1. SOCIEDADE MINEIRA DE CULTURA
Mantenedora da PUC MINAS e do
COLÉGIO SANTA MARIA PONTOS
UNIDADE: SANTA MARIA – NOVA SUIÇA OBTIDOS
2ª ETAPA
TAREFA DE: Orientação para estudos de recuperação. PROF.: Renzo Martins
ALUNO(A): ____________________________________ Nº: ____ SÉRIE / TURMA: 2º MC / MS
VALOR: MÉDIA: DATA: / 06 / 2006
“Ninguém é capaz de escrever bem se não sabe bem o que vai escrever!”
J. Mattoso Câmara Jr.
1- Justificativa
Prova é sempre uma situação muito estressante. Não raro, sabemos a resposta de
uma questão, mas em função de nosso nervosismo, falta de confiança ou outro fator
qualquer, ficamos incapazes de articular bem um raciocínio e responder com clareza ao que
foi solicitado. Às vezes, não conseguimos, ao menos, entender o que foi solicitado.
Pretendemos, nesses três dias, conversar com vocês sobre como reagir frente a uma
questão de prova e que habilidades as questões querem medir. Acreditamos que dominando
esse conhecimento ficará mais claro e simples agir diante de um enunciado.
2- Conversa inicial
A aprendizagem é uma operação neural. Pode ser mecânica – aprendemos e logo
esquecemos – e neurológica – aprendemos de forma significativa, ou seja, o conhecimento
é resultante das interações do indivíduo com o meio e sua diversidade de estímulos sociais
e culturais.
Aprender nada mais é do que descobrir significados, estabelecer conexões, associar
o que se ouve a experiências e emoções vividas. Você, em verdade, não precisa de um
professor para passar-lhe informações. Elas estão no seu entorno. O papel do professor é o
de desafiá-lo, levar você a refletir sobre o que aprendeu, trazer novos pontos de vista e
colocá-los em discussão, fazer você aprender a lidar com o conhecimento adquirido a partir
de suas próprias ações sobre os objetos do mundo.
A escola brasileira, entretanto, lida com o processo educacional ainda calcado na
transmissão de conteúdos e não raro quem determina o que se vai aprender são os
vestibulares das universidades federais e esse é um dos nossos grandes problemas, uma
vez que temos de cumprir determinados programas, visando simplesmente ao ingresso do
aluno nas universidades!
Esses vestibulares são quase sempre divididos em duas etapas, que pretendem
avaliar diferentes tipos de capacidades. A primeira etapa leva o aluno a lidar com questões
fechadas, ou seja, oferece-se um enunciado e estabelecem-se diferentes opções de
respostas, com diferenças sutis entre elas. Testam a capacidade de análise, interpretação e
inferência dos candidatos, além, é lógico, do conhecimento dos conteúdos. A segunda etapa
lida com questões abertas, que podem ser mais ou menos objetivas, dependendo da
disciplina. Nessa etapa, procura-se observar, além do domínio do conteúdo, uma série de
habilidades operatórias, das quais trataremos a partir de agora.
3- Habilidades
Segundo Piaget, você está em um período de seu desenvolvimento chamado de
lógico-hipotético-dedutivo, ou seja, você já é capaz de analisar, comparar, deduzir, transferir,
classificar, enumerar, aplicar, demonstrar, debater, interpretar, provar, concluir, refletir,
conceituar, criticar, sintetizar, interagir, especificar, ajuizar, discriminar, revisar, solucionar
problemas complexos e, sobretudo, pesquisar.
2. 2
É preciso ter em mente que a bagagem cultural adquirida por você até o momento é
decisiva para a interação de todas essas habilidades. Integrando informações, saindo do
pensamento concreto, dominando a abstração, tendo a clareza do que tem em mente você,
certamente, está capacitado a passar nas provas, e, para nós, o que é mais importante,
estará se transformando em um ser crítico e consciente, capaz de compreender o mundo
que o cerca e sendo feliz socialmente.
Que habilidades você deverá demonstrar nas provas das boas universidades? Veja o
quadro que segue:
Pré-requisitos para Comentário
aprovação
1- Compreender e expressar Capacidade de interpretação de textos e domínio de suas
informações, permitindo sua transferência para outras
situações.
2- Raciocinar logicamente Operacionalização do pensamento. Estruturação do pensar
com encadeamento, seqüência e coerência para alcançar a
síntese e aplicá-la à análise e à crítica.
3- Compreender e repensar Domínio de informações como instrumento de reflexão e
aplicação em situações variadas. Necessidade de um
universo vocabular amplo e capacidade de percepção das
situações de comunicação.
4- Levantar hipóteses Ser capaz de analisar um fato, um fenômeno ou um
problema e estabelecer hipóteses sobre suas relações de
causa e efeito ou possíveis formas de se chegar a uma
solução. Toda hipótese é sempre uma suposição
admissível, uma teoria provável, uma suposição lógica.
5- Planejar Quem não programa, não projeta, não estabelece uma linha
de ação, não consegue se expressar com clareza e lógica.
6- Argumentar Levar a crer, influenciar, induzir, convencer, aconselhar.
Para tal, é preciso que a pessoa tenha um bom domínio do
tema que usará como argumento e um conhecimento claro
de seu interlocutor, a fim de melhor eleger o registro que
usará.
