelo próprio governo.
Nacional dos Estudantes (UNE), que negociou por várias vezes com o
governo pelas costas dos estudantes em greve e do CNGE, legitimado No mês de julho, devido à intransigência do governo, houve a
pelos estudantes do país inteiro. Isso demonstra, mais uma vez, a orientação de atos radicalizados por parte do CNGE. Com isso,
atitude traidora dessa entidade que hoje serve mais para atender aos ocupamos a Reitoria no dia 11 de julho e lá realizamos um
interesses do governo do que a dos estudantes. O episódio mais piquete na manhã do dia 12, para pressionar a Reitoria a abrir
evidente foi a reunião realizada a portas fechadas entre a direção da negociação das pautas específicas da UFRJ e como uma forma de
UNE e o Ministro Mercadante, que colocou a perspectiva de se pressionar o Governo Federal. Em âmbito nacional, realizou-se,
alcançar 10% do PIB apenas no ano de 2023, numa clara tentativa de no dia 18 de julho, a 2ª Marcha Unificada a Brasília. Foi
desmobilizar a greve estudantil e deslegitimar o CNGE. A UNE construído um acampamento das categorias em greve na Espla-
alardeou, através da mídia, que isso seria uma grande vitória, nada dos Ministérios, algo que não se via desde os anos 80. Foi
quando, na verdade, não havia, e nem há, nenhuma garantia de que nesse acampamento que ficaram alojados os estudantes de
essa meta, de fato, vá ser cumprida. Não podemos nos esquecer de Administração, os representantes do CG-ADM e do CADM. Na
que o último PNE do governo prometia a aplicação de 7% do PIB para manhã do dia 19, os estudantes e técnicos saíram do
2010 e, hoje, são aplicados apenas algo em torno de 4% do PIB, valor acampamento e montaram piquete nas entradas do Ministério
próximo ao que já era aplicado pelos governos Lula e FHC. Um duro do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Paramos o
ataque à educação pública. Este plano estabelece as metas a serem funcionamento do ministério pela primeira vez em muitos anos.
alcançadas no campo da educação. É o plano que institucionaliza o E ali, ficou clara a disposição do governo em reprimir, até mesmo
REUNI (com expansão de vagas sem verbas), o PROUNI (que transfere de forma bastante violenta, os nossos atos. Mas foi graças a essa
verbas, que deveriam ser aplicadas nas universidades públicas, para as ação que o governo aceitou receber o CNGE e avançar nas
universidades privadas), propõe projetos de educação a distância (que negociações com os docentes e técnicos.
“Entramos no Canecão e
em dois dias já estávamos
realizando eventos,
debates e atividades
culturais gratuitas”
Retornando ao Rio de Janeiro e seguindo a orientação que o CNGE havia indicado de realizar uma semana de ocupações de reitorias por
todo o país, decidimos pressionar a Reitoria da UFRJ por uma pauta antiga do DCE Mário Prata, e construímos a ocupação do ex-Canecão. O
ex-Canecão estava em disputa judicial desde 1968 e a sua posse foi reintegrada à UFRJ em outubro de 2010. De lá pra cá, o local
permaneceu fechado, em avançado processo de deterioração. Entramos no ex-Canecão no dia 24 de julho e em 2 dias já estávamos
realizando eventos, debates e atividades culturais gratuitas, o que a Reitoria não havia conseguido fazer em 2 anos. Essa ocupação reabriu
um amplo debate na sociedade sobre a utilização daquele espaço e a sua importância para a vida cultural da cidade. Nosso ex-Canecão se
tornou um símbolo da greve, um incentivo para os estudantes das demais universidades e um marco político da luta por uma educação de
qualidade e aberta à sociedade. Conseguimos que o Fórum de Ciência e Cultura (órgão ligado à Reitoria e que é responsável pela gestão dos
espaços culturais da universidade), que sempre desprezou as reivindicações estudantis, sentasse para negociar o nosso projeto para o
ex-Canecão. Ou seja, que aquele espaço fosse público, gratuito e gerido por um fórum paritário entre professores, técnicos e estudantes.
