O documento fornece 7 dicas essenciais para análises exploratórias de estudos clínicos: (1) ser cauteloso com achados exploratórios; (2) desconfiar de múltiplos testes estatísticos; (3) com amostras pequenas, menos é mais.
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
7 dicas para interpretar análises exploratórias
1. Análise Exploratória de Estudos Clínicos
7 dicas essenciais
Fabiano Souza MDPhD
Abril 2016
www.coreboxsca.com
2. Dica No 1. Cautela
• As análises exploratórias são uteis para a geração de novas
hipóteses, mas não devem ser usadas como verdades
• Ser conservador e olhar com cautela um achado exploratório
evita que se assuma algo como novo e que na verdade pode
ter sido um achado pelo acaso e portanto espúrio
3. Dica No 2. Desconfie de múltiplos testes
• Quanto maior o número de testes estatísticos (principalmente
quando não são planejados a priori), maiores são as chances
de um achado positivo em algum dos testes se dever pelo
acaso (falso positivo)
• O uso abusivo de múltiplos testes não planejados é chamado
de “fishing” ou pescaria. De tanto o pesquisador testar
(“pescar”) ele encontra algo pelo acaso
4. 1 2 3 4 5 10
Taxadefalsospositivos
0
5
20
No análises não planejadas
Exemplo de “Fishing”
Quanto maior número de análises não planejadas, maior as taxas de falso positivos
5. Dica No 3. Mais é menos
• Vale especialmente para estudos com uma amostra
pequena (N< 100). Nesses casos fazer uma análise com
poucos testes e definidos a priori é a melhor prática do ponto
de vista metodológico
6. Dica No 4. Subgrupos
• Olhar se a definição de subgrupo foi definida antecipamente
para evitar ajustes por conveniência
• Ex. amostra com 100 pacientes e subgrupo de idade definido a priori > 75 e ≤ 75
anos. Os pesquisadores não encontraram diferença entre as populações com
mais ou menos de 50 anos. Realizam uma segunda análise não planejada
avaliando população > 50 vs ≤ 50 anos. Nesse caso encontram uma diferença
estatisticamente significativa que pode ter ocorrido pelo acaso.
7. Dica No 5. Planejado vs Não Planejado
• Como regra sempre dar mais credibilidade aos estudos que
reportam suas análises a priori. No caso de haver análises
não planejadas o ideal é que os autores justifiquem o
racional para fazê-las a fim de deixar mais transparente as
bases técnicas que justificaram essas análises não
planejadas
8. Dica No 6. Hipóteses Secundárias
• Hipóteses secundárias como o próprio nome diz devem ser
secundárias e interpretadas como geradoras de novas
hipóteses que deverão ser validadas em outros estudos
9. Dica No 7. Como identificar boas hipóteses
exploratórias
• Boas hipóteses exploratórias devem fazer sentido. Para
isso é importante avaliar os itens abaixo:
• Consistência Observada por outros pesquisadores em outros estudos
• Magnitude Risco relativo alto
• Dose-efeito Maior exposição, maior risco para o desfecho e vice
versa
• Plausibilidade Faz sentido de acordo com o conhecimento atual
Adaptado de Bradford Hill. “The environment and disease: Association and causation” Proc R Soc Med 1965; 58: 295-300
10. Análise Exploratória de Estudos Clínicos
7 Dicas Essenciais
1. Cautela
2. Desconfiar de múltiplas análises (fishing!)
3. Mais é menos conservador
4. Subgrupos definidos a priori
5. Planejadas melhor vs não planejadas
6. Sempre são hipóteses secundárias exploratórias
7. Boas hipóteses exploratórias e que façam sentido
Consistência/ magnitude/ dose-efeito/ plausibilidade pode gerar novos estudos Endpoint primário