Observe que sem essas habilidades, dificilmente você conseguirá atender ao objetivo
de uma questão aberta ou fechada, ou mesmo, dar-se bem em qualquer situação de
comunicação, seja ela escrita ou oral.
4- Matriz do SAEB
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – Saeb - é a primeira iniciativa
brasileira no sentido de conhecer mais profundamente o nosso sistema educacional. Frente
aos resultados, uma série de publicações tem vindo a público, no sentido de tentar melhorar
a performance dos alunos diante das interpretações de questões e ajudar os professores na
tarefa de guiar esses alunos.
A seguir, apresentamos a você, as propostas de questões mais comuns de serem
encontradas em provas, listadas pelo Saeb.
Descritores Comentários
1. Localizar informações explícitas Encontrar uma informação em um texto.
em um texto.
2. Estabelecer relações entre Identificar dois ou mais termos que tenham a mesma
partes de um texto, identificando referência, como, por exemplo, um nome e um
3. 3
repetições ou substituições que pronome, um nome e uma expressão lexical.
contribuem para a continuidade
de um texto. (coesão)
3. Inferir o sentido de uma palavra Utilizar mais de uma estratégia: marcas fonológicas,
ou expressão. gráficas, morfossintáticas e contextuais, bem como
verbetes de dicionários - para construir significado
para palavras ou expressões que não são
conhecidas.
4. Inferir uma informação implícita Perceber uma informação não-dita, mas que pode
em um texto. ser pressuposta a partir de informações disponíveis
no texto e de outras dos conhecimentos prévios do
leitor.
5. Desenvolver interpretação, Recorrer a elementos não-verbais para interpretar
integrando o texto e o material textos de gêneros variados, como: propagandas,
gráfico. quadrinhos, charges, textos informativos, cartazes,
panfletos, entre outros.
6. Identificar o tema de um texto. Reconhecer a idéia central do texto.
7. Identificar a tese de um texto. Encontrar, em textos argumentativos, de intenção
persuasiva, o ponto de vista do autor em relação ao
assunto desenvolvido.
8. Estabelecer relação entre a Identificar e relacionar em um texto o ponto de vista
tese e os argumentos adotado pelo autor e os argumentos que ele constrói
oferecidos para sustentá-la. para sustentar seu ponto de vista.
9. Diferenciar as partes principais Em um texto, ou em um de seus segmentos,
das secundárias em um texto. reconhecer o ponto principal e as partes em que ele
se subdivide.
10. Identificar o conflito gerador do Identificar, em um texto narrativo, o cenário, os
enredo e os elementos que personagens, o conflito, o desfecho, foco narrativo,
constroem a narrativa. espaço, tempo, etc. que o compõem.
11. Estabelecer relação causa / A partir do reconhecimento da causa de um
conseqüência entre partes e determinado fato, perceber a ligação entre esse fato
elementos do texto. e sua (s) conseqüências (s).
12. Identificar a finalidade de A partir da leitura de textos integrais ou de
textos de diferentes gêneros. fragmentos de textos de vários gêneros (notícia,
fábula, aviso, anúncio, propaganda, carta, convite,
instrução, resumo, artigo, etc.). Identificar os
objetivos do texto: informar, convencer, advertir,
instruir, explicar, comentar, divertir, solicitar,
recomendar, etc.
Identificar as marcas lingüísticas Reconhecer quem enuncia o texto e a quem ele se
que evidenciam o locutor e o destina a partir da observação do registro de
interlocutor de um texto. linguagem usado, das variações dialetais, da seleção
lexical e temática, entre outras marcas.
13. Distinguir um fato da opinião Identificar, em diferentes tipos de texto, um fato
relativa a esse fato. relatado e diferenciá-lo do comentário que o autor, o
narrador ou um personagem faz sobre esse fato.
4. 4
14. Estabelecer relações lógico- Este descritor supõe várias relações (temporalidade,
discursivas presentes no texto, causalidade, oposição, comparação, anterioridade,
marcadas por conjunções, posterioridade, etc.). O que se espera, na leitura de
advérbios, etc. um texto ou de uma passagem dele, é a percepção
de uma determinada relação e, quando necessário,
a identificação do elemento que a explicita.
15. Perceber efeitos de ironia ou Reconhecimento e compreensão dos elementos que
humor em textos variados expressam a ironia e/ou o humor do texto
16. Reconhecer o efeito de sentido Perceber a função do emprego dos sinais de
decorrente do uso da pontuação (ponto, dois pontos, vírgula, exclamação,
pontuação e de outras interrogação, travessão, etc.) e notações (negrito,
notações. itálico, sublinhado, colchete, parênteses, aspas,
etc.), reconhecendo usos particulares em função do
gênero ou dos efeitos pretendidos.
17. Reconhecer o efeito de sentido Compreender efeitos de sentido produzidos num
decorrente da escolha de uma texto, a partir de escolhas do autor (linguagem
determinada palavra ou figurada, ordem das palavras, vocabulário, etc.)
expressão.
18. Reconhecer o efeito de sentido Identificar a implicação da presença de variações
decorrente da exploração de relativas aos padrões gramaticais da língua
recursos ortográficos e/ou (ortografia, concordância, estrutura da frase, etc.)
morfossintáticos. para o sentido do texto.
