O USDA aumentou sua estimativa para a safra brasileira de café 2016/17 para 56,1 milhões de sacas, mas números do governo brasileiro indicam que a safra pode ser menor. As exportações e o consumo interno do Brasil precisarão de entre 53,5-55 milhões de sacas, mas a próxima safra deverá ser menor. Os preços do café caíram nesta semana devido às estimativas de safra maior e à crise política no Brasil.
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Santos, 25 de novembro de 2.016 – ano 83 – número 47
O USDA, o Departamento de Agricultura dos EUA, revisou para cima sua projeção para a safra brasileira
de café 2016/17, de 55,95 milhões para 56,1 milhões de sacas, crescimento de 1%, mas as manchetes foram na
direção “USDA prevê safra maior de café no Brasil” e contribuíram para a queda das cotações em Nova Iorque esta
semana.
Para o USDA, a produção de arábica no Brasil deverá atingir 45,6 milhões de sacas, aumento de 4% em
relação à estimativa de maio, e a de conilon deve ficar em 10,5 milhões de sacas, 13% menos do que o previsto em
maio último. A estimativa da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, de setembro último, é de 49,64
milhões de sacas, sendo 41,29 milhões de sacas de arábica e 8,35 milhões de sacas de conilon. Já considerávamos
alto o volume estimado pelo USDA em maio e o atual (13% acima da última estimativa da CONAB) também nos
parece acima da realidade.
Esses números comprovam como o quadro é apertado. O mercado prevê que o Brasil deverá exportar neste
ano-safra 2016/2017 (julho de 2016 a junho de 2017) entre 33 e 34 milhões de sacas de café e consumir no
mercado interno entre 20,5 e 21 milhões de sacas. Portanto, para atender nossos compromissos na exportação e no
consumo interno precisaremos de 53, 5 milhões a 55 milhões de sacas de café. Para ajudar o abastecimento de
nosso consumo interno, o ministério da Agricultura vai leiloar no início de 2017 as 700 mil sacas restantes nos
estoques públicos brasileiros, e a safra brasileira 2017, de ciclo baixo, será menor que a atual. No ano-safra
2017/2018 (julho de 2017 a junho de 2018) não teremos estoques públicos de café.
Esta semana os contratos de café na ICE Futures US trabalharam em baixa e a crise política brasileira fez
com que a cotação do dólar frente ao real oscilasse bastante. Os negócios no mercado físico brasileiro diminuíram
de ritmo com a queda em Nova Iorque e com o feriado nacional do dia de ação de graças ontem nos EUA, quando a
ICE, principal termômetro dos preços, não trabalhou. O volume de negócios fechados foi menor em relação à
semana anterior.
Representantes do CNC - Conselho Nacional do Café e da CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária
do Brasil preparam um documento, que deve ser entregue ao Ministério da Agricultura ainda esta semana,
manifestando-se de forma veemente contra a proposta de importação de café conilon que está sendo capitaneada
pela indústria de solúvel (fonte: VALOR On Line – Agronegócios em 24/11/16).
Até dia 24, os embarques de novembro estavam em 1.633.653 sacas de café arábica, 13.448 sacas de café
conilon, mais 177.436 sacas de café solúvel, totalizando 1.824.537 sacas embarcadas, contra 1.828.156 sacas no
mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 24, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em
novembro totalizavam 2.561.413 sacas, contra 2.574.415 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 18, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira,
dia 25, caiu nos contratos para entrega em março próximo 670 pontos ou US$ 8,86 (R$ 30,20) por saca. Em reais,
as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 18 a R$ 725,19 por saca, e hoje dia 25, a R$
700,76 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa
de 230 pontos. No mercado semiparalisado de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés
verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2016/2017, condição porta de armazém:
R$600/620,00 - CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$580/600,00 - FINOS A EXTRA FINOS – MOGIANA E MINAS.
R$550/570,00 - BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$530/540,00 - DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$500/520,00 - RIADOS.
R$470/490,00 - RIO.
R$500/530,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$480/500,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.
DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 3,4090 PARA COMPRA.