2. Para Piaget, as mudanças cognitivas resultam
de um processo de desenvolvimento.
- processo coerente de sucessivas mudanças
qualitativas das estruturas cognitivas
(esquemas)
- cada estrutura e sua respectiva mudança
deriva da estrutura precedente
3. Ao usa a palavra “estágio” em sua teoria, Piaget não
quis dizer que as crianças mudam de um nível
discreto a outro, como em uma escada.
- mudanças graduais e nunca abruptas
- os esquemas são construídos e reconstruídos (ou
modificados) gradualmente
O que interessa é identificar as
mudanças cognitivas mais gerais que
acontecem em todas as pessoas
4. O estágio sensório-motor (0 a 2 anos)
Durante este estágio, o comportamento é
basicamente motor.
A criança não representa eventos internamente e
não “pensa” conceitualmente.
Grandes mudanças ao longo deste estágio.
Inicia-se com comportamentos puramente reflexos e
chega o desenvolvimento da fala (representação
simbólica)
Ocorre o desenvolvimento do conceito de objeto;
conceito de causalidade; afeto
5. O estágio pré-operacional (2 aos 7
anos)
a criança evolui de um ser predominantemente
sensório-motor a um ser cada vez mais conceitual
e representacional
desenvolvimento de habilidades representacionais
e da socialização do comportamento
6. O estágio pré-operacional (2 aos 7
anos)
perspectiva egocêntrica – vê a realidade da forma
que a afeta
uso da linguagem, desenhos, símbolos e imagens
mentais
o comportamento cognitivo é influenciado pelas
atividades motoras
7. Alguns exemplos:
Jogo simbólico
O desenvolvimento da fala neste período é
uma transição gradual da fala egocêntrica,
caracterizada pelo “monólogo coletivo”, para
a fala socializada.
8. Raciocínio transformacional: não focaliza o
processo de transformação de um estado
original a um final, mas limita sua atenção a
cada intervalo entre os estados
Segundo Piaget, nesta fase, os obstáculos para o pensamento lógico
são:
9. Centração – fixa a atenção em poucos
aspectos do estímulo, geralmente o visual.
Exemplo: normalmente dizem que uma fila
com 7 elementos mais afastados entre si, é
maior que uma fila com 9 elementos mais
próximos → conservação do número
10. Também não há noção de conservação de
área e do volume
vídeo
11. De acordo com Piaget, uma operação
apresenta 4 características:
pode ser internalizada ou realizada em
pensamento tão bem quanto materialmente;
é reversível;
supõe sempre alguma conservação e
invariância;
está sempre relacionada a outros sistemas
de operações
12. O estágio das operações concretas
(7 a 11 anos)
Durante este estágio, a criança desenvolve
processos de pensamento lógico (operações)
que podem ser aplicadas a problemas reais
(concretos).
não apresenta problemas com conservação e
apresenta argumentos corretos para suas
respostas
decisões lógicas ao invés de decisões
perceptuais
13. O estágio das operações concretas
(7 a 11 anos)
acompanha as transformações e alcança a
reversibilidade das operações mentais
menos egocêntrica e a fala é empregada com o
fim básico da comunicação
aperfeiçoamento dos conceitos de causalidade,
tempo, espaço, velocidade
14. O estágio das operações concretas
(7 a 11 anos)
Operações lógicas são empregadas na solução de
problemas envolvendo objetos e fatos concretos
(reais, observáveis)
ainda não aplicam a lógica a problemas hipotéticos
e verbais
17. Do ponto de vista cognitivo:
Capacidade de raciocinar logicamente com
hipóteses verbais e não apenas com objetos
concretos.
O estágio das operações formais
(11 ou 12 anos até a idade adulta)
18. Ele passa a buscar hipóteses gerais que possam
explicar fatos observáveis.
É capaz de pensar sobre seus próprios
pensamentos e sentimentos, como se fossem
objetos.
O raciocínio formal vai além das observações
Não se deve assumir que todos os adolescentes e
adultos desenvolvem plenamente as operações
formais.
19. Do ponto de vista emocional:
O adolescente ainda manifesta um último tipo de
egocentrismo: atribui grande poder a si e ao
próprio pensamento. Muitas vezes julga que
somente ele está certo.
20. O raciocínio hipotético-dedutivo
deduzir conclusões a partir de hipóteses
- “todas as galinhas são azuis, Joãozinho é
uma galinha, portanto Joãozinho é azul”
- A<B e B<C, então A<C
21. O raciocínio científico-dedutivo
- crianças formulam hipóteses, experimentam,
controlam variáveis, registram efeitos, extraem
conclusões, etc.
No operacional formal, vão de
fatos específicos a conclusões
gerais.
22. A formação da personalidade
O desenvolvimento cognitivo e o afetivo caminham
juntos ao longo de todo o processo evolutivo do
indivíduo.
Muitos fatores devem ser levados em conta para
compreendermos a “crise da adolescência”. Entre
eles, fatores intelectuais e afetivos.
Na adolescência predominam os sentimentos
idealistas e o egocentrismo.
23. Sentimentos idealistas
se é lógico é bom e correto
falta ainda uma apreciação
completa do mundo
ele ainda não distingue entre o
mundo lógico e o mundo real
24. No entanto, há outros fatores
que interferem nas
manifestações e duração da
adolescência, tais como
fatores culturais e sociais, que
não são contemplados pela
teoria de Piaget.
25. Implicações educacionais da
teoria de Piaget
A teoria de Piaget não é uma teoria
educacional, mas fornece subsídios para as
práticas educacionais.
A equilibração permite que a experiência
externa seja incorporada na estrutura
cognitiva pela construção de novos
esquemas mentais.
26. Neste sentido os piagetianos dizem que o
conhecimento é construído e daí vêm as
expressões “construtivismo” e “construção do
conhecimento”.
Ensinar é provocar o desequilíbrio da mente do
estudante para que ela procure o reequilíbrio e
construa novos esquemas mentais (isto é,
aprenda).
O ensino deve, portanto, ativar este mecanismo.
27. Isto é, o professor deve buscar uma ligação entre
o que o aluno já sabe (esquemas) e o que deseja
ensinar.
Cabe ao educador introduzir situações
desequilibradoras
Sempre que possível o aluno deve agir.
Se o ambiente escolar não oferece desafios e
dificuldades, a atividade mental é apenas de
assimilação.
28. O papel do erro na aprendizagem
Diante das dificuldades e erros (situações onde os
esquemas mentais sofrem desequilíbrio) a mente se
reestrutura através da acomodação e se
desenvolve.
Os esquemas que uma criança usa podem não estar
em harmonia com o dos adultos (ou com o
conhecimento científico).
No entanto, segundo Piaget, eles são sempre
adequados ao seu nível de desenvolvimento
conceitual e devem ser respeitados.
29. O papel da manipulação na aprendizagem
O ensino deve ser acompanhado de
manipulações, ações, experimentos → ir do
concreto para o abstrato.
CUIDADO: não se deve pensar que a manipulação
pura e simples tem em si o poder de produzir
conhecimento. Ela deve estar integrada à
argumentação do professor.