19. Reconhecer diferentes formas Reconhecer diferenças entre textos sobre o mesmo
de tratar uma informação na assunto em função do leitor-alvo, da ideologia, da
comparação de textos que época em que foi produzido e das suas intenções
tratam do mesmo tema, em comunicativas. Por exemplo: duas notícias podem
função das condições em que desenvolver a mesma seqüência de fatos de modo
ele foi produzido e daquelas em diferente.
que será recebido.
20. Reconhecer posições distintas Em um mesmo texto ou em textos diferentes, podem
entre duas ou mais opiniões estar registradas opiniões contraditórias sobre um
relativas ao mesmo fato ou ao assunto, um acontecimento, uma pessoa, etc. O que
mesmo tema. se espera é que, identificando essas opiniões, o
aluno reconheça as diferenças entre elas.
Você que lida quase diariamente com o gênero “questões de prova” deve ter
percebido com muita facilidade os objetivos de seus professores ao criar esse ou aquele
enunciado. Após estudar esses descritores, convém posicionar-se de forma mais consciente
frente ao objetivo das questões. Pense sempre: o que essa questão quer de mim?
(parafraseie a questão); o que sei desse assunto? (levante seus argumentos), do que eu sei
o que quero dizer? (elabore sua tese, quando for o caso, ou selecione seus argumentos),
para quem estou escrevendo? Onde meu texto irá circular? (escolha o registro formal ou
informal).
5- Enunciados mais comuns
Você vem trabalhando questões abertas, em várias áreas - Literatura, Geografia,
História, Biologia, etc – cujos comandos nem sempre estão muito claros em sua cabeça.
Vamos tentar, sem nenhuma pretensão de esgotar cada conceito, clarear um pouco que
5. 5
procedimento você deve ter diante de diferentes comandos de questões. Lembre-se de que
entra sempre em cena o seu conhecimento sobre o assunto tratado.
Comentar – é relacionar os conteúdos de um texto com uma determinada realidade, de
forma opinativa. Falar sobre. Explicar interpretando. Fazer observações que esclarecem
e/ou criticam uma obra ou um texto.
Explicar – constitui um método de leitura especial: não é uma leitura de consumo. É uma
leitura de fecundação, durante a qual se processam experiências de reflexão. Tornar
inteligível ou claro o que é ambíguo ou obscuro. Expor, desenvolver. Dar a conhecer a
origem ou o motivo de.
Explicitar – é tornar claro, explicado, expresso formalmente.
Comparar – significa descobrir as relações de semelhança e/ou diferença (contraste) entre
determinadas épocas, processos, argumentações.
Interpretar – é reproduzir o conteúdo do texto, de maneira resumida, parafraseando-o,
conservando as idéias originais. Você diz novamente o que o texto já disse, de forma
resumida, com suas próprias palavras.
Analisar – é construir uma reflexão objetiva, pautada em argumentações ou
fundamentações, contidas no texto em análise, que justifiquem e tornem válidas suas
observações. Examinar com minúcias; estudo pormenorizado de uma questão qualquer.
Inferir – processo cognitivo que gera uma informação semântica nova, a partir de uma
informação semântica anterior, em determinado contexto. Ocorre quando o leitor, inscrito no
texto, estabelece elos lexicais (vocabulário), organiza redes conceituais no interior do texto
ou quando o leitor busca, extra-texto, informações e conhecimentos adquiridos pela
experiência de vida, com os quais preenche os vazios textuais. O mesmo que concluir,
deduzir pelo raciocínio.
Identificar – significa assinalar os elementos fundamentais de uma argumentação, uma
época, um processo, etc. É o mesmo que determinar, apontar, indicar. A informação está
contida no texto (gravura, mapas, texto, escritos, gráficos). Você deve encontrá-la e
reproduzi-la com suas próprias palavras ou na forma como é apresentada no texto em
análise.
Resumir – é identificar as idéias centrais e secundárias de um texto. É apresentar a síntese
do texto (em forma de parágrafo) que corresponde à compreensão do que foi dito. Essa
síntese não deve ser apresentada em forma de esqueleto. A isso se chama esquema,
gênero textual mais objetivo, “seco”.
Criticar – examinar e/ou julgar obras. Análise, comentário, apresentação de discussão dos
fatos históricos. Você lê o texto dado, localiza os argumentos e concorda com eles ou
discorda deles, apresentando seus próprios argumentos. Vai além da análise, pois você se
posiciona, de forma total ou parcialmente favorável ou contrária ao que foi exposto no texto
em análise.
Justificar – provar, dar razão, fundamentar, demonstrar, a partir do enunciado do texto em
análise e de seus conhecimentos prévios, o que se pretende.
Indicar: É o mesmo que apontar, determinar.
Calcular: Significa expressar por meio de cálculos um determinado problema, com objetivo
de chegar-se a uma conclusão.
Esboçar: É o mesmo que construir os contornos, delinear.
Descrever: É fazer a descrição de, narrar, expor, contar minuciosamente o que se esta
vendo em um determinado desenho ou cena que esta sendo observada.
6. 6
Demonstrar: É o mesmo que provar por meio de raciocínio concludente (que conclui, ou
merece fé; terminante, categórico), fazer demonstração de, comprovar.
Formular: Expor com precisão, reduzir a fórmula, pôr ou redigir em fórmula.
Redigir: Escrever com ordem e método. Exprimir-se sintaticamente por escrito.