Essa negociação continuará acontecendo e cabe a nós pressionar para que a Reitoria atenda a esta reivindicação. Com isso, conquistamos
um maior espaço na mídia para expor nossas pautas e levar a discussão sobre a greve para além dos muros da universidade. A ocupação
durou 42 dias e saímos de lá com a garantia de que o ex-Canecão será público e que os móveis do antigo dono serão removidos. A reforma
da área externa, com verba já garantida pela Reitoria, será iniciada ainda este ano para que o ex-Canecão possa, o mais rápido possível,
estar a serviço da comunidade acadêmica e de toda a sociedade. A parte interna, onde se realizarão eventos de grande porte, demanda
reformas estruturais mais profundas e será realizada em um momento futuro. Os estudantes da ADM participaram ativamente dessa
ocupação e contribuíram para a realização dos eventos que lá ocorreram. O próprio CADM realizou duas reuniões internas naquele espaço.
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4. A ADM PAROU E FORTALECEU A GREVE NACIONAL!
Estudantes da UFRJ mobilizados para construir
a greve em defesa da educação pública.
No início de agosto, o movimento grevista dos docentes toma um golpe articulado pelo governo
através da proposta de reajuste salarial assinada apenas pelo PROIFES, e que foi propagandeada
amplamente pela mídia. Este sindicato, do qual fazem parte apenas 7 universidades e institutos
federais, é um braço do governo dentro do movimento sindical. Sua direção assinou a proposta do
governo, que foi rechaçada por 4 das universidades que formam sua base. Ou seja, na intenção de
fazer valer os interesses do Governo Federal e encerrar as negociações, a direção do PROIFES
atropelou suas bases e tentou enfiar goela abaixo a proposta. Vale lembrar que nenhum dos outros
sindicatos, como, por exemplo, o ANDES-SN e o SINASEFE, que representam as outras instituições em
greve, aceitou a proposta do Governo. Nem a direção desses sindicatos e nem as suas bases. Com
isso, é preciso esclarecer qual foi a proposta do governo que apenas a direção do PROIFES aceitou.
Aparentemente, a proposta apresentada seria um reajuste bastante satisfatório, variando entre 20%
e 40%, dependendo do nível em que se encontra o docente. Porém, somente 10% dos docentes
receberiam reajustes de 40%. Ou seja, a grande maioria dos docentes se localiza na faixa entre 20% e
35% de reajuste salarial, que seria concedido em parcelas ao longo dos próximos 3 anos.
Considerando que a proposta toma como base o mês de julho de 2010 e que a previsão de inflação,
segundo informações do Dieese, é superior a 35% até a conclusão do pagamento do reajuste,
concluímos que, ao final desse período, muitos professores terão seus salários achatados. Portanto,
daqui a 3 anos, eles receberão menos do que recebem hoje. Com isso, na verdade, a proposta que o
governo apresentou foi de redução salarial. Isso demonstra a farsa dessa proposta e esse é um dos
motivos pelos quais ela foi rejeitada por aqueles que não têm rabo preso com o governo. No entanto,
a grande mídia não explicou isso e tentou jogar a sociedade contra a greve, pois é evidente que, a
primeira vista, 40% parece ser um reajuste bastante alto. E, é claro, não podemos esquecer que a
pauta dos docentes não se limitava apenas ao reajuste salarial, como já foi colocado no início desse
“Na verdade, a texto. A reformulação do Plano de Carreira, apresentada pelo governo, na verdade piorava o atual.
proposta que o Apesar de reduzir o
número de níveis para
governo apresentou
chegar ao topo da
foi de redução carreira, como queriam
salarial” os docentes em greve,
o tempo mínimo para
progredir entre cada
nível aumentaria. Além
da demanda por
melhores condições de
trabalho, que nem
mesmo foi incluída
nesta proposta.
