2. O LIVRO
“De todos os sistemas de econo
mia política que modelaram nossa
história, nenhum revolucionou tan
to as expectativas comuns de vida
humana — aumentou a duração de
vida, considerou a possibilidade de
eliminar a pobreza e a fome, abriu
o leque de alternativas — quanto
o capitalismo democrático.”
Com estas palavras, Michael No-
vak — um dos principais intelec
tuais dos EUA — abre este livro,
onde ele visa restaurar a fé em
nosso sistema, estudando a fundo
sua moral e seus princípios econô
micos, políticos, culturais e teoló-
gicos.
Numa obra polêmica, coerente e
inspirada, Novak nos mostra o po
der espiritual de um sistema social
baseado nos direitos do indivíduo à
vida, à liberdade e à busca da feli
cidade.
6. Em memória de
William J. Baroody, Sênior, e
Em homenagem ao
Papa João Paulo II
Muitas coisas, convergindo todas
Para um consenso, podem agir contrariamente
— Como muitas setas, disparadas de várias formas,
Voam para um alvo; como muitas vias se unem numa
[cidade;
Como límpidos ribeiros se juntam num mar salgado;
Como muitas linhas se misturam no centro do mostrador;
Assim também mil ações, uma vez em movimento,
Talvez findem num desígnio, e se mantenham
Sem derrota.
Rei Henrique V, Ato 1, Cena 2
7. SUMÁRIO
INTRODUÇÃO: CAPITALISMO, SOCIALISMO E RELI
GIÃO — UMA ANALISE DA RIQUEZA ESPIRITUAL DAS
NAÇÕES / 13
1. Realizações Históricas do Capitalismo
Democrático / 17
2. Da Prática à Teoria / 20
PARTE UM:
O IDEAL DO CAPITALISMO DEMOCRÁTICO / 33
I. O Que É Capitalismo Democrático? / 35
II. Pluralismo / 56
1. Ordem Unitária / 57
2. Não Somente Pela Livre Empresa / 64
3. Pluralismo em Política / 67
4. A Tentativa de Cristianizar o Sistema / 78
III. Probabilidade Emergente / 82
IV. Pecado / 94
1. Liberdade e Pecado / 95
2. A Doutrina das Consequências
Involuntárias / 102
3. O Egoísmo Virtuoso / 106
V. Providência e Sabedoria Prática / 111
1. Tempo e Inteligência / 112
2. O Mercado /120
3. Mão Invisível? / 131
4. Lucro e Valores Comerciais / 135
5. A Sociedade de Somas Iguais a Zero / 142
8. VI. Comunidade / 149
1. A Teoria Esquecida / 150
2. Comunidade em Prática / 157
VII. O Indivíduo Comunitário / 167
1. “Das Anglo-Saxon Problem” (O Problema
Anglo-Saxônico) / 169
2. O Ataque à Burguesia / 175
VIII. A Família / 182
1. A Ordem Econômica / 187
2. A Ordem Política / 191
3. A Ordem Moral-Cultural / 193
IX. Revolução Contínua / 200
1. O Sistema Político / 201
2. O Sistema Econômico / 203
3. O Sistema Moral-Cultural / 212
PARTE DOIS: O CREPÚSCULO DO SOCIALISMO 7 219
X. A Transformação do Socialismo / 221
XI. Socialismo Sinônimo de “Magnanimidade" / 230
1. O Que Saiu Errado? / 230
2. Definição por Contraste / 237
3. Da Economia à Política / 242
4. A Utilidade dos Ricos / 247
XII. Distribuição de Renda e Raça / 252
1. Distribuição de Renda / 252
2. A Situação Econômica dos Negros / 256
XIII. A Empresa Multinacional / 264
PARTE TRÊS: UMA TEOLOGIA DA ECONOMIA / 279
XIV. A Tradição Católica Anticapitalista / 281
1. Uma Teologia da Economia / 281
2. O Preconceito Contra o Capitalismo
Democrático / 284
9. XV. O Socialismo Cristão na Europa / 294
1. Desenvolvimento Histórico / 294
2. O Socialismo Cristão na Europa / 298
3. À Economia de Moltmann / 304
4. O “Socialismo” de Moltmann / 311
XVI. Culpa Pela Pobreza do Terceiro Mundo / 317
1. Nações Desenvolvidas Causam Pobreza? / 318
2. Economia Católica Latina / 321
3. O Centro e a Periferia / 329
XVII. Teologia da Libertação / 335
XVIII. TJmà Teologia do Desenvolvimento: América
Latina / 348
1. Dependência? / 349
2. Os Êxitos da América Latina / 359
3. O Fracasso da América Latina / 361
4. O Ponto Crítico / 364
XIX. Do Marxismo ao Capitalismo Democrático / 368
1. Os Primeiros Anos / 369
2. As Lições da Experiência / 372
3. “Cultura Capitalista-Democrática” / 379
4. Os Fracassos do Socialismo Democrático / 385
XX. Uma Teologia do Capitalismo Democrático / 389
1. A Importância de Ideais / 389
2. Seis Doutrinas Teológicas / 393
3. Sob os Desígnios de Deus / 419
Agradecimentos / 421
Notas / 423
10. INTRODUÇÃO
CAPITALISMO, SOCIALISMO
E RELIGIÃO
- UMA ANÁLISE DA RIQUEZA
ESPIRITUAL DAS NAÇÕES
De todos os sistemas de economia política que modelaram
nossa história, nenhum revolucionou tanto as expectativas
comuns de vida humana — aumentou a duração da vida,
considerou a possibilidade de eliminar a pobreza e a fome,
abriu o leque de alternativas — quanto o capitalismo demo
crático. Relembremos as sociedades do Império Romano e do
período carolíngio; contemplemos as potências católicas e
protestantes do século dezessete, sejam elas coloniais ou mer-
cantilistas. Examinemos as muitas formas de socialismo dos
dias atuais. Cada um desses sistemas de economia política
tem atraído admiradores teológicos. Contudo, nenhum teó
logo, cristão ou judeu, estabeleceu ainda o significado teoló
gico do capitalismo democrático. Vejamos, em contraste, a
importância que Marx e Engels atribuíram à revolução ca
pitalista:
A burguesia, durante seu predomínio de cem anos,
se tanto, criou forças produtivas mais maciças e mais
colossais do que todas as gerações anteriores. A sujeição
das forças da Natureza ao homem, maquinaria, apli
cação da química à indústria e agricultura, navegação
a vapor, ferrovias, telégrafo eletrificado, preparo de con
tinentes inteiros para o cultivo, canalização de rios, po
pulações despertadas para o trabalho — qual dos séculos