Enumerar – relacionar, indicar por número, numerar, contar, especificar, fazer enumeração
de (coisas, uma por uma).
Fundamentar – é o mesmo que dar fundamento a, documentar, justificar, estabelecer,
lançar os fundamentos ou alicerces de um fato, idéia, ideologia, etc.
Denominar – indicar ou chamar pelo nome, nomear.
Relacionar – fazer relação entre dois ou mais elementos citados ou analogia (entre coisas
diferentes).
6 - O QUE SE AVALIA NAS QUESTÕES ABERTAS:
Segundo as informações divulgadas pelos responsáveis por diversos vestibulares, e em
especial pela UFMG, as questões abertas são avaliadas observando-se os seguintes
aspectos:
a- Clareza e objetividade
b- Conhecimento do conteúdo
c- Qualidade da argumentação e organização do raciocínio.
7-. TIPO DE QUESTÕES ABERTAS
Agora que você já sabe o que o vestibular em sua 2ª Etapa avalia, e quais elementos
serão observados em suas respostas. Vamos analisar algumas questões abertas,
procurando destacar as operações mentais solicitadas.
7.1 – QUESTÕES DIRETAS
São aquelas em que se pretende que o candidato, através do uso de expressões
sintéticas – palavras ou frases -, mencione o que é solicitado sem se preocupar com
interpretações. Essas questões são normalmente iniciadas por verbos como CITE,
APONTE, DETERMINE, IDENTIFIQUE, INDIQUE.
Exemplo 1 (UFMG / 2003):
A- CITE ações empreendidas pelo Papado, à época, visando a se contrapor à Reforma.
7.2 – QUESTÕES ONDE SE DEVE JUSTIFICAR
Uma operação mental mais elaborada é a justificativa. Nela devemos analisar os
elementos apresentados e concluir de que forma eles provam, fundamentam a afirmativa.
Exemplo: 2 (UFMG / 2003):
“No começo do século XVI, a Europa foi sacudida por um processo que deixaria marcas
profundas na vida e no pensamento das pessoas, com desdobramentos visíveis ainda hoje –
a Reforma. As cisões que, então, acometeram a Igreja – levando à formação de várias
religiões denominadas ‘ protestantes’ - trouxeram à tona não apenas uma crise religiosa
mas também disputas políticas, que degeneraram em guerras virulentas.”
A - EXPLIQUE os principais fatores que possibilitaram a eclosão da Reforma.
7. 7
OBJETIVO: Verificar a capacidade dos candidatos de analisando dados propostos
oferecidos no enunciado e baseando-se em seus próprios conhecimentos, revelar
compreensão adequada do conteúdo cobrado.
7.3 – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
No caso de interpretação de textos, espera-se que o aluno seja capaz de inferir (deduzir
por raciocínio), alguma coisa, a partir do texto apresentado. Na maioria dos casos,
entretanto, esse texto fornece algumas “pistas” para a resposta, devendo, portanto, ser lido
com maior atenção. Veja o exemplo.
Exemplo 3 (UFMG-2003 )
“Vários têm sido os motins e sublevações que em diversos tempos houve (nessa região).
Mas nenhuma de tão perniciosas conseqüências, e tanto para temer, como a presente no
ano de mil setecentos e vinte, pelo temerário e inaudito fim que se encaminhava e dirigia,
qual era alçar a obediência ao seu príncipe, usurpar ao patrimônio esta rica porção, e
introduzirem nela despoticamente soberanos, os mesmos que ainda eram indignamente
vassalos.
(D. Pedro de Almeida, Conde de Assumar, 1720.)
A - DESCREVA o contexto histórico a que o autor faz referência nesse trecho.
B – CITE a principal motivação que levou à eclosão do movimento a que se refere o
autor nesse trecho.
C – CITE dois outros movimentos ocorridos na mesma região, durante o período colonial,
APRESENTANDO a principal razão que levou à eclosão de cada um deles.
OBJETIVO: Verificar a capacidade dos candidatos de interpretar um trecho de documento
e, a partir dele, baseados em seus próprios conhecimentos, identificando a que revolta o
autor se refere e a sua principal motivação. Apresentar o quadro político e econômico da
região mineradora no início da sua ocupação e identificar outros movimentos ocorridos na
região mineradora, bem como suas principais motivações.
7.4 – QUESTÕES DE RELACIONAMENTO
Nas questões de relacionamento, como o nome diz, espera-se que o candidato faça
relação entre dois ou mais elementos citados. Para tanto, ele deve estar preparado para
pensar de forma mais ampla e verificar o tipo de analogia que pode ser estabelecido. É
importante nesse tipo de questão fazer o levantamento do que se sabe a respeito de ou e
outro item. Só a partir dessa seleção – que deve ser registrada por escrito, pois palavra no
papel não foge da memória – o texto resposta deve ser produzido.
Exemplo 4
A – Relacionar: Revolução do Porto e Independência do Brasil.
OBJETIVO: Esta questão exige que o candidato seja capaz de relacionar as medidas
propostas pelos revolucionários do Porto, em relação ao Brasil e como a mossa elite reagiu
a essas medidas, lutando pela independência.
Paralelo entre enunciados de provas abertas da UFMG, em diferentes
disciplinas
8. 8
Quando você chega a fazer as provas da segunda etapa, já venceu a primeira que
tem caráter eliminatório. A segunda etapa tem caráter classificatório.