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5. COMANDO DE GREVE ESTUDANTIL DA ADMINISTRAÇÃO
Em resposta a essa tentativa de desarticulação da greve pelo
Governo, as categorias em greve construíram uma nova “Número recorde
mobilização em Brasília, com a adesão de novos de categorias do
setores em greve e com uma atitude radicalizada. Foi
retomado o acampamento na Esplanada dos Ministérios
funcionalismo
(imagem à esquerda) e construída uma 3º Marcha Unificada, federal que
no dia 15 de agosto, que mobilizou um número recorde de aderiram
categorias do funcionalismo federal que aderiram à greve ao à greve”
longo das últimas semanas. Ao todo, havia mais de 40 setores
do funcionalismo em greve presentes na marcha.
Na UFRJ, setores contrários à greve se articularam, por fora dos fóruns
democráticos, para tentar por fim à greve de forma unilateral, como foi o caso do
Instituto de História (IH). Estes setores se utilizaram da campanha enganosa do
governo e do PROIFES, de que as negociações haviam sido encerradas, para
justificar sua ação oportunista. Alguns professores do IH, ligados diretamente ao
Governo Federal, se reuniram a portas fechadas, em reuniões secretas, para
retomar as atividades acadêmicas, convocando os alunos a comparecer às aulas.
Como resposta a essa ação, os alunos realizaram uma assembleia no dia 10 de
agosto e decidiram formar um piquete de greve no dia 13 de agosto para impedir
essa tentativa de golpe. Os estudantes em greve ocuparam o prédio do IFCS,
bloqueando suas entradas e inviabilizando a retomada unilateral das atividades,
mantendo, assim, a greve unificada e forte. Piquete no IFCS
Ocorreram, ainda, durante toda a greve, atos contra a implementação da EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) nos hospitais
da UFRJ. A EBSERH é uma empresa pública de direito privado que, segundo os planos do governo, pretende gerir os hospitais universitários
das universidades públicas. Essa empresa, que representa a privatização dos HUs, é uma imposição política do Governo Federal, mas que a
Reitoria tem autonomia para decidir se aceita ou não a sua entrada na universidade. A luta contra a EBSERH já era uma pauta do movimento
estudantil mesmo antes da greve ser deflagrada. E, com o processo de mobilização e negociação, essa luta se intensificou. Os docentes,
técnicos e estudantes defendem que a gestão dos HUs seja pública, com maiores investimentos por parte do governo, e a realização de
concursos públicos para sanar o déficit de profissionais da saúde, ampliando e
melhorando, assim, o atendimento à população. No entanto, a Reitoria tem se mostrado
bastante intransigente para negociar qualquer coisa relacionada à EBSERH, alegando que
antes de questionar a sua implementação, o acordo com a empresa deve ser assinado.
Defendemos que seja realizada uma audiência pública para discutir a empresa,
e apresentar alternativas, de forma aberta e estendida a toda a comunidade. A Reitoria se
nega a realizar essa audiência e, por isso, a luta contra a EBSERH continua
mesmo após o fim da greve.
O dia 31 de agosto representava um marco para o processo de greve. Esta era a data limite
para que o governo enviasse ao Congresso Nacional a proposta de orçamento para 2013.
Após esta data, não haveria mais como negociar com o governo, restando apenas a
possibilidade de pressionar o Congresso para que alterasse essa proposta de orçamento.
Tendo em vista a longa duração da greve, o desgaste das categorias e a necessidade de se
retomar as aulas, o Comando Nacional de Greve dos Servidores orientou os comandos
locais a avaliarem a greve em suas universidades e recomendou a saída nacional para o dia
10 de setembro. Como algumas universidades ainda estão em forte processo de luta, a
orientação é que as bases discutam a melhor data para a saída da greve, considerando as
peculiaridades de cada universidade. Com isso, e considerando as conquistas alcançadas
junto à Reitoria, o Comando de Greve Estudantil da UFRJ avaliou que seria oportuno
encerrar sua greve também nesta data, o que foi decidido na Assembleia Geral dos
Estudantes ocorrida no dia 03 de setembro. A greve assim se encerra, mas a pressão sobre
o governo e a Reitoria continua de outras formas.
“Algumas universidades ainda estão em forte processo de luta (...)
Página 5 A greve na UFRJ se encerra, mas a pressão sobre o governo e a reitoria continua de outras formas.”
