O documento relata um caso em que um cão percebeu o fantasma de uma mulher vestida de preto em uma casa assombrada antes de seu dono. O cão correu para o fundo da escada, alegre, como se estivesse sendo acariciado por alguém, mas depois fugiu assustado. O documento também discute como animais parecem perceber manifestações paranormais que passam despercebidas pelos humanos, possivelmente devido à sua maior sensibilidade subliminar.
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
Animais percebem fenômenos paranormais antes dos humanos
1.
2. Sexta categoria
Animais e fenômenos de assombração
Primeiro subgrupo
Animais que percebem coletivamente
com o homem as manifestações de assombração
3. Caso 09 (Visual-coletivo, com anterioridade do animal em relação
ao homem)
No relatório muito bem documentado pela senhorita R. C. Morton e
fornecido para a Society for Psychical Research a respeito da casa
assombrada em que ela morava e onde aparecia, entre outras coisas, o
fantasma de uma mulher vestida de preto, ela fala assim da atitude de
seu cãozinho fox-terrier.
“Lembro-me de tê-lo visto, em duas ocasiões diferentes, correr para o
fundo da escada do vestíbulo, balançando o rabo e arqueando as costas,
como fazem costumeiramente os cães quando querem ser acariciados.
Ele corria para lá com um elã e com uma expressão de alegria,
exatamente como se alguém estivesse naquele lugar; mas logo o vimos
escapar depressa, com o rabo entre as pernas, indo se refugiar tremendo
sob o sofá. Nossa impressão era a de que ele tinha visto um fantasma.
Sua maneira de agir era completamente característica; tal impressão era
muito mais forte do que possa parecer em uma simples descrição.”
(Proceedings of the S. P. R., vol. VIII, pág. 323).
4. A partir dos casos relatados aqui, podemos ver que os animais percebem
manifestações metapsíquicas que passam desapercebidas pelas
pessoas presentes; prerrogativa animal. Um pouco adiante, relataremos
um outro fato extraordinário que aconteceu com a senhora d’Espérance.
No comentário em que se tratava, se bem me lembro, de manifestações
experimentais com início de materialização do fantasma, notávamos que
o fato de que os animais parecem perceber a presença do fantasma,
inclusive quando ninguém presente percebe, podia se explicar supondo
que os olhos de certos animais seriam sensíveis aos raios ultravioleta
(como uma chapa fotográfica) e que, consequentemente, eles
conseguiam discernir com os olhos corporais
aquilo que era invisível aos olhos humanos. No entanto, esta hipótese –
correta em algumas circunstâncias – não parece aplicável aos casos que
examinamos agora, pois estes são fenômenos subjetivos e não objetivos.
5. Nestas condições, é preciso concluir que os animais se mostram
efetivamente mais dotados que o homem, no que concerne à
sensibilidade subliminal, para perceber as manifestações paranormais. Os
casos em que os animais se mostram refratários às produções psíquicas
percebidas pelo homem são realmente raros, enquanto que os homens
refratários a estas mesmas manifestações constituem a grande maioria. É
difícil conhecer a causa da superioridade da suscetibilidade animal em
relação às percepções da atividade subconsciente ou espiritual; mas
como esta prerrogativa parece existir em condições análogas nas
populações selvagens, em que a faculdade telepática e telestésica são
bastante frequentes, seria preciso deduzir que a causa consiste nas
mentalidades ainda virgens destes povos, livres das prevenções
costumeiras de um meio contrário ao exercício das faculdades
subconscientes, ou ainda na circunstância de que a atividade psíquica
não é continuamente absorvida e dispersada pelos cuidados e pelas
preocupações da vida civilizada. A precisão destas observações é
comprovada por um fato bastante conhecido, ou seja, nos casos dos
sensitivos clarividentes basta uma contrariedade passageira ou uma
ligeira condição de ansiedade ou preocupação para que suas faculdades
paranormais sejam neutralizadas.