Biologia Filosofia
• Cite
• Justifique
• Explique
• Indique • Redija um texto explicando
• Escolha e planeje • Redija um texto caracterizando
• Formule • Redija um texto desenvolvendo
• Marque • Identifique e analise
• Nomeie
• Estabeleça uma relação
Física Geografia
• Calcule • Identifique e explique
• Responda e justifique • Cite
• Explique • Descreva
• Determine e justifique • Explique
• Identifique e justifique • Cite e explique
• Esboce um diagrama • Compare
• Justifique ( após uma afirmativa dada) • Cite e compare
• Indique na figura
História Português (Letras e Belas Artes)
• Analise
• Indique • Redija um texto explicando
• Explique • Redija um texto explicando
• Identifique • Identifique e explicite
• Apresente • Identifique e explique
• Explicite • Redija um texto discutindo
• Descreva
• Compare
Redação Inglês
• Redija um texto argumentando • Complete
• Redija um texto discutindo • Circule e corrija
• Redija um texto dissertativo • Escreva
explicitando
• Redija um texto analisando e
acrescentando
• Redija um texto analisando e
relacionando
• Redija um texto explicitando
• Redija um texto analisando e
relacionando
Química Matemática
• Calcule • Determine
• Justifique • Esboce
9. 9
• Calcule e justifique • Calcule
• Indique • Demonstre
• Explique • Perguntas diretas . Dá-se um problema
• Escreva a fórmula e ao final pergunta-se por ex.:
• Represente a fórmula “Quantas comissões podem ser
• Cite formadas?”
• Identifique
8- Elementos da Textualidade
Chama-se textualidade ao conjunto de características que fazem com que um texto
seja um texto, e não apenas um amontoado de frases. Dois estudiosos Beaugrande e
Dressler apontaram sete fatores responsáveis pela textualidade de um discurso qualquer.
São eles:
• É responsável pelo sentido do texto.
• Envolve aspectos lógicos, semânticos, cognitivos.
1- Coerência • Supõe um partilhar de informações entre os interlocutores. Um texto
não significa nada sozinho. Seu sentido é construído quando entre o
produtor e o recebedor há um partilhar mínimo de informações.
• A coerência de um texto deriva de sua lógica interna, resultante da rede
de conceitos e relações em jogo.
• Manifestação lingüística da coerência.
• Responsável pela unidade formal do texto. Constrói-se através de
2- Coesão mecanismos:
a- gramaticais ( anáforas, artigos, elipse, concordância,
correlação entre os tempos verbais, conjunções)
b- e lexicais (reiteração, substituição e associação)
Reiteração = repetição de um item
Substituição = sinonímia, antonímia
Associação = relação entre intens do vocabulário pertencentes a um
mesmo campo semântico – aniversário, acender as velinhas, presentes
• Para Charolles um texto coerente e coeso satisfaz a quatro requisitos:
a- Continuidade – Necessária retomada de elementos no decorrer do
discurso, pois um dos fatores que fazem com que se perceba um
texto como um todo único é a permanência, em seu
desenvolvimento, de elementos constantes. (repetição de palavras,
uso de arigos definidos ou pronomes demonstrativos, uso de
pronomes anafóricos , elipses de termos facilmente recobráveis etc.
b- Progressão – o texto deve retomar seus elementos conceituais e
formais, mas não pode se limitar a essa repetição. Deve apresentar
novas informações a propósito dos elementos retomados. São esses
aspectos semânticos que fazem o sentido do texto progredir e que,
afinal, o justificam.
c- Não-contradição – não raro, o estudante emprega uma palavra no
texto desconhecendo o sentido da mesma. Isso resulta em efeito de
sentido não cabível no texto, o que gera a contradição. O texto não
pode contradizer o mundo que revela ou ao qual se refere.
d- Articulação – uma idéia tema a ver com as outras e que tipo de
relação se estabelece entre elas.
• Diz respeito ao empenho do produtor em construir um texto coerente,
coeso, capaz de satisfazer os objetivos que tem em mente.
3-Intencionali- • A meta pode ser informar, impressionar, alarmar, convencer, pedir,
dade ofender, seduzir etc.
10. 10
• É essa meta que irá orientar a confecção do texto.
• Diz respeito à expectativa do recebedor de que o texto com o qual se
defronta seja coerente, coeso, útil e relevante, capaz de levá-lo a
4-Aceitabilida- adquirir conhecimentos ou cooperar com os objetivos do produtor.
de. • Máximas conversacionais de Grice:
Necessidade de cooperação – o produtor procura responder aos
interesses de seu interlocutor.
Qualidade – autenticidade do que se diz.
Quantidade de informação – informatividade.
Pertinência e relevância das informações.
Precisão, clareza, ordenação das idéias e concisão - a maneira como
essas informações são apresentadas.
• É possível que o produtor queira, deliberadamente, desrespeitar
alguma(s) dessas máximas o eu resulta em determinados efeitos de
sentido sobre o interlocutor. Ex. A piada.
• Diz respeito aos elementos responsáveis pela pertinência e relevância
do texto quanto ao contexto em que ocorre.
5-Situacionali- • É a adequação do texto à situação sociocomunicativa.
dade • Contexto + produção + recepção conseqüências para a prática
comunicativa. (placa de trânsito, outdoor, carta íntima, aula)
• O produtor deve saber:
com que conhecimentos do recebedor ele pode contar e que, portanto,
não precisa explicitar em seu discurso?