6. A ADM PAROU E FORTALECEU A GREVE NACIONAL!
Atividades Realizadas
Diversas atividades políticas e culturais, aulas públicas, e várias outras impulsionadas pelos comandos de greve (da UFRJ e da ADM) e pela
ocupação do ex-Canecão foram realizadas durante a greve. Sem dúvida, duas delas foram as mais importantes: o 1º Encontro de Mulheres
da UFRJ e o debate sobre a reorganização do Movimento Estudantil. Devido a casos de machismo ocorridos principalmente ao longo da
“Assembleia dos 2 mil”, evidencia-se a necessidade de realizar um projeto antigo do movimento estudantil, o que deu origem ao 1º
Encontro de Mulheres da UFRJ. O Encontro se realizou na FND (Faculdade Nacional de Direito) entre os dias 06 a 08 de julho. Contou com
diversos grupos de debate e palestras com estudiosas da área, que acrescentaram muito àqueles que compareceram. Os estudantes da
ADM estiveram presentes e fortaleceram esse debate. No último dia do Encontro, foi aprovado um documento final e destacou-se a
necessidade de fortalecer o Grupo de Opressões do DCE. Com isso, não só conseguimos dar uma resposta ao machismo, mas também
avançar na organização das mulheres na nossa universidade e entendemos que o processo de combate às opressões deve ser permanente.
Cartazes anunciavam na porta do ex-Canecão
a ocupação política e cultural que se iniciava ali.
E a cultura que o povo tanto precisa logo começou a transbordar do ex-Canecão:
Cineclube, oficinas de teatro, dança e poesia. Apresentações de músicos
consagrados como Monarco e Jards Macalé, além de diversas bandas de rock.
Toda semana tinha o Samba do Galotti e não faltou
carnaval com a irreverência da Orquestra Voadora.
Tudo de graça, é claro!
No dia 07 de agosto, no ex-Canecão, seguindo orientação do Além disso, ocorreram diversas atividades bastante diversificadas ao
CNGE, ocorreu o debate sobre o processo de reorganização longo da greve. No campo político, tivemos aulas públicas, intervenções
do Movimento Estudantil. Na mesa estavam presentes urbanas, palestras e debates para elucidar os motivos da greve, tanto
representantes da ANEL, da Oposição de Esquerda da UNE e para a comunidade acadêmica quanto para a sociedade, a fim de garantir
do Movimento Quem Vem Com Tudo Não o seu apoio à greve. No ex-Canecão, tivemos atividades
Cansa, que não integra nenhuma entidade. Lá culturais, como oficinas de poesia, rodas de jongo,
foi debatido o papel das entidades estudantis apresentações de grupos folclóricos e de dança e festivais de
nessa greve e cada um expôs seu ponto de vista. bandas independentes. E, ainda, organizamos na ocupação,
Como saldo ficou a necessidade de se superar a com muito esforço e através de auto-financiamento, eventos
velha tradição do Movimento Estudantil. e shows gratuitos com grande número de pessoas e amplo
Precisamos de organismos novos, como o CNGE, apoio da sociedade. Os de maior destaque foram as
para reviver os melhores momentos do apresentações da Orquestra Voadora, da Maracangalha,
Movimento Estudantil brasileiro combativo, que El Efecto e do Jards Macalé, que contrariou o pedido da
atenda aos interesses dos estudantes e que Reitoria para que não tocasse no ex-Canecão. Sem contar as
organize a luta. diversas rodas de samba e a apresentação do tradicional
sambista carioca Monarco, que encerrou o calendário de
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shows da ocupação.