• O interesse do recebedor pelo texto vai depender do grau de
informatividade de que o último é portador.
6- Informativi- • Um discurso menos previsível é mais informativo, porque a sua
dade recepção, embora mais trabalhosa, é mais interessante, mais
envolvente.
• Se o texto se mostrar inteiramente inusitado, tenderá a ser rejeitado pelo
recebedor, que não conseguirá entendê-lo.
• O ideal é que o texto alterne ocorrências de processamento imediato,
que falam do conhecido, com ocorrências de processamento mais
trabalhoso, que trazem a novidade.
• Suficiência de dados – não é possível nem desejável que um texto
explicite todas as informações desejáveis ao seu processamento, mas é
preciso que deixe inequívocos todos os dados necessários à sua
compreensão aos quais o recebedor não conseguirá chegar sozinho.
• O entendimento de um texto está sempre dependente do conhecimento
de outro(s) texto(s).
7-Intertextuali- • Um discurso constrói-se através de um já-dito em relação ao qual ele
Dade. toma posição.
• O conhecimento de discursos já divulgados são tomados como ponto de
partida ou são respondidos.
• Normalmente os textos dialogam com o discurso anônimo do senso
comum, da voz geral corrente.
• Esse discurso é de conhecimento geral, é informação previsível e sua
presença faz baixar o grau de informatividade.
Após analisarmos os elementos da textualidade, podemos afirmar que a unidade
textual se constrói, no aspecto sócio-comunicativo, através da intencionalidade,
11. 11
aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e intertextualidade e no aspecto
semântico, através da coerência; e, no aspecto formal, através da coesão.
9- Você e a produção de questões abertas no vestibular
Sabemos que essa não é uma situação nada confortável, uma vez que:
1- a situação de comunicação é absolutamente artificial;
2- o produtor do texto, ou seja , você – não é dono do assunto, nem da forma do seu
discurso;
3- os temas lhe são impostos;
4- o recebedor é ignorado. Não se trata de alguém a quem você queira dizer algo, mas
de um desconhecido que, com caneta vermelha em punho, poderá barrar sua entrada
na universidade;
5- a relação estabelecida entre locutor e interlocutor é de poder, à qual você se submete
segundo aquilo que você imagina ser a vontade do recebedor. trata-se, portanto, de
um jogo de representações mentais;
6- sua intenção não é dizer alguma coisa, mas demonstrar que tem o domínio de uma
modalidade do código, de um assunto proposto e/ou da forma de solucionar um
problema, angariando assim sua aprovação no concurso.
7- não raro, sua postura é a de quem não diz realmente o que pensa, mas apenas aquilo
que considera adequado, o dizível, para a circunstância. Assim, seus objetivos como
produtor, associados ao que você imagina ser a expectativa do recebedor, vão exigir
uma postura de auto-superação visando à produção de uma resposta – texto – o mais
possível próxima do padrão considerado desejável. (coerente, coesa, clara, aceitável)
Sendo assim, as regras do jogo estão claras. Procure entrar nesse jogo de forma bem
consciente e boa partida!
8- Conclusões possíveis
Ao escrever um texto:
1- Seja fiel ao tema até o último ponto final. Seja uma resposta a uma questão aberta de
Química, Física, Geografia ou uma dissertação.
2- Para a UFMG não escreva um título. Para as demais faculdades, em que a única prova
aberta é a de Redação, escreva o título. Ele deve ser o resumo de seu texto.
3- Observe os parágrafos e margens. Dê uma boa formatação ao seu texto. Organiza-o de
forma limpa.
4- Parafraseie sempre a questão proposta. Entenda o que ela solicita.
5- Selecione o conteúdo a partir do tema proposto (dados relevantes, argumentação
interessante.)
6- Seqüencie seus argumentos ou informações de forma lógica. Observe a relação de
sentido entre as partes do texto.
7- Escreva com letra legível. Respeite seu leitor.
8- Não esprema palavras nem deixe espaço em branco no final da linha; não deixe as vogais
a,e,o sozinhas na divisão silábica. Elas podem levar seu leitor a fazer previsões incorretas.
9- Não misture tipos de letras (fôrma-cursiva). Não use letra de forma em CAIXA ALTA.
10- Evite frases longas e substantivos abstratos, que não dizem nada ou que sejam por
12. 12
demais evasivos, atrás dos quais você pretende esconder um discurso vazio.
11- Seja objetivo (a), claro(a) e coerente ao redigir. Pode-se dizer algo com duas palavras,
sem gastar cinco.
12- Estabeleça uma seqüência lógica de idéias. Escreva em ordem direta.
13- Observe aspectos gramaticais: ortografia, pontuação, acentuação, concordância,
regência, emprego de conectivos.
14- Observe as situações de produção. Nas questões de Redação e Português, observe se
lhe foi solicitado um pacto ficcional.
Em resposta a provas mais objetivas – Química, Física, Matemática, Biologia, História,
Geografia evite gírias e expressões coloquiais. A redação das respostas deve ser feita
usando o registro padrão da língua.
15- Resista à tentação de usar termos sofisticados ou citação de autores clássicos para
demonstrar erudição. Procure escrever com naturalidade, sem recorrer a mensagens com as
quais não tenha familiaridade ou a assuntos os quais você não domina.
Evite sempre:
1- Palavreado difícil, oco ou enrolado;
2- Redundância – repetição da mesma idéia sem avançar o que resulta em um texto circular,
que não progride.
3- Ambigüidade não intencional. Cuidado com o uso dos possessivos (seu, sua) , dos
demonstrativos (este, esta,esse, essa), e dos relativos (que, o qual, cujo, onde).
4- Evite palavras de sentido vago : coisa, algo, negócio, grande, etc e expressões dói tipo: eu
acho, eu penso, segundo pesquisas – a não ser que você cite fonte segura.
5- Gírias, palavrões e estrangeirismos, exceto se o gênero textual e o interlocutor permitirem.
6- Frases feitas, clichês, provérbios, chavões, jargões, pedantismo (palavras difíceis,
desconhecidas) : tipo assim, a nível de etc. Cuidado com o pleonasmo! Elimine o
supérfluo:”Esse é um problema a ser encarado de frente.”
Siga as regras estabelecidas:
1- Não rasure nem rabisque a folha de respostas.
2- Não use corretivos.
3- Obedeça o espaço proposto.
4- Obedeça o formato do gênero proposto. Em caso de cartas ou de artigos, a assinatura
deve ser fictícia. Jamais escreva seu nome na folha de respostas.
5- Faça parágrafos regulares. Na mesma direção vertical em que iniciar um, inicie os outros.
13. 13
6- Nunca é demais lembrar: faça letra legível.
7- Planeje, rascunhe, releia, corrija, passe a limpo. Jogue essa preguiça fora, afinal você
quer ou não quer passar?
Sua resposta será considerada nula se:
1- Sua letra estiver ilegível.
2- Fugir completamente do tema proposto, no caso de Redação, Português e Filosofia.
3- Abordar superficial, evasiva e inadequadamente o tema.
4- Evidenciar desconhecimento sobre o tema.
5- Contiver dois ou mais parágrafos agramaticais.
6- Não obedecer ao gênero textual proposto.
10- Bibliografia Consultada
ANTUNES, Celso.Trabalhando Habilidades construindo idéias. São Paulo: Editora
Scipione,2001
BRONKART, Jean-Paul. Atividade de Linguagem, textos e discursos.São Paulo: Educ, 1999
COSTA VAL, Maria da Graça. Redação e Textualidade. São Paulo: Martins Fontes,2ª
edição,1999
FÁVERO, Leonor L. A Informatividade como elemento de textualidade. Porto Alegre:Letras
de Hoje, 1985
KOCH, Ingedore Villaça. A Coesão Textual. São Paulo: Contexto, 1999
KOCH, Ingedore Villaça, TRAVÁGLIA,L.C.A Coerência Textual. São Paulo: Contexto, 1999
NOGUEIRA, Juarez. Manual de Sobrevivência na Redação. Belo Horizonte :Autêntica, 2001
BRAICK, Patrícia. Apostila Treinamento em Questões Abertas e observações pessoais.
11- Prática 1
A - Problemas relativos à coerência e coesão
Falha na continuidade.
O homem como fruto do meio
O homem é produto do meio social em que vive. Somos todos iguais e não nascemos
com o destino traçado para fazer o bem ou o mau.
O desemprego pode ser considerado a causa principal de tanta violência. A falta de
condições do indivíduo em alimentar a si próprio e sua família.
Portanto é coerente dizer, mais emprego, menos criminalidade. Um emprego com
salário, que no mínimo suprisse o que é considerado de primeira necessidade, porque os
sub-empregos, esses, não resolvem o problema.
Trabalho não seria a solução, mas teria que ser a primeira providência a ser tomada.
Existem vários outros fatores que influenciam no problema como por exemplo, a
educação, a falta de carinho, essas crianças simplesmente nascem, como que por acaso, e
são jogadas no mundo, tornando-se assim pessoas revoltadas e agressivas.
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A solução é alongo prazo, é cuidando das crianças, mostrando a elas a escala de
valores que deve ser seguida.
E isso vai depender de uma conscientização de todos nós.
1- Qual o grande problema desse texto?
A descontinuidade é flagrante.
2- A estrutura formal do texto é inadequada?
Não. Apresenta a organização de um texto dissertativo. Um parágrafo introdutório,
quatro parágrafos de desenvolvimento e dois conclusivos.
Entretanto estão muito pequenos e fragmentados.
3- Observe o título e a primeira frase, estão em consonância com os argumentos?
Não. Lançam uma idéia que não será mais retomada explicitamente na redação e só
com muito esforço o receptor poderá relacionar os fatos e os conceitos expostos.
4- Releia o primeiro e segundo períodos do texto. Você consegue estabelecer uma
relação lógica entre eles?
Não. O que tem a ver o fato de sermos todos iguais com a idéia de que o homem é
produto do meio?
5- Seria possível resolver os problemas desse texto acrescentando aqui e ali
algum recurso coesivo?
Não. Para melhorá-lo seria necessário explicitar conceitos e relações, melhorar as
relações semânticas, lógicas e cognitivas a fim de que ele se torne coerente.
6- Que idéia liga o segundo, terceiro e quarto parágrafos do texto?
O desemprego é o causador da violência.
7- Analise a relação entre o 2º, 3º e 4º parágrafos com a introdução.