7. COMANDO DE GREVE ESTUDANTIL DA ADMINISTRAÇÃO
Conquistas da Greve
No aspecto político, a greve da educação se encerra com um Percebemos, portanto, a importância desse debate levantado
saldo bastante positivo. O governo começou, em maio, dizendo que na sociedade pela greve que nos leva a pensar sobre o
não haveria negociação nem concessão a nenhum setor e que projeto de educação que queremos para o país.
descontaria os dias parados da folha de pagamento dos servidores, o
que atacaria o direito constitucional à greve. Depois foi obrigado a No aspecto econômico, a greve conquistou vitórias significativas e
anunciar que daria aumento aos professores federais. Esse resultado que têm impacto direto sobre a vida dos estudantes do ensino
se deve, em grande parte, além da forte disposição de luta dos público federal. Obviamente não conquistamos tudo o que
servidores e estudantes, à unidade construída entre as várias queríamos. Mas, sem dúvida, o governo foi obrigado a ceder
organizações que possibilitou a unificação a greve, em que pese as
muito mais do que pretendia. O discurso do governo é que não se
diferentes pautas de cada setor.
poderia ampliar o orçamento destinado à educação, pois estamos
No entanto, vemos que o movimento no seu conjunto, por mais forte vivendo uma crise financeira internacional. No entanto, nos
que tenha sido, e o foi, não teve forças para impor ao governo o últimos anos, quando houve expansão do crescimento
atendimento pleno de suas reivindicações. O que, sim, valoriza a econômico, não se ampliou as verbas destinadas à educação. Pelo
conquista alcançada é o contexto em que ela se deu: a situação em contrário, houve cortes da ordem de R$ 5 bilhões no orçamento
que ocorreu a greve estava marcada pela ofensiva do governo no
do MEC, só nos últimos 2 anos. Ou seja, o governo tenta esconder
Congresso Nacional para aprovar um projeto de lei que congelaria o
por detrás da crise sua total falta de interesse em investir na
salário dos servidores por dez anos, o que poderia ter sido aprovado
caso não houvesse a greve. educação pública. Por isso, o governo quer promover um
verdadeiro desmonte do plano de carreira dos docentes, impondo
critérios que reforçam o conceito produtivista na educação, como
“Obviamente não se educar fosse uma mercadoria qualquer. Um verdadeiro crime
conquistamos tudo contra a educação pública, que levou o setor a não assinar acordo
o que queríamos. com o governo e seguir a luta para impedir que este absurdo
venha a se concretizar.
Mas, sem dúvida,
o governo foi obrigado Uma das maiores conquistas econômicas dessa greve, em âmbito
a ceder muito mais nacional, foi a ampliação da verba destinada ao PNAES
(Plano Nacional de Assistência Estudantil). O CNGE em
do que pretendia. ” Faixa da Administração UFRJ em Brasília
negociação com o governo garantiu o aumento dos recursos para
esse fundo de R$ 500 milhões para R$ 750 milhões. Essa
Dessa forma, a greve desgastou a política educacional do governo ampliação é muito expressiva quando comparada com os
reajustes realizados nos últimos anos. Objetivamente, isso se
desmascarando anos de propaganda que pregava melhorias na
traduziu em maior oferta de restaurantes universitários,
educação. Pode-se facilmente observar essa falácia com o fracasso alojamento estudantil e creche universitária em diversas
do 1º PNE, que não atingiu nem 1/3 de suas metas e o REUNI, que universidades, e na elevação do piso nacional das bolsas de
tem suas obras parcialmente realizadas, com expansão sem assistência estudantil para o valor de R$ 400,00. Na UFRJ
qualidade, falta de professores, salas lotadas e piora no ensino das conseguimos ir além, mantendo nossos avanços do ano passado,
universidades federais. A dificuldade de negociar com o governo e superando o piso nacional, passando o valor da bolsa-auxílio
demonstrou para a sociedade a importância que é dada às questões para R$ 550,00 e da bolsa-moradia para R$ 650,00. Para os alunos
que ingressam na universidade por meio de cotas, que a partir do
educacionais, priorizando o pagamento da dívida e o superávit
próximo ano se ampliarão, a bolsa-permanência, que todos
primário e se esforçando para cortar gastos nas áreas sociais. Isso recebiam durante apenas o 1º ano, passará a ser convertida
fica claro quando, analisando o orçamento da União para o ano de automaticamente em bolsa-auxílio. Isso garantirá que estudantes
2012, percebemos a destinação de mais de 47% das verbas públicas que necessitam da bolsa não fiquem sujeitos a não receber a
(cerca de R$ 1 trilhão) para o setor bancário, através do pagamento bolsa-auxílio, diminuindo a chance de que tenham que abandonar
de juros e amortizações da dívida. Enquanto que para a educação o a universidade após o término do 1º ano. Com essa atitude, o nº
de bolsas disponibilizadas pela UFRJ crescerá bastante nos próxi-
governo destina apenas pouco mais de 3% de sua verba.
mos anos, o que vai garantir que mais pessoas tenham acesso à
universidade e possam ter condições de concluir sua graduação.