Houve uma ruptura. O leitor fica um pouco perdido: que desemprego? Que violência?
Qual a relação entre isso e o meio social, a igualdade entre os homens e a não-
predestinação?
8- Analise a passagem para o terceiro parágrafo. Que problemas você consegue
perceber?
O locutor trabalha com a seguinte equação : - emprego = + violência + emprego = -
violência, mas não apresenta nenhum argumento para comprovar ou justificar a relação
estabelecida entre os dois fatos. O raciocínio é circular e constitui uma infração à condição
de progressão. A idéia de que desemprego gera criminalidade é tão corriqueira, tão
previsível que o produtor do texto a toma por verdade inquestionável, que dispensa
comprovação.
9- Releia o 5º parágrafo? De que problema trata o locutor?
Não dá pra saber, pois o referente não está claro – problema = o homem ser fruto do
meio? Ou problema = violência ou ainda, problema = incapacidade do indivíduo de suprir
suas necessidades.
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10- Releia a conclusão do texto? Que problemas ela apresenta?
Ela não fecha o texto. Refere-se apenas ao parágrafo imediatamente anterior e não à
redação como um todo. As idéias lançadas na introdução e na primeira parte do
desenvolvimento são esquecidas, não ganham seqüência.
Há ainda falhas quanto à informatividade: são lançadas idéias estereotipadas sem discussão
ou esclarecimentos. Que escala de valores? Por que deve ser seguida? O que se entende
por conscientização?
11- Você percebeu no texto desvios significativos da norma culta e falhas
ortográficas e de pontuação? Comente esse fato em ralação aos demais problemas
detectados até o momento.
Não há desvios significativos no plano da norma culta. Também em relação à utilização
do código escrito os problemas são insignificantes. Entretanto, esse é um texto ruim, com
problemas de coerência, coesão e de informatividade. Assim, pode-se concluir que falhas no
plano macro de um texto não comprometem tanto quanto as cometidas no plano micro,
interno, organizacional.
Prática 2
Análise de comandos de questões de diversas disciplinas.
Todas as questões abaixo foram retiradas da 2ª etapa de provas de vestibulares
da UFMG. Vamos analisá-las, cautelosamente, a fim de decodificarmos o que exige o
enunciado.
Geografia
Analise esta tabela:
A produção de aço bruto, por transformar grande quantidade de matéria-prima, tende
a ser importante nos países onde as fontes das matérias requeridas são abundantes.
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Considerando os fatores de localização que podem explicar, de modo geral, a distribuição
mundial das atividades industriais, CITE dois deles que tornaram possível a produção
siderúrgica indicada na tabela, para o Japão e para a Itália, uma vez que esses países não
se destacam como produtores de carvão e minério de ferro.
Biologia
Estima-se que, na época do descobrimento do Brasil, a população ameríndia era de
4.500.000 indivíduos. Por volta de 1871, esse número caiu para menos de 440.000. Nesse
mesmo período, o total de brancos já era de 3.854.000 e o de negros, de 1.976.000.
Na referida pesquisa do ICB-UFMG, estudos filogeográficos mostraram as seguintes
proporções dos DNA mitocondriais, segundo a sua origem, em brasileiros brancos:
Considerando essas informações, EXPLIQUE a alta incidência do DNA mitocondrial
ameríndio na população brasileira.
Filosofia
Matemática
17. 17
Química
Considere duas soluções aquosas diluídas, uma de ácido clorídrico (HCl) e a outra de
ácido fórmico (HCOOH), de mesma concentração.
A- INDIQUE qual das duas soluções apresenta maior pH.
B- COMPARE qualitativamente os valores das constantes de dissociação do ácido
clorídrico e do ácido fórmico.
História
Nos primeiros anos que se seguiram à chegada da Família Real portuguesa ao Brasil,
uma série de transformações político-econômicas se processaram.
A- APRESENTE o principal fator que impulsionou a Família Real a deixar o
Continente Europeu na primeira década do século XIX.
B-.CITE duas repercussões econômicas da vinda da Família Real para o Brasil.
C-.RELACIONE a presença da Família Real portuguesa no Brasil ao processo de
emancipação política que ocorreria alguns anos depois no país.
Física
Um densímetro simples consiste em um tubo graduado que, fechado nas duas
extremidades, contém, em seu interior, uma pequena massa. Essa massa é fixada no fundo
do tubo, para mantê-lo na vertical quando é colocado em um líquido.
Um densímetro desse tipo, ao ser inserido em uma vasilha que contém água, fica com 6,0
cm de seu comprimento submerso, como mostrado na figura I.
Esse mesmo densímetro foi utilizado para verificar a qualidade do combustível em um
certo posto de abastecimento.
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Quando colocado em uma vasilha que contém o combustível, observou-se que a
parte submersa do densímetro media 8,0 cm, como mostrado na figura II.
O combustível testado pode ser álcool, gasolina ou uma mistura de ambos.
Sabe-se que a densidade da água é 1,0 g/cm3 , a da gasolina é 0,70 g/cm3 e a do
álcool é 0,81g/cm3.
Com base nessas informações.
A-. EXPLIQUE, em termos de equilíbrio de forças, por que a parte submersa do
densímetro é maior no combustível do que na água.
B-. DETERMINE se o combustível testado é álcool, gasolina ou uma mistura de
ambos. JUSTIFIQUE sua resposta.