Na UFRJ, considerando as conquistas que alcançamos no último ano,
a atitude da Reitoria, como representante do Governo Federal, foi a
Na nossa universidade alcançamos outras conquistas importantes.
de se esforçar, a todo momento, em se alinhar com sua política,
tentando ludibriar e não se responsabilizar perante as reivindicações Além de avanços nos campi do interior e o estabelecimento do
dos movimentos da comunidade acadêmica. Só após muita pressão prazo de que até o final do ano será realizada a licitação das obras
dos setores em greve as negociações com a Reitoria começaram a do bandejão da PV, foi muito importante o afastamento do antigo
avançar e a fizeram tomar decisões a favor dos grevistas, diretor do alojamento, por seu trato repressivo e violento para
recusando-se, inclusive, a acatar a orientação da presidente Dilma de com os alunos que lá moram. Mas, sem dúvida, o ponto mais
descontar os dias parados dos servidores.
marcante da greve na UFRJ foi, após a ocupação, a garantia do ex-
Página 7 Canecão público, como já foi exposto anteriormente neste texto.
8. A ADM PAROU E FORTALECEU A GREVE NACIONAL!
Reorganização do Movimento Estudantil (ME)
Nesta greve, o movimento estudantil brasileiro acumulou um patrimônio: o Comando Nacional de Greve dos Estudantes. As lições deixadas
pelo CNGE não poderiam ser mais claras: provou a necessidade do movimento estudantil se organizar com independência, democracia de
base e unificação nacional. A concepção de funcionamento do Comando, defendida desde o começo da greve pela ANEL, foi determinante
para que os estudantes tivessem uma “cara própria”. Só podemos ser vitoriosos quando unidos organicamente em escala nacional.
Foi através do CNGE que o movimento estudantil brasileiro conseguiu, em primeiro lugar, superar a fragmentação que havia tanto territorial
quanto pelos diversos coletivos organizados, e unificar todo o movimento em uma só pauta e um só instrumento. A articulação nacional
realizada expressa a importância que teve nesta greve a unidade construída.
A maior vitória da concepção de movimento estudantil levada pelo CNGE está relacionada com um funcionamento completamente atrelado
às assembleias dos estudantes. Através do método democrático de eleição de delegados pelas assembleias gerais, com mandatos
revogáveis, as reuniões do CNGE, suas deliberações e a intervenção de cada delegado estavam submetidos ao controle da base.
Além disso, o Comando manteve sua independência, política e financeira, frente aos governos e às reitorias. Isso foi fundamental para que
as pautas aprovadas pudessem refletir, de fato, o acúmulo de cada assembleia de base. O CNGE organizou campanhas de doações, além de
solicitar apoio financeiro das entidades parceiras de greve, o que foi determinante para fazer o CNGE existir na realidade, subsidiar as passa-
gens dos delegados e manter o funcionamento orgânico em Brasília.
Por fim, o CNGE teve também uma vocação internacional! A nossa greve, sem dúvida, se somou à juventude que protagoniza mobilizações
por todo o mundo. E, agora, a juventude brasileira deve seguir em luta por melhores condições de ensino.
Estudante reivindica a legitimidade do comando de greve instituído de maneira democrática...
...Enquanto a UNE se reúne de portas fechadas com o Ministro Mercadante para dar um golpe no
movimento grevista do qual ela nunca participou e, assim, garantir a continuidade dos programas do
governo, passando por cima do CNGE e dos interesses dos estudantes que ela teria que defender.
Essa greve deixará marcas profundas no movimento estudantil brasileiro. A primeira grande lição que fica é que o movimento
passou por fora e se enfrentou com a UNE. Hoje, a velha entidade não passa de um aparato estatal: o “ministério estudantil” do
Governo Federal. E isso é a base para todo o processo de reorganização que vem se desenvolvendo no país nos últimos anos. A greve
apenas evidenciou a necessidade do movimento estudantil contar com uma
entidade nacional alternativa à UNE. Há anos a ANEL vem afirmando que a falta
de independência e o atrelamento ao governo iriam cobrar preços altos para
nossa luta. E esta greve provou isso.
Para aprofundar o debate sobre a criação de uma nova entidade como parte
desse processo de reorganização, a ANEL realizará seu 2º Congresso no
próximo ano. E, através de seus espaços democráticos e debates profundos
acerca da educação e da sociedade, todos aqueles estudantes que estiveram
mobilizados, assim como nós, do Comando de Greve da ADM, ou aqueles que
queiram um futuro melhor para a educação, poderão participar e, quiçá, se
organizar por dentro dessa entidade de luta.
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9. COMANDO DE GREVE ESTUDANTIL DA ADMINISTRAÇÃO
Conclusão
A experiência que tivemos no curso de Administração apresentou Essa greve também representou uma mudança de paradigma na
elementos semelhantes aos que foram observados a nível nacional. atuação política do curso de Administração. Se antes éramos
A capacidade de enfrentarmos um governo tão duro nos ensinou vistos como aqueles que não se mobilizavam e não se integravam
à luta na nossa universidade, hoje garantimos uma presença
muita coisa. E devemos reproduzir esse ensinamento no nosso
ostensiva e obstinada nos setores mais combativos do Movimento
cotidiano: Nos unindo, e nos articulando com os estudantes de Estudantil. Esse é o saldo positivo mais evidente para o nosso
outros cursos, para enfrentar todas as dificuldades que encontramos, curso. E, por isso, devemos continuar nos mobilizando,
tanto na ADM quanto na nossa universidade. Construir essa greve individualmente ou através do CADM, participando dos fóruns e
nacional foi fundamental para percebermos a importância de sairmos atuando politicamente para conseguirmos avançar ainda mais.
para fora do nosso próprio curso. Conhecer estudantes de outros E, sem dúvida, essa é a principal lição que levamos dessa greve:
cursos e de outras universidades de todo o país, nos mostrou a real só a luta muda a realidade na qual estamos inseridos.
situação da educação pública e nos fez perceber a força do
movimento estudantil unificado. Antes de sermos alunos da
Administração, somos alunos da UFRJ. E, antes de sermos alunos da
UFRJ, somos alunos da rede pública federal. Se todos os estudantes
decidirem lutar dentro de seus próprios cursos, esquecendo-se de
que sua realidade está completamente ligada a uma realidade
externa às paredes do seu prédio, o ensino público como um todo
fica entregue a interesses políticos e econômicos muito maiores do
que os do seu próprio curso e de seus departamentos. E, assim, todos
perderiam. Logo, lutar só pelos alunos da Administração pode ser
muito pior para os próprios alunos de Administração do que lutar
pela educação como um todo. Dividir a luta das universidades e
cursos é prestar um grande favor a quem quer precarizar e privatizar
as universidades. Nosso curso não é uma bolha blindada contra os
Alunos da UFRJ e da UFF se encontram em Brasília.
ataques que atingem toda a educação. É muito melhor, e mais
sensato, querer que todas as universidades e cursos estejam em
melhores condições, lembrando que fazemos parte desse todo. Com
certeza, é um salto qualitativo para o nosso curso ter essa percepção.
Se todos os estudantes de todos os cursos a tivessem, sem dúvida a
realidade ampliada da educação seria muito melhor, e a
consequência disso seria que nós não teríamos metade dos nossos
problemas específicos. Simplificando: juntos somos mais fortes!
“Antesde sermos alunos da Administração, somos alunos da UFRJ.
E, antes de sermos alunos da UFRJ, somos alunos da rede pública federal.
(...)
Dividir a luta das universidades e cursos é prestar um grande favor a quem quer
precarizar e privatizar as universidades.
(...)
Só a luta muda a realidade na qual estamos inseridos.”
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